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Existe livre arbítrio na sociedade atual?

Será que existe livre arbítrio numa sociedade onde está tudo determinado? Será que
somos responsáveis pelas nossas ações? Essas questões têm criado diferentes opiniões
durante séculos. Através desse ensaio pretendemos esclarecer as respostas a estas perguntas e
expor claramente a nossa opinião e posição, apresentando argumentos que a sustentam. É
natural que esse ensaio não irá responder a essa pergunta e estará disposta a opiniões
diversificadas. O facto de o problema do livre arbítrio ser discutido até a atualidade deve-se
ao facto de, caso este não existisse, as pessoas não poderiam ser responsabilizadas pelos seus
atos e, consequentemente, não poderiam ser punidas pelos mesmos.
As principais teses para este problema são o determinismo radical, o libertismo e o
determinismo moderado. O determinismo radical defende a ausência do livre arbítrio, pois
todos os efeitos são efeitos de causas anteriores; o libertismo, de qual a tese principal também
defende que se todos os acontecimentos são efeitos de causas anterior, então não existe livre
arbítrio, mas, ao contrário do determinismo radical, defende que nem todos os
acontecimentos são efeitos de causas anteriores, não negando a existência dessa causalidade,
logo existe livre arbítrio. Por fim, o determinismo moderado diz-nos que é falso que se todos
os acontecimentos são efeitos de causas anteriores.
Na nossa opinião, a tese que melhor se adequa na sociedade atual e nos nossos ideais
é o determinismo moderado. Este apoia a existência do livre arbítrio e que todos os
acontecimentos são efeitos de causas anteriores. A sua tarefa principal é provar a
compatibilidade entre o determinismo radical e o libertismo. Esta tese faz um ótimo trabalho
em trazer responsabilidade moral para as ações e decisões do dia-a-dia, não deixando de
afirmar que estas ações são efeitos de causas anteriores, tornando possível a culpabilização
dos cidadãos. Esta tese também defende a liberdade de escolha e decisão.
Embora o determinismo moderado aceita o que parece óbvio: que temos livre arbítrio,
é muito difícil provar a tal compatibilidade enunciada anteriormente, entre o determinismo
radical e libertismo, sendo esses defensores de posições completamente opostas e com pouco
em comum.
Quem defende o determinismo moderado, tal como o Hume, Stuart Mill e Susan
Wolf, tenta responder a essa dificuldade insistindo que o livre arbítrio é só uma questão de
conseguir fazer o que se decide. Desta forma, o que é importante é o que acontece depois da
decisão, desde que uma pessoa consiga pôr em prática o que decidir, é livre.
Concluímos, portanto, que as nossas ações são, por isso, moderadamente livres.
Estamos perfeitamente cientes que esta solução está longe de ser definitiva, pois esta questão
jamais terá uma decisão final, pois trata-se de um problema que será sempre discutido em
filosofia. O nosso objetivo, no entanto, nunca foi de fechar a conversa, mas simplesmente
procurar participar ativamente na reflexão e dar o nosso próprio contributo, por pequeno que
seja.

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