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JOÃO I"
Comprometido com a nova corte, não causa espanto, assim, que Fernão Lopes confira
aos seus relatos históricos um empenhado vigor nacionalista, de que ressalta a
imagem de Aljubarrota como uma nova carta de nascimento do país e a nova situação
política como a realização da “sétima idade do mundo”, nacionalismo igualmente
patente nas condições materiais da escrita da Crónica de D. João I, redigida pelo
“guarda-mor” da Torre do Tombo, que aufere uma “tença” para se dedicar
integralmente à escrita da história de Portugal, desde D. Afonso Henriques a D. João I.
Dito de outro modo, em momento de criação de uma nova dinastia régia, as crónicas
de Fernão Lopes, e mormente as duas primeiras partes da Crónica de D. João I revelam
a necessidade de uma legitimação histórica do novo poder saído de uma insurreição
popular e de um corte radical com a tradição dinástica.