Você está na página 1de 7

Experimentando mais de Deus

11 de Junho de 2023 – PIBAC


Mensagem pregada pelo Pr. Thiago Silva

No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor. Ele estava sentado em um trono alto, e a
borda de seu manto enchia o templo. Acima dele havia serafins, cada um com seis asas: com
duas asas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam. Diziam em alta
voz uns aos outros: "Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia de
sua glória!" Suas vozes sacudiam o templo até os alicerces, e todo o edifício estava cheio de
fumaça. Então eu disse: "Estou perdido! É o meu fim, pois sou um homem de lábios impuros
e vivo no meio de pessoas de lábios impuros. Meus olhos, porém, viram o Rei, o Senhor dos
Exércitos!". Então um dos serafins voou em minha direção, trazendo uma brasa ardente que
ele havia tirado do altar com uma tenaz. Tocou meus lábios com a brasa e disse: "Veja, esta
brasa tocou seus lábios. Sua culpa foi removida, e seus pecados foram perdoados". Então
ouvi o Senhor perguntar: "Quem enviarei como mensageiro a este povo? Quem irá por
nós?". E eu respondi: "Aqui estou; envia-me".
Isaías 6:1-8

Tenho aprendido um princípio importante de como podemos provar mais de Deus no


capítulo seis de Isaías, onde lemos acerca de uma fortíssima experiência dele com Deus. A
vida cristã é progressiva (Pv 4.18) e Deus quer que provemos cada vez mais de sua presença.
Esta experiência de Isaías foi um momento em sua vida onde ele galgou um degrau a mais
no seu relacionamento com Deus.
O impacto no profeta foi tamanho que ele declarou ser um homem de lábios impuros no
meio de um povo de impuros lábios. Só que quando lemos os cinco capítulos anteriores de
seu livro, vemos uma forte mensagem contra o pecado. Não enxergamos este Isaías de lábios
impuros que ele descreve, apenas o Isaías “profeta”. Mas quando provamos mais de Deus
passamos a enxergar o quanto ainda precisamos do Senhor e de seu tratamento em nossas
vidas.
Todos precisamos deste nível de experiência. Não que a visão em si vá se repetir a cada um
de nós, mas precisamos provar mais de Deus a ponto de enxergarmos nossa miséria e
entrarmos num novo nível em Deus. Isaías recebeu um toque purificador em seus lábios,
pois foi justamente aí que ele confessou ser falho; e passou a ter uma nova consciência do
chamado de Deus para o serviço (v.8).

1
Para experimentarmos mais de Deus...
I. Precisamos de uma Nova Consciência do Caráter de Deus. (Isaías 6: 1-4)
A. “No ano em que o rei Uzias morreu…” v1
 Uzias tinha sido um rei grande e poderoso.
 Ele começou a reinar quando tinha apenas 16 anos e reinou por 52 anos.
 Ele buscou a Deus e Deus o fez prosperar.
 Ele era um guerreiro poderoso e Deus lhe deu muitas grandes vitórias.
 Ele transgrediu contra o Senhor mais tarde em seu reinado e Deus o feriu com lepra
até o dia em que morreu.
Nos seus dias tudo girava em torno do rei, e com ele morto havia um grande vazio, porque
tinha sido um grande rei.
Isaías talvez estivesse de olho no grande rei, mas agora Deus o remove de sua vista.
Ele descreve um evento que aconteceu em sua vida que o mudou para sempre e o tornou um
homem diferente.
Como muitos que estão preocupados com outras pessoas ou coisas, Isaías não estava se
concentrando em Deus.
Isaías profetizou durante o reinado de quatro reis. Uzias foi o primeiro deles, o que nos faz
concluir que nesta época ele era ainda bem jovem. E na condição de jovem, provavelmente
era um admirador do rei Uzias, pois ele foi um dos reis que mais deu vitórias a Israel em
toda a sua história; provavelmente, como um general de guerra sua fama tenha ficado apenas
atrás de Davi. A nação respeitava e amava este homem que lhe havia devolvido a glória e o
prestígio. O relato bíblico deixa claro o sucesso que este homem desfrutou governando a
nação:
(2 Crônicas 26.6-15)
Uzias foi um líder respeitado e admirado. E podemos afirmar com toda a certeza, que o
jovem profeta o admirava. Mas foi somente quando morreu o rei natural, carnal, que seus
olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos. Há um princípio espiritual aqui. Somente quando
morreu o rei Uzias é que os olhos de Isaías se abriram para a revelação de Deus como rei.
Ele viu o Senhor assentado num trono, o lugar de autoridade dos reis. Ele viu as orlas de seu
manto real enchendo todo o templo. Mas para que pudesse ver o rei espiritual, o carnal teve
que morrer. Esta é uma figura profética. Se queremos ver o Rei, entrando numa nova
experiência com Deus, primeiro Uzias tem que morrer em nossas vidas.
O QUE UZIAS SIMBOLIZA
O rei Uzias figura este comportamento que temos denunciado desde o primeiro capítulo
deste livro, de querer usar Deus como um trampolim para receber aquilo que se deseja, sem

2
um forte senso de compromisso, de aliança com Deus. Ele começou corretamente, mas
depois demonstrou o que de fato estava em seu coração.
“Ele fez o que era reto perante o Senhor, segundo tudo que fizera Amazias, seu pai. Propôs-
se buscar a Deus nos dias de Zacarias, que era entendido nas visões de Deus; nos dias em
que buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar”. (2 Crônicas 26.4,5)
O texto bíblico diz que “ele foi maravilhosamente ajudado (pelo Senhor) ATÉ QUE se
tornou forte”(v.15). Esta expressão “até que” nos mostra que a partir de então Deus já não
era necessário para ele, pois já chegara onde queria. Uzias é o retrato do sentimento que há
no coração de todos os que buscam ao Senhor por interesse, apenas para alcançar o que
querem. Tão logo Uzias alcançou o sucesso, Deus se tornou descartável para ele. E assim são
tantos que se dizem cristãos! Sei o que estou falando. Nestes últimos anos de pastoreamento
tenho percebido o quanto isto ocorre no meio do rebanho.
É só chegar a época do vestibular e a moçada se “converte”. Depois que entram na
universidade se esquecem que serviam a Deus e correm atrás do pecado. Quando querem
namorar e precisam da “benção de Deus” então, nem se fala! Mas depois que foram
“abençoados” voltam as costas ao Senhor e vão para a cama com a “benção” que receberam.
Tenho visto as pessoas chegarem à igreja porque precisavam de restauração familiar e,
quando isto aconteceu, não havia mais nem sombra delas! Outros necessitavam de
restauração financeira, outros de cura, e assim por diante… E quando recebiam o que
queriam, Deus já não era mais tão importante. Isto acontece porque o ser humano é egoísta
por natureza. Sua carne o leva a pensar somente em si mesmo.
Se não ensinarmos estas verdades, iremos falhar e ver muitos outros falhando também. É
preciso confrontar o coração com a verdade da Palavra. E se quebrantar diante de Deus. Veja
o comportamento de Uzias:
“Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu
transgressões contra o Senhor, seu Deus, porque entrou no templo do Senhor para queimar
incenso no altar do incenso”. (2 Crônicas 26.16)
O rei Uzias é símbolo e figura da auto-suficiência, do orgulho, e da falta de compromisso
com Deus. Representa aquele tipo de pessoa para quem Deus é apenas um amuleto.
Representa aquele tipo de crente que não corresponde com Deus e suas intervenções, pois é
egoísta e só pensa em si mesmo.
Uzias tem que morrer se queremos ver a glória do Senhor e entrar numa dimensão mais
profunda de intimidade com ele. Somente quando Uzias morre (e falo sobre deixar esta
atitude que ele teve) é que veremos o Rei, o Senhor dos Exércitos. Esta nossa atitude
descompromissada e interesseira no que diz respeito aos milagres nos tem impedido de
provar uma visitação maior da parte do Senhor. É tempo de nos arrependermos diante de
Deus e assumirmos uma nova postura, uma nova mentalidade. Uzias tem que morrer! Mas
como isto acontece?

3
B. “Eu também vi o Senhor…” (Isaías 6:1)
Isaías, agora incapaz de olhar para Uzias, olha para Deus e descobre como Deus realmente é.
 Ele viu o Senhor entronizado.
 O trono de Israel estava vazio, mas o de Deus estava ocupado.
 Grandes líderes vêm e vão, mas Deus permanece!
 A fim de fazer um serviço bem-sucedido para Deus, devemos ter uma visão do Cristo
entronizado.
 Ele é o Rei dos reis e Senhor dos senhores.
 Ele viu os atendentes do Senhor.

 E ele ouviu o louvor no céu.


 Santo, santo, santo: esta é a natureza de Deus.
 A terra inteira está cheia de Sua glória.
 A glória do grande rei Uzias empalideceu quando comparada à glória de Deus!
 Todo o lugar tremeu e se encheu de fumaça indicando a própria presença de Deus!

Um encontro com Deus, gera em nós o reconhecimento de quem realmente somos!


Isaías compreendeu que se encontrava diante de um Deus Santo, e que ele era um pecador e
não poderia estar ali. O profeta Isaías reconhece que não era digno e nem merecedor de estar
ali, vendo o que ele estava vendo, e sentindo o que ele estava sentindo. O Espírito Santo de
Deus nos constrange nos fazendo reconhecer nossos erros e faz o concerto com Ele.
Existem momentos em nossas vidas, em que apenas o espírito santo, poderá nos convencer
dos nossos caminhos errados. Nos levando novamente ao caminho da verdade, pois muitas
das vezes abandonamos os concelhos de Deus, fazemos o que queremos e vivendo da forma
que queremos.
Em determinados momentos de nossa vida quem passa a comanda-lá é o próprio Deus. O
homem até escolhe viver por um momento “realizando” nossas vontades, mas em um
determinado tempo teremos um encontro com Deus e esse encontro marca nossa vida
mudando a direção e a história.
O Profeta Isaías, possuía lábios impuros e estava no meio de um povo impuro, mas diante da
tão gloriosa visão, Isaías descreve: “Os meus olhos viram o rei, senhor dos exércitos” A
partir desse momento podemos observar que todo encontro com Deus gera transformação,
pois nunca teremos uma experiência com Deus e continuamos da mesma forma.
Quem busca a Deus só pelo que ele faz, vai acabar perdendo que Ele é..

II. Precisamos de um novo despertar da consciência cristã. (Isaías 6:5-7)


A. A Confissão de Isaías. v5

4
 Sua visão fez algo por Isaías.
 Isso o mudou completamente.
 Ele não gritou, ele começou a soluçar.
 Isso o fez chorar porque o levou a um sentimento de pecado.
 Esta é a maior necessidade para nós vermos avivamento!
 Ele gritou: “Ai de mim!”

Esta era a expressão exterior da convicção interior.


Vendo Deus, ele tomou consciência de si mesmo.
A mesma coisa aconteceu com Pedro em Lucas 5:8: “Afasta-te de mim, porque sou um
homem pecador, ó Senhor.”
Aconteceu com João em Ap 1:17, “E quando eu o vi, caí a seus pés como morto…”
Ele disse: “Estou perdido, porque sou um homem de lábios impuros…”
Ele confessou seu pecado e sua impotência para fazer qualquer coisa a respeito.
Ele confessou que era impuro e que seu povo também era impuro.
Ele não disse ao Senhor quão honesto e correto ele era… ele sabia que não era.
Lábios impuros são o resultado de um coração impuro. Mt. 15:11

B. A Purificação de Isaías. v6-7


A brasa viva.
Veio do altar de bronze onde os sacrifícios foram oferecidos.
Deus trouxe a purificação depois que Isaías se arrependeu.
Antes que ele pudesse ser usado por Deus, ele precisava ser purificado por Deus.
Os lábios foram limpos.
“A tua iniquidade foi tirada, e o teu pecado purificado…”
Deus atende às nossas necessidades específicas.
Sua graça é suficiente.
O Senhor tomou nosso pecado e iniquidade para que pudéssemos ser livres.
O anjo pegou uma brasa viva, tirada do altar e toca nos lábios de Isaías. Vemos que após esse
momento todo pecado é perdoado. Todo encontro com Deus é transformador, capaz de nos
fazer reconhecer nossos erros, de gerar quebrantamento e por fim a remissão dos nossos
pecados.

5
III. Precisamos de uma nova preocupação com as almas dos homens. (Isaías
6:8)
A. “A quem enviarei, e quem irá por nós…?”
Deus pediu voluntários. Ele está procurando alguém para enviar para contar aos outros a
preciosa verdade a respeito de Cristo.
Deus está sempre procurando alguém que o represente.

B. “Então disse eu, aqui estou eu…”

Agora que ele foi transformado e purificado.


Ele estava pronto para entregar sua vida ao serviço de Deus.
Ele olhou para cima e viu o Senhor, olhou para dentro e viu a si mesmo, mas quando olhou
para fora viu o mundo e sua necessidade.
Quando o avivamento vem, começamos a nos preocupar com as necessidades dos outros.

C. “…Envie-me…”
Quando Isaías disse: “Envia-me” Deus disse. “Vai”.
Se não estivermos dispostos a ir, quem irá?
Deve haver dentro de nós uma prontidão para obedecer à vontade de Deus e levar a
mensagem àqueles que nunca ouviram.
Conclusão
O que será necessário para um avivamento genuíno?
Uma nova consciência de Deus, uma nova consciência de si mesmo e uma nova preocupação
com as almas.
Deus quer enviar avivamento, mas devemos estar dispostos a recebê-lo dEle. Quando nossos
corações estão certos, então estamos prontos para servir.
Os benefícios de ter um encontro com Deus é que a partir desta experiencia não seremos
mais os mesmos. As áreas de nossas vidas são transformadas.
O Senhor está disposto a gerar experiencias únicas em cada um de nós. Necessário é que
venhamos reconhecer os nossos erros, nossas falhas e entendermos que somos o vaso e Deus
é o Oleiro.

6
Devemos permitir que Deus nos transforme, pois, isso é algo totalmente necessário para
termos um encontro especial com Deus.
O que deve prevalecer não é a nossa vontade, mas sim a vontade de Deus, não o nosso
querer, mas sim o querer de Deus.
Chegamos até aqui nos perguntando: porque ainda não tivemos um encontro com Deus?
A resposta é: infelizmente muitas vezes até vemos a glória de Deus, mover e agir, mas não
reconhecemos a necessidade de renunciar o nosso eu. Precisamos reconhecer que somos
pecadores e permitir que Deus mude nossas vidas.
Apenas reconhecendo nossas falhas, erros, defeitos e pecados poderemos nos envolver com a
glória de Deus, e ser como profeta Isaías. Um homem cheio da Glória de Deus e com um
coração quebrantado que reconheceu diante de um poder incomparável, que era necessário
abandonar os seus pecados e viver em uma vida de santidade.

Você também pode gostar