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Lição 1 30 de março a 6 de abril

Adultério espiritual (Oseias)

Sábado à tarde Ano Bíblico: 1Sm 24–27

VERSO PARA MEMORIZAR: “Semearei Israel para Mim na terra e compadecer-


Me-ei da Desfavorecida; e a Não-Meu-Povo direi: Tu és o Meu povo! Ele dirá: Tu és o
meu Deus!” (Os 2:23).

Leituras da semana: Os 1:1-3; Ez 4:1-6; Os 2:12-18; 4:1-3; Tg 5:1-7; Ap 14:6-12

Pensamento-chave: Mesmo em meio ao adultério espiritual e ao juízo divino, o amor de


Deus por Seu povo nunca vacila.

O
profeta Oseias ministrou no fim de um período muito próspero da história de Israel,
pouco antes da queda nacional diante dos assírios em 722 a.C. Naquele tempo, o
povo escolhido de Deus já não adorava somente ao Senhor, mas também servia a Baal,
um deus cananeu.

Sendo o primeiro dos profetas menores, o livro de Oseias aborda a questão central da
proclamação profética durante aquele tempo de apostasia: Continuava Deus amando
Israel, apesar da prostituição espiritual? Ainda mantinha Seu propósito para a nação,
apesar dos pecados dela e do juízo vindouro?
A história pessoal de Oseias e a profecia estão inseparavelmente ligadas em seu livro.
Assim como o profeta havia perdoado a esposa infiel e estava disposto a levá-la de volta,
Deus estava disposto a fazer o mesmo por Seu povo.

O que podemos aprender com a experiência de Oseias e a maneira pela qual o Senhor
lidou com o rebelde Israel?

Comentários de Ellen G. White

Disse Jesus: “Sem Mim vocês não podem fazer coisa alguma.” À medida que avançamos
passo a passo no caminho da obediência, experimentamos quão verdadeira é a promessa de
que, aqueles que perseveram em conhecer o Senhor sabem que seus caminhos são preparados
como a manhã. Mais clara luz está pronta para brilhar sobre os que seguem Aquele que é Luz
do mundo. Todo aquele que tomar sobre si o jugo de Cristo, com firme determinação de
obedecer à Palavra de Deus, terá uma experiência espiritual simétrica, saudável. Desfrutará as
bênçãos que lhe virão como resultado de haver escondido a vida com Cristo em Deus. Nas
atividades diárias, empregará os princípios apresentados no sermão da montanha, proferido
por Jesus… Ele compreenderá que é um filho adotado na família de Deus e que deve agir em
todas as coisas, como Cristo agiu enquanto esteve na Terra.

Quão diligente e constante é a obra do verdadeiro cristão, sempre que toma o jugo de Cristo!
Ruins suspeitas não têm permissão para firmar raízes em seu coração. Ele revela genuína
modéstia e não propaga suas próprias qualificações e realizações. Admiração própria não faz
parte de sua experiência. Há muito a aprender a respeito do que consiste o verdadeiro caráter
cristão. E certamente não é arrogância. O verdadeiro cristão conserva seus olhos fixos
nAquele que sonda o coração, que requer a verdade no íntimo do ser. Esta é sua constante
oração: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas
inquietações. Vê se em minha conduta algo Te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno.”
Homens pecadores e errantes não devem ser exaltados. A glória e majestade de Deus devem
sempre encher-nos de santa reverência, humilhando-nos até o pó diante dEle. Sua
condescendência, profunda compaixão, Seu amor e ternura nos são concedidos para fortalecer
nossa confiança e remover o temor que tende a nos escravizar. O Senhor pede que Lhe
entreguemos tudo o que há em nós, por meio de uma firme e equilibrada vida cristã que
represente os princípios de Sua lei Review and Herald, 23 de outubro de 1900).

Domingo, 31 de março Ano Bíblico: 1Sm 28–31

Uma estranha ordem


“Quando, pela primeira vez, falou o Senhor por intermédio de Oseias, então, o Senhor
lhe disse: Vai, toma uma mulher de prostituições e terás filhos de prostituição, porque a
terra se prostituiu, desviando-se do Senhor. Foi-se, pois, e tomou a Gômer, filha de
Diblaim, e ela concebeu e lhe deu um filho” (Os 1:2, 3).

D
urante séculos, os estudantes da Bíblia têm debatido a natureza dessa ordem,
fazendo perguntas, como: Gômer era uma prostituta ou apenas uma esposa infiel?
Ela era imoral antes de seu casamento com Oseias, ou somente depois se tornou infiel?

Não sabemos ao certo. Uma coisa, porém, é certa: Quando o Senhor falou a Oseias e por
meio dele, queria desviar a atenção das pessoas da história de Oseias para a história do
Seu amor por Israel. Visto que Gômer era israelita, a história de seu casamento com o
profeta se mistura com a história da aliança divina com Israel.

Há paralelos importantes entre a história de Oseias e a experiência de Deus com Israel.


Em nível humano, Gômer foi infiel a Oseias. Em nível espiritual, Israel foi infiel a Deus.
Assim como a imoralidade de Gômer feriu o coração de seu marido, a idolatria de Israel
entristeceu o coração de Deus. Oseias foi chamado a suportar tristeza de coração e
rompimento do casamento. Ele deve ter sofrido indignação e vergonha públicas. No
entanto, quanto mais ele experimentava a infidelidade de Gômer, mais profunda era sua
compreensão da tristeza e frustração de Deus com Israel.

1. Muitas vezes, Deus pediu que outros profetas fizessem algo além da
pregação.Como a maneira divina de lidar com Seu povo foi simbolizada pelas ações
dos profetas? Is 20:1-6; Jr 27:1-7; Ez 4:1-6

Que tipo de testemunho você dá não apenas por suas palavras, mas também por suas
ações? Que aspectos de sua vida revelam que você é não apenas uma boa pessoa, mas
um seguidor de Jesus?

Comentários de Ellen G. White

Os últimos anos do infeliz reino de Israel foram marcados por violência e derramamento de
sangue como jamais haviam sido testemunhados mesmo nos piores períodos de tumulto e
inquietação sob a casa de Acabe. Por mais de dois séculos, os líderes das dez tribos haviam
semeado vento; então estavam colhendo tempestade. Rei após rei foi assassinado para abrir
caminho a outros ambiciosos governantes. “Eles instituíram reis sem o Meu consentimento”,
disse o Senhor sobre os ímpios usurpadores, “escolheram líderes sem a Minha aprovação”
(Os 8:4). Todos os princípios de justiça foram postos de lado. Aqueles que deviam ter
permanecido diante das nações da Terra como depositários da graça divina “traíram o
Senhor” (Os 5:7) e uns aos outros.

Com as mais severas repreensões, Deus procurou despertar a impenitente nação para a
compreensão do iminente perigo de sua destruição total. Por meio de Oseias e Amós, Ele
enviou mensagem após mensagem às dez tribos, chamando-as à completa e plena obediência,
ameaçando com desastre como resultado da continuada transgressão. “Vocês plantaram a
impiedade”, declarou Oseias, colheram o mal e comeram o fruto do engano. Visto que vocês
têm confiado na sua própria força e nos seus muitos guerreiros, o fragor da batalha se
levantará contra vocês, de maneira que todas as suas fortalezas serão devastadas… Quando
amanhecer aquele dia, o rei de Israel será completamente destruído” (Os 10:13-15).

A respeito de Efraim, o profeta testemunhou: “Estrangeiros sugam sua força, mas ele não o
percebe. Seu cabelo vai ficando grisalho, mas ele nem repara nisso” (Os 7:9) [O profeta
Oseias frequentemente se referiu a Efraim, líder em apostasia entre as tribos de Israel, como
símbolo de nações apostatadas]. “Israel rejeitou o que é bom” (Os 8:3). Foi “esmagado pelo
juízo” (Os 5:11), incapaz de discernir o desastroso resultado de seu mau caminho, as dez
tribos logo se tornariam “peregrinas entre as nações” (Os 9:17).

Alguns líderes em Israel sentiram duramente a perda de prestígio e desejavam recuperar esse
poder. Mas, em vez de se afastarem daquelas práticas que tinham atraído fracasso ao reino,
eles continuaram em iniquidade, lisonjeando-se de que, na ocasião oportuna, poderiam
alcançar o poder político que desejavam aliando-se aos pagãos. “Quando Efraim viu a sua
enfermidade, e Judá os seus tumores, Efraim se voltou para a Assíria” (Os 5:13); “Efraim é
como uma pomba facilmente enganada e sem entendimento; ora apela para o Egito, ora volta-
se para a Assíria” (Os 7:11); “faz tratados com a Assíria” (Os 12:1).

Por meio do homem de Deus que tinha aparecido diante do altar em Betel, por meio de Elias
e Eliseu, Amós e Oseias, o Senhor repetidamente colocou diante das dez tribos os males da
desobediência. Porém, apesar das repreensões e súplicas, Israel afundou mais e mais na
apostasia. “Os israelitas são rebeldes como bezerra indomável” (Os 4:16), disse o Senhor,
“Meu povo está decidido a desviar-se de Mim” (Os 11:7; Profetas e Reis, p. 279-281).

Segunda, 1º de abril Ano Bíblico: 2Sm 1–4

Traição espiritual

Q
uando Gômer, esposa de Oseias, cometeu adultério, ele sofreu a agonia da traição,
humilhação e vergonha. Aos vizinhos e amigos que viram sua dor, Oseias
transmitiu uma mensagem divina por meio de palavras e ações: Israel, a esposa de Deus,
era igual a Gômer. O povo escolhido estava cometendo adultério espiritual.

O profeta Jeremias comparou os israelitas infiéis a uma prostituta que vivia com muitos
amantes, apesar de tudo o que Deus havia provido para eles (Jr 3:1). De forma
semelhante, o profeta Ezequiel chamou o idólatra Israel de “mulher adúltera”, que se
havia afastado de seu verdadeiro marido (Ez 16:32). Por essa razão, a idolatria na Bíblia
é vista como adultério espiritual.

2. Que advertência é dada em Oseias 2:8-13? Estamos em perigo de fazer


essencialmente a mesma coisa?

A expressão “o trigo, e o vinho, e o óleo” também é usada em Deuteronômio 7:12-14


para descrever produtos básicos que as pessoas desfrutavam em abundância, de acordo
com as promessas de Deus dadas por intermédio de Moisés. No tempo de Oseias, as
pessoas eram tão ingratas para com Deus, tão envolvidas com o mundo, que estavam
apresentando essas dádivas divinas aos seus falsos ídolos. Isso nos adverte a não utilizar
as dádivas recebidas do Senhor tendo em vista objetivos diferentes daquele para o qual
elas foram planejadas – Seu serviço (Mt 6:24).

“Como Deus considera nossa ingratidão e falta de apreciação por Suas bênçãos? Quando
vemos alguém desprezar ou usar mal nossas dádivas, nosso coração e nossas mãos se
fecham contra essa pessoa. Mas os que recebem as dádivas misericordiosas de Deus, dia
após dia e ano após ano empregam mal Suas bênçãos e negligenciam as pessoas por
quem Cristo deu Sua vida. Os meios que Ele emprestou para sustentar Sua causa e
construir Seu reino são investidos em casas e terras, desperdiçados com o orgulho e
satisfação própria, e o Doador é esquecido” (Ellen G. White, Advent Review and Sabbath
Herald [Revista do Advento e Arauto do Sábado], 7 dezembro de 1886).

Você acha fácil usar as dádivas recebidas de Deus de forma egoísta, ou até mesmo de
maneira idólatra? Na prática, como podemos evitar esse pecado?

Comentários de Ellen G. White

O Criador tem dado muitíssimas evidências de que Seu poder é ilimitado, de que Ele pode
estabelecer e destruir reinos. Ele sustenta o mundo pela palavra de Deu poder. Fez a noite,
cheia de cintilantes estrelas no firmamento, e a todas Ele chama pelo nome. Os céus declaram
a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos, mostrando ao homem que
esse pequeno mundo é apenas uma partícula da criação de Deus. Ainda que todos os seres
humanos se recusassem a reconhecê-Lo dizendo: “Deus não existe”, Deus não precisaria
deles para comprovar Seu poder.

Os habitantes dos mundos não caídos observam com piedade e censura o orgulho e a
autossuficiência do ser humano. Os ricos e honrados do mundo não são apenas aqueles que
glorificam a si mesmos. Muitos que professam honrar a Deus proclamam sua própria
sabedoria e seu poder. Agem como se Deus estivesse sob obrigação para com eles, como se
Ele não pudesse operar sem a ajuda deles. Observem esses o céu estrelado, e com admiração
e espanto estudem as maravilhosas obras de Deus. Pensem eles na sabedoria que o Senhor
revela mantendo em perfeita ordem o vasto Universo e nas poucas razões que o homem tem
para se vangloriar de suas conquistas (The Youth’s Instructor, 4 de abril de 1905).

Na formação de nosso mundo, Deus não dependeu de substância nem matéria preexistente.
Ao contrário, todas as coisas, materiais e espirituais, surgiram perante o Senhor Jeová ao Seu
comando, e foram criadas para Seu próprio desígnio. Os céus e todas as suas hostes, a Terra e
tudo quanto nela há são não somente obra de Suas mãos; vieram à existência pelo sopro de
Sua boca (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 312).

Ali, quando for removido o véu que obscurece nossa visão, e nossos olhos contemplarem
aquele mundo de beleza de que ora captamos lampejos pelo microscópio; quando olharmos às
glórias dos céus hoje esquadrinhadas de longe pelo telescópio; quando for removida a mácula
do pecado, a Terra toda aparecer “na beleza do Senhor nosso Deus” – que campo se abrirá ao
nosso estudo! Ali o estudante da ciência poderá ler os relatórios da criação, sem divisar coisa
alguma que recorde a lei do mal. Poderá escutar a melodia das vozes da natureza e não
perceberá nenhuma nota de lamento ou tristeza. Poderá enxergar em todas as coisas criadas
uma escrita; contemplará no vasto Universo, escrito em grandes letras, o nome de Deus; e
nem na Terra, nem no mar, nem no céu permanecerá um indício que seja do mal (Educação,
p. 303).

Terça, 2 de abril Ano Bíblico: 2Sm 5–7

Promessa de restauração
3. Leia Oseias 2. Qual é a mensagem principal de Deus para Seu povo nesse texto?
Como o evangelho é revelado nesse capítulo?
A
mensagem de Oseias apresenta a profunda verdade do constante amor de Deus por
um povo indigno. O capítulo 2 contém um longo discurso do Senhor sobre a
apostasia de Israel, que é então comparada com esse amor infalível. Após a punição, o
marido guiará a esposa em uma viagem ao deserto, onde eles se casarão novamente.

Assim, o capítulo termina com a descrição de um tempo futuro, depois do juízo, quando
Deus atrairá Israel para amá-Lo como antes (Os 2:12-15). Os animais selvagens não mais
devorarão as vinhas e figueiras da esposa, mas se tornarão parceiros na nova aliança (Os
2:18). Além disso, cada filho receberá um novo nome, revelando novamente a vontade
divina de curar e perdoar as transgressões passadas de Seu povo.

4. Deus oferece gratuitamente o perdão dos pecados. Qual é o custo do perdão para
Deus? Qual foi o custo pessoal dessa lição para Oseias? Os 3:1, 2

Crescendo como homem em Israel, Oseias estava destinado a desfrutar de uma condição
privilegiada naquela sociedade patriarcal. Mas esse privilégio vinha com uma grande
responsabilidade. No antigo Israel, o homem tinha que fazer um tremendo esforço para
perdoar e receber de volta a esposa infiel, além da aceitação dos filhos gerados por outro
homem. Ficar com a esposa, esses filhos e, assim, sofrer a rejeição social deve ter sido
uma das mais difíceis experiências da vida.

Oseias, porém, “comprou-a” de volta. Deus, em certo sentido, fez a mesma coisa pela
humanidade, mas o custo foi a morte de Jesus na cruz. Somente olhando para a cruz
podemos obter um quadro muito mais claro do preço que Deus pagou para nos resgatar
da ruína que o pecado causou.

Comentários de Ellen G. White

Nas Escrituras, o caráter sagrado e permanente da relação entre Cristo e Sua igreja é
representado pela união matrimonial. O Senhor uniu a Si Seu povo por meio de um concerto
solene, prometendo-lhe ser seu Deus, enquanto o povo se comprometia a ser unicamente
dEle. Disse o Senhor: “Eu me casarei com você para sempre; Eu me casarei com você com
justiça e retidão, com amor e compaixão” (Os 2:19). E noutro lugar: “Tomarei vocês” (Jr
3:14). E Paulo empregou a mesma figura no Novo Testamento, quando disse: “Eu os prometi
a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a Ele como uma virgem pura” (2Co 11:2).

A infidelidade da igreja para com Cristo, permitindo que sua confiança e afeição dEle se
desviem, e consentindo que o amor às coisas mundanas ocupe o coração, é comparada à
quebra do voto conjugal. O pecado de Israel, afastando-se do Senhor, é apresentado sob esta
figura. E o maravilhoso amor de Deus, que assim desprezam, é descrito de maneira tocante:
“Fiz um juramento e estabeleci uma aliança com você, palavra do Soberano, o Senhor, e você
se tornou Minha” (Ez 16:8). “Você se tornou muito linda e uma rainha. Sua fama se espalhou
entre as nações por sua beleza, porque o esplendor que Eu lhe dera tornou perfeita a sua
formosura… Mas você confiou em sua beleza e usou sua fama para se tornar uma prostituta”
(Ez 16:13-15, 32). “‘Mas, como a mulher que trai o marido, assim você tem sido infiel
comigo, ó comunidade de Israel’, declara o Senhor” (Jr 3:20; O Grande Conflito, p. 381,
382).

O homem não pertence a si mesmo. Ele foi comprado por um preço, e que preço! O Filho
unigênito de Deus condescendeu em viver em humilhação, negação de Si mesmo e
autossacrifício, despojando-Se de Sua própria majestade e glória, como Comandante das
cortes celestiais, para que pudesse trazer vida e imortalidade à humanidade. Ele vestiu Sua
divindade com humanidade e veio a este mundo marcado pela maldição, a fim de dar à
família humana um exemplo do que a humanidade pode se tornar por meio de Jesus Cristo,
caso permita que Ele habite nela. Ele viveu a lei de Deus na natureza humana, para mostrar
que, pelo Seu poder, a humanidade pode observar essa lei. Todo aquele que desejar partilhar
Sua glória futura deve também partilhar de Sua abnegação e Seu autossacrifício, a cada ponto
da estrada rumo ao Céu. Deve representar Cristo no mundo, assim como Ele representou o
Pai (The Bible Echo, 20 de julho de 1896).

Quarta, 3 de abril Ano Bíblico: 2Sm 8–10

Acusação contra Israel

O
seias 4:1-3 apresenta Deus como Aquele que traz uma acusação ou uma questão
jurídica (hebraico rîb) contra Israel. A nação escolhida era culpada diante de seu
Deus porque o povo não havia conseguido viver de acordo com os termos da aliança.
Verdade, misericórdia e conhecimento de Deus deviam ser as qualidades do
relacionamento entre Israel e Ele. De acordo com Oseias 2:18-20, esses são dons que
Deus concede ao Seu povo na renovação da aliança.
Devido ao pecado, porém, a vida de Israel foi destituída desses dons da graça. Os crimes
listados por Oseias tinham levado a nação à beira da anarquia. Os líderes religiosos,
sacerdotes e profetas, tiveram parte na deterioração da vida de Israel naquele momento e
foram responsabilizados por isso. Eles tinham grande responsabilidade. Se não
enfrentassem os abusos e não condenassem os atos de injustiça, seriam condenados por
Deus.

No Antigo Testamento, a adoração de ídolos era considerada o pecado mais grave porque
negava o papel do Senhor Deus na vida da nação e do indivíduo. Devido ao clima seco,
as chuvas nas terras de Israel eram questão de vida ou morte. Os israelitas chegaram a
acreditar que suas bênçãos, como a vivificante chuva, provinham de Baal. Por isso,
construíram santuários para deuses estrangeiros e começaram a misturar imoralidade
com adoração.

Ao mesmo tempo, a injustiça social se alastrava na terra. As classes ricas em Israel


exploravam os camponeses a fim de conseguir pagar tributo à Assíria. Muitos recorriam
à fraude e ao engano (Os 12:7, 8). Foi em virtude dessas coisas que o período
anteriormente pacífico e próspero se tornou um momento de turbulência política e social.
O país estava à beira do caos total.

“Pobres homens ricos, professando servir a Deus, são dignos de piedade. Enquanto
professam conhecer ao Senhor, eles O negam em suas obras. Quão grandes são suas
trevas! (Mt 6:23). Afirmam ter fé na verdade, mas suas obras não correspondem à sua
religião. O amor às riquezas os torna egoístas, exigentes e arrogantes. Riqueza é poder, e
frequentemente o amor a ela corrompe e neutraliza tudo o que é nobre e divino no ser
humano” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 2, p. 682).

5. Leia Tiago 5:1-7. Como essas palavras se encaixam com a verdade presente
expressa nas mensagens dos três anjos de Apocalipse 14:6-12? Seja qual for nossa
posição financeira, como podemos nos proteger contra os perigos que o dinheiro
sempre apresenta aos seguidores de Cristo?

Comentários de Ellen G. White


O Senhor fez um concerto com Israel que, se o povo obedecesse a Seus mandamentos, Ele lhe
daria chuvas no devido tempo, faria a terra produzir e as árvores do campo darem frutos. Ele
prometeu: “a debulha se… chegará à vindima, e a vindima se chegará à sementeira” (Lv
26:5). Eles se fartariam de pão e habitariam seguros na terra. O Senhor faria perecer seus
inimigos. Não os aborreceria, mas andaria com eles e seria seu Deus, e eles seriam Seu povo.
Porém, se desprezassem Seus reclamos, Ele agiria inteiramente contra eles em tudo isso. Em
lugar de Sua bênção, a maldição pesaria sobre eles. Deus abateria a soberba de sua força e
tornaria os céus como ferro e a terra como cobre. “A força de vocês será gasta em vão, porque
a terra não lhes dará colheita, nem as árvores da terra lhes darão fruto. Se continuarem se
opondo a Mim… Eu mesmo Me oporei a vocês” (Lv 26:20, 21 e 24; Testemunhos Para a
Igreja, v. 2. p. 661).

O Senhor enviou Seu profeta com palavras de advertência e reprovação. Ele foi ao rei, através
de cuja influência o povo tinha sido levado à idolatria, e afirmou o direito de Jeová ser o
único Deus em Israel. Repetidas advertências foram dadas, apenas para ser desconsideradas.
O povo foi cativado pela suntuosa exibição dos ritos fascinantes de culto aos ídolos e seguiu o
exemplo de seu rei, entregando-se ao culto sensual e degradante, aos intoxicantes prazeres.
Levado pelo rei e sua corte, o povo rejeitou o governo moral de Jeová e foi infiel à confiança
que lhe foi concedida como depositário da verdade. A luz brilhou, mas ele preferiu seguir
seus próprios caminhos em lugar dos caminhos de Deus. E o culto a Deus, a boa e benfazeja
lei que lhe foi dada, foram desconsiderados (Signs of the Times, 18 de dezembro de 1884).

A condição do povo de Deus em nossos dias é semelhante à do idólatra Israel. Muitos que
ostentam o nome de cristãos estão servindo a outros deuses paralelamente ao Senhor. Nosso
Criador requer nossa suprema devoção, nossa prioritária dedicação. Tudo o que tende a
diminuir nosso amor a Deus, ou interferir com o serviço a Ele devido, se torna um ídolo. Para
alguns, as propriedades, casas e os negócios são ídolos. Ocupações materiais prosseguem com
zelo e energia, enquanto o serviço a Deus é prestado em consideração secundária. O culto
familiar é negligenciado, a oração secreta é esquecida. Muitos afirmam tratar honestamente
os semelhantes e parecem sentir que, fazendo assim, cumprem todo seu dever. Mas, não é
suficiente observar o sexto mandamento do decálogo. Devemos amar a Deus de todo o nosso
coração. Nenhuma obediência parcial aos mandamentos – nada menos que amor supremo a
Deus e amor pelos semelhantes – pode satisfazer os requerimentos da lei divina (Signs of the
Times, 26 de janeiro de 1882).

Quinta, 4 de abril Ano Bíblico: 2Sm 11, 12


Chamado ao arrependimento
“A vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo,
a quem enviaste” (Jo 17:3).

O
nome Oseias em hebraico significa “o Senhor salva”, e está relacionado com os
nomes Josué, Isaías e até mesmo Jesus. O profeta chama o povo a rejeitar o pecado
e encontrar refúgio no Senhor seu Deus, porque Ele é seu Criador e Redentor. O
propósito do juízo divino era lembrar aos pecadores que sua vida e força provinham
dAquele a quem eles deviam voltar. Por isso, mesmo em meio a todas as advertências e
pronunciamentos de juízo, o livro de Oseias apresenta os temas do arrependimento
humano e do perdão divino.

O profeta exortou a nação, que estava perecendo no pecado por “falta [do]
conhecimento” (Os 4:6), a continuar conhecendo plenamente a Deus e a viver em
harmonia com Seus princípios eternos. Foi a falta de conhecimento de Deus que levou o
povo à rebelião e acabou resultando no juízo.

Em contrapartida, por meio da fé e obediência eles poderiam conhecer o Senhor. Esse


conhecimento pode ser próximo e íntimo. É precisamente por isso que o casamento é um
símbolo do tipo de relacionamento que o Senhor deseja ter conosco.

Por isso também a vida cristã é principalmente um relacionamento com o Deus vivo. Por
essa razão, o Senhor chama as pessoas para conhecê-Lo e seguir Sua vontade.

O problema do pecado trouxe uma terrível separação entre Deus e a humanidade. Mas,
pela morte de Jesus na cruz, um caminho foi feito para que caminhemos lado a lado com
o Senhor. Podemos, de fato, conhecê-Lo por nós mesmos.

6. Qual é a diferença entre saber coisas a respeito de Deus e conhecer a Deus? Como
essa diferença se reflete na nossa vida prática? Se alguém lhe perguntasse: “Como
posso conhecer a Deus?”, o que você responderia? O que as seguintes passagens
ensinam sobre a importância de “conhecer o Senhor”?

Êx 33:12, 13:

Jr 9:23, 24:
Dn 11:32:

1Jo 2:4:

Comentários de Ellen G. White

A predileção de Deus em relação a Israel sempre foi condicional à sua obediência. Ao pé do


Sinai, as hostes de Israel entraram em uma relação de concerto com Deus, como seu “tesouro
pessoal dentre todas as nações” (Êx 19:5). Os israelitas deveriam ser um “reino de sacerdotes
e uma nação santa”. Solenemente, prometeram seguir o caminho da obediência. “Faremos
tudo o que o Senhor ordenou”, disseram eles. Dias depois, quando a lei de Deus foi proferida
no Sinai e, por meio de Moisés, foram comunicadas instruções adicionais em forma de
estatutos e juízos, os israelitas novamente prometeram: “Faremos tudo o que o Senhor
ordenou” (Êx 24:3). Na ratificação do concerto, outra vez o povo declarou em uníssono:
“Faremos tudo o que o Senhor ordenou” (v. 7). Deus escolheu Israel como Seu povo, e Israel
O havia escolhido como seu Rei (Review and Herald, 19 de fevereiro de 1914).

Moisés foi inspirado a proferir uma profecia, apontando o inevitável resultado da apostasia.
Delineou claramente os males que resultariam do afastamento dos estatutos de Jeová.
Conclamando os Céus e a Terra como testemunhas contra o povo, ele declarou que, se depois
de haver longamente habitado na Terra da Promessa, os israelitas introduzissem coisas que os
olhos tinham visto, esculpissem imagens e se recusassem a retornar à adoração ao verdadeiro
Deus, a ira do Senhor se levantaria e eles seriam levados cativos e dispersos entre os pagãos.

“Vocês serão rapidamente eliminados da terra, da qual estão tomando posse ao atravessar o
Jordão. Vocês não viverão muito ali; serão totalmente destruídos. O Senhor os espalhará entre
os povos, e restarão apenas alguns de vocês entre as nações às quais o Senhor os levará. Lá
vocês prestarão culto a deuses de madeira e de pedra, deuses feitos por mãos humanas, deuses
que não podem ver, nem ouvir, nem comer, nem cheirar.”

Essa profecia foi cumprida em parte no tempo dos juízes de Israel, tendo mais completo e
terrível cumprimento no cativeiro de Israel pela Assíria, e de Judá por Babilônia. Durante
séculos, de geração a geração, Satanás fez repetidas tentativas para levar Israel a esquecer “a
lei, isto é, os decretos e as ordenanças” (Dt 6:1) que tinha prometido observar para sempre;
pois ele sabia que somente levando Israel a se esquecer de Deus, seguindo “outros deuses,
prestando-lhes culto e curvando-se diante deles”, a nação escolhida certamente pereceria (Dt
8:19). Porém, o inimigo não havia levado em conta Aquele que “não deixa de punir o
culpado”, mas cuja glória é ser “misericordioso, paciente, cheio de amor e de fidelidade, que
mantém o Seu amor a milhares e perdoa a maldade, a rebelião e o pecado”, (Êx 34:6, 7).
Apesar dos esforços de Satanás para frustrar os propósitos de Deus para com Seu povo
escolhido, mesmo em alguns dos mais escuros momentos da história de Israel, quando parecia
que as forças do mal haviam vencido, graciosamente o Senhor Se revelou, expondo diante da
nação as coisas que contribuiriam para seu bem-estar nacional. “Eu lhes escrevi todos os
ensinos da Minha lei”, Ele declarou através do profeta Oseias, “mas eles os consideraram
algo estranho” (Os 8:12). “Fui Eu quem ensinou Efraim a andar, tomando-o nos braços; mas
eles não perceberam que fui Eu quem os curou” (Os 11:3). Ternamente, o Senhor tratou com
eles, instruindo-os ponto a ponto, preceito a preceito (Review and Herald, 19 de fevereiro de
1914).

Sexta, 5 de abril Ano Bíblico: 2Sm 13, 14

Estudo adicional

C
om o tempo, Oseias tomou conhecimento do fato de que seu destino pessoal era um
espelho do sofrimento divino, que sua tristeza ecoava a tristeza de Deus. Nesse
sofrimento semelhante, como ato de solidariedade com a aflição divina, o profeta
provavelmente tivesse visto o significado do casamento que tinha contraído por ordem
divina [...]

“Somente vivendo na própria vida o que o divino Esposo de Israel experimentou, o


profeta foi capaz de sentir compaixão pela situação divina. O casamento foi uma lição,
uma ilustração, em vez de símbolo ou sacramento” (Abraham J. Heschel, Os Profetas;
Massachussets, Prince Press, 2001, p. 56).

“Em linguagem simbólica, Oseias pôs perante as dez tribos o plano de Deus de
restauração em favor de toda pessoa penitente que se unisse com Sua igreja na Terra, as
bênçãos asseguradas a Israel nos dias de sua lealdade a Ele na terra prometida.
Referindo-se a Israel como aquele a quem Ele ansiava mostrar misericórdia, o Senhor
declarou: “Eis que Eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração. E lhe
darei as suas vinhas dali, e o vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como
nos dias de sua mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito” (Os 2:14, 15;
Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 298).

Perguntas para reflexão

1. Costumamos pensar que idolatria é se curvar a estátuas. De que forma a idolatria pode ser
algo muito mais sutil e enganoso do que isso?

2. O que significa conhecer a Deus? Se você diz que “conhece o Senhor”, o que quer dizer
com isso? Como esse conhecimento é adquirido?
3. Alguns teólogos antigos argumentaram que Deus é impassível, isto é, Ele não sente
angústia nem prazer devido às ações de outros seres, como os seres humanos. O que pode
levar as pessoas a defender essa posição? Por que devemos rejeitar essa ideia?

4. Pense no elevado preço da nossa redenção. O que isso nos diz sobre nosso valor diante de
Deus?

Respostas sugestivas: 1. Isaías andou nu e descalço para ilustrar o que ocorreria com os prisioneiros egípcios e etíopes e para
advertir Israel a não depender do Egito; Jeremias fez jugos e correias para usar e enviar às nações, indicando que
Nabucodonosor subjugaria os povos; Ezequiel desenhou a cidade de Jerusalém em um tijolo, pôs cerco sobre ela e se deitou
sobre a iniquidade de Israel e Judá. 2. O povo de Deus sofreria por causa da idolatria, ao atribuir aos falsos deuses as bênçãos
concedidas pelo Senhor. 3. Deus desejava restaurar a felicidade de Seu povo infiel e levá-lo à reconciliação com seu Criador. 4.
Para Deus, o perdão custou a morte de Seu Filho; para Oseias, custou a vergonha diante da sociedade e um preço pago ao
amante da mulher adúltera. 5. Tiago advertiu contra as riquezas obtidas por meio da injustiça, motivada pelo egoísmo e
adoração ao ser humano; o Apocalipse adverte contra a falsa adoração, que resulta em injustiça e opressão, em contraste com a
adoração ao Deus verdadeiro, Criador e Mantenedor da vida. 6. A diferença está na comunhão com Deus, que nos leva a
cumprir Sua vontade. Podemos conhecer a Deus pelo estudo da Bíblia, oração e testemunho. Essa foi a experiência de Moisés,
João, Daniel e Jeremias.

Auxiliar para o professor

Resumo da Lição
TEXTO-CHAVE: Oseias 2:23

O ALUNO DEVERÁ...
Conhecer: A intolerância de Deus para com o pecado e Seu amor para com
Seu povo.
Sentir: Promover o sentimento de amor para com os pecadores, a exemplo
do amor divino.

Fazer: Submeter-se ao plano de Deus e louvá-Lo porque Ele nos aceita.

ESBOÇO
I. Conhecer: Deus não pode tolerar a desobediência obstinada
A. Por que Deus pediu que Oseias se casasse com Gômer, uma mulher
promíscua?

B. O que o casamento de Oseias fala sobre a condição de Israel antes de seu


exílio na Assíria?

C. Por meio do exemplo de Oseias, como Deus reorientou Israel sobre o


fundamento dos verdadeiros relacionamentos?
II. Sentir: O amor altruísta e incondicional de Deus
A. O que o amor e condescendência divinos dizem ao nosso nível de
compreensão e comportamento?

B. Por que Deus ama tanto as pessoas? Por que Deus está preocupado com
os seres humanos?

C. Como você se sente ao saber que os dispersos serão reunidos e plantados


novamente, a Não-amada será amada outra vez, e os que são chamados Não-
Seu-povo serão adotados como Seus filhos?
III. Fazer: A graça de Deus reverte a situação
A. Por que o perdão de Oseias para com a esposa rebelde é inquietante e
também significativo para nós hoje?

B. As ações da graça de Deus para com os pecadores ajudam você a lidar da


mesma forma com os que erram?

RESUMO: Quando nos voltamos a Deus em resposta ao Seu chamado de amor, Ele perdoa,
muda nossa condição, nos abençoa e conduz a uma vida nova.

Ciclo do aprendizado
Motivação

Focalizando a Palavra: Oseias 3:1-3


Conceito-chave para o crescimento espiritual: Deus é como um marido amoroso e
carinhoso. Seu povo é Sua noiva. Esse relacionamento de marido e mulher foi
dramatizado na vida do profeta Oseias, a quem Deus pediu que se casasse com uma
mulher promíscua. O amor de Deus, profundo, terno, clemente e persistente, é um
modelo de fidelidade para nosso relacionamento de amor com Deus e com nosso
cônjuge.
Só para o professor: Neste trimestre estudaremos os 12 Profetas Menores do Antigo
Testamento. Embora sejam chamados de “menores”, esses doze profetas são
importantes. A distinção “menores” refere-se apenas à extensão relativamente pequena
de seus livros, em comparação com os livros maiores de Isaías, Jeremias, Ezequiel e
Daniel.

A expressão “os Doze” foi mencionada pela primeira vez no segundo século antes de Cristo
(cerca de 180 a.C.), no livro apócrifo Eclesiástico (Sirácida 49:10). Josefo também estava
ciente dessa expressão (Contra Apion, 1.8.3). É interessante que cada um dos doze livros é
citado pelo menos uma vez no Novo Testamento (o profeta mais citado é Zacarias). Preste
atenção ao significado dos nomes desses profetas menores, porque cada nome transmite, em
essência, a mensagem que é ampliada e explicada no respectivo livro de cada profeta.

Discussão de abertura: Se você pudesse mudar seu nome, qual escolheria? Que nome de
personalidade do passado ou do presente você gostaria de ter? Se você preferisse ter vários
nomes, em vez de apenas um, quais escolheria? Por que as pessoas apreciam quando você
sabe o nome delas e as chama pelo nome? O que é tão precioso e importante a respeito dos
nomes? O que eles revelam sobre nós? Nosso caráter é definido pelo nosso nome? Como os
nomes bíblicos funcionam, em comparação com os nomes da atualidade?

Perguntas para reflexão:

1. Por que o povo de Deus precisa de profetas? O que é tão específico e insubstituível acerca
do papel deles?

2. Por que a voz profética muitas vezes é perturbadora? De que forma as mensagens
proféticas são positivas ou negativas? Como conciliar o fato de que as mensagens de juízo e
condenação e as mensagens de esperança e restauração estão expressas no mesmo livro?

Compreensão

Só para o professor: O nome do profeta Oseias significa “salvação”, que é o tema


principal de seu livro. Por meio da narrativa da vida pessoal de Oseias e sua atitude para
com a esposa infiel, essa mensagem enfatiza o amor redentor de Deus para com os
pecadores. Tenha o cuidado de apresentar esse livro de modo sensível, porque ele
contém uma história com elementos perturbadores e até escandalosos. Não coloque a lei
de Deus e Seu caráter amoroso em contradição. Ao contrário, concentre-se na principal
intenção dessa mensagem dramática, ou seja, o maravilhoso amor e fidelidade de Deus
como Marido, durante um tempo em que se esperaria a expulsão ou mesmo o
apedrejamento da mulher adúltera. A reação divina à profunda decadência espiritual,
moral e política revela Sua atitude solidária para com os pecadores.

Comentário Bíblico
Oseias foi um profeta do oitavo século a.C., cujo ministério durou várias décadas (Os 1:1).
Ele foi o único profeta que veio do Reino do Norte. Enviado por Deus para dar uma
mensagem de arrependimento a esse reino, sua tarefa era ajudar a evitar a tragédia do
cativeiro assírio e a queda de Samaria, capital do Reino do Norte (722 a.C.). Se apenas os
líderes e o povo tivessem ouvido a Deus, teriam sido poupados das calamidades e da tragédia
nacional e pessoal.

Os profetas eram não somente porta-vozes de Deus. Às vezes, eles eram solicitados a encenar
sua mensagem, como se pode ver em Isaías (Is 20:2-4), Miqueias (Mq 1:8), ou Ezequiel, que
realizou 12 ações simbólicas (Ez 3:26, 27; 4:1-3; 4:4, 5; 4:6-8; 4:9-17; 5:1-4; 12:1-6; 12:17-
20; 21:6, 7; 21:18-23; 24:15-26; 37:15-23). O objetivo dessas ações era sacudir as pessoas de
sua teimosia e levá-las a novas decisões em favor de Deus e Sua verdade, afastando-as de
deuses estrangeiros, imoralidade e comportamento antiético.

I. O casamento de Oseias – parte I

(Recapitule com a classe Os 1–3.)

O Senhor pediu que Oseias encenasse sua mensagem de uma forma extremamente incomum,
dramática e espetacular. Apesar das diferentes opiniões dos estudiosos com relação a alguns
aspectos da interpretação de Oseias 1–3, a melhor evidência disponível leva à seguinte
interpretação: O profeta teve que se casar com Gômer, mulher promíscua que já havia tido
filhos de seus relacionamentos ilícitos anteriores (Os 1:2). A razão é dada: “A terra se
prostituiu, desviando-se do Senhor.” Assim, a vida da família de Oseias se tornou uma
parábola viva do relacionamento do Senhor com Israel.

Oseias teve três filhos com sua esposa Gômer. Os nomes desses filhos também trazem uma
mensagem. O primogênito era um menino, Jezreel (que significa “Deus espalha”), seguido
por uma menina chamada Lo-Ruama (que significa “Não-Amada”) e finalmente outro filho,
Lo-Ami (que significa “Não-Meu-Povo”). O próprio Deus escolheu esses nomes estranhos.
Toda vez que Oseias os revelava ao povo, as pessoas devem ter parado para pensar, porque a
intenção era impactá-las. Foi uma mensagem forte, que não poderia ser facilmente ignorada.

Pense nisto: Como o casamento de Oseias foi uma parábola viva do relacionamento de Deus
com Israel? Que impacto os nomes dos filhos de Oseias devem ter exercido no coração e
mente do povo de Israel?

II. Casamento de Oseias em crise


(Recapitule com a classe Os 3:2, 3.)

O evento descrito no capítulo 3 segue cronologicamente a experiência do capítulo 1. Gômer


deve ter sido extremamente grata a Oseias por aceitá-la e perdoá-la, por elevá-la ao status de
uma esposa legítima, e também por sustentar a família. Em vez de abraçar o amor altruísta do
marido, ela se envolveu na infidelidade conjugal. Apesar de seu adultério repetido, Oseias foi
um marido bondoso e não se divorciou de Gômer nem a expôs às severas punições aplicáveis
à infidelidade naquele tempo (resultando até mesmo em morte). Em vez disso, demonstrou-
lhe misericórdia e amor. Redimiu-a, pagando por sua liberdade o equivalente a 30 siclos
(metade em dinheiro e metade em mercadorias. Compare Oseias 3:2 com 2 Reis 7:1, 16, 18).
Ele a chamou de volta gentilmente: “Tu esperarás por mim muitos dias; não te prostituirás,
nem serás de outro homem; assim também eu esperarei por ti” (Os 3:3).

Pense nisto: Como Oseias tratou Gômer, apesar de sua infidelidade? De acordo com a lei, o
que ela merecia? Qual é a semelhança entre a maneira de Oseias tratar Gômer e o amor
redentor de Deus por Israel? A esse respeito, comente sobre o último sacrifício de Cristo em
nosso favor, que continua sendo o modelo para maridos e a maneira ideal de amar a esposa de
modo altruísta (Ef 5:25).

III. O amor de Deus é incompreensível

(Recapitule com a classe Os 2:7.)

Visto que Gômer correu atrás de seus amantes e cometeu adultério, assim Israel cometeu
adultério contra Deus, entregando-se aos cultos da fertilidade de Baal e muitos outros deuses
estrangeiros (Os 2:7). Deus proveu tudo para Seu povo e, repetidamente, perdoou e atraiu
Israel de volta para Si mesmo. Ele ordenou que Oseias amasse Gômer “como o Senhor
[amava] os filhos de Israel” (Os 3:1). Deus esperava que Seu relacionamento de amor para
com Israel, Sua esposa, a levasse a uma mudança de atitude, arrependimento, devoção total e
fidelidade: “Voltarei a estar com o meu marido como no início, pois eu estava bem melhor do
que agora” (Os 2:7, NVI). Ele desejava mostrar Seu amor por ela: “Eu Me casarei com você
para sempre; eu Me casarei com você com justiça e retidão, com amor e compaixão. Eu Me
casarei com você com fidelidade, e você reconhecerá o Senhor” (Os 2:19, 20, NVI).

Deus provou Seu amor pelo povo mudando os nomes dos filhos de Oseias. Essa é uma
mensagem poderosa e uma completa mudança de status. O nome de Jezreel já não era “Deus
espalha”, mas “Eu plantarei.” Lo-Ruama não mais seria “Não-Amada”, mas “Eu mostrarei
Meu amor.” Finalmente, Lo-Ami já não seria “Não-Meu-Povo”, mas seu novo nome seria
“Tu és Meu povo”. Quão maravilhoso é o amor de Deus por Seu povo! A única resposta
adequada ao amor tão irresistível do nosso verdadeiro Marido é: “Tu és o meu Deus” (Estude
cuidadosamente Os 2:23).

Aplicação
Só para o professor: Em nossa sociedade promíscua, a falta de fidelidade a Deus e aos
nossos cônjuges é um problema enorme. Ajude sua classe a entender a importância de
relacionamentos saudáveis e as maneiras de cultivá-los.

Perguntas para reflexão:

1. Como podemos praticar a verdadeira devoção a Deus, e como podemos mostrar isso
de maneira prática em nossa família?

2. Que coisas e questões da vida nos distraem da completa dedicação a Deus e ao


nosso cônjuge?

Criatividade

Só para o professor: Os capítulos 1 a 3 de Oseias são uma parábola da nossa vida. A


fidelidade, o cuidado e amor de Deus devem ser vistos nitidamente em nós. Ajude a
classe a ver essa figura de Deus de maneira vívida.

Atividade:

1. Peça que a classe escreva um pequeno roteiro sobre a mensagem de Oseias 1–3. Tanto
quanto possível, inclua todos os personagens da história e incorpore a perspectiva e voz de
Deus. Se for o caso, peça que os jovens da igreja encenem esse roteiro.

2. Pergunta para discussão: O que significa as promessas divinas “Eu plantarei”, “Mostrarei
Meu amor”, e “Tu és Meu povo”?

Informativo Mundial das Missões

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