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PROFETAS

MENORES
Introdução
Os profetas do Antigo Testamento
foram homens extraordinários, com
mensagens extraordinárias. Todos tinham
tarefa especial a cumprir e, dever difícil a
realizar. Porém, todos tinham ouvido a voz
suprema do Altíssimo e se sujeitaram ao
seu mandado. Acontecesse o que
acontecesse, estavam prontos a obedecer
ao Senhor e entregar a Palavra procedente
do Pai a seus filhos rebeldes.
Confiando em Deus lançaram-se à obra, e
com os olhos fixos na linha de chegada
levantaram suas vozes proferindo
profecias poderosas e inspiradas. Muitas
das vezes, mesmo com risco de vida,
permaneceram fiéis, anunciando que o
Todo-Poderoso estava irado com a nação,
e que em breve o seu justo juízo seria
executado sobre todos o que não se
arrependessem e voltassem a Ele.
Este grupo de profetas são chamados de
menores, não porque suas profecias sejam
inferiores ou de menor importância do que
a dos profetas maiores, mas devido o
volume de suas profecias, contudo a
intensidade das suas mensagens tinha as
mesmas proporções. Assim como os
profetas maiores, estes também eram
legítimos porta-vozes do Senhor. A
designação de profetas maiores ou
menores foi dada por Agostinho no séc IV.
OS PROFETAS OS OS
DE ISRAEL PROFETAS DE PROFETAS DO
JUDÁ PÓS- CATIVEIRO
Jonas, Amós Obadias, Joel, Ageu, Zacarias e
e Oséias Miquéias, Malaquias
Naum,
Habacuque e
Sofonias
Os temas do Profetas Menores
abordam sobre o Dia do Senhor ou sobre o
atributo de Deus, sua santidade, justiça,
grandeza, e tantas outras atribuições. Suas
narrações, redigidas há centenas de anos,
continham mensagens dirigidas ao povo
de Israel que naqueles dias vivia
corrompido com as práticas pecaminosas
dos ímpios ao seu redor. Sua profecias
focalizam quatro fases da história:
1 – Os seus próprios dias.
2 – O futuro próximo, ou seja, o
cativeiro e o retorno.
3 – O futuro mais distante, ou seja, a
vida de Cristo e a sua missão.
4 – O fim dos tempos, ou seja, Grande
Tribulação, Milênio, Juízo Final, Novos
céus e Nova terra.
Apesar do tempo em que foram
proferidas, suas mensagens, bem como as
dos profetas maiores, são tão eficazes
para a nossa edificação espiritual, que é
como se tivessem sido proferidas para a
nossa geração.
LIÇÃO 1
OSÉIAS, JOEL
E AMÓS
PROFETA OSÉIAS
Oséias foi profeta do reino do Norte.
Sua mensagem dirigiu-se ao reino do
Norte, com referências ocasionais a Judá,
o reino do Sul.
ÉPOCA DE OSÉIAS
Mais ou menos nos últimos 30 a 40
anos do reino do Norte. Começou seu
ministério quando Israel, sob o governo de
Jeroboão II, estava no auge do seu poder, II
Rs 14.23-29.
Assim, foi testemunha da sua queda
rápida. Foi contemporâneo de Amós,
sendo, porém, mais moço; contemporâneo
de Isaías e Miquéias, mais velho que estes.
Quando criança, possivelmente conheceu
Jonas. Os reis em cujos reinados profetizou
foram Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, todos de
Judá, e Jeroboão II, de Israel, Os 1.1. As
datas aproximadas destes reis foram
como segue:
REIS DE ISRAEL, O REINO DO NORTE
Jeroboão II, 782-753 a.C. Reino próspero. O
profeta Oséias inicia o seu ministério.
Zacarias, 753-752 a.C. Reinou 6 meses foi morto
por Salum.
Salum, 752 a.C. Reinou 1 mês. Foi morto por Menaém.
Menaém, 752-742. Incrivelmente cruel.
Pecaías, 742-740 a.C. Foi morto por Peca.
Peca, 740-732 a.C. Morto por Oséias.
Oséias, 732-723 a.C. Queda de Samaria em 722 a.C.
Fim do reino do Norte.
REIS DE JUDÁ, O REINO DO SUL
Uzias, 767-740 a.C. Bom rei, Oséias começa.
Jotão, 740-732 a.C. Bom rei.
Acaz, 732-716 a.C. Muito perverso
Ezequias, 716-687 a.C. Bom rei.
Algumas destas datas em parte
coincidem com outras e são de difícil
compreensão. O período máximo, pois, em
que Oséias pode ter profetizado seria de
782-687 a.C., e o período mínimo cerca de
753-716 a.C.
Admitindo que seu ministério se
estendeu a uma parte considerável dos
reinados de Jeroboão e Ezequias, talvez
fosse seguro colocá-lo em mais ou menos
entre 770-710 a.C.
A SITUAÇÃO
Uns 200 anos antes da época de
Oséias, dez tribos, dentre as doze,
separaram-se do reino de Davi e se
constituíram em reino independente,
tendo o bezerro de ouro como o seu deus
nacional. A este reino idólatra, Deus enviou
Elias, Eliseu, Jonas, Amós e por último,
enviou também o profeta Oséias.
CAPÍTULOS 1.1-2.1.
“Palavra do Senhor, que foi
dirigida a Oséias...” Deus falou não
somente a ele, mas também por ele, Os 1.2.
O profeta recebeu, entendeu e obedeceu a
mensagem, como também a entregou à
Israel. Oséias foi um profeta com uma
profecia contundente.
Alguns comentaristas bíblicos
debatem se Gômer foi uma meretriz antes
de se casar com Oséias ou se ela somente
se prostituiu após se casar e ter filhos. Os
que negam o seu procedimento antes de
se casar com o profeta, tomam como base
o princípio de que o Senhor jamais
requereria algo tão repugnante dos seus
servos, ou que as próprias leis judaicas
não permitiam tal união, ou que foi uma
visão, sonho ou alegoria usada por ele.
Mas, não encontramos nada no relato
profético que indique que foi apenas uma
visão, bem como, nada implica que tudo foi
só simbolismo. Ele não pecou, mas
simplesmente obedeceu à voz de Deus.
Tomou a Gômer como sua legítima esposa.
A expressão “mulher de prostituições”
indica que até então, vivia na prostituição.
Com relação à frase, “terás filhos de
prostituição” é ainda mais difícil de
entender o seu significado.
Na versão corrigida o verbo “terás” é
omitido. Alguns estudiosos concluem que
o profeta não somente tomou para si uma
mulher pecadora, como também, os seus
filhos. Há quem entenda que os filhos que
nasceram de Gômer depois de casada,
foram de outros homens, e não do próprio
Oséias. Uma outra interpretação conclui
que os filhos eram do profeta, mas
chamados “filhos de prostituição” por
causa do comportamento maculado da
mãe. Entendo que o profeta tomou-a como
esposa, já tendo filhos de prostituição. Foi
uma ordem estranha, mas a situação
espiritual de Israel era tão deplorável, que
somente uma vivência ignominiosa como
essa, podia ilustrar a corrupção geral em
que o povo vivia.
Nomes Proféticos:
Não somente o casamento de Oséias
foi uma ilustração daquilo que pregava,
mas até aos filhos deu nomes das
principais mensagens de sua vida. Jezreel,
Os 1.4,5, (Deus semeia ou espalha), o
primogênito. Jezreel fora a cidade da
brutalidade sanguinária de Jeú, II Rs 10.1-
14. O vale de Jezreel (hoje chamado
Esdraelom) foi o velho campo de batalha
em que o reino por um triz não entrou em
colapso. Dando ao filho o nome de Jezreel,
Oséias estava dizendo ao rei e à nação:
Retribuição; a hora do castigo chegou. Lo-
Ruama, (Desfavorecida, Os 1.6, foi o nome
do segundo filho, uma menina, que
significava “não há mais misericórdia para
Israel”, embora houvesse uma
prorrogação para Judá, Os 1.7. Lo-Ami, Os
1.9, nome do terceiro filho, significava
“Não-Meu-Povo”. Oséias então repete os
dois nomes sem a partícula “Lo” (não), Os
2.1, significando agora: “Meu Povo” e
“Favor”, referindo-se, com um jogo de
palavras, ao tempo em que outras nações
seriam chamadas povo de Deus, Os 1.10,
passagem que Paulo cita como significando
a extensão do evangelho aos gentios, Rm
9.25.
CAPÍTULO 2.2-13
A profecia sobre a esperança no porvir,
é interrompida, e o profeta volta à realidade
de sua situação. Sua esposa ainda se
comporta de maneira indigna,
demonstrando que a nação de Israel
continua nas suas iniqüidades,
completamente surda às profecias
inspiradas de Oséias.
Deus usando de exemplo a triste vida
conjugal de Oséias e Gômer, continua
falando a Israel, esperando que ela ouça e
aceite a mensagem de reconciliação.
A mãe repreensível, de Os 2.2-5, é a
nação de Israel e os filhos representam os
habitantes. O profeta admoesta-os a
debater com sua mãe, a nação, para que
volte para o seu marido, ao pai deles, antes
que seja tarde demais. A nação unia-se aos
deuses das outras nações pagãs gerando
filhos ilegítimos, os quais Deus não podia
aceitar como seus. A nação se vendia por
pão, água, lã, linho, óleo e bebida, Os 2.5. O
amor do Senhor o levou a dificultar
bastante a aproximação dela aos seus
amantes, Os 2.6, devido a dificuldade de
encontrar os seus amantes, ela então
pensa em retornar ao seu marido, Os 2.7.
Por não reconhecer que fora o seu marido
que lhe dera o pão, o vinho, o óleo, como
também multiplicara a prata e o ouro que a
nação usara para Baal, Os 2.8; o Senhor lhe
tiraria tudo e a deixaria nua, Os 2.9,10. Nos
versos que se seguem, o Senhor revela que
se a nação persistir na imoralidade, ele
promete:
Reter o trigo e o vinho
Arrebatar a lã e o linho.
Descobrir as suas vergonhas.
Fazer cessar o seu gozo.
Devastar a sua vide e a figueira.
Castigá-la pelos dias de baalins.
RESTAURAÇÃO
O Senhor promete levá-la ao deserto e
falar ao seu coração, Os 2.14.
O Senhor promete fazer do vale de Acor,
uma porta de esperança, Os 2.15.
O Senhor promete que fará a nação
esquecer os seus amantes, Os 2.16,17.
O Senhor promete renovar a aliança e
promete desposá-la para sempre, Os 2.18-
23.
CAPÍTULO 3 – OSÉIAS RESGATA GÔMER
O Senhor ordena que o profeta ame de
novo a mulher de seu amigo, e adúltera,
como Senhor ama os filhos de Israel. Então
o profeta foi e a comprou por 15 peças de
prata e um ômer e meio de cevada, Os 3.1-3.
Nota: A quantia de 15 peças de prata era
então a metade do preço de um escravo.
Mas , com mais um ômer e meio de cevada,
que representa a comida de um escravo
por um ano, isso equivale ao preço total de
um escravo, isto é, 30 peças de prata.
Gômer foi então comprada, sendo assim
libertada da escravidão. Jesus, de igual
modo foi vendido, para nos livrar da
escravidão espiritual e da perdição.
“Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem
rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem coluna, sem estola
sacerdotal ou ídolos. Depois tornarão os filhos de Israel,
e buscarão ao Senhor seu Deus, e a Davi, seu rei. Virão
tremendo ao Senhor e à sua bondade nos últimos dias”,
Oséias 3.4,5
CAPÍTULO 4 – EFRAIM ESTÁ ENTREGUE AOS
ÍDOLOS.
A idolatria é a fonte de seus crimes
nefandos, Os 4.1-3. Os sacerdotes
alimentam-se dos pecados do povo, Os 4.4-
10. As jovens são meretrizes; mulheres
casadas recebem outros homens em casa;
os homens se retiram com prostitutas, Os
4.11-14. Judá, o reino do Sul, Os 4.15, não
afundara tanto na idolatria quanto Israel, e
foi poupado por uns 100 anos depois que
Israel foi destruído. Gilgal citado no verso
15 era santuário de culto idólatra, pensa-
se que ficava uns 11 km de Betel. Bete-Áven
que significa “casa do nada ou idolatria”,
nome que o profeta dá a Betel por se ter
convertido em centro de idolatria, leia Os
4.15; 5.8;10.5. O nome Efraim citado no
verso 17, sendo a maior e mais central das
tribos do Norte, tornou-se sinônimo de
todo o reino Setentrional. O vento citado no
verso 19, é uma metáfora; seria como se
tivesse dito que o vento já havia envolvido
a nação pecadora em suas asas para levá-
la a outra terra.
CAPÍTULO 5 - „EFRAIM TORNAR-SE-Á
ASSOLAÇÃO‟
Sacerdotes, rei e povo são rebeldes
contra Deus, Os 5.1-3. Mergulhados no
pecado, com o que se orgulham, “o seu
proceder não lhes permite voltar para seu
Deus, Os 5.4,5. Filhos bastardos
(estranhos) citado em Os 5.7, significa
filhos de outros homens que não são seus
maridos. O profeta denuncia que será em
vão subir à Assíria, num esforço do rei em
pagar tributo para livrar-se do grande rei,
leia, II Rs 15.19.
CAPÍTULO 6 – SACERDOTES MATAM E
PRATICAM TORPEZAS
O terceiro dia referido em Os 6.2,
significava provavelmente que, após curto
prazo, Israel seria restaurado, e
geralmente se entende como alusão
antecipada à ressurreição do Messias ao
terceiro dia. Gileade, em Os 6.8 e Siquém
em Os 6.9, eram duas das principais
cidades do país, horríveis centros de vício
e violência.
CAPÍTULO 7 – “TODOS ELES SÃO ADÚLTEROS”
“Quentes como um forno e consomem
os seus juízes, Os 7.4,7, refere-se
provavelmente ao período de
concupiscência e violência apaixonada, no
qual quatro de seus reis foram
assassinados em rápida sucessão, mesmo
enquanto Oséias profetizava. Pão que não
foi virado, Os 7.8, queimado de um lado, cru
no outro, portanto impróprio para o
consumo, desta forma, teria que ser
lançado fora. Se Efraim é um bolo, os
ingredientes não era dos melhores, pois
havia se misturado com nações pagãs, e
portanto, não podia ser mesmo um bolo de
qualidade. As cãs referida no versículo 9
falam dos sintomas do fim que se
aproximava. Efraim é como uma pomba
enganada, Os 7.11, esta figura revela a falta
de senso e de direção de Israel. Sem
entendimento, confuso e perplexo, sem
saber para onde ir, caiu cativa numa rede,
nesse caso, a armadilha da Assíria,
preparado pelo Senhor, Os 7.12.
CAPÍTULO 8 – “SEMEIAM VENTOS, SEGARÃO
TEMPESTADES”
Estabeleceram rei, mas não da minha
parte, Os 8.4. Deus designara a família de
Davi para governar seu povo. As dez tribos
se rebelaram e estabeleceram para si uma
linhagem diferente de reis, I Rs 12.16-19.
Mercou ou alugou amores, Os 8.9,
namorando a Assíria com a paga de
tributo, II Rs 15.19,20.
CAPÍTULO 9 – TORNARAM-SE ABOMINÁVEIS
COMO AQUILO QUE AMARAM”
Tornará ao Egito, Os 9.3, não se refere
ao Egito literalmente, leia Os 11.5, mas à
uma escravidão na Assíria igual à do Egito,
embora que após o cativeiro muitos
judeus se estabelecessem no Egito
mesmo. A frase “seu profeta é um
insensato, Os 9.7, tudo indica que fosse
esta a opinião de Oséias acerca dos falsos
profetas, é provável, que essa fosse
também a opinião do povo sobre Oséias.
“Profundamente se corromperam”, Os 9.9,
como nos dias de Gibeá, quando uma
mulher foi brutalizada, toda uma noite, por
indivíduos bestiais, Jz 19.24-26.
O capítulo encerra com uma contundente
promessa de juízo: “Andarão errantes entre
as nações, Os 9.17; isso começou no tempo
de Oséias e continua sem parar até hoje.
CAPÍTULO 10 – “A GLÓRIA DE BETEL JÁ SE FOI”
Os “Bezerros de Betel”, Os 10.5, em
pedaços serão desfeitos, Os 8.6;
espinheiros e abrolhos crescerão sobre os
seus altares, Os 10.8. Salmã é
provavelmente uma referência a
Salmaneser III, rei da Assíria.
CAPÍTULO 11 – “COMO TE DEIXAREI?”
Do Egito chamei a meu filho, Os 11.1, é
citado em Mt 2.15 como se referindo à fuga
dos pais de Jesus para o Egito; como a
nação messiânica, em sua infância, fora
chamada do Egito, assim o próprio Messias
foi chamado de lá. No verso 4 o Senhor diz:
“Atraí-os com cordas humanas, com
cordas de amor ...” No verso 7 Deus
reclama que o seu povo é inclinado a
desviar-se dele, mas no versículo 8, o
Senhor revela o seu coração amoroso e
pergunta:
“Como te deixaria, ó Efraim?
Como te entregaria, ó Israel?
Como te faria como Admá? Como
fazer-te um Zeboim? Meu coração
está comovido dentro de mim, as
minhas compaixões, à uma, se
acendem”
O seu grande desejo não era destruir e
terminar com a raça judaica, mas
conservá-la, amá-la, restaurá-la e
continuar sendo o seu meigo amante. Não
queria aniquilá-la como tinha feito com as
cidades de Admá e Zeboim que sofreram
devastação total no holocausto que
sobreveio a Sodoma e Gomorra, Dt 29.23. O
Senhor declara: “... Sou Deus e não
homem...”, Os 11.9, essa é a razão de um
amor inexplicável, insondável, e
incompreensível.
CAPÍTULO 12 – „EM BETEL ACHOU A DEUS‟
“Assíria” e “Egito”, Os 12.1; refere-se a
diplomacia mentirosa de Israel, que
entrava em acordo secreto com esses
países, contrários um ao outro, resultaria
em desastre. No versículo 4 o profeta faz
referência a Betel, o centro da abominável
idolatria, o mesmo lugar onde seu pai Jacó
não somente achara a Deus, mas dedicara
sua vida a Ele, Gn 28.13-15.
CAPÍTULO 13 – “PECAM MAIS E MAIS”
Efraim fez-se culpado no tocante a
Baal, Os 13.1; a adição do culto de Baal ao
culto do bezerro, sob o governo de Acabe, I
Rs 16.31-33, foi a infecção que
desencadeou a morte nacional. O profeta
usa uma analogia interessante ao
descrever a teimosia deles em rejeitar a
liberdade que lhes era apresentada:
“Um bebê obstinado, que não quer sair da madre, chegada
a sua hora de nascer”, Os 13.13
Embora espiritualmente morta, a
nação recebe uma promessa de
ressurreição:
“... Onde estão, ó morte, as tuas pragas?
Onde está, ó inferno, a tua destruição? ...”.
Aqui temos a promessa de ressurreição
nacional, citada em I CO 15.55, como
referente à ressurreição literal do cristão.
CAPÍTULO 14 – “ISRAEL VOLTARÁ PARA DEUS”
A noiva extraviada do Senhor voltará
para o seu esposo e outra vez
corresponderá ao seu amor, como nos dias
da sua mocidade, Os 2.14-20. O livro de
Oséias versa sobre quatro assuntos: A
idolatria de Israel, sua perversidade, seu
cativeiro e sua restauração. Quase cada
sentença é um parágrafo, alternando-se
sobre estes assuntos aparentemente sem
conexão.
Oséias teve de arrostar com uma
sujeira tão repelente como não se pode
achar em qualquer parte da Bíblia. A
degradação bestial do povo era
simplesmente incrível. Contudo, Oséias
labutou e sofreu, sem cessar, por fazê-lo
ver que Deus ainda o amava. Realmente é
um livro admirável.
PROFETA JOEL
FUNDO HISTÓRICO
O nome Joel significa “Jeová é Deus”.
Seu pai era Petuel, que quer dizer
“Persuadido por Deus”. O profeta era de
Judá, possivelmente de Jerusalém, da
época do rei Joás. Era contemporâneo de
Eliseu e Obadias. Alguns acreditam que
Joel foi sacerdote, além de profeta.
A data do livro gira em torno do ano
835 a.C. Naqueles dias houve vários
ataques maciços de pragas de locustas,
além da seca que castigou a terra e o povo.
A história registra descrições destas
pragas. Testemunhos fidedignos
comentam que os exames de gafanhotos
era de tal monta que cobriam dezenas de
alqueires, chegando às vezes, a cobrir 50
km de largura por 120 de comprimento. Os
insetos, depois de acabar com a lavoura e
as plantas, entravam nas casas e noutros
lugares, a procura de mais alimento.
Comida, feno, roupas e até odres eram
consumidos e cortados em pedacinhos.
Em pouco tempo reduziam a nada o
produto do trabalho de vários meses. Mais
de 80 espécies de locustas são
conhecidas. Joel menciona um tipo, mas
trata do seu desenvolvimento em quatro
fases:
ARA ARC AS FASES
Recém-nascido, sem asas.
1. Cortador Lagarta
Já no primeiro estágio de
2. Migrador Gafanhoto desenvolvimento pode
procriar. Estágio inicial.
Desenvolve pequenas asas;
3. Devorador Locusta não voa, mas pula bem;
começa a devorar
Plenamente desenvolvido,
com asas completas, já voa;
4. Destruidor Pulgão
é o consumidor adulto.
Alguns comentaristas fazem um
paralelo entre estas pragas e os impérios
da visão de Daniel: Babilônia, Medo-Pérsia,
Grécia e Roma. Mas, a interpretação mais
provável é a simbólica. O incidente dos
gafanhotos ou locustas foi real, já havia
acontecido. O profeta lembra isso ao povo
daquela época tão aterradora, porém,
agora o conscientiza das vindouras
invasões inimigas. Nações se levantarão
contra Judá com grande alvoroço e
ferocidade. Por fim, o profeta emprega a
assolação passada para mostrar que no
futuro, o Dia do Senhor será, por sua vez,
ainda mais terrível.
TEMA
“O Dia do Senhor Está Próximo”. É este o
tema do livro. A frase se encontra cinco
vezes em Joel, Jl 1.15; 2.1,11,31 e 3.14. Nestes
versículos encontramos palavras que
evidenciam claramente que tal dia será, de
fato, assustador e temível.
Depois de falar sobre as locustas, Joel
levanta a sua voz bradando ao povo. Ele
procura acordar os ébrios do seu estado
de estupor, Jl 1.5, procura despertar a
virgem (noiva), os lavradores, Jl 1.11, os
ministros de Deus, Jl 1.13. O profeta tenta
advertir todos da grandiosidade do Dia do
Senhor. A sua mensagem visa preparar
Judá para a invasão que há de vir. Será sem
igual, especialmente para aqueles que
estão sem comunhão com o Salvador.
Por isso, Joel admoesta-os a jejuar, se
congregar e clamar ao Senhor, Jl 1.14. Ele,
de maneira direta, anuncia que, se eles
não se humilharem agora, serão
humilhados depois.
O ataque de que fala o profeta é
aquele que ocorrerá durante a Grande
Tribulação. Será quando Judá (Israel) for
atacado pelas hostes inimigas nos dias
antes da grande batalha do Armagedom, o
desfecho da Grande Tribulação.
Podemos ver que a descrição de Joel
(principalmente os versículos 2.2-10),
indica que as tropas adversárias serão
destemidas, heróicas e dominadas pelo
zelo destruidor.
O arauto de Deus não esquece de
mencionar que este exército e sua marcha
fazem parte dos planos do seu
comandante, “o Senhor levanta a voz
diante do seu exército; ...”, Jl 2.11. O
Altíssimo, permite a aflição do seu próprio
povo nas mãos de forças ímpias, a fim de
trazê-lo ao arrependimento, antes que seja
tarde demais.
“Ah! Que dia! ... Sim,
grande é o Dia do Senhor
e mui terrível! Quem o
poderá suportar?”,
Joel 1.15; 2.11.
CAPÍTULO 2.12-20
“Rasgai o Vosso coração ...”, Jl 2.12-14. O
apelo do profeta é um convite ao povo para
acertar-se com o seu Deus. A chamada é
para uma total reconsagração. É a hora da
conversão. Joel alista certos atributos de
Deus, querendo assim mostrar que Ele é
perfeitamente capaz de perdoá-los se eles
se converterem de novo. A idéia de
conversão neste trecho é a de retorno para
Deus.
O pedido do profeta é que Judá volte ao
seu Senhor. Volte com jejum, com choro e
com pranto, Jl 2.12. Seja sincero e volte
arrependido, “rasgai o vosso coração, e
não as vossas vestes, ...”, Jl 2.13. O Senhor
quer mudança interna: Um coração
contrito, magoado por ter cometido tão
grave pecado. Rasgar as vestes, evidencia
somente algo externo, o que não é
suficiente, pois não demonstra o
verdadeiro arrependimento.
Leia o
versículo 14.
DEUS

IRA BÊNÇÃO

PECADO ARREPENDIMENTO
“Tocai a Trombeta ...”, Jl 2.15-17. O
chamamento continua. O profeta proclama
que todos precisam acertar as contas com
Deus. É imprescindível destruir a rebeldia,
pelas raízes. O arrependimento coletivo e
individual da parte de Judá, é essencial a
esta operação, leia Jl 2.15-17.
“O Zelo e a Compaixão do Senhor”, Jl 2.18-
20. As exigências divinas foram expostas;
agora resta ao povo aceitá-las e cumpri-
las.
Se eles cumprirem os requisitos
anunciados pelo profeta, então o Senhor se
mostrará zeloso e compassivo para com a
terra e o povo, Jl 2.18. O arrependimento
sempre precede bênçãos incontáveis, leia Jl
2.19,20.
“Regozijo”, Jl 2.21-24 – Nesses quatro
versículos, a terra, os animais do campo e os
filhos de Sião são admostados a, não
temerem, mas, regozijarem-se. O motivo da
sua alegria é: “... Porque o Senhor faz grandes
coisas”., Jl 2.21
“Restituição”, Jl 2.25-27 – A mensagem de
renovação prossegue através do profeta. O
pai diz que irá repor o que os gafanhotos
tinham consumido. Ele tinha enviado este
grande exército de gafanhotos contra o
seu povo, Jl 2.25; a restituição é tanto
material como espiritual, leia Jl 2.26.
“O derramamento do Espírito Santo”, Jl
2.28-32 – Esta é uma passagem predileta
entre nós pentecostais. Realmente, é um
estandarte da doutrina do Espírito Santo.
Os efeitos dessa efusão, como se diz, são
profecias, sonhos e visões. Profecias,
sonhos e visões que são mensagens e
revelações para a nossa edificação e
fortalecimento. São elos de esperança entre
Deus e suas criaturas, vínculos de fé que
asseguram a nossa posição na família cristã
universal. Junto com esta promessa
maravilhosa, a palavra profética faz alusão
ao Grande e Terrível Dia do Senhor, Jl 2.31,
entretanto, o capítulo termina enfatizando a
graça salvífica:
“E todo aquele que invocar o nome do
Senhor será salvo ...”, Jl 2.32.
O VALE DA DECISÃO, Jl 3.1-21
“Juízos contra as Nações Inimigas”, Jl 3.1-8
Joel trata aqui do fim das nações
adversárias de Judá. O Senhor ajuntará
esses povos no vale de Josafá, que
significa (“Jeová Julga” e representa
simbolicamente os juízos de Deus durante
a tribulação, culminando com a batalha
final na planície de Armagedom) e fará cair
sobre eles a sua vingança, Jl 3.4,7. Tiro,
Sidom, Filístia, que representavam todas
as nações inimigas, tinham se profanado
com a troca de meninos e meninas
escravos, por prostitutas e bebidas fortes,
além de outras práticas vis. Mas a razão
primordial da fúria dos céus despejar
sobre eles foi a sua maneira repugnante
de proceder com o povo de Deus. Eles
haviam roubado o ouro e a prata e
tesouros do Senhor e os colocaram em
seus templos pagãos, Jl 3.5, repartiram
entre si a terra do Senhor, Jl 3.2, venderam
os filhos de Israel e espalharam o povo pelo
mundo afora, Jl 3.2,6. Agora era chegada a
hora do juízo, Jl 3.7,8.
“A Sentença Executada”, Jl 3.9-17 – As
nações foram julgadas e achadas culpadas.
Portanto, resta a execução da sentença
decretada. O resultado será sangrento,
horripilante e final. Será com extraordinário
furor e violência, leia Jl 3.13,14.
“O Restabelecimento de Judá”, Jl 3.18-21 –
Enquanto o Senhor brama e faz tremer os
céus e a terra levando a efeito o
julgamento de seus inimigos, também
providencia proteção para os seus, Jl 3.16,
E saberão que Deus realmente é o
verdadeiro Pai, amável e consciente, que
habita entre eles, Jl 3.17. E finalmente
haverá paz e tranqüilidade, bênçãos em
abundância e restauração completa.
O PROFETA AMÓS
Introdução
Esta profecia parece ter sido proferida
por ocasião de uma visita a Betel, Am 7.10-
14, uns 30 anos antes da queda de Israel.
Amós foi profeta de Judá, o reino do Sul,
tendo uma mensagem para Israel, o reino
do Norte, nos reinados de Uzias, rei de Judá
por volta de 767-740 a.C. e de Jeroboão II,
rei de Israel que reinou entre 782-753 a.C.,
Am 1.1. O terremoto referido no primeiro
versículo do livro, segundo Flávio Josefo,
historiador judeu, coincidiu com a
imposição da lepra de Uzias, II Cr 26.16-21,
o que é confirmado pelo que diz Zacarias,
Zc 14.5. Foi no princípio da co-regência de
Jotão, cerca de 740 a.C.; e, segundo esse
cálculo, a profecia de Amós ocorreu cerca
de 742 a.C. O reinado de Jeroboão havia
sido de muito sucesso. O reino fora
consideravelmente ampliado, II Rs 14.23-
29. Israel estava no auge da prosperidade,
mas em descarada idolatria e exaltando o
mau cheiro de sua podridão moral: Era
uma terra de falsos juramentos, furtos,
injustiças, opressões, roubalheiras,
adultérios e homicídios.
Fazia uns 200
anos que as dez
tribos se haviam
separado do reino
de Davi, por volta do
ano 931 a.C., e
estabelecido o
reino independente
do Norte, tendo
como religião o
culto ao bezerro,
I Rs 12.25-33.
Durante parte desse tempo o culto de Baal
também fora adotado, e muitas das práticas
abomináveis da idolatria cananita ainda
predominavam. Entrementes, Deus enviara
Elias, depois Eliseu e mais adiante Jonas.
Mas, sem nenhum efeito sobre o povo. Israel,
empedernido na idolatria e perversidade,
descambava, agora, veloz para a ruína. Foi
então que Deus enviou Amós e Oséias, num
derradeiro esforço por frear a nação na sua
arremetida para a morte nacional.
CONTEMPORÂNEOS DE AMÓS
Amós, quando menino, provavelmente
conheceu Jonas, e pode tê-lo ouvido contar
a visita que fizera a Nínive. É possível
também que tivesse conhecido Eliseu,
ouvindo-o narrar sua intimidade com Elias.
Jonas e Eliseu estavam se retirando do
palco da História, quando Amós chegou.
Joel também pode ter sido seu
contemporâneo, ou predecessor próximo.
A praga de gafanhotos a que se refere em
Am 4.9, pode ter sido a do tempo de
Joel. Oséias foi seu cooperador. Podia estar
em Betel ao tempo da visita de Amós. Sem
dúvida, eles se conheciam bem e podem
ter comparado notas muitas vezes sobre
as mensagens que Deus lhes havia dado.
Oséias, sendo mais moço, continuou a obra
depois que Amós se afastou. Outrossim,
quando Amós, encerrava seu trabalho,
Isaías e Miquéias começavam o seu.
CAPÍTULOS 1 e 2 – CONDENAÇÃO DE ISRAEL E
NAÇÕES VIZINHAS.
Amós começa
com uma
condenação geral da
região inteira, oito
nações: Síria, Filístia,
Fenícia, Edom, Amom,
Moabe, Judá e Israel.
Chama a juízo cada
uma delas com a
Fórmula “Por três transgressões e por
quatro, especificando as transgressões
particulares de cada uma. “Cativeiro” é
uma das palavras-chaves do Livro, Am 1.5;
5.5,27;6.7;7.17. Dentro de 50 anos
cumpriram-se estes vaticínios. Os poucos
remanescentes que escaparam dos
assírios caíram mais tarde perante os
babilônicos e os gregos.
TECOA, Am 1.1
Lugar de residência de Amós, ficava 16
km ao sul de Jerusalém, 8 km de Belém,
numa elevação de 890 m nas terras
descampadas de pasto que dominavam o
deserto da Judéia, na mesma região onde
se pensa que João Batista, 8 séculos mais
tarde, cresceu e se tornou homem. Amós
dizia-se leigo, visto não ser sacerdote nem
profeta de profissão, Am 7.14, e sim
boiadeiro e colhedor de sicômoros. O
sicômoro era uma espécie de figueira
brava.
O terremoto referido em Am 1.1, devia ter
sido muito forte, pois foi guardado na
lembrança durante 200 anos, e
assemelhado ao dia do juízo, Zc 14.5.
CAPÍTULO 3 – OS PALÁCIOS SUNTUOSOS DE
SAMARIA
Samaria, capital do reino do Norte,
situava-se numa colina a 100 m de altitude,
num vale de beleza extrema, cercado de
montes por três lados, tão inexpugnável
quanto bela.
Mas, seus palacetes residenciais haviam-
se construído à custa do sangue dos
pobres, Am 2.6,7; 3.10; 5.11; 8.4-7; com uma
crueldade de chorar até os pagãos
egípcios e filisteus, Am 3.9,10.
“Betel”, referida em Am 3.14, onde Amós
falava, Am 7.13, era o centro religioso do
reino do Norte, ficava 19 km ao norte de
Jerusalém, um dos lugares onde Jeroboão
I, filho de Nebate, erigiu um bezerro de
ouro, I Rs 12.25-33, que ainda lá se
encontrava, Os 13.2. A esse centro
corrompido de idolatria chegou Amós com
um derradeiro aviso para o reino apóstata.
CAPÍTULO 4 – PREPARA-TE PARA TE
ENCONTRARES COM O TEU DEUS.
As senhoras mimadas de Samaria, Am
4.1,2, viviam opulentamente dos ganhos
extorquidos aos pobres. Amós chama-as
“Vacas de Basã”, Am 4.1, animais cevados à
espera da matança. Dentro de poucos anos
foram levadas “com anzóis”, Am 4.2.
Os assírios conduziam seus cativos
literalmente presos pelos beiços com
anzóis. Os israelitas eram impiedosos em
sua crueldade, contudo intensamente
religiosos, Am 4.4,5. Que religiosidade!
Os esforços repetidos de Deus,
referidos em Am 4.6-13, por salvá-los, foram
por eles baldados. Chegara o tempo de a
nação iníqua encontrar-se com o seu Deus.
“... prepara-te , ó Israel, para te encontrares
com o teu Deus”, Am 4.12b
CAPÍTULO 5 – O DIA DO SENHOR
Lamento sobre a queda de Israel, Am
5.1-3, a seguir outro apelo para que volte a
Deus, Am 5.4-9; neste capítulo temos
muitas denúncias de pecado, mas âmago
da mensagem é “Buscai ao Senhor e vivei”,
A misericórdia que vem do alto ainda pode
ser aproveitada, mas o tempo para isto
está se esgotando. Israel poderá ser salvo
se mudar imediatamente, buscando e
amando o bem e aborrecendo o mal,
Am 5.14,15. Deus sabe que suas
transgressões são muitas e graves, Am
5.12, mas, por enquanto, existe
possibilidade de sua restauração, Am 5.15.
Esperança, ainda existia, mas de forma
mínima. As condições eram tão precárias
que, no meio do seu apelo, Amós manda o
prudente a guardar silêncio, porque o
tempo é mau, Am 5.13. Suas palavras, se ele
falasse publicamente, não seriam
consideradas.
Como os demais profetas, com suas
exortações ele seria zombado, ridicularizado
e de nada adiantaria seus esforços para
acordar o povo do seu sono espiritual.
Alguns, pensando que iam escapar da ira de
Deus, porque se julgavam parte dos
escolhidos do Senhor, desejavam que
chegasse o dia do Senhor. Amós, os alerta
dizendo:
“Ai de vós que desejais o Dia do Senhor! Para que desejais
vós o Dia do Senhor? É dia de trevas e não de luz”,
A EXIGÊNCIA DE DEUS, Am 5.21-27.
“... Corra o juízo como as águas; e a justiça, como ribeiro
perene”, Am 5.24
Talvez pensemos que o Senhor não é
exigente. Mas, ao estudar a sua pessoa e a
sua verdade, notamos que ele requer
muito; de fato, ele requer tudo daquele que
se propõe seguí-lo e servi-lo. O mundo
demanda a nossa vida, nos prometendo
fama, prosperidade, glórias, mas sabemos
que suas promessas são baseadas em
mentiras e que requer um preço alto
demais. O bom Mestre nos procura com
amor e nos fala ternamente para seguir os
seus passos. Promete vida abundante e
eterna e sabemos que ele cumprirá as
suas promessas. Amós denuncia que o
Altíssimo estava cansado da atitude
rebelde de Israel. O Senhor aborrecia e
desprezava suas festas e assembléias
hipócritas; não lhe agradavam seus
holocaustos e ofertas e ficava irritado com
as suas músicas, Am 5.21-23. Desde
quando estiveram no deserto do Sinai, já
não foram absolutamente sinceros quanto
aos sacrifícios ao Senhor, não obstante
houvessem os sinceros que ofereciam
holocaustos a Deus com um coração reto.
Deus, entretanto, exigia a justiça plena.
Justiça abundante como um rio; como uma
inundação que levasse e purificasse a
terra das abominações que a infestavam. O
desejo que ardia no íntimo do Senhor era o
de ver uma transformação real da parte do
seu povo, com o abandono de seus
pecados infames e a busca da
misericórdia do seu Pai.
CAPÍTULO 6 – O CATIVEIRO
Repetidamente Amós contrasta o ócio
sensual, o luxo palaciano e o sentimento
de segurança dos dirigentes e dos ricos,
com os intoleráveis sofrimentos prestes a
sobrevir-lhes. Calné, Hamate e Gate, na
Filístia, eram lugares de imoralidade
excessiva e de grande iniqüidade. O
profeta diz a Israel: Vós sois repugnantes
quanto esses povos, Am 6.2. Os líderes de
Jerusalém e Samaria, viviam como
queriam, sem nada temer, dormiam e
espreguiçavam sobre camas de marfim,
comiam do melhor e do mais caro, Am 6.1,4.
Cantavam e bebiam e se ungiam com finos
óleos, e não se preocupavam com a
corrupção que corrompia a imagem do seu
reino, Am 6.5-7.
CAPÍTULO 7 – VISÕES SOBRE O JULGAMENTO
DE ISRAEL
Amós, como Zacarias, teve várias
visões. Mais adiante veremos que Zacarias
teve oito visões sobre o futuro
restabelecimento de Israel. As cinco
visões de Amós ressaltam o julgamento de
Israel. Nas primeira três visões aparece
um seu acusador, questionando e se
opondo às suas profecias. Após tratar com
esse elemento, Amós recebe mais duas.
A soma de todas indica que o Dia do
Senhor é inevitável e o povo será
severamente sentenciado.
A primeira visão de Amós foi a dos
gafanhotos (ou locustas), Am 7.1-3
simbolizando a destruição da região. Amós
intercede pelo pequeno Jacó. O Senhor se
compadece, e o julgamento foi adiado.
A segunda visão foi a do fogo, Am 7.4-6.
Outro símbolo de destruição vindoura. Outra
vez Amós intercede, e outra vez o Senhor se
compadece.
A terceira
visão foi a do
prumo, Am 7.7-
9. A cidade é
medida para a
destruição.
Duas vezes Deus se compadecera. Não o
faria mais. Não houve intercessão.
Castigara e tomara a castigar; perdoara e
tornara a perdoar. O caso deles é
desesperador.
A reação do sacerdote de Betel, Am
7.10-17. Quanto tempo Amós passou em
Betel não se sabe, mas as suas denúncias
e avisos repetidos estavam agitando o
povo, Am 7.10. O sacerdote fez saber a
Jeroboão. Contudo, Amós ficou cada vez
mais afoito e disse ao sacerdote que ele
mesmo seria cativo e sua mulher se
prostituiria, Am 7.17, isto é, ficaria à mercê
dos soldados assírios invasores.
CAPÍTULO 8 – O CESTO DE FRUTOS DE VERÃO
Outro símbolo de que o reino pecador
estava maduro para a ruína. E uma
reiteração das causas: A ganância, a
desonestidade e a brutalidade para com
os pobres, Am 8.3-8. Repetidamente, sob
muitas figuras, a Bíblia deixa claro que não
há possibilidade de escapar das
conseqüências inevitáveis do pecado
persistente. Porém, a mais triste maldição
seria a fome que Deus enviaria, não fome
de pão e nem sede de água, mas de ouvir a
Palavra de Deus, Am 8.11.
CAPÍTULO 9 – A GLÓRIA FUTURA DO REINO DE
DAVI
Outro vaticínio do cativeiro, Am 9.1-8.
Dentro de 30 anos aconteceu, e o reino
apóstata deixou de existir.
O trono restaurado a Davi, Am 9.8-15. A
visão profética sempre repetida de
luminosos dias além das trevas. Amós
viveu perto de Belém, cidadezinha de Davi.
Sentia-se muito de haverem as dez tribos
renunciado ao trono davídico, que Deus
ordenara para o seu povo, a cujo aprisco
por 200 anos haviam recusado
obstinadamente a voltar.
Sua última palavra: Em dias próximos
o reino de Davi, por eles desprezado,
reabilitar-se-á e dominará não somente
uma nação, mas um mundo de nações, em
glória eterna, leia Amós 9.11-15.
LIÇÃO 2
OBADIAS E
JONAS
O PROFETA
OBADIAS
Introdução
Obadias é um livro de apenas 21
versículos; portanto, o menor livro do
Velho Testamento. Entretanto, isto não
diminui a importância da sua contundente
mensagem contra Edom por suas
transgressões, pronunciando a sua queda
inevitável e fatal. Sobre o autor pouco se
sabe, o nome Obadias significa “Servo de
Jeová” ou “Servo do Senhor”.
Edom era a cordilheira
de montes rochosos a leste do
Vale de Arabá, que se estendia
uns 160 km de Norte a Sul, e
uns 32 km de Leste a Oeste. A
terra de Esaú; (ruivo), ou Edom
(vermelho), Gn 25.25; 36.8,9,
era uma série de fragas e
penhascos ao sudeste de Judá,
estendendo-se do Mar Morto
até o golfo de Ácaba.
O versículo 3 refere-se a região de
Petra, cidade principal e estratégica dos
edomitas. Entre penhascos de cor
avermelhada, eles combatiam seus
inimigos protegidos pelas grandes rochas
da região. Contudo, a profecia assegura
que esta proteção frágil de nada adiantará,
porque é o Senhor que comanda a invasão
contra eles. Serão derrotados e nunca
mais se recuperarão, nunca mais os seus
descendentes se levantarão, Ob 10,16,18.
Dentro de 4 anos após Jerusalém ter
sido queimada, Edom foi invadido e
assolado pelos mesmos babilônicos que
eles haviam ajudado contra Jerusalém. Os
nabateanos apoderaram-se de Edom. Os
poucos edomitas que ficaram retiraram-se
para uma região na parte sul da Judéia,
onde por quatro séculos continuaram a
existir como inimigos ativos dos judeus.
Em 126 a.C., foram submetidos por João
Hircano, um dos governantes macabeus, e
obrigados à circuncisão, sendo absorvidos
pelo estado judaico. Quando a Palestina foi
conquistada pelos romanos em 63 a.C., os
Herodes, que eram uma família iduméia
foram postos à testa de Judá. Foram eles os
últimos edomitas. Com a destruição de
Jerusalém no ano 70 d.C., desapareceram da
história.
Com relação a Judá, a profecia assegura
que um restante seria salvo, e que o reino do
Deus de Judá ainda prevaleceria, leia Ob
17,19,21.
Fundo Histórico:
As dificuldades entre Edom, Gn 25.27-
30 e Israel, Gn 32.28; 35.9-12, já existiam há
muito tempo, desde o ventre materno.
Depois, nos dias de Moisés quando ele
pediu permissão para passar pelo
território de Edom e lhe foi negada, Nm
20.14-21. Em 930 a.C., o reino de Israel
dividiu-se em dois: O Reino do Norte –
Israel, e o Reino do Sul – Judá. As rixas
então continuaram contra o Reino do Sul.
A profecia de Obadias ocorre cerca de 85
anos depois desta divisão. A sua provável
data é aproximadamente entre 840 a 845
a.C.
Tema do Livro:
O tema do livro é “A VINGANÇA DO
SENHOR CONTRA EDOM”. Edom foi um
espinho para os judeus. Ele tinha
perturbado muito o reino unido de Israel e
agora continuava a fazer o mesmo com o
reino de Judá.
Deus, por intermédio de seu profeta, fala
que chegou a hora final dos edomitas. Eles
eram culpados de insultar e injuriar
demasiadamente o seu povo escolhido;
portanto, sofreriam a pena capital, isto é, o
extermínio da face da terra. A paciência de
Deus havia se esgotado, e por conseguinte,
não havia mais esperança para eles. A
nação que tanto oprimiu os descendentes
de Jacó desapareceria sob a ira do Senhor!
Deus, assim exerceria a sua vingança.
A palavra profética a respeito de Edom, diz
o seguinte:
Ele será invadido pelas nações, Ob 1.
Ele será muito desprezado, Ob 2.
Ele será derrubado da sua morada, Ob 3.
Ele será derrubado do seu ninho, Ob 4.
Ele será assolado totalmente, Ob 10.
A SALVAÇÃO DE ISRAEL, Ob 15-21.
O profeta abre aqui um pequeno
parêntese para incluir o juízo de Deus
sobre outras nações inimigas de Israel.
Ainda que Edom continue a ser a principal
vítima da sua profecia.
O termo “Israel” nos Profetas Menores,
tem dois significados: Israel – O Reino do
Norte, ou Israel como o povo escolhido de
Deus; os descendentes de Abraão, Isaque e
Jacó, enfim, de todas as épocas. Às vezes, a
frase “filhos de Israel” é explicitamente
usada no versículo, isto é, os
descendentes de Israel (Jacó). Em outros
trechos, a única pista que indica de que
reino se trata é o contexto em que se
encontra o termo. Mas quando o profeta
salienta a salvação (libertação), está se
referindo ao povo judeu em geral. Portanto,
nos versículos 15 e 16, não somente Edom,
mas todas as nações que participaram de
bebedices e orgias vis no Santo Monte, ao
comemorarem suas conquistas sobre o
povo de Deus, beberão do cálice da ira de
Deus e serão como se nunca tivessem
sido. Obadias aborda sobre três dias:
Primeiro dia, Ob 8 – Edom será arrasado.
Segundo dia, Ob 11-14 – É o dia da angústia,
o dia da calamidade, tempo este em que
Judá sofreu sob as mãos dos edomitas.
Ocasião em que os descendentes de Esaú
tentaram exterminar os filhos de Judá.
Terceiro dia, Ob 15,16 – Este é o “dia do
Senhor”, dia que nas profecias está
sempre relacionado com juízo, destruição
e ira de Deus. O Dia do Senhor é uma
expressão que ocorre com freqüência nos
Profetas Menores. É o período de tempo
que começa logo após o arrebatamento da
Igreja e continua até o estabelecimento
dos novos céus e a nova terra. A salvação
de Israel virá durante o Dia do Senhor.
Portanto, sempre que um dos Profetas
Menores mencionar a salvação ou
libertação dos judeus, está se referindo a
este tempo.
“A casa de Jacó será fogo, e a
casa de José, chama, e a casa de
Esaú, restolho; àqueles
incendiarão a este e o
consumirão; e ninguém mais
restará da casa de Esaú, porque o
Senhor o falou”, Obadias 18.
Inferimos deste texto que a queda de
Edom será inevitável e fatal. E que os
descendentes de José e Jacó, ou seja, os
israelitas, serão vitoriosos contra seus
Como chamas alimentadas por uma fonte
sobrenatural, consumirão os
descendentes de Esaú e o resultado será
restolho, cinzas, restos de um grande
incêndio. Dos versículos 17 a 21, o verbo
possuir encontra-se seis vezes,
demonstrando que Israel possuirá a terra
que o Senhor prometera a seus pais;
embora houve após o retorno do cativeiro
babilônico, algumas conquistas, sabemos
que a possessão plena somente se dará
durante o Milênio. Os salvadores referidos
no último versículo do seu livro, são tipos
ou precursores do real Salvador, o
Messias. Estes salvadores fizeram a sua
parte em reconquistar porções da terra
judaica. Alguns comentadores pensam
que são Zorobabel e os Macabeus, heróis
do período Inter-bíblico, mas o trabalho
completo será efetuado pelo Senhor,
porquanto, o livro termina dizendo: “... E o
reino será do Senhor”, Ob 21.
O PROFETA
JONAS
Introdução
Seu nome significa “pomba”, dando a
idéia de “Porta-voz da Paz”. Era filho de
Amitai e natural de Gate-Hefer, viveu no
reinado de Jeroboão II, que reinou entre
782-753 a.C., e ajudou a recobrar algum
território perdido de Israel, II Rs 14.25, o
que pode ter ocorrido depois da sua visita
a Nínive e durante o intervalo ocasionado
pelo arrependimento temporário dessa
cidade.
A CIDADE DE NÍNIVE
Nínive era a capital do Império Assírio.
Este foi Império Mundial por uns 300 anos,
900 a 612 a.C. Começou sua elevação à
potência universal mais ou menos pela
época da divisão do reino judaico, no fim
do reinado de Salomão. Pouco a pouco
absorveu e destruiu o Reino do Norte de
Israel. Era uma cidade de
aproximadamente 600.000
habitantes.Os reis assírios que tiveram
relações com Israel e Judá foram:
Salmaneser III, 859-824 a.C. Começou a diminuir a Israel.
Adade-Nirari, 808-783 a.C. Recebia tributo de Israel.
Tiglate-Pileser III, 745-727 a.C. Deportou a maior parte de
Israel.
Salmaneser V, 727-722 a.C. Sitiou Samaria
Sargão II, 722-705 a.C. Levou cativo o resto de Israel.
Senaqueribe, 705-681 a.C. Invadiu Judá e foi derrotado.
Esar-Hadom, 680-669 a.C. Muito poderoso.
Assurbanípal, 669-627 a.C. Poderosíssimo e brutal.
Dois reis fracos, 626-609 a.C. O gigantesco Império caiu
em 609 a.C. conforme havia predito o profeta Naum.
De modo que Jonas foi chamado por
Deus para prolongar a vida da nação
inimiga que já procedia ao extermínio de
seu povo. Não admira que ele fugisse na
direção oposta; foi o receio patriótico de
uma máquina militar, brutal e implacável,
que estava acometendo o povo de Deus.
DATA:
Seu livro foi escrito aproximadamente
em 760 a.C. Provavelmente sua visita a
Nínive ocorreu no fim do seu longo
ministério em Israel. Tudo indica que o
profeta procurou por meio do seu livro
ministrar a Israel que continuava
mergulhado na idolatria. O
arrependimento de Nínive, uma cidade
pagã, seria um exemplo para a nação
guardiã dos oráculos do Senhor.
A FUGA DE JONAS, Jn 1.1-16.
A palavra de Deus fora claramente confiada a
Jonas. Sua chamada não poderia ter sido mais clara.
Porém, o profeta resolveu não ir a Nínive, mas fugir para
Társis na Espanha, Jn 1.2,3. Com ajuda de um mapa,
observamos que
as duas cidades
estavam em
posição opostas.
Fugiu do local da
missão mas não da presença de Deus.
Uma vez na embarcação, a desaprovação
da sua atitude se manifestou por meio de
uma violenta tempestade. Medo e pavor se
apoderaram dos marinheiros e eles
procuraram todos os meios possíveis sem
contudo aliviar a situação do navio. O
profeta, encontrava-se dormindo
profundamente no porão do navio, Jn 1.5.
Naturalmente, por causa da história
do peixe, a mentalidade incrédula revolta-
se e não aceita o livro como histórico.
Dizem que é ficção, ou alegoria, parábola,
ou poema escrito em prosa, etc. Jesus
indubitavelmente considerou o caso como
fato histórico, Mt 12.39-41. É necessário
fazer considerável violência à sua
linguagem para que seja outro o seu
sentido. Jesus chamou o caso um “sinal”
de sua própria ressurreição.
Colocou o peixe, o arrependimento dos
ninivitas, a sua própria ressurreição e o
dia do juízo, tudo debaixo da mesma
categoria. Certo que ele tratava de
realidades quando falou de sua
ressurreição e do dia do juízo. Assim foi
que Jesus aceitou a história de Jonas. Para
nós isto resolve a questão. Cremos que o
fato ocorreu realmente, do modo como é
narrado, e que Jonas, sob a direção do
Espírito de Deus, escreveu o livro sem
procurar desculpar-se de sua indigna
atitude; e que esse livro, ainda sob a
direção do mesmo Espírito, foi posto entre
os Sagrados Escritos no Templo, como
parte da revelação que Deus fez de si.
O PEIXE
O vocábulo, erradamente traduzido
“baleia”, significa “grande peixe”, ou
“monstro marinho”. Têm-se achado muitos
monstros marinhos bastante grandes para
engolir uma pessoa; somos informados de
que o Canis Carcharus, um tubarão ou cão
do mar é conhecido por freqüentador dos
mares por onde um navio tem que passar,
viajando de Jope a qualquer porto
espanhol, segundo livros de zoologia, um
Carcharus adulto tem um comprimento de
10 metros; o célebre naturalista francês
Lacepede diz que os cães do mar podem
engolir animais muito maiores que um
homem sem os mutilar, pois possuem uma
queixada inferior com quase dois metros
de extensão semicircular. Pensa-se ser o
cão do mar o grande peixe que Deus
utilizou, entretanto, nenhuma dificuldade
há para crermos que o grande peixe fosse
mesmo uma baleia, porque para Deus tudo
é possível. O que caracteriza a história é
ela tratar de um milagre, que era um
atestado divino de que Jonas havia sido
enviado a Nínive. Sem um milagre assim
assombroso, os ninivitas teriam dado
pouca atenção a Jonas, leia Lc 11.30.
CONFIRMAÇÃO ARQUEOLÓGICA
Ao que sabemos, não há registro do
arrependimento dos ninivitas nas inscrições
assírias. Existem, no entanto, vestígios de
que Adade-Nirari fez reformas similares às
de Amenófis IV no Egito. E, sob os reinados
dos três reis que se seguiram a Adade-Nirari,
houve uma cessação das conquistas
assírias. Nesse período Israel recobrou
território perdido, II Rs 14.25. Isto sugere que
a Influência de Jonas em Nínive foi profunda.
O PROPÓSITO DE DEUS NO CASO
Uma coisa é que o fato pode ter adiado
o cativeiro de Israel, visto que a ganância
de conquista foi um dos pecados de que se
arrependeram, Jn 3.8. Tudo deixa crer que
a intenção de Deus foi dar a entender ao
seu próprio povo que ele também estava
interessado em outras nações. Outrossim,
o lar de Jonas ficava em Gate-Hefer, II Rs
14.25, perto de Nazaré, residência de Jesus,
de quem Jonas era um “sinal”.
Mais ainda: Jope, onde Jonas embarcou para
não pregar a uma outra nação, foi o lugar
exato, escolhido por Deus 800 anos mais
tarde, para ali dizer a Pedro que recebesse
pessoas de outras nações, At 10. E ainda
mais: Jesus citou o caso como figura
profética de sua própria ressurreição ao
“terceiro dia”, Mt 12.40. Assim, em tudo, a
história de Jonas é uma grandiosa
figuração histórica da ressurreição do
Messias e da sua missão a todas as nações.
CAPÍTULO 1 – A FUGA DE JONAS
Társis, Jn 1.3, pensa-se que era Tartessos, na
Espanha. Jonas dirigia-se às partes mais
afastadas do mundo então conhecido.
JONAS DESCEU
1. Desceu a Jope, Jn 1.3
2.Desceu ao navio, Jn 1.3
3.Desceu ao porão do navio, Jn 1.5
4.Desceu ao mar, Jn 1.12
5.Desceu à profundezas da terra, Jn 2.6
6.Depois levantou-se Jonas e foi, Jn 3.3
CAPÍTULO 2 – A ORAÇÃO DE JONAS
Ele devia ter o hábito de orar
empregando palavras do Salmos, assim
como fez nesta bela oração. Seu
lançamento de volta à terra firme pode ter-
se dado perto de Jope, e pode ter sido
presenciado por muitos.
CAPÍTULO 3 – O ARREPENDIMENTO DE NÍNIVE
Jonas, em sua pregação, sem dúvida
contava sua experiência com o peixe,
apresentando testemunhas que
comprovavam sua história. Falando em
nome do Deus da nação à qual os ninivitas
haviam começado a saquear, estes
tomaram-no a sério e ficaram
aterrorizados.
CAPÍTULO 4 – O DESAPONTAMENTO DE JONAS
Fora lá, não para chamá-los ao
arrependimento, mas para anunciar a
sentença da condenação deles. No
entanto, agradou a Deus haverem-se
arrependido, pelo que adiou o castigo,
muito a contragosto de Jonas. Ao nosso ver,
o traço mais tocante do livro está no
último versículo: A compaixão de Deus
pelas criancinhas. Influiu em Deus, para
sustar a destruição da cidade, o fato de
seu coração ser refratário à idéia do
morticínio de inocentes crianças. Jesus
gostava muito de crianças e de atitudes de
crianças em pessoas adultas.
CARACTERÍSTICAS ESPECIAS
1. É um dos dois únicos livros proféticos do
Antigo Testamento escritos por um
profeta nascido e criado no Reino do
Norte (Oséias é o outro)
2.Obra-prima de narrativa concisa, em
prosa; somente a oração em ação de
graças está em forma poética, Jn 2.2-9.
3.Está repleto da atividade sobrenatural de
Deus. Além da providencial tempestade e
do grande peixe, há a aboboreira, o
verme, o vento oriental e a maior
maravilha de todas: O arrependimento de
toda a cidade de Nínive!
4. Contém, de forma mais clara que em
qualquer outro livro do Antigo
Testamento, a mensagem de que a graça
salvífica de Deus é tanto para os gentios
como para os judeus.
AVISO
Nosso ano letivo se encerrará no
próximo dia 12 de dezembro; a secretaria
da escola solicita aos alunos que quitem
as suas mensalidades, a fim de evitarem
que as suas notas sejam bloqueadas.
Outrossim, informamos que retornaremos
às aulas no dia 09 de janeiro de 2006.
A secretaria
LIÇÃO 3
MIQUÉIAS
E NAUM
Introdução
Miquéias profetizou nos reinados de
Jotão (751-736 a.C.), Acaz (736 – 716 a.C.) e
Ezequias, (715 – 687 a.C.). Jotão e Ezequias
foram bons reis, porém Acaz foi mau em
extremo. Miquéias, pois testemunhou a
apostasia do governo e sua restauração.
Sua residência ficava em Moresete, na
fronteira dos filisteus, perto de Gate, uns
40 km ao sudoeste de Jerusalém. Foi
contemporâneo de Isaías e Oséias.
A mensagem de Miquéias dirigia-se a
Israel e Judá, endereçada primeiramente
às respectivas capitais, Samaria e
Jerusalém. Foi profeta do reino do Sul,
Judá. Seu estilo e conteúdo é rico no uso
de formas literárias, uso de contrastes,
perguntas profundas e palavras
penetrantes. A mensagem do seu livro
deixa transparecer que era um servo que
conhecia bem o seu Senhor. A sua profecia
denuncia o pecado dos dois reinos da
Palestina, revelando o juízo vindouro para
as duas capitais, como também a futura
libertação através do Messias. Seu
propósito era denunciar a idolatria e a
injustiça prevalecente, revelando o direito
que Deus tinha de julgar, objetivando acima
de tudo, incentivar o povo a desistir dos
seus pecados e voltar ao seu verdadeiro
Deus. O livro de Miquéias divide-se em três
partes, cada uma começando com a palavra
“Ouvi, ...”, Mq 1.2; 3.1; 6.1.
CAPÍTULOS 1 – 3 – AVISOS
Embora fosse um profeta de Judá, mais
do que qualquer outro profeta, dirigiu suas
mensagens aos dois reinos, já no primeiro
versículo menciona as duas capitais.
Cheio do poder do Espírito e da força, com
muita unção procurou chamar a atenção
do povo a desistir da sua corrupção moral
e espiritual e voltar ao Senhor, antes que
fosse tarde demais. Miquéias é um profeta
que salienta o aspecto messiânico de
Jesus, dando ênfase ao local do seu
nascimento. Seu nome significa “Quem é
semelhante a Jeová, Mq 7.18. O tema do seu
livro é “O Perdão de Deus”. A data do seu
livro é aproximadamente entre 740-710 a.C.
Era de origem campestre, como Amós e,
portanto, enquanto Isaías pregava ao povo
da cidade, Miquéias dirigia suas
mensagens ao povo do campo. Miquéias é
citado no livro do Profeta Jeremias, leia Jr
26.17-24.
O livro de Miquéias inicia com um
comovente apelo ao povo de Israel e de
Judá. O profeta lamenta porque vê que as
feridas de Israel são incuráveis, e o mal já
havia contaminado Judá, Mq 1. 6-9. A seguir
o profeta faz um trocadilho com os nomes
de pequenas aldeias de Judá, para retratar
a futura derrocada do reino do Sul,
observe:
1. “... Revolvei-vos no pó, em Bete-Leafra
(cidade do pó), Mq 1.10
2. “Passa, ó moradora de Safir (cidade de
deleites), em vergonhosa nudez ...”, Mq 1.11
3. “A moradora de Zaanã (cidade de saída)
não pode sair; ...”, Mq 1.11
4. “... O pranto de Bete-Ezel (cidade de
remoção) tira de vós o vosso refúgio.”, Mq
1.11
5. “ ... A moradora de Marote (cidade da
amargura) suspira pelo bem, ...” Mq 1.12.
6. “Ata os cordéis ao carro, ó moradora de
Laquis (cidade do cavalo); ...”, Mq 1.13
7. “ ... As casas de Aczibe (cidade de
decepção) serão para engano dos reis de
Israel”, Mq 1.14.
8. “Enviar-te-ei ainda quem tomará posse
de ti, ó moradora de Maressa, (cidade de
posse); ...”, Mq 1.15.
No primeiro capítulo, temos a previsão
da destruição do reino do Norte, Mq 1.6; e
do cativeiro do reino do Sul, Mq 1.16.
No capítulo dois o profeta denuncia
aqueles que no leito maquinam o mal, e à
luz da alva, o praticam ...”, Mq 2.1. Aqueles
que impulsionados pela ganância fazem
violência a um homem e à sua casa, Mq 2.3.
O profeta deixa claro que imperava a lei do
mais forte, porém, a palavra profética
revela o ponto de vista do Senhor, leia Mq
2.3-5. O caráter impopular da mensagem
dos verdadeiros profetas, motivou o
surgimento dos falsos, Mq 2.6 “Babujeis”,
significa babar. Significa que os falsos
profetas estavam falando tolices que
vinham dos seus próprios entendimentos.
Embora a mensagem é de juízo, há um fio
de esperança para Jacó num futuro
distante, leia Mq 2.12,13.
No capítulo 3, o profeta aponta o seu
dedo profético para os líderes, e os acusa
de aborrecerem o bem e amarem o mal, Mq
3.1,2. Em Mq 3.8 o profeta diz estar cheio do
poder do Espírito, e com juízo e força para
declarar as transgressões de Jacó e o
pecado de Israel.
Os juízes dão as sentenças por
suborno e os sacerdotes ensinam por
interesse, e os falsos profetas advinham
por dinheiro, e ainda encostam no Senhor,
dizendo: “Não está o Senhor no meio de
nós? Nenhum mal nos sobrevirá”, Mq 3.11. O
profeta afirma que por causa deles
Jerusalém será devastada, Mq 3.12.
CAPÍTULO 4 – ANÚNCIOS
Neste capítulo temos a visão da idade
de ouro da terra, com paz e prosperidade,
Mq 4.1-5. Além da paz e da prosperidade, o
Senhor fará de seu povo uma nação
poderosa, Mq 4.6-8. O “primeiro domínio”
no versículo 8 é uma referência ao reino
de Davi, reino que terá o seu maior
esplendor quando Cristo for o Rei
universal. Nos versículos de 9-13 o profeta
faz alusão ao cativeiro babilônico, contudo,
há quem liga essa profecia aos dias da
“segunda Babilônia”, àquela que
representa o reino do anticristo, Ap 17 e 18.
As nações fazem os seus planos de
extermínio contra o povo de Deus, sem
contudo, ter noção dos pensamentos e
nem dos planos do Senhor, leia Mq 4. 11,12.
A profecia diz que o Senhor fará do seu
povo um instrumento triturador, que no fim,
esmagará os seus inimigos, e o lucro será
consagrado ao Senhor, Mq 4.13
CAPÍTULO 5 – ESPERANÇA
“E tu, Belém Efrata, posto que
pequena entre milhares de Judá, de
ti me sairá o que será Senhor em
Israel, e cujas saídas são desde os
tempos antigos, desde os dias da
eternidade”, Miquéias 5.2
Observe a seguir o desdobramento
deste versículo messiânico:
CÉU

Pré-encarnação Abraão
Teofania = Saídas Jacó
Encarnação
Moisés
Josué do Verbo
Gideão Divino
Manoá

TERRA TODAS AS
NAÇÕES
Em meio a profecia sobre a opressão
que Israel sofrerá, ocasião do cerco das
tropas inimigas, Mq 5.1, a palavra profética
aponta para o Messias que sairá mais uma
vez, e desta feita, da pequena e humilde
vila de Belém Efrata, Mq 5.2. E além de
apontar para o local escolhido para o seu
nascimento, a profecia aborda sobre
acontecimentos entre a rejeição do rei e a
sua volta, leia Mq 5.3,4, e no versículo 5,
declara: “Ele será a nossa paz”.
No versículo 5 a profecia faz
referência a sete pastores e oito príncipes,
possivelmente números simbólicos dos
líderes religiosos e governamentais que
Deus usará naqueles dias. O remanescente
de Judá terá uma dupla missão, a primeira
é que será um refrigério para as outras
nações, Mq 5.7. A segunda será punitiva,
pois será como leão entre as ovelhas, Mq
5.8. Há quem acredita ser o leãozinho,
Judas Macabeus, se essa interpretação
estiver correta, parte da profecia já se
cumpriu no período inter-bíblico, e com
absoluta certeza, o pleno cumprimento se
dará com o “Leão da tribo de Judá”, leia Mq
5.9, somente ele eliminará os inimigos.
Naturalmente, Mq 5.10-15 aponta para o
reino messiânico, quando os instrumentos
de guerra serão eliminados, como também
os adivinhos, feiticeiros e ídolos.
CAPÍTULO 6 – A CONTROVÉRSIA DO SENHOR
COM ISRAEL.
Neste capítulo a profecia mostra a
diferença entre a religiosidade e a
adoração autêntica. O termo controvérsia
tem o mesmo sentido de contenda de
Oséias 4.1. É uma queixa que Deus
apresenta contra o seu povo, o Senhor
convoca a natureza como testemunha
dessa demanda judicial, Mq 6.1,2. O Senhor
inicia fazendo uma pergunta, para a qual,
eles não tinham resposta, leia Mq 6.3.
Depois lembra-lhes dos atos da
misericórdia e da justiça divina, Mq 6.4,5.
Este foi o maior acontecimento da história
de Israel e o notável fato da consciência
nacional, cuja ocorrência fez deles uma
nação, e ao qual, em pensamento, os
salmistas e profetas sempre retornaram.
Não apenas o Senhor os redimira e lhes
dera grandes líderes nacionais, mas
também demonstrou sua justiça e amor
fazendo com que fossem abençoados,
quando seus inimigos prefeririam que
tivessem sido amaldiçoados, Mq 6.5.
Entretanto, ao invés de sentirem suas
miserabilidades e se arrependerem, eles
queriam aplacar a ira do Todo-Poderoso
com uma mera religiosidade, leia Mq 6.6,7.
Eles de tão corrompidos que estavam, não
podiam entender o que o Senhor pedia
deles; chegaram a pensar em oferecer um
sacrifício pagão, oferecendo os seus
próprios primogênitos. A lei reivindicava
os primogênitos do homem e dos animais
para o Senhor, Ex 13.2,12. Os primogênitos
dos animais eram sacrificados. Contudo, o
sacrifício de crianças era proibido sob
pena de morte, Lv 18.21; 20.2-5; Dt 12.31;
18.10. Os primogênitos precisavam ser
remidos, Ex 13.13. A profecia de Miquéias
revela no versículo 8, a essência do Antigo
Testamento. O Senhor não pede
religiosidade e sim que:
1. Pratiquem a justiça.
2. Amem a misericórdia.
3. Andem humildemente com o seu Deus.
Não que a profecia esteja contra os
cerimoniais religiosos dos judeus, porque
andar humildemente com Deus, incluía a
observância humilde das leis morais,
como também os cerimoniais do
Pentateuco. Para Miquéias deve-se dar
prioridade as coisas mais importantes,
mostrando que afinal de contas, um andar
santo perante Deus é a melhor evidência
da genuína religião. O sistema de
sacrifícios nunca foi dado para ser uma
finalidade em si mesmo, mas sempre teve
a intenção de assistir a resolução íntima
da mente humana, por uma série de atos
específicos e exteriores, que deveriam ter
sua significação interpretada em termos
de real andar santo para que tais atos se
tornassem eficazes. Portanto, o versículo 8
revela a simplicidade da verdadeira
religião, princípio válido tanto no Antigo
Testamento como também no Novo. No
período dos Juízes o profeta Samuel
declarou:
“... Tem, porventura, o Senhor tanto prazer
em holocaustos e sacrifícios quanto em
que se obedeça à sua palavra? Eis que o
obedecer é melhor do que o sacrificar, ...”,
I Samuel 15.22
Ao invés de justiça, praticavam
injustiça e impiedade, Mq 6.10; e ao invés
de misericórdia, havia falsidade e
violência, Mq 6.11,12. Portanto, o trecho que
compreende os versículos de 9-16,
condena as desonestas práticas
comerciais que se tinham tornado comum
em Israel. Miquéias se dirige aqui aos
negociantes da cidade, Mq 6.9-12, os quais
se ocupavam em desonestidades
comerciais, a enganar e mentir. Ele
proclama a verdade eterna que negócios
assim levados a efeito não podem
subsistir e que os lucros assim ganhos
não serão desfrutados, Mq 6.13-15. Os
magnatas da cidade são condenados por
observarem os estatutos de Onri, e toda a
obra da casa de Acabe. Parece ficar
evidente, por essas palavras, que os
costumes opressivos e violentos da
dinastia de Onri haviam sido quase que
elevados ao nível de estatutos legais, por
volta do século VIII a.C. De todas as ações
da casa de Acabe, a injusta aquisição, por
parte do próprio Acabe, da vinha de Nabote,
era o exemplo mais destacado, leia Mq
6.16.
CAPÍTULO 7 – O PROFETA LAMENTA A
CORRUPÇÃO EXISTENTE, E REVELA A GRANDE
COMPAIXÃO DO SENHOR.
Miquéias descreve anos
espiritualmente magros. Judá e Jerusalém
são como um jardim de fruteiras, depois
que os frutos são colhidos. A exibição de
folhas é bastante grande, mas pode-se
buscar em vão por frutos sólidos, Mq 7.1.
Judá era moralmente estéril, não havendo
sequer um que fosse reto, Mq 7.2. Uns
faziam presas dos outros. Praticar o mal
não era algum lapso ocasional ou súbita
rendição à tentação da parte dos
indivíduos, mas era uma orientação
deliberada, com a qual cooperavam
homens proeminentes, diz o versículo 3:
“Tecem o mal juntamente”. Não havia um
sequer do qual pudesse depender um
homem, e mesmo aqueles que à primeira
vista pareciam promissores em bondade,
mostravam-se desapontadores. Haviam-se
tornado habilidosos em seus auto-
interesses; cada um deles tinha espinhos
como um espinhal, Mq 7.4. Portanto, os
membros dessa sociedade eram afligidos
pelo inevitável castigo merecido do
isolamento, pois, quando não se pode
confiar em ninguém, cada qual deve
manter-se sozinho, e é um salve-se quem
puder.
Rompidos ficam os mais íntimos laços
de amizade e parentesco. A sociedade se
desintegra, porque seus membros não
cumprem as condições de boa fé mútua
das quais depende a vida social, Mq 7. 5,6.
Esta passagem descreve um período de
delações e perseguições, tal como o que
prevaleceu no tempo do rei Manassés.
Em seguida o profeta eleva os olhos do
sórdido fracasso moral e da corrupção da
sociedade ao seu derredor para as eternas
realidades de Deus, Mq 7.7. Com palavras
eloqüentes ele afirma a esperança que
ilumina as trevas da aflição para cada
crente, Mq 7.8. Quantos homens bons,
pressionados na luta contra o mal
avassalador, tem declarado sua fé na
vitória final, como João Bunyan fez com que
Cristão dissesse em sua obra “O
Peregrino”, quando quase era vencido em
sua luta contra Apoliom. O profeta
confessa que o modo de Deus tratar o seu
povo era justa, Mq 7.9. Voltando-se
subitamente, ele repreende os adversários
da nação, Mq 7.10. Então recuperando a
calma, o profeta prevê um dia em que os
filhos exilados de Jerusalém voltarão para
ela, Mq 7.11,12. Porém, mesmo então, as
coisas não serão fáceis, Mq 7.13. Uma vez
mais, entretanto, a figura de um pastor e
seu rebanho surge na mente do profeta, e
ele apela para que Deus mostre seu
cuidado pastoral, Mq 7.14.
Os grandes dias do passado haveriam de
retornar, pois Deus é imutável; e, com um
povo arrependido, ele faria maravilhas aos
olhos das nações, Mq 7.15-17.
O livro encerra com uma grande nota.
Os últimos três versículos formam um
salmo de louvor à eterna misericórdia de
Deus. O profeta se eleva acima de todas as
considerações locais, e fornece, a cada
geração de homens e mulheres em
adoração, palavras com as quais se pode
bendizer Aquele que não retém a sua ira
para sempre, porque tem prazer na
benignidade, Mq 7.18, e termina o seu livro
com as seguintes palavras:
“Tornará a ter compaixão de nós; pisará
aos pés as nossas iniqüidades, e lançará
todos os nossos pecados nas profundezas
do mar. Mostrarás a Jacó a fidelidade, e a
Abraão a misericórdia, as quais juraste a
nossos pais desde os dias antigos”,
Miquéias 7.19,20.
O PROFETA
NAUM
Introdução
A profecia de Naum antecipa a queda
de Nínive. O profeta fala sobre a queda da
cidade com uma clareza e uma intimidade
possíveis somente se tal acontecimento
estivesse quase imediato. Isso data a
profecia de Naum como pouco antes da
queda daquela cidade em 612 a.C. O
profeta também menciona o saque de Nô-
Amom, Na 3.8-10, como fato consumado.
Essa cidade foi pilhada pelo rei
Assurbanipal, da Assíria por volta de 663
a.C. Portanto, o livro de Naum pode ser
datado entre esses dois eventos. Outra
evidência interna sugere que a data pode
ser fixada com mais precisão como pouco
depois da reforma de Josias entre 630–
620 a.C. O profeta foi contemporâneo de
Sofonias, Habacuque e Jeremias.
Quem foi Naum?
Pouco se sabe a respeito de Naum. É
chamado “elcosita”, Na 1.1.
Seu nome significa “consolação”, figura na
palavra “Cafarnaum”, que significa “Aldeia
de Naum”. Pode indicar que ele residiu em
Cafarnaum, ou foi seu fundador, tornando
famoso mais tarde o lugar como centro do
ministério de Jesus. Elcós, lugar de seu
nascimento, ficava provavelmente perto.
Dizem que havia uma Elcós sobre o rio
Tigre, 32 km ao norte de Nínive, e que Naum
podia ter estado entre os israelitas
cativos.
Havia também uma Elcós ao sul de
Jerusalém. Se Cafarnaum foi lugar de sua
residência, então foi ele da mesma
localidade de Jonas e mais tarde, de Jesus.
CAPÍTULO 1 – A SENTENÇA DE NÍNIVE
O profeta Jonas tinha pregado aos
ninivitas, os quais se arrependeram, mas
cerca de um século depois, o povo havia
pervertido. A conversão dos ninivitas fora
temporária, e portanto, agora Deus lhes
envia Naum com uma mensagem de
julgamento e destruição daquela que era
considerada a rainha do Eufrates. Desta
feita não haveria oportunidade de
arrependimento e, por conseguinte, a
queda do grande império assírio seria
inevitável. O zelo do Senhor não permitiria
a continuidade de tanta impiedade,
brutalidade, crueldade, etc., leia Na 1.2.
Assíria naqueles dias vivia um estado de
tal impiedade que sua queda imediata era
a única opção justa para o justo Senhor.
Os assírios eram temidos por todos os
povos por sua brutalidade, crueldade sem
limites e sua vil idolatria. Açoitavam os
seus prisioneiros até o ponto de arrancar a
sua pele, que eram depois usadas como
ornamento nos seus castelos e templos,
sem falar das outras atrocidades que
cometiam.
Interessante que ao pregar a
assolação do império assírio, procurava
confortar ou consolar o seu próprio povo, e
isto concorda com o seu próprio nome que
significa “consolação”. De fato um grande
e ferrenho inimigo dos israelitas,
certamente desapareceria pela
providência divina.
O profeta revela que o Senhor estava
indignado, e a sua cólera se derramaria
como fogo, Na 1.2,6. Os elementos da
natura secam-se, definham e derretem
diante dele, Na 1.3-5.
A mensagem de Naum é contundente:
1. Ele é tardio em irar-se, mas quando age,
fá-lo poderosamente, Na 1.3
2. Não há quem possa suportar o seu furor,
Na 1.6
3. Em meio a sua vingança, há um refúgio
para os justos, Na 1.7
4. A Deus pertence o direito; Ele se revela
justo ao executar vingança, Na 1.9,11.
5. A vingança do Senhor é total e completa,
Na 1.12,14.
“Porém contra ti, Assíria, o Senhor
deu ordem que não haja
posteridade que leve o teu nome;
da casa dos teus deuses
exterminarei as imagens de
escultura e de fundição; farei o teu
sepulcro, porque é vil”, Naum 1.14
A morte de Nínive está decretada,
agora o profeta volta o seu olhar para Judá
e diz:
“Eis sobre os montes os pés do que
anuncia boas novas, do que anuncia a paz!
Celebra as tuas festas, ó Judá, cumpre os
teus votos, porque o homem vil já não
passará por ti; ele é inteiramente
exterminado”, Naum 1.15
Embora seja uma palavra profética
dirigida aos seus contemporâneos, há uma
conotação messiânica, pois as boas novas
de salvação se concretizaria no ministério
e reinado do Messias.
CAPÍTULOS 2 E 3 – A DEVASTAÇÃO DE NÍNIVE
O profeta Naum num relato vívido,
descreve a terrível destruição que se
abaterá sobre a grande cidade de Nínive, a
qual cairá sem poder contar com a
misericórdia divina. O Senhor com este ato
de justiça, estava restaurando a glória de
Jacó, Na 2.2. Nos versículos de 3 a 13, o
profeta descreve com impressionantes
detalhes, a assolação da cidade rainha.
Embora fossem valentes suas tropas, Na
2.3, seus carros velozes, Na 2.4, contudo,
nada poderiam fazer, e nem fugir, pois as
saídas estavam bloqueadas, leia Na 2.5-8.
O leão, o símbolo da Assíria, estava
dominado, Na 2.11, e a voz dos líderes
estava em silêncio, Na 2.13.
Outros aspectos da iniqüidade de
Nínive são indicados, a saber: Sua falta de
escrúpulos no comércio e sua má
influência, Na 3.1.
Seus pecados são punidos na batalha
pelas ruas, Na 3.2,3. Esses versículos são
um exemplo superlativo dos poderes de
descrição de Naum e formam uma das
mais vívidas cenas de batalhas na
literatura hebraica. A confusão e o barulho
das carruagens e dos cavaleiros a atacar, o
brilho do sol refletindo-se nas armaduras
e nas armas, os mortos amontoados pelas
ruas, tão numerosos e entrançados uns
aos outros que as tropas
que avançavam tropeçavam em seus
corpos. Que quadro horrível é este!
Naum passa então a falar da cidade de
Nínive sob a símile de uma meretriz, Na 3.4-
7. Essa metáfora sobre nações e cidades
pecaminosas era favorita entre os
escritores bíblicos. Algumas vezes era
empregada para descrever a idolatria. O
POVO DE Israel, a adorar outros deuses, era
comparado a uma mulher adúltera, Lv 17.7.
Essa metáfora também era usada em
referência às suas ações, quando
imitavam os caminhos dos gentios, Ez
23.30. Condenava as práticas
supersticiosas, associadas à idolatria, Lv
20.6. Finalmente, como neste caso, era
aplicada às trocas comerciais que os
povos gentios levavam a efeito entre si. É
evidente que após suas conquistas, Nínive
procurava edificar-se como centro do
comércio mundial. Presumivelmente isso
era feito porque buscavam as riquezas e o
luxo que assim seriam adquiridos. Ela se
aproximava dos povos com suas
mercadorias. Enganava-os com suas
mentiras. Amolecia-os com seus luxos. À
semelhança de uma prostituta ela os
corrompia com suas imoralidades. Por
causa desses pecados, igualmente, ela
seria punida. Em lugar de honrarias, ela
serviria de espetáculo, Na 3.6. Em lugar de
viver suntuosamente e entre panos finos,
ela seria humilhada com toda
circunstância de degradação, Na 3.5,6.
A fim de convencer Nínive sobre a
certeza de sua destruição, Naum a
relembra do fim da populosa Nô-Amom, Na
3.8, ou seja, Tebas, que caiu apesar de seu
poder. Essa cidade, descrita por Homero
em Ilíada, 9:383, como cidade que possuía
cem portões, era a mais antiga e mais
honrada do Alto Egito. Dotada de grande
extensão, estava adornada de templos,
obeliscos e esfínges.
Situava-se em ambas as margens do
rio Nilo, cujas águas eram levadas aos
portões de seus templos por meio de
canais. As maravilhas desse poderoso
lugar ainda podem ser visto visitando-se
Carnaque e Luxor. Naum se refere a seu
grande rio e aos canais, ao escrever que
Nô-Amom estava situada entre os rios,
cercada de águas, Na 3.8. Em adição ao seu
poder natural, Nô-Amom tinha formado
poderosas alianças.
A Etiópia, um país pobre e atrasado,
mas que produzia vigorosos guerreiros
sudaneses, estava intimamente ligada
com ela. O Egito ficava entre Tebas e seus
adversários assírios, do norte. Nô-Amom
também era ajudada po Pute e Lubim,
geralmente nomes que são considerados
como anônimos da Líbia, Na 3.9. Pute é
traduzida como Libyas, tanto pela Vulgata
como pela Septuaginta. A despeito de tudo
isso, porém, os próprios cruéis assírios
derrotaram Nô-Amom, Na 3.10. Uma sorte
semelhante seria a parte de Nínive. Ela
rodopiaria como embriagada sob o peso
de suas desgraças. O brilho de sua glória
seria empanado. Também buscarás força,
Na 3.11; isto é, procuraria formar alianças
defensivas, tal como Tebas havia feito.
Porém, os baluartes de seu anel externo de
defesa estavam prestes a ruir por terra. Tal
como um homem sacode uma árvore e
ajunta os frutos maduros demais que
desprendem facilmente, assim o
adversário ajuntaria suas fortalezas, Na
3.12. Seu povo não teria forças para a
resistência. Abririam os portões ao
inimigo. O inimigo entregaria às chamas
as suas defesas, para que nunca mais
pudessem oferecer resistência, Na 3.13.
Tal como em Na 2.1, o profeta ironicamente,
ordena então à cidade que se prepare para
a guerra. Que preparassem um suprimento
de água que não terminasse durante um
prolongado cerco. Que edificassem
rampas e reparassem as brechas nas
torres. Que se dirigissem aos calabouços
da cidade e cavassem barro, misturando-o
com palha, colocassem-no em moldes,
pusessem lenha nos fornos, e reparassem
os muros com esse material, Na 3.14. Tais
medidas, embora muito necessárias, eram
um tanto tardias, visto que o inimigo já se
aproximava célere, isto é, ligeiro,
apressado.
Os grandes edifícios de Nínive seriam
incendiados. A espada cortaria seus
homens principais. A cidade seria
assolada como um campo é deixado
desnudo pelos gafanhotos, Na 3.15. O
profeta aproveita a figura da locusta, um
dos fatos da natureza familiar para as
mentes orientais, e serve-se dela para
fazer uma ilustração literária favorita.
Tendo aplicado a figura aos ataques do
exército invasor, Na 3.15a, o profeta agora
a emprega para descrever o número dos
habitantes de Nínive, Na 3.15b,16. Os
capitães da cidade eram tantos como
gafanhotos ou locusta. Seus militares
estavam amontoados dentro da cidade
como uma nuvem de gafanhotos, bem
juntos para se esquentarem nos arbustos,
em dia de frio. Porém, quando o sol se pôs
a brilhar, foram espalhados. Não se poderá
ver mais nem um só deles. Assim como as
locustas subitamente desaparecem,
elevando-se em nuvens em busca de
novos campos, assim os guerreiros de
Nínive, em seu dia mau, sairão fugindo em
todas as direções, Na 3.17.
Verdadeiramente, o quadro é de uma
nação indefesa, privada de todos os seus
líderes, leia Na 3.18. Não há cura para a tua
ferida, Na 3.19. ara a Assíria não havia
esperança de ficar um “remanescente”.
Aquilo era o fim. E a fama, (isto é, as
notícias) de sua queda causaria satisfação
em todos os lugares onde sua iniqüidade
havia sido experimentada.
LIÇÃO 4
HABACUQUE
SOFONIAS
E AGEU
Introdução
Nada sabemos a respeito de
Habacuque fora das informações
prestadas neste livro, mas mesmo aqui ele
não nos fornece sua genealogia nem nos
diz quando profetizou. O próprio nome é
aparentado de um vocábulo assírio, que
significa uma planta ou vegetal. Na
Septuaginta, seu nome aparece como
“Ambakoum”. Jerônimo a derivou de uma
raiz hebraica que significa “segurar”, e
disse que: “ele chamado abraçar” ou o que
abraça”. O livro contém um monólogo entre
ele mesmo e o Todo-Poderoso. O que o
deixava perplexo era a aparente
discrepância entre a revelação e a
experiência. Ele procurava explicação para
isso. Nenhuma resposta direta é dada à
sua interrogação, mas é lhe assegurado
que a fé paciente terminará saindo
vencedora, Hc 2.4. Ele expressa sua fé mui
vividamente em Hc 3.17-19.
Devido ao arranjo musical do capítulo
3, alguns têm pensado que Habacuque foi
levita. Contudo, isso não assegura que de
fato fosse um levita, pois Davi também era
cantor e no entanto, não era levita. É
possível que ele tenha sido membro de um
grupo de profetas associados ao templo, I
Cr 25.1. Ele é o único dos profetas
canônicos que a si mesmo chama de
profeta, Hc 1.1.
Esta profecia pertence ao período entre
625 a 605 a.C., provavelmente mais ou menos
606 a.C., no começo do reinado de Jeoaquim.
Os caldeus (babilônicos) investiam na
direção do oeste, Hc 1.6. A cronologia do
período foi:
640-609 a.C. Josias, grande reforma –
Sofonias
630 a.C. A assíria foi enfraquecida pela
invasão dos citas.
626 a.C. A Babilônia declarou-se
independente da Assíria.
609 a.C. Jeoacaz reinou 3 meses. Levado
para o Egito.
609-597 a.C. Jeoaquim. Reinado muito
perverso. Habacuque.
612 a.C. Os babilônicos destruíram Nínive.
605 a.C. Os babilônicos invadiram Judá.
Levaram cativo.
605 a.C. Os babilônicos derrotaram os
egípcios em Carquemis.
597 a.C. Joaquim reinou 3 meses. Levado
para Babilônia.
597-587 a.C. Zedequias. Rei fraco e
perverso. Levado para Babilônia.
587 a.C. Jerusalém é queimada.
Assolação do país.
A PRIMEIRA QUEIXA DO PROFETA, Hc 1.1-4.
A profecia é uma queixa a Deus, por
permitir que sua nação, em virtude de sua
maldade, seja destruída por outra nação
ainda mais perversa. Habacuque não podia
ver onde, no caso, havia justiça.
A RESPOSTA DE DEUS, Hc 1.5-11
Deus replicou-lhe que, nas conquistas
aterrorizadoras dos exércitos dos caldeus,
ele tinha propósito.
A SEGUNDA QUEIXA DO PROFETA, Hc 1.12-2.1
Reconhecendo que Judá merecia
castigo e correção por seus pecados,
Habacuque procura mais esclarecimento,
Hc 2.1.
A SEGUNDA RESPOSTA DE DEUS, Hc 2.2-20
O poderio caldaico, embriagado com o
sangue das nações, será destruído por seu
turno, Hc 2.2-5; e o povo de Deus ainda
encherá a terra. Neste capítulo temos os
cinco ais.
1º) Ai contra a agressão, Hc 2.6-8
2º) Ai contra a altivez, Hc 2.9-11.
3º) Ai contra a violência, Hc 2.12-14.
4º) Ai contra a desumanidade, Hc 2.15-17.
5º) Ai contra a idolatria, Hc 2.18-20.
A ORAÇÃO DE HABACUQUE, Hc 3
O seu livro encerra com um belo
salmo. Nele se mistura, petições,
declarações de fé e louvor. Mesmo tendo
consciência do julgamento de Judá, o
profeta encerra o seu livro com
exclamações de vitória e alegria, pois
como um autêntico servo de Deus, havia
aprendido a ter fé em Deus em qualquer
circunstância.
“Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó
Senhor, a tua obra no meio dos anos, no
meio dos anos a notifica, na ira lembra-te
da misericórdia”. Habacuque 3.2

PRINCIPIO MEIO FIM

Jó
Moisés
Davi
O poema começa dizendo que as
palavras que o profeta ouviu tem-no
assustado, mas mesmo assim, Habacuque
não deseja impedir o trabalho de Deus. Ele
crê que a ira divina é, de vez em quando,
mister no mundo; contudo apela ao Senhor
para lembrar-se que o Senhor é
misericordioso. Seu principal desejo em
meio às suas frustrações, é que Deus avive
e anime a sua obra, que é o seu rebanho. O
profeta anela a continuação da operação
divina entre o seu povo; que, no decorrer
dos anos, Deus possa restaurar Israel ao
seu devido lugar; não seja severo demais
ao castigá-lo, e o faça conhecido e
novamente digno entre as nações,
trazendo honra ao seu bendito nome.
A Glória do Santo, Hc 3.3-16
A expressão “Deus vem de Temã, e do
monte de Parã vem o Santo, ...”, Hc 3.3,
simplesmente quer dizer que a
manifestação do Senhor e sua justiça e
glória viriam desses locais. Representam
meramente o ponto de partida da vinda de
Deus contra os caldeus. Temã era um
distrito ao Sul de Edom, enquanto Parã é
uma área montanhosa na região do Sinai.
Esta analogia é paralela àquela usada por
Moisés em Deuteronômio 33.2, onde diz
que o Senhor veio do Sinai e Seir, e
também, menciona o monte Parã. A
linguagem poética de Habacuque narra
uma real vinda do Altíssimo, uma teofania,
ou seja, uma manifestação de Deus de
forma diferente de sua autêntica
aparência. Nessa oração em forma de
cântico, o profeta salienta dois aspectos
da justiça divina: Primeiro seu direito de
julgar e segundo, seu propósito em julgar.
Com este propósito o profeta descreve o
impressionante poder de Deus (a terra
treme, Hc 3.6; o sol e a lua pararam, Hc 3.11;
traspassas a cabeça dos guerreiros, Hc
3.14 e vários outros exemplos),
deixando o profeta sem forças: Lábios
trêmulos, podridão nos seus ossos e
joelhos vacilantes, Hc 3.16. ao alistar esses
atributos divinos e ao ouvir o som da
marcha do exército do Altíssimo,
Habacuque fica comovido no seu íntimo,
reconhecendo que somente o Senhor tem
absoluta autoridade para julgar os povos.
Seus propósitos em julgar, como
temos notado também em outras
profecias, são para destruir os seus
adversários e para salvar o seu povo, Hc
3.13. Após estabelecer esses fatos no
coração, o profeta decide, como Deus lhe
falara, Hc 2.3, a esperar em silêncio o dia
da angústia. Alguns interpretam esse dia
como sendo aquele em que Judá será
invadido e devastado pelos babilônicos;
outros pensam que é o dia do julgamento
do Senhor sobre os babilônicos. Porém, a
maioria concorda que esse dia de
calamidade é aquele que sobrevirá aos
inimigos dos judeus. Então o profeta será
recompensado da sua tranqüila espera e
poderá descansar tranqüilamente, pois o
Senhor terá tratado com justiça aqueles
que oprimiam o seu povo.
A Exultação de Habacuque, Hc 3.17-19
A conclusão da mensagem desse
porta-voz de Deus é singular. É uma
exclamação de fé e ânimo ante as
circunstâncias escuras de Judá.
Ainda que essa terra nada esteja
produzindo e os animais da lavoura
tenham sido levados, ou mesmo
destruídos, todavia ele se regozija no Deus
da sua salvação, Hc 3.17,18. Pelos olhos da
fé o profeta viu além da carência de
víveres do seu dia e avistou um futuro
resplandecente quando o Santo de Israel
faria rejuvenescer a lavoura, os animais, a
terra e o povo. Seu coração, ao meditar
nesse fato, palpitava alegremente e
entoava louvores ao seu Salvador. Com
isso, sentia-se seguro e protegido na
fortaleza do seu Capitão, onde recobrava
novas forças e corria e andava, dando
glórias ao seu Senhor, Hc 3.19.
Como é que Habacuque pode se
conduzir de tal forma? Porque ele não
somente prega sobre o viver retamente
pela fé, mas também aplicou este princípio
espiritual à sua própria vida. Sua fé se
alicerçava no Senhor dos céus e da terra;
assim ele podia, confiadamente exultar no
Deus a quem servia. Estava ciente de que
as promessas de seu Pai iriam se cumprir,
e que a sua esperança iria tornar-se em
gloriosa realidade.
SOFONIAS
Introdução
Sofonias profetizou nos dias de Josias,
Sf 1.1. Foi trineto de Ezequias, Sf 1.1, sendo
pois de sangue real e parente de Josias.
Este procedendo do longo e mau reinado
de Manassés, empreendeu grande
reforma, leia II Cr 34, da qual Sofonias foi
ótimo promotor. Esta profecia, pois, foi
proferida poucos anos antes que soasse a
hora da condenação de Judá. O tema de
Sofonias é “O Dia do Senhor”,
principalmente os seus efeitos sobre Judá.
O seu nome significa “Jeová esconde” ou
protege, Sf 2.3. ele escreveu seu livro mais
ou menos por volta de 630 a.C. Judá tinha
sofrido 50 anos de crueldade e opróbrio
sob os reinados de Manassés e Amom. O
paganismo e a corrupção alcançaram o
auge em Judá durante este tempo. No ano
640 a.C., Josias foi coroado rei, no Reino do
Sul; doze anos depois, iniciou uma grande
reforma religiosa, porém, o povo não
cooperou e por isso teve pouco êxito.
Nínive ainda não tinha sido arrasada, Sf
2.13 e Babilônia, vassalo da Assíria, já
estava em ascendência. Anos depois a
própria Babilônia iria conquistar a Assíria
e posteriormente, Judá. Jerusalém se
encontrava em estado lastimável; seus
profetas e sacerdotes tinham aderido à
imoralidade, idolatria e insensatez.
O DIA DA IRA PARA JUDÁ ESTAVA ÀS PORTAS
Sofonias 1.1-2.3
Este dia é chamado o grande dia do
Senhor, que se menciona várias vezes, Sf
1.7,8,9,10,14,15,16,18; 2.2,3; 3.8. Dia de terror,
prestes a sobrevir a Judá e às nações
vizinhas; uma referência inequívoca à
invasão babilônica e ao cativeiro de Judá,
que se deram cerca de 20 anos depois;
possivelmente também uma espécie de
delineamento simbólico de catástrofes a
ocorrerem no tempo do fim. A expressão
“exércitos do céu”, Sf 1.5, refere-se ao culto
ao sol e a lua, idolatria assíria. E “Milcom”,
ou Moloque, era o deus amonita. “Porta do
peixe”, Sf 1.10, era a porta do norte por onde
passava o peixe trazido da Galiléia, mais
tarde conhecida como porta de Damasco.
“Mactés”, Sf 1.11, era uma parte do vale
Tiropoeom, distrito comercial de
Jerusalém.
O DIA DA IRA PARA AS NAÇÕES, Sf 2.4-15
Gaza, Asquelom, Asdode, Ecrom, Sf 2.4,
eram cidades da Filístia. A expressão
“Quereteus” no versículo 5, era outro nome
pelo qual se chamavam os filisteus. Etiópia
referida no versículo 12, era o Sul do Egito;
seus governantes na época dominavam todo
este país. Assíria, Sf 2.13-15, com Nínive sua
orgulhosa capital, terror do mundo, dentro de
20 anos, com toda a sua pompa foram
totalmente assoladas sob o calcanhar de
Babilônia.
O DIA DA IRA PARA JERUSALÉM, Sf 3.1-8
Judá também não ficará isenta do juízo
do Senhor. Jerusalém é verbalmente
lacerada pelo profeta, leia Sf 3.1. Não
atende a ninguém, por sua presunção. Não
aceita disciplina, por isso são
indisciplinados. Não confia no Senhor, por
se acharem auto-suficientes. Não se
aproximam do seu Deus, o que demonstra
atitude soberba e rebelde, Sf 3.2. Seus
príncipes são iguais a leões que devoram
o povo, ao invés de administrar-lhes justiça.
Seus profetas são levianos, frívolos e
bajuladores de si próprios; são falsos, sem
mensagem divina para comunicar. Até seus
sacerdotes praticam abominações no
templo e violam a lei sagrada, não
observam os preceitos de Deus e nem
ensinam o povo a andar conforme seus
estatutos, Sf 3.3,4. Sofonias procura lembrar
ao povo que serve a um Senhor justo, que
não peca e nem erra, Sf 3.5.
Suas ovelhas, no entanto, devem
seguir o seu exemplo e não o dos outros
rebanhos que vivem corrupta e
impiamente. Essas nações serão
exterminadas pela ira de Deus, Sf 3.6 e se
Judá persistir em se conduzir da mesma
maneira que elas, terá o mesmo destino. A
queixa sentida do amável Pai soa nos ares,
conforme o verso 7. Ele disciplina seus
filhos, castigando-os para o seu próprio
bem.
Após várias tentativas de trazê-los a si,
o Senhor vê que não querem aceitar, nem
cumprir suas instruções. Logo ao acordar,
já pensam em ultrajar sua justiça com atos
devassos e depravados.
O ADVENTO DE UMA LINGUAGEM PURA,
Sofonias 3.9-20.
A bonança depois da tormenta. Três
vezes o profeta fala de um restante a ser
salvo, Sf 2.3,7; 3.12,13, e duas vezes do seu
regresso do cativeiro, Sf 2.7; 3.20, com a
adoção, no país, de uma “linguagem pura”,
Sf 3.9, isto é, um sistema correto de pensar
e falar a respeito de Deus. A linguagem é o
veículo e expressão da verdade. É o
vaticínio de um dia por vir, quando uma
revelação completa e perfeita de Deus
seria outorgada ao homem, que é uma
referência obvia ao Evangelho de Cristo,
resultando que convertidos dentre todas
as nações seriam trazidos a Deus, alegres,
com jubilosos cânticos de redenção,
ressoando por toda a terra os louvores do
povo de Deus.
Introdução
Após voltarem do cativeiro, a primeira
providência tomada pelos judeus na
restauração da vida nacional, em sua
pátria, foi reedificarem o Templo.
Ageu, Zacarias e Malaquias.
Estes três profetas pertenceram ao
período de após o regresso do cativeiro;
período do qual se fala nos livros de Esdras,
Neemias e Ester. Ageu e Zacarias ajudaram
na construção do Templo, de 520 a 516 a.C.
Pensa-se que Malaquias se associou a
Neemias perto de 100 anos mais tarde, na
reconstrução dos muros de Jerusalém.
A CRONOLOGIA DO PERÍODO
538 a.C. 50.000 judeus, sob Zorobabel voltam a Jerusalém
538 a.C. No 7º mês, edificaram o altar e ofereceram
sacrifício.
537 a.C. No 2º mês, começa a obra do Templo e é suspensa
520 a.C. No 6º mês, dia 1º, Ageu chama para a construção.
No 6º mês, dia 24º, começa a construção.
No 7º mês, dia 21, segundo apelo de Ageu.
520 a.C. No 9º mês, dia 24º, 3º e 4º apelo de Ageu.
516 a.C. No 12º mês, dia 3, acaba-se o Templo.
515 a.C. No 1º mês, dia 14º ao 21º, Páscoa jubilosa.
458 a.C. Esdras vem a Jerusalém e empreende reformas.
444 a.C. Neemias reconstrói os muros–Período
Malaquias
Judá fora conquistado, Jerusalém
queimada, o Templo demolido e o povo
levado para Babilônia, de 650-587 a.C.
Depois do cativeiro de 70 anos, uns 50.000
judeus retornaram à pátria, conforme o
edito do rei Ciro, Ed 1 e 2, em 538 a.C., e sob
a direção do governador Zorobabel e do
sacerdote Jesua, começaram a reedificar
Jerusalém, principiando pelo Templo. Mas,
antes que removessem o entulho e
lançassem as fundações desse Templo, Ed
3.10, a obra foi suspensa pelos seus
vizinhos inimigos, Ed 4. Por 16 anos nada
mais se fez. Nesse ínterim, novo rei, Dario,
subiu ao trono da Pérsia. Tinha boa
vontade para com os judeus. O tempo era
auspicioso. E sob a pregação e o
encorajamento imediato de Ageu e
Zacarias, a obra foi reiniciada e o Templo
acabado em quatro anos, de 520 a 516 a.C.,
Ed 5,6.
CAPÍTULO 1 - COMEÇA A OBRA DO TEMPLO
Dezesseis anos antes os alicerces do
Templo tinham sido lançados, Ed 3.10, mas
devido às perseguições nada mais foi
feito, e o povo perdeu o interesse pela
obra. O Senhor falando por intermédio de
Ageu, informa-os que nisso estava a razão
de serem minguadas suas safras. Um dos
ensinos do Antigo Testamento mais
insistente é que a adversidade nacional
deve-se à desobediência da nação a Deus.
A mensagem de Ageu logrou efeito
imediato. O povo aceitou-a como palavra
de Deus, e dentro de 24 dias a obra
recomeçou.
CAPÍTULO 2 – A GLÓRIA FUTURA DA CASA DE
DEUS.
Dentro de mais 27 dias, os velhos
alicerces foram desobstruídos e se
edificou o bastante para que se vissem os
contornos e a configuração geral do
edifício. A insignificância deste,
comparada com a grandeza do Templo de
Salomão, fez que os mais velhos, que
tinham visto este, sentissem grande
tristeza. Foi então que Ageu entrou em
cena com a visão do futuro do Templo, ao
lado de cuja glória o de Salomão ficaria
ofuscado e reduzido à insignificância.
Esta é distintamente uma visão
messiânica. A mente de Ageu estava posta
naquele Templo, que ele, ao lado de
Zorobabel, ajudava a construir. Contudo,
suas palavras eram palavras de Deus; e a
mente divina, num sentido mais profundo
talvez do que aquele que Ageu podia
alcançar, visava outro Templo, ainda por
ALCANCE DA PROFECIA
A glória desta última casa será maior do MILÊNIO
que a da primeira, diz o Senhor dos
Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o
senhor dos Exércitos, Ageu 2.9
IGREJA

JESUS
vir, do qual o de Salomão e o de Zorobabel
eram apenas pálidas figuras: A Igreja,
edificada não de pedras, mas de almas
reunidas. A igreja, de glória inalterável,
infinda e inefável, consumação de todas as
obras maravilhosas de Deus, é o Templo do
Senhor, I Co 3.16,17; II Co 6.16; Ef 2.21, com o
qual Ageu está sonhando aqui.
“Farei abalar o céu e a terra”, Ag 2.6,7.
Posto que isto possa se referir
imediatamente a convulsões políticas,
cita-se em Hb 12.26 como tendo referência
ao desvanecimento das coisas terrenas no
alvorecer do reino eterno dos céus.
No texto de Ag 2.10-14, o profeta faz
perguntas aos sacerdotes. Eles que
conheciam a lei mosaica, poderiam
respondê-las. O assunto da primeira
pergunta foi sobre a possibilidade de a
carne santa (ou carne separada para
sacrifícios), transferir a sua santidade a
um outro objeto ao tocá-lo.
Os sacerdotes responderam
negativamente. A segunda pergunta tinha
a ver com a impureza. Se alguém ficava
impuro por ter tocado em corpo morto
esse passaria a sua impureza a um outro
objeto, tocando nele. Desta vez, os
sacerdotes responderam que sim, ficaria
imundo.
Ageu em seguida passa a mostrar que
Judá é uma nação imunda. Sua impureza
que agora a dominava era resultado de
seus contatos e amizades com as nações
pagãs. Por terem se misturado com os
povos ímpios ao seu redor e depois de
passar muitos anos na Babilônia,
absorvera parte de sua cultura, seus
costumes e práticas. Seria quase
impossível não mudar, pelo menos um
pouco, quanto à sua conduta, depois de
tanto tempo em uma terra estranha.
Portanto, o povo estava contaminado e os
seus trabalhos e suas ofertas ao Senhor,
eram imundos. Havia dezesseis anos que
voltaram do cativeiro, mas os males da
velha vida prevaleciam neles.
Nos versículos 15 a 17 do capítulo 2, o
profeta convoca a nação para que
considerasse tudo quanto estava
acontecendo. O profeta sugere que o povo
dê uma olhada retrospectiva, para os dias
que haviam voltado do cativeiro, antes de
iniciar qualquer obra no Templo. Não havia
abundância de víveres, as lavouras haviam
sido contaminadas de pestes, e o povo
estava na miséria, porque havia cultivado o
campo, sem antes buscar a bênção e a
direção de Deus para suas vidas. A
negligência espiritual sempre precede crise
econômica, e por faltar percepção espiritual,
não voltaram para o Senhor, Ag 2.17. Porém, o
profeta agora conclama a nação a observar
que embora não havia semente no celeiro, as
árvores frutíferas não davam frutos, mas a
partir deste dia o Senhor os abençoaria, Ag
Considerando as palavras proféticas
de Ag 2.20-22, à luz da história e da
interpretação bíblica, vemos que esta
profecia aponta para os eventos dos
últimos dias. Naturalmente, a profecia
aponta para o tempo quando as nações
serão subjugadas pelo poder de Deus, e
Israel não será mais oprimido nas mãos
dos inimigos. Findará a Grande Tribulação
e virá o Milênio. Os eventos bíblicos
mencionados no versículo 22 enfocam a
batalha do Armagedom, conforme descrito
em Apocalipse. As últimas palavras de
Ageu apontam para o Messias; a escolha
de Zorobabel, como o anel de selar, é uma
referência a Cristo, visto que, o governador
de Judá pertencia a Casa de Davi, com a
qual o Senhor havia estabelecido a sua
aliança messiânica, leia Ag 2.23.
Zacarias foi contemporâneo de Ageu.
Enquanto parece que Ageu era já muito
idoso, Zacarias aparentava ser muito jovem,
visto que era neto de Ido, o qual voltara para
Jerusalém 16 anos antes, Ne 12.4,16. Já fazia
2 meses que Ageu pregava e a obra do
Templo tinha começado, quando Zacarias
entrou em cena. Todo o ministério de Ageu,
de que se tem notícia durou pouco menos
de 4 meses; o de Zacarias, cerca de 2 anos.
Mas, sem dúvida, eles cooperaram por
O Templo começou a ser reconstruído em
520 a.C. e a obra foi concluída em 516 a.C.
todos os 4 anos, exortando, animando,
ajudando, trabalhando. O livro de Zacarias
é consideravelmente maior que o de Ageu.
Apresenta abundantes traços, rápidos e
brilhantes, do Messias, mencionando
literalmente muitos pormenores da vida e
obra de Cristo. O seu nome significa “Jeová
Lembra”. Além de profeta era também
sacerdote. Era jovem, Zc 2.4. Seu tema: “A
conclusão do Templo e as promessas
messiânicas”
O CATIVEIRO É DEVIDO A DESOBEDIÊNCIA
Zacarias 1.1-76
Esta mensagem inicial de Zacarias
ocorreu entre a 2ª e a 3ª de Ageu, situando-
se entre os versículos 9 e 10 de Ageu 2,
quando a obra do Templo tinha pouco mais
de um mês, e sua manifesta
insignificância desencorajava o povo.
Zacarias adverte-os contra a evidente e
crescente inclinação deles de voltar às
práticas dos seus pais desobedientes, as
quais os trouxeram àquela condição
lastimável. “Não sejais como vossos
pais...”, Zc 1.4. Os pais se arrependeram,
mas só depois de serem punidos. Agora,
uma nova oportunidade está sendo
oferecida à nova geração para que se
estabeleça no Senhor. Pergunta o profeta:
“Vossos pais, onde estão eles? E os
profetas, acaso, vivem para sempre?, Zc
1.5. Depois passa a animá-los com visões
que Deus lhe dera do futuro magnificente.
OS CAVALOS ENTRE AS MURTEIRAS, Zc 1.7-17.
A primeira visão ocorreu no décimo
primeiro mês do ano 520 a.C. Na sua
primeira visão, Zacarias viu três
personagens montados em três cavalos de
cores diferentes, a andar entre as
murteiras. O homem do cavalo vermelho
que pára entre as murteiras, e o anjo do
Senhor, Zc 1.8,10,12, trata-se da pessoa de
Cristo. As murteiras representam o povo
de Deus.
As murteiras são arbustos comuns em
Israel, das quais exalam um perfume
agradável, têm flores brancas, frutos
comestíveis e madeira amarelada e muito
bonita. Os cavalos representam guerra
(vermelho), pragas (baios) e vitória e
glória (brancos). Os cavaleiros
(possivelmente anjos), após percorrerem
a terra anunciam que ela “... está, agora,
repousada e tranqüila”. Zc 1.11. Isto indica
que as nações estavam gozando tempos
de prosperidade e de paz. Israel porém,
não estava. O anjo do Senhor clama a Deus:
“... Até quando não terás compaixão de
Jerusalém ... Contra as quais está
indignado faz já setenta anos?”, Zc 1.12.
Deus responde que está zelando por
Jerusalém e que está irritado com os
países que agravaram o mal contra ela, Zc
1.14,15. Breve ele tomará providências e
seu povo será restaurado, sua cidade
principal reedificada e habitada, Zc 1.16,17.
Notem as palavras “será” e “ainda”, nesses
últimos versículos, indicando
cumprimento futuro da profecia.
QUATRO CHIFRES E QUATRO FERREIROS,
Zc 1.18-21
A segunda revelação simboliza a
derrota dos inimigos de Israel. Os quatro
chifres são forças opressoras,
possivelmente Babilônia, Pérsia, Grécia e
Roma. Os quatro ferreiros são os agentes
de Deus (anjos ou homens) que esmagarão
os chifres, findando assim suas ameaças e
tirania.
JERUSALÉM MEDIDA, Zc 2.1-13.
A explicação da terceira visão em que
a cidade de Jerusalém é medida, mostra
que a cidade santa será grande e cheia de
gente. Fala da volta a Jerusalém, dos
judeus que foram espalhados pelo mundo
afora. A população será tão numerosa que
se estenderá além das muralhas da
cidade, Zc 2.4. Deus estará no meio deles,
habitando com eles, Zc 2.11 e será sua
proteção, Zc 2.5. Esse trabalho do Senhor é
tão vital que Ele requer silêncio de toda a
terra, ao efetuá-lo, Zc 2.13. Notemos que
durante essa terceira revelação, um
segundo intérprete angelical aparece para
transmitir informações ao primeiro anjo
que falava com Zacarias, Zc 2.3. O primeiro
mensageiro tinha explicado o significado
das primeiras duas visões para o profeta,
Zc 1.9,19,21.
JOSUÉ, O SUMO SACERDOTE, Zc 3.1-10
“Deus me mostrou o sumo sacerdote
Josué, o qual estava diante do anjo do
Senhor, e Satanás estava à mão direita
dele, para se lhe opor. Mas o Senhor disse
a Satanás: O Senhor te repreende, ó
Satanás; sim, o Senhor, que escolheu a
Jerusalém, te repreende; não é este um
tição tirado do fogo? Ora, Josué, trajado de
vestes sujas, estava diante do anjo”,
Zacarias 3.1-3
Na quarta visão, o sacerdote Josué
simboliza todo o sacerdócio de Israel. As
suas vestes sujas representam manchas
do pecado. A remoção das mesmas e os
finos trajes que lhe foram dados,
significam perdão, bem como a sua
restauração ao seu primeiro estado
glorioso. O simbolismo abrange todos os
judeus, um povo de vocação sacerdotal,
representado por Josué. Vemos aí, a
promessa da purificação da nação
israelita. O sumo sacerdote e os homens
de presságio (ou “homens que são um
sinal”, isto é, protótipos de eventos e
coisas futuras), precederão a vinda do
“Renovo”, Messias. É uma segunda
promessa registrada nessa visão, que iria
se cumprir entre o povo escolhido de Deus.
A árvore genealógica
de Davi foi cortada,
mas surgirá o
Renovo
AS SEGUNDAS QUATRO VISÕES
Zacarias 4.1-6.15.
Entre a quarta e a quinta visão, o
profeta se encontrou num estado de
intensa sonolência. Note no primeiro
versículo do capítulo quatro que, antes
que o anjo falasse com ele, o despertou
primeiro. Ou Zacarias estava exausto e
adormeceu, ou ele, extasiado pelas
maravilhas sobrenaturais das revelações,
ficou atônito com isso.
O seu ajudante celestial o acordou e
perguntou: “... Que vês? ...”, Zc 4.2
O Castiçal Entre duas Oliveiras, Zc 4.1-14.
O que o servo do Senhor via nesta
quinta visão era um castiçal de ouro,
completo, com um vaso de azeite, sete
lâmpadas e sete tubos. Estava entre duas
oliveiras. A mensagem principal do trecho
se encontra no versículo 6:
“Não por força nem por violência; mas pelo
meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”
O sucesso da obra divina depende da
unção do Espírito Santo. Deus por meio dos
“... Dois filhos do óleo...”, Zc 4.14, iria
reconstruir o seu Templo em Jerusalém. Os
dois servos, Josué, o sumo sacerdote, e
Zorobabel, o governador de Judá
responsável pela reedificação do templo,
Ag 1.1;2.23, são simbolizados pelas duas
oliveiras. O óleo, obviamente, representa o
Espírito Santo; o candelabro é o templo,
que por sua vez representa Israel.
A montanha, Zc 4.7 simboliza os
obstáculos que irão ser derrubados e não
impedirão o progresso do trabalho
restaurador do Senhor. Os sete olhos de
Deus, Zc 4.10, significa a perfeição da sua
visão, que percorre toda a terra e olha com
grande satisfação o empenho de
Zorobabel, com o prumo na sua mão.
Vemos então Deus falando ao seu
mensageiro, mostrando que os seus
desígnios se cumprem quando seus
servos são ungidos pelo Espírito Santo, e
cooperam com o Mestre Arquiteto,
lançando mãos à obra. Sua energia vem do
Senhor, não de fontes humanas.
O ROLO VOLANTE, Zc 5.1-4
As últimas visões de Zacarias falam de
condenação e juízo. O rolo enorme visto na
sexta visão, representa maldição ou
julgamento que cairá sobre os pecadores,
Zc 5.3. O rolo simboliza a lei do Senhor que
declara que aquele que a transgride será
amaldiçoado. Por toda a terra os rebeldes
serão procurados, alcançados e expulsos
do reino do Messias. Suas casas e suas
vidas serão consumidas, Zc 5.3,4.
A MULHER E O EFA, Zc 5.5-11.
Na sétima visão, o efa, uma cesta,
significa o comercialismo e também, como
o versículo 6 indica é a iniqüidade em toda
a terra. Somando os dois, resulta nos
negócios ímpios que os comerciantes
praticam. A mulher é a “impiedade”.
A iniqüidade é o fruto de um coração
ímpio. Na visão, o pecado (o efa e a mulher)
é transportado à terra de Sinear pelas
duas mulheres com asas. As mulheres
voadoras que levam a praga também são
impuras. Isto se nota no tipo de asas que
tinham, as de cegonha, que era
considerada uma ave imunda pelos
judeus. Elas retornam à Babilônia (terra de
Sinear), onde se originou a iniqüidade e
impiedade.
Nos dias de Zacarias, esse local era centro
mundial de idolatria e perversidade.
Contudo, observamos nessa visão a
remoção do pecado, principalmente a
ganância e ambição no mundo.
OS QUATRO CARROS, Zc 6.1-8
Nesta oitava e última visão, observe os
pontos comuns entre essa e a primeira, a
dos cavalos. Agora, há também cavalos,
que são ventos (anjos) ou espíritos do céu,
Zc 6.5, percorrerão a terra, principalmente
o Norte, executando os propósitos
judiciais do Senhor. O ciclo das revelações
se completa aqui. Começou com o
soberano Deus, prestes a intervir no
mundo e, se encerra com ele, enviando os
seus anjos para julgar as nações. Isto
acontecerá no fim da Grande Tribulação,
quando terá início a era messiânica.
A COROAÇÃO DE JOSUÉ, Zc 6.9-15
A seqüela das visões de Zacarias é a
coroação simbólica de Josué.
Sua coroação representa a
glorificação do Messias, o Renovo, como
rei e sacerdote. O ouro e a prata, que
certos exilados tinham trazido de volta do
cativeiro, seriam usados para fazer a coroa
(uma só coroa com outras sobrepostas, daí
a expressão “coroas”). Depois a coroa será
colocada como memorial no Templo do
Senhor, Zc 6.14. Não quer dizer que as
coroas serão de Helém, Tobias, Jedaías,
Hem, mas o memorial será em honra a eles
por terem trazidos o material para a sua
confecção. No tempo apropriado, segundo
o plano de Deus Pai, Jesus realizará o que
está escrito no Livro de Zacarias, que são
atos típicos ou sombras da imagem real.
“Ele mesmo (o Messias) edificará o templo
do Senhor e será revestido de glória;
assentar-se-á no seu trono, e dominará, e
será sacerdote no seu trono; e reinará
perfeita união entre ambos os ofícios”,
Zacarias 6.13
A PERGUNTA ACERCA DO JEJUM, Zc 7 e 8
Durante setenta anos o povo viera
jejuando, no 4º, 5º, 7º e 10º meses, Zc 8.19, e
chorando a destruição do Templo. Agora,
como tudo indicava que em breve iam ter
novo templo, surgiu a questão, sobre se
deviam continuar tais jejuns. Em resposta,
Zacarias lembra-lhes que tinha havido
boas razões para jejuarem, penitenciando-
se de sua desobediência e da
conseqüente aflição; mas agora seus
jejuns haviam-se tornado mero sinal
exterior de exibição de santidade fingida, e
assim suas festas religiosas só tinham o
intuito de deleite pessoal. Então, segundo
o costume dos profetas, de alternarem
cenas de aflição presente com as de glória
futura, Zacarias traça um quadro da era
messiânica vindoura, quando os jejuns se
converterão em alegres festas, Zc 8.19.
Os judeus, outrora povo poderoso, com
velhas tradições de que haviam sido
predestinados pelo seu Deus para ser o
principal povo do mundo, mas agora um
resto insignificante e desprezado, estavam
em sua pátria tão somente por permissão
dos reis persas. Zacarias procurou com
afinco encorajá-los, dizendo-lhes muitas
vezes que a coisa não ia ficar assim para
sempre; e que no futuro o poderoso
império, então dominante, seria abatido, e
o povo de Deus ainda possuiria o que era
seu. O quadro pintado por Zacarias, de uma
Sião próspera e pacífica, suas ruas cheias
de meninos e meninas, velhos e velhas,
todos felizes, Zc 8.3-5, centro da civilização
mundial, todas as nações indo aos judeus
para aprenderem do seu Deus, Zc 8.22,23,
esse quadro também se encontra em
outras passagens, Zc 1.17; 2.4,11; 14.8,16.
Fosse qual fosse o intuito original destas
passagens, sua linguagem, sem dúvida,
retrata impressionantemente o que tem
acontecido durante vinte séculos; as
influências que emanam de Jerusalém, em
nome do Cristianismo, moldando o curso
da História e trazendo as nações da terra
ao Deus dos judeus.
PROFECIAS CONCERNENTES AO MESSIAS,
Zc 9-11.
Estes capítulos contém coisas que
com muita clareza se referem às guerras
gregas, ocorridas 200 anos depois da
época de Zacarias, pois depois da morte de
Alexandre em 323 a.C., o seu império foi
dividido entre vários generais do seu
exército, entre esses: Ptolomeu e Selêuco.
Os ptolomeus controlavam o Egito e suas
regiões vizinhas. Os selêucidas
dominavam as regiões da Síria e Babilônia,
incluindo a Palestina. Nos anos que
seguiram, de 323 a 167 a.C., os judeus
sofreram ataques e opressões dos dois
lados: Selêucidas e Ptolomeus. Lá pelo ano
166 a.C. os macabeus (uma família judaica)
se revoltaram, e, em 143 a.C. dominaram a
Selêucida. Até 63 a.C. os judeus sob os
hasmoneus (nome derivado de um
ancestral de Matatias, o patriarca
macabeu que iniciou a revolta) viveram
relativamente livres de dominação
externa. Mas, nesse ano os hasmoneus
chegaram ao fim da sua época heróica, e
Pompeu, o grande imperador de Roma os
incorporou ao Império Romano.
O capítulo 9 parece ser uma previsão
da luta de Judá com a Grécia.
Alexandre Magno, invadindo a
Palestina em 331 a.C., devastou as cidades
nomeadas nos versículos de 1 a 7, pela
ordem em que aí estão, e contudo poupou
Jerusalém, ZC 9.8. Os versículos de 13 a 17
parecem referir-se a continuação da luta
de Judá contra os ptolomeus e selêucidas
gregos até ao período macabeu. Um
quadro do rei vindouro de Sião, Zc 9.9,10, é
aqui colocado no meio das cenas da luta
feroz de Judá com a Grécia.
O versículo 9 é citado no Novo Testamento
como se referindo à entrada triunfal de
Cristo em Jerusalém, Mt 21.5; Jo 12.15. No
mesmo fôlego, Zc 9.10, o profeta avança
para o dia do triunfo final. É um vislumbre
do começo do Reino do Messias, seguido
de outro vislumbre do fim.
O capítulo 10 é uma previsão da
restauração do povo disperso de Deus.
Naquele tempo só um pequeno restante
havia voltado.
O capítulo 11 é a parábola dos
pastores. O rebanho de Deus tinha-se
dispersado e havia sido morto porque
seus pastores foram falsos. Nesta
acusação aos falsos pastores, há uma
representação do povo a rejeitar o Bom
Pastor, Zc 11.12,13. à vista do contexto, não
relacionaríamos esta passagem com a
traição a Cristo por Judas Iscariotes; mas o
fato é que no Novo Testamento vem citada
nessa relação, Mt 26.15; 27.9,10.
Temos nisso a chave do sentido que
Deus dá a essa passagem. A rejeição de
seu verdadeiro pastor foi acompanhada da
quebra das varas Graça e União, isto é, o
concerto do cuidado protetor de Deus e o
adiamento da reunião deles em sua terra.
Em seguida são entregues ao pastor
insensato, Zc 11.15-17. Pensa-se que há aí
referência à destruição de Jerusalém
pelos romanos, logo após a morte de
Cristo e a conseqüente nova dispersão dos
judeus; ou, possivelmente, é uma
personificação de todos os perseguidores
dos judeus, desde o período macabeu ao
tempo da besta de Ap 13.
A VISÃO DO FUTURO ISRAEL, Zc 12,13,14
Nos primeiros seis versículos do
capítulo 12, temos a luta vindoura de Judá
com todas as nações da terra. Em Zc 14.1-8
continua a descrição dessa luta. Alguns
consideram a linguagem aí uma
representação figurada da luta de Deus
com as nações através de toda a era cristã.
Outros aplicam-na mais literalmente ao
tempo do fim.
O texto que corresponde de Zc 12.7 a
13.9, aborda sobre o pranto na casa de
Davi. Muito claramente os pensamentos
aqui se concentram nessa casa. Se bem
que a linguagem seja difícil, pinta-se aí
com clareza uma tragédia, seja qual for, a
se dar na família de Davi, que ocasionará
grande dor, quando algum personagem
eminente dessa família será ferido, Zc 13.7,
suas mãos traspassadas, Zc 12.10; 13.6, e
aberta uma fonte para purificação do
pecado, Zc 13.1. Isto acontecerá no dia em
que a casa de Davi fosse como Deus, Zc
12.8. Deus, só um membro da família de
Davi o foi, a saber Jesus. Isto identifica a
pessoa aí referida com o “Renovo” de Zc
3.8, que tiraria a iniqüidade da terra num
só dia, Zc 3.9, e edificaria o templo do
Senhor, Zc 6.12, e dominaria de um ao outro
mar. É uma previsão admirável e minuciosa
da morte de Jesus, de modo algum
aplicável a outra pessoa conhecida. Assim
a morte do Renovo da família de Davi seria
a origem do poder de Deus contra as
nações, Zc 12.2-4 e sua eficiência se
mostraria na eventual remoção dos ídolos
e dos falsos profetas de sobre a terra, Zc
13.2-5. Os dois terços de Zc 13.8, podem
significar a maior parte da nação, que
sucumbiu na destruição de Jerusalém
no ano 70 d.C., o que se seguiu à rejeição
de Cristo; e o terço, Zc 13.9, o restante que
cria e foi perseguido por causa de sua fé.
Nos primeiros três versículos do capítulo
14, é uma referência à luta de Judá com as
nações. Os últimos versículos deste
capítulo, ou seja, Zc 14.3-21 abordam sobre
a vitória e o reinado universal de Deus. A
grandiosa consumação dos sonhos
proféticos, o dia da volta do Senhor e a
inauguração do seu reino eterno.
Alguns versados na Bíblia pensam que
Zc 14.4-8, significam que Jesus, ao voltar,
erigirá literalmente seu trono no Monte
das Oliveiras; que esse monte será fendido
e águas correrão literalmente de
Jerusalém, para Leste e Oeste, e que a
mesma Jerusalém será literalmente o
centro das peregrinações das nações,
como vem esboçado em Zc 14.10-21. Outros
consideram a linguagem figurada,
representando os novos céus e a nova
terra, sob a imagem de um reino terreno,
benigno, próspero e todo poderoso, assim
como Ap 21 descreve o céu sob a figura de
magnífica cidade terrestre.
O PROFETA MALAQUIAS
Introdução
A época exata de Malaquias não é
conhecida. Geralmente se admite que ele
viveu perto de 100 anos depois de Ageu e
Zacarias, e que esteve associado a Esdras
e Neemias nas reformas que
empreenderam. Sua época é fixada
aproximadamente em 450-400 a.C.. Um
restante voltara do cativeiro em 538 a.C.
Sob a direção de Ageu e Zacarias
reedificaram o Templo de 520 a 516 a.C.
Sessenta anos depois, ou seja, em 458 a.C.
Esdras viera de Babilônia a Jerusalém,
para ajudar a reorganizar e a estabelecer a
nação. 13 anos mais tarde, em 444 a.C., veio
Neemias e reconstruiu os muros.
De sorte que, no tempo de Malaquias,
os judeus já tinham voltado de Babilônia
fazia uns 100 anos, curados pelo cativeiro,
da idolatria, mas inclinados a negligenciar
a Casa de Deus. Os sacerdotes tinham-se
tornado relaxados e degenerados.
Os sacrifícios eram de qualidade inferior.
Negligenciavam os dízimos. O povo voltara
ao seu velho costume de misturar-se pelo
casamento com vizinhos idólatras, Ed 9.
Assim é que os judeus, favorecidos pelo
Senhor acima de todas as nações,
desanimados pela sua fraqueza, apegados
aos seus pecados, estavam tranqüilos,
num estado de letargia mental,
aguardando a vinda do Messias prometido.
Malaquias assegurou-lhes que o Messias
viria no tempo marcado, mas isto
significaria juízo para pessoas da espécie
deles.
CAPÍTULO 1 – DESDÉM PELOS SACRIFÍCIOS
Os versículos 2, 3 citam-se em Rm
9.10-13, em referência à escolha que Deus
fez de Jacó ao invés de Esaú, Gn 25.22-34.
Malaquias emprega a linguagem com
referência às duas nações que surgiram
de Jacó e Esaú, os israelitas e edomitas.
Ambas foram destruídas pelos
babilônicos. Israel fora restaurado, mas
Edom era ainda uma desolação. Prova de
amor de Deus por Israel. A oferta que
faziam de animais enfermos e defeituosos,
os quais eles não ousariam oferecer ao
seu governador, Ml 1.8, era na realidade um
insulto a Deus. Reprovando tal atitude,
Malaquias encara o dia em que o Deus a
quem sua própria nação despreza dessa
forma, tornar-se-á o Deus amado da terra
inteira, Ml 1.11.
CAPÍTULO 2 – CASAMENTOS COM PAGÃOS
Os sacerdotes, designados por Deus
para ensinar e guiar o povo na retidão, Ml
2.5-7, eram responsáveis por aquela
situação deplorável. Rebaixaram-se tanto
que se tornaram tão mercenários e
corruptos que o termo “sacerdote” ficou
sendo alvo de desprezo entre o povo.
Idéias levianas acerca do casamento,
Ml 2.10-16. Os judeus divorciavam-se de
suas esposas para se casarem com
mulheres pagãs. Era pecado duplicado,
desastroso para uma criação adequada
dos filhos, e à manutenção do culto
nacional a Deus. O ceticismo estava na raiz
dessa indiferença religiosa e baixa
moralidade. Observando que as nações
ímpias eram mais prósperas, o povo
comumente dizia: “Que aproveita servir a
Deus?”, Ml 3.13-18.
CAPÍTULO 3.1-6 – O DIA VINDOURO DO SENHOR
Malaquias replica ao ceticismo deles,
dizendo: O dia vindouro do juízo dará
resposta ao motejo deles, e mostrará se no
fim de contas valeu a pena servir a Deus,
Ml 3.5,6.
CAPÍTULO 3.7-12 – OS DÍZIMOS
Outra mudança brusca de assunto.
Sonegar os dízimos chama-se “roubar a
Deus”; porque, pela constituição mosaica,
o dízimo era propriedade de Deus, sobre a
qual o doador não tinha mais direito. Note
a promessa de prosperidade que Deus faz
aos dizimistas fiéis, e o desafio para se
averiguar se ele a cumpre.
QUAL DEVE SER O PROCEDIMENTO CORRETO
AO DIZIMAR ?
O dízimo deve ser uma prática de todo
o adorador sincero, pois já observamos
que a prática do dízimo independe da força
da Lei, é uma aliança prática entre Deus e o
crente, ou seja, o dízimo é um elemento
que faz parte da comunhão do crente com
o seu Senhor. Portanto, analisemos qual
deve ser o procedimento correto ao
dizimarmos:
1. Procedimentos errôneos:
lº) - Não devemos dizimar por uma mera
formalidade, Lc 18.11,12.
2º) - Não devemos dizimar desprezando as
coisas mais importantes, Mt 23.23.
3º) - Não devemos dizimar com interesse
próprio, visando tão somente as coisas
materiais, Mt 6.33.
4º) - Não devemos dizimar, retendo parte
dos dízimos, At 5.1-3.
2. Procedimentos corretos.
1º) - Devemos dizimar honrando ao Senhor,
Pv 3.9,10.
2º) - Devemos dizimar como mordomos dos
bens de Deus, I Cr 29.14.
3º) - Devemos dizimar com alegria, II Co 9.7
4º) Devemos dizimar pela fé, Rm 14.23.
CAPÍTULO 3.13-18 – OUTRA VEZ O CETICISMO
NACIONAL
Os judeus não criam na promessa
divina concernente aos dízimos. Achavam
que o dinheiro e o esforço oferecidos a
Deus eram perdidos.
Resposta de Malaquias: Esperem e vejam: O
fim mostrá-lo-á, Ml 3.16,17. Esta bela
passagem retrata os poucos fiéis, num
tempo de geral apostasia, a animarem-se
uns aos outros, e Deus registrando os nomes
deles para memória “naquele dia”.
CAPÍTULO 4 – O DIA DO SENHOR
Quatro vezes, Malaquias olha à frente
para o “Dia do Senhor”, Ml 1.11; 3.1-6, 16-18; 4.1-
6. Chama-lhe “o dia”, Ml 3.2,17; 4.1,3,5. Parece
significar toda a Era Cristã, com especial
aplicação ao tempo do fim.
Temos a admoestação final do Antigo
Testamento: “Lembrai-vos da lei de Moisés”,
Ml 4.4.
Seu último vaticínio: Elias introduzirá o
“Dia do Senhor, Ml 4.5. Ele o fez 400 anos mais
tarde, na pessoa de João Batista, t 3.1-12; 11.14,
que deu ênfase às suas fases de juízo.
A última virtude mencionada: Amor de
pais e filhos, Ml 4.6, inclusive, como vem
citado em Lc 1.17, a consideração pelos ideais
dos antepassados.
Sua derradeira palavra: “Maldição”,
significando que a condição do gênero
humano seria desesperadora se o Senhor
não vier.
E assim termina o Antigo Testamento.
Passaram-se 400 anos. Então veio o
Messias, para cuja origem a nação judaica
viera à luz. Como, durante séculos,
rejeitaram os profetas de Deus, assim,
quando o Messias chegou, rejeitaram-no
também.
Desde então os judeus têm estado sem lar,
vagueando pela face da terra, tragédia e
milagre dos séculos.
Mais um ano caminha para o
encerramento, desejamos a todos,
boas férias, feliz natal e um próspero
ano novo. No dia 11 de janeiro,
retornaremos das férias para
estudarmos a primeira lição de
Bibliologia. A Deus, nossa gratidão por
tão significante privilégio; aos alunos,
nossa estima e consideração.
A diretoria

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