Você está na página 1de 9

Crise de liderança – 02 a 08 de Janeiro

VERSO PARA MEMORIZAR: “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor


assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de Suas vestes enchiam o
templo” (Is 6:1).

LEITUR AS D A SEM AN A: Is 6

Ao ser questionado por um de seus discípulos acerca do que era


necessário a um bom governo, Confúcio respondeu: “Comida suficiente, armas
suficientes e a confiança do povo”.
“‘Mas’, perguntou o discípulo, ‘imagine que você não tenha escolha senão
dispensar um desses três, ao que você renunciaria?’”
“Armas”, disse Confúcio.
O discípulo dele insistiu: “Imagine então que você fosse forçado a dispensar
um dos dois que restaram, qual seria sua renúncia?”
Confúcio respondeu: “Comida, pois desde a antiguidade a fome tem sido a
sina de todos os homens, mas um povo que não confia mais em seus governantes
de fato está perdido” (Editado por Michael P. Green, 1500 Illustrations for Biblical
Preaching; Grand Rapids, MI: Baker Books, 1989, p. 215).
As pessoas querem uma liderança forte e confiável. Quando um soldado
estava se inscrevendo para um segundo período de serviço militar, o recrutador do
exército perguntou por que ele queria se alistar novamente. “Tentei a vida civil”,
disse ele, “mas ninguém está no comando ali”.
Nesta semana, examinaremos a crise de liderança de Judá e os tristes
resultados que se seguiram.
O rei está morto. Vida longa ao rei! – 03 de
Janeiro

1. Isaías 6:1 fala sobre a morte do rei Uzias. De acordo com 2 Crônicas 26,
qual é o significado da morte dele?
__________________________________________________________________
________________________________________________________________

Diferentes perspectivas podem ser apresentadas em relação à morte desse


rei:

1. Embora o reinado de Uzias tenha sido longo e próspero, “depois que Uzias se
tornou poderoso, o seu orgulho provocou a sua queda” (2Cr 26:16, NVI), e ele
tentou oferecer incenso no templo. Quando os sacerdotes tentaram impedi-lo, pois
ele não tinha autorização para fazer isso, em virtude de não ser descendente de
Arão (2Cr 26:18), o rei ficou irado. Naquele momento, o Senhor imediatamente o
atingiu com lepra, que ele teve “até ao dia da sua morte; e morou, por ser leproso,
numa casa separada, porque foi excluído da Casa do Senhor” (2Cr 26:21). Que
ironia Isaías ter tido uma visão do puro, imortal e divino Rei em Sua casa/templo
no mesmo ano em que o impuro rei humano havia morrido!

2. Há um contraste marcante entre Uzias e Isaías. Uzias buscou a santidade com


presunção, pelo motivo errado (orgulho) e, em vez disso, tornou-se ritualmente
impuro, de modo que foi separado da santidade. Isaías, por outro lado, permitiu
que a santidade de Deus o alcançasse. Admitiu sua fraqueza e ansiava pela
pureza moral, o que acabou recebendo (Is 6:5-7). Como o coletor de impostos na
parábola de Jesus, ele foi embora justificado: “Porque todo o que se exalta será
humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc 18:14).

3. Há uma semelhança impressionante entre o corpo leproso de Uzias e a


condição moral do povo: “Não há nada são, a não ser feridas, contusões e chagas
abertas” (Is 1:6).
4. A morte de Uzias, aproximadamente em 740 a.C., marca uma grande crise na
liderança do povo de Deus. A morte de qualquer governante absoluto já torna seu
país vulnerável durante uma transição de poder. Mas Judá estava especialmente
em perigo, pois Tiglate-Pileser III havia subido ao trono da Assíria alguns anos
antes, em 745 a.C., e imediatamente entrou numa campanha militar que fez de
sua nação uma superpotência invencível, ameaçando a existência independente
de todas as nações do Oriente Próximo. Naquele momento de crise, Deus
encorajou Isaías, mostrando ao profeta que Ele ainda estava no controle.

Santo, Santo, Santo (Is 6:1-4) – 04 de Janeiro

Observe Isaías 6:1-4. O rei tinha morrido durante uma grande crise política
(os assírios estavam entrando em guerra). Para Isaías, aquele poderia ter sido um
momento de medo, em que ele não tivesse certeza de quem estava no controle.
Entretanto, ao ser tomado em visão, Isaías contemplou a glória de Deus em
Seu trono, ouviu a antífona dos serafins resplandecentes (“abrasadores”),
clamando as palavras “santo, santo, santo”, sentiu o resultante abalo sísmico do
chão abaixo dele e olhou através da fumaça rodopiante à medida que ela enchia o
templo. Deve ter sido uma experiência impressionante! Com certeza, Isaías agora
sabia quem estava no controle, apesar dos eventos externos.

2. Onde estava o Senhor na visão? (Is 6:1.) Por que Ele apareceu a Isaías ali,
e não em outro lugar? (Êx 25:8; 40:34-38). Assinale a alternativa correta:

A.( ) Ele estava passeando pela Terra, pois esta era Sua criação.
B.( ) Ele estava no alto e sublime trono no templo, em Sua habitação.

Ezequiel, Daniel e João estavam no exílio quando receberam suas


respectivas visões (Ez 1; Dn 7:9, 10; Ap 4; 5). Como Isaías, eles precisaram do
consolo e encorajamento de saber que Deus ainda estava no comando, mesmo
que seu mundo estivesse desmoronando. Daniel e Ezequiel eram cativos em uma
nação pagã que havia destruído sua terra, e João foi exilado em uma ilha deserta
por um poder político hostil. Evidentemente, essas visões lhes deram o que eles
precisavam para permanecer fiéis, mesmo durante situações de crise.
“Quando Isaías contemplou essa revelação da glória e majestade de seu
Senhor, sentiu-se oprimido com o senso da pureza e santidade de Deus. Que
contraste entre a incomparável perfeição de seu Criador e a conduta pecaminosa
dos que, como ele, faziam parte do povo escolhido de Israel e Judá!” (Ellen G.
White, Profetas e Reis, p. 307).
A santidade transcendente de Deus, enfatizada na visão de Isaías, é um
aspecto fundamental de sua mensagem. Deus é santo e exige santidade de Seu
povo. O Senhor concederia essa santidade ao povo se ele apenas se
arrependesse, deixasse seus maus caminhos e se submetesse a Ele em fé e
obediência.

Uma nova pessoa (Is 6:5-7) – 05 de Janeiro

No santuário/templo, somente o sumo sacerdote podia se aproximar de


Deus no santo dos santos, no Dia da Expiação, e com uma protetora nuvem de
incenso; caso contrário, ele morreria (Lv 16:2, 12, 13). Isaías viu o Senhor, embora
não fosse sumo sacerdote, nem estivesse queimando incenso! O templo “se
encheu de fumaça” (Is 6:4), lembrando-nos da nuvem na qual a glória de Deus
aparecia no Dia da Expiação (Lv 16:2). Aterrorizado e pensando que aquele seria
seu fim (Êx 33:20; Jz 6:22, 23), Isaías clamou, reconhecendo seu pecado e o
pecado de seu povo (Is 6:5), o que lembra a confissão do sumo sacerdote no Dia
da Expiação (Lv 16:21). “Em pé [...] na [...] divina presença no interior do santuário,
ele sentiu que, se dependesse de sua própria imperfeição e ineficiência, seria
inteiramente incapaz de executar a missão para a qual havia sido chamado” (Ellen
G. White, Profetas e Reis, p. 308).

3. Por que o serafim usou uma brasa viva do altar para purificar os lábios de
Isaías? (Is 6:6, 7). Assinale a alternativa correta:

A.( ) Porque o fogo simboliza o poder de Deus que queima o pecado.


B.( ) Para torturá-lo e castigá-lo.
O serafim explicou que, quando a brasa tocou os lábios do profeta, a culpa
e o pecado dele foram removidos (Is 6:7). O pecado não estava limitado ao
discurso impróprio, porque os lábios significam não apenas a fala, mas a pessoa
que a pronuncia. Purificado, Isaías podia oferecer um puro louvor a Deus.
O fogo é um agente de purificação, pois queima a impureza (Nm 31:23).
Mas o serafim usou uma brasa do fogo sagrado e especial do altar, que Deus
havia acendido e que era mantido em permanente combustão ali (Lv 6:12).
Portanto, o serafim tornou Isaías puro e santo. Além disso, na adoração no
santuário ou templo, a principal razão para se tirar uma brasa do altar era acender
o incenso. Compare essa ocasião com Levítico 16:12, 13, em que o sumo
sacerdote devia tomar um incensário cheio de brasas do altar e usá-lo para
acender incenso. Porém, em Isaías 6, o serafim utilizou a brasa no próprio profeta,
em vez de no incenso. Enquanto Uzias desejava oferecer incenso, Isaías se tornou
um incenso! Assim como o fogo santo queimava o incenso para encher a casa de
Deus com a fragrância sagrada, esse fogo inflamou o profeta para espalhar uma
mensagem santa. Não é por acaso que nos próximos versos, de Isaías 6:8 em
diante, Deus tenha enviado Isaías ao Seu povo.

Comissão real (Is 6:8) – 06 de Janeiro

“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: – A quem enviarei, e quem
há de ir por Nós? Eu respondi: – Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6:8).
Após ter sido purificado, Isaías aceitou imediatamente o chamado de Deus
para ser um representante a quem Ele pudesse enviar em Seu nome. Na
linguagem do Novo Testamento, Isaías teria sido chamado de apóstolo; isto é,
“aquele que é enviado”.
Curiosamente, o livro de Isaías não começa, como outros livros proféticos,
com a descrição de seu chamado profético (Jr 1:4-10; Ez 1–3). Em outras
palavras, ele já devia ter sido chamado para ser profeta, mesmo antes dos eventos
do capítulo 6. A Bíblia mostra que um encontro divino pode encorajar um profeta
mesmo após o início de seu ministério (Moisés: Êx 34; Elias: 1Rs 19). Além disso,
em contraste com outros exemplos, em que Deus ordenou a outras pessoas que
atuassem como profetas, em Isaías 6, o profeta se ofereceu para uma missão
especial. Parece que os capítulos 1 a 5 de Isaías apresentam as condições em
que o profeta havia sido chamado pela primeira vez, após as quais Deus avivou
seu ministério, ao encorajá-lo no templo e reconfirmar sua comissão como porta-
voz do Senhor.

4. Deus encorajou Isaías em Seu templo. Há evidências em outras partes da


Bíblia de que o santuário de Deus era um local de encorajamento? (Sl 73:17;
Hb 4:14-16; 10:19-23; Ap 5). O que esses textos revelam?
__________________________________________________________________
________________________________________________________________

O santuário de Deus não apenas vibra com um poder impressionante; é um


local em que pessoas fracas e defeituosas, como nós, podem encontrar refúgio.
Podemos ficar tranquilos ao saber que Deus está trabalhando para nos resgatar
por meio de Cristo, nosso Sumo Sacerdote.
João também viu Cristo representado como um cordeiro sacrifical que tinha
acabado de ser abatido, com a garganta cortada (Ap 5:6). Não era uma visão
bonita. A descrição sustenta que, embora Cristo tenha ressuscitado e subido ao
Céu, Ele leva continuamente consigo o evento da cruz. Ele ainda é levantado a fim
de atrair todas as pessoas para Si em Seu altar.

Apelo espantoso (Is 6:9-13) – 07 de Janeiro

5. Quando Deus enviou novamente Isaías, por que Ele deu ao profeta uma
mensagem tão estranha para levar ao Seu povo? Is 6:9, 10
__________________________________________________________________
________________________________________________________________

Para não pensarmos que Isaías tivesse ouvido errado ou que essa
mensagem não fosse importante, Jesus citou essa passagem para explicar por
que Ele ensinava por meio de parábolas (Mt 13:13-15).
Deus não deseja que ninguém pereça (2Pe 3:9). Por isso, Ele enviou Isaías
ao povo de Judá e Jesus ao mundo. Deus não quer destruir, mas salvar. Mas
enquanto alguns atendem a Seus apelos, outros se tornam resistentes. Entretanto,
Deus continua apelando a eles, a fim de conceder-lhes oportunidades de
arrependimento. Contudo, quanto mais eles resistem, mais endurecidos se tornam.
Assim, o que Deus lhes faz resulta no endurecimento do coração deles, mesmo
que o Senhor deseje que essas ações o amoleçam. O amor de Deus é imutável;
nossa resposta individual ao Seu amor é a variável crucial.
A função de um ministro, como Moisés, Isaías, Jeremias, Ezequiel ou
mesmo Cristo, é apelar, mesmo que as pessoas rejeitem a mensagem. Deus disse
a Ezequiel: “Eles, quer ouçam quer deixem de ouvir, porque são casa rebelde,
saberão que um profeta esteve no meio deles” (Ez 2:5). A função de Deus e a de
Seus servos é oferecer às pessoas uma escolha justa, a fim de
que elas sejam advertidas adequadamente (compare com Ez 3:16-21), mesmo
que acabem escolhendo a destruição e o exílio (Is 6:11-13).

6. Com essa ideia em mente, como entendemos a função de Deus no


endurecimento do coração do Faraó?
__________________________________________________________________
________________________________________________________________

Em Êxodo 4:21, Deus disse: “Eu lhe endurecerei o coração”. Essa é a


primeira das nove ocasiões em que Deus disse que endureceria o coração do
faraó. Mas também há nove ocasiões em que o faraó endureceu seu próprio
coração (por exemplo, Êx 8:15, 32; 9:34).
Faraó possuía livre-arbítrio, ou ele não seria capaz de endurecer o próprio
coração. Mas o fato de que Deus também endureceu o coração de faraó indica
que Ele iniciou as circunstâncias às quais Faraó reagiu, ao fazer sua escolha de
rejeitar os sinais divinos. Se o faraó tivesse sido receptivo a esses sinais, eles
teriam amolecido, e não endurecido, seu coração.
Estudo adicional – 08 de Janeiro

“Práticas iníquas tinham se tornado tão predominantes entre todas as


classes que os poucos que permaneciam fiéis a Deus eram muitas vezes tentados
a perder o ânimo, dando lugar ao desencorajamento e desespero. Parecia que o
plano de Deus para Israel estava à beira do fracasso total, e a nação rebelde fosse
receber o mesmo destino de Sodoma e Gomorra.

“Diante de tais condições, não é de admirar que Isaías tenha hesitado em


assumir a responsabilidade, quando Deus o chamou, durante o último ano do
reinado de Uzias, para levar a Judá as mensagens de advertência e reprovação.
Ele sabia muito bem que encontraria uma obstinada resistência. Considerando a
própria incapacidade para enfrentar a situação e levando em conta a rebeldia e
incredulidade do povo pelo qual ia trabalhar, sua tarefa pareceu-lhe impossível de
ser realizada. Deveria ele em desespero renunciar à sua missão, deixando Judá
entregue à idolatria? Deveriam os deuses de Nínive reger a Terra, desafiando o
Deus do Céu?” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 306, 307).

Perguntas para consideração

1. Se um cético ou ateu o desafiasse com a pergunta: “Como você pode provar


que seu Deus está no comando?”, o que você responderia?

2. Se Deus está no comando, por que pessoas inocentes sofrem? Será que Isaías
1:19, 20 significa que apenas coisas boas acontecerão aos fiéis e somente coisas
ruins ocorrerão aos rebeldes? (Jó 1; 2; Sl 37; 73). Como podemos conciliar nossa
compreensão do caráter de Deus com o mal que acontece às pessoas?

3. Em Isaías 6, por que existem tantas conexões com o Dia da Expiação?


Considere o fato de que nesse dia de juízo anual Deus limpava Seu povo,
purificando do pecado os fiéis (Lv 16:30) e eliminando os infiéis
(Lv 23:29, 30).
Resumo: Em um momento de insegurança, quando a fraqueza da liderança
humana era dolorosamente evidente, Isaías recebeu uma grandiosa visão do Líder
supremo do Universo. Paralisado pela própria inadequação, mas purificado e
fortalecido pela misericórdia de Deus, Isaías estava pronto para ir, como
embaixador do Eterno, a um mundo hostil.

Você também pode gostar