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Lição 2

Crise de liderança
Sábado, 2 de janeiro
VERSO PARA MEMORIZAR:
“No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor as-
sentado sobre um alto e sublime trono, e as abas
de Suas vestes enchiam o templo” (Is 6:1).
Leitura da semana: Is 6
Ao ser questionado por um de seus discípulos
acerca do que era necessário a um bom governo,
Confúcio respondeu: “Comida suficiente, armas su-
ficientes e a confiança do povo”.
“‘Mas’, perguntou o discípulo, ‘imagine que você
não tenha escolha senão dispensar um desses três,
ao que você renunciaria?’”
“Armas”, disse Confúcio.
O discípulo dele insistiu: “Imagine então que você
fosse forçado a dispensar um dos dois que resta-
ram, qual seria sua renúncia?”
Confúcio respondeu: “Comida, pois desde a anti-
guidade a fome tem sido a sina de todos os ho-
mens, mas um povo que não confia mais em seus
governantes de fato está perdido” (Editado por Mi-
chael P. Green, 1500 Illustrations for Biblical Prea-
ching; Grand Rapids, MI: Baker Books, 1989, p.
215).
As pessoas querem uma liderança forte e confiável.
Quando um soldado estava se inscrevendo para
um segundo período de serviço militar, o recruta-
dor do exército perguntou por que ele queria se
alistar novamente. “Tentei a vida civil”, disse ele,
“mas ninguém está no comando ali”.
Nesta semana, examinaremos a crise de liderança
de Judá e os tristes resultados que se seguiram.
Comentários de Ellen G. White
Por sua apostasia e rebelião, os que podiam ter per-
manecido como portadores de luz entre as nações
estavam atraindo os juízos de Deus. Muitos dos
males que apressaram a rápida destruição do reino
do norte, e que tinham sido recentemente denunci-
ados em termos inequívocos por Oseias e Amós, es-
tavam corrompendo rapidamente o reino de Judá.
[…]
Com a opressão e as riquezas vieram o orgulho e o
amor à ostentação (Is 2:11,12), embriaguez e orgia
( Is 5:22,11,12). E, nos dias de Isaías, a própria ido-
latria já não provocava surpresa (Is 2:8,9). Práticas
iníquas tinham se tornado tão predominantes en-
tre todas as classes que os poucos que permane-
ciam fiéis a Deus eram muitas vezes tentados a per-
der o ânimo, dando lugar ao desencorajamento e
desespero. Parecia que o plano de Deus para Israel
estava à beira do fracasso total, e a nação rebelde
fosse receber o mesmo destino de Sodoma e Go-
morra (Profetas e Reis, p. 306).
Em todo o Seu trato com Suas criaturas, Deus tem
mantido os princípios da justiça, revelando o pe-
cado em seu verdadeiro caráter – demonstrando
que seu resultado certo é miséria e morte. Nunca
houve nem nunca haverá perdão incondicional do
pecado. Tal perdão mostraria o abandono dos prin-
cípios de justiça que constituem o próprio funda-
mento do governo de Deus. Isso encheria de cons-
ternação o universo dos seres não caídos. Deus in-
dicou fielmente os resultados do pecado; e, se essas
advertências não fossem verdadeiras, como pode-
ríamos estar certos de que Suas promessas se cum-
pririam? A pretensa benevolência que quer pôr de
parte a justiça, não é benevolência, mas fraqueza.
[…]
Há um Deus em Israel, no qual há livramento para
todos quantos se acham opressos. A justiça é a mo-
rada de Seu trono (A Maravilhosa Graça de Deus
[MM 1974], p. 71).
Estudem os obreiros de Deus o sexto capítulo de
Isaías, e o primeiro e segundo capítulos de Ezequiel.
Para o profeta, uma roda dentro da outra, a apa-
rência de criaturas vivas com elas relacionadas, pa-
recia tudo intrincado e inexplicável. Mas a mão da
sabedoria infinita é vista entre as rodas, e o resul-
tado de sua atuação é a perfeita ordem. Cada roda
trabalha em perfeita harmonia com todas as ou-
tras.
Foi-me mostrado que os instrumentos humanos
procuram demasiadamente o poder, e tentam con-
trolar a obra eles mesmos.
Deixam o Senhor Deus, o poderoso Obreiro, muito
fora de seus métodos e planos, e não Lhe confiam
tudo quanto respeita ao avanço da obra. Ninguém
deve imaginar poder manejar essas coisas que per-
tencem ao grande Eu Sou. Em Sua providência,
Deus está preparando um caminho para que a obra
possa ser feita por agentes humanos. Então perma-
neça cada pessoa no seu posto do dever, para de-
sempenhar sua parte para este tempo, e saber que
Deus é seu Instrutor (Testemunhos Para Ministros
e Obreiros Evangélicos, p. 213, 214).
Domingo, 3 de janeiroAno Bíblico: Gn 8-11
O rei está morto. Vida longa ao rei!
1. Isaías 6:1 fala sobre a morte do rei Uzias. De
acordo com 2Crônicas 26, qual é o significado da
morte dele?
Diferentes perspectivas podem ser apresentadas
em relação à morte desse rei:
1. Embora o reinado de Uzias tenha sido longo e
próspero, “depois que Uzias se tornou poderoso, o
seu orgulho provocou a sua queda” (2Cr 26:16,
NVI), e ele tentou oferecer incenso no templo.
Quando os sacerdotes tentaram impedi-lo, pois ele
não tinha autorização para fazer isso, em virtude
de não ser descendente de Arão (2Cr 26:18), o rei
ficou irado. Naquele momento, o Senhor imediata-
mente o atingiu com lepra, que ele teve “até ao dia
da sua morte; e morou, por ser leproso, numa casa
separada, porque foi excluído da Casa do Senhor”
(2Cr 26:21). Que ironia Isaías ter tido uma visão do
puro, imortal e divino Rei em Sua casa/templo no
mesmo ano em que o impuro rei humano havia
morrido!
2. Há um contraste marcante entre Uzias e Isaías.
Uzias buscou a santidade com presunção, pelo mo-
tivo errado (orgulho) e, em vez disso, -tornou-se ri-
tualmente impuro, de modo que foi separado da
santidade. Isaías, por outro lado, permitiu que a
santidade de Deus o alcançasse. Admitiu sua fra-
queza e ansiava pela pureza moral, o que acabou
recebendo (Is 6:5-7). Como o coletor de impostos
na parábola de Jesus, ele foi embora justificado:
“Porque todo o que se exalta será humilhado; mas
o que se humilha será exaltado” (Lc 18:14).
3. Há uma semelhança impressionante entre o
corpo leproso de Uzias e a condição moral do povo:
“Não há nada são, a não ser feridas, contusões e
chagas abertas” (Is 1:6).
4. A morte de Uzias, aproximadamente em 740
a.C., marca uma grande crise na liderança do povo
de Deus. A morte de qualquer governante absoluto
já torna seu país vulnerável durante uma transição
de poder. Mas Judá estava especialmente em pe-
rigo, pois Tiglate-Pileser III havia subido ao trono da
Assíria alguns anos antes, em 745 a.C., e imediata-
mente entrou numa campanha militar que fez de
sua nação uma superpotência invencível, amea-
çando a existência independente de todas as na-
ções do Oriente Próximo. Naquele momento de
crise, Deus encorajou Isaías, mostrando ao profeta
que Ele ainda estava no controle.
Leia com atenção 2Crônicas 26:16. De que maneira
podemos cair na mesma armadilha? Como a medi-
tação sobre o sacrifício de Jesus na cruz nos pro-
tege desse engano?
Comentários de Ellen G. White
O longo reinado de Uzias (também conhecido como
Azarias) na terra de Judá e Benjamim foi caracteri-
zado por uma prosperidade maior que a de qual-
quer outro rei desde a morte de Salomão, cerca de
dois séculos antes. Por muitos anos, o rei governou
com discrição. Sob as bênçãos do Céu, seus exérci-
tos reconquistaram alguns dos territórios que ti-
nham sido perdidos nos anos anteriores. Cidades
foram reconstruídas e fortificadas, e a posição da
nação entre os povos vizinhos foi grandemente for-
talecida. O comércio reviveu, e as riquezas das na-
ções fluíram para Jerusalém. “A fama de Uzias se
espalhou até muito longe, porque ele foi maravi-
lhosamente ajudado, até se tornar muito pode-
roso” (2Cr 26:15).
No entanto, essa prosperidade não foi acompa-
nhada por um correspondente avivamento do po-
der espiritual. Os cultos do templo prosseguiram
como nos anos anteriores, e multidões se reuniam
para adorar o Deus vivo; mas o orgulho e o forma-
lismo gradualmente tomaram o lugar da humil-
dade e da sinceridade. Do próprio Uzias está escrito
que, “depois que Uzias se tornou poderoso, o cora-
ção dele se exaltou para a sua própria ruína. Ele co-
meteu uma transgressão contra o Senhor, seu
Deus” (v. 16; Profetas e Reis, p. 303, 304).
A obediência ao Senhor sempre traz Seu favor, e um
fiel desempenho de princípios justos trará as cre-
denciais divinas. No entanto, o Senhor é desonrado
quando aqueles colocados como mordomos do re-
banho de Deus toleram e sancionam uma obra ím-
pia. […]
O caso do rei Uzias revela como Deus punirá o pe-
cado da presunção. […] O Senhor designou pessoas
para certas posições em Sua igreja, e Ele não quer
que saiam do lugar para o qual Ele as nomeou.
Quando o Senhor lhes dá uma medida de sucesso,
não devem se exaltar nem se julgar qualificadas a
fazer uma obra para a qual não são talhadas, e
para a qual Deus não as chamou (comentários de
Ellen G. White, no Comentário Bíblico Adventista do
Sétimo Dia, v. 3, p. 1132).
O Senhor deu abundantes evidências da veracidade
de Suas promessas e ameaças. Seu povo pode con-
fiar em Sua Palavra. Irá ele, então, em face da luz e
das evidências, adotar um procedimento de sua
própria escolha, independentemente dos instru-
mentos ordenados por Deus? Até mesmo bons ho-
mens precisam ser guardados de todo lado para
que não se tornem tão ufanos das bênçãos que
Deus lhes tem concedido que o aplauso e o louvor
de pessoas mundanas como que sejam um estí-
mulo para ostentarem sua grande sabedoria e rea-
lizações.
O Senhor vê, o Senhor conhece. Ele certamente
abaterá todas essas aspirações; pois detesta o or-
gulho, o egoísmo e a cobiça. Quanto mais próspera
for a obra em si mesma, tanto menos apropriado é
para os homens exaltarem-se, como se fossem os
que deveriam ser enaltecidos. Nossa confiança
deve estar em Deus. Ele confiou aptidões e capaci-
dades aos homens, para que desempenhassem
uma parte proeminente em Sua obra. Acautelem-
-se de exaltar-se a si mesmos […] (Este Dia com
Deus [MM 1980], p. 191).
Segunda, 4 de janeiro
Santo, Santo, Santo (Is 6:1-4)
Observe Isaías 6:1-4. O rei tinha morrido durante
uma grande crise política (os assírios estavam en-
trando em guerra). Para Isaías, aquele poderia ter
sido um momento de medo, em que ele não tivesse
certeza de quem estava no controle.
Entretanto, ao ser tomado em visão, Isaías contem-
plou a glória de Deus em Seu trono, ouviu a antí-
fona dos serafins resplandecentes (“abrasadores”),
clamando as palavras “santo, santo, santo”, sentiu
o resultante abalo sísmico do chão abaixo dele e
olhou através da fumaça rodopiante à medida que
ela enchia o templo. Deve ter sido uma experiência
impressionante! Com certeza, Isaías agora sabia
quem estava no controle, apesar dos eventos ex-
ternos.
2. Onde estava o Senhor na visão? (Is 6:1.) Por que
Ele apareceu a Isaías ali, e não em outro lugar? (Êx
25:8; Êx 40:34-38). Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Ele estava passeando pela Terra, pois esta
era Sua criação.
B. ( ) Ele estava no alto e sublime trono no templo,
em Sua habitação.
Ezequiel, Daniel e João estavam no exílio quando
receberam suas respectivas visões (Ez 1; Dn 7:9,10;
Ap 4; Ap 5). Como Isaías, eles precisaram do con-
solo e encorajamento de saber que Deus ainda es-
tava no comando, mesmo que seu mundo esti-
vesse desmoronando. Daniel e Ezequiel eram cati-
vos em uma nação pagã que havia destruído sua
terra, e João foi exilado em uma ilha deserta por
um poder político hostil. Evidentemente, essas vi-
sões lhes deram o que eles precisavam para per-
manecer fiéis, mesmo durante situações de crise.
“Quando Isaías contemplou essa revelação da gló-
ria e majestade de seu Senhor, sentiu-se oprimido
com o senso da pureza e santidade de Deus. Que
contraste entre a incomparável perfeição de seu
Criador e a conduta pecaminosa dos que, como ele,
faziam parte do povo escolhido de Israel e Judá!”
(Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 307).
A santidade transcendente de Deus, enfatizada na
visão de Isaías, é um aspecto fundamental de sua
mensagem. Deus é santo e exige santidade de Seu
povo. O Senhor concederia essa santidade ao povo
se ele apenas se arrependesse, deixasse seus maus
caminhos e se submetesse a Ele em fé e obediên-
cia.
Todos já estivemos em situações em que tudo pa-
recia perdido. Mesmo que você não tenha tido
uma visão da “glória do Senhor”, a exemplo de Isa-
ías, de que maneira o Senhor sustentou sua fé du-
rante essa crise? Que lição você extraiu dessa ex-
periência?
Comentários de Ellen G. White
A tarefa de [Isaías] pareceu-lhe não oferecer ne-
nhuma probabilidade de êxito. Deveria, em seu de-
sespero, subtrair-se à sua missão e abandonar Is-
rael à idolatria? Deveriam os deuses de Nínive do-
minar a Terra em desafio ao Deus do Céu?
Esses pensamentos agitaram Isaías quando ele se
achava no pórtico do templo. De repente, pareceu-
lhe que a porta e o véu do interior do templo se
abriram ou foram corridos, sendo-lhe permitido re-
lancear a vista para dentro do santo dos santos,
onde nem mesmo os pés de um profeta poderiam
pisar. Perpassou-lhe então diante dos olhos uma vi-
são em que Jeová apareceu sentado num alto e su-
blime trono, enchendo Seu séquito o recinto do
templo. De cada lado do trono se viam os serafins,
que com duas asas voavam, com outras duas co-
briam o rosto em adoração e com duas os pés. Em
adoração solene exclamavam esses anjos: “Santo,
santo, santo é o Senhor dos Exércitos: toda a terra
está cheia da Sua glória!” (Is 6:3) – até que os um-
brais, as colunas e o portal de cedro pareciam tre-
mer ao som e toda a casa se encheu de Seu louvor
(Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 750).
Abre-se no Céu o templo de Deus, e o limiar resplan-
dece com a glória que se destina a toda igreja que
ama a Deus e guarda Seus mandamentos. Precisa-
mos estudar, meditar e orar. Então teremos visão
espiritual para distinguir os recintos internos do
templo celestial. Captaremos os acordes dos cânti-
cos e ações de graça do coro celestial que está ao
redor do trono. Quando Sião se levantar e resplan-
decer, sua luz será muito penetrante, e preciosos
hinos de louvor e ações de graças se ouvirão na as-
sembleia dos santos. Murmurações, queixas e la-
mentos por causa de pequeninas decepções e difi-
culdades se perderão de vista. Quando aplicarmos
o colírio celestial, veremos as glórias além. A fé
atravessará a infernal sombra de Satanás, e vere-
mos nosso Advogado oferecendo o incenso de Seus
próprios méritos em nosso favor. […]
Empreendamos o louvor de Deus aqui embaixo.
Unamo-nos à multidão celestial, no alto. Então re-
presentaremos a verdade tal qual é – um poder a
todo o que crê (Para Conhecê-Lo [MM 1965], p.
273).
Manifestar êxtases espirituais sob circunstâncias
extraordinárias não é prova conclusiva de que uma
pessoa seja cristã. Santidade não é arrebatamento:
é inteira entrega da vontade a Deus; é viver por
toda palavra que sai da boca do Senhor; é fazer a
vontade de nosso Pai celestial; é confiar Nele
mesmo em meio à provação, tanto nas trevas
quanto na luz; é andar pela fé e não pelo que se vê;
é apoiar-se em Deus com indiscutível confiança,
descansando em Seu amor (Atos dos Apóstolos, p.
51).
Terça, 5 de janeiro
Uma nova pessoa (Is 6:5-7)
No santuário/templo, somente o sumo sacerdote
podia se aproximar de Deus no santo dos santos,
no Dia da Expiação, e com uma protetora nuvem
de incenso; caso contrário, ele morreria (Lv
16:2,12,13). Isaías viu o Senhor, embora não fosse
sumo sacerdote, nem estivesse queimando in-
censo! O templo “se encheu de fumaça” (Is 6:4),
lembrando-nos da nuvem na qual a glória de Deus
aparecia no Dia da Expiação (Lv 16:2). Aterrorizado
e pensando que aquele seria seu fim (Êx 33:20; Jz
6:22,23), Isaías clamou, reconhecendo seu pecado
e o pecado de seu povo (Is 6:5), o que lembra a con-
fissão do sumo sacerdote no Dia da Expiação (Lv
16:21). “Em pé [...] na [...] divina presença no inte-
rior do santuário, ele sentiu que, se dependesse de
sua própria imperfeição e ineficiência, seria intei-
ramente incapaz de executar a missão para a qual
havia sido chamado” (Ellen G. White, Profetas e
Reis, p. 308).
3. Por que o serafim usou uma brasa viva do altar
para purificar os lábios de Isaías? (Is 6:6,7). Assi-
nale a alternativa correta:
A. ( ) Porque o fogo simboliza o poder de Deus que
queima o pecado.
B. ( ) Para torturá-lo e castigá-lo.
O serafim explicou que, quando a brasa tocou os
lábios do profeta, a -culpa e o pecado dele foram
removidos (Is 6:7). O pecado não estava limitado
ao discurso impróprio, porque os lábios significam
não apenas a fala, mas a pessoa que a pronuncia.
Purificado, Isaías podia oferecer um puro louvor a
Deus.
O fogo é um agente de purificação, pois queima a
impureza (Nm 31:23). Mas o serafim usou uma
brasa do fogo sagrado e especial do altar, que Deus
havia acendido e que era mantido em permanente
combustão ali (Lv 6:12). Portanto, o serafim tornou
Isaías puro e santo. Além disso, na adoração no
santuário ou templo, a principal razão para se tirar
uma brasa do altar era acender o incenso. Compare
essa ocasião com Levítico 16:12,13, em que o sumo
sacerdote devia tomar um incensário cheio de bra-
sas do altar e usá-lo para acender incenso. Porém,
em Isaías 6, o serafim utilizou a brasa no próprio
profeta, em vez de no incenso. Enquanto Uzias de-
sejava oferecer incenso, Isaías se tornou um in-
censo! Assim como o fogo santo queimava o in-
censo para encher a casa de Deus com a fragrância
sagrada, esse fogo inflamou o profeta para espa-
lhar uma mensagem santa. Não é por acaso que
nos próximos versos, de Isaías 6:8 em diante, Deus
tenha enviado Isaías ao Seu povo.
Qual foi a resposta de Isaías à visão (Is 6:5)? O povo
pecador foi criado por um Deus santo (Is 6:3). Por
que o Cristo crucificado foi a única resposta para
esse problema?
Comentários de Ellen G. White
Quando o profeta Isaías contemplou a glória do Se-
nhor, ficou assombrado, e, esmagado pelo senso da
própria fraqueza e desvalido, clamou: “Ai de mim!”
(Is 6:5) […]
Isaías havia denunciado pecados de outros; porém,
então vê a si mesmo exposto à mesma condenação
que havia pronunciado sobre eles. Havia se sentido
satisfeito com cerimônias frias e sem vida em seu
culto a Deus. Não tinha tomado consciência disso
até que o Senhor lhe deu a visão. Quão pequenos
lhe pareciam então sua sabedoria e talentos à me-
dida que considerou a santidade e majestade do
santuário. Sua visão de si mesmo pode ser expressa
na linguagem do apóstolo Paulo: “Miserável ho-
mem que sou! Quem me livrará do corpo desta
morte” (Rm 7:24).
“Então um dos serafins voou para mim, trazendo
na mão uma brasa viva, que havia tirado do altar
com uma pinça. Com a brasa tocou a minha boca e
disse: – Eis que esta brasa tocou os seus lábios. A
sua iniquidade foi tirada, e o seu pecado, perdo-
ado” (Is 6:6,7; A Fé Pela Qual Eu Vivo [MM 1959],
p. 190).
Nosso Pai celestial […] tem Seu propósito no fura-
cão e na tempestade, no fogo e na inundação. O
Senhor permite que calamidades advenham a Seu
povo para salvá-lo de maiores perigos. Ele deseja
que todos examinem o próprio coração cuidadosa-
mente, e então se acheguem a Deus para que Deus
Se aproxime deles. Nossa vida está nas mãos de
Deus. Ele vê a nos ameaçarem perigos que não po-
demos ver. Ele é o Doador de todas as nossas bên-
çãos; o Provedor de todas as nossas misericórdias;
o Ordenador de todas as nossas experiências. Vê os
perigos que não podemos ver. Ele pode permitir
que sobrevenha a Seu povo o que enche Seu cora-
ção de tristeza porque percebe que ele precisa acer-
tar caminhos retos para seus pés, a fim de que os
claudicantes não se desviem do rumo. Ele conhece
nossa estrutura e Se lembra de que somos pó. Até
os cabelos de nossa cabeça estão contados. […]
Provações nos advêm para levar-nos a pesquisar
nosso coração e vermos se está purificado de tudo
quanto contamine. Constantemente o Senhor está
atuando para nosso bem presente e eterno. Sobre-
vêm coisas que parecem inexplicáveis, mas se con-
fiamos no Senhor e aguardamos pacientemente
por Ele, humilhando diante Dele o coração, Ele não
permitirá que o inimigo triunfe (Olhando Para o
Alto [MM 1983], p. 59).
Na peleja, o inimigo se prevalece dos pontos mais
fracos na defesa daqueles a quem está atacando. É
aí que ele faz seus ataques mais impetuosos. O cris-
tão não deve ter pontos fracos em sua defesa. Deve
ser protegido pelo apoio que as Escrituras dão
àqueles que fazem a vontade de Deus. A pessoa
tentada obterá a vitória se seguir o exemplo Da-
quele que enfrentou o tentador com as palavras:
“Está escrito.” Pode estar segura na proteção de
um “assim diz o Senhor”. […]
O Senhor permite que Seus filhos caiam; e então, se
eles se arrependerem de seu mau procedimento,
Ele os ajuda a se colocarem num terreno vantajoso.
Como o fogo purifica o ouro, assim Cristo purifica
Seu povo pela tentação e provação (Este Dia com
Deus [MM 1980], p. 257)
Quarta, 6 de janeiro
Comissão real (Is 6:8)
“Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: – A
quem enviarei, e quem há de ir por Nós? Eu res-
pondi: – Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6:8).
Após ter sido purificado, Isaías aceitou imediata-
mente o chamado de Deus para ser um represen-
tante a quem Ele pudesse enviar em Seu nome. Na
linguagem do Novo Testamento, Isaías teria sido
chamado de apóstolo; isto é, “aquele que é envi-
ado”.
Curiosamente, o livro de Isaías não começa, como
outros livros proféticos, com a descrição de seu
chamado profético (Jr 1:4-10; Ez 1; Ez 2; Ez 3). Em
outras palavras, ele já devia ter sido chamado para
ser profeta, mesmo antes dos eventos do capítulo
6. A Bíblia mostra que um encontro divino pode en-
corajar um profeta mesmo após o início de seu mi-
nistério (Moisés: Êx 34; Elias: 1Rs 19). Além disso,
em contraste com outros exemplos, em que Deus
ordenou a outras pessoas que atuassem como pro-
fetas, em Isaías 6, o profeta se ofereceu para uma
missão especial. Parece que os capítulos 1 a 5 de
Isaías apresentam as condições em que o profeta
havia sido chamado pela primeira vez, após as
quais Deus avivou seu ministério, ao -encorajá-lo
no templo e reconfirmar sua comissão como porta-
voz do Senhor.
4. Deus encorajou Isaías em Seu templo. Há evi-
dências em outras partes da Bíblia de que o san-
tuário de Deus era um local de encorajamento? (Sl
73:17; Hb 4:14-16; Hb 10:19-23; Ap 5). O que esses
textos revelam?
O santuário de Deus não apenas vibra com um po-
der impressionante; é um local em que pessoas fra-
cas e defeituosas, como nós, podem encontrar re-
fúgio. Podemos ficar tranquilos ao saber que Deus
está trabalhando para nos resgatar por meio de
Cristo, nosso Sumo Sacerdote.
João também viu Cristo representado como um
cordeiro sacrifical que tinha acabado de ser aba-
tido, com a garganta cortada (Ap 5:6). Não era uma
visão bonita. A descrição sustenta que, embora
Cristo tenha ressuscitado e subido ao Céu, Ele leva
continuamente consigo o evento da cruz. Ele ainda
é levantado a fim de atrair todas as pessoas para Si
em Seu altar.
Temos encontrado encorajamento no templo ce-
lestial pela fé, em oração? Hebreus 4:16 nos con-
vida a nos achegarmos ao trono de Deus com ou-
sadia, “a fim de recebermos misericórdia e achar-
mos graça para socorro em ocasião oportuna”. Se
alguém perguntasse como temos encontrado
graça e misericórdia nos momentos de necessi-
dade, o que responderíamos?
Comentários de Ellen G. White
Desceu então a ele um dos serafins, a fim de pre-
pará-lo para sua grande missão. Com uma brasa
viva tirada do altar, tocou-lhe nos lábios. […]
Quando, pois, se fez ouvir a voz de Deus pergun-
tando: “A quem enviarei, e quem há de ir por Nós?”
Isaías respondeu em tom repassado de santa con-
fiança: “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6:7,8).
Que aconteceria se os poderes terrestres se arregi-
mentassem contra Judá? Que sucederia se Isaías
enfrentasse oposição e resistência em sua missão?
Havia contemplado o Rei, o Senhor dos Exércitos;
ouvido o cântico dos serafins: “toda a terra está
cheia da Sua glória”; e o profeta foi confortado
para a obra que tinha à frente. A lembrança desta
sua visão o acompanhou através de toda a sua
longa e árdua missão (Testemunhos Para a Igreja,
v. 5, p. 750, 751).
Com graça no coração os crentes devem fazer as
obras de Cristo, colocando-se, alma, corpo e espí-
rito, ao Seu lado, como Sua mão humana, para dis-
tribuir Seu amor com os que estão fora do aprisco.
Os crentes devem associar-se uns com os outros em
companheirismo cristão, considerando--se uns aos
outros como irmãos e irmãs no Senhor. Devem
amar-se uns aos outros como Cristo os amou. De-
vem ser luzes para Deus, brilhando na igreja e no
mundo, recebendo graça por graça, ao distribuírem
a outros. Assim são constantemente guardados em
espiritual proximidade de Deus. Refletem a ima-
gem de Cristo (Medicina e Salvação, p. 316).
Nossa confissão de Sua fidelidade é o meio esco-
lhido pelo Céu para revelar Cristo ao mundo. Cum-
pre-nos reconhecer Sua graça segundo foi dada a
conhecer por intermédio dos santos homens da an-
tiguidade; mas o que será mais eficaz é o testemu-
nho de nossa própria experiência. Somos testemu-
nhas de Deus ao revelarmos em nós mesmos a ope-
ração de um poder divino. Cada pessoa tem uma
vida diversa da de todas as outras, e uma experiên-
cia que difere muito da delas. Deus deseja que
nosso louvor ascenda a Ele, levando o cunho de
nossa própria personalidade. Esses preciosos reco-
nhecimentos para louvor da glória de Sua graça,
quando fortalecidos por uma vida semelhante à de
Cristo, possuem irresistível poder, o qual opera
para salvação de almas.
É benefício para nós conservarmos viva na memó-
ria cada dádiva de Deus. Por esse meio a fé é forta-
lecida para invocar e receber mais e mais. Há maior
ânimo na mínima bênção que nós mesmos recebe-
mos de Deus do que em todas as narrações que
possamos ler da fé e experiência de outros. A alma
que corresponde à graça de Deus será como um jar-
dim regado. Sua saúde apressadamente brotará;
sua luz brilhará nas trevas, e sobre ela se verá a gló-
ria do Senhor (A Ciência do Bom Viver, p. 100).
Com a fé de uma criancinha, devemos chegar ao
nosso Pai celestial, expondo a Ele todas as nossas
necessidades. Ele está sempre pronto a perdoar e
ajudar. O suprimento de sabedoria divina é inesgo-
tável, e o Senhor nos anima a dele sacar ampla-
mente. O anseio que devemos ter de bênçãos espi-
rituais é descrito nas palavras: “Assim como a corça
suspira pelas correntes das águas, assim, por Ti, ó
Deus, suspira a minha alma” (Sl 42:1). Necessita-
mos de mais profunda fome de alma pelos ricos
dons que o Céu tem para conceder (Filhos e Filhas
de Deus [MM 1956, 2005], p. 121).
Quinta, 7 de janeiro
Apelo espantoso (Is 6:9-13)
5. Quando Deus enviou novamente Isaías, por que
Ele deu ao profeta uma mensagem tão estranha
para levar ao Seu povo? Is 6:9,10
Para não pensarmos que Isaías tivesse ouvido er-
rado ou que essa mensagem não fosse importante,
Jesus citou essa passagem para explicar por que Ele
ensinava por meio de parábolas (Mt 13:13-15).
Deus não deseja que ninguém pereça (2Pe 3:9). Por
isso, Ele enviou Isaías ao povo de Judá e Jesus ao
mundo. Deus não quer destruir, mas salvar. Mas
enquanto alguns atendem a Seus apelos, outros se
tornam resistentes. Entretanto, Deus continua
apelando a eles, a fim de conceder-lhes oportuni-
dades de arrependimento. Contudo, quanto mais
eles resistem, mais endurecidos se tornam. Assim,
o que Deus lhes faz resulta no endurecimento do
coração deles, mesmo que o Senhor deseje que es-
sas ações o amoleçam. O amor de Deus é imutável;
nossa resposta individual ao Seu amor é a variável
crucial.
A função de um ministro, como Moisés, Isaías, Je-
remias, Ezequiel ou mesmo Cristo, é apelar,
mesmo que as pessoas rejeitem a mensagem. Deus
disse a Ezequiel: “Eles, quer ouçam quer deixem de
ouvir, porque são casa rebelde, saberão que um
profeta esteve no meio deles” (Ez 2:5). A função de
Deus e a de Seus servos é oferecer às pessoas uma
escolha justa, a fim de que elas sejam advertidas
adequadamente (compare com Ez 3:16-21),
mesmo que acabem escolhendo a destruição e o
exílio (Is 6:11-13).
6. Com essa ideia em mente, como entendemos a
função de Deus no endurecimento do coração do
Faraó?
Em Êxodo 4:21, Deus disse: “Eu lhe endurecerei o
coração”. Essa é a primeira das nove ocasiões em
que Deus disse que endureceria o coração do fa-
raó. Mas também há nove ocasiões em que o faraó
endureceu seu próprio coração (por exemplo, Êx
8:15,32; Êx 9:34).
Faraó possuía livre-arbítrio, ou ele não seria capaz
de endurecer o próprio coração. Mas o fato de que
Deus também endureceu o coração de faraó indica
que Ele iniciou as circunstâncias às quais Faraó re-
agiu, ao fazer sua escolha de rejeitar os sinais divi-
nos. Se o faraó tivesse sido receptivo a esses sinais,
eles teriam amolecido, e não endurecido, seu cora-
ção.
Você já sentiu seu coração sendo endurecido ao Es-
pírito Santo? O que causou esse endurecimento?
Você achou isso assustador na ocasião? Qual é a
saída? (1Co 10:13).
Comentários de Ellen G. White
Os ouvintes infrutíferos são especificados por nosso
Senhor como os céticos, os superficiais ou os secu-
lares. Estes não conseguem discernir a glória moral
da verdade nem sua aplicação prática e pessoal ao
próprio coração deles. Necessitam daquela fé que
vence o mundo, e, como infalível consequência, o
mundo os vence. […]
É a íntima ligação com Deus que abre, aviva e
aguça o entendimento. Os homens no tempo de
Cristo trouxeram sobre si mesmos aquela cegueira,
de modo que vendo eles não viam, e a surdez vo-
luntária, de modo que ouvindo não ouviam, nem
compreendiam. Jesus lhes disse que não havia ra-
zão para que ficassem surpresos com o que Ele ha-
via declarado a respeito de sua descrença, pois Isa-
ías havia predito a mesma coisa (Mt 13:13-15; Este
Dia com Deus [MM 1980], p. 359).
Deus havia declarado com referência ao faraó: “Eu
vou endurecer o coração do Faraó, para que não
deixe o povo ir” (Êx 4:21). Não se exerceu um poder
sobrenatural para endurecer o coração do rei. Deus
deu ao faraó a mais notável prova do poder divino;
mas o rei obstinadamente se recusou a aceitar a
luz. Cada manifestação do poder infinito rejeitada
por ele o tornava mais resoluto em sua rebeldia. As
sementes de rebelião que havia semeado quando
rejeitou o primeiro milagre produziram sua co-
lheita. Quando continuou a se aventurar em sua
conduta, indo de um grau de teimosia a outro, seu
coração se tornou cada vez mais endurecido, até
que ele foi chamado a olhar o rosto frio e sem vida
de seu primogênito.
Deus fala aos homens por meio de Seus servos,
dando avisos e advertências e repreendendo o pe-
cado. Ele dá a cada um a oportunidade de corrigir
seus erros antes que eles se fixem no caráter; mas,
se alguém se recusa a ser corrigido, o poder divino
não intervém para contrariar a tendência de sua
ação. Essa pessoa acha mais fácil repetir a mesma
conduta. Está endurecendo o coração contra a in-
fluência do Espírito Santo. Uma nova rejeição da luz
a coloca onde uma influência muito mais forte será
ineficaz para produzir impressão duradoura (Patri-
arcas e Profetas, p. 268).
A longa noite de tristeza é aflitiva, mas a manhã é
adiada em misericórdia, porque, se o Mestre viesse,
muitos seriam achados desprevenidos. A recusa de
Deus em permitir que Seu povo pereça tem sido a
razão de tão longa demora. Mas a chegada da ma-
nhã para os fiéis, e da noite para os infiéis, está às
portas. Ao esperar e vigiar, o povo de Deus deve
manifestar seu caráter peculiar, sua separação do
mundo. Por meio de nossa atitude de vigilância de-
vemos demonstrar que realmente somos “estran-
geiros e peregrinos na terra” (Hb 11:13). A dife-
rença entre os que amam o mundo e os que amam
a Cristo é tão clara que se torna inconfundível. En-
quanto as pessoas mundanas manifestam extrema
diligência e ambição para adquirir o tesouro terres-
tre, o povo de Deus não se conforma com o mundo;
por sua atitude fervorosa, vigilante e de espera, re-
vela, porém, que foram transformados; que seu lar
não está neste mundo, mas que estão buscando
uma pátria “superior, isto é, celestial” (Hb 11:16;
Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 194).
Sexta, 8 de janeiro
Estudo adicional
“Práticas iníquas tinham se tornado tão predomi-
nantes entre todas as classes que os poucos que
permaneciam fiéis a Deus eram muitas vezes ten-
tados a perder o ânimo, dando lugar ao desencora-
jamento e desespero. Parecia que o plano de Deus
para Israel estava à beira do fracasso total, e a na-
ção rebelde fosse receber o mesmo destino de So-
doma e Gomorra.
“Diante de tais condições, não é de admirar que
Isaías tenha hesitado em assumir a responsabili-
dade, quando Deus o chamou, durante o último
ano do reinado de Uzias, para levar a Judá as men-
sagens de advertência e reprovação. Ele sabia
muito bem que encontraria uma obstinada resis-
tência. Considerando a própria incapacidade para
enfrentar a situação e levando em conta a rebeldia
e incredulidade do povo pelo qual ia trabalhar, sua
tarefa pareceu-lhe impossível de ser realizada. De-
veria ele em desespero renunciar à sua missão, dei-
xando Judá entregue à idolatria? Deveriam os deu-
ses de Nínive reger a Terra, desafiando o Deus do
Céu?” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 306, 307).
Perguntas para consideração
1. Se um cético ou ateu o desafiasse com a per-
gunta: “Como você pode provar que seu Deus está
no comando?”, o que você responderia?
2. Se Deus está no comando, por que pessoas ino-
centes sofrem? Será que Isaías 1:19,20 significa
que apenas coisas boas acontecerão aos fiéis e so-
mente coisas ruins ocorrerão aos rebeldes? (Jó 1;
Jó 2; Sl 37; Sl 73). Como podemos conciliar nossa
compreensão do caráter de Deus com o mal que
acontece às pessoas?
3. Em Isaías 6, por que existem tantas conexões
com o Dia da Expiação? Considere o fato de que
nesse dia de juízo anual Deus limpava Seu povo,
purificando do pecado os fiéis (Lv 16:30) e elimi-
nando os infiéis (Lv 23:29,30).
Resumo: Em um momento de insegurança, quando
a fraqueza da liderança humana era dolorosa-
mente evidente, Isaías recebeu uma grandiosa vi-
são do Líder supremo do Universo. Paralisado pela
própria inadequação, mas purificado e fortalecido
pela misericórdia de Deus, Isaías estava pronto
para ir, como embaixador do Eterno, a um mundo
hostil.
Respostas e atividades da semana: 1. A morte de
Uzias simbolizava o resultado da impureza e rebel-
dia do povo. Ele havia sido um rei bom, reto e justo
perante o Senhor. Porém, no fim da vida, tornou-
se orgulhoso e recebeu um castigo de Deus. 2. B. 3.
A. 4. Sim. Os textos revelam que o santuário era um
local em que os fracos encontravam graça e mise-
ricórdia. 5. Porque Ele sabia que alguns resistiriam
à mensagem e endureceriam o coração, fazendo
com o que o povo não fosse curado. 6. Ao afirmar
que Deus “endureceu” o coração de Faraó, Moisés
quis dizer que Deus iniciou as circunstâncias pelas
quais Ele sabia que Faraó endureceria seu próprio
coração.
Comentários de Ellen G. White
A Maravilhosa Graça de Deus, “Guardado por sera-
fins”, p. 70.
Este Dia com Deus, “Consciência de pecados perdo-
ados” p. 259.
Lição 3
Quando nosso mundo desmorona
Sábado, 9 de janeiro
VERSO PARA MEMORIZAR:
“Se vocês não ficarem firmes na fé, com certeza não
resistirão!” (Is 7:9, NVI).
Leituras da semana: Is 7
Certa vez, num sábado, Connie e Roy estavam che-
gando em casa após o culto na igreja. Uma pe-
quena galinha voou freneticamente pelo quintal na
frente do carro. Algo estava errado. As aves domés-
ticas deveriam estar em segurança no galinheiro,
mas haviam saído. Uma investigação rápida mos-
trava uma tragédia em andamento. Beethoven, o
pequeno cachorro do vizinho, também havia esca-
pado do seu quintal e estava próximo do açude,
com Daisy na boca. Daisy era uma bela galinha po-
edeira com penas brancas e macias. Connie resga-
tou Daisy, mas já era tarde demais. Seu precioso
animal de estimação, agora com o pescoço muti-
lado, logo morreu em seus braços. Ela se sentou no
quintal, segurando a ave morta, e chorou muito.
Outro animal de estimação ficou profundamente
perturbado. Um pato alto e branco chamado
Waddlesworth viu Connie segurando Daisy e possi-
velmente tenha presumido que ela tivesse matado
a galinha. Assim, nas semanas seguintes, sempre
que Waddlesworth via Connie, ele a atacava feroz-
mente, bicando-a dolorosamente com seu bico
forte. Às vezes, é difícil descobrir quem são seus
amigos e inimigos.
Nesta semana, analisaremos um rei de Judá que
também teve esse problema e buscaremos enten-
der por que ele fez escolhas erradas.
Comentários de Ellen G. White
Como o povo voltou aos seus maus caminhos, o Se-
nhor permitiu ainda que fosse oprimido por seus
poderosos inimigos, os filisteus. Por muitos anos os
israelitas foram constantemente perseguidos, e por
vezes completamente subjugados, por aquela na-
ção cruel e violenta. Haviam se misturado com es-
ses idólatras, unindo-se com eles nos prazeres e no
culto, até que se tornassem idênticos, com os mes-
mos interesses e atitudes. Então, aqueles que se di-
ziam amigos de Israel se tornaram seus piores ini-
migos e procuraram de todas as formas conseguir
sua destruição.
Assim como Israel, com bastante frequência os cris-
tãos se rendem à influência do mundo e se confor-
mam com seus princípios e costumes, a fim de ob-
ter a amizade dos ímpios. Contudo, no fim se per-
ceberá que esses que se dizem amigos são os mais
perigosos adversários. A Bíblia claramente ensina
que não pode haver harmonia entre o povo de Deus
e o mundo. “Irmãos, não se admirem se o mundo
odeia vocês” (1Jo 3:13). Nosso Salvador declara:
“Saibam que, antes de odiar vocês, odiou a Mim”
(Jo 15:18). Satanás atua por intermédio dos ímpios,
sob a capa de uma suposta amizade, para induzir o
povo de Deus ao pecado e poder separá-lo de
Cristo. E, quando a defesa dos cristãos é removida,
o diabo leva seus agentes a se voltarem contra o
povo de Deus e efetuar sua destruição (Patriarcas e
Profetas, p. 558, 559).
Somos advertidos pelo apóstolo: “O amor seja sem
hipocrisia. Odeiem o mal e apeguem-se ao bem.
Amem uns aos outros com amor fraternal. Quanto
à honra, deem sempre preferência aos outros” (Rm
12:9,10). Paulo desejava que distinguíssemos entre
o amor puro, abnegado, que é induzido pelo espí-
rito de Cristo, e a pretensão sem sentido e enga-
nosa, que é abundante no mundo. Essa vil falsifica-
ção tem desviado muitas pessoas. Pretendia apa-
gar a distinção entre o certo e o errado, concor-
dando com o transgressor, em vez de fielmente
mostrar-lhe seus erros. Tal procedimento nunca
provém da verdadeira amizade. O espírito pelo qual
é induzido só habita no coração carnal. Conquanto
o cristão seja sempre bondoso, compassivo e per-
doador, não pode sentir-se em harmonia com o pe-
cado. Aborrecerá o mal e se apegará ao que é bom,
mesmo com sacrifício da associação ou amizade
com os ímpios. O espírito de Cristo nos levará a
odiar o pecado, ao mesmo tempo que estaremos
dispostos a fazer qualquer sacrifício para salvar o
pecador (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 171).
Quão sincera era a amizade do Salvador para com
Pedro! Quão compassiva a Sua advertência! Mas
essa advertência não foi bem recebida. Com autos-
suficiência, Pedro declarou presunçosamente que
jamais faria aquilo de que Cristo o advertira. Disse
ele: – “Estou pronto a ir com o Senhor, tanto para
a prisão como para a morte” (Lc 22:33). Sua confi-
ança em si mesmo tornou-se sua ruína. Ele induziu
Satanás a tentá-lo, e caiu nas artimanhas do astuto
inimigo. Quando Cristo mais necessitava dele, es-
tava do lado do adversário, e negou abertamente a
seu Senhor. […]
Os que compreendem sua debilidade confiam num
poder superior ao próprio eu. E, enquanto olham
para Deus, Satanás não tem poder contra eles. Mas
os que confiam em si mesmos são derrotados com
facilidade. Lembremo-nos de que, se não atender-
mos às advertências que Deus nos faz, há uma
queda diante de nós. Cristo não evitará os ferimen-
tos daquele que se coloca espontaneamente no ter-
reno do inimigo. Ele deixa que o presunçoso, que
age como se conhecesse mais do que seu Senhor,
prossiga em sua pretensa força. Então vem o sofri-
mento e uma vida mutilada, ou talvez a derrota e a
morte (Este Dia com Deus [MM 1980], p. 257)
Domingo, 10 de janeiro
Perigo vindo do norte (Is 7:1-9)
1. Qual crise aterrorizante o rei Acaz enfrentou no
início de seu reinado? (2Rs 15:37,38; 2Rs 16:5,6; Is
7:1,2). Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Um ataque de Rezim, rei da Síria, e de Peca,
rei de Israel, contra Judá
B. ( ) Um ataque do rei do Egito.
Oreino de Israel do Norte (representado por
Efraim, uma de suas tribos) e o reino da Síria (Arã)
atacaram o reino menor de Judá, ao sul. Isso ocor-
reu quando Judá estava enfraquecido pelos ata-
ques dos edomitas e dos filisteus. No passado, Judá
havia lutado contra Israel, mas uma aliança entre
Israel e a Síria apresentava agora um perigo avas-
salador. Parecia que Israel e a Síria queriam forçar
Judá a participar com eles de uma coalizão contra
o forte poder de Tiglate-Pileser III, da Assíria (cha-
mado de “Pul” em 2Rs 15:19), que continuava a
ameaçá-los com seu império em expansão. Israel e
a Síria haviam deixado de lado seu conflito de longa
data, diante de um perigo maior. Se eles conseguis-
sem conquistar Judá e instalar ali um “governante
fantoche” (Is 7:5,6), poderiam usar os recursos e a
mão de obra de Judá.
2. Qual foi a solução de Acaz quando seu mundo
estava desmoronando? 2Rs 16:7-9; 2Cr 28:16
Em vez de reconhecer que Deus era o único que
poderia resgatar seu país, Acaz tentou fazer ami-
zade com Tiglate-Pileser III, o inimigo de seus inimi-
gos. O rei assírio atendeu com satisfação seu pe-
dido de ajuda contra a Síria e Israel. Tiglate-Pileser
III não apenas recebeu um rico suborno de Acaz,
como também obteve uma boa desculpa para to-
mar a Síria, o que ele prontamente fez (2Rs 16:9).
O poder da aliança sírio-israelita foi destruído. No
curto prazo, parecia que Acaz havia salvado Judá.
Essa ação por parte de Acaz, no entanto, não devia
ser uma surpresa. Ele tinha sido um dos piores reis
de todos os tempos a governar Judá até então (2Rs
16:3,4; 2Cr 28:2-4).
Quando lemos sobre Acaz, entendemos por que
ele reagiu ao perigo daquela maneira. Qual é a li-
ção dessa história para nós? Se não obedecemos
ao Senhor hoje, o que nos faz pensar que teremos
fé para confiar Nele quando vierem as grandes pro-
vações? (veja Tg 2:22; Jr 12:5).
Comentários de Ellen G. White
Se Acaz e os principais homens de seu reino tives-
sem sido leais ao Altíssimo, nenhum temor mani-
festariam a respeito de uma aliança tão antinatural
como a que se havia formado contra eles. Mas a
repetida transgressão os havia destituído de força.
Tomados por um medo enorme dos juízos de um
Deus ofendido, “o coração de Acaz e o coração do
seu povo ficaram agitados, como se agitam as ár-
vores do bosque com o vento” (Is 7:2). Nessa crise,
a palavra do Senhor veio a Isaías, ordenando-lhe
que fosse ao encontro do rei amedrontado e dis-
sesse:
“Tenha cuidado e fique calmo. Não tenha medo
nem fique desanimado […]. Porque a Síria, Efraim e
o filho de Remalias resolveram acabar com você,
dizendo: ‘Vamos atacar e amedrontar o reino de
Judá. Vamos conquista-lo para nós e fazer reinar no
meio dele o filho de Tabeal.’ Assim diz o Senhor
Deus: ‘Isso não tem nenhuma chance de aconte-
cer’” (v. 4-7). O profeta declarou que o reino de Is-
rael, bem como o da Síria, chegaria logo ao fim. “Se
vocês não crerem”, concluiu, “certamente não per-
manecerão” (v. 9). […]
Como teria sido bom para o reino de Judá se Acaz
tivesse recebido essa mensagem como vinda do
Céu! No entanto, escolhendo apoiar-se no poder
humano, buscou ajuda de pagãos. Em desespero,
ele enviou uma mensagem a Tiglate-Pileser, rei da
Assíria: “Eu sou seu servo e seu filho. Venha me li-
vrar do poder do rei da Síria e do poder do rei de
Israel, que se levantam contra mim” (2Rs 16:7). O
pedido foi acompanhado de um valioso presente ti-
rado do tesouro do rei e das reservas do templo.
O auxílio pedido foi enviado, e o rei Acaz recebeu
um alívio temporário, mas Judá pagou um alto
preço por isso (Profetas e Reis, p. 328, 329).
No verão, ao olharmos para as árvores de distante
floresta, todas vestidas de um lindo manto verde,
não podemos distinguir as árvores sempre verdes
das outras. Mas, quando se aproxima o inverno e o
gelo as envolve, despojando as outras árvores de
sua bela folhagem, as sempre verdes são pronta-
mente discernidas. Assim será com todos os que
andam em humildade, desconfiados de si mesmos,
mas apegados, trementes, à mão de Cristo. En-
quanto aqueles que confiam em si mesmos e se
fiam da perfeição de seu próprio caráter perdem
seu falso manto de justiça quando submetidos às
tempestades da prova, os verdadeiramente justos,
que sinceramente amam e temem a Deus, cobrem-
se do manto da justiça de Cristo tanto na prosperi-
dade como na adversidade (Santificação, p. 11).
Ânimo, fortaleza, fé e implícita confiança no poder
de Deus para salvar não nos vêm num instante. Es-
sas graças celestiais são adquiridas pela experiên-
cia dos anos. Por uma vida de santo esforço e firme
apego à retidão, os filhos de Deus […] [selam] seu
destino (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 213).
Segunda, 11 de janeiro
Tentativa de interceptação (Is 7:3-9)
Enquanto Acaz avaliava suas opções para enfrentar
a ameaça de Israel e da Síria, Deus permitia que os
problemas viessem sobre o rei para -discipliná-lo e
fazê-lo recobrar o bom senso (2Cr 28:5,19). Em-
bora o pedido de auxílio a Tiglate-Pileser III pare-
cesse atrativo, isso colocaria o reino davídico de
Judá sob domínio estrangeiro, do qual ele nunca
poderia se recuperar.
O risco era surpreendentemente alto. Por isso, o
Senhor enviou Isaías para interceptar o rei Acaz
(aparentemente, enquanto ele estava inspecio-
nando o aqueduto de Jerusalém em preparação
para um cerco) a fim de convencê-lo a não entrar
em contato com o líder assírio.
3. Por que o Senhor mandou Isaías levar seu filho,
Sear-Jasube, com ele (Is 7:3, ARC)? Assinale a al-
ternativa correta:
A. ( ) Porque o nome do seu filho trazia uma men-
sagem para o rei.
B. ( ) Porque Deus não queria que Isaías se sentisse
sozinho.
Acaz deve ter ficado surpreso quando Isaías o cum-
primentou e apresentou seu filho, chamado “Um-
Resto-Volverá”. Resto ou remanescente de quem?
Volverá a quê? Visto que o pai do garoto era pro-
feta, o nome soava como uma fatídica mensagem
acerca do cativeiro. Ou poderia ser que a mensa-
gem se tratasse do retorno do povo arrependido a
Deus? (o verbo “volver” também tem o significado
de arrependimento). A mensagem para Acaz era:
Depende de você! Afaste-se dos pecados ou vá ao
cativeiro, do qual um remanescente retornará. A
decisão é sua!
4. Como a mensagem de Deus resolvia a situação
do rei? Is 7:4-9
A ameaça da Síria e Israel passaria, e Judá seria
poupado. Potências que pareciam vulcões em
erupção eram apenas “dois tocos de tições fume-
gantes” (Is 7:4). Não havia necessidade de Acaz pe-
dir ajuda à Assíria.
Mas, para tomar a decisão certa, Acaz precisava
confiar nas promessas do Senhor. Devia crer para
permanecer (Is 7:9). As palavras para “crer” e “per-
manecer” são da mesma raiz hebraica, da qual
também vêm a palavra que designa “verdade”
(aquilo que é confiável) e a palavra “Amém” (con-
firmar o que é verdadeiro/confiável). Acaz preci-
sava ter certeza para estar seguro; precisava con-
fiar para ser confiável.
Veja a última seção de Isaías 7:9. Por que a fé e a
crença são tão importantes para “permanecer”?
Permanecer em quê? Como esse princípio se aplica
à vida do cristão?
Comentários de Ellen G. White
Há uma ciência do cristianismo a ser dominada –
ciência tão mais profunda, vasta e alta que qual-
quer ciência humana, como os céus são mais eleva-
dos do que a terra. A mente deve ser disciplinada,
educada, exercitada; pois nos cumpre fazer serviço
para Deus por maneiras que não se acham em har-
monia com nossa inclinação inata. As tendências
hereditárias e cultivadas para o mal devem ser ven-
cidas. Muitas vezes, a educação e as práticas de
toda uma existência devem ser rejeitadas para que
a pessoa se possa tornar um aprendiz na escola de
Cristo. Nosso coração deve ser educado em se fir-
mar em Deus. Cumpre-nos formar hábitos de pen-
samento que nos habilitem a resistir à tentação.
Devemos aprender a olhar para cima. Os princípios
da Palavra de Deus – princípios tão elevados como
o céu e que abrangem a eternidade – cumpre-nos
compreendê-los em sua relação para com nossa
vida diária. Cada ato, cada palavra, cada pensa-
mento deve estar de acordo com esses princípios.
Tudo deve ser posto em harmonia com Cristo, e a
Ele sujeito (A Ciência do Bom Viver, p. 453, 454).
Toda verdadeira obediência vem do coração. E do
coração procedia também a obediência de Cristo.
E, se permitirmos, Ele Se identificará de tal forma
com nossos pensamentos e propósitos, moldará de
tal maneira nosso coração e mente em conformi-
dade com Sua vontade, que, quando Lhe obedecer-
mos, estaremos apenas seguindo nossos próprios
impulsos. A vontade, renovada e santificada, en-
contrará seu maior prazer em fazer Seu serviço.
Quando conhecermos a Deus como temos o privilé-
gio de conhecê-Lo, nossa vida será de contínua obe-
diência. Por meio do reconhecimento do caráter de
Cristo, mediante a comunhão com Deus, o pecado
se tornará abominável para nós (O Desejado de To-
das as Nações, p. 668).
Aqueles que estão tentando tranquilizar a consci-
ência culpada com a ideia de que podem mudar sua
má conduta quando quiserem, de que não preci-
sam dar tanta importância aos convites da miseri-
córdia e, mesmo assim, ser continuamente impres-
sionados, estão trilhando um caminho perigoso.
Colocam-se completamente ao lado do grande re-
belde e depois acham que, no momento de maior
dificuldade, quando o perigo os cercar, conseguirão
tranquilamente trocar de líder. Isso não é tão fácil
assim. A experiência, a educação e a prática de
uma vida de satisfação pecaminosa moldaram o
caráter de maneira tão completa que não conse-
guem mais ter a imagem de Jesus. Depois que du-
rante muito tempo a luz foi rejeitada e desprezada,
ela é enfim retirada (Patriarcas e Profetas, p. 269).
Deus gostaria que Seus servos se familiarizassem
com seu próprio coração. A fim de levá-los ao ver-
dadeiro conhecimento de sua condição, Ele permite
que o fogo da aflição os atinja, para que sejam pu-
rificados. As provações da vida são obreiras de
Deus. […] O fogo não nos consumirá, mas somente
removerá a escória, e sairemos sete vezes purifica-
dos, tendo a semelhança do Divino (Minha Consa-
gração Hoje [MM 1953, 1989], p. 92).
Terça, 12 de janeiro
Outra oportunidade (Is 7:10-13)
Acaz não atendeu ao chamado de Isaías à fé. Por-
tanto, Deus misericordiosamente deu ao rei outra
oportunidade, mandando-lhe que pedisse um sinal
que fosse “embaixo, nas profundezas, ou em cima,
nas alturas” (Is 7:11). Esse foi um dos maiores ape-
los à fé já feitos a um ser humano. Diferentemente
das loterias ou apostas, Deus não colocou restri-
ções em letras miúdas. Ele nem mesmo limitou Sua
oferta à metade de Seu reino, como os governan-
tes humanos faziam quando chegavam ao limite de
sua generosidade (veja Et 5:6; Et 7:2; Mc 6:23). O
Senhor estava pronto e disposto a esgotar todo o
Céu e a Terra por um rei ímpio, se tão somente ele
acreditasse! Como sinal, Acaz poderia ter pedido
uma montanha de ouro ou soldados tão numero-
sos quanto os grãos de areia do Mediterrâneo.
5. Por que Acaz respondeu daquela maneira? Is
7:12
À primeira vista, a resposta de Acaz parece piedosa
e respeitosa. Ele não tentou a Deus, como os israe-
litas haviam feito séculos antes, durante sua pere-
grinação pelo deserto (Êx 17:2; Dt 6:16). Mas a di-
ferença foi que Deus pediu ao rei que O provasse
(compare com Ml 3:10). O ato de aceitar Sua dá-
diva irresistivelmente generosa O agradaria, e não
tentaria Sua paciência. Mas Acaz nem sequer es-
tava disposto a permitir que Deus o ajudasse a crer.
Ele fechou e trancou a porta do coração a fim de
excluir a fé.
6. Leia Isaías 7:13. O que o profeta disse nesse
texto?
Isaías destacou que, quando Acaz se recusou a pro-
var a Deus, aparentemente para evitar que Deus Se
fatigasse, Acaz, na verdade, fatigou o Senhor. Mas
o aspecto mais preocupante é o fato de que nesse
verso Isaías usou a expressão “meu Deus”, em con-
traste com Isaías 7:11, em que o profeta havia pe-
dido ao rei que pedisse um sinal do Senhor, “seu
Deus”. Quando Acaz recusou a oferta divina, ele re-
jeitou que o Senhor fosse seu Deus. O Senhor era o
Deus de Isaías, mas não de Acaz.
O que aprendemos sobre a paciência e a vontade
de Deus de salvar todos? O que isso revela sobre
nossa cegueira e dureza quando não nos rendemos
ao Senhor? Mesmo que Deus tivesse dado a Acaz
um sinal que ele desejasse, será que Acaz teria
acreditado?
Comentários de Ellen G. White
Dirijamo-nos à Palavra de Deus em busca de guia.
Procuremos um “Assim diz o Senhor”. Temos tido
bastante de métodos humanos. A mente educada
apenas na ciência mundana deixará de compreen-
der as coisas de Deus; mas a mesma mente, con-
vertida e santificada, verá o poder divino na Pala-
vra. Unicamente a mente e o coração purificados
pela santificação do Espírito podem discernir as coi-
sas celestiais.
Irmãos, em nome do Senhor eu lhes peço que des-
pertem para seu dever. Submetam o coração ao
poder do Espírito Santo, e ele se tornará suscetível
aos ensinos da Palavra. Então vocês estarão aptos
a discernir as coisas profundas de Deus.
Possa o Senhor levar Seu povo a sentir a profunda
operação de Seu Espírito! Que Ele o desperte para
ver o perigo e preparar-se para o que está a sobre-
vir à Terra! (Obreiros Evangélicos, p. 310).
“O ser humano vê o exterior, porém o Senhor vê o
coração” – o coração humano, com suas emoções
de alegria e tristeza sempre conflitantes; o coração
volúvel e sem rumo, onde reside tanta impureza e
tantos enganos (1Sm 16:7). Ele conhece suas ra-
zões, intenções e propósitos. Vá até Ele com seu co-
ração manchado, do jeito que se encontra agora.
Como o salmista, abra os compartimentos do cora-
ção para o olho que tudo vê, e diga: “Sonda-me, ó
Deus, e conhece o meu coração, prova-me e co-
nhece os meus pensamentos; vê se há em mim al-
gum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”
(Sl 139:23,24). […]
Ao ver a gravidade do pecado, ao perceber como
você realmente é, não fique desesperado. Foi para
salvar os pecadores que Cristo veio. Não temos que
reconciliar Deus conosco, mas – que amor maravi-
lhoso! – Deus, em Cristo, está “reconciliando Con-
sigo o mundo” (2Co 5:19). Através do Seu terno
amor, Ele está procurando conquistar o coração
dos Seus filhos desviados. Nenhum pai deste
mundo é tão paciente com as falhas e os erros dos
seus filhos como Deus é com aqueles a quem Ele
quer salvar. Ninguém insiste tão amorosamente
com o transgressor. Lábios humanos jamais pro-
nunciaram palavras tão carinhosas com o perdido
como Ele pronunciou. Todas as Suas promessas e
admoestações são manifestações de um amor in-
descritível (Caminho a Cristo, p. 33, 34).
Somos naturalmente egocêntricos e opiniosos.
Mas, ao aprendermos as lições que Cristo nos de-
seja ensinar, tornamo-nos participantes de Sua na-
tureza. Daí em diante, vivemos a Sua vida. O mara-
vilhoso exemplo de Cristo, a incomparável ternura
com que compreendia os sentimentos dos outros,
chorando com os que choravam e Se regozijando
com os que se regozijavam, deve exercer profunda
influência sobre o caráter de todos quantos O se-
guem em sinceridade. Mediante palavras e atos
bondosos, procurarão facilitar o trilho aos pés can-
sados. […]
Todos quantos nos cercam são pessoas aflitas. Aqui
e ali, por toda parte, podemos encontrá-las. Procu-
remos esses sofredores e demos-lhes uma palavra
a seu tempo para lhes confortar o coração. Sejamos
sempre condutos por onde fluam as refrigerantes
águas da compaixão (A Ciência do Bom Viver, p.
157, 158).
Quarta, 13 de janeiro
O sinal de um filho (Is 7:14)
Aoferta de um sinal, “embaixo, nas profundezas,
ou em cima, nas alturas” (Is 7:11) não persuadiu
Acaz. Por isso, quando Deus declarou que Ele
mesmo apresentaria um sinal (Is 7:14), nossa ex-
pectativa é que esse sinal tivesse dimensões im-
pressionantes (Is 55:9; 1Co 2:9).
Surpresa! O sinal era um filho. Mas como poderia
o fato de uma jovem ter um filho e chamá-lo de
“Emanuel” ser um sinal de proporções bíblicas?
7. Quem é a mulher e seu filho?
O Antigo Testamento (AT) não mostra o cumpri-
mento desse sinal, como indicam sinais dados a ou-
tras pessoas, como Gideão (Jz 6:36-40). Aqui estão
algumas interpretações possíveis, com base no AT:
1. Como a palavra “jovem” (NTLH) se refere a uma
mulher em idade de se casar, muitos pressupõem
que ela fosse casada e vivesse em Jerusalém, talvez
a esposa de Isaías. O capítulo de Isaías 8:3 registra
o nascimento de um filho do profeta com uma
“profetisa” (sua esposa, cujas mensagens proféti-
cas tratavam, pelo menos, de seus filhos; compare
com Isaías 7:3; Is 8:18). No entanto, esse filho foi
chamado de “Maer-Salal-Hás-Baz” (Is 8:1-4; ARC),
não Emanuel. Os sinais dos dois meninos são seme-
lhantes, pois, antes de chegarem à fase em que po-
deriam escolher o bem ou o mal, a Síria e Israel se-
riam devastados (Is 7:16; Is 8:4).
2. Alguns sugerem que Emanuel seja Ezequias, filho
de Acaz, que o sucedeu no trono. Mas em ne-
nhuma parte o nome Emanuel se aplica a Ezequias.
3. Emanuel, comumente traduzido como “Deus co-
nosco”, refere-se à presença de Deus. Ele poderia
ser o Filho especial profetizado em Isaías 9 e 11. Se
esse for o caso, Sua sublime descrição como divino
(Is 9:6) e “raiz de -Jessé” (Is 11:10) supera tudo o
que for atribuído até mesmo ao bom rei Ezequias.
4. Um parto de uma mulher em idade de se casar
traria um filho ilegítimo, fruto da promiscuidade
(Dt 22:20,21). Por que Deus Se referiria a tal filho
como sinal para inspirar fé?
Jesus é identificado como Emanuel (Mt 1:21-23),
nascido miraculosamente de uma virgem solteira,
mas comprometida. Ele é o Filho divino (Is 9:6; Mt
3:17), o “rebento” e a “raiz” de Jessé (Is 11:1,10; Ap
22:16). Talvez um -“Emanuel” anterior, cujo desen-
volvimento provasse a Acaz a pontualidade da pro-
fecia, servisse como precursor de Cristo. “Vindo,
porém, a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Fi-
lho, nascido de mulher” (Gl 4:4), para nos dar Sua
presença.
A vinda de Cristo à humanidade nos conforta neste
mundo frio, temível e indiferente?
Comentários de Ellen G. White
O objetivo de Satanás era causar uma eterna sepa-
ração entre a humanidade e Deus. Entretanto, em
Cristo ficamos em união mais íntima com Ele do
que se nunca tivéssemos pecado. Ao assumir nossa
natureza, o Salvador Se ligou à humanidade por um
laço que jamais se romperá. Ele estará ligado a nós
por toda a eternidade. “Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o Seu Filho unigênito” (Jo 3:16).
Não O deu somente para levar os nossos pecados e
morrer em sacrifício por nós; deu-O à humanidade
decaída. Para assegurar Seu imutável conselho de
paz, Deus deu Seu Filho unigênito para que Se tor-
nasse membro da família humana, mantendo para
sempre Sua natureza humana. Essa é a garantia de
que Deus cumprirá Sua palavra. “Um Menino nos
nasceu, um Filho Se nos deu. O governo está sobre
os Seus ombros” (Is 9:6). […] Em Cristo, estão liga-
das a família da Terra e a do Céu. Cristo glorificado
é nosso Irmão. O Céu está abrigado na humani-
dade, e ela, envolvida no coração do Amor infinito
(O Desejado de Todas as Nações, p. 25, 26).
“Emanuel, […] ‘Deus conosco’”, isto significa tudo
para nós (Mt 1:23). Que ampla base é lançada para
nossa fé! Que esperança sublime, com imortali-
dade, é apresentada diante do que crê! Deus co-
nosco em Cristo Jesus, para nos acompanhar cada
passo na jornada para o Céu! O Espírito Santo co-
nosco, como Consolador, um Guia em nossas per-
plexidades, para amenizar nossos sofrimentos e
nos amparar na tentação. “Ó profundidade da ri-
queza, tanto da sabedoria, como da ciência de
Deus!” (Rm 11:33). […]
Desde que Cristo veio habitar entre nós, sabemos
que Deus está relacionado com as nossas prova-
ções e Se compadece de nossas dores. Todo filho e
filha de Adão pode compreender que nosso Criador
é o Amigo dos pecadores […] (Minha Consagração
Hoje [MM 1953, 1989], p. 290).
Quanto mais pensamos sobre o ato de Cristo tor-
nar-Se bebê aqui na Terra, tanto mais admirável
isso parece ser. Como pode suceder que a indefesa
criancinha na manjedoura de Belém ainda era o di-
vino Filho de Deus? […] (Mensagens Escolhidas, v.
3, p. 128).
Ao contemplar a encarnação de Cristo em humani-
dade, ficamos desconcertados diante de um misté-
rio insondável, que a mente humana não pode
compreender. Quanto mais refletimos sobre ela,
mais maravilhosa ela se afigura. Quão amplo é o
contraste entre a divindade de Cristo e a criança in-
defesa na manjedoura de Belém! Como podemos
medir a distância entre o poderoso Deus e uma cri-
ança desamparada? E, apesar disso, o Criador dos
mundos, Aquele em Quem habitava corporalmente
a plenitude da divindade, foi manifesto na indefesa
Criança da manjedoura. Muito maior do que qual-
quer dos anjos, igual ao Pai em dignidade e glória,
e ainda vestindo a roupagem da humanidade! A di-
vindade e a humanidade misteriosamente combi-
naram-se, o homem e Deus se tornaram um. É
nessa união que encontramos a esperança para
nossa humanidade caída (Questões Sobre Dou-
trina, p. 435).
Quinta, 14 de janeiro
Deus conosco (Is 7:14)
Assim como os nomes dos filhos de Isaías (Sear-Ja-
sube [“Um-Resto-Volverá”] e Maer-Salal-Hás-Baz
[“Rápido-Despojo-Presa-Segura”]), o nome “Ema-
nuel” significa literalmente “Deus conosco”. Po-
rém, na tradução comumente aceita, “Deus co-
nosco”, há uma perda importante. Assim como em
outros nomes hebraicos como esse que não pos-
suem verbos, o verbo “ser” deve ser acrescentado,
pois não é expresso em hebraico. Portanto, “Ema-
nuel” deve ser traduzido como “Deus é conosco”
(compare com Isaías 8:10), assim como o nome
grego “Jesus” (abreviação do hebraico Yehoshua,
ou Josué) significa “o Senhor é salvação”, também
com o acréscimo do verbo “ser” (compare com Isa-
ías, que significa “salvação do Senhor”).
Mas o nome “Emanuel” não é apenas uma descri-
ção abstrata; é uma asseveração de uma promessa
cumprida: “Deus é conosco”!
8. Qual é o significado da promessa de que Deus
está conosco?
Não há garantia nem conforto mais poderosos.
Deus não prometeu que Seu povo não teria dores
e dificuldades, mas prometeu estar com ele.
“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte,
não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo;
o Teu bordão e o Teu cajado me consolam” (Sl
23:4).
“Quando você passar pelas águas, Eu estarei com
você; quando passar pelos rios, eles não o submer-
girão; quando passar pelo fogo, você não se quei-
mará, as chamas não o atingirão” (Is 43:2).
“Onde estava o Senhor quando os babilônios joga-
ram os três amigos de Daniel na fornalha? Com
eles! (Dn 3:23-25). E onde estava o Senhor durante
o momento de angústia de Jacó, quando ele lutou
até o amanhecer? Nos braços de Jacó, o mais pró-
ximo possível! (Gn 32:24-30).
“Mesmo quando o Senhor não aparecia em forma
física na Terra, Ele passava pelas experiências de
Seu povo com eles. Onde estava o Senhor quando
a multidão condenou Estêvão? ‘Em pé à destra de
Deus’ (At 7:55). Mas quando Jesus subiu ao Céu,
‘assentou-Se à direita da Majestade, nas alturas’
(Hb 1:3). Por que Ele Se levantou quando Estêvão
estava em apuros, prestes a ser apedrejado até à
morte? Como Morris Venden disse: ‘Jesus não fica-
ria sentado!’” (Roy Gane, God’s Faulty Heroes. Re-
view and Herald, 1996, p. 66).
Que diferença faz a promessa de que “Deus é co-
nosco” se ainda enfrentamos provações e sofri-
mentos terríveis? De que nos serve o conheci-
mento de Sua presença?
Comentários de Ellen G. White
Assim como o pastor terrestre conhece as ovelhas,
o divino Pastor conhece Seu rebanho, espalhado
por todo o mundo. “‘Vocês são as Minhas ovelhas,
ovelhas do Meu pasto. Vocês são o Meu povo, e Eu
sou o seu Deus’, diz o Senhor Deus” (Ez 34:31). Jesus
afirma: “Eu o chamei pelo seu nome, você é Meu”
(Is 43:1). “Eu gravei você nas palmas das Minhas
mãos” (Is 49:16).
Jesus nos conhece individualmente e Se comove pe-
las nossas fraquezas. Conhece cada um de nós pelo
nome. Sabe até a casa em que moramos e o nome
de cada um dos moradores. Muitas vezes, dá ins-
truções aos Seus servos para irem a determinada
rua em certa cidade, a uma casa designada, para
encontrar uma de Suas ovelhas.
Cada pessoa é tão perfeitamente conhecida por Je-
sus como se ela fosse a única por quem o Salvador
morreu. As dores de cada uma tocam Seu coração.
O grito de socorro chega ao Seu ouvido. Veio para
atrair a Si todas as pessoas. Ordena-lhes: “Segue-
Me”, e Seu Espírito as comove, atraindo-as para
Ele. Muitos se recusam a ser atraídos. Jesus sabe
quem são. Conhece também aqueles que, de boa
vontade, escutam Seu chamado e estão prontos a
se colocarem sob Seu cuidado pastoral. Ele diz: “As
Minhas ovelhas ouvem a Minha voz; Eu as conheço,
e elas Me seguem” (Jo 10:27). Cuida de cada uma,
como se não houvesse outra na face da Terra (O
Desejado de Todas as Nações, p. 479, 480).
Quantas vezes, ao passarmos pela aflição, fazemos
como Pedro! Olhamos para as ondas, em vez de
manter os olhos fixos no Salvador. Os pés vacilam,
e as impetuosas águas avançam sobre nós. Jesus
não disse a Pedro que fosse até Ele para que pere-
cesse; não nos chama a segui-Lo, para depois nos
abandonar. “Não tenha medo”, Ele nos diz, “por-
que Eu o remi; Eu o chamei pelo seu nome; você é
Meu. Quando você passar pelas águas, Eu estarei
com você; quando passar pelos rios, eles não o sub-
mergirão; quando passar pelo fogo, você não se
queimará, as chamas não o atingirão. Porque Eu
sou o Senhor, seu Deus, o Santo de Israel, o seu Sal-
vador” (Is 43:1-3).
Jesus lia o caráter dos discípulos. Sabia como sua fé
seria dolorosamente provada. Nesse incidente no
mar, desejava mostrar a Pedro sua fraqueza – que
sua segurança dependia constantemente do poder
divino. Em meio às tempestades da tentação, Pe-
dro só poderia andar em segurança quando, des-
confiando inteiramente de si mesmo, descansasse
no Salvador. No ponto em que imaginava ser mais
forte, Pedro era fraco; e, enquanto não percebesse
sua fraqueza, não poderia compreender quanto ne-
cessitava confiar em Cristo. Se tivesse aprendido a
lição que Jesus tentou lhe ensinar naquele incidente
no lago, não teria fracassado quando a grande
prova lhe sobreveio (O Desejado de Todas as Na-
ções, p. 382).
Sexta, 15 de janeiro
Estudo adicional
“‘ELE SERÁ CHAMADO pelo nome de Emanuel […]:
Deus conosco’ (Mt 1:23). O brilho do ‘conheci-
mento da glória de Deus’ é visto ‘na face de Cristo’
(2Co 4:6). Desde os dias da eternidade, o Senhor
Jesus Cristo era um com o Pai. Era ‘a imagem de
Deus’ (v. 4), a imagem de Sua grandeza e majes-
tade, ‘o resplendor da glória’ divina (Hb 1:3). Foi
para manifestar essa glória que Ele veio ao mundo.
Veio à Terra obscurecida pelo pecado para revelar
a luz do amor de Deus, para ser ‘Deus conosco’.
Portanto, a Seu respeito foi profetizado: ‘E Lhe cha-
mará Emanuel’” (Is 7:14; Ellen G. White, O Dese-
jado de Todas as Nações, p. 19).
“Como teria sido bom para o reino de Judá se Acaz
tivesse recebido essa mensagem como vinda do
Céu! No entanto, escolhendo apoiar-se no poder
humano, buscou ajuda de pagãos. Em desespero,
ele enviou uma mensagem a Tiglate-Pileser III, rei
da Assíria: ‘Eu sou seu servo e seu filho. Venha me
livrar do poder do rei da Síria e do poder do rei de
Israel, que se levantam contra mim’ (2Rs 16:7). O
pedido foi acompanhado de um valioso presente
tirado do tesouro do rei e das reservas do templo”
(Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 329).
Perguntas para consideração
1. Ao tomar decisões, é apropriado pedir sinais a
Deus? Quais são os perigos de se fazer isso?
2. É bom ter assistência humana, mas como reco-
nhecemos os limites dessa assistência?
3. O autor russo Leon Tolstói escreveu a um amigo
o seguinte: “Uma vez que um homem tenha perce-
bido que a morte é o fim de tudo, também não ha-
verá nada pior do que a vida”. Como nosso conhe-
cimento de que “Deus é conosco” responde a essa
afirmação?
Resumo: Deus levou o incrédulo rei Acaz a circuns-
tâncias nas quais ele teve que tomar decisões difí-
ceis. Crer ou não crer, eis a questão. Embora o Se-
nhor tivesse lhe oferecido qualquer sinal que sua
imaginação pudesse conceber, o rei se recusou a
permitir que Deus demonstrasse uma razão pela
qual ele deveria crer. Em vez disso, ele escolheu,
como seu “amigo”, o rei da Assíria.
Respostas e atividades da semana: 1. A. 2. Ele se
aliou ao rei da Assíria, pedindo sua ajuda contra os
reinos de Israel e da Síria. 3. A. 4. Deus enviou uma
mensagem para que Acaz ficasse tranquilo, pois
aquelas obras planejadas contra ele não subsisti-
riam. O rei poderia ficar calmo e seguro. 5. Sua res-
posta representa uma falsa piedade, pois ele não
desejava a ajuda de Deus. 6. Que além de abusar
da paciência dos homens, o rei estava abusando da
paciência de Deus. 7. Há muitas interpretações
para essa pergunta, porém, a que mais se aproxima
da realidade é que o filho é Jesus Cristo, o Deus En-
carnado, e a Sua mãe, Maria. 8. O fato de Deus es-
tar conosco mostra que temos Alguém que com-
preende perfeitamente nossa situação, pois já es-
teve nela e ainda está ao nosso lado.
Comentários de Ellen G. White
A Fé Pela Qual Eu Vivo, “Deus cuidará de Sua
igreja”, p. 282.
Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangéli-
cos, “Um exaltado privilégio”, p. 478-480.

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