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Amós (análise)

Se o profeta Amós viesse para nosso mundo de hoje, é provável que se sentisse em casa, pois
viveu numa época parecida com a nossa quando a sociedade estava passando por
transformações radicais. Tanto Israel quanto Judá estavam em paz com seus vizinho, o que
significava que suas riquezas e energias podiam ser usadas para desenvolver a nação em vez
de combater os inimigos. Os dois reinos eram prósperos, suas cidades estavam se expandindo
rapidamente, e uma nova classe de comerciantes ricos desenvolvia-se na sociedade. Os dois
reinos estavam passando de sociedade agrícola para sociedade comercial e experimentavam
os benefícios e problemas decorrentes dessa transformação.

No entanto, apesar de seu sucesso material, nem tudo ia bem para o povo escolhido de Deus.
Vivenciavam aquilo que o poeta inglês, Oliver Goldsmith, escreveu em 1770:

De mal a pior vai a terra,

e a males maiores se expõe

Quando a riqueza acumula

E seus homens se decompõem…

Não faltavam males às terras daqueles dias, tanto às nações gentias quanto aos reinos de
Israel e de Judá, e Amós não tinha medo de citá-los. Começou seu livro com uma denúncia
formal dos pecados de seis nações gentias, e, sem dúvida, o povo de Israel e Judá aprovou suas
palavras. Não havia nada que deixasse os judeus mais contentes do que ver o Senhor julgar as
nações a seu redor. Mas as coisas mudaram de figura quando Amós denunciou Judá e Israel, e
a popularidade do profeta começou a cair.

A prosperidade, a exploração e o lucro eram os aspectos mais marcantes da sociedade que


Amós contemplava e na qual trabalhava. Os ricos eram suficientemente ricos para possuírem
diversas casas 3: 15), para se interessarem por móveis ostensivamente caros (6:4) e para não
se privarem de qualquer satisfação física (3:12; 4:1; 6:6). Por outro lado, os pobres eram
realmente pobres e desavergonhadamente explorados: eles sofriam extorsões imobiliárias
(2:6, 7), extorsões legais (5: 10, 12) e extorsões comerciais (8: 5); o homem desamparado, que
não tinha nenhuma influência, sempre se saía mal. Quando os pobres não podiam pagar aos
ricos, eram simplesmente ignorados para que se arruinassem (6:6). O dinheiro e a ganância
governavam tudo: os homens viviam para os seus negócios (8: 5), as mulheres viviam para o
prazer (4: 1) e os governantes, para a frivolidade (6: 1-6).

Quando Amós volveu os olhos para a religião, viu que ela tinha muita religiosidade, que
adorava o que era tradicional, mas que tinha se livrado da revelação divina. Os centros
religiosos viviam aparentemente lotados (4:4; 5:5, 21-23; 8:3, 10), os sacrifícios eram
escrupulosamente oferecidos, as partes musicais do culto eram entusiasticamente
apresentadas. Mas não havia nenhuma base além da mente humana. Permanecia ainda o falso
culto de Jeroboão que, quase dois séculos antes, resolveu estabelecer uma alternativa ao de
Jerusalém (l Rs 22:25 ss.),

Com toda essa tradição, no tempo de Amós, a religião parecia ser um empreendimento
autojustificante. Os santuários de Jeroboão em Betel e Dã ainda funcionavam integralmente
(4:4; 5:5; 8: 14), mas segundo o olhar analítico de Amós, não passavam de um exercício
autogratificante (4:5), abominável para Deus (5: 21-23). Amazias, o sacerdote, oferece-nos um
caso histórico do melhor tipo de devoto, mas, quando tudo veio à tona, quem era ele? Um
defensor das instituições (7: 10), preocupado com as propriedades eclesiásticas (7: 13), mas
desinteressadíssimo de qualquer palavra que viesse de Deus (7: 12, 16).

Os padrões tinham se deteriorado. A autoridade e a lei eram desprezadas (5: 10, 12), e a
liderança nacional, embora deleitando- se com a publicidade e a dignidade da posição (6: 1) e
pronta a fazer pontos nos debates (6:2), não estava resolvendo os verdadeiros problemas
(6:3a), mas até parecia contribuir para a derrocada completa da lei e da ordem (6:3b),
permitindo que os gostos e desgostos pessoais tivessem prioridade sobre os interesses da
nação (6 :4.6). Os padrões públicos da moral estavam em decadência: Amós pôde falar de
indulgência sexual (2:7), de transgressões e pecados (5:12) e de práticas comerciais astuciosas
(8:5, 6) sem que ninguém pudesse dizer que ele estava errado.

Estas coisas lhe forneceram base para falar e, então, para escrever; e a nós também fornecer
base para considerar que ele tem alguma coisa para nos dizer hoje. Estas coisas também
caracterizam a nossa sociedade: algumas mais, outras menos. Nenhuma delas é válida para
todos, mas cada uma delas o é para muita gente. Amós poderia muito bem ter caminhado por
qualquer uma de nossas grandes cidades.

Examinando estas coisas, Amós viu uma sociedade e uma religião que estavam nas últimas,
mas ninguém percebia isso. Foi um período não só de fartura, mas também de poder político,
estabilidade e expansão nacional. Sua profecia data principalmente do período de Uzias de
Judá e Jeroboão (ll) de Israel, e refere-se particularmente a um notável terremoto (1:1).
Infelizmente não sabemos a data do terremoto, mas os dois reis mencionados desfrutaram de
longos reinados na primeira metade do século Vlll a.C, Incluindo as co-regências com os seus
respectivos pais, Uzias reinou de aproximadamente 790 até cerca de 740 a.C., e Jeroboão, de
793 a 753 a.C, As circunstâncias indicam que eles foram dois monarcas expansionistas e
consolidadores. Em 805 a.C., Adade-Nirari III da Assíria derrotou a Síria, acabando com o poder
que, mais do que qualquer outro, teria limitado os planos de Jeroboão. Mas tendo assim,
inconscientemente, servido aos interesses de Israel, a Assíria penetrou em um período de
inatividade do qual só saiu com a ascensão de Tiglate-Pileser Ill, em 745 a.C. Jeroboão, um
homem vigoroso e hábil, ficou, assim, virtualmente desimpedido. Ele restaurou as fronteiras
salomônicas do seu reino pela prímeira e única vez desde a morte de Salomão (cf. 2 Rs 14:23-
29). Com o controle que isto lhe proporcionou sobre as rotas comerciais, a riqueza começou a
se acumular (como já vimos no depoimento incidental de Amós), mas principalmente nas
mãos dos magnatas do comércio. Neste ambiente, as advertências do desprazer divino (4:6-
11) passaram despercebidas, e Amós ficou inicialmente sozinho, vendo que as evidências
sociais, eclesiásticas e morais apontavam todas para um único ponto: esta nação e esta religião
estavam condenadas.

Obviamente, vendo estas coisas, Amós dirigiu-se a todos os que quisessem ouvir; mas se
dissermos isso, não estaríamos destacando o verdadeiro impulso do ministério de Amós. O
povo daquele tempo estava acostumado a se considerar como o povo de Deus. Eles não
pensavam na Igreja e no Estado, como nós, em termos distintos. Israel tivera um
relacionamento pessoal com Deus no passado: ele os tirara do Egito (3: 1), constituindo-os
como seu povo e dando-lhes a sua religião. Foi por causa disto e com base nisto que Amós lhes
falou. Sentiremos o peso e a força de suas palavras se dissermos que ele se dirigiu ao povo de
Deus. Como um todo e também individualmente, eles praticavam a sua religião, eles se
imaginavam andando com Deus, eles assumiam terem um pacto bem formulado com Deus.
Eles aguardavam o dia (5:18-20) em que Deus, de maneira única, agiria colocando o mundo
inteiro a seus pés, pois estavam confiantes de que, nesse dia, receberiam todas as honras. A
palavra de Amós é urna palavra ao povo de Deus, e tem três pontos centrais.

Primeiro, Amós insistiu em que o privilégio implica em perigo (3: 2). A reivindicação daquele
tempo era de que o privilégio produz segurança. Eles eram privilegiados porque tinham um
relacionamento direto com Deus (2:9-11). Em determinadas ocasiões do passado histórico,
Deus havia demonstrado que estava do lado deles. O destaque particular de Amós é o
seguinte: quanto mais perto Deus se encontra, mais próximo o juízo e mais certo o
julgamento. Por causa do privilégio de serem salvos, mais será exigido daqueles que mais
receberam; quanto maior a luz, maior o risco. O povo de Deus não fica isento do julgamento;
pelo contrário, o julgamento começa e é mais violento para com ele.

Segundo, a história passada não pode substituir o compromisso moral e espiritual presente.
Um testemunho passado do que aconteceu há anos é como uma lição de história. Deus quer
compromissos atualizados (5:6), com ele (5:6), com os valores morais (5 :14,15, com a ética
pessoal e social (5:24).

A terceira ênfase da mensagem de Amós à igreja é que a profissão religiosa e a prática religosa
são inválidas (repulsivas a Deus, para sermos mais precisos, e portanto não apenas inúteis,
como também perigosas) se não forem seguidas de evidências claras. Acha-se implícito em
todo o seu livro, e de maneira sucinta em 7: 7 - 8: 1O quais as evidências da verdadeira
religião. Num estudo expositivo, elas seriam explicadas neste ponto, mas aqui elas se
encontram resumidas. Em termos pessoais, a verdadeira religião é corresponder plenamente à
graça e à lei de Deus, vivendo a lei de Deus, vivendo a lei numa vida de obediência,
repousando na graça, tanto para a capacidade como para o perdão; para com Deus, a
verdadeira religião é ouvir e aceitar a sua palavra de maneira reverente; e para com os outros,
destaca-se como honestidade, consideração e preocupação incessante pelos necessitados.
Sem estas coisas, o que resta apenas invoca o julgamento adverso de Deus.

Nisto tudo Amós fala diretamente às igrejas de hoje, e devemos banir qualquer pensamento
de que ele fala especialmente a algum outro povo, ou em outras situações e que, apenas
através de alguma ginástica exegética, poderíamos encontrar aqui uma mensagem para o
cristão. Amós dirigiu-se a "Israel" e nós somos "o Israel de Deus" (Gl 6: 16). Devemos notar que
Paulo não diz "o novo Israel" e em nenhum outro lugar da Bíblia aparece uma frase (ou idéia)
assim. Jesus chamou o seu povo de herdeiros da nova aliança predita por Jeremias (31 :31-34;
cf. 1 Co 11:25); Paulo falou deles chamando-os de filhos de Abraão, junto com Isaque (GI 4:
28); ele também disse que "nós é que somos a circuncisão" (Fp 3: 3). Exatamente por ser esta a
verdadeira situação, é que Tiago pode tomar as profecias de Amós como um manual para a
missão da igreja (At 15: 15 ss.). Fazendo isto, ele estabelece um exemplo nos campos da teoria
e da prática: na teoria, Amós apresenta-nos a palavra de Deus diretamente (não
medianeiramente) para nossa direção, admoestação e instrução; e, na prática, devemos
considerar tudo o que ele diz à luz do reino de Jesus Cristo, um reino que não é deste mundo,
que não se promove pelos métodos do mundo, nem busca realizações políticas em nenhum
lugar do mundo.

Amós tinha consciência de ser um homem tomado por Deus com o propósito de ser seu
profeta (7:14, 15). Ele não podia deixar de falar, pois Deus lhe falara (3: 7, 8). Ele estava
convencido de que não só o conteúdo ou o "empuxo" da sua mensagem, mas também as
palavras que ele usou (palavras naturais à sua mente altamente desenvolvida e bem
informada) eram verdadeiramente palavras de Deus.

Amós viveu e escreveu na primeira metade do século VIII a.C. durante o reinado de Jeroboão
II, monarca do Reino do Norte. Talvez a data de 755 a.C. melhor se ajuste às condições
apresentadas no livro. Seu ensino é de significação particular, porque inaugurou uma linha de
ministérios proféticos que levou o povo de Israel a um entendimento mais profundo sobre o
caráter de Jeová. Somente a revelação de Deus em Jesus Cristo é maior que esta compreensão
da natureza divina. Foi pelos ensinos de Amós e das pessoas depois dele que os israelitas
conseguiram “sobreviver ao fim trágico de Israel como nação, e tornar-se o veículo da
revelação distintiva de Deus para o mundo”

Data

760 a.C.

Pano de Fundo Histórico

Há pouco mais de um século, pensava-se que Amós fosse apenas um dos profetas menores;
hoje, em virtude dos estudos exegéticos e críticos, o livro recebe destacada posição na
literatura bíblica. Considera-se sua linguagem um dos melhores exemplos do puro estilo
hebraico.

Amós foi o primeiro dos profetas literários que se aplicou a eliminar os elementos pagãos que
se insinuaram na vida religiosa e social de Israel. Ele, como os outros, teve de reavivar o ideal
mosaico que advoga que Deus exige santidade de vida. Estes profetas “moralizaram” a religião
e também a universalizaram. O Deus em cujo nome falavam, não era apenas o Senhor deles,
mas o Deus do mundo inteiro.

Como no caso de Joel, muito pouco sabemos sobre a pessoa de Amós, exceto alguns indícios
que podemos depreender das evidências internas do livro. Sabemos que viveu nos dias de
Jeroboão II (782-753 a.C.). Ao levarmos em conta que um longo período de prosperidade
precedeu os dias do profeta, deduzimos que seu ministério se deu na segunda metade do
reinado de Jeroboão.

Amós morava em Judá, mas sua mensagem profética foi entregue em Israel e para essa nação.
Este fato levanta uma pergunta interessante concernente à relação de sua mensagem para
Judá. Amós pretendia excluir Judá da destruição pronunciada para Israel e os povos vizinhos?
Ou pretendia incluir Judá? Amós não cogitava poupar o Reino do Sul. Temos, então, de aceitar
que pretendia incluir Judá na destruição comum que se abateria sobre Israel e as nações
circunvizinhas. Por que escolheu Betel, e não Jerusalém, para o cenário do seu ministério? A
resposta provável é que considerava essencialmente um os dois ramos do povo israelita e que,
dos dois, o Reino do Norte era o mais importante.

O centro da vida nacional estaria em Betel, o santuário do monarca do Reino do Norte. Era
este o lugar estratégico para um profeta começar seu ministério. Ali, sua mensagem produziria
o efeito mais imediato e forte.

Amós nega o título de nabi (profeta profissional). Com esta atitude, quer dizer que não
pertencia à ordem profética e não tinha recebido o treinamento para isso. Designa-se cidadão
de posição social humilde pertencente à classe mais pobre. Em vista deste fato, imaginamos
como adquiriu o grau de cultura que manifestadamente possuía. Entre os hebreus, o
conhecimento e a cultura não eram peculiares aos ricos e às classes de profissionais. Mesmo o
treinamento inicial de todo israelita o equipava religiosa e culturalmente, a despeito de sua
posição social.

Mesmo assim, Amós era homem simples, um boiadeiro e cultivador de sicômoros, a comida
dos pobres. Seu pai não era profeta, nem possuía formação nobre como Isaías. Sua casa ficava
em Tecoa, quase 20 quilômetros ao sul de Jerusalém, onde a vida espiritual genuína e a pura
adoração a Deus sobreviviam no acidentado interior montanhoso.

O chamado era de Deus. O próprio Amós diz que Jeová o “tirou” do serviço referente ao
rebanho. Este ato indica que um poder não dele mesmo o tomava de súbito. Esta também é a
implicação de 3.8, onde o profeta diz: “Bramiu o leão, quem não temerá? Falou o Senhor
JEOVÁ, quem não profetizará?” Havia um fogo ardente retido em seus ossos que o compelia a
falar. Amós era um homem com uma mensagem de Jeová e tinha de livrar-se desse peso.

Ao considerar que o seu chamado era divino, Amós foi honesto, corajoso e dinâmico.
Ressentia-se profundamente com os males sociais dos seus dias e ficava irritado com a
injustiça e a desonestidade. Obteve um discernimento profundo sobre as questões peculiares
de Deus, bem como acerca das relações nacionais e internacionais. Sua língua era como um
chicote para os opressores e mel para os oprimidos.

A situação política.

A história do antigo Oriente Próximo durante este período foi repleta de mudanças políticas.
O Egito estava fragmentado pelos reis libaneses e sudaneses e, portanto, não consistia mais
uma forte influência militar sobre a Palestina. O envolvimento da Síria e Assíria com Israel era
mais direto e mais doloroso. Bem antes dos tempos de Amós, os assírios foram perturbados
pelos seus vizinhos do norte em Uratu, e assim os sírios adquiriram um novo poder e atacaram
Israel. Os reis sírios, Hazael e Benadade, trataram Israel sem misericórdia (2Rs 10.32; 12.17,18;
13.7), mas por volta de 806 a.C. um novo rei assírio subiu ao poder (Adade-Nirari III) e
derrotou a Síria em 801 а.C. Amós relembrou essas atrocidades e previu outra derrota das
forças sírias no futuro (1.3-5). Tendo em vista que o rei assírio (Ashur- Dan III; 772-755 a.C.)
tinha relativamente pouco interesse na Palestina, e a Síria estava se recuperando da derrota,
Jeroboão II em Israel e Uzias em Judá tomaram-se fortes monarcas durante a vida de Amós. O
território tomado foi recuperado (2Rs 13.25) e finalmente Jeroboão II estendeu as fronteiras
de Israel até ao norte de Hamate (2Rs 14.25; Am б.14). Há pouca informação acerca do poder
de Jeroboão II, mas sua força foi, provavelmente, equivalente à do exército de Uzias, com
307.500 homens (2Cr 26.1-15). Os relacionamentos anteriores problemáticos de Israel com as
nações vizinhas são descritos nos oráculos contra as nações estrangeiras em 1.3-2.3. O sucesso
militar de Jeroboão II tornou o ministério de Amós muito difícil, pois poucos levaram a sério
suas advertências sobre a condenação vindoura. Por que deveriam eles ser persuadidos pelos
delírios deste profeta? Eram fortes e tinham poucas preocupações. O povo estava orgulhoso e
tranqüilo (6.1), logo a conversa de Amós sobre morte, exílio e o fim de Israel pareceu-lhes em
desarmonia com as realidades políticas ao redor, bem como com sua cosmovisão socialmente
construída. Devido à sua mensagem política negativa, Amós enfrentou considerável oposição
oficial (7.10-17).

A situação social

O poder político teve maior influência na condição social de Israel. O controle das rotas
comerciais e estradas trazia nova riqueza e acesso a caríssimos marfins e mobílias (3.15; 6.4).
Com a nova prosperidade vieram as influências culturais, novos padrões de moralidade e uma
ética comercial que não era compatível com a antiga tradição hebraica em Israel (2.6-8; 6.4-6;
8.4-6). Gradualmente, uma nova classe de ricos latifundiários, oficiais do governo e
comerciantes Começou a emergir em Israel. Eles construíram lindos palácios (5.11), que mais
pareciam castelos (6.8). Essas pessoas tinham imensas casas (3.15; 6.11) e alguns possuíam
tanto residência de verão quanto de inverno (3.15). Opressão, violência e aparente ignorância
da diferença entre o certo e o errado caracterizavam a vida nos castelos da nação (3.9,10). A
vida luxuosa com o melhor vinho, óleo, música e carne era considerada como parte da
recompensa do rico (6.4-7). Essas pessoas sentiam-se muito seguras, muito orgulhosas e
totalmente despreocupadas com a miséria legada ao restante da população (6.1,6,8).

Esses bens e prazeres materiais eram, provavelmente, adquiridos por meios legais e ilegais.
Amós condena as mulheres ricas de Samaria por esmagarem o necessitado (4.11); os
comerciantes, por sua prática comercial obscura (8.4-6); os latifundiários, por exigir tributos ou
aluguéis exorbitantes (5.1); e outros, por subornar no tribunal (5.10,12). O pobre, o fraco, o
devedor e o servo eram maltratados, e algumas pessoas eram até mesmo vendidas como
escravas (2.6-8; 8.4,6). As condições sociais eram precárias devido ao pecado e à ganância.
Amós, o pastor, opôs-se a este mal e predisse a humilhação e o cativeiro daqueles que
ignoravam os padrões divinos de justiça nas relações sociais.

A situação religiosa

Há apenas algumas passagens que tratam da questão da adoração no livro de Amós (4.4,5;
5.21-27). Amós apenas menciona o Baalismo que Oséias confrontou (8.14), mas certamente
esta prática se fazia presente nos seus dias. Amós reconheceu o mal da adoração a outros
deuses (5.26; 8.14) e percebeu isso como uma parte real do problema de Israel, embora ele
não tenha focalizado este aspecto. Ao invés disso, Amós concentrou-se em mostrar à nação
como as instituições religiosas israelitas, bem como a sua teologia, estavam sendo pervertidas,
mal-entendidas e rejeitadas. Adoração no templo, cânticos, sacrifícios e dízimos não são
descritos como não-israelitas, mas como transgressões e demonstrações arrogantes de uma
falsa piedade (4.4,5). As adorações das pessoas nos sábados não eram coerentes com suas
práticas diárias de justiça e retidão (5.21-24; 8.5,6) ou com uma busca real por Deus (5.4-6). Os
templos em Betel, Gilgal e Berseba (4.4; 5.5) estavam cheios de atividades que eram religiosas
em natureza, mas cujos adoradores não abandonavam suas vidas de pecado e não retomavam
para Deus (4.6-13).

Alguns se opuseram visivelmente aos profetas e nazireus, pessoas que foram chamadas por
Deus para advertir a nação sobre seus pecados (2.11,12; 7.10-17). Mas tal repressão da crítica
profética não fez com que o povo abandonasse completamente as antigas tradições teológicas
de Israel. A nação ainda lembrava-se de sua eleição divina dentre todas as famílias da terra
(3.1,2), a graça de Deus na libertação do Egito (2.10; 3.1; 9.7), a destruição dos amonitas pelo
Senhor (2.9) e a dádiva da terra da Palestina como posse a Israel (2.10; 9.15). Conheciam a
promessa de Deus, que ele estaria com eles (5.14), e os protegeria de todos os perigos (9.10) e
os salvaria no grande Dia de Yahweh (5.18-20). Essas crenças teológicas e práticas religiosas
apenas deram ao povo a falsa impressão de que estavam fazendo todas as coisas certas e
crendo em todas as doutrinas corretas. Na verdade, a religião havia se tomado o ópio do povo
em Israel. As promessas de Deus eram conhecidas e proclamadas, mas a presença pessoal de
Deus era ignorada.
Amós foi enviado por Deus para compartilhar o rugir do leão (3.8). Deus havia falado contra o
povo e Amós foi o mensageiro escolhido por Deus para entregar sua palavra de desafio e
repreensão. Amós não foi enviado aos pagãos que nunca haviam ouvido a Palavra de Deus,
mas ao próprio povo de Deus, pessoas que não haviam reconhecido o pecado em suas vidas.
Ele deveria compartilhar fielmente o que Deus havia dito, a fim de persuadir tais pessoas a
mudarem suas crenças e comportamento.

Um puco mais sobre o profeta Amós

Amós ("aquele que carrega o fardo") era um boieiro e cultivava sicômoros (Am 1:1; 7:14),
quando o Senhor o chamou para ser profeta. Vivia na vila de Tecoa, a dezoito/oito?
quilômetros de Jerusalém, no tempo do reinado de Uzias, em Judá (790-740 a.C.), e de
Jeroboão II no reino do Norte, Israel (793- 753 a.C.). Amós era um "leigo", um humilde lavrador
e pastor que não era membro oficial da religião judaica nem da instituição política.O profeta
Amós não é mencionado em nenhum outro lugar no cânon hebraico. A única informação que
temos sobre ele vem deste livro. As datas de seu nascimento e morte não são dadas e sua
idade na época da entrega destas profecias também é desconhecida. O versículo 1.1 associa
Amós com a pequena cidade de Tecoa, uma vila a aproximadamente 9,6 quilômetros ao sul de
Belém e 19,2 quilômetros ao sul de Jerusalém. Amós vivia na região de Tecoa quando foi
chamado por Deus para ser profeta (7.15). Esta pequena vila estava às margens de um árido
deserto, que conduzia ao Mar Morto, ao oriente, e à região montanhosa das pastagens, ao
ocidente. A área era usada para a criação de ovelhas e cabras, e Amós ganhava a vida como
supervisor de um grupo de pastores (1.1; 7.14,15).5 Ele não era apenas um humilde pastor,
mas um homem de responsabilidades. Ele também trabalhou com sicômoros, provavelmente
na região do Mar Morto, mas não fica claro quais eram suas responsabilidades nessa
atividade.6 As imagens contidas no livro revelam a vida de um pastor que tinha ouvido rugidos
de leões (3.4,8), havia usado armadilhas (3.5) e sacudido o trigo no crivo (9.9), e que também
conhecia as exigências legais a um pastor (3.12).

A data de seu chamado (7.14,15) e ministério foi entre 765-760 a.C. A duração de seu
ministério é desconhecida, mas é provável que não tenha durado nem mesmo um ano. Os
discursos registrados sugerem um ministério na capital Samaria (3.9; 4.1; 6.1), bem como no
templo de Betei (7.10-17). A produção escrita do livro de Amós foi feita aproximadamente dois
anos após o seu ministério nas nações do norte (1.1), ao invés de ter sido produzido por vários
redatores ao longo de 200 anos, como alguns têm sugerido.7 Quando estava em Israel, Amós
era visto como um estrangeiro das regiões de Judá falando a pessoas com uma formação
étnica e religiosa semelhante, mas identidades políticas e teológicas diferentes.

Amós era uma pessoa instruída, que possuía uma compreensão ampla dos assuntos políticos
de sua época (1.3-2.3). Ele tinha noções de relações internacionais, que incluíam detalhes
sobre reis estrangeiros (1.4), vida nas principais cidades de diferentes países (1.5,8,12,14; 2.2),
batalhas anteriores (1.3,13; 2.1) e um pouco de história antiga (1.5; 9.7). Ele também
compreendia a situação social e política de seus ouvintes em Israel (6.2,13,14). Ele havia
observado a maneira como o pobre era tratado pelo rico (2.6-8; 3.9,10; 4.1), como os
comerciantes administravam seus negócios desonestamente (8.4-6), como o sistema de justiça
funcionava na base do suborno ao invés da integridade (5.10,12,15) e como os latifundiários
escravizavam as pessoas por meio de tributos pesados (5.11). Em sua perspectiva, os lindos
castelos do rico se erigiam como marcos da cobiça e luxo (3.15). Os banquetes opulentos eram
apenas outra evidência do estado degenerado da alta sociedade israelita (6.1-7). Com este
discernimento acerca do pensamento e comportamento social de seus ouvintes, Amós foi
capaz de entregar uma mensagem que dizia respeito à profunda depravação espiritual do
povo. A partir da Palavra de Deus revelada ao profeta, Amós pode entregar uma mensagem
que desafiou os padrões sociais aceitáveis na comunidade israelita. Seu objetivo era
transformar a cosmovisão deles, persuadi-los a aceitar a avaliação divina de sua situação e,
conseqüentemente, mudar seu pensamento e comportamento.

Em seu ministério, Amós possuía uma intensa sensibilidade espiritual para com as práticas
religiosas vigentes na nação. Ele repetidamente transmitiu a palavra divina de condenação
contra a adoração em Betel (3.14; 4.4,5; 5.4,5,21-26; 7.9) e outros templos (8.14). Deus
considerava tais atos de adoração como práticas inaceitáveis; ele as odiava, pois ali não havia
verdadeiros encontros com Deus (4.6-11; 5.21-24). Em seus sermões, Amós interagiu com as
tradições religiosas de seus ouvintes israelitas. Ele se referia à criação das montanhas, ventos,
estrelas e céus (4.13; 5.8; 9.5), à história do dilúvio (5.9; 9.6), à destruição de Sodoma e
Gomorra (4.11), ao êxodo do Egito (2.10; 3.1; 9.7), à jornada no deserto e à derrota dos
amonitas na Palestina (2.9,10), às inúmeras normas legais e religiosas da Lei mosaica (2.4,68;
4.4,5; 5.10,12,15,21-24; 8.5,11,12) e à grande esperança da nação acerca do Dia de Yahweh
(5.18-20). Ele citou um hino de louvor a Deus usado na adoração da nação (4.13; 5.8,9; 9.5,6),
era versado nas maldições da aliança (4.6-11) e conhecia a promessa davídica à nação (9.11-
14). Ainda que Amós estivesse profundamente familiarizado com as tradições religiosas de
Israel, de igual importância, senão maior, era a voz de Deus que lhe revelava uma nova
palavra, dirigida às necessidades dos seus ouvintes em cada nova situação.

O ministério de Amós não é o que normalmente se esperaria de um pastor judaico. As


atividades regulares de sua vida foram interrompidas por uma compulsão irresistível vinda da
parte de Deus (3.8). Deus o tomou de seu cuidado com o rebanho de ovelhas e o levou a
declarar uma mensagem de condenação a Israel (7.10-17). Amós não era nem um judeu
nacionalista, nem um zelote religioso, nem tão pouco um profeta litúrgico; antes, ele era um
homem que havia recebido a Palavra e várias visões da parte de Deus (7.1-9.4).

Mensagem

A indiferença complacente de Israel para com as exigências morais da aliança mosaica torna
sua religião abominável e faz inevitável seu julgamento pelo Deus que inspeciona os pecados
das nações, mas soberanamente promete restaurar para Seu povo as bênçãos da aliança
davídica.

ESBOÇO SINTÉTICO

I. Prólogo (1.1,2) Um pregador rico, porém simples, chama a atenção de Israel, no auge de
sua prosperidade, com uma mensagem de ruína iminente.

II. Profecia (1.3–2.16) A visitação de Deus em juízo para punir os pecados nacionais na
Palestina finalmente alcançará Israel.

A. Damasco (Arã) será punido em razão da repetida crueldade contra os gileaditas (1.3-
5).

1. A injustificada crueldade de Damasco torna inevitável o julgamento divino


(1.3).

2. O castigo de Damasco inclui destruição e exílio (1.4,5).


B. A Filístia será punida em razão de seu vergonhoso tráfico de escravos usando
israelitas cativos (1.6-8).

1. A injustificada crueldade da Filístia contra os prisioneiros de guerra torna


seu julgamento inevitável (1.6).

2. O castigo da Filístia trará sua absoluta ruína como nação (1.7,8).

C. Tiro será punida em razão de seu repetido tráfico de escravos e quebra de tratados
(1.9,10).

1. O tráfico de escravos e quebra de tratados praticados por Tiro tornam o


julgamento divino inevitável (1.9).

2. O castigo de Tiro significará sua destruição (1.10).

D. Edom será punido por sua implacável hostilidade contra Israel (1.11,12).

1. A desnaturada hostilidade de Edom contra Israel torna o julgamento divino


inevitável (1.11).

2. O castigo de Edom será a perda de sua famosa sabedoria e de sua soberania


(1.12).

E. Amom será punido por sua violência desenfreada durante disputas territoriais (1.13-
15).

1. A violência desenfreada de Amom contra Gileade torna o julgamento de


Deus inevitável (1.13).

2. O castigo de Amom será sua invasão e o exílio de sua nobreza (1.14,15).

F. Moabe será punido por sua injustificável profanação em Edom (2.1-3).

1. A injustificável profanação de Moabe em Edom torna o julgamento de Deus


inevitável (2.1).

2. O castigo de Moabe acarreta invasão e perturbação de seu governo (2.2,3).

G. Judá será punida por sua desobediência deliberada à revelação divina (2.4,5).

1. A desobediência deliberada de Judá à revelação de Deus torna Seu


julgamento inevitável (2.4).

2. O castigo de Judá será de fogo e destruição por toda sua terra (2.5).

H. Israel será punida por suas vergonhosas violações da aliança mosaica e seu desprezo
pela bondade de Deus (2.6-16).

1. Israel será punida por suas vergonhosas violações da aliança mosaica (2.6-8).

• As ultrajantes injustiças sociais de Israel tornam o julgamento de Deus


inevitável (2.6,7a).

• A imoralidade [sacra] de Israel torna o julgamento de Deus inevitável (2.7b).

• A religião hipócrita de Israel torna o julgamento de Deus inevitável (2.8).


2. Israel será punida por seu desprezo pela bondade de Deus (2.9-16).

• Israel desprezou o livramento de Deus (2.9,10).

• Israel desprezou a orientação de Deus (2.11,12).

• O julgamento de Israel por seu desdém é inescapável (2.13-16).

– A paciência de Yahweh está chegando ao fim (2.13).

– Até os mais hábeis guerreiros encontrarão sua ruína no julgamento por vir
(2.14-16).

III. Pregação (3.1–6.14) O julgamento divino é causado pela insensibilidade aos privilégios e
preceitos da aliança mosaica e por uma religião hipócrita.

A. O julgamento divino é causado pela insensibilidade aos privilégios da aliança


mosaica (3.1-15).

1. A pregação condenatória de Amós é necessária porque Deus intervirá contra


a indiferente Israel (3.1-8).

• Israel merece condenação por sua indiferença pelo privilégio da eleição


(3.1,2).

• Israel merece condenação por sua indiferença pelo privilégio da aliança (3.3).

• Israel merece condenação por sua indiferença quanto às advertências divinas


(3.4-8).

2. O julgamento de Deus será testemunhado pelas nações que observaram o


desdém de Israel pela justiça e sua indulgente idolatria (3.9-15).

• Uma convocação divina é feita às nações divinas para ver o julgamento da


insensata e gananciosa nação de Israel (3.9,10).

• O julgamento anunciado consumirá os bens de Israel e deixará apenas um


remanescente empobrecido na terra (3.11,12).

• Uma proclamação divina anuncia que as riquezas e idolatria de Israel serão


eliminadas (3.13-15).

B. O julgamento divino não será evitado pelo culto hipócrita e idólatra enquanto uma
sociedade gananciosa permanecer insensível às disciplinas da aliança mosaica (4.1-13).

1. Matriarcas gananciosas serão destinadas ao cativeiro (4.1-3).

2. A inútil religião hipócrita é desdenhosamente encorajada para que a nação


reconheça sua futilidade (4.4,5).

3. Israel permaneceu insensível à disciplina pactual durante sua história e


colherá julgamento de todas as formas (4.6-13).

• A fome não é reconhecida como disciplina pactual e não produz


arrependimento (4.6).
• A seca não é reconhecida como disciplina pactual e não produz
arrependimento (4.7,8).

• As pragas não são reconhecidas como disciplina pactual e não produzem


arrependimento (4.9).

• A doença não é reconhecida como disciplina pactual e não produz


arrependimento (4.10).

• A invasão não é reconhecida como disciplina pactual e não produz


arrependimento (4.11).

• Todos os julgamentos anteriores cairão novamente sobre Israel quando o


Deus Onisciente e Onipotente vier contra ele (4.12,13).

C. O julgamento divino dizimará um povo insensível que rejeita Seus bons preceitos e
recorre à religiosidade hipócrita como disfarce (5.1-17).

1. Yahweh lamenta a severidade dos sofrimentos futuros de Israel (5.1-3).

2. Yahweh, o verdadeiro Criador e Juiz, pleiteia com Israel para que a nação O
busque, em vez de confiar na idolatria (5.4-9).

• A confiança de Israel deve ser transferida dos ídolos enganadores para


Yahweh se a nação espera escapar do castigo (5.4-7).

• Yahweh é o poderoso Criador e severo Juiz com Quem Israel tem de se


acertar (5.8,9).

3. Yahweh confronta Israel com seus pecados e ordena que se arrependa, pois
o juízo está próximo (5.10-17).

• A perversão da justiça e exploração do pobre exercidas por Israel resultarão


em perda de sua riqueza mal adquirida (5.10-13).

• Israel é exortado a abandonar o mal e praticar a justiça para experimentar a


presença benevolente de Deus, em vez de Sua visitação de juízo (5.14-17).

D. O julgamento de Yahweh dissipará os conceitos falsos de religião do Seu povo


insensível (5.18-27).

1. Prosperidade no presente não significa que Deus a aumentará quando


intervier na História (5.18-20).

2. Religião abundante não significa que Deus está satisfeito com Seus
adoradores (5.21-27).

• A religião é abominável a Deus quando não produz justiça no viver (5.21-24).

• A abominável religião presente em Israel é uma mera continuação de sua


idolatria anterior e merece o castigo de Yahweh (5.25-27).

E. O juízo de Yahweh certamente virá contra a nação cuja prosperidade a fez cada vez
mais insensível aos Seus preceitos morais (6.1-14).
1. A prosperidade de Israel não a faz moralmente superior às outras nações
(6.1-3).

2. A indulgente indiferença de Israel a sua falência moral dará lugar ao


cativeiro (6.4-11).

• Cidadãos ricos, mas espiritualmente insensíveis, serão os primeiros a sofrer


exílio (6.4-7).

• A arrogância de Israel lhe trará o juízo garantido de Yahweh que devastará


suas cidades e aterrorizará seus cidadãos (6.8-11).

3. A recente bravura de Israel em suas conquistas militares não a salvará, pois


ela perverteu os padrões de Deus (6.12-14).

• O modo de vida de Israel é uma perversão dos padrões revelados de Deus


(6.12).

• As recentes conquistas de Israel não evitarão o juízo divino por meio da


invasão estrangeira de sua terra (6.13,14).

IV. Perfis (7.1–9.10) O julgamento inevitável de Yahweh é retratado com cinco perfis que
salientam a indiferença de Israel à mensagem divina e a oposição a Seus mensageiros.

A. As visões dos gafanhotos e do fogo – o julgamento divino é protelado pela


intercessão do profeta à vista de sua natureza extremamente severa (7.1-6).

B. A visão do prumo – o julgamento de Deus se baseia em Seus padrões perfeitos aos


quais Israel se manteve indiferente em razão dos pecados de Jeroboão (7.7-9).

C. A confrontação com Amazias – o julgamento divino cairá sobre os que se opõem ao


mensageiro de juízo contra o complacente Israel (7.10-17).

1. Amazias denuncia Amós como traidor à coroa e tenta espantá-lo (7.10-13).

2. Amós defende a autenticidade de sua mensagem e ministério ao predizer a


ruína de Amazias (7.14-17).

D. A visão do cesto de frutos de verão – o julgamento divino está prestes a cair, porque
Israel está no ponto para o castigo devido à rejeição da aliança mosaica (8.1-14).

1. O julgamento divino é iminente e ameaçador, quando o período de


misericórdia para Israel chega ao fim (8.1-3).

2. A classe dominante de Israel, que rejeitara a aliança ao desprezar seus


símbolos em favor da exploração cruel dos pobres, deve atender ao aviso de
juízo (8.4-6).

3. O inevitável julgamento divino será marcado por perturbações cósmicas que


trarão ruína absoluta e desespero por falta de revelação divina (8.7-14).

• A terra estará sujeita a convulsões destrutivas (8.7,8).

• Os céus escurecerão (8.9).

• A nação toda experimentará o sofrimento indizível (8.10).


• O desespero será o destino de Israel idólatra, quando o Senhor punir o povo
com fome pela verdade espiritual (8.11-14).

E. A visão do Senhor junto ao altar – o julgamento divino é inevitável em razão da Sua


infinita presença, poder e percepção (9.1-10).

1. É impossível fugir da presença do Juiz (9.1-4).

2. É impossível fugir do poder do Juiz (9.5,6).

3. É impossível fugir da percepção do Juiz (9.7-10).

V. Promessa (9.11-15). O julgamento divino será seguido pela restauração de Israel às


bênçãos da aliança davídica.

A. O reino davídico será plenamente restaurado a sua glória anterior (9.11).

B. Israel conquistará seus inimigos e governará as nações que se submeterem a


Yahweh (9.12).

C. A prosperidade material e estabilidade na terra substituirão a fome e o cativeiro


(9.13-15).

*Fontes

Comentário bíblico BEACON

Série Cultura Bíblica

Comentário bíblico Warren W. Wiersbe

Foco e Desenvolvimento do A.T (Carlos O.C. Pinto)

Comentário do A.T (Ed. Cultura Cristã)

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