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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Filisteus
A origem dos filisteus (do hebraico ‫ ְפּלְ ְשׁ ִתּים‬plishtim) ainda hoje é motivo de controvérsias. Há
polêmica até mesmo sobre o fato se se tratava de um único povo ou de uma confederação de povos
que migraram do Mar Egeu para o leste do Mar Mediterrâneo no século XIII a.C..

Mapa da região de Israel, 830 a.C.

História

Origem

Até o século passado, todo o resplendor da civilização filistéia era apenas mais um dos mistérios
indecifráveis da história da humanidade. Quem eram os filisteus, de onde tinham vindo e por que
desapareceram, ninguém sabia. Tudo que se conhecia estava no Velho Testamento. E só. Era certo
que chegaram como invasores e ocuparam as terras de Canaã, desde a atual faixa de Gaza até o
território onde hoje se encontra a capital israelense, Telavive. Especulava-se também que
chegaram lá entre os séculos XIII e XII a.C., já que as primeiras referências a eles são do chamado
período dos Juízes, quando os descendentes de Abraão ainda não passavam de grupos de
pastores e a única unidade entre as tribos judaicas era a religião. No mais, a narrativa bíblica
enfatizava o convívio tumultuado entre os dois povos, até que, no século VII a.C., eles
simplesmente somem tanto das páginas da Bíblia, como de Canaã e da história.
No século XVIII, no entanto, graças ao enciclopedista francês Dom Calmet, surgiria a primeira tese
plausível sobre a origem dos filisteus. Especialista na Bíblia, em Lingüística e profundo conhecedor
da História greco-romana, Calmet dedicou a vida àquilo que esperava ser a enciclopédia definitiva
sobre todo o conhecimento bíblico. Mas durante seu trabalho deparou um problema: como
escrever um verbete sobre os filisteus, se os textos bíblicos eram extremamente vagos? As únicas
pistas que encontrou foram referências a eles como habitantes de uma misteriosa ilha chamada
Caphtor ou ainda como integrantes da desconhecida nação dos ceretitas.
Uma barreira aparentemente intransponível, não fosse uma pista reveladora. Consultando uma
versão da Bíblia em grego do século II a.C., feita em Alexandria, no Egito, Calmet viu que nação dos
ceretitas tinha sido traduzida como nação dos cretenses. Seriam os filisteus cretenses? Mais tarde,
ele achou uma confirmação valiosa de sua desconfiança em documentos bizantinos do século VI:
neles, Gaza, um dos grandes centros filisteus, era chamada Minoa em homenagem ao rei Minos de
Creta, que teria visitado a cidade e lhe dera seu nome. Quando publicou, em 1720, sua
enciclopédia, Calmet já não tinha mais nenhum tipo de dúvida: Caphtor virou Creta e os filisteus
foram apresentados como imigrantes cretenses em Canaã.

Invasão ao Egito

Embora não passasse de uma engenhosa conjugação de textos, sem provas históricas, hoje se
sabe que antes da controvertida tese de Calmet ninguém chegou tão perto da verdade sobre os
filisteus. Mas foi preciso esperar 109 anos até que, definitivamente, essa relação entre os filisteus
e o mundo grego da Idade do Bronze fosse confirmada. E, novamente por obra dos franceses, na
famosa excursão de Napoleão Bonaparte ao Egito, em 1798, a mesma que levou para a Europa a
Pedra da Roseta usada por Jean-François Cham-pollion para decifrar os hieróglifos. Impressionado
com um mural esculpido nas paredes de um templo no sul do Egito, um artista chamado
Dominique Vivant Donon resolveu reproduzir suas cenas: batalhas em terra e no mar entre egípcios
e um estranho povo com cocares de penas; pelejas que durante muito tempo se acreditou serem
parte de uma campanha do faraó Sesóstris na Índia, no século XX a.C.

Em 1829, Champollion em pessoa enterraria essa versão durante sua visita ao templo, chamado
Medinet Habu, quando traduziu uma palavra-chave que mudou totalmente a história daqueles
desenhos: filisteus. Os relevos de Tebas não tinham nada a ver com Sesóstris ou a Índia, mas, sim,
retratavam a vitória, cerca de 800 anos depois, de Ramsés III contra uma tentativa de invasão dos
chamados Povos do Mar, guerreiros provenientes do Mar Egeu. Entre eles, os filisteus.

Nas paredes construídas por Ramsés III, hieroglifos recontam as disputas do século XII a.C.
Em Medinet Habu, o faraó perpetuou sua suposta vitória sobre os povos do mar.

A saga de Ramsés eternizada nas paredes de Medinet Habu é o marco da redescoberta da história
filistéia e, atualmente, poucos duvidam de que o fracasso no Egito seja a origem da colonização de
Canaã pelos Povos do Mar além dos filisteus, também se estabeleceram lá pelo menos mais três
deles, os sardanas, os sicalaias e os danunas, todos presentes na tentativa de invasão do Império
do Nilo. Foi provavelmente a serviço do faraó vitorioso que eles chegaram à terra dos cananeus.
Na época, Ramsés enfrentava dificuldades para manter o controle de suas posses na região e pode
ter enviado os prisioneiros de guerra, na condição de mercenários, para garantir a defesa de suas
cidades. Além disso, quando tentaram entrar no Egito, os guerreiros do mar não vinham sozinhos,
mas traziam mulheres e crianças: para muitos historiadores, a presença das famílias é uma prova
de que o ataque aconteceu como uma migração em massa, após a destruição de Tróia. É quase
certo que os Povos do Mar lutaram como aliados dos troianos e foram obrigados a fugir com a
vitória dos atenienses e espartanos, novos senhores da Grécia e do Egeu, que ergueram seus
domínios sobre as cinzas de potências micênicas como Creta, Chipre, Tróia e Micenas.
Daí em diante, tudo o que se sabe sobre os filisteus se deve ao trabalho de arqueólogos, que a
partir da metade do século passado se empenharam em recuperar a memória dos filisteus e de
todo o mundo micênico, desenterrando achados sensacionais como Tróia, o palácio de Cnossos
em Creta e a própria cidade de Micenas. No caso da Palestina nome da região vem da
transliteração hebraica de Philistia , o declínio da influência egípcia transformaria os filisteus em
seus herdeiros naturais como senhores da região.

Uma Poderosa Civilização


Durante a fase dos Juízes, eles reinaram absolutos.

Juízes 1.18: Eles não tomaram Gaza, Asquelom e Ecrom e os seus territórios vizinhos. O Senhor Deus
ajudou o povo de Judá, e eles conquistaram a região das montanhas. Mas não puderam expulsar os
moradores do litoral porque estes tinham carros de ferro (carros de guerra de ferro).

Morte do Rei Saul de Israel

Em uma grande batalha os filisteus derrotaram os israelitas, mataram os filhos do rei Saul e como
Saul já havia se suicidado, acharam seu corpo cortaram sua cabeça e mandaram ela e também as
armas do rei através de mensageiros para o território filisteu a fim de darem as boas notícias ao
seu povo para celebrarem a vitória. Os filisteus conquistaram o vale de Jezreel e ocuparam as
cidades do vale.

I Crônicas 10.1-10: 1. Os filisteus lutaram contra os israelitas no monte Gilboa. Muitos israelitas
foram mortos ali, e o resto fugiu. Entre os que fugiram estavam o rei Saul e os seus filhos. 2. Mas os
filisteus os cercaram e mataram Jônatas, Abinadabe e Malquisua, filhos de Saul. 3. A luta estava feroz
em volta de Saul, que foi atingido por flechas inimigas e ficou muito ferido.
4. ...Então Saul pegou a sua própria espada e se jogou sobre ela.
6. E assim Saul e os seus três filhos morreram juntos, e nenhum dos seus descendentes se tornou rei.
7. Quando os israelitas que moravam no vale de Jeszeel souberam que o exército de Israel havia
fugido e que Saul e os seus filhos tinham sido mortos, abandonaram as suas cidades e fugiram .
Então os filisteus foram e ocuparam aquelas cidades. 8. Um dia depois da batalha, quando os filisteus
voltaram lá para tirar dos mortos as coisas de valor, acharam os corpos de Saul e dos seus filhos
caídos no monte Gilboa. 9. Então cortaram a cabeça de Saul e pegaram as armas dele. Depois
mandaram mensageiros com elas para o território filisteu a fim de darem as boas notícias aos seus
ídolos e ao povo.
10. Eles puseram as armas dele num dos seus templos e penduraram a sua cabeça no templo de
Dagom, o deus deles.

O poder militar e econômico de suas cidades, Ashkelon, Gaza, Ashdod, Gate e Ekron, era
incontestável, assim como sua cultura, que aos poucos deixou de lado a reprodução da arte
micênica para se tornar uma espécie de amálgama cultural com as mais variadas influências. A
cerâmica foi abandonando o estilo típico dos egeus para ganhar personalidade própria. As covas
coletivas também foram deixadas de lado, substituídas pelos enterros individuais em esquifes de
barro inspirados nos sarcófagos egípcios. Em Ekron, por exemplo, descoberta na década de 80
pela arqueóloga israelense Trude Dothan, enquanto as residências mais antigas ainda guardavam
o hábito de construir grandes círculos no meio dos salões, uma espécie de lareira central cultivada
em palácios micênicos, nas construções mais novas eles foram descartados.
Mas não foi só o mito da bárbarie dos filisteus que sucumbiu ao trabalho dos arqueólogos. Apesar
da rivalidade enfatizada pela Bíblia, não são poucos os que acreditam que durante muito tempo
filisteus e hebreus compartilharam uma intimidade desconcertante. Segundo o arqueólogo
israelense Yigael Yadin, Sansão, o truculento juiz da tribo de dã uma das doze que constituíram
Israel , era descendente dos Povos do Mar: os Filhos de Israel da Tribo de Dã, na verdade, seriam
danunas, os mesmos dos relevos de Medinet Habu. Para Yadin, só isso explica certas atitudes da
gente de Sansão: seu pai, por exemplo, permitiu que ele se casasse com uma filistéia, hábito
impensável para outras tribos, e o próprio Sansão costumava assediar sem cerimônia as mulheres
inimigas. Não só freqüentou uma prostituta de Gaza, como sucumbiu aos encantos de Dalila,
agente filistéia. Nenhum outro hebreu jamais se atreveu a tanta confraternização. Assim como
nenhum outro herói bíblico é reverenciado por sua virilidade ou dotes físicos como Sansão, que
lembra mais um deus grego do que um pastor judeu. Como os danunas desapareceram sem deixar
vestígios, Yadin acha que eles entraram em choque com os filisteus e migraram para o norte,
fundando a cidade de Dan e aliando-se definitivamente a Israel.
O próprio Davi, que com sua vitória conquistou a mão da filha do rei Saul e se tornou rei de Israel,
parece ter convivido intimamente com eles. Davi quando foi perseguido por Saul se refugiou na
cidade de Gate com seus 600 guerreiros servindo como mercenário a Aquis governador de Gate.

Sociedade

Uma mudança radical na imagem dos filisteus, que a cada nova escavação desvenda aspectos
desconhecidos de uma história escondida pelas terras áridas do deserto. Cidades bem
organizadas, cercadas por muralhas sólidas e com áreas industriais e residenciais nitidamente
separadas, prédios públicos e templos grandiosos, palácios no mais puro estilo arquitetônico
micênico, são pouco a pouco reconstruídos nos sítios arqueológicos.

Engenharia

Os Filisteus destacaram-se na arte da construção naval, introduzindo grandes inovações tais como
a âncora de pedra com braços de madeira, a vela móvel para as embarcações e o cesto da gávea.

Arquitetura

A arquitetura também pôde se beneficiar: até então, a construção fazia uso apenas de pedras
brutas e tijolos. Os povos do mar trouxeram a técnica de esculpir grandes blocos rochosos. Além
disso, desenvolveram e aperfeiçoaram o processamento de metais.

Indústria

Tinham uma grande força econômica: em quase todos os seus centros urbanos, restos de
inúmeras oficinas denunciam uma atividade incessante.
Pequenas confecções e tinturarias foram encontradas em quantidade. Sua indústria cerâmica,
capaz de criar peças sofisticadas, enfeitadas com desenhos de espirais, pássaros, animais e
homens marcas registradas da cultura micênica , contrastava com a humilde arte dos israelitas,
que na época ainda produziam vasos de barro cru. A fama de sua metalurgia, que os próprios
textos bíblicos registram, também não era gratuita: forjas de bronze e adagas finamente acabadas,
com cabo de marfim, fazem parte de seu legado.

Em XI a.C., as cidades filistéias floresceram e destacavam-se pelos espaços amplos e pelas


generosas construções. Os templos, erguidos em veneração a Dagan, impressionavam pela
vastidão de suas galerias, cujas pilastras sustentavam tetos semi-abertos. Em seu interior, ardiam
fogos sagrados, e altares móveis, nichos e plataformas de oração guarneciam os locais de culto.
Em Ashcalon, vinhos exóticos eram produzidos e exportados. Numerosas garrafas foram
desenterradas no local, comprovando que os habitantes dessa cidade gostavam de consumir a
bebida, além da tradicional cerveja. Ecron, por sua vez, alcançou fama nacional e talvez até
internacional pela produção de outro líquido precioso: o óleo de oliva, que se destacou na época
pela excepcional qualidade. As instalações para produzir azeite de oliva eram tão grandes que,
pelos cálculos dos estudiosos, a produção média devia ultrapassar 1 milhão de litros por ano, um
quinto do que Israel exporta atualmente.

Culinária

Seu cardápio incluía – além de boi, carneiro, aves e cabra – carne de porco, ingrediente culinário
impensável para os hebreus e não encontrado nas montanhas vizinhas, habitadas pelos israelitas.

Religião

Os seus principais deuses eram Dagon, Baal-Zebub e Astarote.

Os filisteus não veneravam um único deus patriarcal mas uma grande quantidade de deuses e
deusas.

Dagon
Dagom — Peixinho; diminuitivo de dag = peixe, o deus-peixe; Esse ídolo tinha o corpo de um peixe, a
cabeça e os braços de um homem. Era uma deidade assíria-babilônia. Dagom teve origem na
Babilônia.

Dagom representava a fertilidade, e a abundância na pesca. poderiam suprir seu povo com ouro e
gemas preciosas, além de garantir fartura em sua principal atividade. a pesca. Em troca, sacrifícios
humanos eram oferecidos de tempos em tempos aos "Profundos", em nome de Dagon.

Para veneração a Dagon, templos eram erguidos e impressionavam pela vastidão de suas galerias,
cujas pilastras sustentavam tetos semi-abertos. Em seu interior, ardiam fogos sagrados, e altares
móveis, nichos e plataformas de oração guarneciam os locais de culto.

Havia templos consagrados ao deus Dagom em Gaza e Asdode

Esse mesmo "deus" e seus templos de adoração são referenciados por diversas vezes no Antigo
Testamento, em trechos de José e Samuel. O evento mais conhecido nas escrituras, é a destruição
de um de seus templos por Sansão, em seu último ato.

Sacerdote de Dagom vestido com uma mitra espargindo água benta com uma mão e segurando uma
vasilha de água na outra.
Dois sacerdotes de Dagom espargindo água benta enquanto olham para um símbolo egípcio da
adoração ao sol.

A Dagon era oferecido os despojos das vitórias:

(Jz 16.23,24;) Os líderes dos filisteus se reuniram para oferecer um grande sacrifício a seu deus
Dagom e para festejar. Comemorando sua vitória, diziam: “O nosso deus entregou o nosso inimigo
Sansão em nossas mãos”. Quando o povo o viu, louvou o seu deus:“O nosso deus nos entregou o
nosso inimigo, o devastador da nossa terra, aquele que multiplicava os nossos mortos…Por isso, até
hoje, os sacerdotes de Dagom e todos os que entram em seu templo, em Asdode, não pisam na
soleira.

Em certa época os filisteus, derrotaram Israel depois de uma grande batalha, e levaram a arca do
concerto (arca da aliança).
Os filisteus a colocaram em um templo que era dedicado a Dagon, deus dos filisteus. Para os
filisteus a arca tornou-se um grande problema. Por duas vezes a imagem de Dagon caiu durante a
noite diante da arca o que constrangeu os filisteus que também tiveram milhares de pessoas com
tumores e a terra deles fora tomada por ratos, sendo que o castigo só terminou depois que
devolveram a arca para os israelitas.
Os filisteus concluíram que a arca era sagrada e nunca mais ousaram toma-la. (1 Sm 5.5,6)

(1 Cr 10.9-10) Então cortaram a cabeça de Saul e pegaram as armas dele. Depois mandaram
mensageiros com elas para o território filisteu a fim de darem as boas notícias aos seus ídolos e ao
povo.
Eles puseram as armas dele num dos seus templos e penduraram a sua cabeça no templo de Dagom,
o deus deles.

Baal-Zebube
Deus Filisteu de Ecrom; (Ecrom – Era a mais setentrional ou mais ao norte, das cinco cidades
pertencentes aos príncipes dos filisteus).

Havia ali um grande santuário de Baal. O ídolo de Baal que foi adorado era chamado Baal-Zebube
(Dono das Moscas)

Era o deus responsável por livrar o povo da praga das moscas. Os cultos a baal eram os mais
imorais possíveis, e dentre os ritos eram praticados entre outras coisas o culto a "prática sexual",
por ser a responsável pela reprodução de seres vivos.

Astarote

Astarote, ou Astarte, com os seus crescentes, o era com a Lua, simbolizada pela vaca. o culto
desta deusa veio dos caldeus para os cananeus. Era a deusa-mãe com aspectos de deusa da
fertilidade, do amor e representando uma mulher despida, poder produtivo e da guerra. Entre os
filisteus o seu culto era acompanhado de grande licenciosidade, em que os bosques
representavam uma proeminente parte. As pombas eram-lhe consagradas.

O Gigante Golias
A provocação vinha de muitos dias. As tropas alinhadas frente a frente nas colinas de Judá não
tinham se encorajado ao combate, mas o fanfarrão Golias não poupava os israelitas. Desde a
derrota de Ebenezer, por volta de 1050 a.C., quando a Arca da Aliança foi capturada pelos filisteus,
os judeus vinham amargando seguidas humilhações para seus eternos rivais, e as bravatas do
gigante Golias pareciam confirmar esse destino. Com quase 2 metros de altura, diariamente ele
desafiava os guerreiros de Israel, sem jamais encontrar resposta. Um dia, porém, alguém resolveu
aceitar o convite. Não um soldado, mas um jovem chamado Davi. Munido apenas com uma funda,
o rapaz enfrentou o desafiante e conseguiu o que parecia impossível: a pedra lançada por sua
arma atingiu a cabeça do gigante Golias, derrubando o mais bravo dos soldados filisteus e, com
ele, o moral do seu exército.
Enquanto para os hebreus surgia ali um novo herói, o futuro rei que unificaria Israel e Judá, para os
filisteus aquela pedrada certeira foi o início do fim. Com a derrota de Golias, começava o declínio
da hegemonia em Canaã desse misterioso povo, que atravessou quase 3.000 anos de história
condenado ao papel que a Bíblia lhe reservou: uma escória de bárbaros cruéis e mudos, sem direito
a sua própria história, já que nenhum vestígio deles foi encontrado até a metade do século
passado. Nas últimas décadas, no entanto, escavações arqueológicas em Israel revelaram outra
face dos filisteus, bem mais fiel à realidade do que aquela pintada nas passagens bíblicas. Os
vilões que subornaram Dalila para descobrir o segredo da força de Sansão, os ladrões que se
apoderaram da Arca da Aliança e encontraram em Davi o seu algoz eram uma sociedade brilhante
e desenvolvida, que durante muito tempo foi uma espécie de agente civilizatório da cultura grega
micênica na região de Canaã.

Declínio e Desaparecimento

Davi, quando subiu ao poder, em 1006 a.C., não demonstrou condescendência com seus inimigos.
A união de Judá e Israel fez do novo Estado israelita a grande potência regional, aniquilando o
poderio filisteu: cidades como Qasile e Ekron foram transformadas em cinzas e as rotas
comerciais do interior ficaram com os hebreus.
Além dos hebreus, os arameus, babilônios e assírios foram de igual importância para sua
decadência. Os arameus, por exemplo, não mediram esforços para conquistar a cobiçada Gate e,
no século IX a.C., chegaram a sitiá-la, escavando um poço com mais de seis metros de
profundidade e sete de largura. Após ser tomada, a cidade nunca mais se recuperou da destruição,
desaparecendo dos registros por volta do século VII a.C. A última menção a ela ocorre em 712 a.C.,
quando foi conquistada pelos assírios e obrigada a pagar pesados tributos ao rei Sargão II, que no
mesmo período dobrou Ecron ao seu jugo. Ashdod já havia se tornado província assíria um ano
antes.

Os filisteus, sobreviveram e, com a chegada dos assírios, conheceriam um novo período de


apogeu: Ekron, depois de conquistada pelo rei Sargão II, em 712 a.C., foi promovida a capital da
província assíria de Canaã e voltou a brilhar. Até que, 100 anos depois, o novo período de glória
encontraria um fim trágico e definitivo. Ironicamente, compartilhado com os hebreus. Após a
conquista de Israel e a destruição do templo de Jerusalém, em 586 a.C., Nabucodonosor dedicou-
se a aniquilar a civilização filistéia. O Rei destruiu as cidades filistéias de Ashod, Askalon e Ekron
(Gate já havia sido destruída no século IX a.C em guerras contra os Arameus). Elas foram
arrasadas e queimadas pelas tropas de Nabucodonosor.

Invasão Babilônica

Com a chegada de Nabucodonosor, Ecron, Ashdod e Ashcalon, sofreram a derradeira destruição.


As escavações testemunham o cenário de horror que se estabeleceu. Ashcalon, com suas ruas de
comércio, templos e palácios, foi inteiramente incendiada. Nada nem ninguém foi poupado, e os
sítios arqueológicos atestam a existência somente de escombros de guerra. Em Ecron, o fogo dos
conquistadores ardeu com tamanha intensidade que arrebentou as pedras calcárias das
construções. Nenhuma peça de cerâmica permaneceu inteira, comprovando a violência do assalto
que se abateu como uma catástrofe natural sobre a cidade. Depois da completa destruição, os
poucos moradores sobreviventes foram aprisionados e deportados para a Babilônia.

Os sobreviventes de todas elas também foram levados para o cativeiro da Babilônia, a milhares de
quilômetros de distância de suas cidades destruídas.

Ao contrário de seus inimigos Hebreus, quando da queda do Império Babilônico pelos exércitos de
Ciro, o grande da Pérsia, os Filisteus não retornaram às suas cidades. Elas ficaram abandonadas
por muitos anos até serem novamente ocupadas por outros povos sob domínio do Império Persa
(sobretudo Fenícios). Os Filisteus desapareceram da História. Um povo inteiro deixou de existir.
Ainda se debate como e por quê isto aconteceu. Alguns acreditam que eles foram culturalmente
assimilados durante a sua estadia na Babilônia. Como isto pode ocorrer em tão pouco tempo,
levanta discussões interessantes entre historiadores e antropólogos.

Fontes: Superabril.com / História Viva / Wikipédia / Bíblia ( Nova tradução na linguagem de hoje e
NVI).
Edição: Valter Pitta

Valter Pitta às 12:38

32 comentários:

Thais 8 de janeiro de 2010 03:53


Muito boa esta matéria. Trouxe muitos esclarecimentos que nos facilita a compreensão das
civilizaçãoes naquela época. Um abraço!
Responder

Cassia 16 de janeiro de 2010 09:58


Apesar de ter lido 1 grande texto, foi fascinante a leitura, embarquei na História, e ao contrário,
nenhum cansaço ou fatiga...
Parabéns por sua dedicação quanto a pesquisa.
Vai ficar na minha memória tal relato deste povo.
Responder

Associaçao Bebedourense de Esporte e Cultura 2 de janeiro de 2011 13:33


Hummm entendi isso quer dizer que os filisteus eram argentinos !!!
Responder

jonatas davi 27 de janeiro de 2011 18:34


Gostei da materia, rica e abrangente, fico porem com algumas duvidas, como um povo "civilizado e
brilhante" pode cultuar uma entidade cheamada de Senhor das Moscas (BAal-Zebub) e ainda pior,
sacrificar seres humanos a dagan???
Responder

Respostas

Daniel Mk 7 de junho de 2018 18:38


Acho que eles sacrificavam inimigos apenas, nao? Apesar de ser horrível, é menos pior pois
matariam do mesmo jeito. Essa parte me deixou com dúvida, ele disse que Dagon vem da
Babilônia e seus adoradores faziam sacrificios. Mas ele está falando da Babilônia ou dos
filisteus quando fala dos sacrifícios? Eu tive que parar pra pensar nessa parte, e meio
estranho pessoas que vem de perto da Grécia fazerem sacrifícios humanos. Ele deveria ter
deixado mais claro.

Responder

Grátis Para Baixar ! 30 de janeiro de 2011 21:58


Achei ótimo seu texto, claro que puxa um pouco de elogios aos Filisteus, mas isso eu entendo,
porque Lúcifer também era um arcanjo de luz maravilhoso, cujo orgulho o levou ao inferno, e você
quiz dizer que os filisteus também eram um povo brilhante, porém que tinha atitudes horríveis perante
os inimigos, e com suas adorações á deuses que não existiram, ofendiam á Deus, e os cristãos, com
a ajuda de Deus, um dia tomaram coragem e simplesmente destruíram até o último Filisteu que
andou sobre a Terra.

Confiando na palavra de Deus, sei que isso é plenamente possível. Hora, com tantos relatos de
vitórias do povo de Deus sobre homens que tocavam no povo dele, e foram derrotados, porque não
acreditarmos que Deus deu ordem e poder ao povo cristão, para que aniquilassem os filisteus do
planeta? É o que aconteceu.
Responder

Pr. Marcos Marciliano 16 de julho de 2011 12:47


Pr. Marcos Marciliano.

Ótimo estudo para os interessados em se aprofundar em sabedoria e conhecimento, muito edificante


para Prof, de escola bíblicas, pregadores da palavra de Deus etc...

Parabéns.
Responder

suf 30 de julho de 2011 17:29


A Arqueologia Filistéia de 1980 não relata nada sobre Davi [juda], sobre hebreus [eber] ou sobre
israelitas [jaco / israel]. O Tanack não é 1 livro de História ou 1 tratado de Arqueologia, portanto incluir
personagens bíblicos não comprvados em nada contribui p/ o aprendizado dos alunos que
porventura acessarem seu blog p/ pesquisa escolar.
Responder

MESTRADO 3P 19 de julho de 2012 10:02


Parabéns pelo trabalho de pesquisa!

Profa. Pra. Rosiê


Responder

Camilo barbosa da Silva 14 de agosto de 2012 04:58


Importante lembrar que uma das poucas fontes sobre o povo filisteu é a Bíblia. Produção literária de
uma povo inimigo deles! Portanto não é insenta nem parcial!
Responder

tooorkiba 7 de abril de 2013 20:35


Algo de grande valia...
Obrigado!
Responder

tooorkiba 7 de abril de 2013 20:43


Algo de grande valor, para o conhecimento ...
É de sobremaneira um bojo, rico em clareza e detalhes da antiguidade.
Fico grato, pela dedicação.

Grande abraço!

Davi tooorkiba

Responder

José Anselmo 16 de novembro de 2013 17:56


Quando reflito sobre o desenvolvimento ciêntifico me pergunto,mas onde está mesmo a tão falada
imparcialidade? Ou preciso dos oculos do cientista ou ele está vendo miragem.Gostei muito do texto,
parabéns.
Responder

Wilson Cavalcante 5 de janeiro de 2014 16:29


PARABÉNS PELO TEXTO. ATÉ HOJE TINHA MUITA CURIOSIDADE SOBRE ESSA PARTE FASCINANTE
DA HISTÓRIA BÍBLICA!
Responder

Marcio Soares da Rocha 2 de agosto de 2014 09:05


Um artigo muito bom. Parabéns. Fica a questão: se os Filisteus da antiguidade foram completamente
exterminados como nação e povo, quem são os atuais "palestinos"? São apenas árabes chamados
de palestinos (filisteus) para criar uma falsa ideia de que são descendentes dos antigos filisteus e
assim reinvindicarem a existência de um estado "palestino"?
Responder

Respostas

TERESA. 26 de janeiro de 2015 21:57


Sr Marcio,excelente essa sua dúvida! Ela também era minha até que,freqüentando os sites
de Genealogia,decobri que os cientistas fizeram uma bateria de testes
genéticos,observando o comportamento genético do cromossomo "Y" e aplicaram estes
testes em pessoas do grupo étnico palestino. Chegaram à conclusão de que p
cromossomo "Y" dos palestinos é igual ou é o mesmo dos fenícios,os atuais
libaneses.Estes ,por sua vez, são aparentados dos hebreus antigos.Que ironia ! Os
palestinos vêm a ser parentes dos judeus!!!
Na verdade,Sr Marcio, o povo palestino nunca existiu.Ele é uma construção político-
ideológica que serviu e serve a interesses expansionistas racistas supremacista e anti-
semitas que têm suas origens no século moderno,séculoXX,mais especificamente,em
1930,na 2a guerra mundial.
Na Idade Antiga, aquela região que hoje oa palestinos reinvindicam como
Palestina,chamava- se Província da Judéia.Era habitada por judeus e por alguns outros
grupos étnicos que brigavam muito entre si.Na época,o Imperador Adriano que era anti-
semita resolveu mudar o nome da referida região para Província Sírio-Palestina.E
posteriormente,as pessoas passaram a chamar somente Província Palestina.

Daniel Mk 7 de junho de 2018 18:42


Então quer dizer que os Palestinos possivelmente vieram de Israel também? Lembrando
que la tinham vários povos, mas eram todos de uma mesma etnia, a dos hebreus. Os
Hebreus, Filisteus, Cananeus...eram todos primos.

Responder

Alexandre Sousa 5 de agosto de 2014 15:51


A biblia diz da quantidade de covados que media Golias. Usando o dicionario e uma calculadora
cheguei ao resultado de 4 metros de altura.As atuais noticias sobre esse gigantes chego a conclusão
de que o ser humanos já é muito alto com 2m, depois de uma certa altura eles não aguenta o proprio
peso. Tive noticia de um gigante de 3m que morreu de traumatismo craniano num acidente
domestico. Então chego a conclusão que Golias era usado mais para assustar do que para guerrear.
Chego a conclusão de que se alguem tem mais de 3m e levar uma pedrada na cabeça ele, ele nem
precisa ser desta altura para cair depois de uma pedrada. Então Davi não é nenhum heroi. Ele atingiu
um doente porque gigantismo é doença.
Responder

Alexandre Sousa 5 de agosto de 2014 16:12


Se Vocês lessem a biblia veriam que esses personagem não são tão gente boa assim Abraão
dizendo que a mulher era sua irmã e ela passava doença para os homens ficavam com ela
enganados e eles davam presentes ao suposto cunhado e ganhavam doença em troca. Tem homens
que fazem a mesma coisa hoje, tenho noticia de um parente da minha mãe que ficava do lado de fora
de um quarto no zona enquanto a mulher dele fazia dinheiro lá dentro. Ele até ficou com ciume
quando um conhecido apareceu para entrar no quarto. Esse parente da minha é seria um Abraão da
atualidade. Desculpe se estou ofendendo alguem mas acho que muitas gente se lesse com algum
espirito critico sem medo de ir para o inferno chegaria a mesma conclusão.
Responder

Alexandre Sousa 5 de agosto de 2014 16:35


Tem tambem a historia de Jscó que tomava conta do rebanho do sogro. O sogro mandou fixar um
salario pelo serviço e ele pediu as crias de uma determinada cor. É claro que ele uma pessoa só
interessada no proprio lucro não cuidou dos interesses do sogro e acabou só nascendo as crias
resultantes dos cruzamentos que interessava a ele. E depois disse que foi Deus que deu o rebanho a
ele. Já vi um politico corrupto que usava a loteria esportiva para lavagem de dinheiro dizendo que foi
Deus que deu o dinheiro a ele. Desculpe novamente se ofendi alguem mas foi o que entendi
Responder

Alexandre Sousa 5 de agosto de 2014 16:45


O novo testamento não encontrei nada que desabonasse Cristo. mas o antigo testamento não
aguentei ler, li pouco, mas o pouco que eu li ou ouvi da boca das pessoas cheguei a conclusão que os
outros povos que eles gostam de tirar farinha são muito superiores a eles e suas cronicas não batem
com esse antigo testamento, em vez de confirmar se houvesse alguma verdade nesse antigo
testamento que dizem ser a palavra de Deus e só vejo palavras de mentirosos.
Responder

Paulo Jorge Ramos 19 de novembro de 2014 15:37


Sobre Baal dos cananeus:
http://quem-escreveu-torto.blogspot.pt/2009/04/seculo-xiii-aec-canaa-ugarit-o-epico-de.html
Saudações
Responder

Wilson Avelino 16 de março de 2015 11:22


Gostei da matéria, porém encontrei um equivoco, no que se refere a altura de Golias, pois os escritos
bíblicos nos revelam que o mesmo media três covados e um palmo. Sabendo que cada covado
representa aproximadamente a 50 cm, e um palmo era aproximadamente 20 cm. É impossível ele ter
somente 2 metros de altura. Ele teria três metro e vinte centímetros.
Responder

Anônimo 10 de julho de 2015 09:05


Eu só não entendi porque "os vilões que subornaram Dalila para descobrir o segredo da força de
Sansão, os ladrões que se apoderaram da Arca da Aliança e encontraram em Davi o seu algoz"
contrariam a realidade de "uma sociedade brilhante e desenvolvida, que durante muito tempo foi uma
espécie de agente civilizatório da cultura grega micênica na região de Canaã". Será que o autor do
artigo acredita que sociedades desenvolvidas são incapazes de praticar crueldades contra seus
inimigos? Se o autor acredita nisso, precisa ler mais jornais e menos contos de fada.
Responder

Tiago 23 de janeiro de 2016 00:11


Muito interessante o seu comentário, Teresa.
Responder

Anônimo 28 de março de 2016 17:00


Parei de ler na parte em que ele diz que os danitas não eram filhos de Israel. Bullshit.
Responder

Luciano Santos 11 de abril de 2016 19:52


Vc sabia q o culto a esses deuses q eram esculpidos ou pintados nas paredes estao sendo por
mentira figurado pelas fotos q vemos ou no cel. Ou no comp.
De pessoas q nos interesse conhecer ou de quem estejamos apaixonados ou atè entes queridos ou
filmes novemas etc. Com isso estao tentando fazer todo esse sistema de entretenimento e
comunicaçaon ser julgado no lugar das imagens q eram cultuadas ou das imagens de esculturas
existentes hoje. Ex: Sao Jorge. Ora nada haver uma coisa com a outra pois ninguèm adora em culto a
deus ou como um Deus oq vê.
Mesmo a expressamos sentimentos ou atè desejos nao è adoraçao. Dao couisas normais.
Ora e atè uma anja eu posso receber na minha casa e ter relaçao sexual com ela desde q ela se
apresente e eu a veja e atoquem e sinta a parte carnal dela fora isso nada è verdadeiro. E eu nao a
adorando apenad expressando os sentimentos normais humanos è normal.
È claro so as q Deus tem para sì as q nal promovem adoraçoes
BurraMente Sàbio88
Responder

ROGÉRIO DE MOURA 16 de abril de 2016 20:31


Parabéns pela matéria,onde,os ignorantes em dizer que os filisteus são os atuais palestinos que
residem e sofrem com as crueldades de Israel,serão extintos da Terra devido ao desejo de sionistas e
aplaudem com louvor tal ação genocida,devam aprender que nos dias atuais não há espaço para
diferenças de raças,clero e cultura,onde,DEUS está acima de todos!
Responder

ROGÉRIO DE MOURA 16 de abril de 2016 20:39


Teresa,SEMITA é conectado aquele que preserva valores culturais,linguísticos,religiosos de seus
antepassados em família,como exemplos árabes e israelitas,então,antissemita é aquele que promove
ações negativas contra judeus,israelitas,árabes....a palavra semita vem de origem o filho de
NOÉ,conhecido como SEM!
Responder

Odonto 2016 19 de agosto de 2017 06:45


Parabéns pelo Estudo de qualidade. Observa-se que por mais que a gente estude, pesquise muito,
nunca se tem um grande conhecimento desejado de determinado assunto. Este estudo é muito
importante para teólogos,pastores, pregadores, professores de teologia, professores de Escola
Dominical e também para quem quer fazer pós-graduação e/ou mestrado sobre o assunto.Fico Feliz
em poder participar e deixar aqui minha opinião sobre a matéria.
Raimundo Dourado. Professor e Psico-Pedagogo.
Boa Vista - Roraima.
19/Ago/2017.
Responder

Tatiana Clara Pelechia 15 de setembro de 2017 11:51


Parabéns,o melhor que encontrei de fácil entendimento,mas uma enorme fonte de
conhecimento,PARABÉNS....
Responder
henrique Moraes 25 de março de 2019 12:14
Muito bom
Responder

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