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VERSO PARA MEMORIZAR: “Naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, cada um de
vós convidará ao seu próximo para debaixo da vide e para debaixo da figueira” (Zc
3:10).
Pensamento-chave: Embora Israel tivesse sido punido por seus pecados, havia chegado
o tempo de voltar ao relacionamento com Deus de acordo com Suas promessas.
N
a parede de um antigo castelo na Europa central uma curta inscrição latina diz:
“Dum spiro, spero”. Seu significado é: “Enquanto eu respiro, tenho esperança!”
Esse ditado pode resumir a mensagem de Zacarias ao povo de Deus. Quase vinte anos
depois de seu retorno do cativeiro babilônico, o desânimo substituiu o entusiasmo inicial
entre os que começaram a se perguntar se Deus ainda estava presente entre Seu povo.
Zacarias, cujo nome significa “o Senhor lembra”, começou seu ministério profético
poucos meses depois de Ageu ter iniciado o dele (Ag 1:1; Zc 1:1). Por meio de uma série
de visões proféticas, Zacarias conheceu os planos de Deus para seus dias e para o futuro.
O reino eterno de Deus estava próximo, mas o profeta chamou os que viviam no seu
tempo a servir ao Senhor naquele momento. Boa parte do livro focalizou a maneira pela
qual eles deveriam fazer exatamente isso. Nesta semana e na próxima, estudaremos o
que o Senhor nos revelou por meio dele.
Como Satanás acusou Josué e seu povo, assim em todos os séculos ele acusa os que
buscam a misericórdia e o favor de Deus. No Apocalipse ele é declarado ser “o
acusador de nossos irmãos, que os acusa diante do nome de Deus, dia e noite” (Ap
12:10). O conflito se repete em relação a toda pessoa que é salva do poder do mal e cujo
nome se acha registrado no livro da vida do Cordeiro. É impossível alguém sair da
família de Satanás e ser aceito na família de Deus sem suscitar a resistência do maligno.
As acusações de Satanás contra os que buscam o Senhor não são motivadas pelo
desprazer em face de seus pecados. Ele exulta com os defeitos de seu caráter.
Unicamente por causa de sua transgressão da Lei de Deus, ele pode alcançar poder
sobre eles. Suas acusações advêm tão-somente de sua inimizade a Cristo. Mediante o
plano da salvação, Jesus quebra o poder de Satanás sobre a família humana, salvando os
que estão em suas garras. Todo o ódio e malignidade do arquirrebelde é provocado, ao
contemplar ele a evidência da supremacia de Cristo e com diabólico poder e astúcia
opera para arrebatar o remanescente dos filhos dos homens que aceitaram Sua salvação
(Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 470).
Palavras de vida
1. Qual é a mensagem essencial de Zacarias 1? Considere especialmente o verso 3.
O que o Senhor disse ao povo?
O
retorno do exílio em Babilônia despertou alegria no coração do povo remanescente,
mas causou também ansiedade. Será que eles estariam seguros e livres de perigo na
sua terra, ou os inimigos viriam novamente para atormentá-los? Deus tinha perdoado sua
infidelidade passada, ou continuaria a puni-los? O que o futuro reservava para o povo
escolhido de Deus e para as nações?
Em sua visão, Zacarias viu o anjo do Senhor se movendo para interceder por Judá. Ele
começou com a pergunta: “Até quando [...]?” Na Bíblia, essa pergunta é muitas vezes
usada como expressão de sofrimento das pessoas e pedido de ajuda do Senhor (Sl 74:10;
Is 6:11; Dn 8:13). A resposta a essa pergunta veio diretamente por intermédio do anjo
intérprete, que depois a transmitiu ao profeta. Ela continha palavras que prometiam a
bondade e o conforto de Deus.
Zacarias foi instruído a proclamar que o Senhor era muito zeloso por Jerusalém (Zc
1:14). Zelo [ou ciúme] pode ter conotações negativas, mas na Bíblia essa palavra
também pode ser uma expressão do amor de Deus. O Senhor amava Seu povo e esperava
que ele fosse fiel. Em contraste com Seu amor por Jerusalém, o anjo disse que o Senhor
estava irado com as nações que haviam tratado Seu povo de modo tão violento. A
acusação contra as nações foi de que elas aplicaram ao povo de Deus um castigo maior
do que o Senhor havia planejado, indo longe demais em seu tratamento cruel aos cativos.
Em Zacarias 1:14-16, Deus reconheceu que ficou irado com Seu povo, mas prometeu
confortá-lo. Seu propósito, que o profeta foi encarregado de proclamar, era de Se voltar
para Jerusalém com misericórdia. O Senhor confortaria Sião (Is 40:1), enquanto Sua ira
seria direcionada aos inimigos. Jerusalém seria restaurada e voltaria a ser o lugar da
habitação do Senhor.
Considere novamente Zacarias 1:3. Como podemos voltar para o Senhor e aceitar o
convite para um relacionamento pessoal restaurado com Deus? Estamos voltando para
Ele a cada dia?
Durante muitos meses antes que o decreto fosse baixado, os israelitas estiveram a
trabalhar pela fé. Os profetas de Deus ainda os ajudavam por meio de oportunas
mensagens, pelas quais o propósito divino para Israel foi mantido perante os
edificadores. Dois meses depois que a última mensagem registrada de Ageu foi dada,
Zacarias teve uma série de visões referentes à obra de Deus na Terra. Essas mensagens,
dadas na forma de parábolas e símbolos, vieram num tempo de grande incerteza e
ansiedade. Elas foram de peculiar significação para os homens que estavam avançando
em nome do Deus de Israel. Parecia aos líderes como se a permissão dada aos judeus
para reconstruir estivesse prestes a sofrer impedimento; o futuro parecia muito escuro.
Deus viu que Seu povo estava em necessidade de ser sustentado e animado por uma
revelação de Sua infinita compaixão e amor (Profetas e Reis, p. 579, 580).
A Seus filhos, hoje, o Senhor declara: “Esforcem-se… e trabalhem; porque Eu estou
com vocês.” Os cristãos sempre tiveram no Senhor um forte ajudador. Podemos não
conhecer a maneira pela qual o Senhor ajuda, mas uma coisa sabemos: Ele jamais falta
aos que nEle põem sua confiança. Se os cristãos soubessem quantas vezes o Senhor tem
preparado seu caminho, a fim de que o propósito do inimigo com respeito a eles não se
realize, não andariam tropeçando nem se queixando. Sua fé estaria firme em Deus e
nenhuma provação teria poder para movê-los. Eles O reconheceriam, bem como Sua
sabedoria e eficiência, e Ele poderia realizar o que deseja cumprir por meio deles.
O Senhor vem
Z
acarias 2 registra uma visão em que o profeta contemplou uma Jerusalém renovada,
tão repleta de pessoas que sua população se espalhava além de seus muros. Ela
atrairá também incontáveis pagãos, um pensamento que deve ter soado muito estranho às
pessoas. O verso 10 começa com um chamado à alegria, seguido pelo motivo para tal
júbilo: a vinda pessoal do Senhor para viver em meio ao Seu povo.
O grandioso regresso do Senhor para habitar em Sua casa reconstruída foi motivo de
louvor para aqueles que retornaram do exílio. Jerusalém, a morada do grande Rei, é
chamada de “filha de Sião”, um carinhoso termo profético. Em vista de sua gloriosa
perspectiva, Sião é convidada a se alegrar, porque o Senhor cuidará de Seu povo.
Qualquer um que tocar no povo de Deus toca na menina do Seu olho (Zc 2:8).
O profeta disse que, no Dia do Senhor, muitas nações não hebreias virão e se unirão à
aliança do Senhor. O plano original de Deus era que os povos das nações vizinhas vissem
como a dedicação de Israel ao verdadeiro Deus resulta em bênçãos e prosperidade.
Assim, eles seriam levados a se unir ao Senhor. Dessa forma, o remanescente de Israel e
os gentios fiéis se tornariam um só povo, em cujo meio o Senhor habitaria. Esse evento
cumpriria a promessa de Deus a Abraão e Sara de que, por meio de sua descendência,
todas as nações da Terra seriam abençoadas (Gn 12:1-3).
Pela profecia de Zacarias, Deus promete não a destruição das nações, mas a inclusão
delas entre o povo da aliança divina. O futuro prometido será o resultado da iniciativa de
Deus e foi o desejo de muitos profetas bíblicos. Jesus Cristo comissionou Sua igreja a
pregar a todo o mundo a boa notícia sobre a salvação que todos podem encontrar em
Jesus, se a aceitarem individualmente. O apóstolo Paulo chamou esse plano do Senhor de
“mistério oculto nos tempos passados” (Rm 16:25, NVI).
Séculos antes, a palavra da inspiração tinha traçado esta colheita de gentios; mas
aquelas previsões proféticas tinham sido apenas obscuramente entendidas. Oseias havia
dito: “Os israelitas ainda serão como a areia da praia, que não se pode medir nem
contar. No lugar onde se dizia a eles: ‘Vocês não são Meu povo’, eles serão chamados
‘filhos do Deus vivo’” (Os 1:10). E outra vez: “Eu a plantarei para Mim mesmo na
Terra; tratarei com amor aquela que chamei não amada. Direi àquele chamado não
Meu-povo: Você é Meu povo; e ele dirá: ‘Tu és o meu Deus’.” (Os 2:23). Durante o Seu
ministério terrestre, O próprio Salvador predisse a disseminação do evangelho entre os
gentios. Na parábola da vinha Ele declarou aos impenitentes judeus: “O reino de Deus
vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mt 21:43). E depois de
Sua ressurreição Ele comissionou os discípulos para irem “por todo o mundo” (Mt
28:19), a ensinar “todas as nações”. Não deviam deixar de advertir a ninguém, mas
deviam pregar “o evangelho a toda a criatura” (Mc 16:15; Atos dos Apóstolos, p. 173,
174).
Se o escolhido povo de Deus tivesse permanecido no lugar que lhe foi designado, como
depositário da verdade sagrada e eterna que devia chegar ao mundo pagão, Jerusalém
teria permanecido intacta até hoje. Porém, os israelitas foram rebeldes. E quando Deus
havia feito tudo o que Ele podia fazer, a ponto de enviar Seu Filho unigênito, eles
ignoraram de tal maneira as Escrituras e o poder de Deus, que rechaçaram a única ajuda
que poderia tê-los salvo da ruína. “Este é o Herdeiro”, disseram. “Venham, vamos matá-
Lo e tomar a Sua herança.”
Israel foi designado por Deus para ser luz aos gentios, chamando-os de volta à sua
lealdade. Mas os próprios israelitas se tornaram cegos à luz, e surdos às mensagens
abertamente enviadas a eles (Comentário Bíblico Adventista del Séptimo Dia, v. 4, p.
1177).
Deus havia tomado providências para que todos os que renunciassem ao paganismo e se
unissem a Israel pudessem partilhar das bênçãos do concerto. Estavam incluídos na
designação “o estrangeiro que peregrina entre vós”, e com poucas exceções essa classe
deveria desfrutar de favores e privilégios iguais aos de Israel (Patriarcas e Profetas, p.
507).
C
om exceção de Isaías 53, talvez nenhuma parte do Antigo Testamento revele melhor
do que Zacarias 3, a maravilhosa verdade da salvação pela fé. Nessa visão, o sumo
sacerdote Josué estava sendo julgado a respeito de acusações trazidas pelo grande
acusador, Satanás. Essas acusações contra o sumo sacerdote também se aplicavam à
nação que ele representava. O nome Josué (também escrito como Yeshua) significa “o
Senhor salva” (Mt 1:21), e também pode ser escrito como Jesus.
“O sumo sacerdote não podia defender nem a si nem a seu povo das acusações de
Satanás. Ele não afirmou que Israel estivesse isento de faltas. Em vestes sujas,
simbolizando os pecados do povo – pecados que ele levava como seu representante – ele
estava perante o anjo, confessando os pecados deles, mas apontando para seu
arrependimento e humilhação, e descansando na misericórdia de um Redentor que
perdoa o pecado. Em fé ele reclamou as promessas de Deus” (Ellen G. White, Profetas e
Reis, p. 583, 584). Essas promessas certamente incluíam as vestes da justiça de Cristo.
Imagine ter que estar diante de Deus com suas próprias “vestes sujas”. Que grande
esperança é apresentada aqui, e como você pode reivindicá-la e revelar a realidade
dessa esperança por meio de uma vida santa e consagrada?
Então, o Anjo, que é o próprio Cristo, o Salvador dos pecadores, reduziu a silêncio o
acusador do Seu povo, declarando: “O Senhor o repreenda, Satanás! O Senhor que
escolheu Jerusalém o repreenda! Este homem não parece um tição tirado do fogo?” (Zc
3:2). Os israelitas haviam permanecido por muito tempo na fornalha da aflição. Por
causa de seus pecados, foram quase consumidos na chama acesa por Satanás e seus
agentes, para sua destruição. Mas Deus então Se lançou à obra de salvá-los. Contrito e
humilhado como se achava, o compassivo Salvador não abandonou Seu povo ao cruel
poder dos pagãos. “A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega” (Is
42:3; Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 467-469).
N
essa visão, Zacarias viu um candelabro alimentado por duas oliveiras, o que
relembra o castiçal localizado no lugar santo do tabernáculo do deserto (Êx 25:31-
40). As sete lâmpadas estavam dispostas em torno de um vaso grande, que servia como
reservatório de azeite.
A mensagem da visão dada ao profeta foi que o templo de Jerusalém em breve seria
reconstruído. O Espírito de Deus, não os esforços humanos, garantiria a conclusão da
obra. Essa mensagem corajosa foi dada apesar do fato de que os obstáculos enfrentados
pelos construtores pareciam tão grandes como uma “montanha” (v. 7).
Não foi dito ao profeta quem é representado pelo candelabro, mas podemos ter a certeza
de que as duas oliveiras representam os dois líderes de Judá, Josué e Zorobabel. Em
termos materiais, a posição de Zorobabel nunca poderia ser comparada ao poder real e
força de seus antepassados Davi e Salomão. Do ponto de vista humano, eram
inadequados todos os esforços e recursos disponíveis para os construtores. No entanto, a
Palavra de Deus promete que um rei não é salvo pelo tamanho de seu exército, nem um
guerreiro por sua grande força (Sl 33:16). Dessa forma, os líderes são informados de que
Deus só pode ser glorificado quando todos os detalhes do serviço são guiados pelo
Espírito Santo.
Nessa passagem profética, há um importante princípio que deve ser lembrado pelos
cristãos: Deus pode nos chamar para tarefas difíceis, mas pela obra de Seu Espírito Ele
pode realizar Seu propósito (Fp 2:13; 4:13). Pelo Espírito Santo, Deus provê o poder
para realizar Sua obra hoje, assim como fez no passado. Isso é alcançado não por força
ou poder humanos, mas pela atuação do Senhor por meio dos que estão dispostos a ser
usados por Ele.
Leia atentamente Zacarias 4:6. Por que é tão importante ter sempre em mente nossa
dependência total de Deus? O que pode acontecer quando nos esquecemos de que tudo o
que temos, ou podemos fazer, vem somente do Senhor e de Seu poder operando em nós?
O azeite das oliveiras fluía através dos canos dourados para o vaso do castiçal, e dali,
para as lâmpadas douradas que iluminavam o santuário. Assim, dos santos que
permanecem na presença de Deus, Seu Espírito é repartido às instrumentalidades
humanas consagradas a Seu serviço. A missão dos dois ungidos é comunicar ao povo de
Deus que somente a graça celestial pode tornar Sua Palavra em lâmpada para os pés e
luz para o caminho.
Durante a reconstrução da casa do Senhor, Zorobabel foi rodeado de muitas
dificuldades. Nos anos anteriores, os adversários haviam “enfraquecido as mãos do
povo de Judá, e dificultado a construção”, “fazendo-a cessar pela força e pela
violência”. Mas o Senhor interviu em favor dos construtores fiéis e falou a Zorobabel,
por meio do profeta Zacarias: “‘Não por força nem por violência, mas pelo Meu
Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos. ‘Quem você pensa que é, ó montanha majestosa?
Diante de Zorobabel você se tornará uma planície. Ele colocará a pedra principal aos
gritos de ‘Deus abençoe! Deus abençoe!’”
Na visão de Zacarias, as duas oliveiras que estão diante de Deus são apresentadas como
esvaziando o azeite dourado através de tubos dourados para o vaso do santuário. Daí, as
lâmpadas do santuário são alimentadas, para que possam continuar espalhando sua luz.
Assim, dos ungidos que permanecem diante de Deus, a plenitude da luz e do amor
divinos é concedida a eles para que a possam compartilhar com outros. Eles devem se
tornar canais através dos quais os agentes divinos comunicam ao mundo a abundância
do amor de Deus (The Watchman, 15 de maio de 1906).
Sabemos que as lâmpadas que nos dão luz não têm luz em si mesmas. Elas não podem
se encher. Assim, os santos de Deus devem esvaziar o azeite pelos tubos dourados. E o
fogo celestial, quando empregado, os faz queimar e brilhar. Nosso coração não pode
derramar luz a outros, a menos que haja uma vital ligação com o Céu. Somente isso
pode fazê-los queimar continuamente com amor santo e altruísta por Jesus Cristo e por
todos os que foram comprados com Seu sangue. A menos que estejamos
constantemente repletos do santo azeite dourado, a chama morrerá. A menos que o
amor de Deus habite constantemente em nosso coração, nossa luz se apagará (Review
and Herald, 21 de setembro de 1897).
Além do jejum
N
o segundo ano do ministério de Zacarias, uma delegação de Betel foi a Jerusalém
para fazer aos sacerdotes e profetas uma pergunta (Zc 7:1-3). Quando eles
estiveram no exílio em Babilônia, o povo havia jejuado durante o quinto mês para
lamentar a destruição do templo (2Rs 25:8, 9), além dos jejuns realizados no quarto,
sétimo e décimo meses (Zc 8:19). O rompimento dos muros de Jerusalém era lembrado
no quarto mês (Jr 39:2). O jejum no sétimo mês, o Dia da Expiação, era o único dia de
jejum ordenado por Deus por intermédio de Moisés (Lv 16). Finalmente, no décimo mês,
o povo lamentava o cerco de Jerusalém (Jr 39:1). Visto que o exílio havia terminado e a
reconstrução do templo estava quase completa, o povo se perguntava se ainda era
necessário jejuar no quinto mês.
5. Qual foi a resposta do Senhor? Essas palavras podem ser aplicadas a nós? Zc 7:8-
14
A resposta de Deus por meio de Zacarias é dupla: primeiro, é necessário que o povo de
Deus se lembre do passado, de modo que não o repita. O Senhor tinha advertido os
antepassados de que Ele esperava que eles vivessem em confiança e obediência. O exílio
foi uma punição por sua persistente rebelião. Então, o povo foi chamado a aprender com
seus erros do passado. Em segundo lugar, o Senhor não fica feliz porque as pessoas se
privam do alimento. Quando elas jejuam e se humilham diante de Deus, o
arrependimento e a humildade precisam ser refletidos no que as pessoas fazem. Jejuar a
fim de sentir pena de si mesmo é desperdício de tempo e esforço. Entre outras coisas, o
jejum deve representar o tipo de morte para o eu, necessária para que sejamos capazes de
deixar o egoísmo de lado e estender a mão para ministrar às necessidades dos outros. “O
espírito do verdadeiro jejum e oração é o espírito que rende a Deus a mente, o coração e
a vontade” (Ellen G. White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 189).
De que forma podemos colocar práticas religiosas válidas, tais como o jejum e até
mesmo a oração, em lugar da verdadeira fé cristã em sua essência? Comente com a
classe.
Comentários de Ellen G. White
Esta promessa de bênção devia ter encontrado cumprimento em grande medida durante
os séculos seguintes após o retorno dos israelitas das terras do seu cativeiro. Era
desígnio de Deus que toda a Terra fosse preparada para o primeiro advento de Cristo,
assim como hoje o caminho está sendo preparado para Sua segunda vinda. Ao fim dos
anos de humilhante exílio, Deus graciosamente deu a Seu povo Israel, por intermédio de
Zacarias, esta certeza: “Estou voltando para Sião e habitarei em Jerusalém. Então
Jerusalém será chamada Cidade da Verdade, e o monte do Senhor dos Exércitos será
chamado monte Sagrado”. E de Seu povo Ele disse: “Eu serei o Deus deles, com
fidelidade e justiça” (Zc 8:3, 7, 8).
Rica era a recompensa, tanto temporal como espiritual, prometida aos que pusessem em
prática esses princípios de justiça. “A videira dará o seu fruto”, o Senhor declarou, “a
terra produzirá suas colheitas e o céu derramará o orvalho. E darei todas essas coisas
como uma herança ao remanescente deste povo. Assim como vocês foram uma
maldição para as nações, ó Judá e Israel, também os salvarei e vocês serão uma bênção”
(Zc 8:12, 13).
Estudo adicional
S
atanás sabe que os que buscam o perdão e a graça de Deus os obterão. Por isso, ele
apresenta diante deles seus pecados para desencorajá-los. Ele está sempre buscando
razão para reclamação contra os que estão procurando obedecer a Deus. Ele busca fazer
com que até mesmo seu melhor e mais aceitável serviço pareça corrupto. Mediante
astúcias sem conta, as mais sutis e mais cruéis, ele procura assegurar a condenação deles.
“Em sua própria força, o homem não pode enfrentar as acusações do inimigo. Com suas
vestes manchadas de pecado e em confissão de culpa, ele está perante Deus. Mas Jesus,
nosso Advogado, apresenta uma eficaz alegação em favor de todo aquele que, pelo
arrependimento e fé, confia a Ele a guarda de sua vida. Ele defende sua causa e,
mediante os poderosos argumentos do Calvário, derrota seu acusador. Sua perfeita
obediência à lei de Deus Lhe concede todo o poder no Céu e na Terra, e Ele reclama de
Seu Pai misericórdia e reconciliação para o homem culpado. Ao acusador do Seu povo
Ele declara: ‘O Senhor te repreenda, ó Satanás. Estes são os que foram comprados com o
Meu sangue, tição tirado do fogo.’ E aos que nEle descansam em fé, Ele dá a certeza:
‘Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de finos trajes’” (Zc
3:4; Ellen G. White, Profetas e Reis,p. 586, 587).
1. Como a citação acima nos ajuda a compreender a verdade da salvação pela graça? Nos
momentos de desânimo por causa de nossas falhas e deficiências, como podemos encontrar
conforto e esperança nessas palavras, de modo que não nos afastemos do Senhor em total
desespero por causa de nossa indignidade?
2. Por que é tão fácil cair na armadilha de tornar o jejum e outras atividades o centro da nossa
religião? Que perigos existem quando transformamos nossa religião em nada mais do que
uma espécie de serviço social? Como podemos encontrar o equilíbrio?
Respostas sugestivas: 1. Deus atua na história de Seu povo; Ele prometeu restaurar Jerusalém e o povo judeu e castigar as
nações inimigas; o Senhor pediu que o povo se voltasse para Ele. 2. No ministério de Jesus Cristo, o Messias, descendente de
Abraão, que veio para salvar judeus e gentios. Paulo levou a bênção de Abraão aos gentios. 3. O Anjo do Senhor apresenta o
perdão, purificação e santificação do sacerdote Josué; o sacerdote foi salvo e recebeu uma nova oportunidade para servir ao
Senhor. Jesus é representado por Aquele que tira os pecados da terra em um só dia. 4. A obra de Deus, que havia começado
pequena, cresceria e seria vitoriosa, pela atuação poderosa do Espírito Santo (simbolizado pelo azeite que sai das oliveiras),
pela Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo e pelos sete olhos do Senhor que percorrem a Terra, simbolizando a
presença e atuação de Deus. 5. O importante era executar juízo verdadeiro, mostrar bondade e misericórdia aos irmãos, não
oprimir viúvas, órfãos, estrangeiros e pobres, nem intentar o mal contra o próximo. Se o jejum fosse um meio de manter
comunhão com Deus, seria um bom exercício espiritual. Mas se as pessoas jejuassem pensando em alcançar mérito diante do
Senhor, o jejum seria pecado. O jejum podia ser feito, mas com espírito de gratidão, e não de justiça própria.
Resumo da Lição
TEXTO-CHAVE: Zacarias 3:10
O ALUNO DEVERÁ...
Saber: Que, se Deus controla as nações, pode ainda mais controlar nossa vida. Não nos
esqueçamos de que o Senhor conhece o futuro.
Sentir: Que Deus perdoa e restaura para uma nova vida. Ele focaliza Sua atenção
especial sobre os líderes espirituais a fim de prepará-los para seu ministério.
Fazer: Aceitar que não podemos executar nem conquistar nada pela força ou violência.
O Espírito do Senhor transforma e realiza coisas que ninguém mais pode fazer.
ESBOÇO
I. Saber: Poder visionário
A. Como o conhecimento divino sobre o futuro nos orienta no tempo e na vida
pessoal?
B. Por que as ações de Deus no passado são relevantes para nós hoje?
C. Como podemos ter certeza de que Deus nos perdoa? Como e quando você pode ter
certeza do perdão?
III. Fazer: Vivendo com poder espiritual
A. Por que tantas vezes nos sentimos fracos espiritualmente?
B. Que diferença o Espírito de Deus faz em nossa vida, nossas igrejas e comunidades?
C. Como podemos nos submeter à disposição do Espírito, a fim de que Ele nos use
para cumprir Seus propósitos?
Ciclo do aprendizado
Motivação
Discussão de abertura
Um profeta é um porta-voz de Deus com grande autoridade. Mas sobre qual fato essa
autoridade é construída? Por que é importante levar a sério a mensagem do profeta?
1. Apesar de todas as promessas de ajuda e orientação divinas, por que ainda nos
sentimos impotentes espiritualmente e tantas vezes nos tornamos vítimas de nossas
próprias fraquezas? Qual é o caminho para mudar isso?
2. Deus disse que Sua obra não pode ser realizada “por força, nem por violência, mas
pelo [Seu] Espírito” (Zc 4:6, RC). O que isso nos diz sobre a natureza do Espírito do
Senhor?
Compreenção
Comentário Bíblico
O nome Zacarias significa “o Senhor lembra”. Deus Se lembra de Suas promessas, e as
cumprirá. Ele Se lembra de Seu povo, das suas aflições, mas também conhece seus
pecados, e deseja livrá-los do poder do mal. Ele Se lembra de Sua promessa de enviar a
Semente prometida, que derrotaria Satanás (Gn 3:15), e de Sua promessa de estabelecer
Seu reino eterno fundamentado no amor, justiça, verdade e liberdade.
A mensagem dos primeiros seis capítulos Zacarias é bastante simples: era o tempo de
reconstruir o templo. Esse apelo foi a comunicação principal por trás de uma série de
oito visões curtas que Deus deu a Zacarias, a fim de ajudá-lo a compreender a partir de
uma perspectiva mais ampla a situação contemporânea do povo de Deus. Cada visão
envolvia o profeta em um raciocínio que aprofundava sua compreensão da mensagem.
Elas foram escritas na forma de quiasmo (em estrutura de espelho), o que significa que
a primeira visão corresponde à oitava; a segunda à sétima; a terceira à sexta e,
finalmente, no clímax estava a quarta, acompanhada pela quinta. Esses pares também
tratam de assuntos relacionados, organizados cronologicamente, em ordem inversa. Para
resumir a mensagem de cada visão podemos dizer o seguinte:
1. A primeira visão (Zc 1:7-11), sobre o homem entre as murtas e quatro cavalos com
seus cavaleiros, transmite a ideia de que esses cavalos percorriam toda a Terra, e seus
cavaleiros declararam que a Terra estava em paz (v. 11). Então, era o momento oportuno
para trabalhar no projeto de Deus, ou seja, construir Sua casa, porque ninguém tinha o
poder de impedir essa obra. Deus havia estabelecido a paz.
2. A segunda visão (Zc 1:18-21), sobre os “quatro chifres”, descreve como os ferreiros
os quebraram. Deus revelou o fim da causa política para o exílio. Esses poderes foram
destruídos porque haviam sido obstáculos para a construção do templo.
3. A terceira visão (Zc 2:1-5), sobre o “homem segurando uma corda de medir” (NVI),
aponta para a abundante bênção de Deus: “’Eu lhe serei, diz o Senhor, um muro de fogo
em redor e Eu mesmo serei, no meio [de Jerusalém], a sua glória’” (v. 5).
4. A quarta visão (Zc 3:1-10), sobre o perdão de Deus para Josué, está no centro dessas
oito visões. Satanás acusou Josué, o sumo sacerdote, cujas vestes sacerdotais estavam
sujas, representando a impureza do pecado. Mas o “Anjo do Senhor”, que era sem
dúvida Jesus Cristo pré-encarnado, ordenou que as roupas sujas de Josué fossem
removidas e lhe disse: “Eu tirei de você o seu pecado, e coloquei vestes nobres sobre
você” (Zc 3:4, NVI). O Senhor, então, comissionou Josué novamente a ministrar no
templo e anunciar uma profecia magnífica sobre o Messias. Josué foi livremente
perdoado e proclamado justo, porque Deus assim o declarou. Com base nisso, ele
experimentou a certeza do perdão e a alegria da salvação.
5. A quinta visão (Zc 4:1-14), sobre Zorobabel sendo capacitado por Deus, está no
centro da mensagem de Zacarias com a quarta visão. Deus deu Seu Espírito a Zorobabel
para construir o templo. Assim, Ele o fortaleceu para realizar Sua vontade. Essa visão
sobre o candelabro de ouro e o azeite enfatiza a obra do Espírito Santo. Somente o
Espírito Santo pode transformar e impulsionar a obra de Deus de modo eficiente.
6. A sexta visão (Zc 5:1-4), sobre o “pergaminho que voava” (v. 1, NVI), mostra que a
maldição havia sido medida e o próprio Deus pune a iniquidade.
7. A sétima visão (Zc 5:5-11), sobre a mulher sentada numa cesta [efa] (v. 7), explica a
razão espiritual para o exílio. Deus revelou a maldade que havia levado o povo para o
cativeiro babilônico.
8. A oitava visão (Zc 6:1-8), sobre “quatro carros” (v. 1), proclama o oposto da primeira
visão. A última mensagem foi sobre guerra e turbulência no mundo, mas Deus interviria
e Seu Espírito traria paz.
Para entender bem a mensagem dessas visões, é preciso perceber que as quatro
primeiras visões mostram o efeito e as últimas quatro descrevem as condições que
levaram a esses resultados. Assim, essas visões devem ser estudadas em sequência
inversa. Deve-se começar com a última visão e ir para a primeira (da guerra à paz),
continuar com a sétima e, em seguida, examinar a segunda (da causa religiosa para o
exílio à razão política). Depois, é preciso investigar a sexta visão e continuar com a
terceira (passando das maldições e punição para a imensa bênção de Deus). No centro
dessas visões estão a quarta e a quinta. Em primeiro lugar, Deus fortaleceu Zorobabel
para construir o templo e depois purificou o sumo sacerdote Josué para servir nesse
santuário. Da primeira à última e da última à primeira, Deus estava em ação. Seu amor,
graça e justiça são revelados e vindicados.
Além dessa situação histórica, em nossa vida pessoal, precisamos primeiramente
experimentar o amor de Deus, que toca nosso coração. Então, precisamos experimentar
Seu perdão e purificação e, finalmente, a força do Espírito Santo, para que sejamos
santificados e, gradualmente, transformados à Sua imagem, capacitados para Lhe
obedecer e seguir Sua lei, testemunhar em Seu favor e, consequentemente, servir aos
outros de modo altruísta.
Pense nisto: Por que Deus comunica Sua mensagem aos profetas através de visões e
sonhos, e não pela fala direta? Qual é o nível mais elevado e preferível de comunicação,
e por quê?
Pergunta para discussão: Deus Se identifica com Seu povo de modo tão íntimo que
declara: “’Aquele que tocar em vós toca na menina do [Meu] olho’” (Zc 2:8). Que
outros exemplos temos na Bíblia dessa intimidade entre Deus/Cristo e Seus seguidores?
(Considere, por exemplo, Mt 25:40, 45; At 9:4, 5)
Tendo em vista a ajuda e intervenção de Deus em favor de Seu povo, os fiéis são
justamente motivados e capacitados a fazer o que é certo.
De acordo com os capítulos 7 e 8 de Zacarias, Deus chama Seu povo a ter uma vida
moral correta: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Administrem a verdadeira justiça,
mostrem misericórdia e compaixão uns para com os outros. Não oprimam a viúva e o
órfão, nem o estrangeiro e o necessitado. Nem tramem maldades uns contra os outros”
(Zc 7:9, 10, NVI). No capítulo 8, Zacarias realçou o discurso divino: “Eis as coisas que
deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo, executai juízo nas vossas
portas, segundo a verdade, em favor da paz; nenhum de vós pense mal no seu coração
contra o seu próximo, nem ame o juramento falso, porque a todas estas coisas Eu
aborreço, diz o Senhor’” (Zc 8:16, 17).
O princípio da vida cristã é sempre o mesmo. Uma vez que estamos salvos, queremos
obedecer a Deus e viver em harmonia com Sua lei. Os imperativos divinos se tornam
parte integrante da vida dos redimidos.
Aplicação
Aplicação prática
Criatividade
Atividade
O livro de Zacarias traz conforto, encorajamento e paz para muitos estudantes da Bíblia.
Que passagens desse importante livro bíblico falam mais poderosamente a você? Que
soluções pessoais a Bíblia traz para os problemas de sua vida? Compartilhe sua
experiência com a classe.