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Lição 11 8 a 15 de junho

Visões de esperança (Zacarias)

Sábado à tarde Ano Bíblico: Jó 20, 21

VERSO PARA MEMORIZAR: “Naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, cada um de
vós convidará ao seu próximo para debaixo da vide e para debaixo da figueira” (Zc
3:10).

Leituras da semana: Zc 1; 2; Rm 15:9-18; Ef 3:1-8; Zc 3; 4; Êx 25:31-40; Zc 7

Pensamento-chave: Embora Israel tivesse sido punido por seus pecados, havia chegado
o tempo de voltar ao relacionamento com Deus de acordo com Suas promessas.

N
a parede de um antigo castelo na Europa central uma curta inscrição latina diz:
“Dum spiro, spero”. Seu significado é: “Enquanto eu respiro, tenho esperança!”
Esse ditado pode resumir a mensagem de Zacarias ao povo de Deus. Quase vinte anos
depois de seu retorno do cativeiro babilônico, o desânimo substituiu o entusiasmo inicial
entre os que começaram a se perguntar se Deus ainda estava presente entre Seu povo.

Zacarias, cujo nome significa “o Senhor lembra”, começou seu ministério profético
poucos meses depois de Ageu ter iniciado o dele (Ag 1:1; Zc 1:1). Por meio de uma série
de visões proféticas, Zacarias conheceu os planos de Deus para seus dias e para o futuro.
O reino eterno de Deus estava próximo, mas o profeta chamou os que viviam no seu
tempo a servir ao Senhor naquele momento. Boa parte do livro focalizou a maneira pela
qual eles deveriam fazer exatamente isso. Nesta semana e na próxima, estudaremos o
que o Senhor nos revelou por meio dele.

Comentários de Ellen G. White

Como Satanás acusou Josué e seu povo, assim em todos os séculos ele acusa os que
buscam a misericórdia e o favor de Deus. No Apocalipse ele é declarado ser “o
acusador de nossos irmãos, que os acusa diante do nome de Deus, dia e noite” (Ap
12:10). O conflito se repete em relação a toda pessoa que é salva do poder do mal e cujo
nome se acha registrado no livro da vida do Cordeiro. É impossível alguém sair da
família de Satanás e ser aceito na família de Deus sem suscitar a resistência do maligno.
As acusações de Satanás contra os que buscam o Senhor não são motivadas pelo
desprazer em face de seus pecados. Ele exulta com os defeitos de seu caráter.
Unicamente por causa de sua transgressão da Lei de Deus, ele pode alcançar poder
sobre eles. Suas acusações advêm tão-somente de sua inimizade a Cristo. Mediante o
plano da salvação, Jesus quebra o poder de Satanás sobre a família humana, salvando os
que estão em suas garras. Todo o ódio e malignidade do arquirrebelde é provocado, ao
contemplar ele a evidência da supremacia de Cristo e com diabólico poder e astúcia
opera para arrebatar o remanescente dos filhos dos homens que aceitaram Sua salvação
(Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 470).

Domingo, 9 de junho Ano Bíblico: Jó 22-24

Palavras de vida
1. Qual é a mensagem essencial de Zacarias 1? Considere especialmente o verso 3.
O que o Senhor disse ao povo?

O
retorno do exílio em Babilônia despertou alegria no coração do povo remanescente,
mas causou também ansiedade. Será que eles estariam seguros e livres de perigo na
sua terra, ou os inimigos viriam novamente para atormentá-los? Deus tinha perdoado sua
infidelidade passada, ou continuaria a puni-los? O que o futuro reservava para o povo
escolhido de Deus e para as nações?
Em sua visão, Zacarias viu o anjo do Senhor se movendo para interceder por Judá. Ele
começou com a pergunta: “Até quando [...]?” Na Bíblia, essa pergunta é muitas vezes
usada como expressão de sofrimento das pessoas e pedido de ajuda do Senhor (Sl 74:10;
Is 6:11; Dn 8:13). A resposta a essa pergunta veio diretamente por intermédio do anjo
intérprete, que depois a transmitiu ao profeta. Ela continha palavras que prometiam a
bondade e o conforto de Deus.

Zacarias foi instruído a proclamar que o Senhor era muito zeloso por Jerusalém (Zc
1:14). Zelo [ou ciúme] pode ter conotações negativas, mas na Bíblia essa palavra
também pode ser uma expressão do amor de Deus. O Senhor amava Seu povo e esperava
que ele fosse fiel. Em contraste com Seu amor por Jerusalém, o anjo disse que o Senhor
estava irado com as nações que haviam tratado Seu povo de modo tão violento. A
acusação contra as nações foi de que elas aplicaram ao povo de Deus um castigo maior
do que o Senhor havia planejado, indo longe demais em seu tratamento cruel aos cativos.

Em Zacarias 1:14-16, Deus reconheceu que ficou irado com Seu povo, mas prometeu
confortá-lo. Seu propósito, que o profeta foi encarregado de proclamar, era de Se voltar
para Jerusalém com misericórdia. O Senhor confortaria Sião (Is 40:1), enquanto Sua ira
seria direcionada aos inimigos. Jerusalém seria restaurada e voltaria a ser o lugar da
habitação do Senhor.

Considere novamente Zacarias 1:3. Como podemos voltar para o Senhor e aceitar o
convite para um relacionamento pessoal restaurado com Deus? Estamos voltando para
Ele a cada dia?

Comentários de Ellen G. White

Durante muitos meses antes que o decreto fosse baixado, os israelitas estiveram a
trabalhar pela fé. Os profetas de Deus ainda os ajudavam por meio de oportunas
mensagens, pelas quais o propósito divino para Israel foi mantido perante os
edificadores. Dois meses depois que a última mensagem registrada de Ageu foi dada,
Zacarias teve uma série de visões referentes à obra de Deus na Terra. Essas mensagens,
dadas na forma de parábolas e símbolos, vieram num tempo de grande incerteza e
ansiedade. Elas foram de peculiar significação para os homens que estavam avançando
em nome do Deus de Israel. Parecia aos líderes como se a permissão dada aos judeus
para reconstruir estivesse prestes a sofrer impedimento; o futuro parecia muito escuro.
Deus viu que Seu povo estava em necessidade de ser sustentado e animado por uma
revelação de Sua infinita compaixão e amor (Profetas e Reis, p. 579, 580).
A Seus filhos, hoje, o Senhor declara: “Esforcem-se… e trabalhem; porque Eu estou
com vocês.” Os cristãos sempre tiveram no Senhor um forte ajudador. Podemos não
conhecer a maneira pela qual o Senhor ajuda, mas uma coisa sabemos: Ele jamais falta
aos que nEle põem sua confiança. Se os cristãos soubessem quantas vezes o Senhor tem
preparado seu caminho, a fim de que o propósito do inimigo com respeito a eles não se
realize, não andariam tropeçando nem se queixando. Sua fé estaria firme em Deus e
nenhuma provação teria poder para movê-los. Eles O reconheceriam, bem como Sua
sabedoria e eficiência, e Ele poderia realizar o que deseja cumprir por meio deles.

Os fervorosos apelos e encorajamentos dados por meio de Ageu receberam ênfase


adicional por meio de Zacarias, a quem Deus suscitou para lhe ficar ao lado nos apelos
a Israel para que executasse a ordem de se levantar e edificar. A primeira mensagem de
Zacarias foi uma garantia de que a Palavra de Deus jamais falha, e uma promessa de
bênção aos que dessem ouvidos à segura palavra da profecia.

Com os campos devastados, as escassas reservas de provisões rapidamente se


esgotando, e rodeados como estavam por povos nada amistosos, os israelitas
prosseguiam ainda assim com fé, em resposta ao chamado dos mensageiros de Deus, e
trabalhavam diligentemente para restaurar o templo arruinado. Era uma obra que
requeria firme confiança em Deus. Enquanto o povo procurava fazer sua parte,
buscando uma renovação da graça de Deus no coração e na vida, mensagem após
mensagem era dada por intermédio de Ageu e Zacarias, com a certeza de que sua fé
seria ricamente recompensada, e que não falharia a Palavra de Deus concernente à
futura glória do templo, cujas paredes eles estavam reparando. Nesse mesmo edifício
apareceria, na plenitude do tempo, o Desejado de todas as nações como o Mestre e
Salvador da humanidade ("Profetas e Reis, p. 576, 577).

Segunda, 10 de junho Ano Bíblico: Jó 25–28

O Senhor vem

Z
acarias 2 registra uma visão em que o profeta contemplou uma Jerusalém renovada,
tão repleta de pessoas que sua população se espalhava além de seus muros. Ela
atrairá também incontáveis pagãos, um pensamento que deve ter soado muito estranho às
pessoas. O verso 10 começa com um chamado à alegria, seguido pelo motivo para tal
júbilo: a vinda pessoal do Senhor para viver em meio ao Seu povo.
O grandioso regresso do Senhor para habitar em Sua casa reconstruída foi motivo de
louvor para aqueles que retornaram do exílio. Jerusalém, a morada do grande Rei, é
chamada de “filha de Sião”, um carinhoso termo profético. Em vista de sua gloriosa
perspectiva, Sião é convidada a se alegrar, porque o Senhor cuidará de Seu povo.
Qualquer um que tocar no povo de Deus toca na menina do Seu olho (Zc 2:8).

O profeta disse que, no Dia do Senhor, muitas nações não hebreias virão e se unirão à
aliança do Senhor. O plano original de Deus era que os povos das nações vizinhas vissem
como a dedicação de Israel ao verdadeiro Deus resulta em bênçãos e prosperidade.
Assim, eles seriam levados a se unir ao Senhor. Dessa forma, o remanescente de Israel e
os gentios fiéis se tornariam um só povo, em cujo meio o Senhor habitaria. Esse evento
cumpriria a promessa de Deus a Abraão e Sara de que, por meio de sua descendência,
todas as nações da Terra seriam abençoadas (Gn 12:1-3).

2. Como devia se cumprir a profecia sobre a descendência de Abrão? Rm 15:9-18;


Ef 3:1-8

Pela profecia de Zacarias, Deus promete não a destruição das nações, mas a inclusão
delas entre o povo da aliança divina. O futuro prometido será o resultado da iniciativa de
Deus e foi o desejo de muitos profetas bíblicos. Jesus Cristo comissionou Sua igreja a
pregar a todo o mundo a boa notícia sobre a salvação que todos podem encontrar em
Jesus, se a aceitarem individualmente. O apóstolo Paulo chamou esse plano do Senhor de
“mistério oculto nos tempos passados” (Rm 16:25, NVI).

Como nossa compreensão da universalidade da mensagem do evangelho, e a ideia de


que ele é para toda a humanidade, deve influenciar nossa maneira de viver? Quanto de
nossa vida, tempo e pensamentos estão focalizados em alcançar o mundo com as
maravilhosas verdades que recebemos?

Comentários de Ellen G. White

“Paulo e Barnabé lhes responderam corajosamente: ‘Era necessário anunciar primeiro a


vocês a palavra de Deus; uma vez que a rejeitam e não se julgam dignos da vida eterna,
agora nos voltamos para os gentios. Pois assim o Senhor nos ordenou: Eu fiz de você
luz para os gentios, para que você leve a salvação até aos confins da Terra’.
“Ouvindo isso, os gentios alegraram-se e bendisseram a palavra do Senhor; e creram
todos os que haviam sido designados para a vida eterna.”

Eles se rejubilaram grandemente de Jesus os reconhecer como filhos de Deus, e com


coração grato atentavam à palavra pregada. Os que creram foram zelosos em comunicar
a mensagem evangélica a outros, e assim “a Palavra do Senhor se divulgava por toda
aquela província” (At 13:46-49).

Séculos antes, a palavra da inspiração tinha traçado esta colheita de gentios; mas
aquelas previsões proféticas tinham sido apenas obscuramente entendidas. Oseias havia
dito: “Os israelitas ainda serão como a areia da praia, que não se pode medir nem
contar. No lugar onde se dizia a eles: ‘Vocês não são Meu povo’, eles serão chamados
‘filhos do Deus vivo’” (Os 1:10). E outra vez: “Eu a plantarei para Mim mesmo na
Terra; tratarei com amor aquela que chamei não amada. Direi àquele chamado não
Meu-povo: Você é Meu povo; e ele dirá: ‘Tu és o meu Deus’.” (Os 2:23). Durante o Seu
ministério terrestre, O próprio Salvador predisse a disseminação do evangelho entre os
gentios. Na parábola da vinha Ele declarou aos impenitentes judeus: “O reino de Deus
vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos” (Mt 21:43). E depois de
Sua ressurreição Ele comissionou os discípulos para irem “por todo o mundo” (Mt
28:19), a ensinar “todas as nações”. Não deviam deixar de advertir a ninguém, mas
deviam pregar “o evangelho a toda a criatura” (Mc 16:15; Atos dos Apóstolos, p. 173,
174).

Se o escolhido povo de Deus tivesse permanecido no lugar que lhe foi designado, como
depositário da verdade sagrada e eterna que devia chegar ao mundo pagão, Jerusalém
teria permanecido intacta até hoje. Porém, os israelitas foram rebeldes. E quando Deus
havia feito tudo o que Ele podia fazer, a ponto de enviar Seu Filho unigênito, eles
ignoraram de tal maneira as Escrituras e o poder de Deus, que rechaçaram a única ajuda
que poderia tê-los salvo da ruína. “Este é o Herdeiro”, disseram. “Venham, vamos matá-
Lo e tomar a Sua herança.”

Israel foi designado por Deus para ser luz aos gentios, chamando-os de volta à sua
lealdade. Mas os próprios israelitas se tornaram cegos à luz, e surdos às mensagens
abertamente enviadas a eles (Comentário Bíblico Adventista del Séptimo Dia, v. 4, p.
1177).

Deus havia tomado providências para que todos os que renunciassem ao paganismo e se
unissem a Israel pudessem partilhar das bênçãos do concerto. Estavam incluídos na
designação “o estrangeiro que peregrina entre vós”, e com poucas exceções essa classe
deveria desfrutar de favores e privilégios iguais aos de Israel (Patriarcas e Profetas, p.
507).

Terça, 11 de junho Ano Bíblico: Jó 29–31

Prontidão divina para perdoar


3. Leia Zacarias 3. Como o evangelho é retratado nesse capítulo?

C
om exceção de Isaías 53, talvez nenhuma parte do Antigo Testamento revele melhor
do que Zacarias 3, a maravilhosa verdade da salvação pela fé. Nessa visão, o sumo
sacerdote Josué estava sendo julgado a respeito de acusações trazidas pelo grande
acusador, Satanás. Essas acusações contra o sumo sacerdote também se aplicavam à
nação que ele representava. O nome Josué (também escrito como Yeshua) significa “o
Senhor salva” (Mt 1:21), e também pode ser escrito como Jesus.

Na Bíblia, estar à direita é uma posição de defesa e proteção. O salmista disse: “O


Senhor, tenho-O sempre à minha presença; estando Ele à minha direita, não serei
abalado” (Sl 16:8; Sl 44:3.). Nesse caso, o acusador estava fazendo o oposto (Sl 109:6).
Enquanto Josué estava intercedendo diante de Deus pelo povo, Satanás estava trazendo
acusações contra eles com base em sua pecaminosidade.

O Senhor rejeitou as acusações, lembrando o acusador de que, em Sua misericórdia, Ele


já havia escolhido Josué. Além disso, Seu povo já havia sofrido a plena medida do
castigo divino. Como um tição tirado do fogo destruidor, Josué e o povo remanescente
foram arrebatados do longo cativeiro na Babilônia (Am 4:11).

Por ordem do anjo do Senhor, as roupas de Josué, que representavam os pecados do


povo, foram removidas e ele foi purificado. Em seguida, ele recebeu vestes finas de
salvação e justiça.

Finalmente, Josué foi comissionado a fazer a vontade de Deus e andar em Seus


caminhos, uma atitude que resultaria em múltiplas bênçãos de Deus.

“O sumo sacerdote não podia defender nem a si nem a seu povo das acusações de
Satanás. Ele não afirmou que Israel estivesse isento de faltas. Em vestes sujas,
simbolizando os pecados do povo – pecados que ele levava como seu representante – ele
estava perante o anjo, confessando os pecados deles, mas apontando para seu
arrependimento e humilhação, e descansando na misericórdia de um Redentor que
perdoa o pecado. Em fé ele reclamou as promessas de Deus” (Ellen G. White, Profetas e
Reis, p. 583, 584). Essas promessas certamente incluíam as vestes da justiça de Cristo.

Imagine ter que estar diante de Deus com suas próprias “vestes sujas”. Que grande
esperança é apresentada aqui, e como você pode reivindicá-la e revelar a realidade
dessa esperança por meio de uma vida santa e consagrada?

Comentários de Ellen G. White

Uma ilustração muito viva e impressionante da obra de Satanás, a de Cristo e do poder


de nosso Mediador para vencer o acusador de Seu povo, é dada na profecia de Zacarias.
Em santa visão, o profeta contemplou Josué, o sumo sacerdote, “vestido de vestidos
sujos” (Zc 3:3), diante do Anjo do Senhor, suplicando a misericórdia de Deus em favor
de seu povo, que se achava em profunda aflição. Satanás estava à Sua mão direita, para
Lhe resistir. Porque os israelitas tinham sido escolhidos para preservar na Terra o
conhecimento de Deus, tinham sido eles, desde quando vieram a existir como nação, o
objeto especial da inimizade de Satanás. E ele determinara promover sua destruição.
Mas ele não lhes podia fazer mal algum enquanto fossem obedientes a Deus. Por isso,
ele empregou todo o seu poder e astúcia para os induzir ao pecado. Enganados por suas
tentações, eles haviam transgredido a lei de Deus, separando-se assim da Fonte de sua
força, tendo sido deixados a tornar-se presa de seus inimigos gentios. Foram levados em
cativeiro para Babilônia e ali permaneceram por muitos anos. Entretanto, não foram
abandonados pelo Senhor. Foram-lhes enviados Seus profetas, com repreensões e
advertências. O povo foi despertado para reconhecer sua culpa, humilhou-se perante
Deus e a Ele se voltou com arrependimento verdadeiro. Então o Senhor lhe enviou
mensagens de ânimo, declarando que o livraria do cativeiro e o restauraria ao Seu favor.
Isso era o que Satanás estava resolvido a impedir. Já um remanescente de Israel tinha
voltado para sua terra e Satanás procurava levar as nações pagãs, que eram seus agentes,
a destruí-lo completamente.

Quando Josué rogou humildemente o cumprimento das promessas de Deus, ergueu-se


Satanás ousadamente, para lhe resistir. Apontou para as transgressões de Israel como
razão de não dever o povo ser restaurado ao favor de Deus. Reclamou-o como presa
sua, e exigiu que fosse entregue em suas mãos, para ser destruído…

Então, o Anjo, que é o próprio Cristo, o Salvador dos pecadores, reduziu a silêncio o
acusador do Seu povo, declarando: “O Senhor o repreenda, Satanás! O Senhor que
escolheu Jerusalém o repreenda! Este homem não parece um tição tirado do fogo?” (Zc
3:2). Os israelitas haviam permanecido por muito tempo na fornalha da aflição. Por
causa de seus pecados, foram quase consumidos na chama acesa por Satanás e seus
agentes, para sua destruição. Mas Deus então Se lançou à obra de salvá-los. Contrito e
humilhado como se achava, o compassivo Salvador não abandonou Seu povo ao cruel
poder dos pagãos. “A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega” (Is
42:3; Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 467-469).

Quarta, 12 de junho Ano Bíblico: Jó 32–34

Não pela força humana


4. Leia Zacarias 4. Que esperança foi apresentada ao povo?

N
essa visão, Zacarias viu um candelabro alimentado por duas oliveiras, o que
relembra o castiçal localizado no lugar santo do tabernáculo do deserto (Êx 25:31-
40). As sete lâmpadas estavam dispostas em torno de um vaso grande, que servia como
reservatório de azeite.

O vaso, com seu abundante suprimento de azeite, simboliza a plenitude do poder de


Deus por meio de Seu Espírito. As sete lâmpadas brilham com grande luz, um símbolo
da presença permanente de Deus, que dissipa toda a escuridão. Assim como o azeite de
oliva é conduzido diretamente das oliveiras para o vaso de azeite no topo do candelabro,
sem qualquer intervenção humana, igualmente o poder que vem de Deus é constante,
suficiente e também não necessita de intervenção humana.

A mensagem da visão dada ao profeta foi que o templo de Jerusalém em breve seria
reconstruído. O Espírito de Deus, não os esforços humanos, garantiria a conclusão da
obra. Essa mensagem corajosa foi dada apesar do fato de que os obstáculos enfrentados
pelos construtores pareciam tão grandes como uma “montanha” (v. 7).

Não foi dito ao profeta quem é representado pelo candelabro, mas podemos ter a certeza
de que as duas oliveiras representam os dois líderes de Judá, Josué e Zorobabel. Em
termos materiais, a posição de Zorobabel nunca poderia ser comparada ao poder real e
força de seus antepassados Davi e Salomão. Do ponto de vista humano, eram
inadequados todos os esforços e recursos disponíveis para os construtores. No entanto, a
Palavra de Deus promete que um rei não é salvo pelo tamanho de seu exército, nem um
guerreiro por sua grande força (Sl 33:16). Dessa forma, os líderes são informados de que
Deus só pode ser glorificado quando todos os detalhes do serviço são guiados pelo
Espírito Santo.

Nessa passagem profética, há um importante princípio que deve ser lembrado pelos
cristãos: Deus pode nos chamar para tarefas difíceis, mas pela obra de Seu Espírito Ele
pode realizar Seu propósito (Fp 2:13; 4:13). Pelo Espírito Santo, Deus provê o poder
para realizar Sua obra hoje, assim como fez no passado. Isso é alcançado não por força
ou poder humanos, mas pela atuação do Senhor por meio dos que estão dispostos a ser
usados por Ele.

Leia atentamente Zacarias 4:6. Por que é tão importante ter sempre em mente nossa
dependência total de Deus? O que pode acontecer quando nos esquecemos de que tudo o
que temos, ou podemos fazer, vem somente do Senhor e de Seu poder operando em nós?

Comentários de Ellen G. White

As mesmas dificuldades criadas para impedir a restauração e o sustento da obra de


Deus, as grandes montanhas de dificuldades que surgiram no caminho de Zorobabel,
serão encontradas por todos aqueles que, hoje, são leais a Deus e à Sua causa. Muitas
invenções humanas são usadas para executar planos segundo a mente e a vontade dos
homens, com as quais Deus não está trabalhando. Mas não são jactanciosas palavras
nem a multidão de cerimônias que mostram que Deus está operando com Seu povo. O
assumido poder do agente humano não decide essa questão. Aqueles que se colocam em
oposição à causa do Senhor podem impedi-la por algum tempo, mas o mesmo Espírito
que tem guiado essa causa através do caminho continuará guiando-a hoje. “‘Não por
força nem por violência, mas pelo Meu Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos.” Através
dos canos dourados, os ramos de oliveira esvaziavam seu azeite. Esses ramos de
oliveiras são os ungidos do Senhor de toda a Terra. Por meio deles, o Espírito Santo é
comunicado às igrejas. Assim, o Céu e a Terra estão unidos. O poder celestial Se une
aos agentes humanos (Review and Herald, 16 de maio de 1899).

O azeite das oliveiras fluía através dos canos dourados para o vaso do castiçal, e dali,
para as lâmpadas douradas que iluminavam o santuário. Assim, dos santos que
permanecem na presença de Deus, Seu Espírito é repartido às instrumentalidades
humanas consagradas a Seu serviço. A missão dos dois ungidos é comunicar ao povo de
Deus que somente a graça celestial pode tornar Sua Palavra em lâmpada para os pés e
luz para o caminho.
Durante a reconstrução da casa do Senhor, Zorobabel foi rodeado de muitas
dificuldades. Nos anos anteriores, os adversários haviam “enfraquecido as mãos do
povo de Judá, e dificultado a construção”, “fazendo-a cessar pela força e pela
violência”. Mas o Senhor interviu em favor dos construtores fiéis e falou a Zorobabel,
por meio do profeta Zacarias: “‘Não por força nem por violência, mas pelo Meu
Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos. ‘Quem você pensa que é, ó montanha majestosa?
Diante de Zorobabel você se tornará uma planície. Ele colocará a pedra principal aos
gritos de ‘Deus abençoe! Deus abençoe!’”

Ao longo da história do povo de Deus, grandes montanhas de dificuldade,


aparentemente insuperáveis, têm surgido diante daqueles que avançam sob as
providências de Deus. Tais obstáculos ao progresso são permitidos pelo Senhor como
testes de fé. Quando somos cercados de todos os lados, este é o tempo, como nenhum
outro, para confiar em Deus e no poder de Seu Espírito Santo. Não devemos marchar
em nossa própria força, mas na força do Senhor Deus de Israel. É loucura confiar no
homem ou fazer da carne nosso braço. Devemos confiar em Jeová, pois nEle
eternamente há poder. Aquele que, em resposta a palavras e atos de fé, aplainou o
caminho diante de Seu servo Zorobabel, é capaz para remover todo obstáculo planejado
por Satanás para impedir o progresso de Sua causa. Por meio do exercício da fé
perseverante, toda montanha de dificuldade pode ser removida (Review and Herald, 16
de janeiro de 1908).

Na visão de Zacarias, as duas oliveiras que estão diante de Deus são apresentadas como
esvaziando o azeite dourado através de tubos dourados para o vaso do santuário. Daí, as
lâmpadas do santuário são alimentadas, para que possam continuar espalhando sua luz.
Assim, dos ungidos que permanecem diante de Deus, a plenitude da luz e do amor
divinos é concedida a eles para que a possam compartilhar com outros. Eles devem se
tornar canais através dos quais os agentes divinos comunicam ao mundo a abundância
do amor de Deus (The Watchman, 15 de maio de 1906).

Sabemos que as lâmpadas que nos dão luz não têm luz em si mesmas. Elas não podem
se encher. Assim, os santos de Deus devem esvaziar o azeite pelos tubos dourados. E o
fogo celestial, quando empregado, os faz queimar e brilhar. Nosso coração não pode
derramar luz a outros, a menos que haja uma vital ligação com o Céu. Somente isso
pode fazê-los queimar continuamente com amor santo e altruísta por Jesus Cristo e por
todos os que foram comprados com Seu sangue. A menos que estejamos
constantemente repletos do santo azeite dourado, a chama morrerá. A menos que o
amor de Deus habite constantemente em nosso coração, nossa luz se apagará (Review
and Herald, 21 de setembro de 1897).

Quinta, 13 de junho Ano Bíblico: Jó 35–37

Além do jejum

N
o segundo ano do ministério de Zacarias, uma delegação de Betel foi a Jerusalém
para fazer aos sacerdotes e profetas uma pergunta (Zc 7:1-3). Quando eles
estiveram no exílio em Babilônia, o povo havia jejuado durante o quinto mês para
lamentar a destruição do templo (2Rs 25:8, 9), além dos jejuns realizados no quarto,
sétimo e décimo meses (Zc 8:19). O rompimento dos muros de Jerusalém era lembrado
no quarto mês (Jr 39:2). O jejum no sétimo mês, o Dia da Expiação, era o único dia de
jejum ordenado por Deus por intermédio de Moisés (Lv 16). Finalmente, no décimo mês,
o povo lamentava o cerco de Jerusalém (Jr 39:1). Visto que o exílio havia terminado e a
reconstrução do templo estava quase completa, o povo se perguntava se ainda era
necessário jejuar no quinto mês.

5. Qual foi a resposta do Senhor? Essas palavras podem ser aplicadas a nós? Zc 7:8-
14

A resposta de Deus por meio de Zacarias é dupla: primeiro, é necessário que o povo de
Deus se lembre do passado, de modo que não o repita. O Senhor tinha advertido os
antepassados de que Ele esperava que eles vivessem em confiança e obediência. O exílio
foi uma punição por sua persistente rebelião. Então, o povo foi chamado a aprender com
seus erros do passado. Em segundo lugar, o Senhor não fica feliz porque as pessoas se
privam do alimento. Quando elas jejuam e se humilham diante de Deus, o
arrependimento e a humildade precisam ser refletidos no que as pessoas fazem. Jejuar a
fim de sentir pena de si mesmo é desperdício de tempo e esforço. Entre outras coisas, o
jejum deve representar o tipo de morte para o eu, necessária para que sejamos capazes de
deixar o egoísmo de lado e estender a mão para ministrar às necessidades dos outros. “O
espírito do verdadeiro jejum e oração é o espírito que rende a Deus a mente, o coração e
a vontade” (Ellen G. White, Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 189).

De que forma podemos colocar práticas religiosas válidas, tais como o jejum e até
mesmo a oração, em lugar da verdadeira fé cristã em sua essência? Comente com a
classe.
Comentários de Ellen G. White

Esta promessa de bênção devia ter encontrado cumprimento em grande medida durante
os séculos seguintes após o retorno dos israelitas das terras do seu cativeiro. Era
desígnio de Deus que toda a Terra fosse preparada para o primeiro advento de Cristo,
assim como hoje o caminho está sendo preparado para Sua segunda vinda. Ao fim dos
anos de humilhante exílio, Deus graciosamente deu a Seu povo Israel, por intermédio de
Zacarias, esta certeza: “Estou voltando para Sião e habitarei em Jerusalém. Então
Jerusalém será chamada Cidade da Verdade, e o monte do Senhor dos Exércitos será
chamado monte Sagrado”. E de Seu povo Ele disse: “Eu serei o Deus deles, com
fidelidade e justiça” (Zc 8:3, 7, 8).

Essas promessas estavam condicionadas à obediência. Os pecados que haviam


caracterizado os israelitas anteriormente ao cativeiro, não deviam ser repetidos.
“Administrem a verdadeira justiça”, o Senhor exortou os que estavam empenhados na
reconstrução. “Mostrem misericórdia e compaixão uns para com os outros. Não
oprimam a viúva e o órfão, nem o estrangeiro e o necessitado” (Zc 7:9, 10). “Falem
somente a verdade uns com os outros, e julguem retamente em seus tribunais” (Zc
8:16).

Rica era a recompensa, tanto temporal como espiritual, prometida aos que pusessem em
prática esses princípios de justiça. “A videira dará o seu fruto”, o Senhor declarou, “a
terra produzirá suas colheitas e o céu derramará o orvalho. E darei todas essas coisas
como uma herança ao remanescente deste povo. Assim como vocês foram uma
maldição para as nações, ó Judá e Israel, também os salvarei e vocês serão uma bênção”
(Zc 8:12, 13).

Graças ao cativeiro babilônico os israelitas foram, de fato, curados da adoração de


imagens de escultura. Após seu retorno do cativeiro, deram muita atenção às instruções
religiosas e ao estudo do que tinha sido escrito no livro da lei e nos profetas concernente
ao culto do verdadeiro Deus. A restauração do templo os capacitou a pôr em prática
integralmente os ritos do santuário. Sob a guia de Zorobabel, de Esdras e de Neemias,
repetidamente eles fizeram um concerto para guardar todos os mandamentos e
ordenanças de Jeová. A fase de prosperidade que se seguiu, deu ampla evidência da boa
vontade de Deus em aceitar e perdoar. No entanto, com fatal visão curta, eles se
desviaram vezes e vezes do seu glorioso destino e de maneira egoísta conservaram o
que teria levado cura e vida espiritual a incontáveis multidões (Profetas e Reis, p. 703-
705).
No jejum escolhido por Deus, misericórdia, ternura e compaixão devem ser exercitadas.
Avareza deve ser afastada, pecados de fraude e opressão devem ser confessados e
abandonados. Toda autoridade e influência devem ser usadas para ajudar o pobre e
oprimido (Review and Herald, 13 de outubro de 1891).

Se falharmos na prática de obras de misericórdia, em manifestar verdadeiro amor e


simpatia, em ajudar e abençoar outros, qualquer coisa que fizermos deixará de agradar a
Deus. Mas àqueles que consideram todo dever cristão e manifestam bondade e amor
para com o aflito, o pobre e o oprimido, por causa de Cristo, as promessas são ricas e
abundantes (Review and Herald, 20 de fevereiro de 1894).

Sexta, 14 de junho Ano Bíblico: Jó 38–42

Estudo adicional

S
atanás sabe que os que buscam o perdão e a graça de Deus os obterão. Por isso, ele
apresenta diante deles seus pecados para desencorajá-los. Ele está sempre buscando
razão para reclamação contra os que estão procurando obedecer a Deus. Ele busca fazer
com que até mesmo seu melhor e mais aceitável serviço pareça corrupto. Mediante
astúcias sem conta, as mais sutis e mais cruéis, ele procura assegurar a condenação deles.

“Em sua própria força, o homem não pode enfrentar as acusações do inimigo. Com suas
vestes manchadas de pecado e em confissão de culpa, ele está perante Deus. Mas Jesus,
nosso Advogado, apresenta uma eficaz alegação em favor de todo aquele que, pelo
arrependimento e fé, confia a Ele a guarda de sua vida. Ele defende sua causa e,
mediante os poderosos argumentos do Calvário, derrota seu acusador. Sua perfeita
obediência à lei de Deus Lhe concede todo o poder no Céu e na Terra, e Ele reclama de
Seu Pai misericórdia e reconciliação para o homem culpado. Ao acusador do Seu povo
Ele declara: ‘O Senhor te repreenda, ó Satanás. Estes são os que foram comprados com o
Meu sangue, tição tirado do fogo.’ E aos que nEle descansam em fé, Ele dá a certeza:
‘Eis que tenho feito que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de finos trajes’” (Zc
3:4; Ellen G. White, Profetas e Reis,p. 586, 587).

Perguntas para reflexão

1. Como a citação acima nos ajuda a compreender a verdade da salvação pela graça? Nos
momentos de desânimo por causa de nossas falhas e deficiências, como podemos encontrar
conforto e esperança nessas palavras, de modo que não nos afastemos do Senhor em total
desespero por causa de nossa indignidade?
2. Por que é tão fácil cair na armadilha de tornar o jejum e outras atividades o centro da nossa
religião? Que perigos existem quando transformamos nossa religião em nada mais do que
uma espécie de serviço social? Como podemos encontrar o equilíbrio?
Respostas sugestivas: 1. Deus atua na história de Seu povo; Ele prometeu restaurar Jerusalém e o povo judeu e castigar as
nações inimigas; o Senhor pediu que o povo se voltasse para Ele. 2. No ministério de Jesus Cristo, o Messias, descendente de
Abraão, que veio para salvar judeus e gentios. Paulo levou a bênção de Abraão aos gentios. 3. O Anjo do Senhor apresenta o
perdão, purificação e santificação do sacerdote Josué; o sacerdote foi salvo e recebeu uma nova oportunidade para servir ao
Senhor. Jesus é representado por Aquele que tira os pecados da terra em um só dia. 4. A obra de Deus, que havia começado
pequena, cresceria e seria vitoriosa, pela atuação poderosa do Espírito Santo (simbolizado pelo azeite que sai das oliveiras),
pela Palavra de Deus, inspirada pelo Espírito Santo e pelos sete olhos do Senhor que percorrem a Terra, simbolizando a
presença e atuação de Deus. 5. O importante era executar juízo verdadeiro, mostrar bondade e misericórdia aos irmãos, não
oprimir viúvas, órfãos, estrangeiros e pobres, nem intentar o mal contra o próximo. Se o jejum fosse um meio de manter
comunhão com Deus, seria um bom exercício espiritual. Mas se as pessoas jejuassem pensando em alcançar mérito diante do
Senhor, o jejum seria pecado. O jejum podia ser feito, mas com espírito de gratidão, e não de justiça própria.

Auxiliar para o professor

Resumo da Lição
TEXTO-CHAVE: Zacarias 3:10

O ALUNO DEVERÁ...
Saber: Que, se Deus controla as nações, pode ainda mais controlar nossa vida. Não nos
esqueçamos de que o Senhor conhece o futuro.

Sentir: Que Deus perdoa e restaura para uma nova vida. Ele focaliza Sua atenção
especial sobre os líderes espirituais a fim de prepará-los para seu ministério.

Fazer: Aceitar que não podemos executar nem conquistar nada pela força ou violência.
O Espírito do Senhor transforma e realiza coisas que ninguém mais pode fazer.

ESBOÇO
I. Saber: Poder visionário
A. Como o conhecimento divino sobre o futuro nos orienta no tempo e na vida
pessoal?
B. Por que as ações de Deus no passado são relevantes para nós hoje?

C. Que poder alcançamos quando temos a visão correta da vida?


II. Sentir: Poder purificador divino
A. Por que os líderes da igreja precisam ser purificados?
B. Por que somente Deus pode tirar nossos pecados?

C. Como podemos ter certeza de que Deus nos perdoa? Como e quando você pode ter
certeza do perdão?
III. Fazer: Vivendo com poder espiritual
A. Por que tantas vezes nos sentimos fracos espiritualmente?

B. Que diferença o Espírito de Deus faz em nossa vida, nossas igrejas e comunidades?
C. Como podemos nos submeter à disposição do Espírito, a fim de que Ele nos use
para cumprir Seus propósitos?

RESUMO: A Palavra de Deus, o perdão e a presença do Espírito de Deus são


elementos essenciais em nossa vida. Essa combinação produz verdadeira vida. Deus
quer ajudar Seu povo em suas lutas e lhes dar a vitória sobre as tentações e o pecado.

Ciclo do aprendizado
Motivação

Focalizando a Palavra: Zacarias 4:6


Conceito-chave para o crescimento espiritual: Deus está no controle da
história e da vida das pessoas. Ele as justifica, santifica e as leva a uma vida
obediente, alegre e ética. Ele nos incentiva a procurá-Lo, a fim de que
tenhamos o poder para cumprir Sua vontade.
Só para o professor: Peça que um dos alunos conte uma situação em que
enfrentou problemas porque não seguiu as orientações dos profetas de Deus.

Discussão de abertura

Um profeta é um porta-voz de Deus com grande autoridade. Mas sobre qual fato essa
autoridade é construída? Por que é importante levar a sério a mensagem do profeta?

Perguntas para discussão

1. Apesar de todas as promessas de ajuda e orientação divinas, por que ainda nos
sentimos impotentes espiritualmente e tantas vezes nos tornamos vítimas de nossas
próprias fraquezas? Qual é o caminho para mudar isso?

2. Deus disse que Sua obra não pode ser realizada “por força, nem por violência, mas
pelo [Seu] Espírito” (Zc 4:6, RC). O que isso nos diz sobre a natureza do Espírito do
Senhor?

Compreenção

Só para o professor: Peça que uma pessoa prepare um gráfico com o


quiasma das oito visões de Zacarias e leve para utilizar durante a discussão
em classe.

Comentário Bíblico
O nome Zacarias significa “o Senhor lembra”. Deus Se lembra de Suas promessas, e as
cumprirá. Ele Se lembra de Seu povo, das suas aflições, mas também conhece seus
pecados, e deseja livrá-los do poder do mal. Ele Se lembra de Sua promessa de enviar a
Semente prometida, que derrotaria Satanás (Gn 3:15), e de Sua promessa de estabelecer
Seu reino eterno fundamentado no amor, justiça, verdade e liberdade.

I. Oito visões noturnas

(Recapitule com a classe Zc 3:1-10.)

A mensagem dos primeiros seis capítulos Zacarias é bastante simples: era o tempo de
reconstruir o templo. Esse apelo foi a comunicação principal por trás de uma série de
oito visões curtas que Deus deu a Zacarias, a fim de ajudá-lo a compreender a partir de
uma perspectiva mais ampla a situação contemporânea do povo de Deus. Cada visão
envolvia o profeta em um raciocínio que aprofundava sua compreensão da mensagem.
Elas foram escritas na forma de quiasmo (em estrutura de espelho), o que significa que
a primeira visão corresponde à oitava; a segunda à sétima; a terceira à sexta e,
finalmente, no clímax estava a quarta, acompanhada pela quinta. Esses pares também
tratam de assuntos relacionados, organizados cronologicamente, em ordem inversa. Para
resumir a mensagem de cada visão podemos dizer o seguinte:

1. A primeira visão (Zc 1:7-11), sobre o homem entre as murtas e quatro cavalos com
seus cavaleiros, transmite a ideia de que esses cavalos percorriam toda a Terra, e seus
cavaleiros declararam que a Terra estava em paz (v. 11). Então, era o momento oportuno
para trabalhar no projeto de Deus, ou seja, construir Sua casa, porque ninguém tinha o
poder de impedir essa obra. Deus havia estabelecido a paz.

2. A segunda visão (Zc 1:18-21), sobre os “quatro chifres”, descreve como os ferreiros
os quebraram. Deus revelou o fim da causa política para o exílio. Esses poderes foram
destruídos porque haviam sido obstáculos para a construção do templo.

3. A terceira visão (Zc 2:1-5), sobre o “homem segurando uma corda de medir” (NVI),
aponta para a abundante bênção de Deus: “’Eu lhe serei, diz o Senhor, um muro de fogo
em redor e Eu mesmo serei, no meio [de Jerusalém], a sua glória’” (v. 5).
4. A quarta visão (Zc 3:1-10), sobre o perdão de Deus para Josué, está no centro dessas
oito visões. Satanás acusou Josué, o sumo sacerdote, cujas vestes sacerdotais estavam
sujas, representando a impureza do pecado. Mas o “Anjo do Senhor”, que era sem
dúvida Jesus Cristo pré-encarnado, ordenou que as roupas sujas de Josué fossem
removidas e lhe disse: “Eu tirei de você o seu pecado, e coloquei vestes nobres sobre
você” (Zc 3:4, NVI). O Senhor, então, comissionou Josué novamente a ministrar no
templo e anunciar uma profecia magnífica sobre o Messias. Josué foi livremente
perdoado e proclamado justo, porque Deus assim o declarou. Com base nisso, ele
experimentou a certeza do perdão e a alegria da salvação.

5. A quinta visão (Zc 4:1-14), sobre Zorobabel sendo capacitado por Deus, está no
centro da mensagem de Zacarias com a quarta visão. Deus deu Seu Espírito a Zorobabel
para construir o templo. Assim, Ele o fortaleceu para realizar Sua vontade. Essa visão
sobre o candelabro de ouro e o azeite enfatiza a obra do Espírito Santo. Somente o
Espírito Santo pode transformar e impulsionar a obra de Deus de modo eficiente.

6. A sexta visão (Zc 5:1-4), sobre o “pergaminho que voava” (v. 1, NVI), mostra que a
maldição havia sido medida e o próprio Deus pune a iniquidade.

7. A sétima visão (Zc 5:5-11), sobre a mulher sentada numa cesta [efa] (v. 7), explica a
razão espiritual para o exílio. Deus revelou a maldade que havia levado o povo para o
cativeiro babilônico.

8. A oitava visão (Zc 6:1-8), sobre “quatro carros” (v. 1), proclama o oposto da primeira
visão. A última mensagem foi sobre guerra e turbulência no mundo, mas Deus interviria
e Seu Espírito traria paz.

Para entender bem a mensagem dessas visões, é preciso perceber que as quatro
primeiras visões mostram o efeito e as últimas quatro descrevem as condições que
levaram a esses resultados. Assim, essas visões devem ser estudadas em sequência
inversa. Deve-se começar com a última visão e ir para a primeira (da guerra à paz),
continuar com a sétima e, em seguida, examinar a segunda (da causa religiosa para o
exílio à razão política). Depois, é preciso investigar a sexta visão e continuar com a
terceira (passando das maldições e punição para a imensa bênção de Deus). No centro
dessas visões estão a quarta e a quinta. Em primeiro lugar, Deus fortaleceu Zorobabel
para construir o templo e depois purificou o sumo sacerdote Josué para servir nesse
santuário. Da primeira à última e da última à primeira, Deus estava em ação. Seu amor,
graça e justiça são revelados e vindicados.
Além dessa situação histórica, em nossa vida pessoal, precisamos primeiramente
experimentar o amor de Deus, que toca nosso coração. Então, precisamos experimentar
Seu perdão e purificação e, finalmente, a força do Espírito Santo, para que sejamos
santificados e, gradualmente, transformados à Sua imagem, capacitados para Lhe
obedecer e seguir Sua lei, testemunhar em Seu favor e, consequentemente, servir aos
outros de modo altruísta.

Pense nisto: Por que Deus comunica Sua mensagem aos profetas através de visões e
sonhos, e não pela fala direta? Qual é o nível mais elevado e preferível de comunicação,
e por quê?

Pergunta para discussão: Deus Se identifica com Seu povo de modo tão íntimo que
declara: “’Aquele que tocar em vós toca na menina do [Meu] olho’” (Zc 2:8). Que
outros exemplos temos na Bíblia dessa intimidade entre Deus/Cristo e Seus seguidores?
(Considere, por exemplo, Mt 25:40, 45; At 9:4, 5)

II. Deus encoraja a prática da justiça

(Recapitule com a classe Zc 7:9, 10.)

Tendo em vista a ajuda e intervenção de Deus em favor de Seu povo, os fiéis são
justamente motivados e capacitados a fazer o que é certo.

De acordo com os capítulos 7 e 8 de Zacarias, Deus chama Seu povo a ter uma vida
moral correta: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Administrem a verdadeira justiça,
mostrem misericórdia e compaixão uns para com os outros. Não oprimam a viúva e o
órfão, nem o estrangeiro e o necessitado. Nem tramem maldades uns contra os outros”
(Zc 7:9, 10, NVI). No capítulo 8, Zacarias realçou o discurso divino: “Eis as coisas que
deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo, executai juízo nas vossas
portas, segundo a verdade, em favor da paz; nenhum de vós pense mal no seu coração
contra o seu próximo, nem ame o juramento falso, porque a todas estas coisas Eu
aborreço, diz o Senhor’” (Zc 8:16, 17).

O princípio da vida cristã é sempre o mesmo. Uma vez que estamos salvos, queremos
obedecer a Deus e viver em harmonia com Sua lei. Os imperativos divinos se tornam
parte integrante da vida dos redimidos.

Pense nisto: Muitas pessoas e nações poderosas buscarão o Senhor Todo-poderoso, de


acordo com Zacarias 8:20-22. Nessa passagem há uma declaração impressionante, no
contexto de tomar a decisão de ir a Jerusalém para buscar o Senhor: “Eu mesmo já estou
indo” (Zc 8:21, NVI). Nosso exemplo pessoal influencia os outros para que sigam a
Deus?

Aplicação

Só para o professor: O Espírito Santo é o supremo autor dos livros bíblicos


(2Tm 3:16, 17; 2Pe 1:20, 21). Como podemos estar em sintonia com Ele, a
fim de compreender corretamente a Palavra de Deus?

Aplicação prática

Estude diligentemente e descubra as semelhanças e diferenças entre justificação pela


graça de Deus por meio da fé e santificação pela graça de Deus por meio da fé. Por que
precisamos de ambos, as vestes brancas da justiça de Cristo e o azeite do Espírito
Santo?

Criatividade

Só para o professor: Pergunte aos alunos de que forma eles estudam as


Sagradas Escrituras, a fim de ouvir a voz de Deus. Apresente a eles um
conjunto de princípios simples de interpretação a respeito de como ler a
Bíblia e descobrir seu significado.

Atividade

O livro de Zacarias traz conforto, encorajamento e paz para muitos estudantes da Bíblia.
Que passagens desse importante livro bíblico falam mais poderosamente a você? Que
soluções pessoais a Bíblia traz para os problemas de sua vida? Compartilhe sua
experiência com a classe.

Informativo Mundial das Missões

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