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A REFORMA DE JOSIAS

2 Reis 22.8-10; 23.1-3, 21-23

ENTENDENDO E VIVENDO
Escrito por Adriano Teixeira   

Uma última chance


                Mesmo após a destruição do Reino do Norte (Israel) pelos assírios,
em 722 AC, o Reino do Sul (Judá) continuou existindo por mais cem anos. A
história de Israel era consistentemente má, com rei após rei rejeitando a
Deus e seguindo ídolos e seus próprios prazeres; inversamente, Judá teve um
destino mais positivo. Embora certamente tenha havido reis no Sul que
abandonaram a Deus, existiram também alguns que o adoraram com todo o
coração. O último dos bons reis foi um homem chamado Josias. Ezequias,
outro bom rei, teve um filho e um neto que não seguiram ao Senhor.
Manassés, filho de Ezequias, foi especialmente mau, e tradicionalmente é
tido como o responsável pela morte do profeta Isaías. Amom, que reinou após
Manassés, era igualmente perverso, e foi assassinado por seus próprios
oficiais. Logo após o motim que se seguiu, seu filho Josias foi nomeado rei (2
Reis 21.19-24). Aparentemente, a queda de Judá podia ser interrompida.

Boas e más notícias

                Josias tornou-se rei aos oito anos de idade, logo após o assassinato
de seu pai. Temos pouquíssimas informações sobre sua infância; porém,
somos informados sobre sua obediência ao Senhor (2 Reis 22.2). Parece que
havia pessoas a aconselhá-lo a seguir a Deus. Tais instruções, provavelmente,
criaram raízes, pois descobrimos (nos versos 3-5) que Josias, entre 20 e 30
anos, ordenou o conserto do templo do Senhor.

                   Durante a reforma, o Livro da Lei foi achado pelo Sumo


Sacerdote, Hilquias, e entregue ao secretário do rei. Quando foi lido diante
do rei, este rasgou suas vestes em sinal de pesar e, imediatamente, inquiriu
ao Senhor, usando como veículo a profetisa Hulda. Ela confirmou que as
notícias eram ruins e pronunciou que, apesar da seriedade de Josias, os
pecados de Judá requereriam que o povo fosse destruído (versos 15-20).
Josias já tinha suspeitado que isso poderia ocorrer e exclamou, como
registrado no verso 13: “A ira do SENHOR contra nós deve ser grande, pois
nossos antepassados não obedeceram às palavras deste livro, nem agiram de
acordo com tudo o que nele está escrito a nosso respeito.” (NIV). As
conseqüências da idolatria e da desobediência de centenas de anos não
poderiam ser desfeitas apenas com a descoberta do livro. Portanto, o Reino
de Judá estava sentenciado a ser destruído.

A renovação em face da destruição

                Apesar das notícias medonhas dadas pela profetisa, Josias não se
intimidou em seu propósito de fazer o povo do Senhor voltar-se para o único e
verdadeiro Deus. Ele acabara de promover a leitura da lei diante de todo o
povo, e as pessoas renovaram sua aliança com Deus, no templo em Jerusalém
(2 Reis 23.1-4). Ao renovar a aliança, Josias afirmou que Deus é íntegro e
justo; como rei, seguiria a Deus por toda a sua vida.

Depois da renovação, o zelo de Josias em seguir a Deus levou-o a remover todo


rastro de idolatria de Judá e de Israel. O rei entendeu o que os profetas tinham tentado
ensinar aos dois reinos, desde o princípio: a idolatria traz separação e castigo de Deus.
Então, removeu os santuários dos deuses estranhos em Judá e destruiu o santuário de
Baal, Aserá e Moloque. Expulsou as prostitutas do templo, queimou os ídolos dos
deuses estrangeiros e foi adiante, mandando “levar o poste sagrado do templo do
SENHOR para o vale de Cedrom, fora de Jerusalém, para ser queimado e reduzido a
cinzas, que foram espalhadas sobre os túmulos de um cemitério público” (23.6, NIV).
Também limpou o templo do Senhor, retirando os ídolos estrangeiros que,
gradualmente, tinham achado lugar por ali.

Porém, o rei foi além disso! Descobrimos, em 23.16-20, que Josias foi para
Israel, para fora do seu próprio país, e destruiu os altares de outros ídolos. Depois de
destruir todo rastro da idolatria que tinha condenado primeiramente a Israel e, agora, a
Judá, ele voltou para casa. Ordenou ao povo que celebrasse a Páscoa, a primeira
comemoração festiva desde o tempo dos juízes. A renovação espiritual de Judá estava
completa, apesar da destruição iminente. Josias tinha seguido o Senhor e limpado a si
mesmo e ao povo dos pecados que estavam lhes arrastando para a destruição, durante
anos! A renovação fez com que as pessoas voltassem à adoração do único Deus
verdadeiro, depois de anos no pecado da idolatria.

Idolatria diária

                Deus não tolera rivais; nunca tolerou, nem tolerará (Êxodo 20.4-6).
Ele não deseja competir por nosso coração, e fará tudo para ter nossa
atenção. Deus ocupará o primeiro lugar em nossa vida, e não ocupará outro!
No caso do povo de Judá, depois de anos de pecado (o pecado era tão aceito
culturalmente que parecia comum a eles), as pessoas encontraram a palavra
de Deus e um bom rei para lhe empurrarem na direção certa. Até mesmo para
o fiel, a perda dos ídolos domésticos e dos lugares altos na zona rural deve ter
parecido um pouco demais. A ideologia dos habitantes do Reino do Sul por
aquele tempo, provavelmente, era caracterizada por um conceito de Deus do
tipo “Yahwéh e ...”.  O povo de Judá, até mesmo os idólatras que, em última
instância, condenaram o reino à destruição, ainda adorava a Deus. O
problema não era o de não adorar ao Senhor; a questão era não adorar
SOMENTE a ele.
As casas típicas em Judá e em Israel, por centenas de anos, incluíram outros
“deuses e deusas secundários” que competiam com a devoção a Deus. E ainda mais, os
reis dos dois reinos ajudaram o povo a ir de mal a pior, encorajando essa idolatria sutil.
Na verdade, essa adoração dividida (a Deus e a outros deuses) era uma tentativa de ser
“mais abençoado”. Contudo, o Senhor não estava contente com tal prática... 

Idolatria e renovação em nossos dias

                Em nossos dias, pensamos freqüentemente em idolatria como


adorar falsos deuses em lugar do verdadeiro Deus. Essa não é, contudo, a
melhor definição de idolatria. Todas as vezes que colocamos um altar que
compete com Deus, até mesmo se continuamos o adorando, cometemos o
pecado da idolatria. A devoção voltada totalmente para Deus é a única
solução!
Neste mundo, estamos todos cheiros de preocupações; se não cuidarmos, elas
ameaçam consumir partes de nossa vida, nas quais somente Deus deveria estar. Nossa
sobrevivência e nossos hábitos ameaçam freqüentemente interferir em nosso
relacionamento com Deus. É nessas situações que temos que andar com firmeza na fé,
como Josias. Precisamos nos comprometer com nosso único Senhor e lamentar por
nossa própria natureza pecaminosa. Felizmente, nós temos acesso à graça de Deus por
meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Embora todos possamos tropeçar e cair, temos
acesso ao Espírito Santo renovador que sempre está disponível para aqueles que vêm
humildemente buscar a restauração.

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