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TEXTO ÁUREO

“Porém zombaram dos mensageiros de Deus, e desprezaram as suas palavras, e


escarneceram dos seus profetas, até que o furor do Senhor subiu tanto, contra o seu povo,
que mais nenhum remédio houve.” (2 Cr 36.16)

VERDADE PRATICA

Todo o ser humano se torna cativo de suas escolhas e das consequências delas.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Reis 24.18-20; 25.1-10

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO

A fase final do reino de Judá foi protagonizada por quatro reis: Joacaz, filho do rei Josias (2
Cr 36.1); Jeoaquim, que reinou por ocasiã o do primeiro grupo de prisioneiros levados para
Babilô nia, em 605 a.C. (2 Cr 36.5,6); Joaquim, que reinado, vivenciou o cerco de Jerusalém
por Nabucodonosor, que resultou em dez mil pessoas presas, em 597 a.C. (2 Cr 36.9,10); e
Zedequias, o rei entronizado por Nabucodonosor no lugar de Joaquim (2 Cr 36.10,11).
Nesta liçã o, veremos Zedequias rebelando-se contra o rei de Babilô nia, causando um novo
cerco que durou dezoito meses e, finalmente, resultou na queda definitiva de Jerusalém,
em 586 a.C.

Comentário

O está gio final do Reino de Judá , também chamado de Reino do Sul, foi protagonizado por
quatro reis vassalos, que agiram malignamente segundo a avaliaçã o religiosa do autor dos
Reis, e por um bom ú ltimo governador. O primeiro rei foi Jeoacaz, filho do reformador
Josias. Jeoacaz praticou muitas iniquidades, a despeito do zelo do seu pai. Como início do
declínio do reino, foi feito vassalo do Faraó -Neco, que impô s pesados tributos sobre Judá,
na quantia de três toneladas e meia de prata e 35 quilos de ouro. O Faraó ainda o tirou do
trono, levou-o para o Egito e, no seu lugar, colocou Jeoaquim, que impô s uma carga de
impostos sobre o povo para dar conta dos tributos do Faraó . Igualmente, Jeoaquim foi um
mau rei no sentido de nã o servir ao Senhor.

No reinado de Jeoaquim, aconteceu a primeira leva de prisioneiros para a Babilô nia em


605 a.C. Nessa ocasiã o, dentre os cativos, levaram o profeta Daniel. Nessa data, começa a
contagem de 70 anos de cativeiro da profecia de Jeremias, que terminaria em 586 a.C. sob
o reinado de Ciro. Quando Jeoaquim rebelou-se contra Nabucodonosor, rei da Babilô nia,
achando que poderia livrar-se dele, a Bíblia informa que Deus enviou contra ele
revolucioná rios caldeus, siros, moabitas e amonitas. Segundo a profecia de Jeremias,
Jeoaquim seria arrastado e morto como um animal para fora da cidade, sem um
sepultamento digno de um rei, o que aconteceu de fato.

Com a morte de Jeoaquim, o seu filho Joaquim assumiu o trono. Com três meses de
reinado, Nabucodonosor veio debelar a rebeliã o que o seu pai havia iniciado, fazendo o
cerco a Jerusalém em 597 a.C., levando cativas dez mil pessoas entre nobres e artesã os,
pessoas que tivessem alguma utilidade e das classes mais altas. Dentre eles, foi deportado
o profeta Ezequiel, mas o seu ministério iniciaria somente na Babilô nia. Nabucodonosor
levou todos os tesouros do Templo de Salomã o e da casa do rei.

No lugar de Joaquim, Nabucodonosor estabeleceu como rei vassalo a Zedequias, parente


de Joaquim, cujo nome significa “Jeová é justo” ou “justiça de Jeová ”, numa alusã o ao que
Jeová estava fazendo com Judá de forma justa. Zedequias, porém, rebelou-se contra a
Babilô nia, o que acarretou num novo cerco babilô nico, que durou 18 meses; e, finalmente,
a terceira leva de cativos ocorreu em 586 a.C. com a queda final de Jerusalém. A Babilô nia
também levou todo o restante das riquezas do Templo e de Jerusalém, bem como os
utensílios do Templo.

Para governar a cidade, Nabucodonosor deixou Gedalias, um aliado de Jeremias e da


política pró -babilô nica, motivo pelo qual foi indicado pelo Império Babilô nico. Mas, como
tinha um espírito pacífico e era um pouco ingênuo (Jr 13.16), uma conspiraçã o tirou-lhe a
vida, o que apavorou todo o povo de Judá , que teve de fugir para o Egito para evitar a fú ria
de Nabucodonosor. Nessa fuga, o profeta Jeremias foi levado forçadamente a contragosto
para o Egito. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

Esse título refere-se ao período da histó ria dos judeus que começou no ano de 597 A.C.,
quando foi deportado o primeiro grande grupo de judeus juntamente com seu rei,
Jeoiaquim, para Babilô nia por determinaçã o de Nabucodonosor. Esse período terminou
em 538 A.C., quando Ciro, vencedor persa da Babilô nia, baixou um decreto concedendo aos
judeus o direito de retornarem a Jerusalém a reconstruírem o templo (ver o artigo). No
período entre essas duas datas, tiveram lugar diversas outras deportaçõ es, entre as quais
aquela apó s a destruiçã o do templo, em 587 A.C. As fontes informativas diferem no tocante
ao nú mero de judeus que foram exilados, conforme se vê mediante a comparaçã o dos
trechos de II Reis 24:14,16 e Jeremias 52:28-30. O certo, porém, é que pelo menos vinte
mil judeus foram deportados. Os judeus, chegados a Babilô nia, desfrutaram de condiçõ es
relativamente favorá veis. O solo ali era mais fértil que o da Judéia, e os agricultores judeus
facilmente podiam cultivá -lo. Alguns deles conseguiram enriquecer. Muitos tornaram-se
tã o bem sucedidos na Babilô nia que recusaram-se a retomar à Palestina, quando Ciro lhes
permitiu o retomo. Contudo, ajudaram financeiramente à queles que desejaram voltar do
exílio. Cerca de quarenta e dois mil judeus retomaram a Judéia, em 538 A.C. E aqueles que
permaneceram na Babilô nia, formaram o nú cleo de uma comunidade que, séculos mais
tarde, tornou-se um importante centro da erudiçã o e das tradiçõ es judaicas.

Tanto o cativeiro assírio quanto o babiló nico haviam sido preditos pelos profetas do
Antigo Testamento. Por detrá s desses cativeiros havia razõ es morais e espirituais, e nã o
apenas econô micas, militares e políticas, que se originam dos conflitos entre os povos. É
verdade que todos esses fatores existiam; mas ao povo de Deus só sucede aquilo que Ele
permite ou ordena. É assim, todas as grandes modificaçõ es, relativas a indivíduos ou
naçõ es, dependem, em ú ltima aná lise, da vontade de Deus. O juízo divino sobrevêm aos
desobedientes e interrompe, se nã o mesmo destró i, tudo quanto estiver sendo feito de
positivo. Todavia, o juízo divino sempre é remediai, e nã o apenas punitivo. A apostasia
pode ser revertida pelo julgamento divino; e, com frequência, Deus pode fazer coisas boas
através do juízo divino, que nã o podem ser realizadas de outra maneira qualquer.

Quanto à interpretaçã o das prediçõ es proféticas de que o cativeiro babiló nico foi um juízo
divino, ver os trechos de Isaías 54:9,10 e Jeremias 31:3-6. Resultados do cativeiro
babiló nico: Esse evento demonstrou a soberania de Deus e também o Seu interesse pelo
Seu Povo. A universalidade de Deus foi demonstrada, porquanto ficou provado que Ele
trata com todas as naçõ es, e nã o apenas com Israel. Além disso, os judeus exilados levaram
o judaísmo a lugares que doutra sorte, só teriam sido atingidos dentro de muitos séculos. E
isso deu um grande avanço à mensagem espiritual. (ALB AM BAD BAR E) (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo
Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3988-3989)
.

Todas as grandes naçõ es cometeram suicídio.” O líder político inglês Richard Cobden fez
essa observaçã o, ilustrada, de modo bastante apropriado, pela histó ria do reino de Judá .
Nã o foram golpes militares ou políticos externos e inesperados que derrubaram Judá . A
naçã o cometeu suicídio ao se deteriorar moral e espiritualmente de dentro para fora.
Esses capítulos narram a histó ria trá gica dos ú ltimos anos de uma grande naçã o. Podemos
observar os passos de seu declínio e as decisõ es de seus reis que arrastaram o povo para a
destruiçã o.

O rei Josias foi um homem piedoso, com um desejo sincero de servir ao Senhor, mas que
cometeu um erro tolo ao atacar o Faraó -Neco. Sua interferência nos assuntos do Egito foi
uma decisã o política pessoal e nã o uma ordem recebida do Senhor. Josias queria evitar
que o Faraó -Neco ajudasse a Assíria a lutar contra a Babilô nia, sem perceber que a
Babilô nia – e nã o a Assíria – se mostraria a maior inimiga de Judá. Josias foi mortalmente
ferido por uma flecha em Megido e morreu em Jerusalém. Com a morte desse rei piedoso,
Judá perdeu sua independência e teve de se sujeitar ao domínio egípcio. Essa situaçã o
estendeu-se de 609 a.C. até cerca de 606 a.C., quando o Egito retirou-se e a Babilô nia
assumiu o controle. De acordo com 1 Crô nicas 3:15, 16, Josias teve quatro filhos: Joanã ;
Eliaquim, chamado posteriormente de Jeoaquim; Matanias, chamado posteriormente de Z
edequias e Salum, também conhecido como Jeoacaz. Nã o temos informaçã o alguma sobre
Joanã e podemos supor que ele morreu quando ainda criança. Quando Josias faleceu, o
povo colocou no trono seu filho mais novo, Jeoacaz, passando-o à frente de seus dois
irmã os mais velhos. Seu nome era Salum (Jr 22:11), mas ao assumir o trono, foi chamado
de Jeoacaz. Ele e Zedequias eram irmã os por parte de paí e mã e (2 Rs 23:31; 24:18). E
evidente que o Jeremias mencionado em 23:31 nã o é o profeta Jeremias, uma vez que o
profeta nã o era casado (Jr 16:1, 2).

Jeoacaz reinou apenas três meses. Quando Neco estava voltando para o Egito, depô s
Jeoacaz e colocou no trono Eliaquim. Mudou o nome do novo rei para Jeoaquim e impô s
um tributo pesado sobre Judá. É bem prová vel que Jeoaquim tivesse uma política favorá vel
ao Egito, enquanto Jeoacaz favorecia alianças com a Babilô nia, como havia feito seu pai,
Josias. O Faraó encontrou-se com Jeoacaz no quartel-general egípcio, em Ribla, e de lá o
levou para o Egito, onde Jeoacaz morreu. Esses acontecimentos haviam sido preditos pelo
profeta Jeremias. O profeta disse ao povo para nã o prantear a morte de Josias, mas sim o
exílio de seu filho e sucessor, Salum, pois ele jamais voltaria a ver Judá (Jr 22:10-12).
Porém, ao contrá rio do pai, Josias, Jeoacaz foi um homem ímpio e um rei perverso e
mereceu o exílio.

Jeová chamou Israel para ser um povo “que habita só e nã o será reputado entre as naçõ es”
(Nm 2 3 :9 ). Deveria depositar sua fé somente no Senhor e nã o em concessõ es ou tratados
realizados por diplomatas astutos. Israel era a “propriedade peculiar” de Deus, um “reino
de sacerdotes” (Ê x 19:5, 6; ver Dt 7:6-11). Foi Salomã o quem tirou Israel de sua posiçã o de
isolamento e colocou a naçã o no cená rio da política internacional. Casou-se com
setecentas mulheres (1 Rs 11:3), sendo que a maioria dessas esposas representava
tratados firmados com governantes e homens influentes, pais ou irmã os dessas mulheres.
Esses tratados permitiram o afluxo de riquezas para a naçã o e a mantiveram afastada de
guerras, mas no final, tanto Salomã o quanto Israel entregaram-se à idolatria das naçõ es a
seu redor (1 Rs 11:1-13).

Se o povo de Israel tivesse obedecido ao Senhor e guardado sua aliança, ele os teria
colocado à frente das naçõ es (Dt 28:1 – 14), mas sua desobediência redundou em derrotas
e na dispersã o pelas naçõ es da Terra. Infelizmente, a Igreja seguiu o péssimo exemplo de
Israel e se envolveu com o mundo em vez de manter-se separada dele (2 Tm 2:4; Tg 1:27;
1 Jo 2:15-17). Os cristã os encontram-se no mundo, mas nã o sã o do mundo, o que nos
permite ir ao mundo e falar de Jesus Cristo aos pecadores (Jo 1 7:13-19). Campbell Morgan
comentou que as maiores contribuiçõ es da Igreja ao mundo se deram quando ela se
parecia menos com ele. Seja separado e diferente! (WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II. Editora Central
Gospel. pag. 579-580)
.

I – O DECLÍNIO ESPIRITUAL DE JUDÁ

  1. As advertências dos profetas. Os profetas do Antigo Testamento foram unâ nimes e


incansá veis em denunciar as injustiças e as terríveis transgressõ es do povo e dos líderes
da naçã o (Jr 11.9-12). Todos foram taxativos em dizer que aquelas vindicaçõ es,
especialmente contra o pecado de idolatria, já estavam excedendo as medidas de Deus.

Comentário

Vá rios profetas haviam predito a ruína de Jerusalém, incitando o povo ao arrependimento


para que a justiça divina nã o agisse contra o povo, a Cidade Santa e o Templo, mas todos os
avisos foram em vã o. Dentre os profetas pré-exílicos do Reino do Sul, podemos citar
Miqueias, Sofonias, Naum e Habacuque. Joel e Obadias profetizaram bem antes do exílio.
Isaías foi o maior profeta em período anterior ao exílico de Judá , e Jeremias anunciou,
acompanhou e relatou todas as atrocidades dos cercos babilô nicos e da sorte dos cativos.
Ezequiel e Daniel atuaram no exílio.

A definiçã o de profeta no Antigo Testamento hebraico é nabi, que significa propriamente


profeta, mas também visioná rio, vidente. A profecia servia para declarar os pensamentos e
conselhos do Senhor com uma palavra divinamente ungida para uma situaçã o específica.

A vocaçã o profética no Antigo Testamento contava com três elementos em comum:

a) Forte experiência de Deus, como Isaías, no Templo, e Jeremias, que se assustou diante
da responsabilidade: “sou como uma criança”;

b) Estavam convictos de que Deus chamava-os a uma missã o: Jeremias como fogo
devorador nos seus ossos (Jr 20.9); Amó s disse que Deus rugiu como um leã o no seu
interior (Am 3.8);

c) A experiência com Deus causou profunda mudança na vida dos profetas: Jeremias, de
uma desencorajada criança, passa a denunciar o culto idó latra e o paganismo; para outros,
a experiência foi tã o forte que guardaram a data: Ezequiel, no 5º dia do 5º ano da
deportaçã o.

Os profetas tinham um cará ter de denú ncia da injustiça, da opressã o e do pecado e


apelavam à consciência do povo, mas especialmente aos líderes, indicando que os fatos
denunciados, bem como a idolatria, estavam chegando na medida de Deus enviar o seu
juízo, o que, de fato, aconteceu com o cativeiro babilô nico. A necessidade deles no Antigo
Testamento é pela quase ausência da palavra escrita, necessitando-se de arautos orais dos
orá culos divinos.

O poder da verdadeira profecia, conforme o modelo bíblico do Antigo Testamento, está no


fato de alertar para o futuro e denunciar o presente (como a maioria dos profetas do
Antigo Testamento fizeram) com as suas mazelas sociais, corrupçã o, pobreza, manipulaçã o
da religiã o, falso moralismo, opressã o dos pobres e minorias, injustiças e outras formas de
opressã o maligna na sociedade. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

Disse-me ainda o Senhor: Uma conspiraçã o se achou entre os homens de Judá. O povo de
Israel revoltou-se diante dos ensinos da lei. Eles nã o eram pecadores por ignorâ ncia. A
revolta nã o era política, mas espiritual. O rei Josias forçou outras conformidades. Durante
algum tempo, o povo teve de agir obedecendo aos ditames e à s provisõ es da legislaçã o
mosaica. Mas o coraçã o deles nem por isso foi mudado. A revolta íntima nã o demorou a
externar-se, e Judá tornou-se pior do que nunca, caindo em total idolatria-adultério-
apostasia e tornando assim inevitá vel o cativeiro babiló nico. “A idolatria deles nã o
resultou de algum impulso precipitado (ver Sal. 83.5; Eze. 22.26)” (Fausset, in loc.). “Eles
eram todos íratres conjurati, Irmã os jurados’, determinados a desvencilhar-se do jugo
divino e a nã o mais terem Deus para reinar sobre eles” (Adam Ciarke, in loc.).

Tornaram à s maldades de seus primeiros pais, que recusaram ouvir as minhas palavras. A
revolta dos filhos de Israel assumiu a forma de vá rias modalidades de idolatria, que
representava o abandono a Yahweh, o outro assinante, por assim dizer, do pacto. Portanto,
o acordo do pacto foi quebrado. Judá era como uma esposa adú ltera, que se divorciou de
seu marido (Jer. 3.1-2,13-14). Os judeus da época de Jeremias seguiram o mau exemplo de
seus pais e tornaram-se ainda piores que eles. Recusavam-se a ouvir as palavras da lei;
rejeitavam e negligenciavam as revelaçõ es divinas. Tanto Israel (as dez tribos do norte)
quanto Judá (as duas tribos do sul) estavam unidas em sua revolta, embora a naçã o do
norte tenha caído primeiro. Ambas anularam o pacto com sua desobediência. Ver no
Dicioná rio o artigo intitulado Rebeliã o, que serve para ilustrar o texto presente. “A decisã o
deliberada de Judá , de seguir seus ídolos, garantiu para ela sua condenaçã o” (Charles H.
Dyer, in loc.).

Na mente divina, os babiló nios já estavam batendo nos portõ es de Jerusalém. O rei Josias
forçou uma reforma externa. A idolatria tinha sido proibida por decreto divino. A maior
parte dos lugares altos tinha sido destruída. Mas, assim que Josias saiu do palco da histó ria
(mediante sua morte), todas as antigas abominaçõ es dos israelitas logo voltaram.

Portanto assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre eles. Deus Impô s aos Judeus a
Calamidade. O maior desastre de toda a histó ria da naçã o de Judá foi o cativeiro
babiló nico, que começou com matança e pilhagem generalizada, e terminou com a
deportaçã o de poucos sobreviventes para a Babiló nia. Até mesmo na Babiló nia, entretanto,
a espada seguiria os judeus, e a matança continuaria (ver Jer. 9.16). Quando o desastre
desaba, coraçõ es endurecidos sã o quebrantados, e o povo, em uníssono, clama a Yahweh
pedindo misericó rdia e livramento; mas os clamores geralmente sã o emitidos tarde
demais. Cf. Isa. 1.15 e Miq. 3.4. A eficácia das oraçõ es é anulada pelos hipó critas e
réprobos. Quando as coisas estavam em paz, eles continuaram invocando deuses pagã os,
dando-lhes o crédito por seu bem-estar. Na crise, no entanto, seus deuses nã o os
ajudavam, e a Fonte da verdadeira ajuda os ignorava. Ver o vs. 1 quanto a clamores a
deuses que nada representavam.
Entã o as cidades de Judá e os habitantes de Jerusalém irã o aos deuses. Os gritos de agonia
dos judeus subiriam a qualquer divindade, ou a Deus, que quisesse ouvi-los e ajudá -los. Os
deuses, que tinham sido honrados por eles, recebendo sua adoraçã o, seu incenso
queimado e suas oraçõ es, que os ouvissem em seus momentos de crise. Eles seguiriam
seus absurdos até o fim, promovendo seu doentio sincretismo (Yahweh e os deuses pagã os
eram os objetos de suas oraçõ es); ou seguiriam um paganismo completo, com divindades
de toda a sorte, emprestadas de vá rios povos vizinhos. O vs. 13 deste capítulo mostra a
tremenda extensã o da idolatria dos judeus. Cf. este versículo com Jer. 2.28 e Deu. 32.37-
38. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3022).

O povo volta ao antigo pecado. Novamente o Senhor mostra a Jeremias que a velha
maldade da idolatria dos antigos estava de volta à cidade, e vê isto como uma
“conspiraçã o”. A reforma de Josias, o bom rei de Judá , tinha perdido o seu ímpeto, e o povo,
que dias tã o felizes tinha visto, voltou-se aos antigos costumes, “como a porca lavada
voltou a revolverse no lamaçal” (II Ped. 2:22). Tornaram à s iniquidades de seus primeiros
pais (v. 10), refere-se ao que era Israel antes de Josias, e nã o ao que era nó s dias de Moisés,
quando o pecado da idolatria ainda nã o havia roído o cerne espiritual do povo. Uma
religiã o sem poder era o que o profeta descobria no seu povo. De fato, o judaísmo, com
todo o seu grande e admirá vel cerimonial, nã o tinha poder para penetrar o coraçã o, o que
só o evangelho faz, por meio do Espírito Santo. Todas as religiõ es étnicas sofrem desse mal
e até algumas religiõ es cristã s, ou assim ditas. A volta ao paganismo idolá trico importava
na quebra da aliança entre Deus e o povo. Em vista dessa quebra do concerto, o castigo
estava mais perto do que nunca, e quando o povo clamasse, Deus nã o o ouviria (v. 11).
Será bom repetir que a idolatria nã o se circunscrevia à adoraçã o de Baal, mas à s suas
prá ticas imorais, como a de Baal-Peor (Nú m. 25:1-6). Toda idolatria leva à imoralidade,
pois, sendo uma religiã o sensual, termina solicitando da natureza humana a
correspondência sensual. (Mesquita. Antô nio Neves de,. Jeremias. Editora JUERP).

 2. Previsão dos acontecimentos que levaram Judá ao exílio. O ministério de Jeremias
foi o mais importante desse período. Ele iniciou suas atividades proféticas no reinado de
Josias e deu continuidade durante os quatro reinos seguintes ( Jr 1.1-3). No tempo desse
grande profeta, havia muita discó rdia e confusã o sobre o que era a de Deus. Por isso
precisamos estar atentos para discernirmos a Palavra do Senhor. Ao advertir o povo sobre
os pseudo profetas, Jeremias o fez de modo tã o peculiar, que parece estar se referindo aos
falsos profetas dos nossos dias (Jr 23.16,17).

Comentário

O profeta Habacuque previu detalhes de como seria o exército babilô nico e as suas
estratégias de guerra: Vede entre as naçõ es, e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos;
porque realizo, em vossos dias, uma obra, que vó s nã o crereis, quando vos for contada.
Porque eis que suscito os caldeus, naçã o amarga e apressada, que marcha sobre a largura
da terra, para possuir moradas nã o suas. Horrível e terrível é; dela mesma sairá o seu juízo
e a sua grandeza. Os seus cavalos sã o mais ligeiros do que os leopardos e mais perspicazes
do que os lobos à tarde; os seus cavaleiros espalham-se por toda parte; sim, os seus
cavaleiros virã o de longe, voarã o como á guias que se apressam à comida. Eles todos virã o
com violência; o seu rosto buscará o oriente, e eles congregarã o os cativos como areia. E
escarnecerã o dos reis e dos príncipes farã o zombarias; eles se rirã o de todas as fortalezas,
porque, amontoando terra, as tomarã o. Entã o, passarã o como um vento, e pisarã o, e se
farã o culpados, atribuindo este poder ao seu deus. (Hc 1.5-11)
O ministério de Jeremias foi o mais importante durante os episó dios do cativeiro. Iniciou-
se durante o reinado de Josias e esteve ativo durante os pró ximos quatro reis; portanto,
acompanhou cinco reis. Ele profetizava na porta do Templo (cap. 7), tanto para o povo,
quanto para a classe dominante. A sua formaçã o para ser sacerdote permitiu-lhe ser um
homem culto; por isso, os seus escritos sã o de uma literatura rica e cheia de trocadilhos,
como este: em 23.10, ele usa um trocadilho no hebraico para profetas = nebî’îm (sing.
navi) e adú lteros = mena’pîm, referindo-se aos muitos profetas falsos que antecederam a
ú ltima leva de cativos em 586 a.C., que anunciavam que a Babilô nia nã o voltaria mais, o
que encorajou alguns reis a rebelarem-se contra o império. O falso só existe porque há o
verdadeiro; o falso só se manifesta no meio do verdadeiro, tomando a forma deste. Nem
sempre a maioria e a liderança estã o certas nas suas opiniõ es — é o caso de Jeremias, pois
ele era minoria. O pró prio Jesus cita as palavras de Jeremias, mostrando como ele pode ser
contemporâ neo até para nossos dias ainda: “É , pois, esta casa, que se chama pelo meu
nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isso, diz o
Senhor” (Jr 7.11; ver Mt 21.13; Mc 11.17; Lc 19.46).

Havia muita confusã o no tempo de Jeremias entre o que era, de fato, Palavra de Deus e o
que era falso. Havia muitas vozes discordantes, exatamente como é hoje. Assim,
precisamos prestar muita atençã o para discernir a Palavra de Deus. Jeremias é atualíssimo
quando fala desses falsos profetas:

Assim diz o Senhor dos exércitos: Nã o deis ouvidos à s palavras dos profetas que entre vó s
profetizam; ensinam-vos vaidades e falam da visã o do seu coraçã o, nã o da boca do Senhor.
Dizem continuamente aos que me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; e a qualquer que
anda segundo o propó sito do seu coraçã o, dizem: Nã o virá mal sobre vó s. (Jr 23.16,17)

A proliferaçã o de falsos profetas ocorre por causa de crentes e líderes que nã o conhecem
verdadeiramente o Senhor em uma sociedade consumista e hedonista. Nã o foram libertos
da ganâ ncia e, por isso, querem ouvir palavras de prosperidade da parte do Senhor.

Jesus referiu-se a esses falsos profetas quando disse: Portanto, pelos seus frutos os
conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirã o naquele Dia:
Senhor, Senhor, nã o profetizamos nó s em teu nome? E, em teu nome, nã o expulsamos
demô nios? E, em teu nome, nã o fizemos muitas maravilhas? E, entã o, lhes direi
abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vó s que praticais a iniquidade. (Mt
7.20-23)

Jeremias foi muito enfá tico e assertivo nas suas prediçõ es: “Porque o meu povo fez duas
maldades: a mim me deixaram, o manancial de á guas vivas, e cavaram cisternas, cisternas
rotas, que nã o retêm as á guas” (Jr 2.13). A profundidade das profecias chocaram as
autoridades da época, que retaliaram vá rias vezes contra a vida do profeta. (Pommerening. Claiton Ivan,. O
Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD)
.

Nã o deis ouvidos à s palavras dos profetas que entre vó s profetizam. Este é o terceiro
orá culo da coletâ nea que há na seçã o dos vss. 9-40. Todos esses orá culos atacam os falsos
profetas de alguma maneira. Enquanto Jeremias previa a guerra, a fome, a seca e a
pestilência, por causa dos pecados de Judá , os falsos profetas falavam em paz e
prosperidade (ver Jer. 6.14 e 8.11). Jeremias era inspirado por Yahweh, mas aqueles
mentirosos tinham visõ es e sonhos falsos, que procediam de suas pró prias psiques.
Naqueles tempos horríveis, nada havia de bom para ser previsto. Nã o devemos
compreender que os falsos profetas “criaram” ou inventaram tudo quanto diziam,
enganando propositadamente o povo. Pelo contrá rio, devemos entender que eles tinham
sonhos e visõ es falsas. A maior parte desses sonhos e dessas visõ es era criada pelos
pró prios profetas, pois o homem tem o poder psíquico de produzir tais coisas. O texto nã o
fala de poderes demoníacos, que algumas vezes podem estar por trá s de profecias falsas.
Eles eram profetas de palha, nã o de trigo (vs. 29).

Note o leitor o título divino de poder e autoridade: o Senhor dos Exércitos. Ver sobre isso
em I Reis 15.18 e no Dicioná rio. O Poder Supremo, pois, solicitou que o povo de Judá nã o
ouvisse as palavras dos falsos profetas, que estavam desviando as massas com suas falsas
promessas de paz e segurança. Nem todo o homem que entra em transe tem algo para
dizer digno de atençã o. Seu transe pode ser auto-induzido, e nã o induzido por Deus. Sua
mensagem pode originar-se em sua pró pria psique, e nã o no Espírito Santo. Estudos
modernos demonstram que uma visã o nã o é prova da verdade. As visõ es podem ser
produçõ es totalmente humanas, podem ser demoníacas, ou podem ser divinas, o que
significa que os espíritos devem ser submetidos a teste (ver I Joã o 4.1). Os místicos
verdadeiros duvidam de suas visõ es e as submetem a teste. Ver no Dicioná rio o artigo
chamado Misticismo. Há um misticismo verdadeiro, e há um misticismo falso. Cf. este
versículo com Jer. 2.5; 14.14; II Reis 17.15; Jon. 2.8. Ver especialmente as notas expositivas
em Jer. 14.14, versículo diretamente paralelo.

Dizem continuamente aos que me desprezam; O Senhor disse; Paz tereis. Uma
característica que desagradava nos falsos profetas era que eles tratavam gentilmente os
pecadores, consolando-os com falsidades. Em vez de proferir maldiçõ es contra eles,
prometiam aos pecadores segurança, conforto e prosperidade. Continuamente
espalhavam suas falsidades entre as massas populares, que eram enganadas por eles. Até
os que desprezavam a Yahweh, apostatando Dele, recusando-se a obedecer à Sua lei e a
pô r em prá tica o Seu culto, os falsos profetas confortavam, predizendo-lhes paz. Dessa
forma, eles contradiziam a Lei Moral da Colheita segundo a Semeadura (ver a respeito no
Dicioná rio). Ademais, eles consolavam os que andavam abertamente na iniquidade,
seguindo as vã s imaginaçõ es do pró prio coraçã o (ver Gên. 6.5), em vez de seguir os
mandamentos da legislaçã o mosaica. E também afirmavam que nenhum mal sobreviria
aos pecadores. Cf. Jer. 13.10 e Zac. 10.2. Suas falsas mensagens deveriam bastar para
revelar a falsidade de suas profecias.

O povo de Judá, entretanto, preferia deixar-se enganar, pois nã o queria mudar de conduta.
Os falsos profetas serviam lixo para o povo comer, mas o povo parecia gostar. (CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3060)
.

Por isso a Condenaçã o Desses Falsos Profetas Será Infalível (23:17-20)

Diziam continuamente ao povo: Paz tereis… nã o virá sobre vó s (v. 17), ao contrá rio de
toda a verdade. O diziam por si pró prios e que Jeremias estava vendido aos caldeus para
falar mal de Jerusalém, nã o sendo isso o que o Senhor havia dito, e assim por diante. Quem
poderia entender-se em tal labirinto de mentiras e hipocrisias? Eles efetivamente nã o
tinham mensagem do Senhor, e entã o inquiriram: Quem dentre eles esteve no concílio do
Senhor, para que percebesse e ouvisse a sua palavra, ou quem esteve atento e escutou a
sua palavra? (v. 18). Era um argumento vá lido, pois quem tinha visto e ouvido a palavra do
Senhor? Eles, nã o a tendo visto nem ouvido, diziam que ninguém tinha visto ou ouvido o
Senhor. Jeremias tinha visto e ouvido, mas estava fora do pá reo e ninguém lhe dava
crédito. Os versos 19 e 20 parecem quebrar a ló gica da discussã o, e alguns escritores
acham que sã o uma repetiçã o de
30:23,24. Para nó s nã o oferecem essa dificuldade. Parece tratar-se de interferência de
Deus, prometendo o que efetivamente estava para vir – uma tempestade que já afetara a
cabeça dos falsos profetas, e, portanto, a ira do Senhor nã o se desviaria, até que tudo fosse
cumprido. Entã o, muito tarde, é certo, ver-se-ia quem estava com a verdade, quando cada
qual ia procurar um buraco nas muralhas, para fugir dos soldados invasores. O que
Jeremias afirma é: Nos ú ltimos dias entendereis isso claramente (v. 20). Jeremias estava
certo e seguro da sua palavra, e os que estavam dentro da cidade de Jerusalém veriam
quem falava a verdade. Era uma competiçã o desigual e muito difícil. (Mesquita. Antô nio Neves de,. Jeremias. Editora
JUERP)
.

 3. Motivos que levaram Judá ao cativeiro. O cativeiro aconteceu especialmente por
causa da obstinada desobediência da liderança judaica. Essa posiçã o é consolidada por
vá rios outros profetas, dentre eles, Miquéias (Mq 3.9-11). Além da idolatria, pecados
abominá veis foram cometidos contra Deus: derramaram sangue inocente (2 Cr 24.17-22);
cometeram todo tipo de corrupçã o e injustiça social (Hc 1.2-4); nã o observaram o
descanso sabá tico e ainda mataram muitos dos seus profetas (Mt 23.35).

A situaçã o de Judá é uma triste realidade para um povo que recebeu tantas profecias,
avisos e oportunidades de arrependimento, mas decidiu pela apostasia. Ao olhar para a
histó ria de Judá , cultivemos o sentimento de humildade em nosso coraçã o (cf. Rm 20.21)
para que o temor a Deus nos previne de toda apostasia (Hb 12.16,17). Andar com Ele é a
melhor maneira de remover os obstá culos da alma que nos atrapalham na caminhada
cristã .

Comentário

O cativeiro aconteceu especialmente por causa da liderança. Em todo o livro dos Reis, o
autor sagrado deixa isso transparecer, culminando a ideia num momento de esperança
frustrada com a reforma de Josias, que enfatizava que o problema da perdiçã o nã o estava
no povo, mas na liderança. Essa ideia é corroborada por vá rios profetas como visto neste
capítulo; dentre eles, está Miqueias:

Ouvi agora isto, vó s, chefes da casa de Jacó , e vó s, maiorais da casa de Israel, que
abominais o juízo e perverteis tudo o que é direito, edificando a Siã o com sangue e a
Jerusalém com injustiça. Os seus chefes dã o as sentenças por presentes, e os seus
sacerdotes ensinam por interesse, e os seus profetas adivinham por dinheiro; e ainda se
encostam ao Senhor, dizendo: Nã o está o Senhor no meio de nó s? Nenhum mal nos
sobrevirá . Portanto, por causa de vó s, Siã o será lavrado como um campo, e Jerusalém se
tornará em montõ es de pedras, e o monte desta casa, em lugares altos de um bosque. (Mq
3.9-12)

Jeremias também evidencia a liderança como causadora do cativeiro:

“Os sacerdotes nã o disseram: Onde está o Senhor? E os que tratavam da lei nã o me


conheceram, e os pastores prevaricaram contra mim, e os profetas profetizaram por Baal e
andaram apó s o que é de nenhum proveito” (Jr 2.8).

Apó s vá rios avisos, a começar pelo do profeta Elias de forma oral até os profetas que
escreveram os seus vaticínios, todos alertaram contra o terrível pecado da idolatria, que
tira o Senhor do seu devido lugar e entroniza deuses criados pela imaginaçã o humana.
Além da idolatria, havia: o derramamento de sangue inocente que vá rios reis praticaram,
como o caso de Manassés; a questã o da justiça social denunciada por vá rios profetas (Hc
1.2-4); a nã o observâ ncia do descanso sabá tico pelas pessoas e também da terra; além da
morte de vá rios profetas, o que foi denunciado por Jesus: “para que sobre vó s caia todo o
sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao
sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuá rio e o altar” (Mt
23.35). A situaçã o de Judá foi uma triste realidade para um povo que recebeu tantas
profecias, avisos e oportunidades de arrependimento.

A situaçã o de rebeldia era tã o periclitante que, quando Deus mandou o profeta Jeremias
registrar pela primeira vez as suas profecias em um rolo de livro, e apó s Baruque, o
ajudante de Jeremias, ler o seu conteú do na porta do Templo diante de todo o povo,
embora tenha caído um grande temor sobre os príncipes, o mesmo nã o aconteceu com o
rei, pois mandaram Jeremias e Baruque esconderem-se com receio de serem mortos:

E sucedeu que, tendo Jeudi lido três ou quatro folhas, cortou-o o rei com um canivete de
escrivã o e lançou-o ao fogo que havia no braseiro, até que todo o rolo se consumiu no fogo
que estava sobre o braseiro. E nã o temeram, nem rasgaram as suas vestes o rei e todos os
seus servos que ouviram todas aquelas palavras. (Jr 36.23,24)

A razã o para o desprezo [da mensagem] pode estar no fato de ele nã o haver sido
propriamente infligido pelos babilô nios, embora Nabucodonosor lhe tivesse exigido um
pesado tributo e deportado um nú mero de prisioneiros importantes. Certamente sentia
que desfrutava de proteçã o em virtude de ser um vassalo da Babilô nia.

O autor de Reis afirma: “O Senhor nã o o quis perdoar” (2 Rs 24.4), porque já havia chegado
a um tal nível de deterioraçã o que seria impossível o povo voltar-se novamente para Deus,
a nã o ser que fossem severamente castigados para refletirem sobre o mal cometido. Outra
afirmaçã o forte de Reis é que o Senhor rejeitou-os da sua presença (2 Rs 24.20), o que
também é corroborado pelo profeta Jeremias (6.20). Deus chegou a chamar Jerusalém de
Gomorra (Jr 23.14; Is 1.9,10)! Se Ele chamou assim a sua cidade escolhida, entã o vale a
pena atentarmos para nossa situaçã o de enxertados na oliveira e vivermos uma vida digna
da gló ria de Deus (Rm 11.17,18,21). (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

Depois da morte de Joiada vieram os príncipes de Judá. Má s Influências. No pano de fundo


estavam os idó latras príncipes de Judá que se mantiveram em segundo plano enquanto
Joiada foi o sumo sacerdote. Entretanto, assim que Joiada desapareceu, eles se puseram
em movimento. A reforma morreu com o sumo sacerdote, e Joá s mostrou-se um fraco
quando o homem idoso nã o estava mais presente para encorajá -lo a fazer o que era
correto. Joiada, pois, tinha dado o bom exemplo; mas os príncipes de Judá deram um mau
exemplo. “Joiada morreu, e, com ele, morreu o espírito da reforma” (Eugene H. Merrill, in
loc.).

Os príncipes traiçoeiros vieram e prestaram falsas mesuras diante do rei. Fica claro,
mediante o versículo seguinte, que eles solicitaram permissã o para promover
abertamente o culto idó latra deles. O rei, pois, mostrou-se fraco demais para opor-se. Ou
entã o o pró prio Joá s tinha-se desintegrado, e nã o quis mais continuar uma farsa. Ver o vs.
21. Provavelmente, outras má s obras fizessem parte do negó cio todo. A boa e breve era de
santidade havia chegado ao fim. A mesma antiga síndrome do pecado-calamidade-
julgamento em breve haveria de golpear de novo. O vs. 21 deixa-nos chocados ao informar
que Joá s ordenou o apedrejamento de um profeta que se havia mostrado contrá rio à
corrupçã o.
O ideal era a adoraçã o centralizada em Jerusalém, no templo. Mas os santuá rios locais
recusavam-se a desaparecer. Provavelmente, um dos argumentos dos príncipes foi que era
muito trabalhoso subir a Jerusalém três vezes por ano. Eles poderiam passar seu tempo de
maneira mais sá bia. Os santuá rios locais serviriam muito bem para a adoraçã o deles.

Deixaram a casa do Senhor… e serviram aos postes-ídolos e aos ídolos. A idolatria Estava
de Volta. Joá s havia permitido ou talvez até ajudado a fazer florescer os lugares altos (ver a
respeito no Dicioná rio). Talvez Yahweh fosse um dos deuses adorados na massa
sincretista que os príncipes de Israel cozinharam. Em breve a ira de Yahweh seria acesa,
prestes a golpear. Ver no Dicioná rio o artigo intitulado Ira de Deus. II Reis 12.18 nã o
tratou da queda de Joá s, mas mostrou que ele sofreu perdas, embora a razã o para essas
perdas nã o tenha sido discutida. Seja como for, quando as coisas saíam erradas, ficava
entendido que alguém tinha praticado o erro, ou entã o que o errado era o povo inteiro. E o
julgamento divino estava sempre nas calamidades, conforme acreditava o povo hebraico.

Nã o vos enganeis; de Deus nã o se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também
ceifará. (Gálatas 6.7)

Os príncipes fizeram muito bem o trabalho de seduçã o. Assim diz o Targum: “Apó s a morte
de Joiada, os homens grandes de Judá vieram e adoraram o rei, e o seduziram’. Note-se que
a ira divina nã o deveria descer somente contra Judá , mas também contra Jerusalém,
porquanto era ali que estavam os promotores da apostasia, isto é, no pró prio templo.

Porém o Senhor lhes enviou profetas para os reconduzir a si. Profetas enviados por Deus,
cujos nomes nã o foram dados, protestaram contra o que estava acontecendo, porém, o
povo nã o lhes deu ouvidos. Eles tentaram reavivar a antiga fé de Joá s, mas o povo queria
os deleites do paganismo. II Crô . 20.14,37 dá -nos os nomes de alguns profetas da época, e,
sem dú vida, alguns deles participaram da reprimenda. Mas ninguém estava interessado
em modificar sua conduta. Eles se divertiam nos bosques com os ritos de fertilidade dos
cananeus e outras abominaçõ es associadas ao paganismo.

O Espírito de Deus se apoderou de Zacarias. Zacarias, filho de Joiada que provavelmente se


tornara o sumo sacerdote, foi inspirado pelo Espírito de Deus a fazer um severo protesto e
a predizer o desastre para o povo de Judá . O homem pô s-se de pé sobre uma espécie de
plataforma, num nível acima do povo, e enviou grande diatribe contra a idolatria. Ele
pagou seu ato com a pró pria vida (ver o vs. 21). O culto de Yahweh, conforme era exigido e
direcionado pela legislaçã o mosaica, havia sido descontinuado. Por isso foi dito, com toda
a razã o, que o povo tinha “abandonado a Yahweh” e em breve seria abandonado por Ele. O
partido idó latra logo seria olvidado.

Ellicott supunha que Zacarias tivesse tomado os degraus do á trio interior do templo,
pondo-se defronte do povo reunido no á trio exterior. Talvez fosse uma reuniã o formal
convocada pelo pró prio sumo sacerdote. Cf. a linguagem similar, usada em II Crô nicas 12.5
e 15.2. Ninguém podia abandonar Yahweh e nã o ser abandonado. A lei da colheita segundo
a semeadura garantia esse resultado.

Conspiraram contra ele, e o apedrejaram, por mandado do rei. Quase nem podemos
acreditar no que lemos neste versículo. Quando jovem, Joá s tinha promovido o yahwismo
e reparado o templo a grande dispêndio de energia. Mas agora o idoso Joá s abandonou
todo o esforço passado e tornou-se culpado do assassinato de um dos profetas do Senhor!
Zacarias dificilmente fora diplomá tico. Ele nã o respeitou as formas religiosas das outras
pessoas. Mas assassinato? Ver no Dicioná rio o artigo chamado Apedrejamento.

“A ousada liberdade e energia da reprimenda, bem como a sua denú ncia e prediçã o de
calamidades nacionais, que certamente e em breve ocorreriam, foram coisas inapetecíveis
para o rei. Portanto, ele despertou as ferozes paixõ es das multidõ es, aquele bando de
incrédulos que, por instigaçã o do rei, apedrejou o profeta até ele morrer (cf. Mat. 23.35)”
(Jamieson, in loc.).

Pense só nisso, leitor! O pai de Zacarias tinha salvado o pobre bebê Joá s da morte,
guindando-o posteriormente ao trono de Judá . A esposa de Joiada havia protegido o
menino por três anos. Mas, sem um pingo de gratidã o, e de maneira desavergonhada e
brutal, o mesmo homem tira a vida do filho do sumo sacerdote Joiada. Foi um ultraje
horrendo, um tratamento atroz, pró prio de uma mente ingrata. “Quando um homem
desvia-se de Deus, o diabo entra nele, e ele se torna capaz de todo tipo de crueldade”
(Adam Clarke, in loc.).

O caso foi tã o notó rio que Jesus se referiu a ele (ver Mat. 23.35) em uma de suas diatribes
contra os fariseus. Alguns intérpretes, entretanto, pensam que esteja em vista aqui outro
Zacarias (que nos é desconhecido).

Este, ao expirar, disse: O Senhor o verá , e o retribuirá . Em meio à agonia de moribundo,


Zacarias proferiu uma maldiçã o contra o rei ímpio e ingrato, clamando para que Yahweh
visse o que estava acontecendo e o “requeresse” do rei, de acordo com a lei da colheita
conforme a semeadura. Em breve os sírios estariam batendo à s portas de Jerusalém,
“requerendo” a questã o da parte de Joá s, o apó stata. Ver Luc. 11.51, onde temos uma
linguagem similar, empregada por Jesus, que talvez estivesse falando especificamente
sobre o caso relatado neste versículo. Contrastar isso com a declaraçã o do primeiro má rtir
cristã o (Atos 7.60), que teve a graça de orar pedindo o perdã o para os seus executores.
Mas a maldiçã o de Zacarias foi, ao mesmo tempo, uma oraçã o. Os sírios invadiriam Judá ; o
pró prio Joá s seria morto sem misericó rdia, por parte de conspiradores. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo
Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1689)
.

II – A OBSTINAÇÃO DE ZEDEQUIAS E SUA QUEDA

 1. A teimosia de Zedequias. Zedequias, o ú ltimo rei de Judá , nã o entendeu bem a exata


conjuntura em que a naçã o se encontrava; e, por sua pró pria conta, resolveu nã o dar
ouvidos à voz do profeta (Jr 38.14-28). Zedequias fez constantes ameaças a Jeremias e até
tentou mantê-lo submisso aos seus caprichos. Mas, Jeremias, como homem de Deus, nã o se
deixou corromper, antes, proferiu toda a palavra do Senhor (Jr 38.17,18).

Comentário

Zedequias, o ú ltimo rei de Judá , nã o entendeu a situaçã o em que estava Judá , nã o ouviu o
profeta Jeremias (38.14-28), nem mesmo discerniu que o tempo do fim havia chegado, que
Judá iria para o cativeiro, que a potência mundial da época, a Babilô nia, nã o pouparia uma
naçã o enfraquecida e teimosa, com rebeliõ es facilmente sufocadas. Vejamos quais os
males de Zedequias:

(I) Ele nã o estava disposto a ouvir a palavra de Deus através de Jeremias; (II) ele quebrou
um juramento feito em nome de Javé como vassalo da Babilô nia; (III) ele nã o estava
arrependido e nem falou em impedir os líderes e sacerdotes de profanar o templo com a
reintroduçã o de prá ticas de idolatria.

Além disso, Zedequias fez constantes ameaças a Jeremias e tentou manter o profeta sob as
suas ordens. Todavia, o homem de Deus nã o se deixa corromper. Jeremias nã o omitiu
nenhuma palavra do Senhor para o rei. Ele pagou um alto preço, ficou por um tempo preso
no pá tio da guarda real e um tempo atolado na lama de uma cisterna recebendo apenas
pã o para comer. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

Se te renderes voluntariamente aos príncipes do rei de Babilô nia, entã o viverá tua alma. O
nome divino de poder foi empregado pelo profeta para dar apoio à autoridade de suas
palavras: Yahweh-Sabaote-Elohim (o Deus Eterno, o Senhor dos Exércitos e Todo-
poderoso). Essa era uma forma de introduçã o comum dos orá culos, que Jeremias
empregou com freqü ência. Cf. Jer. 7.3,21; 9.15; 16.9; 19.3; 23.36; 28.2; 35.13,17-19; 42.15;
50.18 e 51.5. Dessa maneira, fica provado que o orá culo era solene e imperativo. O
conselho foi o mesmo que já havia sido dado em diversas outras ocasiõ es: rendiçã o. Se
fosse seguido, Nabucodonosor salvaria tanto o rei quanto a naçã o de Judá inteira de
muitas tribulaçõ es, maior nú mero de judeus sobreviveria, e o rei da Babilô nia teria
misericó rdia do povo humilde de Jerusalém. Cf. Jer. 27.12-13.

Se te renderes voluntariamente. No original hebraico temos a frase “saíres ao rei”. Esse é o


hebraico literal que significa “rendiçã o”. O rei da Babilô nia estava, na ocasiã o, em Ribla
(ver Jer. 39.5; II Reis 25.6), mas o versículo nã o aponta para a açã o literal naquela ocasiã o.
Joaquim tinha-se rendido (ver II Reis 24.12), e as coisas correram mais fáceis para ele.
Ren-der-se, entretanto, era algo ingló rio e humilhante, mas salvava a vida do rendido. A
cidade de Jerusalém seria queimada a fogo (vs. 18) se nã o houvesse rendiçã o e
Nabucodonosor tivesse de dar-se ao trabalho de cercar a cidade e invadi-la. Ver Jer. 21.10;
32.29; 24.2,22; 37.8,10; 38.23; 39.8. O rei e sua família teriam tido permissã o de continuar
vivos, e seriam reduzidos a uma escravidã o leve na Babilô nia, ou talvez até tivessem
permissã o de continuar vivendo em Jerusalém, pagando tributo.

Mas, conforme as coisas acabaram acontecendo, os filhos de Zedequias foram mortos, em


Ribla (ver Jer. 39.6); Zedequias foi cegado (ver Jer. 39.7); a cidade de Jerusalém foi
incendiada (ver Jer. 39.8); e o rei Zedequias foi lançado na prisã o, onde, provavelmente,
morreu. Em contraste, Jeremias foi bem tratado, conforme o capítulo 38 relata. Todas as
prediçõ es do vs. 18 aconteceram. O rei Zedequias, entretanto, ignorou todos os avisos
divinos, na esperança de que Jeremias estivesse equivocado. Ou ele acreditaria, mas a
vontade divina o forçou a prosseguir com a sua insensatez? Provavelmente a ú ltima
possibilidade é a que está com a razã o. Judá tinha-se transformado em uma massa informe
de escó ria. Yahweh, pois, queria refinar uma pequena quantidade de prata, através de um
julgamento de fogo, a fim de reiniciar a naçã o de Israel, terminado o cativeiro. Haveria um
Novo Israel em uma Nova Era; mas réprobos como Zedequias e seus conselheiros tinham
de perecer com o antigo Israel, porque tinham forçado sobre si mesmos essa
situaçã o. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3115).

Jeremias É Entrevistado pelo Rei

Tirado da cisterna de Malquias, ficou o profeta no á trio da guarda, junto com os soldados
que mantinham a guarda do rei. Zedequias chama o profeta e diz-lhe: Vou perguntar-se
uma coisa; nã o me encubras nada.(v. 14). Jeremias responde: Se eu te declarar, acaso nã o
me matará s? (v. 15). Entã o Zedequias jurou que nã o o mataria nem o entregaria nas mã os
daqueles homens malvados. Diante disso, Jeremias lhe dá uma resposta dura e difícil de
ser aceita: Se te renderes aos príncipes do rei de Babilô nia, será poupada a tua vida, e esta
cidade nã o se queimará a fogo, e viverá s tu e a tua casa (v. 17). Caso contrá rio, isto é, se
nã o te renderes, nem tu nem tua família escaparã o e a cidade será queimada. A resposta
do rei foi de uma franqueza rude: Receio-me dos judeus que se passaram para os caldeus,
que me entreguem na mã o dos babilô nios e escarneçam de mim. Jeremias deu-lhe a
promessa de que nã o o entregariam e nã o seria escarnecido, promessa que certamente
tinha vindo de cima. Ouve, peço-te, a voz do Senhor, conforme a qual eu te falo (v. 20). Era
uma promessa segura, pois vinha de Deus. Zedequias nã o teve coragem de por em prá tica
o conselho divino. Numa hora como esta, a falta de uma decisã o causou a destruiçã o do rei,
da sua família e da sua cidade. Uma decisã o na hora oportuna salva um povo. Jeremias
entã o faz uma prediçã o que se poderia chamar de câ ntico fú nebre. Nã o há salvaçã o
possível para esta cidade. Tu e tuas mulheres e teus homens, todos cairã o ou à espada, ou
pela fome ou pela ruína. O coló quio real foi muito tocante. Diz entã o Zedequias: Se os
príncipes souberem que falei contigo e te pedirem que lhes contes o que me disseste, nã o
lhes digas nada. Dizer-lhes, apenas, que fizeste uma petiçã o para que nã o te mandasse
mais à casa de Jô natas. isso aconteceu. (Mesquita. Antô nio Neves de,. Jeremias. Editora JUERP).

 2. Surdos aos avisos dos profetas. Jeremias advertiu ao rei Zedequias dizendo que, caso
se rendesse à Babilô nia, sua integridade seria preservada. Todavia, o rei nã o deu ouvidos
ao profeta, razã o de acontecer o que estava previsto. O poderoso exército babilô nico
invadiu e destruiu Jerusalém (Jr 39.1). Zedequias e povo de Judá estavam tã o confiantes
em sua religiosidade e escolha divina em relaçã o à s demais naçõ es, que nem pensavam na
hipó tese de serem quase aniquilados (3r 7.4).

Comentário

Ouvidos Moucos aos Avisos dos Profetas

Tanto o rei Zedequias quanto o povo de Judá estavam tã o confiantes na sua religiosidade e
preferência divina em relaçã o à s demais naçõ es, porque tinham instituiçõ es religiosas
fortes e um templo magnífico, que achavam que nunca seriam destruídos, ao que o profeta
vaticinou: “Nã o vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do Senhor, templo do Senhor,
templo do Senhor” (Jr 7.4).

Havia uma falsa segurança baseada no magnífico Templo de Salomã o. Da mesma maneira,
hoje em dia, nã o é a grandiosidade de uma religiã o, ou a solidez das suas instituiçõ es, ou
mesmo a linhagem real dos seus líderes que poderã o prevalecer, a nã o ser que a vontade
de Deus seja feita em todas as coisas e Ele esteja entronizado em detrimento dos falsos
deuses, que entram sorrateiramente em qualquer estrutura religiosa, por mais pura e
santa que ela seja. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

Foi tomada Jerusalém, Era o ano nono de Zedequias, rei de Judá, no mês décimo.
Traduzindo as antigas indicaçõ es para as modernas formas de computar o tempo, obtemos
15 de janeiro de 588 A. C. Esse era a data que Jeremias havia predito incansavelmente por
tanto tempo. Jerusalém resistiu por mais tempo do que parecia possível, opondo-se por
trinta meses à s forças babiló nicas. O vs. 2 deste capítulo revela-nos que, quando as
muralhas foram rompidas e os babilô nios tiveram acesso à cidade, seguiram-se horrenda
matança e saque. Jer. 52.6 informa-nos que as defesas da cidade cederam devido à pressã o
da fome. Cf. Jer. 37.21. Os vss. 1-10 sumariam Jer. 52.4-16, que, por sua vez, dependem de
II Reis
25.1-12.0 vs. 3 deste capítulo adiciona os nomes dos oficiais babiló nicos envolvidos.
“Nabucodonosor esteve presente no início do cerco, mas estava em Ribla quando o cerco
terminou (vss. 3 e 6; 53.17)” (Fausset, in loc.).

“Usando-se um método ocidental de computar as datas, parece que o assédio babiló nico se
prolongou por dezenove meses (os ú ltimos três meses do nono ano + os doze meses do
décimo ano + quatro meses do décimo primeiro ano). Entretanto, usando-se o método de
computaçã o de datas segundo o modelo hebraico, a duraçã o do cerco parece muito mais
longa. Pois os anos dos reis hebreus eram calculados segundo um calendá rio de tishri
(setembro-outubro) a tishri, ao passo que os meses do ano eram calculados em uma base
de nisã (março-abril) a nisã (ver os comentá rios sobre Jer.

36.9). O décimo primeiro ano de Zedequias estendeu-se de 18 de outubro de 587 A. C. a 6


de outubro de 686 A. C. O nono dia daquele mês correspondia a 18 de julho de 586 A. C.
Por conseguinte, o cerco inteiro durou pouco mais de trinta meses, de 15 de janeiro de 588
A. C. a 18 de julho de 586 A C.” (Charles H..Dyer, in loc.). Jerusalém ofereceu resistência
superior ao que se esperava, mas a cada dia em que essa resistência se mostrava eficaz,
maiores eram os sofrimentos do povo judeu. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3117)
.

A QUEDA DE JERUSALÉ M E O CATIVEIRO DE JUDÁ

A velha capital jebusita, contemporâ nea de Jericó , construída aí pelo ano 4000 a.C., estava
agora com os seus dias contados. Foi a cidade de Melquisedeque, dos tempos de Abraã o.
Conquistada por Davi logo apó s ser proclamado rei em Hebrom (II Sam. 5:8-10), e feita
capital do novo reino de Israel, foi a cidade antiga que mais dias gloriosos viu. Ali reinaram
homens como Salomã o e seus descendentes. Ali Deus mostrou como amava a Israel, nã o só
por meio do majestoso templo, mas por muitos outros meios e modos, como vemos ao ler
e estudar a profecia de Jeremias. Nenhuma outra cidade no mundo, antes nem depois
desta época, pode contar maravilhas tais como Jerusalém. Foi a cidade amada de Deus, e
por ela e seu povo Deus fez maravilhas sem conta. O povo eleito nã o soube responder nem
corresponder à bondade de Deus, que tanto o amava e amava a sua cidade. Agora estava
no seu trá gico e desastroso fim.

Ao escrevermos estas linhas, podemos dizer que elas poderiam ser escritas com sangue,
tal o respeito e a estima que a mesma cidade nó s merecemos.

Jerusalém É Conquistada

Por dezoito meses a cidade de Jerusalém ficou sob o assédio das forças de Nabucodonozor.
A sua queda seria uma questã o de tempo. O cerco privava a cidade de se abastecer do
necessá rio, e a fome começava a tomar conta, como o profeta previa havia muito tempo.
Zedequias estava no seu nono ano de governo títere. Jeremias era o fiel da balança, mas
infelizmente nã o era ouvido pela liderança israelita; e Zedequias, que pendia para o lado
de Jeremias, que era o certo, nã o tinha coragem de tomar uma decisã o segura, apesar de
Jeremias, em nome de Deus, lhe ter prometido segurança para ele e para a sua cidade.
Jeremias tinha-lhe garantido que, se se rendesse, ele e a cidade seriam poupados.
Infelizmente Zedequias nã o teve coragem para tomar uma decisã o salvadora. Coisas de
política, que cega os olhos a muitas evidências. A cidade, mesmo cercada, nã o se rendeu, e
só quando os babilô nios conseguiram abrir uma brecha nas muralhas é que a situaçã o foi
dada como perdida. E assim, os soldados de Nabucodonosor nela entraram. No undécimo
ano do rei Zedequias, no quarto mês, aos nove dias do mesmo, foi feita a brecha, passando
por ela os soldados caldeus, ansiosos, naturalmente, por esta hora vitoriosa (Jer. 39:2). O
que teria sido aquela hora para os líderes incrédulos, levados pelas falsas profecias de
homens que Deus nunca chamou, nã o podemos dizer.

Teria corrido a notícia de que as muralhas tinham sido arrombadas e os soldados estavam
na cidade. Como estaria também agora o coraçã o de Zedequias, a quem Jeremias tanto
admoestou e quis ajudar? Quem já leu os ú ltimos Dias de Jerusalém, romance escrito a
respeito da ú ltima destruiçã o desta cidade pelo general romano Tito, pode fazer uma idéia
do que teria sido esta hora. Com as diferenças naturais de cada uma dessas duas
calamidades, poder-se-á imaginar o que teria sido esta hora para Zedequias, seus
príncipes e o pobre povo, que é sempre o ú ltimo a saber dos acontecimentos. Diversos
príncipes do rei de Babilô nia assentaram-se à Porta do Meio, porta esta que nã o foi
possível identificar até agora, como a esperar pela saída dos principais responsá veis da
cidade. Logo o rei Zedequias e seus príncipes os viram, cuidaram de fugir pelo caminho do
jardim do rei. isso de noite, na esperança de salvar a pele. Como foi que os babilô nios
viram esta fuga o texto sagrado nã o diz, porém admitimos que já as sentinelas se teriam
colocado em todos os lugares, por onde a fuga fosse possível. A pessoa mais visada era,
sem dú vida, o rei, pois tinha contas a ajustar com Nabucodonozor, a quem tinha jurado
fidelidade, nã o cumprindo, porém, o juramento. (Mesquita. Antô nio Neves de,. Jeremias. Editora JUERP).

III – JERUSALÉM É CERCADA E LEVADA CATIVA

3. A destruição da Cidade Santa e do Templo. Apó s as investidas dos assírios, dos


egípcios, e de três ofensivas dos babilô nios, a forte e imponente cidade de Davi se
encontrava completamente arrasada. Durante o cerco de Jerusalém, que durou dezoito
meses, ninguém podia entrar nem sair. Os víveres estocados – foram sendo rapidamente
consumidos, e os animais eram abatidos e oferecidos como alimento; até que nã o restou
mais nada. A cidade santa estava em extrema pobreza e miséria (Lm 4.1-6). Foi nesse
momento que o poderoso exército de Babilô nia rompeu uma brecha no muro e invadiu a
cidade. O Templo Sagrado, erigido há 380 anos, foi saqueado, destruído e queimado. A
gló ria de Israel se foi.

Comentário

As Invasõ es e os Cercos

Os babilô nios conquistaram as naçõ es de uma forma que nunca havia ainda sido
vivenciado no mundo antigo. Nada os detinha. Eles estavam determinados a tornarem-se
os senhores do mundo e podiam fazê-lo nã o somente pela grandeza do seu exército e
instituiçõ es só lidas, mas também porque eram autossuficientes. Foi esse poderio
babilô nico que cercou, invadiu, destruiu e reduziu Jerusalém a cinzas e lembranças. Essa
destruiçã o foi profetizada e permitida pelo Senhor Deus: “E, na verdade, conforme o
mandado do Senhor, assim sucedeu a Judá , que o tirou de diante da sua face […]” (2 Rs
24.3).

A Destruiçã o da Cidade e do Templo

Depois de investidas assírias, egípcias e três investidas babilô nicas, a grande e imponente
cidade de Jerusalém estava completamente arrasada. Durante o cerco a Jerusalém, que
durou 18 meses, ninguém podia entrar nem sair da cidade. Os alimentos que havia em
estoque foram sendo consumidos, os animais foram sendo abatidos e comidos, até que nã o
restou mais alimento. A cidade, entã o, estava numa situaçã o de extrema pobreza e miséria.
Foi nesse momento que o exército da Babilô nia rompeu uma brecha do muro e entrou na
cidade.

O Templo, que havia funcionado durante 380 anos, foi completamente saqueado,
destruído e queimado com a invasã o babilô nica. A gló ria de Israel foi embora.

Jerusalém caiu, apesar dos esforços de Yahweh por meio de seus profetas, de restaurar o
seu povo. Mas eles escarneceram de suas palavras até que nã o mais houve remédio senã o
a destruiçã o e deportaçã o (2 Cr 36.15,16). Havendo rejeitado a postura de filhos da aliança
servos de Yahweh, a comunidade judaica espalhada pelo cativeiro agora cumpriria o papel
de escravos em terra estranha. Somente quando se cumprisse o tempo da disciplina, o
povo poderia sonhar com o retorno à sua terra. Entã o reassumiria a responsabilidade de
ser verdadeiramente a naçã o santa e o povo de Deus.

A visã o de Ezequiel dá conta de que a tragédia principal nã o foi apenas a deportaçã o. Foi
pior do que isso, pois a gló ria de Deus havia sido retirada do Templo e para lá nunca mais
voltaria. “E a gló ria do Senhor se alçou desde o meio da cidade e se pô s sobre o monte que
está ao oriente da cidade” (Ez 11.23). Somente na era escatoló gica é que a gló ria do Senhor
voltará ao Templo, dessa vez na pró pria presença do Senhor Deus da gló ria por meio do
Messias:

[…] e virá o Desejado de todas as naçõ es, e encherei esta casa de gló ria, diz o Senhor dos
Exércitos. […] A gló ria desta ú ltima casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos
Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos (Ag 2.7,9).

A destruiçã o final de Jerusalém aconteceu apó s a terceira investida babilô nica, com a
queima do Templo, do palácio real e dos edifícios importantes, bem como a leva dos
restantes, inclusive os sacerdotes. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

Como se escureceu o ouro! Jerusalém, a Dourada, tomou-se escurecida e embotada. Nã o


mais refletia a gló ria do Senhor. As pedras, antes grandiosas, como tantas gemas,
constituíam o templo e seus esplendorosos edifícios. Agora aquelas pedras estavam
espalhadas e se tomaram um montã o de escombros. Com uma metá fora de coisas
preciosas feitas comuns e corruptas, o profeta falou sobre o atual estado horrendo da
cidade, depois que os babilô nios terminaram sua missã o destruidora. O vs. 2 faz essas
coisas preciosas ser os habitantes da cidade, mas a referência é lata o bastante para
incorporar o templo e suas riquezas materiais. “O ouro, o ouro fino e as pedras sagradas
sã o o templo, os seus tesouros que sã o entã o usados como uma metá fora para as
possessõ es mais preciosas de Jerusalém, a saber, os seus habitantes” (Theophile J. Meek, in
loc). Cf. este versículo com Lam. 1.10 e I Reis 6.22. Toda a casa de Salomã o estava
recoberta de ouro, como também todo o altar (ver Jer. 3.19).

Vede como o ouro perdeu o seu brilho!

Vede como o bom ouro mudou!

/4s pedras do templo estã o espalhadas


Por todos os cantos da rua. (NCV)

Os nobres filhos de Siã o. Os filhos de Siã o, que antes eram como ouro fino, foram mudados
em vasos de barro quebrados pelos atacantes babilô nios. O valor deles foi perdido com o
sangue foi derramado no chã o. Os filhos de Siã o eram filhos de Deus altamente estimados,
mas agora formavam apenas um bando de potes que algum oleiro humano tinha feito.

“Eles valiam seu peso em ouro, pois o hebraico diz, literalmente, ‘aqueles pesados a peso
de ouro fino’” (Theophile J. Meek, in loc.). O barro era o material comum usado para vasos
de utilidade, tanto na cozinha como fora dela. Esses vasos tinham pouco valor e podiam
ser substituídos facilmente, caso se quebrassem. Os filhos de Siã o tornaram-se inú teis e
foram jogados fora como lixo. Cf. Isa. 30.14; Jer. 18.1-6 e 19.1-10. Ver também Sal.
31.12. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3187-3188).

O Poder Degradante do Pecado

A gravidade do pecado de Judá e Jerusalém tem sua raiz na rebeldia do coraçã o. A


descriçã o aqui revela até que ponto uma naçã o pode chegar quando seus fundamentos
morais sã o removidos. O gemido do profeta, ao lamentar acerca da gló ria passada de Judá
e a condiçã o devastadora na qual se encontra agora, é suficiente para quebrar o coraçã o.
“Como os poderosos caíram!”.

O poeta entoa uma cançã o triste acerca da incrível mudança que sobreveio a essa outrora
orgulhosa naçã o e sua capital: Como se escureceu o ouro! (1). Escurecida e deslustrada, a
cidade dourada nã o passa de um monte de cinzas. Ele lamenta a completa destruiçã o do
Templo: Como estã o espalhadas as pedras do santuá rio ao canto de todas as ruas; i.e.,
espalhadas por toda a cidade. Os jovens da naçã o, a esperança da sua vida futura, estã o
estirados pelas ruas da cidade. Em vida eles eram comparados a ouro (2); agora eles nã o
passam de um amontoado de barro, semelhante a vasos de barro quebrados no monte de
refugo do oleiro! (Paul Gray. Comentário Bíblico Beacon. Jeremias. Editora CPAD. Vol. 4. pag.417-418).

2. A matança, o cativeiro, a peste e a pobreza. No livro de Lamentaçõ es de Jeremias, o


profeta descreve, com – riqueza de detalhes, as deplorá veis cenas que assistiu (Lm 4.3-10).
A fome chegou a tal ponto que as mães cozinhavam e serviam os pró prios filhos como
comida. Até os sacerdotes perderam as esperanças; e as virgens ficaram assentadas, sem
forças, à beira do caminho. As crianças morriam de sede e fome; ninguém poderia saciá -
las.

Comentário

A situaçã o de Jerusalém e dos habitantes de Judá ficou deplorá vel com a ú ltima invasã o
babilô nica. Todos os nobres, príncipes e ricos foram deportados para a Babilô nia, ficando
somente os pobres na terra que nã o tivessem condiçõ es de incitar uma rebeliã o.

O profeta Jeremias foi levado cativo até uma parte do caminho.

Depois, por benevolência de Nabucodonosor, pô de escolher entre ser levado cativo ou


voltar para Jerusalém. Como ele nã o tinha forças emocionais para decidir-se diante de
tamanha desolaçã o, o general babilô nico ordenou-lhe que voltasse para Jerusalém. Nessa
caminhada de cativos, Jeremias contemplou com tristeza as correntes com que as pessoas
nobres e mais influentes de Judá estavam sendo oprimidas e humilhadas. Estavam todos
atados, de cabeça baixa, moribundos e sendo conduzidos como animais para longe de
Jerusalém, a cidade amada.

O livro das Lamentaçõ es de Jeremias descreve as cenas deplorá veis vistas por Jeremias
(Lm 2.20; 4.3-10). Ele sugere que a fome chegou a tal ponto que as mã es poderiam comer
os seus pró prios filhos; que Jerusalém ficou solitá ria; que chorava inconsolá vel; os
sacerdotes suspiravam de desespero; as virgens desesperançadas estavam sentadas sem
forças pelos caminhos; a língua das crianças ficava colada no paladar por causa da sede;
crianças pediam pã o, e ninguém lhes dava; pessoas  estavam desfalecendo nas ruas; os
nobres abraçavam-se com esterco; por causa da fome, a pele das pessoas estava enrugada,
escura e colada nos ossos; os mortos eram louvados porque tiveram melhor sorte do que
os que foram cativos ou ficaram em Jerusalém.

Os pobres que sobraram na terra foram liderados, por ordem de Nabucodonosor, por
Geconias, mas, apó s o assassinato deste, todo o restante do povo apavorado fugiu para o
Egito. Nessa fuga, forçaram o profeta Jeremias a ir junto para que a sua vida fosse poupada,
embora Jeremias fosse pró -babilô nia e Nabucodonosor soubesse disso. Jeremias foi levado
a contragosto e advertiu severamente os principais líderes que sobraram para que nã o
fugissem para o Egito, pois lá sim seriam mortos; se ficassem em Jerusalém, seriam
poupados da espada e da fome (Jr 42.7-43.13).

Assim, quatro flagelos caíram sobre todo o povo, sem escapar ninguém: morte por causa
da guerra, do cerco babilô nico e da invasã o de Jerusalém; os nobres e artesã os que
sobraram foram levados cativos para a Babilô nia; os que ficaram eram os mais pobres, que
empobreceram mais ainda; e a peste vitimou muita gente por causa das péssimas
condiçõ es de alimentaçã o e abandono. Um dos livros bíblicos que retrata esse cená rio com
muita propriedade é Lamentaçõ es de Jeremias. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da
Nação. Editora CPAD)
.

Porque maior é a maldade da filha do meu povo… O profeta lembra que toda aquela
calamidade era um castigo da parte de Yahweh. Em sua opiniã o, algo pior do que o que
tinha acontecido em Sodoma e Gomorra. O terremoto e a atividade vulcâ nica que houve
em seguida varreram completamente aquela gente, juntamente com outras cidades da
planície, e isso foi o fim de tudo. Mas Jerusalém estava sujeita a uma morte lenta, em meio
a terrores e cruéis sofrimentos. “A destruiçã o de Sodoma foi instantâ nea, mais
misericordiosa do que a agonia arrastada por longos anos de Jerusalém” (Theophile J.
Meek, in loc). Ambas caíram sob o peso da pesada mã o de Yahweh.

Outra vantagem de Sodoma foi que “mã o alguma” se fez sentir sobre ela. Antes, uma força
temível da natureza, dirigida por Deus, aniquilou a cidade em pouquíssimo tempo. Mas
cruéis mã os humanas afligiram Jerusalém com uma agonia prolongada. Cf. este versículo
com II Sam. 24.14; Mat. 10.15 e 11.24. Ver Gên. 19.24.

“Embora os habitantes de Sodoma fossem grandes pecadores, os judeus foram muito


piores. Os pecados deles eram agravados. Com isso concorda o Targum, que diz que os
judeus tinham luz muito maior, o que tornou o pecado deles muito maior” (John Gill, in
loc).

Sem o emprego de mã os nenhumas. O hebraico por trá s desta traduçã o é incerto. Dou uma
traduçã o padrã o acima: foram cruéis mã os humanas que afligiram Jerusalém. Mas tanto a
NCV quanto a NIV fazem a mã o ser uma mã o potencialmente ajudadora, que nã o se
estendeu nem ajudou. Tanto Sodoma quanto Jerusalém pereceram sem receber ajuda de
nenhuma agência, humana ou divina. Portanto, a desolaçã o dessas duas cidades foi grande,
já que nã o houve esperança quando elas foram esmagadas pelo castigo divino.

Os seus príncipes eram mais alvos do que a neve. A palavra hebraica aqui traduzida por
“príncipes” pode significar “devotos”, e a King James Version pensa ser isso uma alusã o aos
nazireus. A maior parte dos eruditos, porém, rejeita esse significado, e alguns emendam o
hebraico para uma palavra similar, produzindo “jovens”. Seja como for, é evidente que
devemos pensar na elite do povo. O profeta falou poeticamente a respeito. Eles eram mais
“alvos do que a neve” e mais “brancos do que o leite”. É prová vel que isso se refira à ó tima
aparência física deles, e nã o a qualidades morais superiores. Os hebreus nã o eram brancos,
mas tinham mais ou menos a cor dos á rabes modernos. Os judeus de nossos dias foram
clareados devido à mistura com europeus. Além disso, o corpo deles era “mais ruivo” do
que os corais, e o rosto deles se parecia com safiras. Estamos tratando com expressõ es
poéticas que falam de saú de e boa aparência, e nã o com descriçõ es exatas de cor da pele.
Eles tinham, por assim dizer, uma tez branco- avermelhada, o ideal nos países do Oriente.
Cf. I Sam. 17.42 e Can. 5.10. Mas os babilô nios estragaram a beleza e cortaram a vida dos
jovens israelitas.

Mas agora escureceu-se-lhes o aspecto mais do que a fuligem. A beleza transformou-se em


feiura. O branco tornou-se mais escuro que o carvã o, a cor da morte. Os poucos
sobreviventes foram deixados a morrer nas ruas. Estavam feridos e esfomeados, com o
corpo emaciado e a pela enrugada. Eram indivíduos ressecados, duros como a madeira.
Estavam praticamente mumificados. Cf. Lam. 5.10. A principal referência é aos efeitos da
fome, que dizimava os sobreviventes. Cf. Joel 2.6 e Nee. 2.10. “A pele deles estava gretada e
enrugada; a carne estava endurecida; os ossos se tinham tornado como varetas, ou como
um pedaço seco de madeira, pois a umidade e o tutano se ressecaram” (John Gill, in loc).

Mais felizes foram as vítimas da espada. Se pudermos falar sobre a felicidade, entã o felizes
sã o os que morrem devido ao golpe de uma espada. As vítimas da fome sofrem mais.
Clamam por pã o ou algum outro produto do campo, mas nã o os há ; e, mesmo que
houvesse, ninguém lhes daria dessas coisas. A espada só atravessa uma pessoa por uma
vez. A fome, especialmente a dos feridos, é algo que se repete continuamente. A vida “fluía”
para fora deles gradualmente, que é o sentido literal do hebraico por trá s de “se
definham”. O Targum tem uma nota horrenda aqui: “Mais felizes sã o aqueles mortos à
espada do que aqueles que morrem de fome. Aqueles que sã o feridos pela espada têm seus
intestinos derramados para fora de uma vez. Mas aqueles mortos de fome têm seus
ventres inchados de fome. Seus ventres estouram por falta de alimentos”.

As mã os das mulheres outrora compassivas. As mulheres, sobretudo as mães, que


usualmente tinham gestos de compaixã o e carinho com os filhos, agora usavam essas
mesmas mã os para mergulhar os filhos em grandes vasos com á gua fervente, a fim de
prepará -los como alimentos! Ver Lam. 2.20, onde vemos o canibalismo que ocorreu
quando os babilô nios cercaram Jerusalém por 30 meses. A histó ria se repete, mostrando
(até mesmo nos tempos modernos, entre os povos civilizados) que as pessoas que
enfrentam a possibilidade da morte pela fome apelam para comer os semelhantes, mesmo
que em sua cultura nada encoraje tal conduta. Que poderia haver de mais terrível do que o
corpo de um filhinho a flutuar na á gua fervente de uma panela? Tais coisas aconteceram
novamente quando os romanos assediaram Jerusalém no ano de 70 D. C., conforme
informa Josefo (Guerras dos Judeus v.12). Cf. Deu. 28.56,57. “De cenas tã o horríveis, é bom
que as deixemos para trá s o mais rapidamente possível” (Adam Clarke, in loc., que
comentou abreviadamente o vs. 10 e se apressou a passar adiante). Certa judia chamada
Maria, por ocasiã o do cerco dos romanos de Jerusalém, matou seu filhinho, cozinhou-o em
uma panela grande, comeu parte dele e deixou o resto guardado para uma refeiçã o futura.
Os endurecidos soldados romanos, que encontraram a parte do corpinho restante,
encheram-se de horror diante do que viram. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3188)
.

Jerusalém teve um destino ainda mais triste do que Sodoma. Sodoma se subverteu […] em
um momento (6) pela mã o de Deus, mas o castigo de Jerusalém tornou-se quase
insuportá vel. A referência a Sodoma ressalta a dimensã o da culpa de Jerusalém. Ela era a
cidade que tinha o Templo, a lei e os profetas. Visto que teve tanta luz e privilégio, ela
mereceu um castigo mais severo do que Sodoma. Deve ter sido difícil para um poeta judeu
escrever o versículo 6. Esse versículo retrata de uma forma inesquecível a compreensã o de
Jeremias do poder degradante do pecado.

“Seus príncipes” — em vez de nazireus (7) — outrora belos em aparência, bem nutridos e
populares no meio do povo, estã o agora em uma condiçã o deplorá vel. Seus rostos estã o
“mais escuros do que a escuridã o” (8, lit.); seus nomes estã o esquecidos; o povo nã o os
reconhece, porque nã o passam de esqueletos ambulantes, mirrados e sem vida como um
pedaço de pau.

A condiçã o de Judá e Jerusalém é tã o deplorá vel que os mortos à espada (9) sã o mais
ditosos do que os vivos. O cerco à cidade havia privado os viventes das necessidades mais
bá sicas da vida. Algumas mulheres piedosas (10), impelidas pela fome, cozeram seus
pró prios filhos, para servirem de alimento. Ninguém imaginaria que Jerusalém pudesse
chegar a esse ponto! Mesmo os reis da terra (12) estã o estupefatos com o destino dessa
naçã o e dessa cidade. O pecado, depois de consumado, gera a morte (Tg 1.15).

Paul Gray. Comentário Bíblico Beacon. Jeremias. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 418.

 3. A esperança profetizada. A mensagem de Jeremias deixou todos desesperados. Em


Lamentaçõ es, o profeta desvela toda a sua tristeza. Mas, mesmo assim, nã o deixou de se
lembrar e registrar o quanto Deus é misericordioso e o tamanho da sua fidelidade (Lm
3.22,23). Portanto, assim como Jeremias mudou sua desolaçã o para um estado de
esperança, também o cristã o deve desenvolver uma atitude de fé diante de suas
dificuldades e enfrentamentos. O maior motivo da nossa esperança é a ressurreiçã o de
Cristo: “Cristo em vó s, esperança da gló ria” (Cl 1.27b).

Comentário

O desespero retratado por Jeremias tomou conta de todos, que, no caso de Judá , foi o
lamentá vel ocorrido da destruiçã o da cidade e da ida para o exílio. Mas o desespero pode
ser a simples e silenciosa ausência de sentido, de perspectiva, de futuro, de ideal ou de
sonhos. Embora ele tenha lamentado profundamente a destruiçã o da cultura, da religiã o,
dos lugares sagrados e da habitaçã o do povo de Judá , a princípio, num gesto de
autocomiseraçã o e auto piedade, ele depois se lembrou de algo bom que aconteceria
adiante. Ele escreveu um dos livros mais tristes de toda a Bíblia, Lamentaçõ es, mas nas
suas lamentaçõ es ele lembrou-se do Senhor, o que lhe permitiu praticar a resiliência
presente na esperança:
As misericó rdias do Senhor sã o a causa de nã o sermos consumidos; porque as suas
misericó rdias nã o têm fim. Novas sã o cada manhã ; grande é a tua fidelidade. […] Bom é o
Senhor para os que se atêm a Ele, para a alma que o busca. Bom é ter esperança e aguardar
em silêncio a salvaçã o do Senhor. (Lm 3.22-23, 25-26)

Ele disse ainda: “Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vó s, diz o Senhor;
pensamentos de paz e nã o de mal, para vos dar o fim que esperais” (Jr 29.11-14).

A palavra esperança tem vá rios sentidos no hebraico. Pode ser tô helet, simplesmente
esperança; kesel, confiança relacionada com a fé; mabbat, esperança ou expectativa para
aqui, que se faz com os olhos, de voltar os olhos para algo; ra`â , ver, contemplar,
designando tanto a açã o em que o homem olha para Deus quanto de Deus olha para o
homem, e seber, livramento que tem em si a capacidade de dar segurança a alguém (Sl
119) e torná -lo feliz (Sl 146). De maneira geral, esperança seria a disposiçã o do espírito
que nos induz a esperar uma coisa boa e agradá vel que se há de realizar ou suceder.

O profeta Isaías, muito antes de Jeremias, já havia sido alertado por Deus da desolaçã o que
haveria de acontecer e no fato de que Judá nã o ouviria a voz de Deus. Mas ele também foi
informado de que, dos troncos decepados e queimados, brotaria a esperança: o tronco de
Jessé (Is 6).

Assim como Jeremias mudou a sua desolaçã o para um estado de esperança, também o
cristã o, diante das suas dificuldades e enfrentamentos, desenvolve essa mesma atitude
esperançosa, pois a falta de esperança produz a tristeza, que leva ao abatimento e à
frustraçã o, que leva a fraqueza, ao desâ nimo e ao cansaço de nã o querer ser o que Deus
pensa que podemos ser. Paulo sabia dos sofrimentos que todo o universo enfrenta por
causa do pecado, mas também manifestou a esperança da redençã o: Porque sabemos que
toda a criaçã o geme e está juntamente com dores de parto até agora. E nã o só ela, mas nó s
mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nó s mesmos,
esperando a adoçã o, a saber, a redençã o do nosso corpo (Rm 8.22-25).

A prova mais certa para termos motivos de esperança é a ressurreiçã o de Cristo: “Cristo
em vó s, esperança da gló ria” (Cl 1.27). Assim, nossa esperança está além-mundo: “Se
esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miserá veis de todos os homens” (1 Co
16.19). Essa esperança nã o é conformista do estado presente, mas antecipa o Reino de
Deus do “ainda nã o” para o “já agora”, trazendo uma atitude ativa de mudar as
circunstâ ncias difíceis por meio de atitudes de esperança. Para a vida aqui, enquanto se
espera o Reino de Cristo, as bem-aventuranças sã o a garantia da esperança.

A anunciaçã o do evangelho sempre deve envolver desespero diante do pecado humano e


esperança diante de “tã o grande salvaçã o” preparada por ele — em contraste com a falsa
esperança no “aqui e agora” anunciada por falsos profetas. Pois, sempre que a esperança é
colocada em efemeridades, ela traz frustraçõ es. “Porque, em esperança, somos salvos. Ora,
a esperança que se vê nã o é esperança; porque o que alguém vê, como o esperará ? Mas, se
esperamos o que nã o vemos, com paciência o esperamos” (Rm 8.24,25). Assim, nossa
esperança é paradoxal:

É -nos prometida a vida eterna — a nó s, que estamos mortos; énos anunciada uma feliz
ressurreiçã o, mas, enquanto isso, estamos cercados de corrupçã o; somos chamados justos
e, nã o obstante, reside em nó s o pecado; ouvimos falar de uma felicidade indizível e,
enquanto isso, somos aqui oprimidos por uma miséria sem fim; abundâ ncia de todos os
bens nos é prometida, mas só somos ricos de fome e sede. O que seria de nó s se nã o nos
apoiá ssemos na esperança, e se nossos sentidos nã o se dirigissem para fora deste mundo,
no caminho iluminado pela palavra e pelo Espírito de Deus em meio a essas trevas?

Caminhamos entre realismo e esperança; porém, muitas vezes, o realismo nada mais é que
pessimismo. Somente a esperança pode ser chamada de realista, porque, em Cristo,
somente ela toma a sério as possibilidades que enchem tudo o que é real com a realidade
do Reino de Deus que ainda virá , mas que já está . Por isso, a esperança é um fruto da fé.

Quando estivermos desanimados, nossa esperança deve repousar em Deus. “Por que está s
abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda
o louvarei. Ele é a salvaçã o da minha face e o meu Deus” (Sl 42.11). Na esperança,
motivam-se outras boas virtudes: a fé e o amor, que vêm “por causa da esperança que vos
está reservada nos céus, da qual já, antes, ouvistes pela palavra da verdade do evangelho”
(Cl 1.5). A esperança cresce quando nos lembramos da promessa da ressurreiçã o. “Nã o
quero, porém, irmã os, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que nã o vos
entristeçais, como os demais, que nã o têm esperança” (1 Ts 4.13). (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para
Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

As misericó rdias do Senhor sã o a causa de nã o sermos consumidos.

Este versículo é um dos mais conhecidos e citados do livro de Lamentaçõ es. Talvez seja a
luz mais brilhante do livro. Fala de uma misericó rdia abundante ou, conforme diz a
Revised Standard Version, de um “amor constante”, traduzindo o termo hebraico hesed.
Deus lembra a aliança com Seu povo e mostra-se longâ nimo para com os pecados deles.
Portanto, nã o trata com eles de maneira estrita, punindo-os por seus pecados, quando
seria razoá vel feri-los em Sua ira. Ele permanece com o povo que escolheu e continua a
aplicar Sua disciplina sem destruí-los. Deus trabalha visando a modificaçã o do povo, e nã o
a sua destruiçã o. Seu amor é poderoso e, assim, atinge mais alto que a mais distante
estrela e mais baixo que o mais profundo inferno. Até seus juízos sã o remediais, e nã o
meramente retributivos (ver I Ped. 4.6). Os artigos do Dicioná rio, chamados Misericó rdia e
Amor, oferecem muito material, incluindo poemas ilustrativos.

“Judá fora rebaixado, mas nã o eliminado. Deus estava punindo os judeus por seus pecados,
mas nã o os rejeitou como o povo em pacto com Ele… O pacto nã o fora ab-rogado. De fato, o
amor leal de Deus podia ser visto em Sua fidelidade, ao cumprir Suas maldiçõ es (ver Deu.
28)” (Charles H. Dyer, in Ioc.).

Este versículo tira o livro da futilidade. Deus ainda haveria de escrever outro capítulo
contando a histó ria da tragédia e insuflando-a com esperança e prosperidade, finalmente.
Diz a Septuaginta: “As misericó rdias do Senhor nã o me abandonaram”. A versã o siríaca
diz: “As misericó rdias do Senhor, elas nã o têm fim”. Aben Ezra lembrou que “nã o há fim
das misericó rdias do Senhor”. “O Senhor-é cheio de misericó rdias, que Ele concede de
maneira livre e soberana. Elas sã o a mola da todas as coisas boas e nunca falham. Eis a
razã o pela qual o povo de Deus nunca é, e nunca será , consumido, ainda que falhe. As
misericó rdias divinas sã o de eternidade a eternidade, e estã o guardadas em Cristo, o
Cabeça dos pactos. Ver Sal. 89.28 e 103.17” (John GUI, in loc.). (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3182-3183).

As misericó rdias de Deus nunca cessarã o; suas misericó rdias nã o têm fim (22). Mesmo
quando falhamos, Ele permanece fiel! Além do mais, suas misericó rdias se renovam a cada
manhã (23). A continuidade da misericó rdia de Deus é uma prova da sua fidelidade,3 por
isso o profeta clama: Grande é a tua fidelidade4. Esses pensamentos provocam uma
resposta sincera, e o profeta continua: A minha porçã o é o Senhor (i.e., a soma total dos
meus desejos); portanto, esperarei nele (24). Enquanto o profeta confessa sua fé em Deus,
outras coisas tomam conta da sua mente. (Paul Gray. Comentário Bíblico Beacon. Jeremias. Editora CPAD. Vol. 4. pag.413-414).

As misericó rdias do Senhor que nã o sã o consumidos – Sendo assim humilhado, e vendo a


si mesmo e sua pecaminosidade em um ponto adequado de vista, ele acha que Deus, em
vez de lidar com ele em juízo, tem lidado com ele em misericó rdia, e que, embora a afliçã o
era excessiva, ainda nos mares que a menos do que a sua iniqü idade merecia. Se, de fato,
qualquer pecador ser mantido fora do inferno, é porque falha de Deus compaixã o nã o.

Renovam-se cada manhã – Dia e noite proclamar a misericó rdia e compaixã o de Deus.
Quem poderia existir ao longo do dia, se nã o houvesse uma providência superintende
contínua? Quem poderia ser preservado no meio da noite, se o guarda de Israel nunca
dormia ou dormia? (ADAM CLARKE. Comentário Bíblico de Adam Clarke. Lamentações de Jeremias).

CONCLUSÃO

A experiência do reino de Judá no cativeiro é uma triste liçã o para todos os crentes.
Quando os “falsos deuses” ocupam o coraçã o de uma pessoa, ela se torna cativa de suas
escolhas erradas. A boa notícia é que, pela misericó rdia de Deus, Judá retornou à sua Terra
Prometida. Deus ainda usa suas misericó rdias para com seu povo. Elas nã o têm fim.
“Novas sã o cada manhã ” (Lm 3.23).

PARA REFLETIR

A respeito de “O Cativeiro de Judá ”, responda:

 Quais foram as calamidades que se abateram sobre Judá?

Dentre muitas, a pobreza, a miséria, a fome, o cativeiro e a morte.

 Que advertência Jeremias deu ao rei Zedequias?

Ele deveria se render ao rei de Babilô nia para que sua integridade fosse preservada.

 Quanto tempo durou o cerco a Jerusalém?

Dezoito meses.

 Em qual livro da Bíblia estão registrados os lamentos de Jeremias? Que lição


este livro nos passa?

Lamentaçõ es de Jeremias. Assim como Jeremias mudou sua desolaçã o para um estado de
esperança, também o cristã o deve desenvolver uma atitude de fé diante de suas
dificuldades e enfrentamentos.

 Qual é o maior motivo da nossa esperança?

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