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EDB – PANORAMA BÍBLICO – AULA 57

PROFÉTICOS – ISAÍAS

INTRODUÇÃO AOS LIVROS PROFÉTICOS

Antes de tudo, o Antigo Testamento é a Palavra de Deus.


No Antigo Testamento, a Lei, as histórias, os profetas, as profecias
e os escritos são relatos que cobrem séculos do trato de Deus com Seu
povo.
O Antigo Testamento expõe a situação humana, algo que o Novo
Testamento trata de forma tão decisiva.
O Antigo Testamento aponta para algo cujo cumprimento é Jesus
Cristo, e você não entenderá, nem de perto, tão bem a resposta se não
compreender o Antigo Testamento com a importância que lhe é devida.
Nós começamos nosso estudo sobre a maior divisão do Antigo
Testamento, os Livros Proféticos, que é composta por 17 livros, de Isaías
à Malaquias.
Esta categoria de livros do Antigo Testamento, os Livros Proféticos,
são divididos em duas classes: os Profetas Maiores e os Profetas
Menores.
Os Profetas Maiores são compostos de 4 profetas (Isaías, Jeremias,
Ezequiel e Daniel) e seus 5 livros (Isaías, Jeremias, Lamentações de
Jeremias, Ezequiel e Daniel).
Os Profetas Menores são compostos por 12 profetas e seus livros
(Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque,
Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias).
Os Livros Proféticos compreendem um período que vai desde o
Reino Dividido, um pouco antes do fim do Reino do Norte (Israel) em
722 a. C., até o estabelecimento do Reino do Sul (Judá) novamente em
Judá e Jerusalém depois de cerca de 100 anos da libertação do cativeiro
babilônico, que aconteceu por volta de 530 a. C.
Nosso estudo está acontecendo de forma cronológica, ou seja,
estamos estudando os Livros Proféticos conforme o período de seus
autores ou profetas que dão nomes a estes Livros.
Já estudamos os livros dos profetas Joel, Jonas, Amós e Oseias,
hoje começaremos a ver o livro do profeta Isaías.

INTRODUÇÃO AO LIVRO DE ISAÍAS

Em termos de grandeza e majestade absolutas, provavelmente


nenhum livro na Bíblia Hebraica pode ser comparado com Isaías, ele é
notável, é o mais rico do Antigo Testamento e é considerado uma “obra
prima”.
A amplitude literária de Isaías é inigualável. Seu conteúdo é sem
paralelo. A amplitude da visão que o profeta tem de Deus é ímpar.
Ao lado de Salmos e Deuteronômio, ele é de todos os livros do
Antigo Testamento o mais frequentemente mencionado, ele é o profeta
mais citado no Novo Testamento.
O conteúdo de Isaías é citado diretamente no Novo Testamento
em torno de 65 vezes, é mencionado, pelo nome, como profeta, cerca
de 20 vezes, ao todo são mais de 400 citações, menções e reflexos da
linguagem de Isaías, no Novo Testamento, de forma direta ou indireta.
Ao propor suas declarações sobre a natureza de Jesus e da Igreja,
os escritores do Novo Testamento, com frequência, invocaram o livro do
Isaías, o que o levou a assumir um papel de extraordinária importância
na interpretação cristã.
Seu texto representa “o livro teologicamente mais significativo do
Antigo Testamento”, desde a antiguidade ele tem sido considerado o
maior dos profetas do Antigo Testamento.
Deus falou de forma eloquente por intermédio de Isaías.
O livro de Isaías chega a nós na qualidade de Palavra de Deus, uma
revelação do inevitável conflito entre a glória divina e a soberba
humana; da autodestruição que tal soberba deve gerar, e da graça de
Deus em restaurar para Si mesmo a humanidade destruída.
Isaías merece ser mais do que um “clássico” (aquele famoso livro
que ninguém mais lê). Nem sempre é fácil entender as suas profecias,
mas, diariamente, no mundo todas as pessoas estão aceitando desafios,
desde subir no monte Everest até aprender Mandarim, ou aprender uma
nova atividade.
Se Deus falou por meio de Isaías, então devemos explorá-lo.
Devemos apreciar a vista diante de nós ao chegarmos ao seu topo
e até o esforço que dependemos para alcança-lo.
Devemos abrir os braços para novos entendimentos.
Ler o livro de Isaías com os olhos do nosso espírito abertos
equivale a ver a si próprio, nem sempre com muita clareza, mas também
para ver o Deus cuja santidade se torna irresistível em virtude de seu
amor.

QUEM FOI ISAÍAS?

O nome Isaías vem do hebraico ‫( ישעיהו‬Yesha’-Yahu) que significa


“O Senhor é salvação / O Senhor deu salvação / O Senhor salva”.
A exemplo dos nomes de Josué, Oséias e Jesus.
Josué significa Deus é Salvação.
Jesus significa Deus é Salvador.
Oséias significa A Salvação é o/do Senhor.
Talvez Isaías pode ter recebido esse nome dos seus pais para
expressar gratidão pela benção experimentada por ocasião de seu
nascimento.
Pois ele se enquadra completa e perfeitamente com o caráter do
trabalho que Isaías recebeu.
A tradição rabínica hebraica diz que Amoz, pai de Isaías, era irmão
do rei Amazias, portanto Isaías seria primo de Uzias, rei de Judá. Por isso,
acredita-se, ele tinha acesso e transito livre na monarquia, na corte real,
já que era nobre também.
O trabalho de Isaías ligava-se intimamente com a casa de Davi, ele
profetizou durante o reinado de 4 reis: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias. Ele
enfrentou Acaz (7: 3ss); no reinado de Ezequias ele teve grande
influência (caps. 36 – 39); e durante o resto de sua vida ele observou
com olhos proféticos os eventos políticos de sua época, inclusive
durante o reinado de Manassés.
A tradição rabínica hebraica diz também que foi durante este
reinado, que Isaías foi morto, a mando de Manassés, “serrado ao meio”
(Hb 11: 37), provavelmente entre 680 – 670 a. C.
Foram apedrejados e provados, serrados ao meio,
morreram ao fio da espada, andaram vestidos de peles de
ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados.
Isaías também tinha proximidade com um sacerdote (8: 2), ele foi
criado em Jerusalém e isso lhe deu condições apropriadas para ser um
conselheiro político e religioso da nação.
A respeito de sua vida privada e doméstica, Isaías era casado e teve
pelo menos dois filhos que receberam nomes simbólicos relacionados a
seu ministério.
Um era Sear-Jasube (7: 3) que significa “um remanescente voltará”
e o outro Maer-Salal-Has-Baz (8: 3) que significa “rapidamente até os
despojos, agilmente até a pilhagem”. O nome de seus filhos tem estreita
ligação com a mensagem de Deus através de Isaías a Judá.
A Bíblia também chama a esposa de Isaías de profetisa (8: 3),
embora não tenha nenhuma outra referência a ela em outros escritos
ou no próprio livro de Isaías.
Mas acredita-se que ela tenha tido um papel fundamental no
próspero ministério profético de Isaías por apoiá-lo ou compartilhá-lo
também.
Isaías foi contemporâneo de Amós, Oséias e Miquéias.
Grande parte de 2º Reis, principalmente os capítulos do meio para
o final do livro, descrevem o contexto de Isaías em Judá.
Isaías foi chamado ao ministério, possivelmente, ainda muito
novo, pois no mínimo seu ministério durou cerca de 60 anos.
Em 6: 1 há menção ao ano da morte do rei Uzias em 740 a. C., e
em 37: 38 há o registro da morte de Senaqueribe, rei da Assíria, em 681
a. C.
O ministério de Isaías, pelo que sabemos, começou no fim do
reinado de Uzias e terminou durante o reinado de Manassés.
Ele descreve o Cristo com clareza sem igual e também como o rei
messiânico, e por esta razão, com justiça, ele é chamado o evangelista
do antigo pacto, da antiga aliança.

QUAL FOI O CONTEXTO DE ISAÍAS?

Por volta de 790 a. C., Uzias sobe ao trono de Judá e reina por 52
anos, até 539 a. C.
Durante este período Judá tornou-se uma nação fortemente
próspera, militar e comercialmente falando (2º Cr 26).
Mas esse período também marcou o declínio da vida espiritual de
Judá, junto com a ruína do rei Uzias que, depois de queimar incenso no
altar do Senhor, tentou assumir o sacerdócio e foi castigado com lepra,
doença que o matou (2º Rs 15; 2º Cr 26).
Seu filho Jotão assume o trono e manteve Judá como potência,
mas a corrupção espiritual ainda existia naquela nação.
Jotão também morre e Acaz, seu filho assume o trono com 25
anos, reinando até os 41, onde fez alianças com os Assírios para
enfrentar Israel e Síria, e foi durante seu reinado que o Reino do Norte,
Isarel, foi destruído pelos assírios em 722 a. C.
Acaz morre e Ezequias, seu filho, assume o trono em 715 a. C..
Lembrando que todos eles eram descendentes diretos de Davi (dinastia
Davídica), que morreu por volta do ano de 970 a. C.
Ezequias reina por 29 anos, até 686 a. C., e umas de suas
prioridades ao assumir o trono foi a reforma do culto a Deus, onde ele
trouxe Judá de volta ao culto e adoração fiel a Deus, Ezequias foi um rei
que serviu ao Senhor.
A Assíria, depois de destruir Israel, tentou invadir Judá.
Mas mesmo depois de tomar algumas cidades e levar alguns
cativos, Senaqueribe foi vencido em uma batalha em Jerusalém, onde
caiu em uma armadilha, então voltou para Nínive onde mais tarde foi
morto por conspiração interna que praticamente destruiu a Assíria.
Foi Isaías quem incentivou e encorajou Ezequias a não se render e
a enfrentar Senaqueribe.
Em 701 a. C. Ezequias é acometido de uma grave doença onde ele
ora a Deus e ganha mais 15 anos de vida (2º Rs 20; Is 38).
Durante este período a Babilônia (antiga Síria) começa a ganhar
espaço como potência mundial e, sabendo da situação da doença de
Ezequias, o rei da babilônico manda emissários para parabenizá-lo por
sua boa e rápida recuperação, tentando formar uma aliança com Judá
para enfrentar a Assíria.
Durante os 15 anos adicionais que Deus deu a Ezequias, Judá viveu
em paz e Isaías teve a oportunidade de viver tranquilamente e escrever
palavras de conforto para o povo de Judá enquanto ele olhava adiante
para o ministério do Messias como o Servo sofredor do Senhor.
Mas quando Ezequias morre em 686 a. C., Manassés seu filho
assume o trono com 12 anos e afastou-se completamente do Senhor e
de Seus caminhos (2º Cr 33).
Ele reinou por 55 anos e levou Judá a total corrupção moral e
espiritual, foi somente no fim de sua vida que se arrependeu.
Com isso a mensagem de Isaías começou a incomodar a insensatez
da idolatria de Manassés.
Diz a tradição rabínica hebraica que Manassés capturou e prendeu
Isaías, por odiar suas profecias contra a falsa adoração que ele estava
vivendo.
E com isso mandou executar Isaías “cerrando-o ao meio”,
cortando seu corpo em duas partes.
Talvez seja referente a Isaías que Hb 11: 37 se refira.
Foram apedrejados e provados, serrados ao meio,
morreram ao fio da espada, andaram vestidos de peles de
ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados.

CONCLUÍNDO

Por que é importante estudar e entender o contexto e a vida do


profeta Isaías, hoje?

1. Porque aprendemos que a mensagem de Deus não é uma


mensagem de “luta de classes”.
Amós respondeu a Amazias: Eu não sou profeta, nem seguidor de
profeta, mas criador de gado e cultivador de sicômoros.
Am 7: 14.
No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um
alto e sublime trono, e as abas de seu manto enchiam o templo.
Is 6: 1.

2. Porque vemos como em uma geração tudo pode ser perdido no que
diz respeito ao culto, adoração e vida com Deus, assim como a todo o
legado de uma família ou da geração anterior.
Então Ezequias disse a Isaías: A mensagem que falaste da parte do
SENHOR é boa; e acrescentou: É mensagem de paz e estabilidade para
os meus dias.
Is 39: 8.
Manassés levou Judá e os moradores de Jerusalém a se desviarem tanto,
que eles fizeram pior do que as nações que o SENHOR tinha destruído da
presença dos israelitas.
2º Cr 33: 9.

3 Porque, assim como Isaías, somos chamados para sermos os


profetas de Deus nesta geração, mas não mais para anunciar sobre a
vinda do Messias, o Servo sofredor, e sim para anunciar que Ele já veio
e que agora voltará como o Rei das nações para reinar para sempre.
Trava o bom combate da fé. Apodera-te da vida eterna, para a qual foste
chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.
Diante de Deus, que dá vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que
perante Pôncio Pilatos deu o testemunho da boa confissão, eu te exorto:
Sem mácula e irrepreensível, guarda este mandamento até a vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo. Ela, no tempo próprio, manifestará o bem-
aventurado e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores, o que
possui, ele somente, a imortalidade e habita em luz inacessível; a quem
nenhum dos homens viu nem pode ver; a ele sejam honra e poder eterno.
Amém.
1ª Tm 6: 12 – 16.
Conhecer a Deus é crucialmente importante para a
nossa vida. Para quem não conhece a Deus o mundo é
um lugar estranho, louco, penoso, e viver nele algo
decepcionante e desagradável. Despreze o estudo de
Deus e você estará sentenciado a passar a vida aos
tropeções, como um cego, como se não tivesse
nenhum senso de direção e não entendesse aquilo que
o rodeia. Deste modo poderá desperdiçar a sua vida e
perder sua alma.
J. I. PACKER

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