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BÍBLICAS E PODEROSAS
PARA CRIAR FILHOS
VENCEDORES
@PASTORA.ANALAURA
@CHARIS.NEWS
Introdução
Vivemos em uma geração que tem deixado a Bíblia de lado e colocado os
ensinamentos do homem no centro. Cada vez mais livros sobre criação de
filhos veem sendo escritos por pastores, psicólogos, profissionais de
educação infantil. Nada contra isso, eu mesmo escrevo sobre criação de
filhos, mas e se o único manual que tivéssemos fosse a Bíblia, o que
faríamos? Não estou dizendo que devemos renunciar aos livros, de maneira
nenhuma, mas sim que não podemos nos esquecer da Bíblia. Eu leio
inúmeros livros de criação de filhos e sempre que posso os indico nas
minhas redes sociais, porém tenho a Bíblia como o maior e mais completo
manual, ela não é antiga e nem moderna, ela é eterna.
Mas gostaria de ir ainda mais além com você, muito mais do que sermos
Bíblicos, precisamos estar centrados em Cristo. Somos pais cristãos e isso
significa ter Cristo no centro de tudo o que fazemos. Em toda a Bíblia, de
gênesis a apocalipse, Cristo é revelado. Então, o nosso olhar, a maneira
como educamos os nossos filhos, a maneira como disciplinamos, como
corrigimos, tudo deve estar centrado Nele.
Das escrituras podemos tirar ensinamentos para tudo na nossa vida, pois
ela é inspirada por Deus e útil para o ensino.
Converso com muitas mães e as vejo confusas, porque elas têm ouvido
tantas vozes e tantos ensinos, que aquilo que é a Verdade se torna
embaçado. Por isso, te convido a vir comigo nessa leitura e descobrir cinco
chaves, bíblicas e poderosas, que irão transformar a sua maternidade e
paternidade.
Capítulo 1 – Autoridade
A professora da minha filha é muito brava, é uma senhora que leciona há
30 anos na mesma escola, então é muito exigente e conservadora. Tivemos
sérios problemas com ela. Tive que me adaptar as exigências dessa
professora. Tudo tinha que estar devidamente organizado na mochila da
minha filha, o cabelo dela deveria estar devidamente preso e não podíamos
discordar de absolutamente nada.
Toda autoridade foi constituída por Deus, e como pais temos essa
autoridade delegada para influenciar e dirigir a vida de nossos filhos.
Infelizmente o mundo perdeu a noção de autoridade. E muito se fala hoje
em dia sobre educação democrática, tirando do pai e da mãe essa
autoridade que foi por Deus constituída.
Como pai ou mãe cristão, tudo o que você faz, deve ser feito deste ponto de
vista. Você deve investir toda a sua instrução, sua educação, sua correção e
disciplina porque Deus o chamou para esta finalidade. Você age com a
convicção de que Ele o encarregou para agir em seu lugar. Você representa
Deus e tem a missão de conduzir seu filho até Ele e ensiná-lo a viver de
modo piedoso na Terra.
Temos o governo da vida dos nossos filhos enquanto eles são pequenos,
depois que eles crescem o governo diminui e eles assumem a direção da
própria vida. Porém, a nossa influência deve continuar crescendo.
Meus pais têm grande influência na minha vida, contudo não têm mais
nenhum governo. Eles não dirigem mais a minha vida, eu precisei assumir o
controle e conduzir meu próprio destino a partir do momento que me casei
e sai debaixo da tutela deles.
Então, podemos dizer que quanto menores nossos filhos são mais governo
exercemos sobre eles, mas quanto maiores eles vão ficando, maior deve ser
a nossa influência e menor o governo. É fácil notar o governo de uma mãe
sobre uma criança de um ano que está aprendendo a andar e depende da
mãe para quase tudo na sua vida. Essa criança precisa de limites, de alguém
que saiba lhe dirigir com sabedoria e autocontrole, e que vai protegê-la do
perigo quando ele estiver por perto.
Mas essa doce menininha quando completar seus 16 anos mais ou menos
já vai começar a fazer algumas escolhas que vão fugir do controle de sua
mãe e, por isso, a influência dessa mãe deve ser trabalhada durante os
anos da infância e adolescência, para que ela possa aprender a dirigir a
própria vida de maneira responsável, sábia e integra. Esse é o desejo de
todo pai e toda mãe, não é mesmo?
Então, se você tem filhos pequenos, ainda pode exercer o seu governo,
cuidando e protegendo, amando e corrigindo, ensinando e instruindo, para
que eles cresçam e cumpram o seu propósito. Vale ressaltar aqui que
exercer a sua autoridade não significa exigir obediência dos seus filhos a
todo custo, pais autoritários fazem isso, nós não deveríamos fazer. Agora,
você deve estar se perguntando, mas meu filho não tem que me obedecer?
Sim, ele tem, e como filho, tem que fazer muito mais que isso, também tem
que te respeitar e te honrar, e isso é bíblico.
Existem quatro coisas que devemos ensinar para os nossos filhos com
relação a autoridade dos pais: obediência, submissão, respeito e honra.
Esses princípios são valores inegociáveis que eles precisam aprender desde
bem cedo na infância. Vou colocar aqui alguns versículos que podem nos
ajudar a entender melhor isso:
“Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai
e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá
bem, e sejas de longa vida sobre a terra. ” (Efésios 6:1-3 )
“Filho meu, ouve o ensino de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe.
Porque serão diadema de graça para a tua cabeça e colares, para o teu
pescoço.” (Provérbios 1:8,9)
Eles precisam sim nos respeitar e honrar, mas nós também devemos
respeitá-los, como diz as Escrituras: ”Tratem todos com respeito e amem
seus irmãos em Cristo. ” (1 Pedro 2:17) Tratar as pessoas com o devido
respeito é uma ordem não somente para os filhos, mas também para os
pais.
Já parou para pensar como, muitas vezes, irritamos nossos filhos? Todas as
vezes que deixamos de usar a nossa autoridade para influenciar e dirigir, e
a usamos para manipular e controlar nós irritamos nossos filhos. Fazemos
isso quando gritamos, quando somos autoritários, quando não somos
claros nas regras, quando agimos sem sabedoria e perdemos o controle,
descontando em nossos filhos. Mas não precisa ser assim.
Nos próximos capítulos vamos falar mais um pouco sobre outras
ferramentas que vão nos ajudar no processo de disciplina. Mas gostaria de
deixar para você algumas atividades para colocar em prática tudo o que
conversamos nesse capítulo, lembrando que é preciso de muita sabedoria
para que você possa exercer a sua autoridade, influenciando e governando
seus filhos da maneira como Deus quer que você faça.
Dicas Práticas:
2- Em vez de dizer: vai tomar banho agora! Tente estabelecer uma rotina
com horários certos para cada coisa, assim você só vai precisar lembrar a
criança que é a hora do banho.
5- Tenha regras claras. Muitas vezes o que é obvio para você não é para seu
filho. Então, sente e converse para estabelecer as regras e as comunique da
maneira mais clara possível para que a criança entenda.
6- Não tenha expectativas irreais sobre seu filho. Crianças fazem criancices
e o seu papel é instruir e ajudar. Portanto, exerça seu governo conduzindo
essa criança, levando em consideração a sua idade e sua capacidade de
aprendizagem.
Capítulo 2 – Sabedoria
Já era quase a hora do jantar, meu filho de 4 anos rodeava os armários da
cozinha, eu estava terminando a janta e, de repente, para minha tristeza ele
tira um brioche do armário e vem com aquela carinha de gatinho piedoso
me pedir, encarecidamente, se poderia comer aquele desejado bolinho.
Nem precisa dizer que eu disse não, mas aí a guerra já estava instaurada.
Ele se jogou no chão como se fosse o fim da sua vida, comportamento
típico de uma criança colérica de quatro anos quando é contrariada. Eu não
esperava o contrário. Mas agora ele estava ali, gritando no chão da cozinha,
batendo pernas e braços, implorando para que eu mudasse de ideia.
O que você faria em um cenário como esse? Será que deixar chorando
resolveria? O que a criança aprende quando é abandonada no meio de
uma crise emocional? Como ensiná-la a lidar com as frustrações? Com o
medo? Com a tristeza? Uma das maiores necessidades das crianças é a
educação emocional e, por isso, precisamos nos empenhar em ajudá-las
nesse processo de aprendizado. Para exercer a nossa autoridade em
momentos como esse é preciso de sabedoria, mas é preciso também do
conhecimento. Entender como seu filho se desenvolve e conhecer as fases
do seu desenvolvimento farão toda a diferença.
Eu já conhecia o meu filho suficiente para saber que ele teria aquela reação.
Talvez eu poderia ter evitado, se o chamasse para me ajudar a arrumar a
mesa, ou se dissesse que estava fazendo algo gostoso para ele comer. Mas
nem sempre conseguimos prevenir tudo não é mesmo?
Então, abaixei a minha cabeça, respirei fundo várias vezes, e orei: “Senhor,
por favor, me dê sabedoria, me ajude a resolver esse conflito, não me deixe
perder a paciência, quero ajudar o meu filho nesse processo, amém. ”.
Não sei se você sabe, mas o nosso cérebro é dividido em duas partes.
Imagine como se fosse uma casa de dois andares. A parte de baixo é
conhecida como primitiva, é inata, ou seja, nasce pronta, é emocional,
irracional, e reage institivamente a fome, ao medo, a tristeza e a dor,
acionando a amidala cerebral, que acaba provocando reações como fuga,
raiva, choros e gritos. Por isso, um bebê só sabe chorar, e também por isso
é muito comum acontecer a famosa birra entre crianças de 0 a 2 anos de
idade.
É muito importante essa parte do nosso cérebro, pois é ela que reage em
momentos de perigo. Imagine você se deparar com um leão vindo na sua
direção, o medo vai tomar conta do seu cérebro, que por sua vez vai
sequestrar a sua amidala ela fará que instintivamente você reaja para se
proteger. Eu não sei o que você faria nessa situação, mas eu provavelmente
correria o mais rápido que eu pudesse.
Eu demonstrei que entendia o que ele estava sentindo, que era muito difícil
ouvir “não” quando a gente queria muito fazer uma coisa. Mas que
poderíamos guardar aquele bolinho para ele comer no momento oportuno.
O que posso fazer para te ajudar? Foi o que perguntei para ele depois que
ele se acalmou, e ele me disse: “me dar comida.” Então ele jantou e depois
conversamos sobre a importância de saber controlar as nossas emoções.
A verdade é que não existe uma fórmula mágica para lidarmos com os
comportamentos desafiadores dos nossos filhos, porque cada criança tem
um temperamento e isso as torna únicas. Por esse motivo precisamos
investir em conhecimento e buscar a sabedoria que vem do alto para nos
conduzir nesse processo.
O livro de Provérbios é cheio de sabedoria, em quase todos os capítulos
vemos essa palavra sendo escrita, as vezes com outros nomes, como
entendimento ou instrução. Mas que transmitem uma única mensagem:
precisamos de sabedoria para criar filhos sábios.
Nós precisamos dessa sabedoria, que vem do alto e não da Terra, que vem
de Deus e não dos homens. Ela é pacífica, amável, disposta a ceder, cheia
de misericórdia, não mostra favoritismo, é sempre sincera e é o fruto das
boas obras.
Que possamos agir com mais sabedoria para com nossos filhos. Então, uma
dica preciosa que quero deixar para você é o falar manso, ter brandura na
maneira como nos comunicamos com nossos filhos. A bíblia diz que “a
resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.”.
(Provérbios 15:1) Isso é sabedoria.
2- Em vez de deixar a criança chorando sozinha, apenas diga que você está
por perto e que se ela precisar de um abraço e de um colo você estará ali
para dar.
4- Em vez de dizer: “Já disse não e basta!”, diga: “Eu entendo que você
queira muito fazer isso agora, quer conversar sobre isso?”.
5- Em vez dizer: “Para de pular na cama que você vai cair e bater a cabeça!
”, diga: “Pule aqui no chão por favor, é mais seguro para você, não quero
que você se machuque. ”.
6- Em vez de dizer: “Só vai comer doce quando eu quiser! ”, diga: “Comer
muito doce faz mal para você, então vou deixar você comer somente duas
vezes por semana.”.
7- Em vez de dizer: “Só depois que fizer sua lição de casa você joga no vídeo
game!”, diga: “Pode jogar no vídeo game assim que terminar a sua lição de
casa.”.
8- Em vez de dizer: “Você está errado, vai ficar de castigo e pensar no que
você fez! ”, diga: “Eu vou te ensinar como deve ser feito, sente-se aqui para
eu te instruir e você poder pensar sobre o que fez.”.
9- Em vez de dizer: “Se você não me obedecer vai apanhar!”, diga: “Você
entendeu o que eu pedi para você fazer? Precisa de ajuda? É muito
importante você me obedecer.”.
Era uma manhã de sexta-feira, a semana não tinha sido fácil, cansada eu
arrumava a mesa para o almoço. Eu tinha 40 minutos até o horário em que
a perua passava para pegar os meninos para levar para escola. Eu estava
seguindo a rotina, mas minha bebê, recém-nascida, obviamente ainda não
tinha entrado nela e, nessa manhã, estava chorando mais que o normal.
Por algum motivo também, meus filhos não queriam almoçar naquele dia.
Tudo estava dando errado. Então, peguei minha bebê de 45 dias no colo,
enquanto a acalmava, tentava dar comida para os meninos de 2 e 4 anos.
Eles choravam, eu insistia, a hora passava e não dava mais tempo.
Não demorou dois minutos para a minha vizinha tocar a campainha para
saber se estava tudo bem. Nem preciso dizer que chorei na frente dela, ela
que não tinha nenhuma intimidade com a minha família, que vergonha!
Eu acredito muito no que a Bíblia diz quando fala dos frutos do espírito,
“Mas o fruto do Espírito amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade,
fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.”
(Gálatas 5:22-23) Isso nos traz uma verdade poderosa, a paciência, bem
como a mansidão e o domínio próprio são frutos, ou seja, são resultados de
uma vida centrada em Cristo. Em Cristo encontramos tudo o que
precisamos, Nele somos aperfeiçoados. Crer nessa verdade fará toda a
diferença na sua vida.
Mas será que é somente crer? Será que isso será suficiente para ver
mudanças na minha vida? Talvez essa seja a sua pergunta nesse momento.
Então, vou te contar algo que eu creio, e que me ajudou a vencer
momentos de estresse na minha vida.
“Como cidade derribada, que não tem muros, assim é o homem que não
tem domínio próprio.”. (Provérbios 25:28)
Esse versículo demonstra como é a vida de uma pessoa que não consegue
se controlar. Antigamente as cidades tinham muros, grandes muralhas que
as protegiam dos seus inimigos. Todas as cidades erram cercadas por esses
muros, e uma cidade que tinha seus muros derrubados estava
desprotegida e sujeita aos ataques dos seus inimigos. Na nossa vida é a
mesma coisa, somos como essa cidade desprotegida quando não temos
domínio próprio. Ficamos sujeitos a muitos ataques em nossa casa e no
relacionamento com nossos filhos.
Então, fica claro que não devemos permitir que a ira nos controle, mas
devemos nos acalmar e também aprender a controlar o próprio corpo.
Você percebe que é um exercício? Tudo que envolve aprendizado, vai exigir
de nós disciplina e intencionalidade. Trocar as nossas reações automáticas
por reações intencionais, nos exercitando dia a dia na prática da paciência,
do domínio próprio e assim conseguir o autocontrole desejado, contando
acima de tudo com o Espírito Santo, que é quem opera em nós o querer e o
realizar.
OS 5 PILARES DO AUTOCONTROLE
Crença:
Tem a ver com a sua fé, com aquilo que você acredita. Uma crença correta,
produz um comportamento correto. Os nossos comportamentos, a
maneira como nos relacionamos com as pessoas, o modo como corrigimos
nossos filhos, é fruto de uma crença que construímos ao longo da vida. Seja
essa crença limitante ou não, ela vai produzir um determinado
comportamento.
A graça não é uma doutrina, não é uma mensagem, a graça é Cristo. Ele não
somente nos salvou, mas nos ensina, dia a dia, a vivermos de maneira
sensata, ou seja, com bom senso e autocontrole. Creia nisso, olhe para
Jesus e tire os olhos de você. Não aceite culpa e nem condenação, pois
nada disso procede de Deus. Ore para que essa Graça maravilhosa se
manifeste com frutos doces na sua vida. Esse é o primeiro passo para uma
vida feliz e frutífera.
Um outro aspecto da nossa crença também tem a ver com a maneira como
nos vemos, ou como nos enxergamos. Existem muitos rótulos que foram
sendo colocados em nós, seja por nossos pais, seja pelo nosso cônjuge, ou
por nós mesmos. Um exemplo disso é o que pensamos a respeito de quem
somos. Eu sou estressado, eu sou nervoso, eu sou procrastinador, tudo isso
são rótulos que aceitamos, mas que não tem a ver com a nossa identidade
de filhos de Deus.
Você pode estar estressado, mas você não é. Você estar nervoso, mas você
não é. Talvez, por muito tempo, você tem carregado a culpa por receber
esses rótulos negativos, e os tem aceitado como se fossem parte de você,
mas eles não são.
Esse é o primeiro passo que você precisa dar para entrar no caminho do
autocontrole. Descubra a sua verdadeira identidade de filho de Deus, rejeite
os rótulos e comece a compreender melhor a si mesmo e ao próximo.
Compreensão:
Deus nos criou com corpo, alma e espírito, e não podemos negar o fato de
que precisamos nos conhecer e conhecer nossos filhos, para aprender a
lidar melhor com as situações de conflitos. Vamos falar mais sobre esse
conhecimento no capítulo cinco. Mas quero reafirmar aqui a necessidade
dessa compreensão para o exercício do autocontrole.
Saber que a birra do seu filho de 2 anos é uma explosão emocional que faz
parte da idade, te faz respirar fundo para ajudá-lo nesse processo. Olhar
para suas mãozinhas pequenas, para o seu tamanho pequeno, te faz
lembrar que o adulto é você e que a calma é você que tem que ter.
Contexto:
Por isso, a importância de analisar o contexto em que você vive hoje. Será
que seria possível organizar a sua rotina para que seja mais leve, e assim te
ajudar a minimizar o estresse?
A minha sugestão para você é que avalie o seu contexto, você esta
dormindo o suficiente? Está se alimentando bem? Tem trabalhado muito?
Seus filhos ainda são pequenos? Se sim, isso vai exigir de você muita
dedicação, o que provavelmente vai produzir cansaço e alterações no seu
humor.
Tente organizar a sua rotina de maneira que você foque naquilo que
realmente é importante e priorize a sua família. Uma vez que você começa
a trabalhar as suas crenças, compreende a si mesmo e ao próximo e
entende o contexto em que está inserido, vai começar a corrigir o seu
comportamento automático, sempre que perceber que está prestes a
reagir automaticamente.
Isso não será instantâneo, mas é um processo, é um exercício que você terá
que praticar diariamente, levando em consideração todos os fatores
mencionados anteriormente.
Correção:
Já ouviu aquela frase: crescer dói? Pois é, ela é verdadeira. Crescer não é
fácil para ninguém. Imagine que existem milhões de adultos no mundo que
ainda não cresceram. São adultos, mas se comportam como crianças. É
duro admitir, mas é verdade. Para crescer é preciso reconhecer erros, e
corrigir a rota.
Na Bíblia vemos, inúmeras vezes, a palavra correção sendo usada, tanto
para a educação infantil, quanto para homens adultos, a quem, por
exemplo, o apóstolo Paulo endereçava as suas cartas. Um dos pilares para
poder adquirir domínio próprio é a correção. É entrar nesse caminho de
transformação, que vai te levar a crer corretamente, a compreender o
próximo e, por fim, a corrigir o seu comportamento.
Não são somente nossos filhos que precisam de correção, nós também
precisamos, e admitir isso é o primeiro passo. A correção é a atitude
intencional que aplicamos em determinadas situações, para que possamos
agir corretamente e fugir das reações automáticas.
Corrigir fala, por exemplo, de se afastar quando vir que está prestes a
explodir. Essa é uma estratégia que eu uso muitas vezes aqui em casa.
Quando a minha paciência está no limite, eu me afasto, respiro fundo, e
volto só depois que estiver no controle novamente.
Quando percebo que estou perdendo a paciência com meus filhos, por
exemplo, ou quando sou pega de surpresa diante de uma arte que eles
aprontaram. Eu falo: “Não quero gritar com vocês e estou muito nervosa
agora, então vou me afastar e me acalmar para a gente poder conversar. ”.
Sabe o que estou ensinando para eles quando ajo assim? A resolver os
problemas com calma e a não reagir automaticamente. É muito importante
corrigir reações automáticas, à medida que você se exercita nesses passos,
automaticamente você caminhará para o último pilar que falaremos a
seguir.
Conexão:
O nosso alvo é sempre estabelecer essa conexão com eles, pois onde há
conexão, há transformação, há amor, há compreensão e há fruto.
Você quer que seu filho te obedeça? Quer que ele te escute? Então, precisa
alcançar essa conexão com ele, corrigindo crenças limitantes e mudando
comportamentos prejudiciais que você tem. Isso não vai acontecer
automaticamente, é preciso intencionalidade. Vou deixar então, algumas
dicas, que na verdade são estratégias que você pode aplicar em momentos
de ira, para exercitar domínio próprio, paciência e autocontrole, e assim,
corrigir as suas reações automáticas.
Dicas práticas:
3- Pense sempre que não é pessoal com você. Essa dica serve também para
seu relacionamento conjugal, com seu chefe, amigos e outros. Se seu filho
te desobedece, ou resiste, pense que ele não tem nenhum problema com
você, apenas precisa de conexão, direção e correção, mas você não vai
conseguir fazer isso debaixo de um ataque de nervos.
6-Escolha as suas batalhas. Não brigue pelo que não é importante. Releve o
que pode ser relevado.
Era evidente que alguma coisa havia acontecido na escola, mas ainda não
sabíamos o que era. Todos os seus irmãos estavam chateados. Eu sabia
que precisava corrigir o seu comportamento, porém, mais que isso, eu
precisava entender o que estava acontecendo, para poder tocar o seu
coração.
Então, o chamamos para fazer o lanche com gente, meu marido foi lá no
quarto e disse para ele que estávamos sentindo a sua falta na mesa e
perguntou o que poderíamos fazer para ajudá-lo. Ele ficou constrangido e
voltou para a cozinha. Sentou sem graça na cadeira, e começou a comer o
seu pão. Conversamos, rimos e ele foi voltando para a sua normalidade.
Quando terminamos, pude conversar com ele sobre o seu dia na escola,
realmente não foi um dia fácil. Ouvimos, aconselhamos, mas também
corrigimos.
Fui mostrando na Palavra que a maneira como ele nos tratou aquele dia
não estava certo, ele desrespeitou os seus irmãos e agiu de maneira
inapropriada. Ele entendeu e percebeu que a maneira de resolver era
pedindo perdão. E ele fez isso, pediu perdão a cada um.
Nesse dia aprendi uma grande lição: o amor transforma!
Uns são mais tranquilos e calmos, não gostam de confronto, por isso
obedecem com mais facilidade. Outros são hiperativos e agitados, gostam
de estar à frente, e por isso, têm mais dificuldade de cumprir ordens. Mas
existe uma coisa que todos precisam, é a segurança e a certeza que eles
são amados.
Deus nos amou, quando ainda éramos inimigos Dele. “Mas Deus prova o
seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós,
sendo nós ainda pecadores. (Romanos 5:8)
Nós não merecíamos tamanha graça, mas Ele nos deu sem merecermos.
Veja que com quão grande amor Ele nos amou! E agora Ele nos deixou um
grande mandamento, que eu chamo de “o maior mandamento na criação
de filhos”.
“O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu
vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria
vida em favor dos seus amigos.” (João 15:12,13)
“Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros.”. (João 15:17)
A ordem de Deus é que amemos uns aos outros, agora pergunto, será que
isso inclui os nossos filhos? Será que não deveríamos amá-los ainda mais
intencionalmente?
Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em
nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.”. (Romanos 5:5)
“Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros,
porque o amor cobre multidão de pecados.”. (1 Pedro 4:8)
“No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o
medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no
amor.”. (1 João 4:18)
- Intimidação;
- Controle/ manipulação;
- Culpa;
- Condenação;
- Castigo;
- Punição.
Da mesma maneira que o amor lança fora o medo, o medo lança fora o
amor. Amor e medo são inimigos. O amor vem de Deus, e o medo de Seu
inimigo. Tudo o que temos é resultado do que nos foi dado. Infelizmente, a
grande maioria de nós tem ferramentas que geram ansiedade porque
estamos imbuídos do medo. Então, ameaçamos, batemos, colocamos de
castigo, achando isso vai mudar o comportamento. Mas tudo o que produz
medo, gera ansiedade e o resultado não é o esperado. Nós não queremos
crianças medrosas que nos obedecem porque têm medo do castigo.
Queremos filhos que corram para nós, em vez de correr de nós.
Sim, vamos corrigir nossos filhos, e a correção produz tristeza muitas vezes,
mas jamais deve produzir medo. A tristeza acontece pelas consequências
que os nossos atos produzem e nos leva a refletir na mudança. O medo
intimida e gera insegurança, não podemos aprender nada com o medo.
Queremos que o nosso lar seja um lugar acolhedor, onde nossos filhos
podem errar, mas sempre terão alguém que os ama e está pronto para
instruí-los. Porque ainda que você faça todos os cursos de criação de filhos
e entenda toda a ciência e o cérebro da criança, e estude todos os
temperamentos e seja conhecedor de toda a Bíblia, se não tiver amor, de
nada vale.
Certa vez, trouxeram para Jesus uma mulher que foi pega em adultério, a
Lei dizia que ela devia ser apedrejada, esse era o seu castigo. Quando
aproximaram do Senhor, Ele disse: “aquele que não tem pecado, atire a
primeira Pedra. ”, todos abaixaram as mãos e foram embora, um a um, até
ficarem somente Jesus e a mulher. E Ele lhe perguntou: “mulher, onde estão
os seus acusadores? Ninguém te condenou? ”, e ela respondeu: “ninguém
Senhor! ”, E Jesus, depois de ter acolhido aquela mulher, disse: “nem eu te
condeno, vai e não peques mais.”.
Essa história está registrada no evangelho de João, para nos ensinar uma
lição preciosa. Jesus acolheu o pecador e instruiu. Quando Jesus disse a ela:
“vai e não peques mais”, Ele estava dizendo como ela deveria viver a partir
daquele momento. Eu acredito que o amor que ela recebeu foi tão grande,
que ela mudou o seu comportamento.
Quero terminar esse capítulo deixando algumas dicas para que você
diferencie a disciplina baseada no amor, e a baseada no medo.
Dicas práticas:
1- Nunca diga: “Deus não está feliz com você, Ele não gosta de criança
desobediente. ”. Isso não é verdade, porque Deus ama todas as crianças,
inclusive as desobedientes. Então diga: “isso que você fez não combina com
você, porque você é muito obediente, mas mesmo quando você
desobedece, Deus te ama.”.
2- Nunca rotule seu filho com nomes que não fazem parte da sua
identidade, por exemplo: desobediente, rebelde, mimado, chorão, chato,
feio, burro, medroso. Olhe para seu filho como Deus o vê, ele pode estar
tendo uma atitude desobediente, mas ele não é. Declare sempre quem ele
é em Deus.
4- Perdoe seu filho. Não leve nada para o pessoal, mas tenha sempre uma
atitude graciosa.
Bom, eu pedi para ele dar explicações, e adivinhem? Ele mentiu. Disse que a
anfitriã tinha dado o brinquedo para ele. Como eu acredito que o vínculo de
confiança que temos com nossos filhos seja mais importante que qualquer
coisa, eu pedi ao Senhor sabedoria para poder resolver essa situação.
Eu sabia que ele estava mentindo, mas eu não queria dizer isso a ele, pois
queria que ele soubesse que eu confiava nele. Só que agora tínhamos dois
problemas para resolver, a mentira e o furto. Eu considero gravíssimo esses
dois comportamentos e precisam de correção. Porém, para corrigir, eu
precisava que ele confessasse que havia pego o brinquedo sem pedir.
Então, eu tive uma ideia, ligar para a anfitriã e agradecer pelo brinquedo
que ela havia dado a ele. Eu peguei o telefone e disse: “vou agradecer pelo
presente que você ganhou. ”, ele se desesperou e pediu para eu não fazer
isso, perguntei porque, e ele disse: “porque eu menti, ela não me deu, eu
peguei sem pedir.”. Ótimo, chegamos no ponto que eu precisava.
Não podemos jamais ignorar essas três funções na vida dos nossos filhos.
Por isso, precisamos estabelecer conexões ainda na infância, que irão afetar
o resto da vida deles. Temos a grande responsabilidade de suprir e prover
condições para que eles se desenvolvam intelectualmente,
emocionalmente, fisicamente e espiritualmente.
Não podemos trabalhar de maneira isolada, mas unir todas essas coisas,
construir possibilidades para que nossos filhos cresçam em graça, com
sabedoria e estatura diante de Deus e dos homens.
Fomos criados para conter a Deus. O pecado nos afastou do nosso criador,
mas Ele no seu infinito amor, nos resgatou, enviando Jesus para morrer por
nós na cruz. Essa é nossa primeira e mais importante missão, conectar
nossos filhos a Deus! Eles têm necessidades espirituais que não podem ser
ignoradas, e a principal delas é o novo nascimento.
“Pois sou pecador desde que nasci, sim, desde que minha mãe me
concebeu.” (Salmos 51:5)
Eu quero que você imagine seu filho como uma árvore de pecado, vamos
dar o nome de “pecadeira”. É mais ou menos como uma laranjeira. Se você
plantar um pé de laranja na sua casa, vai demorar para dar o primeiro fruto,
ela vai crescer, vai passar alguns anos e só então vai nascer a primeira
laranja. Mas mesmo sem dar fruto no seu primeiro ano, ela é uma
laranjeira. Com nossos filhos acontece a mesma coisa. Eles nasceram
pecadores, talvez demore para aparecer os primeiros pecados, mas eles
vão aparecer, pois faz parte da sua natureza.
Então, foi isso que fiz com meu filho. Sentamos e comecei a instruí-lo,
segundo a Palavra, como ele deveria proceder. Mostrei na Bíblia os
versículos que falam de mentira e furto, e disse que isso não fazia parte da
sua nova natureza, como filho de Deus, ele precisa se revestir desse novo
homem. Então, se ele mentia, que não mentisse mais, se roubava, que não
roubasse mais. É assim que filhos de Deus agem.
Precisamos de um salvador para tudo na nossa vida, Jesus nos salvou não
somente do inferno, mas também nos ensina a viver uma vida piedosa aqui
na Terra. Isso é muita graça, concedida somente para quem crer.
Mas tudo na vida tem uma consequência, Deus não nos livra das
consequências. Ele nos livra da maldição, nos dá vida eterna, nos perdoa,
mas a consequência é inevitável. É como um casal de namorados que
pratica sexo fora do casamento, eles podem se arrepender e existe graça
para eles, mas a gestação indesejada pode acontecer.
Um ladrão vai ser preso por roubar um banco, ele pode se arrepender e
receber perdão, mas vai ter que cumprir a pena. A consequência produz
tristeza muitas vezes, mas ela também nos ajuda a refletir e mudar, e por
isso, coopera para o nosso bem.
Então, meu filho precisava devolver aquele brinquedo e pedir perdão por
ter pego sem pedir. Foi dolorido para ele ter que fazer isso, mas eu estava
ali do lado dele para o que ele precisasse. E ele foi, corajosamente, e
devolveu o brinquedo e pediu desculpa. Eu fiquei muito orgulhosa da
atitude dele, e ele sabia que estava fazendo a coisa certa, ele entendeu o
princípio por trás disso tudo e seu coração foi tocado e transformado.
Nossos filhos têm necessidades espirituais que precisam ser supridas, você
é esse instrumento, escolhido por Deus para tocar o coração de seus filhos
e conduzi-los a Jesus.
1- Faça cursos de criação de filhos, leia livros, estude sobre a sua criança,
para que você possa crescer em conhecimento e ser mais intencional na
educação dos seus filhos.
2- Desenvolva o habito de ler a Bíblia diariamente com seus filhos, para que
vocês possam aprender os princípios e valores da Palavra.
Que você possa colocar em pratica todas as dicas que deixei nesse livro, e
aplicar as chaves que aprendeu aqui. Autoridade, sabedoria, autocontrole,
amor e conhecimento são algumas ferramentas poderosas, que se
soubermos usar, não necessariamente nessa ordem, mas todas ao mesmo
tempo, teremos grandes resultados.
Que a graça de Deus possa se manifestar na sua vida e família, para que
vocês cresçam e resplandeçam como luzeiros nesse mundo. Que o favor
seja multiplicado.
Referências: