ÍNDICE
INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................... 3
O PAPEL DA MÚSICA NA LITURGIA .................................................................................................................... 4
CANTO DE ENTRADA (INTROITO) ...................................................................................................................... 7
ATO PENITENCIAL ............................................................................................................................................ 10
GLÓRIA ............................................................................................................................................................. 13
SALMO ............................................................................................................................................................. 16
ACLAMAÇÃO: ................................................................................................................................................... 19
CREDO (PROFISSÃO DE FÉ) .............................................................................................................................. 22
OFERTÓRIO (PREPARAÇÃO DAS OFERENDAS)................................................................................................. 24
SANTO .............................................................................................................................................................. 26
ACLAMAÇÃO MEMORIAL ................................................................................................................................ 28
DOXOLOGIA FINAL (GRANDE AMÉM) ............................................................................................................. 30
PAI NOSSO ....................................................................................................................................................... 32
CORDEIRO DE DEUS ......................................................................................................................................... 34
COMUNHÃO .................................................................................................................................................... 36
AÇÃO DE GRAÇAS ............................................................................................................................................ 38
CANTO FINAL ................................................................................................................................................... 40
O PRÓPRIO E O ORDINÁRIO ............................................................................................................................ 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................. 43
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................................ 44
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INTRODUÇÃO
Pela mesma razão, muitos fieis não mais possuem a chance de rezar e meditar com
os hinos e cantos que conectam os cristãos de todos os tempos e lugares.
O grande valor deste material é fornecer um guia prático e seguro para a seleção e
estudo das peças a serem cantadas na liturgia, bem como melhorar a participação
nos santos mistérios por meio de um conhecimento mais profundo das nuances
presentes em cada momento da celebração.
Antes de adentrar o estudo de cada parte da Missa onde a música se faz presente, é
conveniente abordar o papel da música na liturgia de modo geral. A tarefa se torna
simples na medida em que diversos documentos da Igreja abordam o assunto. De
início, nos valemos das palavras de São João Paulo II em seu Quirógrafo sobre a
Música Sacra:
Uma importante consequência do que acima foi exposto, o fato do canto ser parte
da liturgia, é que da mesma forma que o Sacerdote celebrante precisa seguir as
orientações prescritas no missal, também a música litúrgica deve obedecer uma
série de critérios objetivos quanto a sua forma e execução. Mais uma vez
recorremos aos escritos de São João Paulo II no qual lê-se:
São Pio X irá elencar as qualidades que a música litúrgica deve possuir como sendo:
santidade, delicadeza das formas e universalidade.
Outro importante documento da Igreja que versa sobre o papel da música litúrgica
é a Encíclica Musicae Sacrae de Pio XII, na qual está escrito:
Tão grande papel acarreta uma igualmente grande responsabilidade, motivo pelo
qual devem todos os fieis, não somente os músicos, voltar suas atenções para o
conhecimento e estudo da música litúrgica.
“Os vários momentos litúrgicos exigem, de fato, uma expressão musical própria,
sempre apta a fazer emergir a natureza própria de um determinado rito, ora
proclamando as maravilhas de Deus, ora manifestando sentimentos de loucor,
de súplica ou ainda de melancolia pela experiência de dor humana, uma
experiência, porém, que a fé abre à perspectiva da esperança cristã.”
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Este canto introduz os fiéis no mistério do dia por meio de uma palavra vinda do
Alto. Ao referenciar diretamente passagens bíblicas, o canto de entrada nos remete
à realidade de que a iniciativa é divina, não humana. A comunidade ouve o chamado
divino e é estimulada a responder.
Ora a caminho de Jerusalém, ora ao encontro de Jesus. É por isso, que na pessoa do
sacerdote, aclamamos a Cristo que vem ao nosso encontro, com toda a sua
majestade, seu poder e autoridade, para celebrarmos juntos os Mistérios do
sacrifício da Missa.
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ATO PENITENCIAL
O sacerdote convida para o ato penitencial, que após breve pausa de silêncio, é
realizado por toda a assembleia através de uma fórmula de confissão geral, e
concluído pela absolvição do sacerdote, absolvição que, contudo, não possui a
eficácia do sacramento da penitência. Aos domingos, particularmente, no tempo
pascal, em lugar do ato penitencial de costume, pode-se fazer, por vezes, a bênção
e aspersão da água em recordação do batismo
Depois do ato penitencial inicia-se sempre o Senhor, tende piedade, a não ser que
já tenha sido rezado no próprio ato penitencial. Tratando-se de um canto em que
os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é executado
normalmente por todos, tomando parte nele o povo e o grupo de cantores ou o
cantor.
Via de regra, cada aclamação é repetida duas vezes, não se excluindo, porém, um
número maior de repetições por causa da índole das diversas línguas, da música
ou das circunstâncias. Quando o Senhor é cantado como parte do ato penitencial,
antepõe-se a cada aclamação uma “invocação”(“tropo”).
As instruções do missal nos mostram que o Ato Penitencial possuí dois elementos
principais: uma fórmula de confissão geral e a entoação do Senhor, tende piedade.
Caso o Senhor, tende piedade, não faça parte da fórmula de confissão geral, como é
o caso do Confiteor (confesso a Deus todo poderoso, e a vós irmãos e irmãs...), ele
será entoado após a absolvição do sacerdote.
Se, ao contrário, o Senhor, tende piedade, for entoado como parte da fórmula de
confissão geral, este será anteposto em cada aclamação por uma invocação
chamada de tropo. Uma fórmula bem conhecida desta situação é a seguinte:
Senhor, que intercedeis por nós, junto a Deus pai que nos perdoa.
Senhor, tende pidade de nós
Absolvição do Sacerdote
Glória ou Oração da Coleta - a depender do tempo litúrgico e dia da celebração.”
Um exemplo que ilustra a fórmula onde o Senhor, tende piedade não está inserido
na fórmula de confissão geral é o seguinte:
Absolvição
Neste caso, as aclamações do Senhor, tende piedade não devem ser antecedidas
por tropos.
Pode-se livremente usar a aclamação Kyrie Eleison, Christe Eleison, Kyrie Eleison
como substituto natural do Senhor, tende piedade.
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GLÓRIA
O primeiro ponto a ser sublinhado é que o Glória não é um hino trinitário. De fato,
pode-se dizer que o Glória é um hino Cristológico. Por ser um hino, sua letra não
pode ser alterada.
Portanto, é falsa a idéia de que basta ter as invocações “Glória ao Pai”, “Glória ao
Filho" e “Glória ao Espírito Santo”.
A entoação do Glória pelo Sacerdote ou cantor / grupo de cantores nos remete ao
evangelho de Lucas (Lc 2, 9-14), no qual primeiramente o anjo anuncia o nascimento
do Salvador e então junta-se a ele uma multidão de anjos cantando.
Sobre o hino do Glória escreve o Pe. Ocimar Francatto:
É um hino em prosa lírica. Um tesouro da oração cristã que tem sua origem
nos primeiros séculos. Trata-se de uma compilação de elementos que
evoluíram, mas cuja estrutura atual é muito clara.
Coloca alguns títulos a Deus: Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai todo-
poderoso. Isto é feito para que a criatura não se esqueça de que Ele é o
Absoluto, o Mistério maior, o Criador. Então, recordar no Glória esses títulos
de Deus coloca-nos na dimensão de nossa pequenez diante da majestade
divina. Ele é o Rei dos céus e o Deus Pai todo-poderoso.
Alguns verbos como: louvar, bendizer, adorar, glorificar, dar graças, exprimem
a nossa pequenez diante de Deus. Ao mesmo tempo nos chama a levantar-se
até Deus. Tudo isso por causa da sua imensa glória.
A liturgia não usa este hino nos tempos litúrgicos do Advento e da Quaresma, pelo
fato de que um hino festivo não sintoniza com um tempo de penitência e contrição.
SALMO
Mas, para que o povo possa mais facilmente recitar o refrão salmódico, foram
escolhidos alguns textos de refrões e de salmos para os diversos tempos do ano e
as várias categorias de Santos, que poderão ser empregados em lugar do texto
correspondente à leitura, sempre que o salmo é cantado. Se o salmo não puder ser
cantado, seja recitado do modo mais apto para favorecer a meditação da palavra
de Deus.
Visto que, no que tange ao seu refrão, o Salmo terá a participação da assembleia,
sua melodia não deve ser por demais rebuscada e complexa de modo a dificultar a
participação dos fiéis. Pelo mesmo motivo, é inapropriado que a melodia, mesmo
que simples, contenha notas em regiões muito agudas ou graves.
Ainda é importante salientar que o Salmo deve ser proclamado no ambão da palavra.
Nas palavras da Instrução Geral ao Elenco das Leituras da Missa:
ACLAMAÇÃO:
São João relata que o Aleluia é um hino celestial. É o canto com que os santos
glorificam a Deus e ao Cordeiro. O Aleluia é universal, encontrado em todas as
Liturgias do Oriente e do Ocidente. Esta presença universal do Aleluia no culto
cristão atesta sua grande antiguidade.
Quando cantado, é entoado pelo sacerdote ou, se for oportuno, pelo cantor ou pelo
grupo de cantores; é cantado por todo o povo junto, ou pelo povo alternando com
o grupo de cantores. Se não for cantado, será recitado por todos juntos, ou por
dois coros alternando entre si.
Embora a fórmula mais comum seja a recitada, a profissão de fé pode ser cantada
sendo então preferencialmente entoada pelo sacerdote.
Importante salientar que, assim como o hino do Glória, a letra da profissão de fé não
pode em hipótese alguma ser alterada. Pode-se optar por realizar a profissão em
latim ou mesmo outra fórmula válida (por vezes sugerida pelos folhetos), como o
Símbolo Niceno-Constantinopolitano ou o Credo Batismal.
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A procissão dos dons é o ato de levar ao altar as oferendas do pão e do vinho com
água, ou seja, os mesmos elementos que Cristo tomou em suas mãos; são os dons
que se converterão no Corpo e no Sangue de Jesus.
Historicamente, a antífona do ofertório era cantada já no tempo de Santo Agostinho.
Posteriormente, o Papa São Gregório Magno deu ao canto de Ofertório uma forma
semelhante à do Introito: uma antifona e vários versículos do Saltério. A antífona era
repetida antes de cada versículo do Saltério.
A sua letra não precisa falar necessariamente de pão e vinho ou de
ofertório,podendo ser um texto de louvor apropriado com o tempo litúrgico.
Acerca das caracerísticas musicais do ofertório diz Dom Eugène Vandeus, monge
beneditino:
SANTO
A aclamação pela qual toda a assembléia, unindo-se aos espíritos celestes canta o
Santo. Esta aclamação, parte da própria Oração eucarística, é proferida por todo
o povo com o sacerdote.
ACLAMAÇÃO MEMORIAL
Quando cantado, é importante que toda assembleia participe e não seja executado
somente por um grupo de cantores. Neste caso, é conveniente combinar a melodia
com o presidente da celebração (“Eis o Mistério da Fé!”) para que haja uma harmonia
musical entre o canto do presidente e a resposta da assembleia.
Há três aclamações propostas pelo Missal que a equipe de cantos deve ensaiar com
a assembleia:
b) “Todas as vezes que comemos deste pão e bebemos deste cálice, anunciamos,
Senhor, a vossa morte, enquanto esperamos a vossa vinda!”
Textos alternativos que exprimem a fé na presença real devem ser excluídos, pois
alteram o sentido litúrgico do Mistério que se celebra. Portanto não se deve
substituir uma das três aclamações acima citadas por um canto eucarístico ou de
louvor.
Este é o Amém mais importante da missa, pois finaliza com a confirmação de que
“assim seja”, todo o Mistério salvífico apresentado e realizado na Oração Eucarística.
Esta aclamação deveria sempre ser cantada e pode ser repetida três vezes. O
“Amém!” é uma aclamação comunitária e, quando cantado, deveria sempre ser
acompanhado dos instrumentos para reforçá-lo.
PAI NOSSO
Esse “amém” só deve ser utilizado para encerrar a oração quando esta é feita de
forma isolada ou fora do contexto litúrgico da Santa Missa.
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CORDEIRO DE DEUS
Esse gesto nos faz lembrar, também, dos discípulos de Emaús, onde reconheceram
o Cristo Ressuscitado somente no momento de partir o pão. Após o ato da “Fração
do Pão”, o sacerdote apresenta para a assembléia o Cordeiro Imolado, assim como
João Batista mostrou ao mundo o Cordeiro de Deus, aquele que superaria todos os
sacrifícios e seria imolado, remindo toda a humanidade consigo.
Observa-se que, segundo a Instrução do Missal, a invocação "pode repetir-se o
número de vezes que for preciso, enquanto durar o rito". Isto significa que a
invocação que termina com "tende piedade de nós" ("miserere nobis") pode ser
enunciada mais do que as duas vezes a que estamos habituados.
Cordeiro de Deus, ou em latim Agnus Dei, é uma expressão utilizada no cristianismo
para se referir a Jesus Cristo, identificado como o salvador da humanidade, ao ter
sido sacrificado em resgate pelo pecado original. Na arte e na simbologia icônica
cristã, é frequentemente representado por um cordeiro com uma cruz. A expressão
aparece no Novo Testamento, principalmente no Evangelho de João, onde João
Batista diz de Jesus: “Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo”
(João, 1:29).
Assim como o Glória, o Pai Nosso e o Santo, entre outros, o texto não deve ser
alterado nem sofrer acréscimos.
Por fim convém lembrar que, diferentemente do Santo e do Pai-Nosso, este canto
não é necessariamente um canto do povo e pode ser cantado apenas pelo grupo de
cantores. Quem inicia esse canto ou recitação não é quem preside, mas a assembleia
por meio do cantor ou comentarista. O mesmo vale para os casos onde o Cordeiro
de Deus for recitado.
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COMUNHÃO
O Canto de Comunhão é o canto mais antigo da Missa. Por ele, através da procissão
e da união das vozes, expressamos nossa união espiritual em torno de Jesus. Todos
ao redor da mesma mesa, congregados numa mesma Igreja, participamos do mesmo
Pão do Céu. E esta é realmente a função do canto de comunhão: fomentar o sentido
de unidade. Desta forma, ele manifesta a alegria da unidade do Corpo de Cristo, que
é a Igreja, e alegria pela realização do Mistério que está sendo celebrado.
É certo que a comunhão é um ato pessoal, mas como já foi dito, deve manifestar-se
através de um ato comunitário. Por isso, todo o povo deve participar deste canto. O
silêncio eucarístico necessário ao encontro e oração pessoal se dará, mais
oportunamente, no momento seguinte.
AÇÃO DE GRAÇAS
Este canto, de caráter opcional, deve respeitar a finalidade deste momento após a
comunhão eucarística que é a oração particular que permita ao fiel a assimilação
frutuosa do sacramento recebido. Importante ressaltar que o canto de ação de
graças não deve e não pode excluir o silêncio sacramental após a comunhão.
Transcrevemos uma explicação sobre este importante momento escrita por Renée
de Tryon Montalemberte publicada no L’Osservatore Romano:
Nesta perspectiva, é para agradecer a Deus um tão grande benefício que o Missal
Romano de Paulo VI (Institutio Generalis Missalis Romani) prevê explicitamente
que a recepção da Santa Comunhão seja seguida de um tempo de oração pessoal
– e principalmente de um tempo conveniente de silêncio sagrado – com a
possibilidade de exprimir por cantos, salmos ou cânticos, a alegria e a gratidão
daqueles que, alimentados pela carne e o sangue de Cristo, se tornem a realidade
do seu Corpo que é a Igreja. Assim se entende a ação de graças eclesial; é
altamente desejável que ela seja prolongada após a celebração mediante
meditação durante um tempo conveniente.”
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CANTO FINAL
A reforma litúrgica realizada pelo Concílio Vaticano II propôs, como última fórmula
da celebração litúrgica, o “Ide em paz”. Um canto “final” após este momento seria
ilógico, pois a assembléia está dispensada. O que temos, na verdade, é um canto de
despedida.
Este canto de despedida, executado durante a saída do povo, pode ser substituído
por uma música instrumental.
Vemos, então, que existe uma certa confusão entre “Canto Final” e “Canto de
Despedida”.
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O PRÓPRIO E O ORDINÁRIO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PIO XI, Constituição Apostólica “Divini Cultus” sobre liturgia, canto gregoriano e
música sacra (1928).
PIO XII, Encíclica “Musicae Sacrae Disciplina” sobre a música sacra (1955).