Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Autor:
Ivanildo J. M. Sousa
Diagramação:
Igor Sabino Moreira Sousa
Índice
I Capítulo - Entrevistas
Apresentação:
Apesar de ser um projeto pessoal que conta um pouco dos meus 53 anos de
convivência com o "universo do rock", e que levou muito tempo para ser
desenvolvido e finalmente editado, esse livro não é uma autobiografia. Mas
vou começar falando sobre o que a música, em especial o rock, representou
e representa na minha vida. Os primeiros contatos "conscientes" com o rock
aconteceram entre os anos de 1968 e 1970, quando eu tinha apenas 07
anos de idade. Nessa época acompanhava os programas de rádio e o
Programa Jovem Guarda, que era a sensação da época com grandes astros
como o Rei Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa, Os Incríveis e
Renato Barros com o seu Renato e Seus Blue Caps, a minha preferida.
Mas o que realmente marcou o meu bom gosto pelo Rock foi um presente
de uma vizinha que se chamava Helena, que era filha da Dona Rita. Elas
moravam em uma casa que ficava no terreno de fundos e usavam o nosso
quintal como acesso. Muito amigas de meus pais, Helena costuma trazer
coisas que lhes eram oferecidas pela família para quem trabalhava. Ela
vinha para casa aos finais de semana e num sábado de 1970 (Não me
lembro o mês), eu estava sentado na porta e ela parou e me deu algumas
peças de roupas e dois discos. Eram Compactos Simples. Um dos Rolling
Stones, que tinha duas faixas, com o Lado A: 19th Nervous Breakdown e
Lado B: Paint It Black, disco lançado pela Odeon (Selo London) em 1966. O
outro disco era do grande Neil Diamond, que no Lado A tinha a canção
Cracklin Rosie e no Lado B: Lordy, lançado em 1970 pela MCA Records.
Com apenas 09 anos de idade comecei a me interessar e procurar saber
mais sobre o Rock´n Rol em revistas que conseguia ter acesso. Na época,
além de poucas opções em mídia impressa, também eram raros os
programas de televisão e rádio que falavam sobre música pop. Sobre Rock
então...
No Brasil, a Jovem Guarda ainda estava "na moda" no final dos anos 60 e
começo dos anos 70. No bairro do Jardim Peri, especificamente na Rua 20,
atual Dr. Araújo de Castro (São Paulo) onde nasci, também moravam na
época meus tios Antonio (Toninho) e seu irmão, meu saudoso Tio João
(Joãozinho), irmãos de minha saudosa mãe Judite Maria de Jesus Sousa.
Eles adoravam promover e curtir festas que aconteciam em suas próprias
casas ou de amigos. Eles se reuniam para beber umas caipirinhas, Martini,
vinhos, que eram as bebidas mais populares na época e claro para ouvir e
dançar com o som da Jovem Guarda: Roberto Carlos, Erasmo Carlos,
Wanderléia, Martinha, Renato e Seus Blue Caps, Os Incríveis, Jerry Adriani,
Demetrius, Trio Esperança entre outros. Eu sempre que ouvia a vitrolinha
Delta deles ligada, sempre aos sábados ou domingos a tarde, corria para
ouvir e tentar convencê-los a colocar os meus discos. Mas era muito
complicado porque repudiavam as músicas internacionas. Depois consegui
comprar um disco do Lee Jackson, que foi uma grande banda do pop rock
nacional que "explodiu" com a música Hey Girl, em 1972. Essa banda fazia
parte dos "falsos importados" com outras bandas de destaque no cenário da
época como: Pholhas, Light Reflections, Morris Albert entre outros. Esse
disco eles deixavam tocar, mas com muita insistência de minha parte por
ser em inglês. A repressão não era apenas a imposta pela Regime da
Ditadura Militar, que em 1972 teve o seu auge em termos de violência...
A banda Lee Jackson era formada por Marcos Maynard, Luiz Carlos Maluly,
Cláudio Condé, Marco Bissi e Sérgio Lopes e seu grande sucesso "Hey Girl"
teve uma versão em português gravada pela banda The Fevers. Em 1976, a
banda lançou o álbum Bill Haley presents Lee Jackson - featuring Rock
samba. Com a participação do veterano Bill Halley, o álbum apresentava
versões de canções de rock estrangeiras com influências de samba. O Lee
Jackon encerrou suas atividades em 1979 e seus integrantes se tornaram
executivos de gravadoras e produtores musicais.
Esse era o disco (Compacto Simples) da Banda Lee Jackson, que eu
levava em todas as festas e “enchia o saco” pro pessoal tocar.
Outra grande "aparição", que detonou mesmo, foram os Secos & Molhados.
Uma excelente banda liderada pelo músico João Ricardo e o vocalista Ney
Matogrosso. Pintados (Oswaldo Vecchione, do Made In Brazil, afirmou que
eles foram os primeiros e eu acredito), com muita presença e performance
de palco e lindas canções. Eles lançaram seu primeiro álbum em 1973 e
colocaram vários hits nas paradas, como O Vira, Sangue Latino, Rosa de
Hiroshima. Foram apenas dois álbuns e um ano depois, em 1974, o grupo
com sua formação clássica (João, Ney e Gerson Conrad) se desfez
Também em 1973, Raul Seixas inicia uma carreira solo, chegando a vender
600.000 compactos de "Ouro de Tolo" em poucos dias. O fenômeno Seixas
se tornaria um dos mais irreverentes cantores do País e referenciado por
hippies e jovens "revolucionários" da época, os quais se identificaram com
as suas músicas debochadas como "Mosca na Sopa" e "Maluco Beleza" ou
mesmo as esotéricas como "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás" e "Gita", além
das "pseudos" motivacionais como "Metamorfose Ambulante e "Tente Outra
Vez". Letras que também foram compostas com a grande parceria que
estabeleceu com Paulo Coelho. Hoje escritor de grande destaque mundial!
Entrevistas
Lembrando dos anos 70, 80 na periferia, Carlinhos destacou que era muito
complicado e perigoso quando tinham as "batidas" da PM no Bairro. "Era a
época do Tático Móvel, da Rota e da "Baratinha". Você tinha que ter o
Cabelo Curto, Carteira Registrada, senão era preso por vadiagem. Nós
tínhamos os cabelos compridos eles sempre nos encaravam nas ruas,
quando não abordavam...Até mesmo as empresas não admitiam
Cabeludos... Eram vistos como Bandidos... Nossa banda não chegou a
sofrer repressão porque não chegamos a gravar e ser mais conhecidos, o
que era comum para as grandes bandas da época, que tiveram músicas e
discos censurados. No começo dos anos 90, Carlinhos procurou alguns
amigos daquela época para "matar" as saudades e talvez reunir o pessoal
para fazer um som, já que ainda tinha todos os equipamentos. Mas
infelizmente, segundo ele, não conseguiu encontrar mais ninguém...
De Pai para Filho - Ricardo é o filho único de Carlinhos e assim como o pai
tem a música como uma de suas paixões. Carlinhos lembra que ele sempre
escutou os seus "incontáveis" discos. Ele toca bateria e guitarra e é casado
com uma contrabaixista e tem uma banda e "deu" um Casal de Netos para
Carlinhos. Ele recordou uma passagem muito bonita na relação dele com o
filho"Ricardo e sua banda, que tem predileção por Heavy Metal, foram fazer
um som em Guarulhos. Ele queria que eu o levasse porque ninguém tinha
carro e eu disse que não dava para levar. Eles arrumaram um jeito e foram
fazer o evento. Aí fiz uma surpresa para ele: estavam tocando no palco e eu
apereci de Jaqueta de Couro gritando Oh Rick,Toca Raul.. O homem quase
morre do coração...kkkk Estava cheio de Motoqueiros. Eles desceram do
Palco e me abraçaram. Foi muito bacana", finalizou Carlinhos.
Ele explicou que sua primeira experiência com a música foi ainda na
infância:"Me identifiquei com a bateria e montava bateria de latas no
quintal. Depois, quando comecei a trabalhar, fui comprando algumas peças
e montando o meu instrumento. Quanto as influências, já adulto comecei a
entender que a melhor qualidade e o que tinha que extrair de conteúdo
para chegar aonde cheguei vinha da música clássica, da ópera, Jazz, MPB e
o Rock, é claro. Eu também gosto do Queen desde criança. Quando assisti
ao vídeo da música Bohemian Rhapsody no Canal chamado Som Pop, o som
penetrou em mim, me deixou louco...Eu já tinha uma ligação com a música,
mas o interesse despertou aí. Tinha 07 ou 08 anos de idade, foi
inacreditável", lembrou emocionado.
A banda Renato e Seus Blue Caps é uma das minhas prediletas. Ela foi uma
das primeiras referências de rock que tive na minha infância e, sem dúvida,
na de muitas pessoas que curtiram a Jovem Guarda. A entrevista para esse
livro seria feita com o líder Renato Barros e o grande parceiro Cid Chaves,
que hoje continua levando o importante trabalho à diante. Isso porque,
infelizmente, Renato Barros faleceu no dia 28 de Julho de 2020 devido a
uma infecção pulmonar em um hospital em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.
Cid Rodrigues Chaves nasceu no dia 12 de Julho de 1946 no Rio de Janeiro
e entrou para a banda em 1964, mas já atuava como cantor e saxofonista
na banda The Silver Boys, no começo dos anos 60, em Campo Grande, no
Rio de Janeiro. Ele ingressou na banda a convite do baixista Paulo César
Barros, irmão de Renato Barros, substituindo Roberto Simonal, que era
irmão do cantor Wilson Simonal.
Uma passagem "engraçada" contada por Cid Chaves foi quando eles, ainda
no começo das tentativas de iniciar a carreira, insistiram para tocar em um
baile de um determinado clube no bairro de Piedade (RJ) e o responsável,
que não queria a princípio, disse que jogaria os instrumentos na rua caso
eles não tocassem bem. Ao contrário do que ele imaginava, os "Bacaninhas
do Rock da Piedade" fizeram um grande sucesso. Em resumo, a banda
conta com mais de 20 álbuns e foi um dos grandes destaques da Jovem
Guarda. Além de acompanhar grandes astros, como o Rei Roberto Carlos
em seu excelente disco (LP) "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura", o líder
Renato Barros, que também foi um grande compositor, teve suas letras
gravadas por diversos cantores da época.
Muito tranqüilo (Ele ainda não havia sofrido o AVC), Oswaldo Rock
Vecchione, acompanhado de sua esposa Solange Blessa (Sol), que também
é vocalista da banda, falou sobre o início da carreira ao lado do irmão, o
guitarrista Celso Kim Vecchione. De acordo com ele, o seu interesse e sua
paixão pelo rock nasceu bem antes dos Anos 60. "Na verdade, eu me
interessei e me apaixonei pelo rock bem antes dos Anos 60. Isso aconteceu
em 1956, quando ouvi Litlle Richard pelo Rádio. Foi aí que comecei a
procurar músicas dele e de outros artistas do gênero, comprar discos. Ainda
era um garotinho, tinha apenas 08 anos de idade, mas quase todos os
sábados ia com o meu pai na Loja Sears, que ficava na Água Branca
(Pompéia). A loja, que era muito grande, tinha um departamento só de
discos. Meu pai comprava para ele e começou a me dar uma grana para
comprar discos de 78 Rotações também", contou.
Oswaldo lembrou que, aos 10 anos de idade, assistiu ao show do Bill Haley
& His Comets quando vieram para o Brasil através da TV Record, isso em
1958. A banda fez uma série de 08 apresentações no Teatro Paramount,
que ficava na Av. Brigadeiro Luiz Antonio e na Boate Oasis, na Praça da
Republica, ambos em São Paulo. Ele, que já gostava de rock, quando
assistiu ao show decidiu que iria montar uma banda com seu irmão Celso,
que é 02 anos mais novo e nesta época tinham apenas 10 e 08 anos,
respectivamente. Celso ganhou um violão de sua mãe e depois ensinou
Oswaldo a tocar também...
Além do rock, ele acrescentou que o Made In Brazil também tocava Ray
Charles e que foi muito influenciada pelo Blues. Disse ainda que de 1967 a
1972 o repertório do Made In Brazil contava com cerca de 60 músicas
ensaiadas. "Todo começo de ano, trocávamos umas 10 ou 15 músicas, as
vezes até 20 músicas e sempre tinham números de Blues no meio", frisou.
Em 1973, ano no qual a banda Secos & Molhados estourou no mercado com
o lançamento do seu álbum, Oswaldo Vecchione afirmou que o Made In
Brazil também assinou o seu primeiro contrato com a RCA. Segundo ele,
nesse período, impulsionadas pelo sucesso do Secos & Molhados, as
gravadoras começaram a correr atrás das bandas que existiam na época. E
a RCA se interessou pelo som da banda e então os contratou. "Nosso
contrato foi assinado em 1973, mas acabamos por gravar em 1974 o nosso
primeiro disco. Na época, fizemos todos os programas de TV, menos o
Chacrinha. Apresentamo-nos até no Fantástico para lançar o primeiro disco.
A gravadora nos ajudou com a divulgação e fez com que o Made In Brazil
passasse a ser conhecido em todo o Brasil. O lançamento do disco foi feito
primeiro em São Paulo, em dezembro de 1974 com shows no Teatro
Bandeirantes. Depois começamos a fazer Turnês, com apresentações no Rio
de Janeiro (1975) e em Salvador (BA), onde tocamos na Concha Acústica
do Teatro Castro Alves. Daí pra frente não parou mais", relembra
Vecchione.
Ele se orgulha, com toda a razão, de falar que o Made In Brazil completou
54 anos de atividade em agosto e que se trata da única banda brasileira
que nunca interrompeu suas atividades. Ao comentar sobre o público que
segue o Made In, ele afirmou que hoje a banda conta com muitos jovens
entre os fãs que freqüentam os seus shows. Segundo ele, são os pais que
levam os filhos, os tios levando os sobrinhos e até os avôs levando os seus
netos para conhecer e curtir o som do Made In Brazil. "A maior renovação
de público aconteceu entre os anos de 1983 á 1985, quando gravamos um
álbum pesado: Deus Salva o Rock Alivia, que foi o nosso 5o Disco. Teve
outro momento de renovação do nosso público quando começamos a tocar
no Sul do País, entre 2002 e 2003. O pessoal do Sul (Paraná, Rio Grande do
Sul) começou a curtir mais o Made In. Então, podemos dizer que já
atravessamos uns três períodos de renovação de público", comemorou.
Claro que não poderia finalizar a entrevista com um dos meus ídolos e
também censurado do rock sem falar de política. Ao ser questionado sobre
o tema, Oswaldo Vecchione ratificou que "a essência do rock sempre foi
apoiada pela rebeldia". O Made In Brazil também foi uma das banda que
teve seu trabalho censurado pela Ditadura. Conforme Osvaldo, o disco
Massacre, que tinha um tanque de guerra em sua capa, era para ter sido
lançado em 1977. Mas com a proibição pelos "Milicos", o disco foi lançado
oficialmente em 2005 e apenas em CD.
Em relação ao atual governo ele afirmou: "Acho muito triste esse momento
que a gente está vivendo no Brasil. Um retrocesso muito grande. E o pior é
que algumas pessoas ligadas ao rock estão apoiando este governo. Gente
de grana que tinha banda de rock tem outra visão de uma pessoa classe
média como eu...Achei estranho o pessoal criticar o Roger Waters do Pink
Floyd pelo que ele disse no Brasil. Pô, o que ele falou aqui ele sempre falou
nas letras dele. Acho que muitos escutam o som, mas não prestam atenção
na letra das músicas. E aí vai no show e passa vergonha", finalizou.
Foi um grande prazer entrevistar o grande líder do Made In Brazil. A
mais longeva banda do rock nacional.
Com novas trocas de formação, lançam Casa de Rock, em 1976, com uma
abordagem musical e lírica mais simples e direta, próxima ao hard rock
setentista. Infelizmente, no dia 17, foram à TV Record, em São Paulo, para
realizar uma apresentação, onde ocorreu um incidente no qual Simbas,
Piska, o roadie Sidnei Giraldi e o irmão adolescente do vocalista se
envolveram em uma briga - que teve origem em uma colisão
automobilística - com um operador de câmera - Lucínio de Faria - e um
motorista - João Luís da Silva Filho - daquela emissora. O cinegrafista ficou
machucado e foi orientado por funcionários da emissora a não procurar nem
um hospital nem a polícia. Entretanto, no dia seguinte, ele acordou muito
mal e foi encaminhado a um hospital em Santo André, onde foram
constatados hematomas nas pernas e no abdômen, que resultaram em
ruptura do fígado e lesões pulmonares, devido a costelas quebradas. Em
pouco tempo após a sua admissão, Lucínio morreu devido aos ferimentos.
As lesões no fígado foram determinantes para o óbito, já que o cinegrafista
já tivera problemas hepáticos e cardíacos. A banda encerrou as atividades
em abril de 1978 em função de dois músicos estarem sendo processados
por homicídio doloso, o que estava afetando muito a imagem do Casa das
Máquinas. Após mais de uma década e dois julgamentos por júri, todos os
acusados seriam inocentados já que a demora para procurar atendimento
foi considerada determinante para a morte do cinegrafista.
Quase três décadas mais tarde, no final de 2007, o grupo retornou aos
palcos para apresentações esporádicas, como no Festival Psicodália de 2008
e na Virada Cultural Paulista naquele mesmo ano.
O novo líder Mário Testoni, que nasceu em 1954, lembrou que começou a
estudar música com apenas cinco anos de idade: acordeão e piano e que. E
que, apesar de ter formação na música erudita, foi imediatamente
influenciado pelo Rock. Já que a mídia da época era focada neste
movimento que era forte. "Ainda bem", argumentou ele. Ele também teve
uma passagem pelo Pholhas, outra banda de grande destaque na época.
"Chegávamos a vender 1.500.000 cópias. Hoje quando se vende 50.000 o
pessoal se acha...
Clemente - Inocentes
Depois dos Restos de Nada, Clemente vai para outra banda do bairro da
Carolina, o "Condutores de Cadáver". Era um pessoal que já estava saindo
para um "rolê" , bebendo junto, enquanto o pessoal do Restos de Nada era
mais de ficar em casa. Sem dúvida, foi uma banda importante da Cena
Punk de São Paulo, tanto que em 1980 foi a organizadora do Primeiro
Festival Punk em São Paulo (A Gruta - Salão).Este Festival aconteceu
durante os três dias de Carnaval de 1980, onde se apresentou a banda
Cólera". Anos depois, o Condutores de Cadáver começou a articular o que
podemos definir como Movimento Punk em São Paulo. Organizamos
Festivais e fomos a primeira banda punk a tocar no Salão Beta da PUC, que
era um espaço importante e teve "suas portas abertas" pelos Condutores",
se orgulha Clemente.
No final da entrevista, perguntei o que ela acha do que rock nacional hoje. E
ele avaliou que o que aconteceu foi a mesma coisa do que ocorreu com o
rock mundialmente. "O rock vem perdendo espaço para outros estilos e tal.
Acho que o rock não soube se renovar e que o "roqueiro tradicional" tem
um problema com o que é novo. Temos um exemplo que é a Banda Greta
Van Fleet, da qual muitos reclamam porque a banda parece o Led Zeppelin,
ao invés de falar, nossa que legal, parece o Led Zepelim".É muito boa".
Precisamos de renovação sempre. Isso está acontecendo no mundo. Mas,
como as coisas são cíclicas, uma hora o rock retoma o fôlego. Precisamos
aprender a aceitar o novo e não ficar muito preso ao passado porque uma
hora esgota não é", avaliou.
Ele não esqueceu de falar sobre a turnê que a banda fez na Europa após 38
anos de estrada. Ele destacou que o Inocentes tocou em dois festivais
importantes. No Rebellion, maior festival punk rock da Europa, realizado em
Blackpool, Inglaterra com a participação de mais de 10 mil pessoaas. Nesse
festival o Inocentes tocou no palco principal para cerca de 6 mil pessoas. No
Puntala Rock, realizado na Finlândia, a banda tocou para 3 mil pessoas.
Além dos festivas, a banda também tocou em lugares menores e se
despediu da Europa tocando para um público formado, em sua maioria, por
brasileiros no Made Brasil, um bar e restaurante brasileiro localizado em
Camden Town, uma das casas do punk britânico. "Foi muito legal ver as
pessoas curtindo o nosso som, mesmo sem conhecer nada a nosso
respeito... Esperamos voltar", finalizou Clemente.
Clemente, do Inocentes, um dos pioneiros do punk rock. Da Vila
Carolina, o berço do movimento...
Desta forma, acabou juntando muitos discos e quando sua filha nasceu e se
viu "apertado" financeiramente, resolveu "sacrificar" alguns discos. E foi
nesse período que teve a idéia de abrir o seu próprio negócio ."Montei uma
tabela de preços, que era a da Associação dos Varejistas de Discos de SP e
Afins... Me liguei e fiquei obcecado pelo Afins. Cheguei em casa e falei para
a mulher que ia abrir uma Loja de Discos porque era disso que eu entendia.
E hoje após 40 anos descobri que não entendo é Porra Nenhuma",
polemizou Calanca.
Em 1978 seu cunhado apresentou uma pessoa da Galeria que tinha uma
loja para alugar. Segundo ele, montou a Baratos Afins sem contrato de
locação, "no fio do bigode", como diziam na época. Calanca lembrou que a
Galeria estava abandonada e estava quase para ser fechada. Mas os lojistas
passaram a investir mais na melhoria das suas unidades e a Galeria
melhorou bastante. "Tenho saudades daquela época. A Galeria era mais do
rock mesmo e era muito legal. Hoje é uma grande mistura. Silk Screen, que
já tinha na época, Skate, Tatuagem, um monte de outras coisas".
No início, 1978, além das vendas e trocas de discos (Vinil - LPs) usados e
novos, a Baratos Afins começou também a ampliar o seu catálogo refazendo
discos (prensar) em 1981. Lembrou que queria muito fazer um disco, Lóki,
do Arnaldo Baptsta (Ex-Mutantes). "Falei com ele, mas ele não entendeu
bem a minha proposta. Depois veio me procurar com outra proposta que
era fazer o disco Singin Alone.Topei porque era muito fã dele e fiz o
primeiro disco em 1981 e depois mais um, o Disco Voador: Paz, em 1987.
Ele argumentou que a paixão pela música foi o que sempre norteou o seu
trabalho e que algumas bandas que ele produziu e lançou, mesmo não
vendendo "porra nenhuma", foram satisfatórias pelas amizades que
conquistou e companheirismo. Ele citou várias outras bandas com as quais
a Baratos Afins trabalhou, entre elas Kafka, Vultos, Ratos de Porão,
Voluntários da Pátria. Sem esquecer que também produziu dois discos do
Patrulha do Espaço, banda que contou com a participação do Arnaldo
Baptista.
No entanto, Calanca lembrou que não ia aos shows de punk porque era
"mal visto" e tido como metaleiro. Isso porque tinha produzido o Disco
Mixto Quente e estava fazendo o SP Metal na época do Ratos de Porão.
Eu não ia nos shows de punk porque era mal visto e tido como metaleiro.
Tinha feito o Disco do Mixto Quente, estava fazendo o SP METAL,isso na
época do Ratos de Porão. "Então eles me julgavam e eu me sentia muito
mal. Falavam, você gravou aquela merda...Tem que ouvir o nosso som etc.
Todo mundo tinha um som melhor para me mostrar" relatou. Outro fato
que Calanca lembrou foi quando recebeu a primeira demo da Legião
Urbana, que ainda era Aborto Elétrico. "Abominei aquilo e não me
arrependo. A banda fez sucesso porque investiram pesado e foi o que fez a
banda decolar. Como sou Underground, não teria com investir no projeto
deles...
CAPÍTULO II:
Na verdade, o rock nacional tem um precursor que, assim como boa parte
de seus sucessores, alcançou enorme sucesso com versões de músicas de
consagrados cantores e bandas internacionais. O nome dele é Carlos
Gonzaga, nome artístico de José Gonzaga Ferreira (Paraisópolis, Minas
Gerais, 10 de fevereiro de 1924), que "estourou" nas paradas com uma
versão de Diana (gravação original de Paul Anka) em 1958. Além do hit
Diana, ele também se destacou com versões das músicas Oh Carol, Bat
Masterson e Cavaleiros do Céu. O cantor Carlos Gonzaga foi um dos
pioneiros do rock brasileiro e suas versões ocuparam as paradas de sucesso
brasileiras, fazendo do artista um dos mais tocados entre 1956 e 1962.
Por sugestão do amigo Capitão Furtado, mudou seu nome artístico para
Carlos Gonzaga, porque já existia no rádio outro José Gonzaga (irmão de
Luiz Gonzaga). Além disto, seu nome também era muito parecido com o da
também cantora Zezé Gonzaga.Em 1955, já chamado de Carlos Gonzaga,
gravou seu primeiro disco pela RCA Victor, um 78 RPM onde cantava a
canção-guarânia Anahí ( de Osvaldo Sosa Cordeiro, versão de José Fortuna)
e o tango Perdão de Nossa Senhora (de Teddy Vieira e Diogo Mulero, o
Palmeira). Apesar de ter ficado conhecido como um dos pais do rock' and
roll brasileiro, o cantor gravou diversos estilos, de valsas a sambas,
incluindo a marchinha de carnaval Tomara que Caia, que fez um enorme
sucesso no carnaval de 1956. Ainda em 1956 gravou Meu Fingimento,
versão de The Great Pretender, sucesso na voz dos The Platters. A música,
adaptada por Haroldo Barbosa, foi seu primeiro sucesso neste estilo
musical, que marcaria sua carreira. Neste mesmo ano foi contratado pela
Rádio Record, passando a atuar também na televisão.
Nos dois anos seguintes, apresentou com a irmã o programa Celly e Tony
em Hi-Fi, na TV Record, de São Paulo, participando ainda de shows e
programas de televisão nas principais cidades brasileiras. Gravou seis LPs
pela Odeon, fazendo sucesso com as músicas Boogie do bebê (J. Parker e
Relin, versão de Fred Jorge), Pertinho do mar (Sílvio Pereira de Araújo) e
Canário (Norman Luboff, Marilyn Keith e Alan Berman, versão de Fred
Jorge), gravada em dupla com Celly. Trabalhou nos filmes Jeca Tatu,
dirigido por Milton Amaral, 1959, e Zé do Periquito, dirigido por Mazzaropi e
Ismar Porto, em 1960. Em 1961 e 1962, recebeu o troféu Chico Viola,
sendo que o segundo foi em conjunto com sua irmã. Viajou nos dois anos
seguintes para o Paraguai e Peru. Produziu para a RCA Victor discos dos
artistas Celly Campelo, Os Incríveis, Carlos Gonzaga e Chris McClayton e
lançou em disco, entre outros, a dupla Deny e Dino, Sérgio Reis, Silvinha e
Luís Fabiano. Em 1974 ganhou o prêmio Rock 74 pela produção do disco
Rock das quebradas. Apresentou-se em 1975 na boate Igrejinha, de São
Paulo, onde foram organizados os shows Cuba-libre em Hi-Fi, promovendo a
volta de cantores de sucesso do final da década de 1950 e início da de 1960
- Celly Campello, Carlos Gonzaga, Ronnie Cord, George Friedman, Baby
Santiago e Dan Rockabilly. Como produtor e pesquisador de música
sertaneja, produziu quase todos os discos de Sérgio Reis desde 1967, além
da série de coletâneas Luar do Sertão da BMG Ariola (nome da RCA Victor
desde 1985). Continua a se apresentar em shows pelo interior de São
Paulo.
Celly Campello, interrompeu a carreira de grande sucesso para
casar...
CAPÍTULO III:
Além das centenas de jovens que iam assistir o programa ao vivo no Teatro
Record, que ficava na Rua da Consolação, 1992, tendo sido inaugurado em
1959. Infelizmente, sofreu um incêndio em 1969 e suas instalações
mudaram para a Rua Augusta. No auge da sua popularidade, o Programa
Jovem Guarda chegou a atingir 3 milhões de espectadores apenas em São
Paulo. Fora as cidades para onde chegava em videotape, como as capitais
Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife.
Ele também participou dos filmes Roberto Carlos a 300 Quilômetros por
Hora (1971), de Roberto Farias; e Os Machões (1972), dirigido por
Reginaldo Faria, que também atuou no filme. Em 1975 aparece em show ao
vivo no documentário Ritmo Alucinante, registro do festival de rock
Hollywood Rock realizado no mesmo ano, no Rio de Janeiro. A carreira de
Erasmo Carlos daria para escrever uma série de livros à parte...
A ternurinha Wanderléa!
Aos quinze anos cantava em boates, e como era menor, pedia autorização
ao juizado de menores e aos seus pais para assinarem. Seu pai, no começo,
não aceitava a carreira da filha, mas com o tempo entendeu que a jovem
tinha grandes talentos musicais.
A banda The Jet Black's foi uma das pioneiras de rock instrumental do
Brasil. Começou sua trajetória em 1961 com os guitarristas Joe Primo
(Primo Moreschi) e Bobby de Carlo. Iniciou a carreira com o nome The
Vampires. Mas, em 1961, adotou o nome The Jet Black's para homenagear
a banda inglesa The Shadows, a qual tinha uma canção de grande sucesso
chamada "Jet Black". Além dos Shadows, também influência do grupo foi a
do conjunto norte-americano Ventures. Ambos tinham como repertório
básico rocks e twists instrumentais executados para bailes. Em 1962,
assinaram com a Chantecler e lançaram seu primeiro disco, um 78 rpm, no
qual fizeram dois covers do The Shadows: "Apache" e "Kon-Tiki". Com o
sucesso da estréia, a gravadora investiu no grupo com o lançamento de
dois LPs. O primeiro, lançado ainda no mesmo ano, foi "Twist", e o segundo
foi gravado no ano seguinte, "The Jet Black's Again - Twist".
Ao longo da década de 1960 foi um dos grupos mais requisitados para
shows e gravações de intérpretes como Celly Campelo, Ronnie Cord (que
acompanhou na gravação do sucesso "Rua Augusta"), Roberto Carlos,
Sérgio Reis e outros astros da Jovem Guarda. Em 1965, passaram a fazer
gravações vocais e lançaram o LP "Jet Black's", no qual se destacaria a
regravação do clássico do rock norte-americano "Suzie Q", de Dale
Hawkins. Ainda no mesmo ano, gravaram aquele que seria seu maior
sucesso: "Tema para jovens namorados", versão para "Theme for Young
Lovers", lançado em compacto que incluía também "Suzie Q".
Os Carbonos
Os Incríveis e o Milionário!
A banda, que fez grande sucesso entre os anos 60 a 70, foi formada em
São Paulo pelos músicos Domingos Orlando, o "Mingo", Waldemar Mozena,
o "Risonho", Antônio Rosas Sanches, o "Manito", Luiz Franco Thomaz, o
"Netinho" e Lídio Benvenutti Júnior, o "Nenê". Iniciaram sua trajetória com
o nome The Clevers e, em seus shows, tocavam principalmente twist, estilo
em moda no início da década de 1960. O sucesso veio durante o período da
Jovem Guarda, quando o grupo alterou o nome após romper com o
empresário Antonio Aguilar, que era o dono da marca The Clevers. Com a
mudança de nome, começou a fazer sucesso com canções populares como
"Era um Garoto Que, Como Eu, Amava os Beatles e os Rolling Stones",
versão brasileira da música italiana C’e come um regazzo me amava Beatles
e Rolling Stones, de Gianni Morandi, "O Milionário" e "Eu Te Amo, Meu
Brasil, que foi exaustivamente tocada para enaltecer o período da Ditadura
Militar durante o governo do General Médici. Ao longo dos anos de 1970,
ex-integrantes dos Incríveis formariam outras importantes bandas do rock
brasileiro, Netinho montou a banda Casa das Máquinas e Manito juntamente
com Pedro Baldanza e Pedro Pereira da Silva formaram o famoso grupo
progressivo Som Nosso de Cada Dia. Entre 2001 e 2005 o grupo voltou a se
reunir em algumas ocasiões. Domingos Orlando, "Mingo" - (voz e guitarra).
Falecido em 15 de junho de 1995, aos 52 anos; Waldemar Mozena,
"Risonho" - (guitarra), falecido em 05 de agosto de 2019 aos 75 anos;
Antônio Rosas Sanches, "Manito" - (teclados, vocal e sax), falecido em 9 de
setembro de 2011, aos 68 anos; Lídio Benvenutti Júnior, "Nenê" - (baixo),
falecido em 30 de janeiro de 2013 aos 65 anos.
Uma banda que foi formada em 1964 com o nome de The Fenders, com a
participação de Almir Bezerra (vocais e guitarra), Liebert (contrabaixo),
Lécio do Nascimento (bateria), Pedrinho (guitarra), Cleudir (teclados) e
Jimmy Cruise (vocais). Em 1965, Jimmy saiu do grupo e os membros
remanescentes decidiram mudar o nome para The Fevers, foi quando
entraram mais dois componentes, Miguel Plopschi em 1965 e Luiz Claudio
em 1969. A banda fez muito sucesso na segunda metade da década de
1960 e início da década de 1970. O grupo foi eleito o melhor conjunto para
bailes em 1968 e lançou um LP chamado Os Reis do Baile. Em 1982 a
música Elas por Elas (Augusto César e Nelson Motta) entrou na abertura da
novela da TV Globo colocando o grupo como um dos grandes vendedores de
discos e de shows do país. Em 1983, outra abertura de novela: a música
Guerra dos Sexos (Augusto César e Cláudio Rabello) trouxe um público
mais jovem a conhecer o trabalho do grupo. O componente Miguel Plopschi
se desliga da banda e assume a direção artística da gravadora BMG nessa
época. Em 1984, ao fazerem participação especial no LP da recém-criada
banda infantil Trem da Alegria, ajudaram a alçá-la ao estrelato, sendo parte
fundamental na composição da lendária música Uni Duni Tê, uma das
melhores músicas infantis já criadas no Brasil, com a interpretação do
vocalista Augusto Cesar.
A banda Lee Jackson foi criada em São Paulo no início dos anos 70 e fez
bastante sucessos no Brasil a princípio com um compacto que tinha a
música Hey Girl. Essa música tocou muito no rádio e eu, com 12 ou 13 anos
de idade, não deixava de levar o meu disco para tocar nos bailes
promovidos pelos meus tios. Eles questionam muito porque era em inglês,
música internacional. Foram os precursores do samba-rock. A banda era
composta por Dudu França, Luiz Carlos Maluly e Marcos Maynard. Desses
três, dois (Luiz e Marcos) se tornaram grandes executivos de gravadoras,
em Portugal, México e Brasil. Em 1979 a banda se desfez pelo grande
sucesso individual de seus integrantes, de forma que todos se tornaram
grandes produtores musicais da cena brasileira. O último álbum lançado
pela banda foi “A Era dos Super Heróis”, lançado em 1979 pela Philips. A
faixa-título “Essa era a era que já era. Era dos super-heróis!” estourou nas
rádios brasileiras naquele ano e virou até clipe no programa Os Trapalhões.
Em 1992, a banda Dominó também gravou um cover dessa faixa. O álbum
conta com diversas versões de clássicos da música popular brasileira.
Destaque para “Zazueira” de Jorge Ben, “Fé Cega, Faca Amolada” de Milton
Nascimento, “Sá Marina”, entre tantos outros. O álbum é incrível sob vários
aspectos, a começar pela capa, com inspirações nos heróis dos quadrinhos.
Sonoramente, foi algo pioneiro, apesar de também interpretarem canções
já existentes, mas a adaptação ao samba-rock foi precursora.
CAPÍTULO IV
Em 1973 é a estréia da banda Secos & Molhados, que já foram citados aqui,
e também do "maluco beleza" Raul Seixas. Raul, um amante do rock´n roll
e muito influenciado por Elvis Presley, teve seu primeiro conjunto, Raulizito
e Os Panteras, na Bahia. No início de sua carreira solo, Raul Seixas, em
poucos dias, vendeu cerca de 600 mil cópias do seu compacto simples
"Ouro de Tolo".
Foi também o período das realizações de grandes festivais, que além de
bandas e músicos do rock nacional, também reunia destaques de outros
estilos musicais. Inspirados no Festival de Woodstock, surgem eventos
similares no país, como o Festival de Verão de Guarapari, realizado em
1971 na cidade de Guarapari. Em 1975, acontece o Festival de Águas
Claras, na Fazenda Santa Virgínia, em Iacanga, interior de São Paulo; o
festival Banana Progressiva, realizado no Teatro da Fundação Getúlio
Vargas, em São Paulo; o Hollywood Rock, patrocinado pela companhia
Souza Cruz, no Rio de Janeiro. Deste último, participaram os grupos
Vimana, O Peso, Rita Lee & Tutti Frutti, além dos cantores Erasmo Carlos,
Raul Seixas e os irmãos Celly e Tony Campelo. As apresentações foram
registradas no documentário Ritmo Alucinante, lançado no mesmo ano.
A banda foi responsável por várias inovações técnicas e sonoras que, até
então, eram desconhecidas ou pouco usadas pela indústria fonográfica no
Brasil. Um dos maiores responsáveis por tais inovações foi Cláudio César
Dias Baptista, irmão mais velho de Sérgio Dias e Arnaldo Baptista. Foi
Cláudio César quem construiu, por exemplo, a "Guitarra de Ouro" usada por
Sérgio Dias em quase todos os discos dos Mutantes, e o baixo Regvlvs
usado primeiro por Arnaldo e posteriormente por Liminha. Outros
equipamentos, como amplificadores, caixas e mesas de som, assim como
pedais de efeito também foram projetados e construídos por Cláudio César
para uso da banda. Após seu desligamento dos Mutantes, Cláudio César
escreveu um livro sobre gravações em estúdio e começou a comercializar
seus equipamentos sob a marca CCDB, prosseguindo no campo da
eletrônica e engenharia de áudio até a década de 80. Em 2006, a banda se
reuniu, sem Rita Lee ou Liminha, mas contando com a presença de Arnaldo
Baptista e com Zélia Duncan nos vocais. No ano seguinte, Arnaldo e Zélia se
desligaram da banda, que foi recomposta com outros músicos e continua a
fazer shows sob a liderança de Sérgio Dias, único membro restante da
formação original.
Banda que iniciou sua trajetória em 1968 no Rio de Janeiro pelos músicos
Jorge Amiden (guitarra), Sérgio Hinds (baixo) e Vinícius Cantuária (bateria).
Inicialmente, o nome escolhido tinha sido "Santíssima Trindade", mas para
evitar atritos com a Igreja Católica, foi adotado "O Terço". No começo das
apresentações, a banda tocava rock clássico, mas influenciados pela onda
da época, começou a tocar rock progressivo com misturas ao rock rural e
pop já executados pela banda, o que acabou destacando e caracterizando o
som e a diversidade musical do O Terço.
Raul também foi produtor musical da CBS, durante sua estada na cidade do
Rio de Janeiro, tendo produzido discos para Tony & Frankye, Osvaldo
Nunes, Jerry Adriani, Edy Star e Diana, além de escrever uma quantidade
enorme de músicas para os colegas da gravadora. Algumas de muito
sucesso, como Doce doce amor (Jerry Adriani), Ainda Queima a
Esperança(Diana) e Se ainda existe amor (Balthazar).
Nos anos 80, continuou produzindo álbuns que venderam bem, como Abre-
te Sésamo (1980), Raul Seixas (1983), Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-Bum!
(1987) e A Panela do Diabo (1989), esse último em parceria com o também
baiano e amigo Marcelo Nova. Sua obra musical tem aumentado
continuamente de tamanho, na medida em que seus discos (principalmente
álbuns póstumos) continuam a ser vendidos, tornando-o um símbolo do
rock do país e um dos artistas mais cultuados e queridos entre os fãs nos
últimos anos. Em outubro de 2008, a revista Rolling Stone promoveu a Lista
dos Cem Maiores Artistas da Música Brasileira, cujo resultado colocou Raul
Seixas na 19.ª posição, superando nomes como Milton Nascimento, Maria
Bethânia, Heitor Villa-Lobos e outros. No ano anterior, a mesma revista
promoveu a Lista dos Cem Maiores Discos da Música Brasileira, onde dois
de seus álbuns apareceram: Krig-ha, Bandolo!, na 12.ª posição e Novo
Aeon, na 53.ª posição.
No ano de 1989, faz uma turnê com Marcelo Nova, agora parceiro musical,
totalizando 50 apresentações pelo Brasil. Durante os shows, Raul mostra-se
debilitado. Tanto que só participa de metade do show, a primeira metade é
feita somente por Marcelo Nova. Na manhã do dia 21 de agosto, Raul
Seixas foi encontrado morto sobre a cama, por volta das oito horas da
manhã em seu apartamento em São Paulo, vítima de uma parada cardíaca.
O Joelho de Porco não foi exatamente uma banda de rock, mas conquistou
muitos fãs entre nós. Foi um grupo que deu muita ênfase ao espetáculo
teatral em suas músicas que também tinham muito rock e uma grande
mistura com ritmos latinos, música sertaneja, samba, etc. Sua formação
sofreu muitas variações com o passar dos anos (só perdem para o Made in
Brazil) girando em torno de Próspero Albanese (vocal, ocasionalmente
bateria) e Tico Terpins (violão, guitarra e vocal). Passarem pelo Joelho Billy
Bond, Ricardo Petraglia, Conrado Assis, Flávio Pimenta, Mozart de Mello...
Discografia: São Paulo - 1554/Hoje (1975), 45 rpm (1977), Joelho de Porco
(1978), Saqueando a Cidade (1983), 18 Anos sem Sucesso (1987).
CAPÍTULO V
Em 2014 a banda passa por mais uma reformulação, entra Fábio Belluci
assumindo a guitarra no lugar de Cacá Saffioti. Com sangue novo
demonstra que veio pra fazer a diferença e gravar novo álbum Acorde
Acorde Acorde que está em produção e a banda pretende fazer lançamento
no inicio de 2017 pelo selo EAEO. Atualmente, o Cólera continua na ativa
com Pierre na bateria, Val no baixo, Fabio na guitarra e Wendel nos vocais.
Após seu retorno ao Brasil, o Olho Seco fez uma participação especial no
show de lançamento do álbum-tributo a eles, intitulado Tributo ao Olho
Seco, onde as mais expressivas bandas hardcore punk brasileiras, além de
Força Macabra da Finlândia e Cripple Bastards da Itália fizeram versões de
suas músicas. Nesse álbum, há uma música gravada pela formação original
da banda, composta especialmente para esse lançamento, chamada "Crise
da Fome".
Em 2000, o Olho Seco volta ao estúdio (pela primeira vez, ainda com a
formação original) para gravar uma participação no álbum-tributo à banda
finlandesa Rattus, editado pelo selo finlandês Fight Records. No mesmo ano,
os Inocentes registram uma versão de "Sinto", do Olho Seco, em seu disco
de covers "O Barulho dos Inocentes" até que a banda termina em 2005 por
problemas de saúde de Fábio Sampaio. Em 2011, o Olho Seco volta aos
palcos e participa do Festival Punk na Páscoa, no Hangar 110 em São Paulo.
Ratos de Porão, do punk ao thrash...
A Plebe Rude vendeu 500 mil cópias de seus seis discos, foi destaque no
rádio e se apresentou na televisão. Em 2011 lançou o primeiro DVD
Rachando Concreto: Ao Vivo em Brasília com um resumo da carreira bem
sucedida, lançado também em CD. No mesmo ano, o álbum concorreu ao
Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro. Um marco importante
foi quando Plebe Rude e Legião Urbana fizeram um show num festival de
rock em Patos de Minas em 5 de setembro de 1982, primeiro show da
recém formada Legião Urbana, abrindo para a Plebe Rude. Após as
apresentações, acabaram sendo presos por causa de suas letras, Plebe
Rude por uma música chamada "Voto em Branco" e Legião Urbana pela
"Música Urbana 2", mas todos acabaram soltos após a polícia local ser
informada por eles mesmos que eram de Brasília, temendo que fossem
filhos de políticos.
Os Replicantes, do Sul
Saída de Wander e fase atual. Na volta da tour, fazem alguns shows no Rio
Grande do Sul, Paraná e São Paulo. Wander decide ficar somente com a sua
carreira solo de "punk brega". Junta-se então a vocalista Júlia Barth à
banda, que fez seu show de estréia no OX, Porto Alegre.
Lançam em 1988 o seu segundo álbum, "Pior que Antes" pela gravadora
Continental, teve a música "Batman" censurada, sendo proibida sua
execução pelos meios de comunicação. A música "Subúrbio Operário" foi
incluída no curta metragem, premiado no Festival de Cinema de Nova York
e no Festival de Cinema de Brasília, "Rota ABC" do cineasta Francisco César
Filho em 1990, onde a banda faz uma participação. Após ficarem cinco anos
sem lançar nenhum álbum, em 1993 o selo Radical Records edita o quarto
trabalho dos Garotos, Canções para Ninar, emplacando nas rádios "rock" as
faixas: "Fernandinho Veadinho", "Oi! Tudo bem?" e "Rock de Subúrbio"
(primeiro videoclipe da banda) enquanto são ameaçados de serem
processados por uma certa pessoa que se sentiu ofendida com a faixa
"Fernandinho Veadinho". A essa altura a fama dos Garotos já havia
ultrapassado os limites nacionais. Passam a manter contatos com selos da
Europa, principalmente Portugal e Alemanha, o que resultou no lançamento
de vários trabalhos na Alemanha, França, Portugal e Estados Unidos. Em
1995 realizam uma tour pela Europa junto com a banda portuguesa Mata-
Ratos.
CAPÍTULO VI
Um fato muito triste e impactante, mas que não acabou com a banda. Em
04 de fevereiro de 2001, Herbert Vianna sofre um acidente quando pilotava
um ultraleve no qual sua esposa Lucy faleceu. Ele foi resgatado e levado
para a capital. As seqüelas foram duras (Herbert fora entubado e acabara
ficando paraplégico), mas assim que Herbert mostrou que podia tocar, Bi e
João resolveram voltar aos ensaios e gravar um disco cujas canções já
estavam preparadas antes do acidente. Longo Caminho foi lançado em 2002
e a sonoridade da banda voltava ao princípio, sem metais, em busca de um
som mais "cru". Uma apresentação no programa Fantástico, da TV Globo,
serviu como a reestréia da banda, pós-acidente. A volta às turnês teve
muito êxito, com shows lotados, até pela curiosidade do público em saber
das reais condições de Herbert e da ansiedade em ver a banda reunida
novamente. Estão na ativa...
Além do Rock In Rio, também foram convidados para fazer a trilha sonora
do filme Bete Balanço, de Lael Rodrigues, em 1984, e o seu som se
espalhou pelo Brasil. Aproveitando o embalo, o grupo lançou o terceiro
disco, Maior Abandonado, em 1984, conseguindo vender mais de 100 mil
cópias em apenas seis meses.
Cazuza, que já havia manifestado seu desejo de sair da banda para trilhar
outros caminhos, mais mpb, parte para carreira solo em 1986. A saída, no
entanto, anunciada primeiramente ao público no final de um show, foi
conturbada, causando uma ruptura na forte amizade que unia Cazuza e
Frejat e que só veio a ser reconciliada anos depois. Com a saída, Cazuza
ainda levou consigo algumas músicas para o seu primeiro disco solo. A
banda superou, lançando a música "Torre de Babel", agora com Frejat no
vocal.
Ira!
Iniciou sua trajetória em 1981 na cidade de São Paulo e, ao contrário do
que muitos possam imaginar, o nome da banda não tem nenhuma
referência com o Exército Republicano Irlandês, mas apenas do sentimento
de IRA. A primeira banda do guitarrista Edgard Scandurra, que é fascinado
por punk rock, foi a Subúrbio. À época, Edgard estudava no Colégio Brasílio
Machado, onde sempre encontrava com Marcos Valadão Ridolfi, o Nasi.
Mesmo sem conhecê-lo, Edgard sentia simpatia pelo modo com que ele se
vestia, e num desses encontros os dois acabaram se conhecendo, e ficando
amigos. Mais tarde, Edgard chamou Nasi para participar do Subúrbio, no
festhits do Ira! Em 1980, Edgard foi convocado para servir ao exército e foi
lá onde compôs "N. B." ("Núcleo Base"). Em 1981, Nasi chamaria o amigo
Edgard para tocar num show na PUC-SP e ali surgiria o Ira, ainda sem o
ponto de exclamação. Completavam a formação o baterista Fábio Scattone
e o baixista Adilson Fajardo. Após dois anos, descoberta pelo produtor Pena
Schmidt a banda, nessa época contando com Charles Gavin (que viria a se
tornar membro dos Titãs) na bateria e Dino (da antiga banda Subúrbio) no
contrabaixo, a banda foi para a gravadora Warner, onde o Ira! gravaria
seu primeiro compacto, IRA, que contava com as faixas "Gritos na Multidão"
e "Pobre Paulista".
Durante sua carreira, a banda perdeu cinco membros que nunca foram
substituídos oficialmente: em 1992, Antunes deixou o grupo para seguir
carreira solo. Em 2001, Fromer morreu após ser atropelado por uma
motocicleta em São Paulo. No ano seguinte, Nando Reis também deixou a
banda para se concentrar em seus projetos solo. As mudanças mais
recentes foram as saídas de Charles Gavin, em 2010, e Paulo Miklos, em
2016, ambas por motivos pessoais. Após a morte de Marcelo e a saída de
Nando, o grupo passou a se apresentar com alguns guitarristas e baixistas
eventuais (Emerson Villani, André Fonseca e Lee Marcucci). A partir do
lançamento do álbum Sacos Plásticos (2009), Branco Mello e Sérgio Britto
tornaram-se baixistas definitivos (com Britto tocando apenas quando Mello
canta) e Miklos como guitarrista até sua saída do grupo. Em 2010, a banda
voltou a usar músicos de apoio, com a entrada do baterista Mario Fabre no
lugar de Charles Gavin; algo que se repetiria em 2016, após a saída de
Paulo Miklos[3], com a entrada do guitarrista Beto Lee.
A Blitz, Teatral
O grupo foi formado na cidade do Rio de Janeiro por Evandro Mesquita (voz
e guitarra), Fernanda Abreu (backing vocal), Marcia Bulcão (backing vocal),
Ricardo Barreto (guitarra), Antônio Pedro Fortuna (baixo), Billy Forghieri
(teclados) e Lobão (bateria). No início de 1981 Evandro Mesquita e Lobão
foram convidados por Mauro Taubman, dono da grife Company, para
tocarem no Caribe, bar que o empresário estava inaugurando na orla de
São Conrado. Embora na época tocassem apenas por passatempo, os dois
aceitaram e recrutaram amigos músicos para fazer a apresentação na
estréia do bar, em 21 de fevereiro, gerando grande repercussão no local, o
que levou a uma série de outras apresentações com uma rotatividade de
músicos convidados, mantendo apenas os dois fixos. Buscando
profissionalizam-se, os dois amigos buscaram músicos para juntarem-se a
eles, trazendo Fernanda Abreu e Marcia Bulcão para nos backing vocals,
Ricardo Barreto na guitarra, Antônio Pedro Fortuna no baixo, Billy Forghieri
nos teclados, além do próprio Evandro no vocal e Lobão na bateria. Em 15
de janeiro de 1982 a banda sobe no palco do Circo Voador, maior casa de
shows carioca da época, tocando pela primeira vez sob o nome de Blitz –
nome inspirado pela quantidade de vezes que Evandro era parado pela
polícia e multado. A repercussão chamou atenção da EMI, que assinaram
contrato com a banda e, em 20 de julho, é lançado o primeiro single, "Você
Não Soube Me Amar". Em três meses o compacto com apenas a faixa
vendeu 100 mil cópias, se tornando a canção de maior sucesso deles. Na
sequência foi lançado o primeiro álbum , As Aventuras da Blitz 1, que
vendeu 300 mil cópias e gerou grande repercussão pela mistura de músicas
humoradas e figurinos futuristas. Por divergências com Evandro Mesquita,
Lobão decidiu deixar a banda, sendo substituído por Juba na bateria.
Nesse ano, é convidado para abrir os shows da turnê do cantor inglês Sting
em São Paulo (estacionamento do Anhembi), Rio de Janeiro no Maracanã,
Belo Horizonte no Estádio Independência, Brasília no Estádio Mané
Garrincha e Porto Alegre no Estádio Olímpico Monumental. Você não Precisa
Entender chega as lojas de todo o país em 1988, com "A Portas Fechadas",
"Pedra Na Mão" e "Fogo". O ano de 1989 marca o lançamento do álbum
Todos os Lados, com as faixas "Todos os Lados", "Mickey Mouse em
Moscou" e "Belos e Malditos". Em 1990 participam do festival Hollywood
Rock, realizado em São Paulo e no Rio de Janeiro. O álbum Eletricidade,
lançado em 1991, marca o início de mudanças no Capital Inicial, começando
pela gravadora. O álbum, lançado pela BMG, trazia uma versão para "The
Passenger", de Iggy Pop, batizada de "O Passageiro", e composições como
"Cai a Noite", "Kamikaze" e "Todas as Noites". Neste mesmo ano,
participam da segunda edição do festival Rock in Rio. O clipe "O
Passageiro", foi todo gravado utilizando uma câmera PXL-2000 que
armazenava imagens em preto e branco em uma fita cassete de áudio.
"Quando convidamos o Lenine, pensamos que ele fosse querer tocar nossas
músicas mais complicadas. Mas foi exatamente o contrário, logo no nosso
primeiro encontro ele pediu para cantar algumas das nossas canções mais
populares", revelou Dinho, referindo-se a "Não olhe para trás" e "Tempo
perdido", da Legião Urbana.
O início da década de 1990 é brindado com o disco "Greatest Hits 80's", que
além de nove sucessos em LP e dez em CD, revela "No Seu Lugar". As
músicas foram remasterizadas digitalmente e "Como Eu Quero" e "Fixação"
ganharam novo vocal, com a voz de Toller mais afinada do que nunca.
Rendeu o primeiro disco de platina da banda. "Tudo É Permitido" trouxe, em
1991, um forte erotismo em letras como "Gosto de Ser Cruel", "Lolita" e
"Eletricidade" (estréia de George Israel nos vocais). Trouxe também o
sucesso "Grand' Hotel", as regravações de "Fuga Número 2", d'Os
Mutantes; e de "Não Vou Ficar", canção de Tim Maia que fez sucesso com
Roberto Carlos. "A Indecência", por sua vez, vem inspirada no poema de
D.H. Lawrence, "A Indecência Pode Ser Saudável". Em 1996 , a banda
grava a música de Hyldon "Na Rua, na Chuva, na Fazenda" com o disco
"Meu Mundo Gira em Torno de Você". No clipe "Te Amo pra Sempre", top na
MTV, Paula aparece vestindo um simplório biquíni de bolinhas. Também
encontram-se no disco "Como É Que Eu Vou Embora", "Combinação" e "A
Moto". Participações nos instrumentos, de Rodrigo Santos (do Barão
Vermelho) no baixo e a estréia do atual trompetista Jefferson Victor, na
faixa "Vou Mergulhar". "Meu Mundo…" é o disco de estúdio mais vendido da
banda, tendo 3 diferentes versões, inclusive uma de platina, com CD duplo.
Em 1997, a banda alçou vôos ainda maiores, levando seu trabalho ao
exterior, no CD Kid Abelha, divulgado nos EUA, Espanha e países latinos.
Formada em 1983 pelo vocalista Paulo Ricardo; Luiz Schiavon nos teclados
e Edu Coelho na guitarra; Fernando Deluqui (ex-guitarrista da cantora May
East, ex-integrante da Gang 90 e as Absurdettes) e o baterista Junior
Moreno, o Revoluções por Minuto (RPM) revolucionou o mercado fonográfica
na época. Fez muito sucesso de 1984 a 1987 e tornou-se uma das bandas
mais bem sucedidas da música brasileira. Chegou a vender 900.000 cópias
vendidas em pouco mais de 1 ano batendo todos os recordes de vendagens.
As primeiras músicas a emplacar nas paradas de sucesso foram Olhar 43 e
A Cruz e A Espada. O sucesso do primeiro álbum foi enorme, tanto que o
RPM emplacou uma sequência de oito hits no rádio (entre as onze faixas do
álbum).
Logo depois dos primeiros shows de divulgação, o RPM fecha contrato com
o mega empresário Manoel Poladian, que procurava uma banda em
ascensão no rock brasileiro para o seu elenco de artistas platinados de MPB.
Os palcos das danceterias são trocados por uma megaprodução, com direito
a Ney Matogrosso assinando luz e direção, canhões de raio laser e
multidões espremidas em ginásios e estádios. A esta altura, Paulo Ricardo
já era ovacionado como sex symbol: estampa diversas capas de revistas e
enlouquece fãs histéricas.
Como não tinham novos hits para serem gravados, para manter a banda
em evidência, Poladian, músicos e gravadora lançam em julho de 1986 um
novo álbum, com parte do registro de dois shows da histórica turnê. O
repertório de Rádio Pirata Ao Vivo traz quatro gravações inéditas (sendo
duas covers) e cinco faixas de Revoluções Por Minuto. Com a ajuda dos
preços congelados do Plano Cruzado, 500 mil cópias são vendidas
antecipadamente. Rapidamente as vendas de Rádio Pirata Ao Vivo disparam
e chegam a 3,7 milhões. O RPM transforma-se na banda de maior
vendagem da indústria fonográfica nacional até então. O sucesso foi tanto
que no mesmo ano o grupo foi o tema principal de uma edição integral do
programa jornalístico Globo Repórter, com reportagem de Pedro Bial.
Apesar do mega sucesso alcançado no Brasil e Europa, a banda começou a
atravessar por uma situação difícil. O fracasso do projeto RPM Discos, selo
próprio lançado pelo grupo, acabou causando conflitos entre seus
integrantes. Chegou-se a produzir um LP com o grupo paulista Cabine C
(liderado pelo ex-Titã Ciro Pessoa), que prensado e distribuído pela RCA, foi
um grande fracasso comercial. Ainda em 1987, Paulo Ricardo, Fernando,
Schiavon e P.A. anunciaram a separação oficial do grupo.
Em 1987 Athos Costa deixou a banda e foi substituído pelo também ex-Azul
29 Malcolm Oakley. A banda então começou a trabalhar em seu primeiro
álbum de estúdio, Carne Humana, que não foi tão bem-sucedido quanto seu
EP mas ainda assim gerou os também populares singles "Quimeras" e "A
Luta e o Prazer". No mesmo ano abriram shows para Tina Turner em São
Paulo e no Rio de Janeiro. Alegando falta de interesse em continuar com a
banda, Guilherme Isnard anunciou que o Zero estava chegando ao fim em
1989. Então mudou-se para Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, onde
trabalhou em outros projetos, entre eles a banda cover do Roxy Music e de
Bryan Ferry Roxy Nights.
O Sepultura é uma banda de heavy metal criada em 1984 pelos irmãos Max
Cavalera e Igor Cavalera em Belo Horizonte, Minas Gerais. Com uma
mistura death metal e thrash metal, somado a elementos de música tribal
indígena, africana, japonesa e outros estilos, o Sepultura fez muito sucesso
na década de 1990 com discos como Arise e Chaos A.D.. Foi ainda é uma
forte influência para inúmeras bandas de death metal, groove metal e nu
metal.
A banda chamou atenção por onde passou e seu nome despontou na mídia
mundial. Nesta turnê encontraram uma de suas fontes de inspiração:
Lemmy Kilmister e sua banda Motörhead, cruzaram o muro de Berlim ainda
na época da Guerra Fria, e até conheceram o Metallica, banda muito forte
na época. Foi gravado nesta época o primeiro videoclipe do Sepultura,
"Inner Self", que tal qual "Mass Hypnosis" e "Beneath the Remains", tornou-
se um clássico da banda. Em janeiro de 1991, eles tocaram no Rock in Rio
II para um público de mais de 100 mil pessoas. A banda, que havia se
mudado do Brasil para Phoenix, Arizona (nos Estados Unidos) em 1990,
obteve um novo empresário e gravou o álbum Arise nos estúdios
Morrisound em Tampa, Flórida. Quando o disco foi lançado em 1991, o
Sepultura tornou-se uma das bandas de thrash/death metal mais elogiadas
criticamente da época. Arise vendeu cerca de 160 mil cópias nas 8
primeiras semanas. Ao final da turnê de divulgação, o álbum já tinha
vendido mais de 1.000.000 de cópias, e figurou a posição 119 no top 200
da Billboard. Como seu antecessor, também foi produzido por Scott Burns.
É considerado pela maioria dos fãs de longa data o melhor álbum do grupo.
O nome Charlie Brown Jr. só iria ser escolhido em 1992, quando Chorão,
inspirado em um incidente no qual o próprio atropelou uma barraca de água
de coco com o desenho de Charlie Brown, o protagonista da tira Peanuts. O
"Júnior" foi acrescido, nas palavras de Chorão, "pelo fato de sermos filhos
do rock", inspirado por músicos do rock brasileiro à época como Raimundos,
O Rappa, Nação Zumbi, e Planet Hemp.[12] A sonoridade do grupo tinha
influências de grupos como Blink 182, Sublime, Bad Brains, 311, Rage
Against The Machine, NOFX e Suicidal Tendencies, misturando hardcore,
skate rock, reggae e ska.
O quinteto ensaiou praticamente por um ano para lançar sua primeira demo
tape, intitulada Reaching Horizons em 1992. Ainda desconhecidos do grande
público, o Angra assinou com a JVC e viajou para a Alemanha para gravar
seu primeiro álbum de estúdio. Antes das gravações iniciarem, Marco
Antunes deixa o grupo, ficando a cargo de Alex Holzwarth tocar a bateria no
disco. O primeiro show da banda foi dia 17 de Abril de 1993 no Black Jack
em São Paulo. O tecladista foi Fábio Ribeiro, que fez alguns shows e depois
saiu para trabalhar na Korg. Entrou então Leck Filho. No fim de 1993 foi
lançado o disco de estréia, Angels Cry, que contava com a participação de
Kai Hansen, Dirk Schlachter, Thomas Nack (Gamma Ray) e Sascha Paeth
(Heavens Gate). O álbum apresentava uma mistura de heavy metal e
música clássica, sonoridade que marcou o estilo da banda. Após o
lançamento, o Angra ganhou fama no Japão, aonde Angels Cry chegou à
terceira posição na parada internacional, tendo vendido 106 mil cópias,
ganhando seu primeiro Disco de Ouro. Leitores de revistas japonesas e sul-
americanas elegeram o Angra "Melhor Banda Nova" de 1993, sendo que, na
Rock Brigade, o grupo (e Angels Cry) venceu diversas categorias da votação
dos leitores: "Melhor Álbum", "Melhor Vocalista", "Melhor Capa", "Melhor
Tecladista" e "Melhor Música" (Carry On). O videoclipe de "Time" foi
executado muitas vezes em emissoras de TV do Brasil e do Japão, enquanto
que o de "Carry On" foi indicado para o MTV Video Music Awards.
Carlos Imperial
Ele também revelou Elis Regina, que esperava colocar como concorrente de
Celly Campelo; porém, o LP Viva a Brotolândia desagradou a cantora e teve
vendas inexpressivas. Em meados dos anos 60, Carlos Imperial aderiu à
Jovem Guarda e compôs sucessos como "O bom" (interpretado e co-escrito
por Eduardo Araújo), "Mamãe passou açúcar em mim" (na voz de Wilson
Simonal) e "A Praça" (na voz de Ronnie Von e tema dos humorísticos Praça
da Alegria e A Praça É Nossa), além da música Para o Diabo os conselhos de
vocês, composta em parceria com Nenéo e sucesso na voz de Paulo Sérgio.
Imperial tornou-se um compositor disputado, com vários temas inscritos em
festivais de música.
No fim dos anos 60, ele desenvolveu o estilo musical pilantragem, inspirado
no rock e no soul americanos, e formou o conjunto A Turma da Pesada
como concorrente da Turma da Pilantragem. Sob a produção de Imperial, o
grupo gravou o LP Pilantrália (paródia da Tropicália), com participação de
músicos como Paulo Moura e Wagner Tiso. Em nova formação, com as
gêmeas cantoras Celia & Celma e o próprio Imperial, a Turma da Pesada fez
incontáveis apresentações no eixo Rio-São Paulo. Em 1970, o sucesso do
soul brasileiro, liderado por Tim Maia, levou Imperial a explorar o filão,
lançando no gênero (que denominou "som livre") artistas como Tony
Tornado e Guilherme Lamounier. Nos anos seguintes, a atividade de
Imperial como produtor musical se tornou esporádica. Em parceria com
Oberdan Magalhães, produziu, entre outros, o compacto duplo da trilha
sonora de Sábado Alucinante e os discos que lançaram Dudu França. O
grande produtor veio a falecer em 04 de novembro de 1992, aos 56 anos,
no Rio de Janeiro.
Big Boy
Newton Alvarenga Duarte, o Big Boy, foi um locutor que nasceu no Rio de
Janeiro em 01 de junho de 1943. Foi um dos principais disc jockey de sua
época, responsável por uma verdadeira revolução no rádio brasileiro. Sua
coleção de discos de música pop chegou a 20 mil, entre o quais a sua
maioria discos de rock an roll. Tinha como saudação a frase "hello crazy
people!", era uma maneira irreverente através da qual saudava seus
ouvintes. Essa postura tornou-se marca registrada, um estilo próprio e
descontraído, que se diferenciava do padrão dos locutores da época que
tinham a voz impostada. Como programador, demonstrou extrema
sensibilidade ao captar o gosto do público, observando as tendências
musicais ao redor do mundo e inovando a partir de ideias que modificariam
todo um sistema de programação estabelecido. O que se pode dizer é que
Big Boy foi o primeiro "profissional multimídia" do show business brasileiro.
Além de manter dois programas diários na Rádio Mundial, Big Boy Show e
Ritmos de Boite, um na Rádio Excelsior de São Paulo e um semanal
especializado em Beatles, o Cavern Club, também na Mundial, atuava como
programador, colunista em diversos jornais e revistas, produtor de discos e
DJ dos Bailes da Pesada, onde mantinha um contato direto com o público
que gostava especialmente de soul e funk, principalmente na Zona Norte do
Rio de Janeiro. Em televisão, inovou ao apresentar em sua participação
diária no Jornal Hoje da TV Globo, pela primeira vez, film clips com músicas
de sucesso do momento.
Em seu programa Papo Pop, na TV Record de SP, lançou grupos brasileiros
de vanguarda. Foi também o responsável pela implantação do projeto Eldo
Pop, no início das transmissões em FM no Brasil. A lendária rádio (antiga
Eldorado FM), especializada em rock progressivo, visava contemplar um
público restrito mas altamente especializado em seu gosto musical e que
encontrava ali um veículo de expressão da autêntica música de vanguarda.
Chegou a participar como ele mesmo da novela cômica Linguinha, ao lado
do humorista Chico Anysio (TV Globo - 1970).
Ao longo de toda sua vida profissional, Big Boy continuou ampliando sua
coleção. Em diversas viagens a outros países apurou seu acervo, buscando
raridades como "discos piratas" de tiragens limitadíssimas. Ao morrer havia
juntado cerca de 20 mil títulos, entre LPs e compactos, na maioria
importados, que abrangem diversos gêneros musicais como rock, jazz, soul
music, rock progressivo, música francesa, trilhas sonoras de filmes,
orquestrais, etc. Como um todo, a discoteca Big Boy constitui-se num
acervo cultural importantíssimo, pois retrata vários períodos do cenário
discográfico mundial e, mais do que uma coleção, trata-se da síntese do
trabalho de um profissional que ousou inovar.
Nelson Motta
Nelson Motta tem três filhas (Joana, de seu primeiro casamento, Esperança
e Nina, que teve com a atriz Marília Pêra). Tem três netos, duas meninas e
um menino e um bisneto. Foi casado quatro vezes: além de Marília, casou-
se com Mônica Silveira, com a empresária Costanza Pascolato e com a
publicitária Adriana Penna. Teve também um relacionamento com a cantora
Elis Regina.
Kid Vinil
Antônio Carlos Senefonte, o Kid Vinil, nasceu em Cedral, São Paulo, no dia
10 de março de 1955 e fez um grande sucesso como radialista, jornalista,
apresentador de televisão e cantor. Nos anos 80 fez parte do rock brasileiro
ativamente com vocalista das bandas Verminose, Magazine, Kid Vinil & Os
Heróis do Brasil e Kid Vinil Xperience. Também foi um dos maiores
incentivadores do início do movimento punk paulista, organizando shows e
tocando músicas de bandas de punk rock e pós-punk em seu programa de
rádio. Sempre usando roupas muito coloridas, tinha um "visual
extravagante".Em função de sua paixão desde garoto pelos discos de
bandas como Beatles e Rolling Stones e pelo conhecimento adquirido em
relação ao rock, em 1979 foi convidado para apresentar um programa de
rádio na Excelsior sobre punk e new wave. Foi como apresentador deste
programa que ele adotou o "nome de guerra" Kid Vinil.
Foi como vocalista do Magazine que Kid Vinil ficou famoso nos anos 1980,
com as canções "Tic Tic Nervoso" (de Marcos Serra e Antonio Luiz), "A Gata
Comeu", "Sou Boy" e "Glub Glub No Clube". Pouco depois, após
desentendimentos com os membros da banda, Kid decide se separar do
Magazine. Depois que saiu do Magazine, Kid Vinil gravou um disco com os
Heróis do Brasil em 1986, intitulado Kid Vinil & Os Heróis do Brasil. No
trabalho, com influências do blues, o cantor contou com André Christovam e
a participação de Rita Lee e Roberto de Carvalho. Ainda na década de 80,
Kid lançou um trabalho solo sem nenhum comprometimento comercial,
chamado “O Toque do Vinil”
Viajou pelo Brasil trabalhando como DJ. Com o Kid Vinil Xperience, lançou,
em 2010, o seu primeiro álbum, Time Was, um disco de covers de músicas
favoritas e obscuras e, em 2013, o primeiro álbum de vídeo, Vinil Ao Vivo,
gravado em 2010 na cidade de Novo Horizonte, pelo selo Galeão, com
interpretações de todos os hits de sua carreira. Em 2013 lançou, com o Kid
Vinil Experience, seu último disco com material inédito, um compacto de
vinil 7 polegadas, com as músicas "Beatriz" e "Música Panfletária". Foi
lançado em uma edição limitada a 300 cópias pelo seu próprio selo, a Kid
Vinil Records.
Kid Vinil foi responsável por produzir o primeiro disco, através da gravadora
Trama, da violeira Helena Meirelles, reconhecida mundialmente por seu
talento como tocadora da denominada viola caipira (às vezes denominada
simplesmente viola). Além dela, Kid Vinil também produziu em 1998 o
álbum Com Defeito de Fabricação, de Tom Zé. Este lançado anteriormente
nos Estados Unidos pelo músico David Byrne (ex-Talking Heads), em uma
visita ao Rio de Janeiro. Kid Vinil dizia que um belo dia encontrou-se com
Tom Zé no sinal e, numa conversa rápida, este lhe comentou que estava
tendo dificuldades em encontrar uma gravadora no Brasil que lançasse este
mesmo disco por aqui. Kid Vinil prontamente procurou o pessoal da
gravadora Trama, na qual tratou de lançar este, que seria eleito um dos dez
melhores álbuns do ano pelo The New York Times. Kid Vinil faleceu em São
Paulo, em 19 de maio de 2017.
Liminha
Arnaldo Saccomani
Em 2014 foi anunciado como jurado do novo reality show do SBT, Esse
Artista Sou Eu, comandado por Márcio Ballas. Em 2016 participou como
jurado no programa de televisão da RedeTV! João Kléber Show. Em 2017
acabou fazendo parte do elenco do quadro de provas de gincana "Malucos
Molhados", do programa de televisão Domingo Legal do SBT. Miranda veio a
falecer em 22 de março de 2018, em São Paulo
Esse foi um dos meus favoritos, até mesmo porque tinham poucas opções
na TV. O Programa Sábado Som foi produzido e apresentado pelo jornalista
Nelson Motta na Rede Globo. Teve início em abril de 1974 quando exibiu,
completo e pela primeira vez no Brasil, o show "Live At Pompei" do Pink
Floyd, um show antológico gravado nas ruínas de Pompéia. Nos meses em
que esteve no ar, Sábado Som exibiu vários tapes de artistas e bandas de
rock dos anos 70, que faziam apresentações nos programas das TVs dos
Estados Unidos (Don Kirschner's Rock Concert, In Concert e Midnight
Special) e da Inglaterra (Old Grey Whistle Test e Top Of The Pops) ou
quando se apresentavam em concertos em estádios.
Artistas e grupos como The Who, Sparks, Triumvirat, Status Quo, David
Bowie, Greenslade e tantos outros fizeram a festa dos jovens daquela
época, que grudavam seus olhos na TV em todos os sábados às 16h, para
assistirem seus ídolos que faziam sucesso naquela época. Inesquecível a
apresentação do concerto California Jam com Emerson Lake and Palmer,
Deep Purple, Black Sabbath e Black Oak Arkansas. Em 1975, a Rede Globo
deixou de exibir Sábado Som, substituindo-o por um seriado com Keir
Dullea (Star Lost). Mas, em 1976, a emissora voltava a presentear seus
jovens telespectadores com a exibição de Rock Concert.
Bruno Blois
Bruno Blois – Fundada em 1957 pelo empresário Bruno Blois, era uma das
maiores lojas de vinil do centro de São Paulo. Além de discos, também
vendia aparelhos de som e assessórios, câmeras fotográficas e até
videogame (vendiam Atari e seus jogos) e computadores (os primeiros
modelos de computadores pessoais que eram novidade no início da década
de 80). Essa era daquelas lojas que tinham cabines para escutar o disco
antes de comprar. Cresceu tanto que tinha 4 lojas de rua. A principal ficava
na 24 de Maio, as outras 3 ficavam na D. José de Barros (também no centro
e pertinho da 24), na Pamplona (Jardins) e na Barão do Triunfo (Brooklin).
Chegaram a abrir uma loja no Shopping Morumbi e uma no Center Norte.
Mas, infelizmente muitas lojas não resistiram aos tempos modernos e a
Bruno Blois foi uma delas. As dívidas resultavam em praticamente 4x o
faturamento e no início de 1996 entraram com pedido de concordata.
Eric Discos
A loja foi fundada pelo inglês Eric Crauford, que veio para São Paulo em
1972, tendo fundado a Eric Discos na Rua Artur de Azevedo, 1813, em
Pinheiros, onde permanece até os dias de hoje. O espaço já recebeu visitas
ilustres como o DJ Fatboy Slim e é especializado em preciosidades do rock,
mas também é freqüentada por fãs de outros gêneros, como a mpb e a
bossa nova. Quem organiza as mais de 40 000 "bolachas" é o próprio Eric
Hi Fi
A loja foi fundada no ano de 1956 em São Paulo. Maior e mais antiga loja
de São Paulo (Rua Augusta), por Hélcio Serrano. Por ser comissário de
bordo na época, ele aproveitava a oportunidade para trazer ao Brasil álbuns
de artistas das paradas internacionais. Inclusive, foi o responsável pela
comercialização do primeiro álbum dos Beatles no Brasil. Ao ouvir a banda
pela primeira vez, entrou em contato com a Odeon Records (fazia parte da
EMI) para que os lançassem aqui. Como a gravadora não manifestou
interesse pela dica do empreendedor, Hélcio decidiu resolver o problema
sozinho: trouxe o álbum dos EUA para que pudesse vender em sua loja. A
loja fez muito sucesso e era freqüentada por grandes nomes da música
brasileira, escritores etc. Entre eles Chico Buarque de Holanda, Elis Regina,
Raul Cortez, Loyola Brandão...Até mesmo as rádios o procuravam para
comprar discos que ainda não tinham mas queriam promover. A Hi Fi
fechou em 2002 ainda no auge. Seu proprietário resolveu se aposentar e
declarou á época que "estava cansado e cheio da música ruim que a maior
parte do público de hoje aprecia. Destacou ainda: "Os tempos são outros e
as gravadoras no geral só visam o lucro e não mais a qualidade, portanto
prefiro sair de cena para descansar e aproveitar mais a vida".
Locomotiva Discos
Museu do Disco
Com mais de 40 anos de História, a loja Museu do Disco já teve várias filiais
em São Paulo. Hoke está localizada na região central de São Paulo, Rua
Quintino Bocaiúva, 274. A loja é o lugar para os apaixonados por música e
cinema.
Music House
Foi fundada em 1979, sendo uma das lojas mais antigas da Galeria do Rock
e na ativa. Possui um acervo muito grande de CD´s. Hoje já não tem a
mesma variedade de Vinil.
Ventania Discos
Desde 2018 atendendo somente via Internet, a Ventania Discos foi lançada
no ano de 1985 em São Paulo (Rua 24 de Maio, 188, Loja 113/115/117) por
Alcides Campos Filho. Conta com mais de 100 mil discos de variados
gêneros e tem como especialidade a comercialização de discos raros...
Woodstock Discos
Wop Bop
Organizado por Antônio Alaerte e Rubens Alves, esse evento foi anunciado
como a versão brasileira do lendário Festival de Woodstock, mas conforme
relatos da imprensa foi um desastre. Foi realizado em fevereiro de 1971 em
Três Praias, Guarapari, Espírito Santo. Cerca de duzentos jornalistas
compareceram a Guarapari para a cobertura do festival e não encontraram
nenhuma infraestrutura em termos de recursos tecnológicos na cidade, que
não contava com nenhuma agência telegráfica e nem linha telefônica local;
todas as chamadas eram feitas através de Vitória, e ainda assim com
grande dificuldade.Às vésperas do início do festival os organizadores ainda
não tinham conseguido o mínimo em equipamento sonoro necessário. Não
contaram com os vários patrocinadores procurados e sequer do auxílio
oficial. O equipamento foi conseguido apenas um dia antes das
apresentações começarem, e mesmo assim somente após um acordo com a
firma fornecedora.
O nome oficial desse evento foi "Colher de Chá – Concerto de Rock Brasil” e
foi um dos primeiros festivais de rock do Brasil ao ar livre. Também
apelidado de “Woodstock Pé-Vermelho”, aconteceu no dia 11 de fevereiro
de 1973 na zona rural de Cambé (PR). Contou com bandas importantes da
época como Mutantes, Joelho de Porco, o portenho Tony Osanah e a banda
psicodélica Escaladácida. Também se apresentaram no festival bandas de
Joinville ( Banana Tree), Curitiba (A Semente) e da região (Os Vultos e Os
Bárbaro). Entre os organizadores estavam Paulo Cesar Troiano, radialista e
promotor cultural conhecido como Paulão Rock `n Roll, Claudio Coimbra,
Wilson Vidotto, o Bidu, realizador (em 1969) do 1.o Festival da Canção de
Cambé, que revelou a cantora Neuzza Pinheiro, e Carlos Alberto Cavali,
baterista da banda Os Bárbaros.
Carbono 14 (Bixiga)
O Carbono 14 iniciou suas atividades em 1982, na Rua 13 de Maio, 363, no
Bixiga. Era uma espécie de centro cultural multimídia. O que mais
celebrizou o Carbono foram as sessões de vídeo com gravações de shows
de novas bandas inglesas. Era um prédio de quatro andares nos quais
tinham uma serraria (fechada durante a noite); uma sala de cinema para 35
mm, outra sala para 16 e Super 8 ,uma sala de vídeo onde eram exibidos
filmes raros e vídeos de shows de rock de bandas estrangeiras como The
Smiths, Bauhaus, Cabaret Voltaire e The Cramps; um sala de jogos com
fliperama, três bares, uma pista de dança e palco onde se apresentavam
alguns dos principais nomes do rock brasileiro da década de 1980 tais como
Ira!, Mercenárias, Smack, Nau, Cabine C, Violeta de Outono, Akira S e As
Garotas Que Erraram e Voluntários da Pátria. Além dos shows de música e
exibição de filmes e vídeos, ocorriam também espetáculos de dança tal
como: Ismael Ivo, vernissages de artes plásticas, teatro e performances...
Aeroanta (Pinheiros)
Fábrica da Pompéia
Em plena atividade, o Café Piu Piu fica na Rua Treze de Maio, 134 e foi
inaugurado em 1983. Segundo seus administradores a fórmula do Café Piu
Piu é simples: oferecer diversidade musical e cultura. Prova disso é que
passam pelo palco bandas dos mais diversos ritmos. Tem como grandes
atrações excelentes apresentações com as melhores bandas cover´s, desde
Pink Floyd a Deep Purple...
Ficava na Oscar Freire, 720 (Galeria Femina) na região dos jardins. Além de
punk rock, também tocava grooves americanos, do hip hop e da house
music, que logo cederam espaço para a EBM (Electronic Body Music) e new
beat. No pequeno palco de apenas três metros de largura por dois de
comprimento, os oito integrantes da formação original dos Titãs se
acotovelavam para tocar "Sonífera Ilha", o primeiro hit. O Rose intercalava
o som das picapes com apresentações ao vivo de bandas como Titãs,
Ultrage a Rigor, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Ratos de Porão,
Inocentes, Cólera, As Mercenárias, Plebe Rude, Engenheiros do Hawaii.
Eram duas ou três entradas de meia hora por noite, sempre encerradas com
o providencial café da manhã servido para os últimos combatentes, pouco
antes de a danceteria fechar. O fundador da casa, Ângelo Leuzzi, faleceu de
infarto em abril de 2020.
Latitude 3001 (23 de Maio)
Uma casa sombria, na verdade uma garagem com um grande palco onde
apresentavam-se bandas de rock. Ficava na Rua Marques de Itu, 392 e foi
onde os grupos de Brasília tocaram em SP pela primeira vez, como a
legendária Legião Urbana. Lá também se apresentavam as bandas punks da
periferia, como os Inocentes e os Ratos de Porão. O local era freqüentado
por todas as tribos, dos new waves aos punks, passando pelos topetes dos
rockabilly e reggae.
A Led Slay foi fundada como uma equipe de som em 1972. Em 1981 se
instalou na Avenida Celso Garcia, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo,
onde fez história tocando muito rock pesado. Grandes bandas, como
KREATOR, GRAVE DIGGER, DARK AVENGER, TUATHA DE DANANN etc., já
tocaram na Led Slay. Além de muito underground no som mecânico. Foram
mais de 40 anos sempre atraindo grande público de rockeiro
California Dreams (Santana)