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& AFINS
Ano 3 - Número 27 - Julho 2016
www.teclaseafins.com.br
Jordan
Rudess
O ídolo do prog metal
E mais
Programação e uso de presets
Dr. John : o mestre do blues
Acordes diminutos e suas funções
O acesso às amostras no Kontakt
“O Bêbado e a Equlibrista” e “Besame”
em arranjos exclusivos
& AFINS
Ano 3 - N° 27 - Julho 2016
Quem faz nossa revista
Publisher são nossos colaboradores!
Nilton Corazza Sem eles, não é possível
publisher@teclaseafins.com.br
transmitir a você, todos
Gerente Financeiro os meses, a quantidade
Regina Sobral de informação que
financeiro@teclaseafins.com.br
levamos. E isso ocorre
Editor e jornalista responsável porque cada um deles
Nilton Corazza (MTb 43.958) tem uma especialidade,
um conhecimento, uma
Colaboraram nesta edição:
Alex Saba, Alexandre Porto, Edwaldo Venturieri, preferência. Nosso trabalho
Eneias Bittencourt, Fabio Rineiro, Jobert Gaigher, é o de organizar todos esses interesses de forma que nossa
Maurício Pedrosa, Rosana Giosa, Turi Collura e revista traga variedade e profundidade, de forma clara e
Wagner Cappia
bem ilustrada. E a busca por cada vez mais qualidade nos
Diagramação faz alterar, editar, orientar e sugerir. Poder oferecer pautas
Sergio Coletti atrativas e notícias interessantes, além de entrevistas com
arte@teclaseafins.com.br grandes tecladistas, pianistas e organistas - muitas vezes
Foto da capa exclusivas - valem cada minuto de pesquisa e trabalho.
Divulgação Essa equipe merece nossos aplausos e agradecimentos.
E temos a certeza de que grande parte de nossos leitores
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reconhece esse esforço. Prova disso foi o público presente
no I Festival Teclas & Afins- EM&T que realizamos no mês
Contato de junho em São Paulo, reunindo importantes tecladistas
contato@teclaseafins.com.br com o apoio das marcas mais importantes de nosso
Sugestões de pauta mercado. Se você é de São Paulo e não foi, perdeu! Mas,
redacao@teclaseafins.com.br se você não é, não fique triste. Muitas novidades vêm por
aí. Por falar em novidades, não podemos deixar de citar
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Blue Note Consultoria e Comunicação
nosso entrevistado desta edição. Jordan Rudess, além
www.bluenotecomunicacao.com.br de grande instrumentista, é apaixonado por tecnologia
e ávido por oferecer novidades, seja em termos musicais,
Os artigos e materiais assinados são de responsabilidade
de seus autores. É permitida a reprodução dos conteúdos por meio de sua empresa de desenvolvimento de
publicados aqui desde que fonte e autores sejam citados e o aplicativos ou como consultor. O tecladista, pouco
material seja enviado para nossos arquivos. A revista não se
responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios publicados. antes de sua chegada ao Brasil, atendeu nosso repórter
especial, o músico Fabio Ribeiro, com muita simpatia. O
papo rolou solto e agradável e os melhores momentos
você lê aqui. Boa leitura!
Nilton Corazza
Rua Nossa Senhora da Saúde, 287/34
Publisher
Jardim Previdência - São Paulo - SP
CEP 04159-000
Telefone:
4 / JUNHo 2016+55 (11) 3807-0626 teclas & afins
VOCE EM TECLAS E AFINS 6 NESTA EDIÇÃO
O espaço exclusivo dos leitores
49 alma de blues
INTERFACE 8 Dr. John
As notícias mais quentes do Por Maurício Pedrosa
universo das teclas
52 harmonia e improvisacao
Vitrine 16 Acordes diminutos e suas funções
Novidades do mercado Por Turi Collura
sintese 38 64 kontakt
Programação X Presets Acessando amostras
Por Jobert Gaigher Por Edwaldo Venturieri
© Felipe Scappatura
Assinatura
Gosto muito do material de vocês, sempre acompanho
as revistas. Gostaria de saber como fazer para assinar e receber a
revista física e não virtual. (Marcelo Messias Rocha, por e-mail)
R.: Prezado Marcelo, Teclas & Afins é uma revista digital, que toma vantagem de todas as
possibilidades que a internet proporciona. Por conta disso, não há versão física. Assinando
a publicação, você pode baixá-la e ler em seu dispositivo ou imprimir se achar conveniente.
RECORDE
O pianista cearense Felipe Adjafre, de
34 anos, conseguiu quebrar o recorde
nacional de concerto de piano mais longo
QUEBRADO
da história, em Fortaleza. Tocando 13 horas
consecutivas, ele superou em uma hora o
recorde do curitibano Cláudio Maksoud.
Agora, o músico aguarda validação do Rank
Brasil. A preparação foi intensa, com dieta
balanceada e estratégias para diminuir a
quantidade de líquidos. Segundo o pianista
cearense, que começou a estudar música
aos 9 anos de idade, o recorde foi uma
forma encontrada de popularizar o piano
no Estado e desmistificar a ideia “erudita”
do instrumento. “Desde que comecei, vi a
dificuldade de acesso a esse instrumento.
Sempre tentei criar projetos para colocar o
piano em evidência”, afirma.
Parabéns a você
De 19 de outubro a 11 de dezembro,
Chick Corea celebrará a maior festa de
aniversário de todos os tempos. O pianista
- que completou 75 anos em 12 de junho -
dará continuidade à tradição que criou de
comemorar em alto estilo, com concertos
e apresentações. Corea iniciou essa prática,
em 2001, ao completar 60 anos e repetiu o
feito dez anos depois. Na primeira, foram
três semanas de festa e, na segunda, um mês.
Desta vez, o músico celebrará com um time
de estrelas no epicentro do jazz no universo,
o Blue Note Jazz Club, em Nova York, que
receberá a The Chick Corea Elektric Band
(Chick Corea, Eric Marienthal, Frank Gambale,
John Patitucci e Dave Weckl) e, em seguida,
o show For Miles, com participação de Kenny
Garrett, Wallace Roney, Mike Stern, Marcus
Miller e Brian Blade. Entre outros nomes
que se apresentarão com o tecladista estão
Steve Gadd, Eddie Gomez, Gary Burton, Ravi
Coltrane, Avishai Cohen, Lenny White, John
McLaughlin e Victor Wooten, além da The
Trondheim Jazz Orchestra.
Remove Silence
R.I.P.
Bernie Worrell, tecladista das bandas
Parliament-Funkadelic e Talking Heads, e
homenageado pelo Rock and Roll Hall of
Fame, faleceu no fim de junho após uma
árdua batalha contra o câncer. Apelidado
de “Wizard of Woo,” Worrell é reconhecido
por imprimir ao funk seu som futurista.
Além de seu trabalho com o Parliament-
Funkadelic e o Talking Heads, Worrell
lançou cinco álbuns solo. “É uma enorme
perda, disse George Clinton. “O mundo
da música nunca mais será o mesmo. A
influência e a contribuição de Bernie ,
não apenas para o funk mas também para
o rock e o Hip Hop - será para sempre
sentida”. Bernie Worrell tinha 72 anos.
CARIOCA
Em recital durante o mês de
julho, o premiado pianista
Daniel Sanches lança seu
primeiro CD solo, que faz
homenagem à cidade do
Rio de Janeiro. O pianista
gravou peças que fazem parte
de sua memória auditiva e
afetiva, como composições
de Ernesto Nazareth, Alberto
Nepomuceno, Edino Krieger,
Eli Joory e Ronaldo Miranda.
“Todos os compositores que
estão no disco tiveram parte
de sua trajetória no Rio e este
foi o ponto principal durante a
concepção do CD”, explica.
12 / julho 2016
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Na pont
18 / JULHo 2016 teclas & afins
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ta dos pés
teclas & afins JULHo 2016 / 19
RAIO X
menor ação deles, reduzindo o volume 181, dentro da dinâmica “pp”, o compositor
sonoro. A modificação na qualidade do escreveu “una corda”, ou seja, com a
timbre, contudo, não é a mesma obtida utilização do pedal esquerdo do piano.
nos instrumentos de cauda. Curiosamente, o último acorde desse
Ao que parece, o “una corda” foi movimento contém a marcação ambígua
uma invenção do próprio Cristofori, de “ppp” (extremamente delicado) e, ao
desenvolvida posteriormente, que mesmo tempo, “tutte le corde”, ou seja,
ocasionava uma modificação no timbre sem a utilização desse mesmo pedal.
maior do que a dos pianos modernos. “No Beethoven quer que o intérprete toque
final do Adagio da Sonata Hammerklavier, esse acorde do modo mais sutil possível,
Opus 106, composta entre 1817 e o ano sem usar o recurso que facilitaria essa
seguinte, por Beethoven, no compasso ação”, exemplifica Vieira. “Para mim
torna-se claro que o pedal esquerdo dos como ele trabalha. Em muitos modelos
fortepianos da época modificava o timbre de qualidade inferior, o pedal esquerdo
do instrumento de modo significativo funciona de forma idêntica ao pedal de
e não era isso o que queria o grande sustain, mas apenas na região grave do
compositor”, conclui. teclado e deve-se prestar atenção na
O terceiro pedal existente nos pianos, hora da compra de um instrumento com
situado no meio dos outros dois, possui esse recurso.
funções bem diferenciadas dependendo Nos modelos verticais, o uso mais comum
do instrumento. Nos modelos topo de do terceiro pedal é o de abafamento. Seu
linha - mais notadamente os de cauda acionamento resulta na colocação de
e, raramente, nos verticais -, possui uma manta de feltro ou espuma entre os
a função de “pedal tonal”, também martelos e as cordas, diminuindo a ação
chamado “sostenuto”. O resultado do deles. Isso causa um forte amortecimento
acionamento dele é similar ao do pedal de na sonoridade. Dotado de uma trava,
sustain, mas age, apenas, sobre as teclas é utilizado para o estudo, pois evita o
que estejam abaixadas no momento provável incômodo causado pela repetição
em que é pressionado. Esse complexo excessiva de passagens e exercícios aos
mecanismo permite que algumas notas ouvintes compulsórios. Seu uso, porém,
sejam prolongadas enquanto outras não acarreta na distorção do timbre, já pouco
sofram qualquer alteração. Dependendo audível, e, conseqüentemente, na falta
da marca e do modelo do instrumento, de controle da sonoridade por parte do
porém, podem existir alterações na forma pianista.
Fazioli F308: o quarto pedal permite reduzir o volume sem modificar o timbre
Utilização
A utilização dos pedais do piano é a regra.
Não os utilizar, a exceção. O uso, no entanto,
deve ser analisado e parcimonioso, de
acordo com o caráter da obra e a época em
que ela foi composta. “Considero uma boa
estratégia utilizar o pedal direito sempre
com muita discrição no repertório que
abrange toda a produção para teclado até
o final do classicismo vienense e a primeira
fase criativa de Beethoven”, ensina Vieira.
E isso ocorre por conta, principalmente,
da evolução que o uso dos pedais sofreu
juntamente à maior exploração das
capacidades do instrumento. A modificação
da linguagem musical, portanto, foi fator
determinante para que o uso dos pedais
fosse incrementado e os compositores
tirassem proveito de suas possibilidades
interpretativas. “Em uma sonata de
TECLADOS E
Mozart, não se mobilizam os mesmos
recursos de pedal, por exemplo, que em SINTETIZADORES
uma rapsódia de Liszt”, diz o pianista. No Pianos digitais, sintetizadores e
entanto, um mesmo compositor pode arranjadores também fazem uso de
exigir o uso diferenciado de pedais em suas pedais para auxiliar a interpretação do
obras. “Pode-se citar o caso de Johannes músico. O mais comum é a utilização do
Brahms, cujo delicado Capricho Opus 76 sustain. Em alguns modelos, esse recurso
nº 2 requer o emprego mínimo do pedal simula o decaimento produzido pela ação
direito, ao passo que o Capricho Opus 116 dele em um piano, em que a sonoridade
nº 3 é impensável sem uma pedalização esmaece aos poucos até acabar, mesmo
exuberante”, pondera o professor. Para na utilização de timbres como cordas ou
conceber uma pedalização correta e órgãos. Em outros, sua ação faz que o
consciente, portanto, é importante que o som continue indefinidamente, até que
pianista leve em consideração elementos o pedal seja liberado, como se as teclas
como a estética vigente à época de criação continuassem pressionadas. Alguns
da obra, os recursos que o instrumento equipamentos, para evitar isso, fazem
possuía e, principalmente, as anotações distinção entre o “sustain” e o “damper”.
originais grafadas pelos compositores,
mesmo que sejam passíveis de eventuais soar”, ensina Vieira. Compositores como
adaptações aos instrumentos modernos. Frédéric Chopin e Franz Liszt, inclusive,
“Ao anotar suas idéias de pedalização, mantiveram estreito relacionamento
os autores deixaram pistas importantes com os fabricantes de pianos da época,
de como determinado trecho deveria sugerindo modificações, melhorias e
Jordan Rudess:
© Jorge Rosenberg
pensamento tecnológico
o ídolo do
28 / julho 2016 teclas & afins
Jordan Rudess
prog metal
teclas & afins julho 2016 / 29
Jordan Rudess
Jordan Rudess não foge do estereótipo dos exceção do setup do tecladista, ele e
grandes tecladistas. De formação erudita Morgenstein ficaram improvisando até que
- iniciou os estudos aos 9 anos de idade o sistema se reestabelecesse, apresentando
na Juilliard School of Music – começou uma química poucas vezes vistas entre um
a se interessar por sintetizadores e rock tecladista e um baterista. Rudess ainda
progressivo durante a adolescência. Apesar participou do Liquid Tension Experiment,
dos conselhos de seus pais e professores, que tinha como membros John Petrucci
afastou-se do erudito tentando carreira e Mike Portnoy, o baixista Tony Levin
como tecladista de rock e, após dedicar-se (King Crimson) e o vocalista Peter Gabriel,
a vários projetos durante a década de 1980, gravando dois álbuns.
chamou a atenção depois do lançamento Desde 1999, Jordan Rudess é tecladista do
de Listen, álbum solo de 1993. Depois de Dream Theater, uma das mais cultuadas
ser aclamado pela crítica, duas bandas se bandas de prog metal de todos os
interessaram em ter o jovem músico como tempos. Entre muitos projetos paralelos,
seu membro: The Dixie Dregs e Dream o tecladista dedica-se à educação musical
Theater. Rudess escolheu a primeira, pois pela web, fornecendo vídeo e lições em seu
não trabalharia full-time com o grupo. Conservatory Online e fundou sua empresa
Pouco depois, o músico formou um power de tecnologia, a Wizdom Music, que
duo com o baterista Rod Morgenstein - o desenvolveu aplicativos premiados como
Rudess/Morgenstein Project ou RMP – MorphWiz, SampleWiz, Geo Synthesizer,
inspirado por um incidente ocorrido em SpaceWiz, SketchWiz, Tachyon e EarWiz.
um show do The Dixie Dregs: durante Além disso, assumiu o cargo de Diretor de
uma queda de energia que fez que todos Experiência Musical da Roli Labs, empresa
os equipamentos do se desligassem, com criadora do Seaboard.
Conversamos com Jordan Rudess pouco treinar seus dedos para que toquem
antes dos shows que fez no Brasil a música que está na sua cabeça. Para
-apresentando, com o Dream Theater, o mim, estudar música clássica foi a chave,
álbum The Astonishing - e falamos sobre pois meu treinamento foi muito focado
música, tecnologia e o papel do tecladista. e disciplinado. Tive alguns dos melhores
professores de piano do século, que me
Sua formação técnica é clássica. Até instruíram a entender a importância de
que ponto isso é fundamental para um conseguir tocar com meus dedos o que
tecladista, principalmente de prog metal? está na minha mente. E, se você pretende
Bem, eu acredito que quanto mais variada ser um músico de progressivo, você deve
a formação inicial de um músico, melhor. estar aberto a diversos estilos diferentes.
Uma coisa importante a se saber sobre É a fusão desses estilos que, na verdade,
teclados - e que, infelizmente, muita gente tornam esse tipo de música “progressiva”.
nova não compreende - é que tocar teclado
é uma atividade muito física, como um The Astonishing é um álbum épico. Há nesse
esporte. Para tocar música em um teclado, conceito influências do rock progressivo
seus dedos precisam funcionar, precisam da década de 1970 e da música clássica?
estar aptos a obedecer instruções do seu Absolutamente! The Astonishing é um
cérebro. Isso requer treinamento. Então, o álbum com tantas influências! Para suportar
mais importante, desconsiderando o estilo com consistência a história extremamente
musical no qual você está interessado, é detalhada que havia sido escrita, tivemos
participar de alguma atividade que possa que abordar diversos tipos de música,
como os estilos clássicos, dixieland, metal, E estamos tocando o álbum ao vivo! Tudo
progressivo clássico, música em estilo tem que estar em condições perfeitas, a
“Teatros da Broadway”... Foram realmente música, a sincronia com os eventos visuais.
muitas influências absorvidas. É um show que exige muito para que
possamos apresentá-lo da maneira que
Quais os grandes desafios em executar pretendemos.
The Astonishing ao vivo?
Um dos grandes desafios para mim, como Você tem utilizado muita tecnologia,
tecladista, é que inicio e finalizo muitas das diferentes instrumentos, suportes para
músicas em sincronia com muitos eventos teclados e aplicativos musicais para o
no palco. Uma vez que começo a tocar, o sistema iOS, muitos deles criados por
foco é tremendo para administrar tudo você mesmo. Por que essa busca por
aquilo, musicalmente e tecnologicamente. diferentes maneiras de criar sonoridades
Outra coisa sobre estar em um grupo, e utilizá-las? Você acha que os sons que
especialmente em uma banda como o um tecladista usa tornam-se parte de sua
Dream Theater, é que todos são músicos personalidade musical?
excelentes, então você tem quase que Sempre fui apaixonado por instrumentos
uma responsabilidade de encontrar uma musicais e tecnologia. A tecnologia permite
maneira de se destacar, fazer o seu melhor. que os músicos se expressem de forma
NA REDE
KORG.COM.BR
SINTESE POR Jobert Gaigher
Programação X Presets
O uso de patches de memória acabou criando uma nova
geração de tecladistas que passaram a se preocupar menos
com a compreensão do processo de construção do som e
acabaram se tornando escravos dos sons prontos
Telharmonium: criado em 1897 pelo norte-americano Thaddeus Cahill a partir de microfones de telefones
EMMS: recriação fiel do sistema mais amplamente ouvido no mundo, o Moog Modular de Keith Emerson
apresentava como uma nova ferramenta complexas e filtros são utilizados para
para fazer música, uma nova concepção moldar essas ondas, subtraindo certas
de instrumento musical, imediatamente frequências e harmônicos. Finalmente o
amada por muitos e odiada por tantos sinal é enviado ao amplificador. O timbre
outros, como toda novidade impactante. final é o resultado desse processo.
O sistema modular revolucionário e Mesmo passadas mais de quatro décadas
inovador de Moog consiste de um desde o lançamento dos primeiros
número de diferentes módulos de sintetizadores Moog, existe ainda hoje,
circuitos controlados por tensão elétrica infelizmente, uma quantidade considerável
capazes de gerar ou manipular sons. Esses de tecladistas - alguns profissionais,
módulos eram montados em um armário que inclusive utilizam sintetizadores em
e conectados em um único teclado. A seus trabalhos - que entra em pânico
popularização desse tipo de instrumento ao ouvir palavras como osciladores,
aconteceria a partir da década de 1970, filtros, LFO, ADSR, síntese subtrativa,
com a invenção do Minimoog, que foi vozes, FM, Wavetable, sample, e todas
concebido para incluir as partes mais as terminologias utilizadas no cotidiano
importantes de um sintetizador modular desse instrumento. Mesmo depois de
em um pacote compacto e mais acessível. tantos anos, a síntese continua sendo um
O Minimoog acabou estabelecendo tabu. Por isso, é necessária uma pequena
um padrão que se tornaria a base explanação sobre o funcionamento básico
dos sintetizadores contemporâneos. dos sintetizadores analógicos.
Diferentemente do telarmônio, o Minimoog
e todos os sintetizadores analógicos são O funcionamento
sintetizadores subtrativos. Na síntese Nos sintetizadores analógicos
subtrativa, assim como o nome diz - ao encontraremos osciladores totalmente
contrário da síntese aditiva - osciladores analógicos, ou seja, controlados
e geradores de ruído produzem ondas unicamente por tensão elétrica. Por
isso, também recebem o nome de VCO – tensão, que recebem o nome de VCA -
Voltage Controlled Oscillator. Em resumo, Voltage Controlled Amplifier. É na seção
o oscilador é o principal gerador do som. do amplificador que se encontram os
É o oscilador que gera o sinal básico envelopes, abreviados como EG, ENV
nesse tipo de sintetizador, ou seja, sem ou simplesmente ADSR (acrônimo para:
osciladores, um sintetizador subtrativo Attack, Decay, Sustain, Release). São
não produz nenhum som. Em sua grande utilizados para controlar o nível do sinal
maioria, os sintetizadores oferecem mais ao longo do tempo, fornecendo controles
de um oscilador, que produzem formas de de nível para o ataque, decaimento,
ondas ricas em harmônicos. As ondas mais sustentação e repouso.
comuns são a senoidal (ou sine wave), a Além de oscilador, filtro e amplificador, há
quadrada (ou square wave), a de dente- também outros componentes que atuam
de-serra (ou sawtooth wave) e a em forma na síntese do som e que estão presentes
de triângulo (ou triangle wave). quase que na totalidade dos sintetizadores
Em seguida, entra em ação o filtro, que existentes. Há, por exemplo, um tipo
nos analógicos também é controlado especial de oscilador que funciona em
por tensão, recebendo o nome de VCF baixas frequências, abaixo do limite da
– Voltage Controlled Filter. Um filtro é audição do ser humano (menos de 20
utilizado para remover frequências da Hz) denominado LFO (oscilador de baixa
forma de onda original, de modo a alterar frequência). Embora inaudível, é utilizado
o sinal básico e, por consequência, o para criar pulsações, vibrato, vibração,
timbre, filtrando (removendo) porções do chorus etc, no som audível. O LFO pode,
espectro de frequência. Existem inúmeros por exemplo, modular o oscilador principal
tipos de filtro, mas podemos dizer que os (VCO), para criar pulsações ou vibrato, ou
mais comum são: Low Pass (LPF), High-Pass o amplificador (VCA), para criar um efeito
(HPF), Cut-Off, Response e Resonance. de trêmolo.
Por último, como o nome já denuncia,
o amplificador é o componente que E os presets?
amplifica o sinal e é usado para ajustar Um dos pontos fundamentais que permitiu
o sinal filtrado. Os sintetizadores o sucesso de modelos de sintetizadores foi
analógicos possuem amplificadores a facilidade de salvar a programação em
totalmente analógicos, controlados por patches de memória. Isso tornou possível
Max
A D S
Amplitude
R
0
ATTACK DECAY SUSTAIN RELEASE
Tempo
Nota pressionada Nota solta
não apenas armazenar os sons criados para um patch de memória. Por outro lado,
utilização futura, mas alternar entre os sons essa invenção acabou criando uma nova
programados com apenas um toque. Não geração de tecladistas um tanto quanto
era mais uma questão de experimentalismo. preguiçosa. Por encontrarem os sons
Os tecladistas e programadores agora prontos em patches que vinham de fábrica,
passavam horas, e até dias, ajustando passaram a se preocupar menos com a
cuidadosamente os controles em busca de compreensão do processo de construção
um timbre perfeito, e quando encontravam, do som e acabaram se tornando escravos
bastava salvar a posição dos controles em dos presets.
Jobert Gaigher
Músico, compositor, educador musical, produtor cultural, blogueiro e consultor de marketing para os mercados de
áudio e música, é especialista da linha NORD no Brasil desde 2008. Entre os anos de 2001 a 2003 foi gerente técnico
da Quanta Service, e então mudou-se para Londres, participando de várias gravações em estúdio e performances ao
vivo em festivais e eventos no Reino Unido, Espanha e Itália. Em 2008 retornou ao Brasil, quando idealizou e passou
a coordenar o Sistema e-SOM para a Quanta Educacional, sistema multimídia para aulas de educação musical que
foi pré-qualificado pelo MEC e incluso no Guia Nacional de Tecnologias Educacionais. www.jobert.info
Rick Wakeman:
caldeirão de influências
44 / julho
junho 2016
2014 teclas & afins
livre pensar
das escalas naturais, mas tocados com uma a seguirem o seu consagrado caminho.
rapidez que podem impressionar ouvintes Ganha a indústria fonográfica, perde a
leigos. No fim das contas, o resultado foi um música. Talvez, se Rick não tivesse parado
completo desperdício de idéias musicais até seus estudos pianísticos, sua obra fosse mais
interessantes. madura, fazendo desenvolver mais e melhor
Nos trabalhos solos seguintes a estratégia sua música. Com isso, o rock progressivo
é a mesma, porém, com idéias musicais já poderia ter durado mais tempo e ser, ainda
muito menos interessantes. Até o terceiro hoje, objeto de atenção por parte do meio
solo (Mitos e Lendas de Rei Arthur), musical, como acontece com o jazz-fusion
Rick buscava ideias e concepções bem- atualmente, até hoje tema para festivais de
intencionadas, como gravar com orquestras, grande audiência. Mas a ambição venceu a
porém, sempre desperdiçando o que poderia arte, e como um Patrick Moraz sozinho não
ser um trabalho muito mais vigoroso. Mas faz verão, o rock progressivo morreu pelos
o tecladista parecia não se preocupar com excessos como o de Rick Wakeman: excesso
isso. No lugar de primar pela música, Rick de glacê, excesso de estrelismo, excesso de
continuava prezando pela sua imagem e ambição, e falta, muita falta de conteúdo
pela boa vendagem de seus discos. musical. Cinqüenta e cinco anos: hora de se
Hoje, com seus 55 anos, Rick aposta na aposentar, Rick...”
continuidade da saga da família Wakeman, O que você acha? Concorda ou discorda?
incentivando seus filhos também tecladistas Escreva dando sua opinião.
46 / julho
junho 2016
2014 teclas & afins
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alma de blues POR mauricio pedrosa
Dr. John
Apesar de não ser muito conhecido antes dos anos 70,
Dr. John estava na ativa desde a década de 1950, quando
era conhecido como Mac Rebennack
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Mauricio Pedrosa
Tecladista, vocalista, compositor e produtor. Foi integrante das principais bandas do cenário do rock
brasileiro, como Ursa Maior, Made in Brazil, Walter Franco e Rita Lee & Tutti-Frutti. Nos anos 80 emplacou
um sucesso nacional - “Só Delírio” - com a banda de pop rock Telex. Acompanhou artistas internacionais
como Pepeu Gomes, Mathew Robinson, Lil’ Ray Neal, Charlie Love, Tom Hunter, Nuno Mindelis, entre
outros. Em 2001, participou do Festival Internacional de Jazz de Montreal.
www.reverbnation.com/mauriciopedrosa
Acordes diminutos e
suas funções Parte II
Vamos avançar nos estudos iniciados na edição anterior
de Teclas & Afins sobre os acordes diminutos e suas
funções, um dos tópicos mais buscados pelos estudantes
de harmonia
Obs.: Sugiro, antes de mais nada, que você assista ao vídeo para, em seguida,
fazermos as considerações e os exemplos pertinentes.
No exemplo acima, o acorde diminuto aparece com 7M. O si natural representa uma
tensão do acorde.
Na maioria das circunstâncias em que aparecem tais alterações (b13 ou 7M), essas se
encontram na melodia.
O caso de “Corcovado”
Os primeiros acordes da música “Corcovado”, de Tom Jobim, apresentam um clichê
interessante que envolve tensões nos acordes diminutos. Ali, encontramos os acordes
Abº(b13) e, pouco depois, o acorde Fº(7M). Podemos observar que os dois acordes são
compostos pelas mesmas notas. O acorde bVIº tem função cromática, enquanto o acorde
IVº possui função auxiliar. Vejamos:
Com isso, analisamos as possíveis funções dos acordes diminutos. Convido você para
conhecer o Curso Online de Harmonia Aplicada à Música Popular que ministro no site
www.terradamusica.com.br. A Aula 1 é gratuita! Até a próxima!
Turi Collura
Pianista, compositor, atua como educador musical e palestrante em instituições e festivais de música pelo
Brasil. Autor dos métodos “Rítmica e Levadas Brasileiras Para o Piano” e “Piano Bossa Nova”, tem se dedicado
ao estudo do piano brasileiro. É autor, também, do método “Improvisação: práticas criativas para a composição
melódica”, publicado pela Irmãos Vitale. Em 2012, seu CD autoral “Interferências” foi publicado no Japão. Seu
segundo CD faz uma releitura moderna de algumas composições do sambista Noel Rosa. Entre outras atividades,
Turi é Coordenador Pedagógico do site www.terradamusica.com.br onde ministra os cursos online de “Piano
Blues & Boogie”, “Improvisação e Composição Melódica”, “Harmonia Aplicada à Música Popular” e “Linguagem
e Percepção Musical”.
www.turicollura.com - www.terradamusica.com.br
“Besame”
Canção de Flávio Venturini com referências ao tradicional e
clássico tango-bolero “Besame Mucho”
“Besame”, na voz de Jane Duboc, tem em sua gravação um arranjo muito rico e criativo
que faz referências ao famoso tango-bolero “Besame mucho” (música e letra composta
em 1940 pela mexicana Consuelo Velasquez), uma das canções mais gravadas e
traduzidas do idioma espanhol no século passado.
Citar referências pode ser um bonito recurso e, neste caso, o arranjo foi propositalmente
transcrito para o piano como exemplo de associação a outro tema que possua elementos
semelhantes em sua essência. Ouça a gravação original e, depois, a transcrição para o
piano e perceba como pode ficar interessante.
O arranjo
Tema: difícil dividir este tema em partes A, B ou C. Note que ele se desenvolve de
maneira muito encadeada e, por isso, foi nomeado apenas de “tema”. No início, ele é
acompanhado de arpejos com alguns acordes na direita dando apoio rítmico, o que dá
uma ideia de um ritmo “abolerado”. Já no compasso 17, novamente o padrão do tango
reaparece, intercalando e preparando o trecho mais forte do compasso 31, em que a
letra diz repetidamente “besame”.
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Rosana Giosa
Pianista de formação popular e erudita, vive uma intensa relação com a música dividindo seu trabalho entre
apresentações, composições, aulas e publicações para piano popular. Pela sua Editora Som&Arte lançou três
segmentos de livros: Iniciação para piano 1, 2 e 3; Método de Arranjo para Piano Popular 1, 2 e 3; e Repertório para
Piano Popular 1, 2 e 3. Com seu TriOficial e outros músicos convidados lançou o CD Casa Amarela, com composições
autorais. É professora de piano há vários anos e desse trabalho resultou a gravação de nove CDs com seus alunos: três
CDs coletivos com a participação de músicos profissionais e seis CDs-solo.
Contato: rosana@editorasomearte.com.br
“O Bêbado e a
Equilibrista” Parte I
Nesta edição, começaremos a partilhar um arranjo para
acordeon solo de um dos maiores clássicos do século
passado, “O Bêbado e a Equilibrista, de João Bosco e Aldir
Blanc, imortalizado por Elis Regina
“O Bêbado e a Equilibrista”
Arranjo: Eneias Bittencourt João Bosco / Aldir Blanc
Eneias Bittencourt
Gaúcho, é escritor e editor de material didático e luthier de acordeon. Atuou como músico profissional,
arranjador e produtor musical. Dedica-se a desenvolver soluções didáticas e técnicas para acordeon. Em
2007 lançou seu primeiro livro, “Acordeon sem Limites”, que dá início à retomada da produção didática
para acordeon no Brasil, então estagnada por mais de 20 anos. É proprietário do primeiro site dedicado
a aulas online para acordeon no Brasil.
www.aprendacordeon.com.br - leandroeneiasbittencourt@hotmail.com
Acessando amostras
O módulo Source é responsável por controlar a reprodução
de samples por group no Kontakt, ou seja, para cada grupo
de samples podemos ter uma configuração diferente
Figura 1 Figura 2
reproduzir as amostras apenas quando a Vale lembrar que nossos arquivos de áudio
mensagem MIDI note-off é recebida, ou preferivelmente devem estar no formato
seja, quando soltamos a nota do teclado. proprietário do Kontakt, “.ncw”. Ao salvar
Em alguns sons de órgão, existe um clique nosso instrumento, basta marcar a opção
que é característico desse instrumento e compress samples (A, Figura 2).
que só é audível quando soltamos a tecla Aguardo sugestões para juntos
que estamos tocando. Por meio desse conhecermos um pouco mais sobre o
recurso, podemos facilmente simular esse Kontakt. Bons sons!
efeito. Ao ativar a função Release Trigger
(F), temos acesso à opção note mono (G),
que, como o nome diz, não permite que
esse efeito seja polifônico, ou seja, apenas
uma amostra é reproduzida por vez. HQI
(H) é uma interpolação de alta qualidade, Edwaldo Venturieri
utilizada apenas quando tocamos uma Pianista, tecladista, graduado
em música pela Universidade
amostra na nota diferente de seu original, Federal de Minas Gerais.
ou seja, que foi transportada e teve sua Graduado também em Ciência
afinação alterada para ser reproduzida. da Computação, sendo servidor
Standard, High e Perfect são as opções, público concursado em Belém
do Pará, daí a paixão pela
onde Perfect é a que utiliza mais recursos informática.
de processamento da CPU. venturieri@hotmail.com
24 horas no ar
Crise?
Estamos em crise. Fato! O país atravessa um período
complicado, que atinge uma boa parcela da população
economicamente ativa, mas “crise” passa a ter um
significado mais abrangente do que simplesmente um
“puxa, estamos ferrados!”
Sou dono de uma empresa detentora deixei escapar a minha capacidade de ser
de algumas marcas. Uma banda, um empresário.
conservatório e um estúdio, entre outros Para um músico entender o que é ser
projetos. Estamos em crise! Quem me empreendedor é relativamente fácil: ideias,
conhece - ou acha que me conhece -, projetos, planejamento, criatividade a flor
olhando a empresa do ponto de vista da pele etc. Mas o que é ser empresário?
externo, tem a nítida impressão de que Na música ou em qualquer outra área,
estamos bem. E estamos. Mas não tanto ser empresário é olhar para o seu projeto
quanto gostaríamos ou poderíamos. e o encarar como um negócio 100% do
O músico é, em maior ou menor tempo. É cuidar dos números, da conta,
intensidade, um empreendedor nato. Ele do fundo de reserva, da capacidade de
tem que ser um empreendedor, senão investimentos, da contabilidade, do
nunca terá destaque. Se ele não buscar estoque, impostos etc. Quando comecei
inovação, oportunidades, exposição e a entender que a minha força criativa,
fixar sua bandeira no alto da montanha
todos os dias, ele não terá uma carreira
sustentável por muito tempo. O músico
é um exemplo de empreendedor por
obrigação, se assim o podemos definir.
E, como o palhaço de circo, não importa
a tempestade que está caindo no seu
mundo, o público quer sorrir.
Às vezes, tenho a impressão de estar à
frente de muitos projetos, mas, ao mesmo
tempo, nenhum deles parece estar indo
para a mesma direção, ou para a direção que
eu entendo que deveria. E essa sensação
me perseguiu por um bom tempo, até que
me deparei com uma palavra que sempre
fez parte do meu vocabulário, mas como
músico ainda não a tinha internalizado. Eu
era (e ainda sou) um empreendedor, mas
natural, para ter ideias legais não era com isso, está no caminho errado. Sendo
suficiente para que aquilo se tornasse uma dono de escola, vejo constantemente os
realidade permanente, meu mundo caiu. alunos reclamarem do tal “tec”, “tec”, “tec”...
Todo mundo já teve uma ideia para um o metrônomo! E nos deparamos com a
show incrível, que muita gente curtiu e missão de demonstrar como esse aparelho
achou genial. Mas, para colocar a ideia no é importante na formação de um músico.
palco, a coisa deixa de ser tão glamourosa. Certa vez, o renomado baterista Maurício
Inclusive para os companheiros que agora, Leite disse algo como “se você considera
esbarrando nas dificuldades tangentes o estudo com metrônomo uma perda de
àquela ideia, já não a acham tão genial tempo ou algo chato e desnecessário,
assim. E muitas vezes deixam o projeto de procure outra atividade na vida..”. Ele é a
lado e partem para uma nova ideia “genial”. base de um estudo sério que será útil e
utilizado em toda a sua vida profissional.
O que falta? Não é chato. Faz parte da construção da
Falta tratar o assunto de forma empresarial. sua formação. Não existe “chato” naquilo
Tornar realidade. E só se conhece a realidade que você faz por amor. Se houver, significa
encarando não somente os benefícios que que isso ainda não é exatamente o que
aquilo pode trazer, mas, principalmente, você ama fazer.
enfrentando tudo o que pode dar de errado Empreenda, mas seja também um
em sua ideia: quanto vai custar e como empresário e conheça cada detalhe da sua
se vai pagar; quais as implicações e quais ideia. Com isso, seus pés não sairão do chão
cuidados legais devem ser tomados; qual e o seu sucesso terá muito mais chances
impacto sobre os demais investimentos da de acontecer. A crise? Está presente para
empresa sua ideia pode causar; quanto de nos mostrar o quanto somos capazes de
imposto será pago; qual a viabilidade legal superar dificuldades e trabalhar com o
da empresa em executar tal ação; e muitas disponível, mas nem sempre o necessário.
outras coisas. A crise vai passar, e seus projetos precisam
Tudo tem seu lado “chato”. Se você concorda estar prontos para sobreviverem a ela.
Wagner Cappia
Iniciou seus estudos em piano clássico em 1982, com formação pelo Conservatório Dramático Musical
de São Paulo. É sócio-diretor do Conservatório Ever Dream (Instituto Musical Ever Dream), tecladista,
compositor e arranjador da banda Eve Desire e sócio-proprietário e responsável técnico do estúdio
YourTrack. Músico envolvido na cena metal, procura misturas de estilos que vão desde sua origem natural
na música erudita até a música contemporânea, mesclando elementos clássicos e de ambiente em suas
composições. Especialista em tecnologia musical, performance ao vivo para tecladistas, coaching para
bandas, professor de piano, teclado e áudio.
www.cappia.com.br - www.evedesire.com - www.institutomusicaleverdream.com