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A MISSA

“Tudo quanto se acha nos ofícios da Igreja, nos seus objetos e ornamentos, está cheio de sinais e
mistérios e transborda de doçura celeste, contanto que haja quem reflita atentamente. ”
Durandus

1. INTRODUÇÃO
1.1 Natureza da Liturgia
1.2 Definição nominal. A palavra Liturgia significava:
 Na antiguidade, uma função profana, pública, não remunerada. Ex.: a função de juiz, de
festeiro de jogos públicos, de diretor de teatro, de armador de navios.
A palavra Liturgia deriva-se de leiton= do povo; e érgon= a obra, o ministério; e denota qualquer
ministério exercido em nome ou em favor da comunidade;

 Em o Novo Testamento, um encargo público, embora profano, na comunidade religiosa. Ex.:


o cuidado dos pobres na cristandade de Corinto
 Uma função pública sacra da Igreja: a pregação da palavra divina, as orações dos clérigos,
principalmente o sacrifício;
 O sacrifício do Novo Testamento. A missa é chamada Liturgia.
Hoje, àquilo que na raiz melhor se traduzia como uma ação em favor do povo, podemos resumir
como a ação de um povo, reunido na fé, em comunhão com toda a Igreja, para celebrar o MISTÉRIO
PASCAL (= Morte e ressurreição de Cristo, presente na Assembleia, oferecendo-se ao Pai como um
culto perfeito).
1.3 Manifestação litúrgica
A Liturgia se expressa nos Sacramentos, Ano Litúrgico, Liturgia das Horas, Exéquias, bênçãos e
Sacramentais (objetos e orações) e, de modo mais perfeito, na Sagrada Liturgia da Missa.
1.4 Liturgia geral
“A liturgia é casa de ouro, de perfeita harmonia. Numa casa há inúmeros objetos, que ninguém
considera avulsos, mas pertencentes ao edifício na sua perfeição. Assim, as múltiplas partes da
Liturgia são outros tantos ornamentos da construção total da Liturgia.” (REUS, 1950, p.50)
1.5 Dimensões da Liturgia
Como exercício do sacerdócio de Jesus Cristo, a Liturgia tem duas dimensões fundamentais: a
glorificação de Deus, pois “Dar graças é exigência do coração que se vê assim beneficiado” e a
santificação dos homens. Contudo, ainda é visível na liturgia outras dimensões importantes:
a) Memorial- atualiza os fatos do passado e torna presente as realidades futuras.
b) Súplica e intercessão- a súplica é sobretudo reconhecimento da grandeza de Deus, que nos
socorre pela graça, e não apenas consciência de nossa incapacidade. Pedimos por nós e pelo
mundo.
c) Pedido de perdão- Pedir perdão é oração humilde, sincera e alegre, no encontro com a
misericórdia infinita, que perdoa os muitos pecados a quem muito ama (Lc 7,47; Cl 1,24).
d) Compromisso- A Liturgia, além de uma conversão pessoal, comporta um compromisso social
e) Escatologia- a Liturgia é o antegozo da realidade que aguardamos, vivendo a esperança, pois a
construção da sociedade justa e fraterna é esforço para implantar um sinal do reino definitivo,
no qual já se encontram os nossos Santos.
1.6 O desenvolvimento da Liturgia

“As partes essenciais da missa, a forma essencial dos sacramentos, o Padre-Nosso formam os
elementos da Liturgia divina. (...) O próprio Salvador tinha empregado antigos e novos ritos; pois
tinha preparado a primeira consagração eucarística com o rito da páscoa antiga. Esta ordem
conservou-se nas duas partes da missa: a missa dos catecúmenos e a missa dos fiéis. Na primeira
havia orações e leituras da Sagrada Escritura, na segunda a consagração; divisão esta que se encontra
desde o princípio do cristianismo. (...)” (REUS, p. 37)

1.7 As liturgias orientais


As liturgias orientais podem-se reduzir a dois grupos [...] Jerusalém e Alexandria.
Liturgia antioquena, jacobítica, dos maronitas, armênia, nestoriana, caldeia, síro-malabárica, bizantina
“A liturgia etiópica é o monumento mais antigo de Liturgia fixa. Foi escrita no século terceiro(...)
é atribuída a S. Hipólito(...)” p.40

1.8 As liturgias ocidentais


A liturgia galicana, ambrosiana, moçarábica e algumas outras em fragmentos como a céltica e a
africana.
2. A MISSA PARTE POR PARTE
A Missa atual é um resumo de vestígios litúrgicos dos séculos mais remotos e de lugares mais
diversos. É uma seleção de ricas palavras para o culto público e pessoal de ação de graças a Deus!
“A Missa consta, por assim dizer, de duas partes, a saber: a liturgia da palavra e a liturgia
eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto. De fato, na Missa se
prepara tanto a mesa da Palavra de Deus como a do corpo de Cristo, para ensinar e alimentar os fiéis.”
(IGMR, nº 8). Contudo, para efeitos didáticos, podemos dividi-la em 4 partes:
a) RITOS INICIAIS
b) LITURGIA DA PALAVRA
c) LITURGIA EUCARÍSTICA
d) RITOS DE ENCERRAMENTO

a) RITOS INICIAIS
OBS.: Todo o rito inicial deve ser realizado da cadeira presidencial (Cf. IGMR, n° 86 – 88) e não
do ambão (estante da palavra).
“As partes que precedem a Liturgia da Palavra, isto é, entrada, saudação, ato penitencial, Kyrie, Glória
e coleta, têm o caráter de exórdio, introdução e preparação.
Esses ritos têm por finalidade fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembleia, constituam uma
comunhão e se disponham para ouvir atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a
Eucaristia.” (IGMR, nº 24)
ENTRADA
Ordem de entrada (Cf. IGMR, n° 82)

SAUDAÇÃO DO ALTAR E AO POVO REUNIDO


O ósculo do altar expressa o amor íntimo e ardente de quem procura se aproximar o mais perto
possível do amado. Abrindo os braços e pondo as mãos sobre o altar, o padre abraça Cristo e se apoia
confiante na intercessão dos Santos (= relíquias). Com a saudação o sacerdote anuncia à comunidade
reunida a presença do Senhor. A saudação é inspirada nas Cartas de Paulo (Cf. Rm 16,20b; 1Cor
1,3;16,24)
ATO PENITENCIAL
Com o ato penitencial a comunidade cristã se reconhece pecadora e confessa a própria culpa a Deus e
aos irmãos todos. Clamamos a misericórdia de Deus. Por isso, é conveniente guardar um breve
silêncio sagrado para o exame de consciência, que deve ser verdadeiramente um reconhecimento de
nossos inúmeros pecados.
KYRIE ELEISON
“O Kyrie é o resto de uma ladainha, adotada no decurso do século IV pela Liturgia romana, das
Liturgias orientais. No intuito de abreviar o rito deixaram-se as invocações, de sorte que o Kyrie
tornou-se parte independente. No Ocidente acrescentou-se Christe eleison.” (REUS, 1950, p. 234).
OBS.: Duas formas mais comuns (Cf. MR, página 390 – outras fórmulas)
1ª) Convite a reconhecer os pecados, pausa, Confiteor, absolvição e o Kyrie Eleison.
2ª) Convite a reconhecer os pecados, pausa, canto que obrigatoriamente deve conter o Kyrie Eleison
ou Senhor tende piedade de nós e absolvição.
GLÓRIA (Cf. MR, pág. 398)
“Depois de ter implorado a misericórdia divina no Kyrie, o celebrante, cheio de confiança de tê-la
recebido, levanta a mão jubiloso e entoa o Glória. Dirige-se aos anjos e aos homens com o intuito de
glorificar a misericórdia e benignidade de Deus, que nos enviou tal Redentor, tal Sacerdote, tal
Vítima” (REUS, 1950, p.234). Ter-se-ia introduzido na liturgia por volta do ano 360. Não constitui
uma aclamação trinitária.
“O Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo,
glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro, é cantado pela assembleia dos fiéis ou pelo povo que o
alterna com o grupo de cantores ou pelo próprio grupo de cantores. Se não for cantado, deve ser
recitado por todos, juntos ou alternadamente.
É cantado ou recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e
festas e ainda em celebrações especiais mais solenes.” (Cf. IGMR, n° 31)
Glória a Deus nas Alturas
e Paz na Terra aos homens por Ele amados.
Senhor Deus, Rei dos Céus, Deus Pai, Todo-poderoso,
nós Vos louvamos, nós Vos bendizemos,
nós Vos adoramos, nós Vos glorificamos
nós vos damos graças por Vossa imensa glória.
Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito,
Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai,
Vós que tirais o pecado do mundo,
tende piedade de nós.
Vós que tirais o pecado do mundo,
acolhei a nossa súplica
Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós.
Só Vós sois o Santo. Só Vós o Senhor.
Só Vós o Altíssimo, Jesus Cristo,
com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém!

COLETA
“A oração (coleta) tem o caráter de declaração e petição. É uma declaração, pois exprime os
sentimentos de gratidão pelos benefícios outorgados à Igreja, ou ao santo festejado. É petição, porque
pede novas graças.” (REUS,1950, p. 235)
“O povo unindo-se à súplica do sacerdote e dando-lhe o seu assentimento, faz sua a oração pela
aclamação Amém.” (IGMR, nº32)
b) LITURGIA DA PALAVRA
OBS.: As leituras, salmo e preces devem ser proferidas do ambão. Quando cantado, o salmo
pode ser junto à equipe de cantores.
“A proclamação da Palavra de Deus na celebração comporta reconhecer que é o próprio Cristo que Se
faz presente e Se dirige a nós para ser acolhido. Referindo-se à atitude que se deve adotar tanto em
relação à Eucaristia como à Palavra de Deus, São Jerônimo afirma: “ Lemos as Sagradas escrituras. Eu
penso que o Evangelho é o Corpo de Cristo; penso que as santas Escrituras são o seu ensinamento. E
quando Ele fala em ‘comer a minha carne e beber o meu sangue’ (Jo 6,53), embora estas palavras se
possam entender do Mistério [eucarístico], todavia também a palavra da Escritura, o ensinamento de
Deus, é verdadeiramente o corpo de Cristo e o seu sangue. Quando vamos receber o Mistério
[eucarístico], se cair uma migalha sentimo-nos perdidos. E, quando estamos a escutar a Palavra de
Deus que é carne de Cristo e seu sangue, se nos distrairmos com outra coisa, não incorremos em
grande perigo?” (VD, nº 56)
“A parte principal da Liturgia da Palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos
cânticos que ocorrem entre elas, sendo desenvolvida e concluída pela homilia, a profissão de fé e a
oração universal ou dos fiéis.” (IGMR nº 33)
LEITURAS BÍBLICAS
HOMILIA
É uma parte da liturgia e vivamente recomendada, sendo indispensável para nutrir a vida cristã!
Consiste na explicação ou de algum aspecto das leituras bíblicas ou de um outro texto da Liturgia,
tendo em conta o mistério comemorado sejam as particulares necessidades dos que a escutam.
Distingue-se do Sermão, que é o desenvolvimento metódico de um ponto da Doutrina.
PROFISSÃO DE FÉ (Deve ser rezada da cadeira presidencial)
“O símbolo ou profissão de fé, na celebração da Missa, tem por objetivo levar o povo a dar seu
assentimento e resposta à Palavra de Deus ouvida nas leituras e na homilia, bem como recordar-lhe a
regra da fé antes de iniciar a celebração da Eucaristia” (IGMR nº43)
“ deriva-se da palavra grega symbállo: componho.(...) pelo símbolo, se conhece o amigo de Deus, o
verdadeiro cristão.(...) História: os catecúmenos recebiam o símbolo oralmente algum tempo depois
antes do batismo (traditio) , e deviam rezá-lo no ato do batismo.” (REUS, p. 55)
“ O símbolo deve ser dito pelo sacerdote com o povo aos domingos e solenidades; pode-se também
dizer em celebrações especiais de caráter mais solene.
Quando cantado, deve sê-lo por todo o povo, seja por inteiro, seja alternadamente.” (Cf. IGMR, n° 44)
“O símbolo é dito pelo sacerdote com o povo (cf. n° 44). Às palavras E se encarnou pelo Espírito
Santo, todos se inclinam, mas nas solenidades da Anunciação e do Natal do Senhor todos se
ajoelham.” (Cf. IGMR, n° 98)
Conferir também o que diz o Missal Romano nas páginas 401 e 402.
ORAÇÃO UNIVERSAL
Nessa, o povo, exercendo a sua função sacerdotal, reza por todos os homens e, normalmente, segundo
essa sucessão:
a) - pelas necessidades da Igreja;
b) -pelos poderes públicos e pela salvação de todo o mundo;
c) -pelos que sofrem qualquer dificuldade;
d) -pela comunidade local;
Adicionais: intenções próprias às circunstâncias, pelos falecidos.

c) LITURGIA EUCARÍSTICA
“Na última Ceia, Cristo instituiu o sacrifício e a ceia pascal, que tornam continuamente presente na
Igreja o sacrifício da cruz, quando o sacerdote, representante de Cristo Senhor, realiza aquilo mesmo
que o Senhor fez e entregou aos seus discípulos para que o fizessem em sua memória. ” (IGMR, nº
48). Jesus, de fato, toma o pão e o cálice, rende graças e os dá aos seus discípulos dizendo: “Tomai,
comei, bebei; isto é o meu corpo; este é o cálice do meu sangue. Fazei isto em memória de mim!
“Por isso a Igreja dispôs toda a celebração da liturgia eucarística em partes que correspondem às
palavras e gestos de Cristo. De fato:
1) na preparação das oferendas levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, aqueles
elementos que Cristo tomou em suas mãos;
2) na oração eucarística rendem-se graças a Deus por toda a obra salvífica, e as oferendas
tornam-se Corpo e Sangue de Cristo;
3) pela fração do mesmo pão manifesta-se a unidade dos fiéis, e pela comunhão recebem o Corpo
e o Sangue do Senhor como os Apóstolos o receberam das mãos do próprio Cristo.” (IGMR,
nº48).
PREPARAÇÃO DAS OFERENDAS
As oferendas que se converterão, pela ação do Espírito Santo em Corpo e Sangue de Cristo são
trazidas ao altar. Mesmo que os fiéis hoje não levem mais seu próprio pão e vinho, o rito conserva seu
valor e significado. Nos dizeres de São Justino, “então trazem pão e um cálice com vinho, ao qual se
adiciona água, e dão-no àquele que preside entre os irmãos”.
“Também são recebidos o dinheiro ou outros donativos oferecidos pelos fiéis para os pobres ou para a
igreja, ou recolhidos no recinto da mesma; serão no entanto colocados em lugar conveniente, fora da
mesa eucarística” (IGMR nº49)
O altar é preparado, o sacerdote recebe a âmbula e, elevando-a um pouco acima do altar, reza em
silêncio: “Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo pão que recebemos de vossa bondade, fruto
da terra e do trabalho do homem, que agora vos apresentamos, e para nós se vai tornar pão da vida”
(Missal Romano p.351)
O sacerdote ou o diácono derrama vinho e um pouco d’água no cálice, rezando em silêncio: “ Pelo
mistério desta água e deste vinho possamos participar da divindade do vosso Filho, que se dignou
assumir a nossa humanidade. ” (Missal Romano p.351).
Em seguida, o sacerdote toma o cálice e, elevando-o um pouco sobre o altar, reza em silêncio: “
Bendito sejais, Senhor, Deus do universo, pelo vinho que recebemos de vossa bondade, fruto da
videira e do trabalho do homem, que agora vos apresentamos e para nós se vai tornar vinho da
salvação. ” (Missal Romano p.352).
Inclinado reza em silêncio: “De coração contrito e humilde sejamos, Senhor, acolhidos por vós; e seja
o nosso sacrifício de tal modo oferecido que vos agrade, Senhor, nosso Deus” (Missal Romano
p.352).
Lava as mãos dizendo em silêncio: “Lavai-me, Senhor, das minhas faltas e purificai-me do meu
pecado”. (Missal Romano p.352).
ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS
ORAÇÃO EUCARÍSTICA
“Inicia-se agora a Oração Eucarística, centro e ápice de toda a celebração, prece de ação de graças e
santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na oração e ação de graças e
o associa à prece que dirige a Deus Pai por Jesus Cristo em nome de toda comunidade. O sentido desta
oração é que toda a assembleia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na
oblação do sacrifício” (IGMR, nº54).
PREFÁCIO
Exprime de modo especial a Ação de Graças! O sacerdote, em nome de todo povo santo, glorifica a
Deus Pai e lhe rende graças por toda a Obra da Salvação ou por algum aspecto em particular, segundo
o dia, a festa, ou o tempo litúrgico. O mais antigo é o da SS. Trindade.
SANTO
Eles clamavam uns para os outros e diziam: Santo, santo, santo é IAHWEH dos Exércitos, a sua glória
enche toda a terra” (Is 6,3). Denomina-se Triságio (=três vezes santo) ou Hino dos Anjos. É um hino
popular, introduzido desde cedo na Liturgia cristã, por volta do século II. Foi sempre o canto dos fiéis.
São Gregório de Nissa (394) nos afirma que no Oriente o povo todo o cantava. Tem letra própria e não
convém ser modificado.
EPICLESE
De Epikaléo (= invocar). Invocação ao Espírito Santo sobre as Oblatas para que se tornem o
verdadeiro Corpo e Sangue de Cristo e sobre a Assembleia para que se torne verdadeiramente o Corpo
de Cristo e a santa comunhão tenha seu pleno efeito.

NARRAÇÃO DA INSTITUIÇÃO E CONSAGRAÇÃO


Mediante as palavras e gestos de Cristo, se realiza o sacrifício que Ele mesmo instituiu na Última
Ceia. No rito da consagração a profunda inclinação de Deus ao homem e a aproximação tão prodigiosa
do homem a Deus são tão maravilhosos acontecimentos que a Igreja os denomina “Mistério da Fé”
(Cf. 1Cor 10,16-17; 11,17-34).
ANAMNESE
Celebrando agora, ó Pai, a memória da nossa redenção...
“ [...]a anamnese, pela qual, cumprindo a ordem recebida do Cristo Senhor através dos Apóstolos, a
Igreja faz a memória do próprio Cristo. Relembrando principalmente a sua bem-aventurada Paixão, a
gloriosa Ressurreição e a Ascensão aos céus. ” (IGMR, nº 55).
OFERECIMENTO
Olhai, com bondade, o sacrifício que destes à vossa Igreja...
No decurso desta memória a Igreja, de modo particular aquela congregada naquele momento e naquele
lugar, oferece ao Pai no Espírito Santo a Vítima imaculada. A Igreja deseja que os fiéis não somente
ofereçam o sacrifício de Jesus, mas também se ofereçam a si mesmos e assim levem para o seu
cotidiano o cumprimento da sua união com Deus e com os irmãos.
INTERCESSÕES
E agora, ó Pai, lembrai-vos...
“Se exprime que a Eucaristia (=ação de graças) é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto
celeste como terrestre, que a oblação é feita por ela e por todos os seus membros vivos e mortos, que
foram chamados a participar da redenção e da salvação obtidas pelo corpo e sangue de Cristo (IGMR,
nº55).
DOXOLOGIA
“1)Origem. Doxologia é o termo composto das palavras gregas doxa (glória) e logos (língua) e
significa qualquer fórmula para glorificar a Deus uno, trino, ou a Deus Padre, ou ao Pai e Filho. Há
muitas na Escritura Sagrada e na Liturgia” (REUS, 1950, p.64).
A doxologia final é confirmada e concluída pela aclamação do povo.
RITOS DA COMUHÃO
“Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo ordem do Senhor, o seu Corpo e
Sangue sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. ” (IGMR, nº
56).
PAI-NOSSO OU ORAÇÃO DO SENHOR
Nela se pede o pão cotidiano, no qual os cristãos sempre viram uma referência ao pão eucarístico.
Implora-se o perdão dos pecados. É a prece dos filhos que vão reunir-se à mesa do Pai! É composto
de três momentos:
1.introdução ou prólogo 2. A oração do Senhor 3. O embolismo (desenvolvimento)

RITO DA PAZ
Implora a paz e a unidade para a Igreja e toda a família humana, exprime mutuamente caridade, antes
de participar do mesmo pão.
FRAÇÃO DO PÃO
“[...] gesto de partir o pão, realizado por Cristo na última Ceia, [...] significa que nós, sendo muitos,
pela comunhão do único Pão da vida, que é o Cristo, formamos um único corpo (1Cor 10,17). ”
(IGMR, nº 56). Os primeiros cristãos chamavam a Missa de “Fração do Pão” e a Hóstia (=vítima) de
Toklasma, o que foi quebrado.
Em seguida, o sacerdote parte o pão sobre a patena e coloca um pedaço no cálice, rezando em silêncio:
esta união do Corpo e do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor nosso, que vamos receber, nos sirva
para a vida eterna!
AGNUS DEI (=CORDEIRO DE DEUS)
Para preencher o tempo, o Papa de origem greco-síria, Sérgio I (687-701) estabeleceu que se cantasse
“Cordeiro de Deus” conforme o Evangelho de João 1,29.
COMUNHÃO
Nos faz partícipes do sacrifício de Jesus deixado à Igreja como banquete pascal. Ao se distribuir a
comunhão cantava-se o salmo 33. Entramos em contato com o divino e somos por Ele fortalecidos e
restaurados para viver santamente nossa vida!

ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO
Tem por finalidade render graças a Deus pela Eucaristia celebrada e nela se pede os frutos da
participação do banquete do Senhor.

d) RITOS FINAIS
É o momento próprio dos avisos e homenagens da Comunidade, se houverem. Pela última vez o padre
se dirige ao povo com a delicada saudação: “ O Senhor esteja convosco! ” Não estivemos tanto com
Cristo como agora! Depois de recebida a bênção, voltamos às atividades louvando e bendizendo o
Senhor com suas boas obras. Participando do banquete do Pão e Vinho e da Palavra, nos tornamos
responsáveis pela construção do Reino de Deus com nosso testemunho e nossas palavras. Missa
também significa missão. O padre oscula o altar e todos saem em procissão.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
1 – Após o ato penitencial NÃO pode faltar de forma alguma o Kyrie Eleison ou Senhor tende piedade
de nós.
2 – As orações do ORDO MISSAE (Glória, Creio, Santo, Pai Nosso e Cordeiro), quando forem
cantadas, NÃO podem ter suas letras modificadas.
(São aceitas apenas as pequenas adaptações feitas e/ou aprovadas pela CNBB).
3 – Ficar atentos aos cânticos escolhidos para a missa e celebração da palavra. Eles devem expressar o
mistério que está sendo celebrado.
4 – O que pode ficar sobre o altar? Uma toalha digna, velas, cruz, alfaias, vasos sagrados, evangeliário
e o missal romano (ou algo que se equipare ao missal).
5 – Após a proclamação do Evangelho o lecionário e o evangeliário devem ser colocados sobre a
credência, pois o ambão será usado para a leitura das preces.
6 – No presbitério deve conter somente três imagens: Cristo Crucificado ao centro, a Virgem Maria de
um lado e o padroeiro da comunidade do outro (se a Virgem Maria for a padroeira, coloca-se do outro
lado a imagem de São José ou de outro santo de devoção da comunidade).
7 – Quando fazer vênias, inclinações profundas ou genuflexões?
Vênias: quando se dizem as três pessoas da Ssma. Trindade juntas, quando se pronuncia o nome da
Virgem Maria e do Santo que se celebra durante a oração eucarística.
Inclinação profunda: na procissão de entrada quando não houver sacrário no presbitério, às palavras
do Creio que se referem à encarnação de Jesus.
Genuflexões: na procissão de entrada quando houver sacrário ativo no presbitério, na consagração do
pão e do vinho e antes da comunhão.
ATENÇÃO: Quem carrega algum objeto litúrgico não faz vênia, inclinação ou genuflexão. Se houver
sacrário no presbitério fazem apenas a vênia. Nas palavras da consagração quem não puder fazer
genuflexão deve fazer inclinação profunda quando o padre se ajoelha.

REFERÊNCIAS
BENTO XVI, Papa. Verbum Domini. Exortação Apostólica pós-sinodal. 2010.
BÍBLIA SAGRADA. 34. ed. São Paulo: Paulinas, 2007.
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Instrução geral do Missal Romano e Introdução ao
Lecionário. Brasília: CNBB, 2008.
REUS, João Batista. Curso de Liturgia. Rio de Janeiro: Vozes, 1952.

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