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Sumário
Apresentação – 3
Epígrafe – 4
O que é Liturgia – 5
O silêncio na liturgia – 13
Ritos Iniciais - 17
Rito Da Palavra - 18
Rito Sacramental - 21
Rito Da Comunhão - 24
Ritos Finais – 25
Ano Litúrgico – 32
Referências Bibliográficas - 48
Apresentação:
Manual de Liturgia
Não tenho como propósito ao apresentar este manual para que ele seja
um instrumento de alienação, ou seja, ao lê-lo você se torne “manualístico”,
“está no manual, é fato e ninguém nega”. É preciso que a Liturgia seja
seguida, que as rubricas do Missal sejam respeitadas, que o Cerimonial dos
Bispos seja levado a sério, mas o principal alvo da Celebração da Liturgia e
no caso dos Cerimoniários, estudar para organizar a Liturgia, não é fazer
de nós loucos e fanáticos, mas sim, criar em nós um Coração Adorador.
Epígrafe
Santo Inácio de Antioquia (†102), bispo e mártir:
1. O que é Liturgia?
A palavra Liturgia (do grego “Laos”, que significa povo e, “ergon”, que significa
obra, trabalho) é algo que se faz. Etimologicamente, e em sentido primitivo, liturgia
significa, pois, serviço do povo, e no vocabulário teológico da Igreja significa sempre
celebração do povo de Deus, louvor que se eleva à Trindade Santa, em assembleia por
Deus mesmo convocada, encontro que, dada a sua natureza e para a sua plena
manifestação eclesial, exige a participação de todos. Portanto, trata-se de uma ação
que é, ao mesmo tempo, humana e divina, terrestre e celeste, temporal, mas voltada
para o Eterno.
Trinitária: Enquanto é obra da Trindade Santa, que gravita em torno desse mistério
insondável, tendo o Pai como fonte e fim e o Filho, como centro e o Espírito Santo
como sopro dinâmico, santificador e animador;
Escatológica: Porque antecipa, no tempo, a Glória futura dos filhos de Deus e a ela se
ordena. “Na Liturgia Terrena, antegozando, participamos da liturgia Celeste, que se
celebra na Jerusalém Celeste à qual peregrino nos encaminhamos” (cf. SC. n. 8)
A Instrução Geral fala apenas de “saber salmodiar e ter boa pronúncia e dicção”,
mas recomenda-se ao salmista cultivar também a espiritualidade bíblica e sálmica,
identificando-se com o autor sagrado nos diferentes gêneros sálmicos. Aqui, é
desejável, pois, a formação bíblica, especialmente aquela ligada à salmodiar.
“Entre os fiéis, exerce sua função litúrgica o grupo dos cantores ou coral. Cabe-lhe
executar as partes que lhe são próprias, conforme os diversos gêneros de cantos, e
promover a ativa participação dos fiéis no canto” (IGMR n. 103). Portanto, trata-se
de verdadeiro ministério, a serviço da Liturgia, pois o canto nela constitui um sinal de
alegria do coração (cf. At. 2,46), e São Paulo aconselha os fiéis, que se reúnem em
assembléia, a cantarem juntos “salmos, hinos e cânticos espirituais” (cf. Cl 3,16).
Também Santo Agostinho já dizia que “Cantar é próprio de quem ama” (cf. Sermão
336), e todos nós conhecemos o provérbio antigo, segundo o qual “Quem canta bem,
reza duas vezes”.
Vê-se, pois, pela Instrução que não é função dos cantores substituir os fiéis na
execução do canto litúrgico, mas favorecer e ajudar a sua participação. Mas isso, às
vezes, não acontece. Muitos cantam sozinhos, em tom exageradamente alto,
dificultando a participação de todos.
Outras vezes são os instrumentos que acabam abafando a voz dos fiéis. Ouve-se a
música, mas não se ouve a mensagem, a letra, e esta é mais importante. Também, às
vezes, canta-se algo que é apenas do gosto dos cantores, sem nenhuma fidelidade ao
Devem ainda os cantores participar vivamente da liturgia, voltados para o altar, não
ficando apenas no exercício ministerial do canto, como que participando da liturgia
apenas quando cantam. Que todos, pois, possam ter uma participação mais plena na
Missa. Para isso sejam colocados de tal forma no espaço da igreja que claramente se
manifeste a sua natureza, isto é, que fazem parte da assembléia dos fiéis, onde
exercem um papel particular (cf. IGMR n. 312). Evitem ainda, entre si, durante a
celebração, conversas desnecessárias, que acabam desviando a atenção do ato
litúrgico;
Conforme a Instrução Geral, “o que se diz do grupo de cantores vale também, com
as devidas ressalvas, para os outros músicos, sobretudo para o organista”. E conclui
dizendo que “mesmo não havendo um grupo de cantores, compete ao cantor dirigir os
diversos cantos, com a devida participação do povo”.
É desejável então, finalmente, que o canto litúrgico tenha nas celebrações o seu
devido apreço, visto ser ele parte integrante das ações litúrgicas, e não mero enfeite
festivo. Daí a necessária percepção da real função do canto na liturgia, isto é, da sua
ministerialidade na celebração. Na prática, muitas vezes, se vê um canto sem tanta
importância litúrgica elaborado, porém, com muito esmero, e outro, de maior
importância, como que não trabalhado devidamente, o que acaba por manifestar
desconhecimento por parte dos responsáveis pela equipe do canto.
Um exemplo para esclarecer o que aqui se diz: pode acontecer que o canto das
oferendas (que é de pouca importância litúrgica, classificado como suplementar) seja
bem trabalhado e executado, o mesmo não acontecendo com o Santo, este como canto
de primeiro grau, e que às vezes nem mesmo é cantado, mas apenas recitado. Fala-se
aqui dos graus de importância do canto na Liturgia, ou seja, da compreensão de sua
graduação.
Sobre o comentarista, devemos dizer que sua função, a serviço dos fiéis, deve
conter breves explicações e exortações, visando dispor a comunidade para uma
participação também mais plena e consciente. Sejam então suas explicações
cuidadosamente preparadas, sóbrias e claras. Deve ele exercer a sua função em lugar
adequado, voltado para a assembléia, uma vez que está a serviço dela, mas não deve
fazê-lo do presbitério e, muito menos, do ambão.
Como sabemos, nos primórdios da Igreja, os dons do pão e do vinho, como também
a ajuda para os mais necessitados, eram trazidos de casa pelos fiéis e apresentados
ao sacerdote neste momento (que nós chamamos de preparação e apresentação das
oferendas, não mais, portanto de ofertório, como se dizia antigamente).
Cada comunidade pode ter aqui a sua criatividade e sua liberdade e, variando,
convidar, por exemplo, pessoas que tenham alguma identificação com o tema celebrado
ou comemorado (dia das mães, dos pais, dos catequistas, das crianças etc.). Os que
fazem a procissão das oferendas sejam instruídos para que, chegando ao altar, façam
inclinação simples, atendendo a orientação da Instrução Geral.
É claro que a equipe de acolhida deve ser constituída por pessoas comunicativas,
respeitosas e alegres. Um grupo de “cara fechada” ou “de rosto sombrio” poria tudo a
perder. Lembremo-nos de que, se a Igreja não sabe acolher os seus membros, muito
menos saberá acolher os de fora (aqui o mundo inteiro) para pregar-lhes o Evangelho
da salvação.
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Não estudaremos aqui a função do Cerimoniário.
Manual de Liturgia - Mysterium Fidei – Mestres de Cerimônias
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incensação. O Canto Inicial não é para acolher o celebrante, mas sim para dar início a
celebração.
Diz a IGMR: “Os gestos e posições do corpo, tanto do sacerdote, do diácono e dos
ministros, como do povo devem contribuir para que toda a celebração resplandeça pelo
decoro e nobre simplicidade...” E ainda: “A posição comum do corpo, que todos os
participantes devem observar, é sinal da unidade dos membros da comunidade cristã,
reunidos para a sagrada Liturgia, pois exprime e estimula os pensamentos e os
sentimentos dos participantes”. Em seguida, a Instrução Geral nos fala das posições,
que são:
Os gestos são importantes na liturgia. Nosso corpo também "fala" através dos
gestos e atitudes. Durante toda a celebração litúrgica nos gesticulamos, expressando
um louvor visível não só a Deus, mas também a todos os homens.
Na prática - é bom observar - nossas assembléias não estão atentas a esse dado
litúrgico, ou não são formadas no seu espírito, porque, quase sempre, vemos
indiferença quanto ao que acima foi dito. De fato, num mesmo momento da
celebração, podemos ver fiéis em diferentes posições: uns de pé, outros assentados e
outros ainda ajoelhados, muitos deles por simples devoção, sem perceberem que estão
em desarmonia com a Igreja celebrante.
5. O silêncio na liturgia
O silêncio na liturgia não é mera ausência de sons ou de vozes.
Não é pausa para descanso na celebração, ou momento de espera e
de passagem de um rito a outro. É, sim, convite para entrar no
coração da liturgia, no cerne do mistério pascal. O silêncio litúrgico
nos coloca disponíveis à ação do Espírito Santo.
Muitos poderiam perguntar por que tratar desse assunto, quando há outros,
aparentemente de maior gravidade e importância. A resposta é simples: tudo o que se
refere a Deus é valioso e oportuno. Além disso, o cuidado com as necessidades
materiais do nosso próximo será mais eficaz quando elas estão vinculadas ao seu
progresso espiritual. Este é um alicerce sólido sobre o qual se possibilita a edificação
de uma obra social duradoura e eficaz.
Louvemos ao Senhor com lábios e também com o coração na Casa de Deus. Esta é
uma eloqüente manifestação de nossa Fé.
3. Rito Sacramental:
A partir desta visão da ação de graças começamos a perceber que a Missa não se
reduz apenas a uma cerimônia realizada nas Igrejas, ao contrário, a celebração da
Eucaristia é a vivência da ação de Deus em nós, sobretudo através da libertação que
Ele nos trouxe em seu Filho Jesus. Cristo é a verdadeira e definitiva libertação e
aliança, levando à plenitude a libertação do povo judeu do Egito e a aliança realizada
aos pés do monte Sinai.
2. A Stª Missa é sacrifício Sacrifício é uma palavra que possui a mesma raiz
grega da palavra sacerdócio, que do latim temos sacer-dos, o dom sagrado. O dom
sagrado do homem é a vida, pois esta vem de Deus. Por natureza o homem é um
sacerdote. Perdeu esta condição por causa do pecado. Sacrifício, então, significa o
que é feito sagrado. O homem torna sua vida sagrada quando reconhece que esta é
dom de Deus. Jesus Cristo faz justamente isso: na condição de homem reconhece-se
como criatura e se entrega totalmente ao Pai, não poupando nem sua própria vida.
Jesus nesse momento está representando toda a humanidade. Através de sua morte
na cruz dá a chance aos homens e às mulheres de novamente orientarem suas vidas ao
Pai assumindo assim sua condição de sacerdotes e sacerdotisas.
Com isso queremos tirar aquela visão negativa de que sacrifício é algo que
representa a morte e a dor. Estas coisas são necessárias dentro do mistério da
salvação, pois só assim o homem pode reconhecer sua fraqueza e sua condição de
criatura.
RITOS INICIAIS
1. Comentário Inicial Este tem por fim introduzir os fiéis ao mistério celebrado.
Sua posição correta seria após a saudação do padre, pois ao nos encontrarmos com
uma pessoa, primeiro a saudamos para depois iniciarmos qualquer atividade com ela.
Por incrível que possa parecer o local mais importante de uma igreja é o altar, pois
ao contrário do que muita gente pensa, as hóstias guardadas no sacrário nunca
poderiam estar ali se não houvesse um altar para consagrá-las.
3. Saudação:
Cabe aqui dizer, que o “Senhor, tende piedade” não pertence necessariamente ao
ato penitencial. Este se dá após a absolvição do padre e é um canto que clama pela
piedade de Deus. Daí ser um erro omiti-lo após o ato penitencial quando este é
cantando.
5. Hino de Louvor Espécie de salmo composto pela Igreja, o glória é uma mistura
de louvor e súplica, em que a assembléia congregada no Espírito Santo, dirige-se ao
Pai e ao Cordeiro. É proclamado nos domingos - exceto os do tempo da quaresma e do
advento - e em celebrações especiais, de caráter mais solene. Pode ser cantado,
desde que mantenha a letra original e na íntegra.
RITO DA PALAVRA
Iniciamos esta parte sentada, numa posição cômoda que facilita a instrução.
Normalmente são feitas três leituras extraídas da Bíblia: em geral um texto do
Antigo Testamento, um texto epistolar do Novo Testamento e um texto do Evangelho
de Jesus Cristo, respectivamente. Isto, porém, não significa que será sempre assim;
às vezes a 1ª leitura cede espaço para um outro texto do Novo Testamento, como o
Apocalipse, e a 2ª leitura, para um texto extraído dos Atos dos Apóstolos; é raro
O leitor deve ler o texto com calma e de forma clara. Por esse motivo, não é
recomendável escolher os leitores poucos instantes antes do início da missa,
principalmente pessoas que não têm o costume de freqüentar aquela comunidade.
Quando isso acontece e o "leitor", na hora da leitura, começa a gaguejar, a cometer
erros de leitura e de português, podemos ter a certeza de que, quando ele disser:
"Palavra do Senhor", a resposta da comunidade, "Graças a Deus", não se referirá aos
frutos rendidos pela leitura, mas sim pelo alívio do término de tamanha catástrofe!
Ora, se a fé vem pelo ouvido, como declara o Apóstolo, certamente o leitor deve
ser uma pessoa preparada para exercer esse ministério; assim, é interessante que a
Equipe de Celebração seja formada, também, por leitores "profissionais", ou seja,
especial e previamente selecionados.
3. Segunda Leitura Da mesma forma como a primeira leitura tem como costume
usar textos do Antigo Testamento, a segunda leitura tem como característica extrair
textos do Novo Testamento, das cartas escritas pelos apóstolos (Paulo, Tiago, Pedro,
João e Judas), mais notadamente as escritas por São Paulo.
Esta leitura tem, portanto, como objetivo, demonstrar o vivo ensinamento dos
Apóstolos dirigido às comunidades cristãs.
A segunda leitura deve ser encerrada de modo idêntico ao da primeira leitura, com
o leitor exclamando: "Palavra do Senhor!" e a comunidade respondendo com: "Graças a
Deus!".
Comprovando este nosso ponto de vista está o fato de que durante o tempo da
Quaresma e do Advento, tempos de preparação para a alegria maior, também a
palavra "Aleluia" não aparece no Canto de Aclamação ao Evangelho.
Da mesma forma como Jesus ensinava com autoridade, após sua ascensão, a Igreja
recebeu a incumbência de pregar a todos os povos e ensinar-lhes a observar tudo
àquilo que Cristo pregou. A autoridade de Cristo foi, portanto, passada à Igreja.
A homilia é obrigatória aos domingos e nas solenidades da Igreja. Nos demais dias,
ela também é recomendável, mas não obrigatória.
Embora existam outros Credos católicos, expressando uma única e mesma verdade
de fé, durante a missa costuma-se a recitar o Símbolo dos Apóstolos, oriundo do séc.
I, ou o Símbolo Niceno-Constantinopolitano, do séc. IV. O primeiro é mais curto, mais
As necessidades da Igreja.
As autoridades públicas.
RITO SACRAMENTAL
É durante a liturgia eucarística que podemos entender a missa como uma ceia, pois
afinal de contas nela podemos enxergar todos os elementos que compõem uma: temos
a mesa - mais propriamente a mesa da Palavra e a mesa do pão. Temos o pão e o
vinho, ou seja, o alimento sólido e líquido presentes em qualquer ceia. Tudo conforme
o espírito da ceia pascal judaica, em que Cristo instituiu a eucaristia.
e) O lavar as mãos Após o sacerdote apresentar as oferendas ele lava suas mãos.
Antigamente, quando as pessoas traziam os elementos da celebração de suas casas,
este gesto tinha caráter utilitário, pois após pegar os produtos do campo era
necessário que lavasse as mãos. Hoje em dia este gesto representa a atitude, por
parte do sacerdote, de tornar-se puro para celebrar dignamente a eucaristia.
2. A Oração Eucarística
RITO DA COMUNHÃO
b) Oração pela paz Uma vez reconciliados em Cristo, pedimos que a paz se
estenda a todas as pessoas, presentes ou não, para que possam viver em plenitude o
mistério de Cristo. Pede-se também a Paz para a Igreja, para que, desse modo,
possa continuar sua missão. Esta oração é rezada somente pelo sacerdote.
RITOS FINAIS
b)Avisos Sem demais delongas, este momento é o oportuno para se dar avisos à
comunidade, bem como para as últimas orientações do presidente da celebração.
5. Símbolo da Graça, o bom odor de Cristo, que d’Ele chega aos fiéis pelo
ministério do Sacerdote;
Se não foi usado o Missal conforme combinado com o Bispo o Missal entra logo no
fim do Glória ou se não for cantado o Glória no fim do Ato Penitencial
Após a proclamação do Evangelho entra o Ambão se for ser usado pelo Bispo ai o
Bispo entrega o Báculo e põe a Mitra se não for usar o Ambão ele provavelmente fará
a homilia com o Báculo então ele só colocara a Mitra, pois o Báculo já estará com ele
Após a homilia o Bispo dará inicio ao rito do Crisma aproxima-se dele o Cerimoniário
com o ritual da iniciação Cristã e o Bispo dará inicio a renovação das promessas
batismais e o Símbolo (Renuncio e Creio)
O Bispo depõe a mitra e de mãos estendidas faz a oração (isso é opcional de cada
Bispo alguns fazem com a Mitra)
Quase no fim dos Crismandos já se prepara os acólitos com o Lavabo para o Bispo um
com o jarro de Água, outro com a bacia e a toalha e outro com o sabonete o limão.
Segue normal todo o resto da Oração até a comunhão; o Bispo tendo saído para
distribuir a comunhão o Acólito responsável pelo Missal já retira tudo do Altar. Missal
acrílico e demais pertences que devem ser retirados do altar
Tendo em vista que o canto da comunhão está terminando entra o Acolito com o
missal com ou sem o Ambão para a oração pós comunhão. O Bispo faz a oração e o
Acólito com o Ambão e o Missal se retira o Bispo se senta para ouvir os Avisos que o
Padre direciona a assembléia após os avisos segue homenagens e também o
Atrás do Altar já se prepara a Procissão de Saída que devera sair na mesma ordem
em que entrou.
Escala
Cerimoniário 3-(Mitrífero)
Cerimoniário 4-(Baculífero)
Objetos
- Lavabo, bacia, sabonete e limão: apenas depois que o Bispo terminar de fazer a
unção com o óleo do crisma
Obs.: A única parte da celebração em que o bispo permanece sem mitra, solidéu e
báculo é desde a oração eucarística até ação de graças, onde ele coloca a solidéu.
A Comunhão foi ministrada nas mãos dos fiéis até o século IX. Por causa de abusos
e profanações, a partir daí a Igreja preferiu ministrar a Comunhão na boca. Depois
do Concílio Vaticano II a prática antiga da Comunhão nas mãos foi restaurada, sob
certas condições. No dia 3 de abril de 1985 a Sagrada Congregação Para o Culto
Divino, publicou a seguinte Notificação:
Protocolo 720/85
A Santa Sé, a partir de 1969, mantendo sempre em toda a Igreja o uso de distribuir
a Comunhão, concede às Conferências Episcopais que o peçam, e em condições
determinadas, a faculdade de distribuir a Comunhão na mão dos fiéis. Esta faculdade
é regida pelas Instruções Memoriale Domini e Immensae Caritatis (29 de maio de
1969, AAS 61, 1969, 541´546; 29/1/1973, AAS 65, 1973; 264´271) assim como
pelo Ritual De Sacra Communione publicado aos 21/6/1973, n.21. Todavia parece útil
chamar a atenção para os seguintes pontos: 1. A Comunhão na mão deve manifestar,
tanto quanto a Comunhão recebida na boca, o respeito para com a real presença de
Cristo na Eucaristia. Por isso será preciso insistir, como faziam os Padres da Igreja,
sobre a nobreza dos gestos dos fiéis. Assim, os recém batizados do fim do século IV
recebiam a norma de estender as duas mãos fazendo “com a esquerda um trono para a
Manual de Liturgia - Mysterium Fidei – Mestres de Cerimônias
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direita, pois esta devia receber o Rei” (5ª Catequese Mistagógica de Jerusalém, n.21;
PG 33, Col. 1125; São João Crisóstomo, homilia 47, PG 63, Col. 898, etc.). 2.
Seguindo ainda os Padres, será preciso insistir sobre o Amém que o fiel diz em
resposta às palavras do ministro: “O Corpo de Cristo”. Este Amém deve ser a
afirmação da fé: “Quando pedes a Comunhão, o sacerdote te diz “O Corpo de Cristo”,
e tu dizes “Amém”, “é isto mesmo”; o que a língua confessa, conserve-o o afeto” (S.
Ambrósio, De Sacramentis 4,25).
3. O fiel que recebe a Eucaristia na mão levá-la-á à boca antes de voltar ao seu
lugar; apenas se afastará, ficando voltado para o altar, a fim de permitir que se
aproxime aquele que o segue.
6. Será preciso previamente ministrar aos fiéis, uma catequese do rito, insistir sobre
os sentimentos de adoração e a atitude de respeito que se exige (cf. Dominicae
coenae n.11). Recomedar-se-lhes-á que cuidem de que não se percam fragmentos de
pão consagrado (cf. Congregação para a Doutrina da Fé, 2/5/1972, prot.n. 89/71,
em Notitiae 1972, p. 227).
8. Ano Litúrgico
Objetivo: Conhecer a formação e a atual
constituição do período ou da unidade onde são
celebrados todos os mistérios cristãos.
O Ano Litúrgico segue uma ordem lógica: encarnação, nascimento de Jesus, seu
ministério, paixão, morte, ressurreição etc. Por meio dele se reflete a ação da
Santíssima Trindade na vida dos homens. Mas há ainda espaço para que se celebre a
colaboração dada ao plano de Deus por parte de tantas criaturas: Maria, José, João
Batista, os apóstolos. Trata-se de uma caminhada catequética, teológica, espiritual,
tendo em vista a parusia ou a liturgia na vida eterna: (Apoc 21-22).
A formação foi lenta, mas contínua. O ponto de partida foi a Páscoa que era
celebrada todos os domingos, isto é, o "primeiro dia da semana": (At 20,7ss.). Uma
vez fixada sua data pascal para celebrá-la com mais solenidade, automaticamente
foram surgindo os dias das festas a ela relacionadas: Ascensão (40 dias após a
ressurreição. At 1,5); Pentecostes (50 dias depois da comemoração pascal - Lev
23, 15-16; At 2, 1ss.). Do mesmo modo foram escolhidos os dias para Ramos,
Última Ceia Paixão e Morte de Jesus. A Quaresma surgiu para dar oportunidade
aos catecúmenos de melhor se prepararem para o batismo, na Páscoa.
Assim acontece com o Ano Litúrgico. Ele volta sempre ao ponto de partida.
Anualmente é apresentado o mesmo mistério; por exemplo, o Natal. Só que cada
vez ele é iluminado diferentemente pelos diversos evangelistas: Ano A = Mateus;
Ano B = Marcos; Ano C = Lucas. João preenche determinados espaços vazios
deixados pelos Sinóticos. Exemplo: só o IV Evangelho fala do Lava-pés, passagem
proclamada na Quinta-feira Santa: Jo 13, 1ss.).
Com isso, em 1991, entre o ciclo natalino e a Quaresma foram colocados cinco
domingos do Tempo Comum. Entre o ciclo pascal e o Advento, os restantes 29
domingos. O mesmo não se dá em 1992, pois a Páscoa está mais perto do Natal do
mesmo ano. Portanto, sobrará mais espaço entre o ciclo do Natal e a Quaresma.
Justamente por esta razão, entre ambos foram colocados oito domingos do Tempo
Comum. Os restantes 26 ficaram entre o ciclo pascal e o Advento.
a) início do Advento e do Ano Litúrgico que não coincide com o ano civil.
Durante quatro semanas (Advento) a Igreja se prepara para o mistério natalício
do Senhor. Tem início o ciclo natalino.
i) Festa de Cristo Rei. Último domingo do Ano Litúrgico. Seria o 34º Domingo
do Tempo Comum. Depois desta solenidade começa outro Ano Litúrgico, começa o
Advento.
Numa leitura apressada e superficial uma Missa é cópia da outra. Não é o que
acontece; cada uma está localizada num determinado ponto do Ano Litúrgico.
Portanto cada uma é portadora de mensagens próprias. Além do mistério pascal
celebrado por todas elas, são enriquecidas pela memória própria da festa, própria
do tempo.
Sendo uma solenidade tão marcante no Ano Litúrgico, é antecedida pelo Advento,
que é o período de preparação. Advento significa chegada. Tudo conclama pela
especial vinda do Senhor: cânticos, orações, leituras. Assim a Igreja se prepara
igualmente para a vinda definitiva de Cristo. Há uma conotação de penitência, no
Advento, pois é como se sentisse ainda a falta de alguém. A cor litúrgica é o roxo.
Ao lado da ausência daquele pelo qual se clama, há uma certeza: ele vem, ele
está cada vez mais próximo, não se espera em vão. Então se faz presente também
um clima de alegria. Por isso é comum o uso do paramento rosa no 3º Domingo do
Advento, também conhecido como Domingo Gaudete = alegrai-vos. Do início do
Advento até o dia 16 de Dezembro, o clima é de preparação remota, enquanto que
a partir do dia 17, respira-se a proximidade do Natal com textos e antífonas
especiais.
Por mistério Cristo se celebra alguém que se tornou o único em nossa vida:
Cristo. No Ano Litúrgico o Senhor é diferentemente celebrado: ora como criança,
ora como alguém torturado e morto na cruz, ora como ressuscitado, ora como
exaltado junto do Pai. Tudo é feito nas diversas solenidades, nos ciclos dos quais se
falou: pascal...
Todavia, o Ano Litúrgico reflete também o que Jesus fez e ensinou. Por exemplo,
o mandamento do amor, o perdão, a preocupação com os sofredores, com os
pecadores.
Por muitos anos e para aliviar o período rigoroso de jejum, passou-se a celebrar
a Vigília Pascal no Sábado Santo pela manhã. Tanto que era conhecido como Sábado
de Aleluia. Reformas litúrgicas restituíram o antigo horário noturno, evocando os
cristãos que passavam a noite em vigília, rezando, cantando, proclamando a Palavra,
iluminados e aquecidos pela fogueira. Até o raiar da aurora, quando celebravam com
júbilo a ressurreição do Senhor.
Com a Páscoa, maior solenidade cristã, tem início o período pascal. São sete
domingos, por sinal, chamados de Páscoa: 2º, 3º Domingo de Páscoa etc. A cor é a
branca. O ciclo pascal, que inclui a Quaresma, termina com a solenidade de
Pentecostes celebrada com paramentos vermelhos. Ascensão e Pentecostes ocupam
os últimos domingos de Páscoa.
A ilustração ao lado em forma de círculo do Ano Litúrgico pode dar uma idéia
mais completa do que se falou até agora.
Por brevidade não se fala de outras festas que enriquecem o Ano Litúrgico, como
as de Nossa Senhora, São José, etc.
"Liturgia é uma ação sagrada, através da qual, com ritos, na Igreja e pela Igreja,
se exerce e prolonga a obra sacerdotal de Cristo, que tem por objetivos a
santificação dos homens e a glorificação de Deus" (SC 7).
Destinados àqueles que querem assumir em plenitude o mistério que Cristo confiou à
sua Igreja, e romper com “tradicionalismos”, este manual, de maneira simples e
objetiva, abordará de um modo geral a liturgia em si, dedicando, a seguir, uma
atenção especial ao rito da missa, que é muito mais que “a festa do Rei Jesus...”
Definição
A Liturgia da Missa
Certa ocasião, numa cidade do interior, o bispo da diocese fora visitar as obras de
construção de uma Igreja. Ele então viu vários operários carregando tijolos de um
lado para outro e resolveu conversar com alguns deles:
E o primeiro responde-lhe:
- Carrego tijolos.
- Estou ajudando a construir uma igreja, aonde as pessoas virão agradecer a Deus
por tudo que ele faz em suas vidas.
Três pessoas, a mesma ação. E para cada uma delas a ação tinha um sentido
diferente. É o mesmo que ocorre com a missa. Para alguns, não há sentido, pois
fazem seus atos sem ter consciência deles. Outros têm uma visão muito individualista
do que fazem, e por fim há os que enxergam o todo da realidade em que participam,
fazendo seus atos terem um sentido total. E nós, em qual grupo nos encaixamos?
Vale a pena ainda lembrar que, ao tornarmos presente o sacrifício de Cristo não
quer dizer que estejamos novamente sacrificando o Cristo. Partindo do princípio que a
“Receita” de Missa
Para realizarmos uma missa precisamos de alguns ingredientes, assim como uma
receita de bolo:
a) A palavra de Deus
b) Altar
Outrora, a missa não possuía este nome, mas era chamada de ceia do Senhor ou
eucaristia. De fato, a missa é uma ceia onde nos encontramos com os irmãos para
juntos alimentarmo-nos do próprio Deus, que se dá em alimento por sua Palavra e pelo
pão e o vinho. E a missa também é eucaristia. O que vem a ser isso?
Quais os seus elementos? Temos antes de tudo um fato maravilhoso, uma bênção,
um benefício, uma graça alcançada, manifestação da bondade de Deus. Depois, a
admiração. O servo inclina-se diante do Senhor. Esta admiração manifesta-se pela
exclamação e aclamação. Ele não faltou à sua bondade e à sua fidelidade. Proclama,
então, o fato, narra o acontecimento, o benefício, a Bênção recebida. Todos estes
elementos encontram-se no contexto da Missa, como vimos no “ Santa Missa Parte-a-
Parte”.
O leigo pode livremente, uma vez que foi escolhido pelo pároco, exercer a função
de Cerimoniário. Quando o Cerimoniário é um leigo deve vestir a batina simples e
sobrepeliz e orientar as cerimônias presididas pelo Bispo ou pelo Padre. Nas Normas
litúrgicas não existem critérios sobre a escolha do Mestre de cerimônias.
Com isso concluímos que o cerimoniário deve executar o que lhe foi confiado com
piedade, paciência e diligencia.
O cerimoniário dever conhecer a sagrada liturgia, sua história e natureza, suas leis
e preceitos. Mas deve ao mesmo tempo ser versado em matéria pastoral (conhecer a
realidade da comunidade local), para saber como devem ser organizadas as
celebrações, quer no sentido de fomentar a participação frutuosa do povo, quer no de
promover o decoro das mesmas. Deve observar as leis das celebrações sagradas, de
acordo com o seu verdadeiro espírito, bem como as legítimas tradições da Igreja
particular (Igreja local – diocese local) que forem de utilidade pastoral.
É ele quem combina com os cantores, coroinhas, ministros, Diáconos e Presidente da
celebração (presbítero ou bispo), tudo o que cada um tem que fazer e a dizer, porém
dentro da celebração, deve agir com discrição” (cerimonial dos Bispos – p. 26). Em
suma, é ele quem cuida para que tudo o que está previsto e prescrito para a
celebração, seja realizado de forma organizada.
Funções
São funções do cerimoniário organizar as procissões sejam elas de entrada de saída,
ou ainda procissões externas à Igreja. Também por e depor as insígnias episcopais
(báculo e mitra), bem como o solidéu. Também segurar a casula do sacerdote
celebrante nas incensações do altar, das oblatas, da cruz, círio pascal e imagens. É
também dever do cerimoniário organizar coroinhas e acólitos. Durante a procissão do
sanctus em direção ao altar, conduz o turiferário, o naveteiro e os ciroferários. E
organiza-os de modo que o turiferário fique ao centro, de um lado o naveteiro e ele
deve ficar do outro. Aos lados destes situam-se os ceroferários.
Veste
O cerimonial dos bispos recomenda que o cerimoniário se
vista com batina e sobrepeliz. Para os cerimoniários
pontifícios oficiais usa-se batina violácea, para os demais
batina
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Missal Romano