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Catequese e Liturgia

Catequese e Liturgia

Resumo: Liturgia não é apenas uma encenação


da vida, paixão, morte e ressurreição de um tal
de Jesus de Nazaré. Liturgia não é cerimônia,
nem folclore muito menos patrimônio cultural
da sociedade.

Introdução

S
empre iniciamos as nossas celebrações com o sinal-da-cruz, pois na Liturgia o
Pai realiza o "mistério de sua vontade" entregando seu Filho bem-amado e seu
Espírito para a salvação do mundo e para a glória de seu nome.

No Egito, na antiguidade, Deus passou no meio do povo e libertou-o. Há dois


mil anos, Deus se fez homem em Jesus Cristo que pregou definitivamente consigo na
cruz todos nossos pecados e nos libertou da morte.Deus passa no meio de nós pela
liturgia. Páscoa significa passagem. Liturgia é Páscoa!

A palavra "liturgia" significa originalmente "obra pública", "serviço da parte do


povo e em favor do povo". Na tradição cristã, ele quer significar que o povo de Deus
torna parte na "obra de Deus". Pela Liturgia, Cristo, nosso redentor e sumo sacerdote,
continua em sua Igreja, com ela e por ela, a obra de nossa redenção.
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Catequese e Liturgia

Catequese e Liturgia: Pilares Máximos da Igreja

L
iturgia e Catequese começam, caminham e
chegam juntas. São duas funções indispensáveis
na busca do mesmo Reino definitivo. Na
Liturgia, entramos em contato e sintonia com o Mistério
Pascal, expressão máxima e razão maior de nossa
peregrinação terrena.

Na Catequese somos levados ao aprendizado da fé madura que nos conduz às


ações litúrgicas, epifanias do sagrado, pois é aqui que recebemos esta fé celebrada na
Liturgia. Esta mesma Catequese é a educação da fé celebrada na Liturgia.Celebrar a
Liturgia sem conhecimentos dos conteúdos da fé é querer fazer o que não se conhece
vagando num amontoado de ritualismos, inseguros rubricismos e utilizar alegorismos
desprovidos de verdades;

Catequese sem a Liturgia pode se tornar apenas um amontoado de


conhecimentos e conceitos alimentando e atingindo somente a razão sinalizando um
racionalismo; liturgia sem catequese pode tocar apenas sentimento sem se saber celebrar
quem e o que; Catequese e Liturgia se encontram e neste encontro acontece a certeza da
busca do mesmo Reino definitivo......................................................................................

Na Liturgia entramos em contato e em sintonia com o Mistério Pascal, expressão


máxima e razão maior de nossa peregrinação terrena. Na Catequese somos levados ao
aprendizado da fé madura que nos conduz às ações litúrgicas, epifanias do sagrado.

Catequese sem Liturgia traz um amontoado de aprendizado aflorando, talvez,


um intelectualismo, que se não for alimentado pela ação da sagrada Liturgia, se perderia
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apenas no mundo do saber, que não é critério para nossas exigências humanas. A
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sabedoria exige ação, exige prática

A Liturgia sem a Catequese, que concentra sua ação na pessoa de Jesus, em suas
palavras e atitudes, na Bíblia Sagrada, na palavra da Igreja e em sua Tradição, nos
documentos em geral do magistério e na vida do povo de Deus, e fez ecoar a maturidade
exigente da fé se tornaria uma concentração de símbolos inexpressivos, trazendo muito
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ritualismo no lugar da ritualidade. A ritualidade conduz-nos à sutileza da celebração do


mistério pascal enquanto o ritualismo escraviza e aliena por estar desprovido da
magnitude do sagrado;........................................................................................................

A Catequese oferece e nos amadurece na fé, a Liturgia celebra esta fé na riqueza


de seus símbolos não deixando acontecer o divórcio entre ambas que estabeleceria um
desastre de grandes proporções;..........................................................................................

Somos uma "IGREJA"

A
Igreja é o novo Povo de Deus. Com ela Jesus
fez a Nova e Eterna Aliança no seu Sangue. A
palavra ''Igreja'' significa Assembléia. É um
Povo reunido na fé, no amor e na esperança pelo chamado
de Jesus Cristo. Os Apóstolos reuniam a comunidade
cristã para ouvir a Palavra de Deus, orar e celebrar a
Eucaristia.

A Missa foi sempre o centro da comunidade e o sinal da unidade, pois é


celebrada por aqueles que receberam o mesmo batismo, vivem a mesma fé e se
alimentam do mesmo Pão. Todos os fiéis formam um só "corpo. São Paulo disse aos
cristãos: "Agora não há mais judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem
nem mulher.Pois todos vós sois UM Só em Cristo Jesus" (GI 3, 28).

Você sabe como é uma grande partida de futebol. Antes do jogo, há


concentração para os atletas e um preparativo psicológico para os torcedores. A
televisão dá notícias da situação histórica das duas equipes: pontos ganhos e pontos
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perdidos, titulares que vão começar jogando e reservas que vão para o banco.
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De repente, as equipes entram em campo. Muitas palmas, rojões, bandeiras se


agita e a emoção toma conta de todos. Começa a partida. Bola na trave, a torcida vibra,
grita, pula. Alguém aproveita o rebote, enche o pé... é gol! Um mar humano se levanta e
delira, agitando as mãos e gritando em coro. O artilheiro dá cambalhotas, cai de joelhos,
jogadores se abraçam. É festa! Uma grande "celebração" num rito solene de alegria
expressado por todos os gestos. Se é fim de campeonato, há sempre alguém
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atravessando o estádio de joelhos com as mãos erguidas para o céu, o povão invadindo o
gramado carregando os heróis.

O homem é corpo e alma. Ha nele uma unidade vital. Por isso ele age com a
alma e com o corpo ao mesmo tempo. O seu olhar, as suas mãos, a sua palavra, o seu
silêncio, o seu gesto... tudo é expressão de sua vida. Quando o jogador consegue mandar
a bola para o fundo da rede e e vibra, pula, abraça, dá cambalhota, ajoelha-se, ergue as
mãos, atira os braços para o alto, saudando a torcida. Por que isso? Não basta que tenha
feito o gol? Não. Ele não está sozinho. O gol é uma vitória que precisa ser comemorada
entusiasticamente com uma espécie de "celebração" coletiva.

Por isso há toda aquela festa e confraternização. E tem uma coisa: o futebol é
algo instável, sem lógica. Hoje ganha, amanhã perde. Ao passo que, na Missa, torcemos
para um Herói que venceu e nunca será derrotado: é Jesus Cristo, morto e ressuscitado,
vencedor da morte e Senhor da Vida. Ele nos disse: "Coragem! Eu venci o mundo" (Jo
16,33).

Na Missa fazemos parte de uma grande "torcida": Assembleia dos filhos de


Deus, que tem como herança o Reino dos céus. Por isso, na Celebração Eucarística, não
podemos ficar isolados, mudos, cada um no seu cantinho. Ou será que há mais razões
para comemorarmos a vitória de um gol do que a Vitória de Cristo Ressuscitado,
presente no meio de nós? A nossa fé, o nosso amor e os nos sentimentos são
manifestados através dos gestos, das palavras, do canto, da posição do corpo e também
do silêncio.
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Esquema ou roteiro da Missa

Monição ambiental de pé
Canto de entrada de pé
Acolhida e saudação de pé
RITOS Ato penitencial de pé
INICIAIS Hino de louvor de pé
Oração da Coleta de pé

Monição para 1 Leitura sentados


Proclamação da 1 Leitura sentados
Salmo Responsorial sentados
LITURGIA Proclamação da 2 Leitura sentados
DA Cant. Acl. Evangelho de pé
PALAVRA Proclamação do de pé
Evangelho
Homilia sentados
Profissão de fé (Creio) de pé
Oração dos fiéis de pé

Cant. E Procissão sentados


Preparação Apresentação do pão e do sentados
vinho
Das Presidente lava as mãos sentados
Oferendas Orai, irmãos! de pé
Oração sobre as oferendas de pé
LITURGIA
EUCARISTICA Prefacio e Santo de pé
Invocação ao Esp. Santo de pé
Narrativa da Ceia de joelhos ou de

Oração Consagração do pão e do de joelhos ou de
vinho pé
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Eucarística Eis o Mistério da fé de pé


Lembrança da Morte e de pé
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Ressureição de Jesus
Oração pela Igreja de pé
Por Cristo de pé

Pai-Nosso e oração de pé
seguinte
Saudação da Paz de pé
Rito da Comunhão Fração do Pão de pé
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Cordeiro de Deus de pé
Felizes os convidados! de pé
Distribuição da Comunhão sentados
Oração após comunhão de pé

Avisos sentados
RITOS FINAIS Bênção Final de pé
Ide em paz! de pé

O Ano litúrgico

P
ara celebrar a vida de Jesus, com suas obras e sua
Mensagem, sua permanência no meio de nós e
seu regresso no fim da História, nós temos o Ano
Litúrgico, que revive anualmente todo o Mistério da
Salvação centrado na Pessoa de Jesus, o Messias o Filho
de Deus.

O Ano Litúrgico é o “Calendario Religioso”. Contém as datas dos


acontecimentos da História da Salvação. Nao coincide com o ano civil, que começa no
dia primeiro de janeiro e termina no dia 31 de dezembro. O Ano Litúrgico começa e
termina quatro semanas antes do Natal. Tem como base as fases da lua. Compõe-se de
dois grandes ciclos: o Natal e a Páscoa. São como dois polos em torno dos quais gira o
Ano Litúrgico.

O Natal tem um tempo de preparação, que é o Advento; e a Pascoa tem também


um tempo de preparação, que é a Quaresma. Ao lado do Natal de da Páscoa está um
período longo, de 34 semanas, chamado de Tempo Comum. O Ano Litúrgico começa
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com o Primeiro Domingo do Advento e termina com o último sábado do Tempo


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Comum, que é na véspera do Primeiro Domingo do Advento. A sequência dos diversos


“tempos” do Ano Litúrgico é a seguinte:
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Advento

C
ompõe-se de quatro semanas.
Começa quatro domingos antes do
Natal e termina no dia 24 de
dezembro. A cor das vestes litúrgicas é roxa.
Não é propriamente um tempo de pnitência,
mas de purificação da vida pela justiça e pela
verdade, preparando os caminhos do Senhor.

Também não é tempo de festa, mas de esperança e alegria moderada, pois arrumamos a
“casa” para receber a mais nobre Visita, anunciada pelos Profetas. As personagens
bíblicas em destaque nas Leituras são: Isaías, João Batista, a Virgem Maria e o Messias.

Natal

C
omeça aos 25 de dezembro e se
prolonga por três domingos. A cor é
branca. Celebra, com grande
alegria, o nascimento de Jesus, que se fez
Homem para nossa Salvação. Nossa atitude é
de gratidão e de glorificação de Deus no mais
alto dos céus. Neste tempo estão também as
festas da Sagrada Família, de Santa Maria Mãe
de Deus, da Epifania e do Batismo de Jesus.

Tempo Comum

C
omeça logo após o batismo de Jesus e se
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interrompe na terça-feira antes da Quarta-


Feira de Cinzas. Depois recomeça na
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segunda-feira após o Pentecostes e vai até o sábado


antes do Primeiro Domingo do Advento. A cor é

verde. Tempo Comum é um período sem grandes acontecimentos. Aí se apresenta a


vida e a pregação de Jesus na rotina do seu dia a dia. É um tempo de esperança e de
acolhimento da Palavra de Deus, que anuncia longamente o Reino dos céus.
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Quaresma

C
omeça na Quarta-Feira de Cinzas e
termina na quarta-feira da Semana
Santa. A cor é roxa. É tempo forte de
conversão e penitência, de jejum e de oração.
Precisamos renunciar ao mal e aderir a Jesus que
carrega sua cruz. É tempo de preparação para a
Páscoa. Compõe-se de cinco semanas. Na
Quaresma não se canta o “glória” e o “Aleluia”,
nem se colocam flores na igreja. Os instrumentos
musicais devem ser moderados: somente para
sustentar o canto.

Páscoa

A
Páscoa começa com o Tríduo Pascal, na
quinta-feira da Semana Santa. O ponto alto
desse trídui é a Ressurreição do Senhor, na
Vigília Pascal. O período pascal dura 50 dias. Vai até a
festa de Pentecostes, que é a vinda do Espírito Santo. A
cor é branca, símbolo da alegria. Devemos ressuscitar
com Cristo.
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Equema do Ano Litúrgico


Início 4 domingos antes do natal
Término 24 de dezembro à tarde
Advento Espiritualidade Esperança e purificação da vida
Ensinamento Anúncio da vinda do Messias
CICLO Cor Roxa
DO
NATAL Início 25 de dezembro
Término Na festa do Batismo de Jesus
Natal Espiritualidade Fé, alegria e acolhimento
Ensinamento O Filho de Deus se fez Homem
Cor Branca

Início Segunda - feira após o Batismo de Jesus


TEMPO Término Véspera da Quarta-Feira de Cinzas
COMUM
Espiritualidade Esperança e escuta da Palavra
Ensinamento Anúncio do Reino de Deus
Cor Verde

Início Quarta-Feira de Cinzas


Término Quarta-feira da Semana Santa
Quaresma Espiritualidade Penitência e conversão
Ensinamento A misericórdia de Deus
CICLO Cor Roxa
DA
PÁSCOA Início Quinta- feira santa (Tríduo Pascal)
Término No Pentecostes
Espiritualidade Alegria em Cristo Ressuscitado
Páscoa
Ensinamento Ressurreição e vida eterna
Cor Branca

Início Segunda- feira após o Pentecoste


TEMPO Término Véspera do Primeiro Domingo do
COMUM Advento
Espiritualidade Vivência do Reino de Deus
Ensinamento Os cristãos são o sinal do Reino
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Cor Verde
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Equema do Ano Litúrgico

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Cores Litúrgicas

A
s diferentes cores das vestes litúrgicas visam manifestar externamente o
caráter dos mistérios celebrados, e também a consciência de uma vida cristã
que progride com o desenrolar do ano litúrgico.

No princípio havia uma certa preferência pelo branco. Não existiam ainda as
chamadas "cores litúrgicas". Estas cores foram fixadas em Roma no século XII. Em
pouco tempo os cristãos do mundo inteiro aderiram a este costume. Veja abaixo as cores
litúrgicas e seus significados:

BRANCO
Usado na Páscoa, no Natal, nas Festas do Senhor, nas Festas de Nossa Senhora e dos
Santos, exceto dos mártires. Simboliza alegria, ressurreição, vitória, pureza e alegria.

ROXO
Usado no Advento e na Quaresma. É símbolo da penitência e da serenidade. Também
pode ser usado nas missas dos defuntos e na confissão.

VERMELHO
Lembra o fogo do Espírito Santo. Por isso é a cor de Pentecostes. Lembra também o
sangue. É a cor dos mártires e da sexta-feira da Paixão.

VERDE
Usa-se nos domingos do Tempo Comum e nos dias da semana. Está ligado ao
crescimento, à esperança.
ROSA
O rosa pode ser usado no 3º domingo do Advento (Gaudete) e 4º domingo da Quaresma
(Laetare).
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