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UNIFUTURO – FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR DO NORDESTE

LÚCIA DE FÁTIMA COSTA OLIVEIRA SANTOS

A IMPORTANCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO DOS ALUNOS

TERESINA-2019
1

LÚCIA DE FÁTIMA COSTA OLIVEIRA SANTOS

A IMPORTANCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO DOS ALUNOS

Trabalho Científico apresentado a UNIFUTURO – Faculdade


de Ensino Superior do Nordeste, para obtenção do grau de
Mestre em Educação.

ORIENTADOR (A): Ma. Francineide Rpcha

TERESINA-2019
2

LÚCIA DE FÁTIMA COSTA OLIVEIRA SANTOS

A IMPORTANCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO DOS ALUNOS

Trabalho Científico apresentado a UNIFUTURO – Faculdade


de Ensino Superior do Nordeste, para obtenção do grau de
Mestre em Educação.

Aprovado em: _______/ _________/ _________

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________
Profº Ma. Francineide Rpcha
Orientador (a)

__________________________________________________
Profº
Examinador (a)

__________________________________________________
Profº
Examinador (a)
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RESUMO

O presente trabalho traz como tema “A importância da leitura na formação dos


alunos”. As dificuldades de aprendizagem é um problema que as escolas enfrentam
devido ao grande número de alunos que não conseguem adquirir o aprendizado da
leitura e da escrita nas séries iniciais e que vão passando de série em série
dificultando ainda mais seus desempenhos. O trabalho apresenta como objetivo
geral: compreender quais as dificuldades de aprendizagem encontradas em sala de
aula. E como objetivos específicos: entender como acontece o ensino-aprendizagem
na sala de aula; entender o que é letramento e alfabetização; conhecer as
dificuldades que os alunos apresentam na aquisição da aprendizagem; compreender
a importância do letramento para o ensino-aprendizagem. O interesse pelo tema em
estudo se deu devido experiências vividas. Diante dessa importância, surge a
seguinte problemática: quais são as dificuldades de aprendizado na leitura em sala
de aula nas escolas de ensino médio? São muitos os motivos pelas quais os alunos
apresentam dificuldades no aprendizado, como por exemplo: falta de atenção, a
troca de palavras ou letras, problemas familiares ou psicológicos, dentre outros. A
metodologia utilizada para a realização desse trabalho foi a pesquisa bibliográfica,
observação sistematizada e com uma abordagem qualitativa de cunho descritivo.
Esse tipo de pesquisa é indispensável para a realização de estudos históricos.
Portanto, a leitura é muito importante, pois objetiva despertar o senso crítico de um
aluno e contribuir para sua formação diante da sociedade.

Palavras-chave: Aprendizagem. Dificuldades. Leitura.


4

ABSTRACT

The present work presents as theme "The importance of reading in the formation of
students". Learning difficulties are a problem that schools face due to the large
number of students who can not acquire reading and writing skills in the initial grades
and who go from one grade to another, making their performance even more difficult.
The main objective of the present study is to understand the difficulties of learning
found in the classroom. And as specific objectives: to understand how teaching-
learning happens in the classroom; understand literacy and literacy; to know the
difficulties that the students present in the acquisition of learning; understand the
importance of literacy for teaching-learning. The interest in the subject under study
was due to lived experiences. Faced with this importance, the following problem
arises: what are the difficulties of learning to read in the classroom in high schools?
There are many reasons why students experience difficulties in learning, such as
lack of attention, exchange of words or letters, family or psychological problems,
among others. The methodology used to perform this work was the bibliographical
research, systematized observation and a descriptive qualitative approach. This type
of research is indispensable for conducting historical studies. Therefore, reading is
very important, because it aims to awaken the critical sense of a student and
contribute to their formation before society.

Keywords: Learning. Difficulties. Reading.


5

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................6
2 ENSINO-APRENDIZAGEM.......................................................................................8
2.1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO......................................................................9
2.2 O LEITOR E O ESCRITOR INICIANTE................................................................12
2.3 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM................16
3 DIFICULDADES NA AQUISIÇÃO DA APRENDIZAGEM........................................18
3.1 PRINCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS NOS ALUNOS NA AQUISIÇÃO
DA APRENDIZAGEM..................................................................................................19
3.2 O PROFESSOR DIANTE DAS DIFICULDADES DOS ALUNOS NA AQUISIÇÃO
DA APRENDIZAGEM..................................................................................................20
3.3 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DIANTE DAS DIFICULDADES................23
4 METODOLOGIA.......................................................................................................29
4.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL PESQUISADO.............................................................29
4.2 ANÁLISE DA PESQUISA......................................................................................30
5 CONCLUSÃO...........................................................................................................33
REFERÊNCIAS...........................................................................................................34
6

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho traz como tema “A importância da leitura na formação


dos alunos”. As dificuldades de aprendizagem é um problema que as escolas
enfrentam devido ao grande número de alunos que não conseguem adquirir o
aprendizado da leitura e da escrita nas séries iniciais e que vão passando de série
em série dificultando ainda mais seus desempenhos.
Esse problema ainda se estende aos dias de hoje. Porém as escolas já estão
despertando para resolver esse problema, onde procuram incentivar os alunos para
a aprendizagem tanto da leitura como da escrita, mostrando sua importância para a
vida em sociedade. São muitos os motivos pelas quais os alunos apresentam
dificuldades no aprendizado, como por exemplo: falta de atenção, a troca de
palavras ou letras, problemas familiares ou psicológicos, dentre outros.
O trabalho apresenta como objetivo geral: compreender quais as dificuldades
de aprendizagem encontradas em sala de aula. E como objetivos específicos:
entender como acontece o ensino-aprendizagem na sala de aula; entender o que é
letramento e alfabetização; conhecer as dificuldades que os alunos apresentam na
aquisição da aprendizagem; compreender a importância do letramento para o
ensino-aprendizagem.
O interesse pelo tema em estudo se deu devido experiências vividas. Diante
dessa importância, surge a seguinte problemática: quais são as dificuldades de
aprendizado na leitura em sala de aula nas escolas de ensino médio?
Para minimizar esse problema de aprendizado, os professores, bem como as
escolas devem trabalhar em conjunto, onde deve utilizar de metodologias que
busque a atenção do aluno, como atividades diferenciadas que faça com que o
aluno se interesse cada vez mais, também é interessante que o mesmo tenha o
apoio e incentivo tanto da escola como da família para que possam adquirir
autonomia diante de suas dificuldades.
A leitura e a escrita são muito importantes, pois objetivam despertar o senso
crítico de um aluno e contribuir para sua formação diante da sociedade. Será através
destes que poderão adquirir conhecimentos.
A metodologia utilizada para a realização desse trabalho foi a pesquisa
bibliográfica, observação sistematizada e com uma abordagem qualitativa de cunho
7

descritivo. Esse tipo de pesquisa é indispensável para a realização de estudos


históricos.
O trabalho está dividido em 2 capítulos: o primeiro abordará sobre o ensino
aprendizagem, discutindo sobre o que é letramento e alfabetização, mostrando a
importância da leitura no processo de ensino-aprendizagem. Já o segundo explorará
sobre as dificuldades de aprendizagem, quais os tipos de dificuldades os alunos
apresentam frente a aquisição de conhecimento; como o professor se comporta
diante desse problema e qual sua intervenção para ajudá-lo e ainda, como a
avaliação pode ajudar no diagnostico dessas dificuldades em sala de aula. E for fim,
apresenta a conclusão, onde foi feito um apanhado geral do assunto, deixando clara
a compreensão pesquisador sobre o tema estudado.
8

2 ENSINO-APRENDIZAGEM

A aprendizagem é como pressuposto teórico, vê o conhecimento como algo


produzido, construído pela ação e pela reflexão do sujeito. Esse sujeito, o aluno, é
alguém que tem experiências, saberes e conhecimentos, normalmente não
ensinados pelo professor, mas construídos por ele e que, diante de novas
informações, se esforça para compreendê-las e assimilá-las.
O conhecimento novo aparece como resultado da ampliação, da
diversificação, e do aprofundamento do conhecimento que ele já tem. É por meio da
ação do sujeito que a informação nova se transforma em conhecimento próprio.
De acordo com Weisz (2002, p.20):

[...] o que move as crianças é o esforço para acreditar que atrás das
coisas que elas têm de aprender existe uma lógica. De certa
maneira, aprender é, para elas, ter de reconstruir suas ideias lógicas
a partir do confronto com a realidade. E é exatamente porque nem
tudo que elas têm de aprender é lógico – ou tem uma lógica que
esteja ao seu alcance imediato – que constroem ideias
aparentemente absurdas, mas que são importantes no processo de
aprendizagem [...].

Nesse processo de construção e efetivação da aprendizagem, é essencial a


troca de conhecimentos, experiências e de informações entre os alunos. A
aprendizagem é desencadeada por situações pelas quais os alunos, interagindo
com outras pessoas, podem levantar hipótese, receber ajuda, refletir. Acreditar na
capacidade de uma criança é fundamental para seu avanço, pois nos leva a
respeitá-las e apoiá-las.
O ensino da leitura e da escrita vem passando por mudanças significativas ao
longo dos anos. Avanços teóricos, novas práticas sociais de comunicação e novas
tecnologias tem impactado também o surgimento e a consolidação de propostas
pedagógicas e materiais didáticos destinados ao ensino-aprendizagem dos alunos.
O ensino-aprendizagem tem como referência os Parâmetros Curriculares
nacionais – PCN, documento que reitera a aprendizagem como aspecto fundamental
para a participação social efetiva do indivíduo. De acordo com esse referencial, ao
se conceber o processo de ensino-aprendizagem no espaço escolar, é necessário
considerar que, em nosso cotidiano, participamos de um conjunto de situações que
implicam em falar, ouvir, escrever e ler. É o que ocorre quando, por exemplo, se lê
9

um livro, assiste-se um filme, faz-se uma prova, etc., são atividades humanas
permeadas e tecidas por práticas de linguagem. Nessas e em tantas outras
atividades, fica evidente que:

A linguagem é uma forma de ação interindividual orientada por uma


finalidade específica; um processo de interlocução que se realiza nas
práticas sociais existentes nos diferentes grupos de uma sociedade,
nos distintos momentos de sua história. Dessa forma se produz
linguagem tanto numa conversa de bar, entre amigos, quanto ao
escrever uma lista de compras, ou ao redigir uma carta – diferentes
práticas sociais das quais se pode participar. (BRASIL, 1997, p. 24)

Propiciar as condições para participar das práticas de produção e


compreensão de textos orais e escritos é o objetivo também do ensino básico, uma
vez que é responsabilidade da escola garantir a todos os alunos acesso aos saberes
linguísticos necessários para o exercício da cidadania.

2.1 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Uma das funções da escola hoje é alfabetizar os alunos em um contexto


letrado, ou seja, um contexto que envolva as práticas sociais de leitura e escrita.
Com essa aprendizagem, os alunos tornam-se usuários da escrita em suas
diferentes funções sociais, mesmo não estando ainda alfabetizados.
A aquisição e estruturação do código escrito devem ser mais enfatizadas nos
dois primeiros anos do Ensino Fundamental. Sendo assim, acredita-se que é muito
importante que as conquistas obtidas pelo aluno nos anos iniciais tenham
continuidade e que ele possa consolidar alguns conhecimentos que começou a
construir.
É na relação com a escrita e com a intervenção dos colegas e do professor
que o conhecimento do sistema da escrita vai sendo construído pelos alunos. Para
se alfabetizar é preciso compreender para que serve a escrita, atribuindo-lhe
significado e percebendo, o que ela representa e como representa.
Nessa perspectiva, a aprendizagem deixa de estar centrada nos processos de
codificação e decodificação do sistema. De acordo com estudos e pesquisas
recentes, “aprender a ler” envolve decifrar o escrito e interpretar e compreender os
textos de diferentes gêneros, e “aprender a escrever” envolve grafar o escrito,
10

estabelecer a correspondência entre letra e som e produzir textos de diferentes


gêneros.
Segundo os PCN (1997) de língua portuguesa:

A conquista da escrita alfabética não garante ao aluno a


possibilidade de compreender e produzir textos em língua escrita.
Essa aprendizagem exige um trabalho pedagógico sistemático.
Quando são lidas historias ou notícias de jornal para crianças que
ainda não sabem ler e escrever convencionalmente, ensina-se a elas
como são organizados, na escrita, esses dois gêneros: desde o
vocabulário adequado a cada um até os recursos coesivos que lhes
são característicos. Um aluno que produz um texto, ditando-o para
que outro escreva, produz um texto escrito, isto é, um texto cuja a
forma é escrita, ainda que a via seja oral. [...] o produtor do texto é
aquele que cria o discurso, independentemente de grafá-lo ou não.
Essa diferenciação é que torna possível uma pedagogia de
transmissão oral para ensinar a linguagem que se usa para escrever.
(BRASIL, 1997, p. 27-28)

Em sala de aula, o texto deve ser usado como fonte de reflexão sobre a
escrita. Assim, os alunos passam a construir o sentido, em vez de simplesmente
decifrá-lo, tentando descobrir o que está escrito e apoiando-se, para isso, em
elementos do texto, como as imagens, no seu conhecimento sobre o autor, sobre o
assunto, sobre o gênero e sobre a escrita. E também se lembrando do fundamento
da escrita nos textos que sabem de memória, como canções, parlendas, quadrinhas,
estabelecendo a relação entre o que é falado e o que é escrito, mesmo que não
leiam convencionalmente.
Muito rapidamente e antes de entrar na escola, as crianças já leem cartazes,
folhetos, álbuns, etc., encontrando indícios de significado do escrito. Também já
tentam se comunicar e se expressar por escrito, levantando hipóteses sobre esse
objeto de conhecimento. E essas tentativas são mais frequentes e mais bem-
sucedidas quanto mais as crianças tem oportunidade de conviver com adultos ou
outras crianças alfabetizadas e participar de situações que a leitura e a escrita são
necessárias. Mesmo assim, percebe-se que chegam muitas crianças as escolas que
não convivem com pessoas alfabetizadas e sabem muito pouco sobre escrita.
O conceito de letramento refere-se à capacidade do sujeito de fazer um uso
significativo da leitura e da escrita. A diferença principal entre o conceito de
alfabetismo e o de letramento é que o alfabetizado é aquele que aprendeu a ler e
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escrever, não aquele que adquiriu o estado ou a condição de quem se apropriou da


leitura e da escrita, incorporando as práticas sociais que as demandam.
Kleiman (1995, p. 32) define letramento como: “um conjunto de práticas
sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em
contextos específicos, para objetivos específicos”
Compreender o que significa letramento envolve a distinção entre um
letramento visto em uma dimensão individual e em uma dimensão social. A leitura,
na perspectiva do letramento individual, é um conjunto de habilidades linguísticas e
psicológicas, incluindo desde a capacidade de decodificar palavras até a
compreensão de textos, sendo que essas habilidades não se opõem (SOARES,
2002).
Essa habilidade deve ser aplicada a diferentes gêneros textuais, sendo
mobilizadas conforme as especificidades dos diferentes textos. A escrita, da mesma
forma que a leitura, na perspectiva individual do letramento, é um conjunto de
habilidades linguísticas e psicológicas. As habilidades de escrita vão desde o
registro de unidades de som até a capacidade de expressar o pensamento de forma
organizada em língua escrita.
Na perspectiva social do letramento, defende-se que não basta o domínio de
certas técnicas de leitura e escrita, como as habilidades presentes na concepção do
letramento individual. Acredita-se que o letramento é o que as pessoas fazem com
as habilidades de leitura e escrita.
Nessa interpretação de conceito de letramento, tem-se uma visão em que as
práticas de leitura e escrita envolvem processos mais abrangentes, responsáveis por
afirmar ou questionar valores e formas de distribuição de poder. Um dos
representantes dessa vertente é Paulo Freire. Ao entender o domínio da leitura e da
escrita como uma forma de conscientização da realidade e de possível meio de
transformação, Freire (2001) concebe o letramento como algo de natureza política: o
ato de ler e escrever como possibilidades de pensar e agir de forma transformadora
sobre o mundo.
Percebe-se que para o autor, alfabetizar implica muito mais do que o domínio
de técnicas de leitura e escrita, já que o ler e escrever permite ao sujeito ressignificar
seu estar no mundo. Esse ressignificar pode ser entendido como desvendar as
formas de organização social, e de alguma forma, desenvolver uma consciência
crítica que possibilite certas práticas políticas de mobilização e organização.
12

É importante destacar que o modo como se compreende a relação entre


letramento e alfabetização traz consequências decisivas para a língua portuguesa,
principalmente nos anos iniciais da escolaridade. A alfabetização não pode ser
concebida como precondição ou pré-requisito para letramento, mas sim como
compromisso com o letramento, de modo que a seleção textual e as atividades de
leitura e produção de textos respeitem o momento inicial de escolarização dos
alunos, mas também desafia a utilizar as diferentes habilidades necessárias para a
compreensão do universo letrado e para a participação em diversas situações de
comunicação.
Portanto, acredita-se na importância de se desenvolver o nível de letramento
individual, a partir de habilidades específicas de leitura e escrita. No entanto, esse
letramento não pode ser desvinculado de uma proposta de diálogo com as
diferentes esferas sociais, políticas e culturais.

2.2 O LEITOR E O ESCRITOR INICIANTE

Segundo os PCN (1997):

Para tornar os alunos bons leitores — para desenvolver, muito mais


do que a capacidade de ler, o gosto e o compromisso com a leitura, a
escola terá de mobilizá-los internamente, pois aprender a ler (e
também ler para aprender) requer esforço. Precisará fazê-los achar
que a leitura é algo interessante e desafiador, algo que, conquistado
plenamente, dará autonomia e independência. Precisará torná-los
confiantes, condição para poderem se desafiar a “aprender fazendo”.
Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler não
é uma prática pedagógica eficiente. (BRASIL, 1997, p. 43)

Nessa perspectiva, para aprender a ler é necessário que os alunos participem


de situações de leitura de fato, que entrem em contato com textos de verdade e
interajam com a diversidade de textos escritos, contando com o incentivo e a ajuda
dos colegas e do professor.
O que se tem percebido é que aos leitores iniciantes geralmente são
oferecidos apenas textos simplificados, curtos, de poucas frases. E isso em grande
parte pela dificuldade do professor em compreender que os alunos são capazes de
interpretar e produzir textos, mesmo não sendo capazes de ler sozinhos e de
escrever de próprio punho.
Segundo os Referenciais Curriculares Nacionais de Educação (1998):
13

Ler não é decifrar palavras. A leitura é um processo em que o leitor


realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto,
apoiando-se em diferentes estratégias, como 145 seu conhecimento
sobre o assunto, sobre o autor e de tudo o que sabe sobre a
linguagem escrita e o gênero em questão. O professor não precisa
omitir, simplificar ou substituir por um sinônimo familiar as palavras
que considera difíceis, pois, se o fizer, correrá o risco de empobrecer
o texto. A leitura de histórias é uma rica fonte de aprendizagem de
novos vocabulários. Um bom texto deve admitir várias interpretações,
superando-se, assim, o mito de que ler é somente extrair informação
da escrita. (BRASIL, 1998, p. 144/145)

Os alunos que ainda não sabem ler de forma convencional poderão participar
de situações envolvendo a feitura de um texto feito pelo professor. Pois, ao ler para
os alunos é importante que o professor crie um ambiente propicio, que explore com
eles as ilustrações dos textos, ou seja, que eles possam buscar indícios para a
leitura.
Ao ouvir histórias lidas pelo professor, os alunos se colocam no papel de
leitores e podem identificar a linguagem, os gêneros ou os portadores nos quais eles
se apresentam: livros, bilhetes, cartas, jornais, etc.
É importante incentivar os alunos a tentar ler textos que fazem parte do seu
dia a dia, como nomes de rua e de estabelecimentos comerciais, cartazes,
enunciados de atividades escolares, etc.
No entanto, não basta apenas saber ler corretamente, é necessário que se
aprenda a escrever de forma correta. De acordo com os PCN (1997):

Para aprender a escrever, é necessário ter acesso à diversidade de


textos escritos, testemunhar a utilização que se faz da escrita em
diferentes circunstâncias, defrontar-se com as reais questões que a
escrita coloca a quem se propõe produzi-la, arriscar-se a fazer como
consegue e receber ajuda de quem já sabe escrever. Sendo assim, o
tratamento que se dá à escrita na escola não pode inibir os alunos ou
afastá-los do que se pretende; ao contrário, é preciso aproximá-los,
principalmente quando são iniciados “oficialmente” no mundo da
escrita por meio da alfabetização. Afinal, esse é o início de um
caminho que deverão trilhar para se transformarem em cidadãos da
cultura escrita. (BRASIL. 1997, p. 48)

Nesse contexto, é importante organizar o trabalho educativo de forma que os


alunos possam fazer experiência com a escrita na escola, aprendendo a lidar com
os aspectos notacionais da língua e com os aspectos discursivos.
Segundo os Referenciais Curriculares Nacionais de Educação (1998):
14

As crianças que não sabem escrever de forma convencional, ao


receberem um convite para fazê-lo, estão diante de uma verdadeira
situação-problema, na qual se pode observar o desenvolvimento do
seu processo de aprendizagem. Tal prática deve favorecer a
construção de escritas de acordo com as ideias construídas pelas
crianças e promover a busca de informações específicas de que
necessitem, tanto nos textos disponíveis como recorrendo a
informantes (outras crianças e o professor). O fato de as escritas não
convencionais serem aceitas não significa ausência de intervenção
pedagógica. O conhecimento sobre a natureza e o funcionamento do
sistema de escrita precisa ser construído pelas crianças com a ajuda
do professor. Para que isso aconteça é preciso que ele considere as
ideias das crianças ao planejar e orientar as atividades didáticas com
o objetivo de desencadear e apoiar as suas ações, estabelecendo
um diálogo com elas e fazendo-as avançar nos seus conhecimentos.
(BRASIL 1998, p. 148)

Entende-se que leitura e escrita são como práticas complementares. Por meio
dessas práticas, e com a intervenção do professor, os alunos constroem
conhecimentos sobre a leitura. A prática da leitura possibilita ao aluno a produção de
textos mais eficazes, pois lhes fornece matéria-prima para suas criações. E também
no desenvolvimento da atividade de leitura que eles entram em contato com um
variado repertório de recursos linguísticos que poderão utilizar em suas produções
textuais.
As práticas de leitura desenvolvidas têm como objetivo a formação de leitores
competentes e, consequentemente, a formação de escritores. Segundo os PCN
(1997):

Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda


o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito,
identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o
texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos
podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a
sua leitura a partir da localização de elementos discursivos. (BRASIL,
1997, p. 41)

Para tanto, as atividades de leitura precisam fazer sentido aos alunos. Onde,
os alunos devem perceber que são feitas leituras diferenciadas. Os PCN (1997)
ainda destacam:

[...] para aprender a ler, é preciso que o aluno se defronte com os


escritos que utilizaria se soubesse mesmo ler — com os textos de
verdade, portanto.
[...]
15

De certa forma, é preciso agir como se o aluno já soubesse aquilo


que deve aprender. Entre a condição de destinatário de textos
escritos e a falta de habilidade temporária para ler autonomamente é
que reside a possibilidade de, com a ajuda dos já leitores, aprender a
ler pela prática da leitura. Trata-se de uma situação na qual é
necessário que o aluno ponha em jogo tudo que sabe para descobrir
o que não sabe, portanto, uma situação de aprendizagem. (BRASIL,
1997, p. 42)

No entanto, é importante que se planeje as atividades de leitura, tanto


selecionando textos como organizando grupos para trabalhos, para assim, favorecer
a circulação de informações entre os alunos.
O ensino-aprendizagem da leitura na formação do aluno leitor desempenha
um papel relevante na construção do seu conhecimento.
De acordo com os PCN (1997):

Leitura e escrita são práticas complementares fortemente


relacionadas, que se modificam mutuamente no processo de
letramento – a escrita transforma a fala (a construção da “fala
letrada”) e a fala influência a escrita (o aparecimento de “traços de
oralidade” nos textos escritos). São práticas que permitem ao aluno
constituir seu conhecimento sobre os diferentes gêneros, sobre os
procedimentos mais adequados para lê-los e escrevê-los e sobre as
circunstâncias de uso da escrita. A relação que se estabelece entre
leitura e escrita, entre o papel de leitor e de escritor, no entanto, não
é mecânica: alguém que lê muito é automaticamente, alguém que
escreve bem. Pode-se dizer que existe uma grande possibilidade de
que assim seja. É nesse contexto considerado que o ensino deve ter
como meta formar leitores que sejam também capazes de produzir
textos coerentes, coesos, adequados e ortograficamente escritos –
que a relação entre essas atividades deve ser compreendida. (PCN’s
volume 2, 1997, p. 52/53)

No entanto, a leitura e a escrita fazem parte de nosso cotidiano, o que vai


além da habilidade em decifrar sinais, pois promove novos saberes no encontro
entre o texto e o leitor.
No que concerne ao ensino-aprendizagem da leitura e escrita, os PCN (1997)
estabelece a compreensão ativa dos textos e não uma simples decodificação do
signo linguístico. Portanto, a leitura passa a ser vista como um processo em que o
aluno leitor realiza um trabalho de compreensão e interpretação do texto, bem como
seu conhecimento sobre a linguagem.
16

2.3 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM

Antes de entrar na escola, os alunos já têm uma larga experiência com o


mundo letrado, pois é diário o contato com outdoors, embalagens de produtos
industrializados, letreiros, sem falar na presença da televisão e computadores nos
lares brasileiros. Se a vida social já proporcionou ao aluno esse letramento, por que,
para a maioria deles, ler e escrever se torna uma tarefa difícil?
Essa questão tem sido amplamente discutida e sem dúvida merece uma
reflexão profunda por parte da sociedade em geral, principalmente de pais,
professores e profissionais de ensino.
O educador tem a tarefa de ensinar a ler e a gostar de ler. Mas, para formar
leitores, ele mesmo deve ter paixão pela leitura, deve entender a leitura como fonte
de prazer e sabedoria. Por outro lado, deve pensar que as atividades escolares, de
modo geral, estão distantes da realidade da vida dos alunos. As aulas deveriam
representar um encontro com o conhecimento, ajudando as crianças a
desenvolverem-se intelectualmente e como cidadãos, na maioria das vezes se
transformam em uma sequência de atividades mecânicas e formais que não
representam crescimento nem para os alunos nem para os professores.
A leitura tem sua relação direcionada ao mundo, onde apresenta suas
significações, no entanto, o texto traz ideia de valores, crenças, ideologias,
emoções, etc. segundo Freire (1999) são relevantes:

A leitura da palavra é sempre precedida da leitura do mundo. E


aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada,
aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa
manipulação mecânica de palavras, mas numa relação dinâmica que
vincula linguagem e realidade. (FREIRE, 1999, p. 7)

No entanto, é relevante que a escrita e a leitura sejam vistas como uma


compreensão científica, onde se atribui um valor positivo, tanto para si como para a
sociedade, sendo transformado em lazer, prazer e enriquecimento cultural e ainda
ampliando seus horizontes.
Segundo Ferreiro (1993), um aspecto importante no processo de construção
da leitura e escrita, pois é o problema cognitivo que se envolve na relação entre o
todo e as partes que o constitui. A referida autora ainda nos fala que a criança
organiza várias hipóteses de leitura e escrita que serão trabalhadas e o resultado
17

não será apenas os de vivencia externas, mas sim um processo interno. Ela anda
nos faz ver que a criança assimila seletivamente as informações disponíveis e como
interpreta textos escritos antes de compreender a relação entre as letras e os sons
da linguagem. As crianças elaboram ideias próprias acerca da escrita, ou seja,
definem critérios e constroem hipóteses para interpretar o objeto de conhecimento.
A leitura não é um ato solitário e isolado dos problemas sociais fora do
mundo, Soares (1998, p. 47) define que “A leitura é interação verbal entre
indivíduos, indivíduos socialmente determinados: o leitor, seu universo, seu lugar na
estrutura social, suas relações com o mundo e os outros; entre os dois: enunciação
e diálogo”.
Staiger (1995), nos fala que para um ensino eficaz faz-se necessário:

a) incentivo ao pleno uso das potencialidades do indivíduo em sua


leitura, de modo a influir ao máximo no seu bem-estar e levá-lo à
alto-realização;
b) emprego eficiente da leitura como instrumento de aprendizado e
crítica e também de relaxamento e diversão;
c) ampliação constante dos interesses de leitura dos estudantes; d)
estímulo a atividades que levem a um interesse permanente pela
leitura de muitos gêneros e para inúmeros fins. (STAIGER, 1995, p.
24)

No entanto, é importante saber que ler e escrever promoverá o aluno a


sociedade, dando-lhe acesso à cultura e ao conhecimento. Portanto, a prática de ler
e escrever desenvolve-se através de responsabilidade partilhada entre professor e
aluno, onde educador deve servir como mediador de cultura e o aluno como sujeito
ativo da aprendizagem.
18

3 DIFICULDADES NA AQUISIÇÃO DA APRENDIZAGEM

As dificuldades de aquisição da aprendizagem da leitura e da escrita associa-


se a vários fatores, onde podem contribuir para o mau desempenho da
aprendizagem do aluno.
O professor deve reconhecer as necessidades dos alunos para que possa
auxiliá-los em suas dificuldades. Uma das grandes preocupações diante da
dificuldade de aprendizagem dos alunos está relacionada aos professores que não
tem uma formação adequada para exercer a responsabilidade de alfabetizar uma
criança.
É relevante entende que o educador tem que ter consciência que deve
adquirir conceitos relacionados à leitura e escrita, entender que é um processo
gradual, onde os alunos vão alcançar maturidade cognitiva em relação à linguagem.
De acordo com Silva (2003):

[...] muitas crianças chegam a escola num estado de relativa


confusão cognitiva em relação, que os objetivos da leitura, quer às
propriedades formais da linguagem escrita. O sucesso da
aprendizagem da leitura está condicionado pela evolução infantil
deste estado de confusão cognitiva para uma maior classificação dos
conceitos funcionais e das características alfabéticas da linguagem
escrita. (SILVA. 2003. p.85)
 

Muitos professores ensinam de acordo com as pronuncias das palavras, mas


deve-se levar em consideração que são várias as formas de se falar, pois cada
região varia para outra, o que ocorre as mais diferentes pronuncias de uma mesma
palavra, por exemplo.
A maioria das crianças chegam nas escolas com uma confusão cognitiva, ou
seja, não compreendem e nem diferenciam as propriedades formais da escrita como
dos objetivos da leitura. A mesma não é um processo simples, pois não necessita
somente de uma série de tarefas mecânicas, mas sim de uma metodologia mais
complexa e elaborada, de forma criativa para que os alunos realizem ações de
conhecimentos.
Aprender a ler é o maior desafio que o aluno enfrenta no início de sua vida
escolar e é por isso que a base de sua educação deve ser bem adquirida. É papel
da criança tentar superar tal desafio que é aprender a ler, mas é necessário que haja
19

o auxílio do professor e também da família para que futuramente se tornem pessoas


livres e independentes em suas decisões.
A aprendizagem de leitura e escrita sempre apresenta algumas dificuldades,
isso se deve aos modelos de ensino que tem como ideia uma aprendizagem que se
inicia com estratégias não alfabéticas.

3.1 PRINCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS NOS ALUNOS NA AQUISIÇÃO


DA APRENDIZAGEM.

As principais dificuldades e as mais comuns encontradas nos alunos diante


da aquisição de aprendizagem são:
 Dislexia: é quando o aluno possui dificuldades para aprender a ler, pois
apresenta omissões ou trocas de letras. Tem uma leitura lenta.
 Disgrafia: esta, pode vim associada a dislexia, pois, o aluno mostra dificuldades
na escrita, quando o mesmo tem letra ilegíveis e desorganizadas, o que provoca
o não entendimento do texto.
 Discalculia: é a dificuldade para cálculos e números. Quando o aluno não
consegue identificar as operações simples e muito menos usá-las.
 Dislalia: quando há dificuldade na fala. Apresenta pronúncia inadequada das
palavras, com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas.
 Disortográfia: é a dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer
como consequência da dislexia.
 TDAH: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um problema de
ordem neurológica, que traz consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção,
falta de concentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum vermos
crianças e adolescentes sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de
Atenção), porque apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação,
fatores que podem advir de causas emocionais. É importante que esse
diagnóstico seja feito por um médico e outros profissionais capacitados.
Percebe-se que a criança que possui dificuldade na aprendizagem, na maioria
das vezes, ela apresenta alguns sintomas relacionados a timidez, agressividade,
não consegue se enturmar com os colegas, dentre outros, e muitos professores não
20

conseguem perceber esses sintomas e assim dificulta ainda mais a aprendizagem


do aluno e o trabalho do professor.
Vivemos em um momento onde os alunos apresentam cada vez mais
dificuldades na aquisição da aprendizagem. A escola não deve ser apenas a
transmissora de conhecimento através de conteúdos taxados, mas sim fazer com
que o aluno construa sua própria figura, seja ele o criador e protagonista do seu
conhecimento.
A escola tem como função fazer com que o aluo pense e busque informações
para o seu desenvolvimento educacional, cultural e pessoal. no entanto, é mister
que as dificuldades dos alunos sejam levadas em considerações, para que possam
enfrentá-las, a fim de terem a oportunidade de ser independente e de reconstruir-se
enquanto ser humano e indivíduo.
Segundo Freire (2003), o espaço pedagógico é um texto para ser
constantemente “lido”, interpretado, “escrito” e “reescrito”. Essa leitura do espaço
pedagógico pressupõe também uma releitura da questão das dificuldades de
aprendizagem. Infelizmente, a aprendizagem, em algumas instituições continua
seguindo o modelo tradicionalista, onde é imposta e não mediada, criando uma
passividade entre aquele que sabe e impõe e aquele que obedece calado.
Portanto, as dificuldades da aprendizagem devem ser tratadas como desafios
a serem enfrentados, fazendo parte do processo de aquisição da mesma. Também
parece ser consensual a necessidade imperiosa de se identificar e prevenir o mais
precocemente possível as dificuldades de aprendizagem, de preferência ainda na
pré-escola.

3.2 O PROFESSOR DIANTE DAS DIFICULDADES DOS ALUNOS NA AQUISIÇÃO


DA APRENDIZAGEM

Os professores em sala de aula estão sujeitos as dificuldades que aparecem


no seu fazer pedagógico. As dificuldades de aprendizagem estão cada vez mais
presentes no dia a dia do professor.
A percepção desse problema pode acontecer de diferentes formas. Segundo
SMITH; STRICK (2007, p.16):
21

Embora muitas crianças com dificuldade de aprendizagem sintam-se


felizes e bem ajustadas, algumas (até metade delas, de acordo com
estudos atuais) desenvolvem problemas emocionais relacionados.
Esses estudantes tornam-se tão frustrados tentando fazer coisas que
não conseguem que desistem de aprender e começam a
desenvolver estratégias para evitar isso. Eles questionam sua própria
inteligência e começam a achar que não podem ser ajudados. Muitos
se sentem furiosos e põem para fora, fisicamente, tal sensação;
outros se tornam ansiosos e deprimidos. De qualquer modo, essas
crianças tendem a isolar-se socialmente e, com frequência, sofrem
de solidão, bem como de baixa autoestima.

O profissional ao perceber as Dificuldades de Aprendizagem no cotidiano do


aluno faz-se necessário compreender que o aluno em hipótese alguma deve der
considerado como culpado por suas dificuldades, e nem mesmo caracterizado como
único responsável pelo seu insucesso escolar.
Em geral, crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem requerem
um cuidado diferenciado, o que acarreta na maioria das vezes, visivelmente a
dificuldade e a falta de conhecimento do professor em trabalhar com a situação. O
que vem a dificultar o fazer pedagógico e metodológico do professor com a turma
(MOARES, 2012).
O sucesso em sala de aula exige uma série de estratégias, tais como aquela
em que a maioria das crianças com dificuldades. Desta maneira, para que a
intervenção tenha efeitos positivos, será necessário trabalhar com outros
profissionais, numa perspectiva interdisciplinar e coletiva, envolvendo o professor,
todo o corpo docente.
O professor deve ser o mediador que levará o conhecimento ao aluno, o que
não se restringe apenas aos livros, mas levar o aluno a aquisição do saber, ou seja,
deve atuar de forma aa perceber como acontece o aprendizado dos alunos,
percebendo assim, eventuais dificuldades encontradas por eles no decorrer do
processo de aprendizagem.
É então, através da relação entre professor e aluno que ocorre a
aprendizagem. Com isso, mesmo apresentando dificuldades, ambos podem intervir
no processo de aquisição do conhecimento, uma prática docente interativa e
dialogada que pode favorecer o aprendizado do educando.
É importante que o professor desenvolva um trabalho diferenciado em sala de
aula, com o objetivo de minimizar as dificuldades de aprendizagem, fazendo com
que os alunos construam seus próprios conhecimentos. No entanto, para o
22

professor, superar as dificuldades de aprendizagem é garantir aos alunos a


possibilidade de enfrentar a realidade de modo digno e consciente.
Quando o professor se utiliza de um trabalho diferenciado, o mesmo propicia
aos alunos que apresentam dificuldade na Aprendizagem, uma construção de
conhecimentos mais prazerosa.
Segundo Correia (2008):

Para os alunos com Dificuldades de Aprendizagem, [...] há que


considerar um conjunto de fatores que podem facilitar a sua
aprendizagem, como são, por exemplo, a reestruturação do ambiente
educativo; a simplificação das instruções no que diz respeito às
tarefas escolares; o ajustamento dos horários; a alteração de textos e
do trabalho de casa; o uso de tecnologias de informação e
comunicação; a alteração das propostas de avaliação. (CORREIA,
2008, p. 16)

Entende-se que pequenas mudanças no ritmo do trabalho docente podem


fazer uma grande diferença aos alunos com dificuldade de aprendizagem. Muitas
são as causas dessa dificuldade. No entanto, não é fácil para os educadores
reconhecerem e compreenderem essa complexidade.
Para Weiss (2000), a prática psicopedagógica deve considerar o sujeito como
um ser global, composto pelos aspectos orgânico, cognitivo, afetivo, social e
pedagógico, onde aspecto orgânico refere-se à construção biológica do sujeito. Já o
aspecto cognitivo relaciona-se com o funcionamento das estruturas cognitivas. O
aspecto afetivo está relacionado ao sujeito e de sua relação com o aprender, com o
desejo de aprender. E o aspecto social refere-se à relação do sujeito com a família,
com a sociedade, seu contexto social e cultural. Por último, o aspecto pedagógico,
que está associado à forma como a escola organiza o seu trabalho, ou seja, o
método, a avaliação, os conteúdos, a forma de ministrar a aula, entre outros. A
referida autora ainda nos fala que a aprendizagem é a constante interação do sujeito
com o meio.
Pain (1992, p. 32) entende que os problemas de aprendizagem não são erros,
e sim “... são perturbações produzidas durante a aquisição e não nos mecanismos
de conservação e disponibilidade...”. No entanto, faz-se necessário compreender os
problemas de aprendizagem.
Ainda sobre essa linha de pensamento, Patto (1999), destaca que o fracasso
escolar acontece pela falta de conhecimento, pelo menos em seus aspectos
23

fundamentais, da realidade social na qual se enquadrou uma determinada versão


sobre as diferenças de rendimento escolar existentes entre crianças de diferentes
origens sociais.
Quando o aluno que apresenta dificuldades na aprendizagem é avaliado
encontra-se vários tipos de dificuldades, como os já estudados. No entanto, há
aqueles que precisam de intervenção psicológica ou psicopedagógica. Entretanto, a
avaliação é um aspecto importante para que se trace o próximo passo a seguir no
processo de aprendizagem.
Os educadores devem trabalhar de forma diferenciada, como por exemplo,
fazer trabalho em grupo, formar duplas com um aluno que apresenta dificuldade com
outro que não tem dificuldade na aprendizagem, pois assim pode facilitar a interação
e o entendimento entre eles. E ainda deve buscar meios lúdicos que desperte a
atenção do aluno e facilite seu aprendizado.
É interessante que o professor, em conjunto com a equipe da escola, reflita
sobre a estrutura curricular que está sendo oferecida e a compatibilidade deste com
a estrutura cognitiva, afetiva e social do aluno, pois a aprendizagem se baseia no
equilíbrio dessas estruturas.
Nesse contexto, cabe então ao professor ser um investigador dos processos
de aprendizagem de seus alunos, evitando que o problema de aprendizagem leve a
um fracasso escolar.
Portanto, os problemas de aprendizagem constituem uma situação real
presente nas instituições escolares. Portanto, é necessário que todos os envolvidos
com questões educacionais realizem pesquisas que possibilitem conhecer cada vez
melhor as relações entre os problemas de aprendizagem.

3.3 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DIANTE DAS DIFICULDADES

O que se sabe é que a avaliação é uma tarefa e como tal deve ser baseada
em um objetivo. Por ser constante, deve acompanhar passo a passo todo o
processo de ensino-aprendizagem, para que no final desse processo se consiga
uma comparação satisfatória com significado para o trabalho do professor. Deve-se
perceber que os objetivos propostos foram alcançados e que os que não foram
alcançados foram detectados para serem trabalhados em outra oportunidade, que
deve ser construída já a partir dessa observação.
24

Uma prática avaliativa consistente inclui questionamento, reflexão sobre a


forma de atuação do aluno, que nesse caso é o objeto trabalhado. Avaliar nessa
concepção significa desvelar caminhos, agir, analisar as respostas dos alunos e
pensar como podem tê-las compreendido.
A avaliação, no processo ensino-aprendizagem apresenta meios para que o
professor faça uma reflexão sobre seu trabalho. A partir de uma avaliação bem
elaborada, ele conquista meios de criar novas formas de diagnóstico, além de
conseguir também traçar um caminho mais claro na busca dos objetivos primeiros
que foram lançados. Assim, não pode haver uma quebra nesse processo, nem a
avaliação pode ser lançada de forma fragmentada ou descontextualizada.
Para o aluno, a avaliação funciona como um instrumento de tomada de
consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de
seu investimento na tarefa de aprender. Para a escola, possibilita definir prioridades
e localizar quais aspectos das ações educacionais demandam maior apoio.
A avaliação somente acontecerá efetivamente se estiver vinculada aos
objetivos que se deseja alcançar. É necessário observar que se priorizarmos muitos
objetos a serem alcançados ao término do ano letivo, ficará difícil atingir todos,
portanto temos que nos ater aquilo que é fundamental, não esquecendo que ela
deve ser uma fonte de crescimento, autonomia e emancipação dos alunos.
É a avaliação que, funcionando como parte integrante do processo ensino-
aprendizagem fornece ao professor a informação sobre o desenvolvimento da
aprendizagem de seus alunos, se todos eles estão atingindo os objetivos propostos
no plano de ensino; cria condições para verificar o desempenho satisfatório do seu
trabalho, uma vez que o resultado alcançado pelos estudantes indica a adequação
do processo de ensino às características dos discentes; oferece, ainda, a estes,
informação sobre seu desempenho em decorrência da aprendizagem, tornando-os
conhecedores dos seus erros, acertos e avanços, ao tempo em que cria condições
para superar as deficiências.
Portanto, o marco principal da avaliação se evidencia com Ralph Tyler, em
1934quando firmou o termo Avaliação Educacional e foi considerado o Pai deste tipo
de avaliação. A partir daí a avaliação passou do centro dos procedimentos técnico,
para o foco nos objetivos educacionais que previa e declarava o comportamento do
estudante ao final de um processo de ensino, assim como controlava e aplicava as
sanções ou prêmios.
25

No entanto, a avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem


e ganhou na atualidade espaço muito amplo nos processos de ensino, a avaliação
da aprendizagem sendo um processo mediador na construção do currículo e se
encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos. Na
avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das
provas periódicas, sejam geralmente de caráter classificatória.
Os métodos de avaliação ocupam sem dúvida espaço relevantes no conjunto
das práticas pedagógicas aplicadas ao processo de ensino e aprendizagem. Avaliar
neste contexto, não se resume à mecânica do conceito formal e estatístico; não é
simplesmente atribuir notas, obrigatórias à decisão de avanço ou retenção em
determinadas disciplinas. “Avaliação é a sistemática de dados por meio da qual se
determinam as mudanças de comportamento do aluno e em que medida estas
mudanças ocorreram” (BLOOM, 1971).
O ato de avaliar vai além da visão tradicional de avaliar os alunos, ou seja, o
aluno era avaliado a cada termino de cada mês onde definiria se esse aluno deveria
ser ou não aprovado. Hoje já temos uma nova visão de avaliação, onde é feita
continuamente e sistematicamente e tem como função orientar a intervenção
pedagógica.
A necessidade de planejar e implantar processos avaliativos têm sido uma
preocupação constante de todas as pessoas ligada ao processo educacional, em
busca de melhorar o processo de Ensino-Aprendizagem.
Um ponto muito importante a ser comentado está no juízo de valores que
alguns professores fazem da avaliação, ou seja, fazem promessas de pontos a mais
ou a menos por atividades que muitas vezes não estão essencialmente ligadas ao
contexto, o que termina tirando a essência do verdadeiro ato de avaliar. Outra
maneira de punir os alunos são os terríveis testes surpresa aplicados por alguns
professores tradicionais que não tem nenhum compromisso com a educação.
Para o autor o que vivemos hoje no século XXI é consequência de uma
sociedade tradicional, que muito se fala em mudança nas práticas de ensino
aprendizagem, mas vivemos marginalizados por uma educação tradicional com
“fardas” nova, além de vivermos a margem de uma pedagogia tradicional. Outros
fatores como o processo econômico, a política e a própria sociedade contribuem
para tudo que vivenciamos em sala de aula.
26

No dia a dia escolar as notas são operadas sem haver uma preocupação com
o ensino aprendizagem com a mudança de comportamento ou com o planejamento
do professor. É difícil não encontrar um professor que não se preocupe com
avaliação, pois a avaliação é muito mais que um teste para verificar que a criança
está apta a passar de ano, a avaliação é algo bem complexo que atribuir valores e
méritos ao objeto em estudo.
De acordo com os PCN (1997) um sistema de avaliação comprometido com o
desenvolvimento de seus alunos encontra nesse uma ponte para planejar e
replanejar suas práticas e propósito em busca de um ensino aprendizagem com
qualidade e democracia
Quanto mais o aluno tem clareza do conteúdo e da importância da
aprendizagem para sua vida futura e para a própria sociedade, maior será o seu
desenvolvimento com ajuda do professor. Ele também poderá se auto- avaliar,
tentando entender quais são suas expectativas e suas dificuldades, para que as
mesmas possam ser superadas.
Quanto ás concepções e práticas de avaliação na escola devem ser o suporte
essencial para a realização de um verdadeiro ensino e consequentemente de
aprendizagens reais que possam ir ao encontro de uma realidade concreta,
permitindo perceber os desafios que a permeiam a partir das relações teóricas-
práticas que nelas possam ser consubstanciadas. Para que essa prática possa
realmente acontecer.
Os professores precisam sentir que estão engajados em mudanças que irão
fazer uma diferença genuína na vida de milhares de alunos e na própria sociedade,
por algo maior que mereça seu envolvimento e seu desapego ás velhas e seguras
práticas.
Mas esse sentido ele próprio terá de construir, o que exige tempo, dedicação
e estudo, é preciso despertar para “o espírito da aprendizagem permanente” maia
promover mudanças imediatas (HOFFMANN, 2002, p.105)
Dessa forma, programas de qualificação precisam ser planejados ao longo
prazo pelos administradores, programas continuados e projetados para despertar o
espírito da aprendizagem permanente mais do que promover mudanças imediatas.
A avaliação pode ser caracterizada como uma forma de ajuizamento da
qualidade do objeto avaliado, fator que implica uma tomada de posição a respeito do
mesmo, para aceitá-lo ou para transformá-lo. A definição mais comum adequada,
27

encontrada nos manuais estipula que a avaliação é um julgamento de valor sobre


manifestações relevantes da realidade tendo em vista uma tomada de decisão.
A esse respeito Luckesi (2003, p. 33) destaca que:

A avaliação é em primeiro lugar, um dado objetivo, a partir de


critérios pré-estabelecidos, portanto diverso do juízo de existência
que se funda nas demarcações físicas do objeto. Em segundo lugar,
esse julgamento se faz com base nos caracteres relevantes da
realidade, do objeto da avaliação. Portanto, o julgamento apesar de
qualitativo, não será inteiramente subjetivo. Em terceiro lugar, a
avaliação conduz a uma tomada de decisão, ou seja, o julgamento
de valor por sua constituição mesmo, desemborca num
posicionamento de “não indiferença” o que significa obrigatoriamente
uma tomada de decisão quando se trata de um processo, como é o
caso de aprendizagem. (LUCKESI, 2003, p. 33)

Porém, a nosso ver a tomada de decisão é o componente da avaliação que


coloca mais poder na mão do professor, a atual prática da avaliação escolar
estipulou como função do ato de avaliar a classificação e não o diagnóstico, como
deveria ser, ou seja, o julgamento de valor, que teria a função de possibilitar uma
nova tomada de decisão sobre o objeto avaliado, passa a ter a função de classificar
um objeto ou um ser humano histórico num padrão definitivamente determinado.
Libâneo (1994, p. 198) enfatiza: “A prática da avaliação em nossas escolas
tem sido criticada, sobretudo por reduzir-se à sua função de controle, mediante a
qual se faz uma classificação quantitativa dos alunos relativa às notas que obtiveram
nas provas”.
Os professores não têm conseguido usar os procedimentos de avaliação que,
sem dúvida, implicam o levantamento de dados por meios de teste, trabalhos
escritos etc. para atender a sua função educativa. O mais comum é tomar a
avaliação unicamente como o ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os
alunos. O professor reduz a avaliação à cobrança daquilo que o aluno memorizou e
usa a nota somente como instrumento de controle. Ainda hoje há professores que se
vangloriam por deter o poder de aprovar ou reprovar.
A esse respeito Luckesi (2003, p. 97) afirma que: “A aprovação ou reprovação
deveria dar-se pela efetiva aprendizagem dos conhecimentos mínimos necessários,
com o consequente desenvolvimento de habilidades, hábitos e convicção”.
Por isso é preciso que se focassem observações contínuas registros das
tentativas de acerto e reflexões constantes do educador para se ter noção de como
28

seus alunos estão certificando-se, se cada indivíduo atingiu o objetivo desejado


tendo por parâmetro o indivíduo e não suas dimensões com o grupo, acompanhando
o progresso e o processo de aprendizagem do aluno, analisando suas produções e
seu desempenho nas atividades escolares. Visto que, a precipitação no ato de
avaliar pode deixar o educando com traumas irreversíveis, tirando-lhe a
possibilidade de crescer como cidadão incluso e ajustado no meio social.
Diante disso, o entendimento correto da avaliação consiste em considerar a
relação mútua entre os aspectos qualitativos e quantitativos. A escola cumpre uma
função de introduzir as crianças e jovens no mundo da cultura e do trabalho; tal
objetivo social não surge espontaneamente na expectativa das crianças jovens, mas
as expectativas traçadas pela sociedade e um controle por parte do professor. Por
outro lado, a relação pedagógica requer a interdependência entre influência externa
e condições internas dos alunos, o professor deve organizar o ensino, mas o seu
objetivo é o desenvolvimento autônomo e independente dos alunos, desse modo, a
quantificação deve transformar-se em qualificação, isto é, numa apreciação
qualitativa dos resultados verificados.
Sendo assim, para que o professor possa avaliar bem seus alunos é
necessário que conheça a realidade da comunidade que está inserida as
capacidades de assimilar cada conteúdo e o tempo que leva para que isso aconteça
tendo sempre em vista dos pontos a ser avaliados qualitativos e quantitativos, pois
os dois devem andar sempre juntos.
No entanto, mais importante é que alunos e professores percebam que a
avaliação da aprendizagem existe para possibilitar o melhor desenvolvimento dos
educandos e não para excluí-los. Nesse sentido, a finalidade de avaliação é:
conhecer melhor o aluno constate o que está sendo apreendido, adequar o processo
de ensino e julgar globalmente um processo de ensino e aprendizagem.
29

4 METODOLOGIA

A pesquisadora optou por uma pesquisa bibliográfica, observação


sistematizada e com uma abordagem qualitativa de cunho descritivo. O uso de uma
pesquisa bibliográfica, com base nas ideias de Gil (2010) tornou-se possível o
acesso da investigadora aos materiais que já foram escritos sobre o assunto já
investigado.
Prestes (2003) nos diz que:

A pesquisa bibliográfica é capaz de atender aos objetivos tanto do


aluno, em sua formação acadêmica, quanto de outros
pesquisadores, na construção de trabalhos inéditos que objetivem
rever, reanalisar, interpretar e criticar considerações teóricas ou
paradigmas, ou ainda criar novas proposições na tentativa de
explicar a compreensão de fenômenos relativos as mais diversas
áreas do conhecimento. (PRESTES, 2003, p. 26)

Observa-se que a pesquisa bibliográfica traz como vantagem a permissão do


pesquisador ter contato com mais amplo dos assuntos relacionados ao tema em
estudo, pois o mesmo terá referencias de quem já estudou sobre o assunto. Esse
tipo de pesquisa é indispensável para a realização de estudos históricos.
No entanto, a pesquisa bibliográfica objetivou no levantamento da literatura
existente sobre o tema, e em artigos científicos adquiridos na base de dados da
Scielo, Pubmed, Medline, Bireme e Lilacs sites da internet.
O estudo qualitativo é caracterizado por ser uma abordagem ampla de
questões particulares, que permite a compreensão de percepções diversas em
relação ao objeto em estudo (MINAYO, 2010).
A pesquisa foi realizada nas Escolas Estaduais Gabriel Ferreira, Ceja Maria
Rodrigues das Mercês, Paulo Ferraz, Acep. Associação dos cegos, Nair Rodrigues,
através de observação das salas de aulas e conversa informal com os professores.

4.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL PESQUISADO

O campo de pesquisa que deu suporte empírico a esta investigação, teve como
“lócus” as principais Escolas Estaduais de Ensino Médio da Zona Sul de Teresina -
Piauí que fazem parte da 4ª Gerencia Regional de Educação. As 05 escolas
escolhidas funcionam somente com o ensino médio nos turnos matutino e
30

vespertino. Com uma média de 26 professores e aproximadamente 2000 alunos no


ensino médio.
Os professores e demais funcionários da escola são comprometidos com o
ensino e mostram-se interessados no processo de ensino-aprendizagem dos alunos.
Os planejamentos elaborados são baseados na realidade dos alunos, procurando
sempre associar objetivos-métodos- conteúdos.
Mas, há problemas como a falta de acompanhamento familiar, a maioria dos
pais e responsáveis não acompanham a vida escolar dos filhos e dificultam o
desenvolvimento das metodologias de ensino. Muitos alunos se mostram
desinteressados.

4.2 ANÁLISE DA PESQUISA

Em sala de aula, os alunos com dificuldades de aprendizagem geralmente


não conseguem um bom desempenho na vida escolar, que contribui para essa
dificuldade diante de vários fatores, fazendo com que o seu desempenho na escola
seja inconsistente.
Os alunos com dificuldades de aprendizagem podem manifestar
comportamentos tais como falta de atenção, distração, perda de interesse para
novas atividades, deixar atividades ou trabalhos incompletos, dificuldades para
seguir as instruções do professore faltar as aulas.
Os alunos têm dificuldades na aquisição da leitura, pois não conseguem se
concentrar, o que faz com que os mesmos percam o interesse pela leitura e ainda
fazem contraversões de letras e palavras, apresentam vocabulário curto e memória
fraca.
A leitura é um processo pelo qual o aluno realiza um trabalho ativo de
compreensão e interpretação de texto, a partir de seus objetivos e seus
conhecimentos sobre o assunto.
Segundo Sousa (1996) os fatores relacionados ao sucesso e ao fracasso da
aprendizagem dividem-se em três variáveis integrados ente si, e são designados
como: ambientais, psicológicos e metodológicos. No entanto, é através desses
fatores que se resulta o desempenho escolar do aluno.
Segundo Fernandez (1991):
31

Fracasso escolar afeta o aprender do sujeito em suas manifestações sem


chegar a aprisionar a inteligência: muitas vezes surge do choque entre o
aprendente e a instituição educativa que funciona de forma segregadora.
“Para entendê-lo e abordá-lo, devemos apelar para a situação promotora do
bloqueio (FERNANDEZ, 2001, p.33).

Alguns autores chamam atenção para o fato de que o maior percentual de


fracasso na produção escolar, de alunos encaminhados para a avaliação,
“encontram-se no âmbito do problema de aprendizagem reativo, produzido e
incrementado pelo próprio ambiente escolar” (WEISS, 2007, p.46).
Sousa (1996) fala ainda do contexto ambiental e o meio em que a criança
vive, que está relacionado diretamente ao nível sócio econômico dos pais, a
quantidade de filhos com a convivência familiar e ocupação e escolaridade dos pais.
Tal fator contribui de forma decisiva para o bom desenvolvimento do aluno, por ser o
espaço em que o mesmo passa a maior parte do tempo.
A motivação pessoal pode ser um dos fatores que dificulta a aprendizagem,
pois é bastante necessário que os alunos sejam motivados tanto pela família como
pela escola para que se possam criar mais autonomia na aquisição da
aprendizagem.
A falta de material didático também é outro fator que ajuda no mal
desempenho dos alunos, pois se a escola se despusesse de bons materiais, o
trabalho ficaria mais fácil e as dificuldades poderiam ser enfrentadas de forma mais
eficaz.
Quando há salas muito lotadas também pode atrapalhar na aprendizagem
dos alunos, pois nela há aqueles que não possuem dificuldades na hora de aprender
e também os que apresentam alguma dificuldade que deve ser observada e
diagnosticada pelo professor e a superlotação dificulta o professor nesse processo.
Tendo como referência o grau de instrução dos pais, não chega a ser um
problema diante da dificuldade de aprendizagem dos alunos, pois nem todos
possuem escolaridade e mesmo assim ainda incentivam seus filhos ao estudo. Por
outro lado, há os que mesmo tendo instrução de escolaridade não incentivam os
filhos para a escola, não acompanham a vida escolar dos filhos e assim vai
dificultando a aprendizagem.
O que pode ser feito para ajudar os alunos diante das dificuldades de
aprendizagem é utilizar metodologias diferenciadas, lúdicas que despertem o
32

interesse dos alunos, assim, eles minimizam tais dificuldades e contribuem para a
aquisição da aprendizagem.
33

5 CONCLUSÃO

O presente trabalho explorou sobre a importância da leitura e as dificuldades


de aprendizagem dos alunos em sala de aula. Tema bastante debatido nos últimos
anos, pois várias são as causas das dificuldades de aprendizagem que os alunos
apresentam, o que os acompanham desde o início de suas vidas escolares.
É relevante que o professor perceba o quanto antes tais dificuldades para que
se possa ser trabalhado de forma diferenciada e conjunta com a escola e a família,
pois só assim é possível superar essas dificuldades. Sabe-se que muitos pais não
acompanham a vida escolar dos filhos, o que dificulta o trabalho da escola e do
professor.
O ensino-aprendizagem é bastante complexo, pois busca deixar o aluno
letrado e alfabetizado e para que esse processo aconteça é necessário que haja
comprometimento por parte dos professores. A maioria dos alunos passam de ano
sem saber ler e escrever corretamente e a escola não leva isso em consideração,
fazendo com que estes sejam prejudicados futuramente.
Nas escolas, nos dias de hoje, existem programas de leitura para os alunos,
mas os mesmos não são interessados, não consciência e nem um incentivo de que
esse aprendizado é importante para a vida, não só na escola, mas na sociedade
como um todo.
A dificuldade de leitura e escrita vivenciadas no cotidiano da sala de aula é
sem dúvida, um tema de extrema importância, pois é necessário que se utilize de
metodologias adequadas para superação das dificuldades encontradas, facilitando
assim o processo ensino-aprendizagem.
A avaliação é o meio eficaz de diagnosticar essas dificuldades e ainda saber
o que deve ser feito e ainda dar um suporte para saber como fazer para que o aluno
progrida diante da dificuldade apresentada. Cabe às instituições escolares a
responsabilidade de traçar um plano de trabalho, focado no desenvolvimento da
aprendizagem, como pressuposto básico para formar leitores conscientes, capazes
de interpretar, criar, estabelecer relações, lançar-se ao mundo de forma crítica e
criativa a fim de conquistar espaços, em uma sociedade marcada pela
competitividade.
Portanto, o trabalho feito trouxe grandes aprendizados sobre o tema abordado
enriquecendo ainda mais nossos conhecimentos.
34

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