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Curricularização da extensão

e sua convergência com as


DCN's em Medicina

Profa. Dra. Raquel Rangel Cesario


06/05/2021
Extensão
Ensino
Processo acadêmico definido e efetivado em função das
demandas sociais, políticas, econômicas e culturais da
sociedade e da proposta pedagógica dos cursos, coerente
com as políticas públicas e, indispensável à formação
cidadã.

IES ➔ articula-se com o ensino e com a pesquisa


➔ visa a interação transformadora entre a IES e a
sociedade.
Pesquisa Extensão ➔ fortalece o processo de aprendizagem do estudante
universitário
➔ permite a socialização do conhecimento acadêmico
articulado
➔ contribui para a participação da comunidade na vida
Tripé das Instituições de Ensino Superior universitária.
Uni-FACEF - Centro Universitário Municipal de Franca
Missão: “Construir e difundir o conhecimento, contribuindo para a formação do ser humano, a
fim de que ele exerça o seu papel na sociedade com ética e cidadania”.

➔ 70 anos de existência - 13 cursos


➔ Objetivo maior a formação de cidadãos
capacitados para a vida profissional e
comunitária que, pelo saber e pelo ser,
atuarão positivamente em vários
segmentos e instituições sociais,
colaborando para uma sociedade mais
justa e solidária.
➔ Sujeita às regras do Conselho Estadual
de Educação de São Paulo.
Atividades de extensão do curso de Medicina do Uni-FACEF em
todas as modalidades:
1) Ligas Acadêmicas: atividades promovidas pelas ligas acadêmicas de medicina;
2) Projetos de extensão: projetos elaborados por docentes (responsáveis pela
condução das atividades) com o apoio de estudantes - Florescer;
3) Prestação de serviços: os estudantes de medicina orientados e acompanhados
pelos docentes prestam serviços à comunidade - orientação e aferição de PA;
4) Cursos e oficinas: oferecidos aos estudantes - Treinamento em Basic Life Support;
5) Projetos sociais: atividades assistenciais à comunidade - Trote solidário.
6) Eventos: eventos envolvendo o curso de medicina com periodicidade anual -
COMEF, Workshop
7) Associações estudantis - Atlética, Bateria
E a curricularização e seus desafios?

(Imperatore & Pedde, 2015)


Trajetória histórica da extensão no Brasil

1975 - primeira política de extensão - marco do Plano de Trabalho de Extensão

1980's - FORPROEX - avanço

1996 - Lei de Diretrizes e Bases - retrocesso

2001 - Plano Nacional de Educação 2001-2010 - retoma o FORPROEX e insere a curricularização, pela
integralização dos créditos - meta não alcançada

2014 - Plano Nacional de Educação 2014-2024 - mantém a curricularização da extensão

Estratégia 12.7 - Assegurar, no mínimo, 10% do total de créditos curriculares exigidos para a
graduação em programas e projetos de extensão universitária, orientando sua ação,
prioritariamente, para áreas de grande pertinência social.
(Imperatore & Pedde, 2015; BRASIL, 2014)
Extensão universitária no Brasil - normativa em vigor
Art. 3o - A Extensão na Educação Superior
Brasileira é a atividade que se integra à
matriz curricular e à organização da pesquisa,
constituindo-se em processo interdisciplinar,
político educacional, cultural, científico,
tecnológico, que promove a interação
transformadora entre as instituições de ensino
superior e os outros setores da sociedade, por
meio da produção e da aplicação do
conhecimento, em articulação permanente
com o ensino e a pesquisa.

(BRASIL, 2014).
A curricularização desafia a IES a repensar suas concepções e práticas
extensionistas, em direção a uma articulação sistêmica e novo-
paradigmática orientada para além da formação profissional.

demandas da
Ações sociedade e
assistencialistas ou da dinâmica
mercantilistas curricular

(Imperatore & Pedde, 2015; Imperatore, 2019)


Alguns entraves para a curricularização da extensão
➔ A mercadorização da educação;
➔ O academicismo e o autoritarismo da universidade, despreparada para o
diálogo de saberes com a sociedade;
➔ A departamentalização da universidade, que implica na fragmentação do
conhecimento, na irreconciabilidade de ensino-pesquisa-extensão tendo
como consequências o encarceramento do conhecimento na sala de
aula/ensino, a hierarquização do conhecimento e a histórica posição
subalterna da Extensão;
➔ A armadilha do currículo, da disciplinaridade, da compartimentalização que
ameaçam a lógica extensionista, seu sentido epistemológico, sua essência
crítica e interdisciplinar;
➔ A deficiente formação docente em Extensão, a desvalorização do fazer
extensionista na carreira, remuneração e currículo docentes.

(Imperatore & Pedde, 2015)


Alguns desafios para a curricularização da extensão
➔ Demolição dos muros, do isolamento da educação e da universidade; a intermediação com a realidade, a
articulação entre teoria-prática, o respeito e valorização à diversidade de sujeitos e práticas;
➔ Perspectiva Interdisciplinar – integração de saberes (rejeição do cientificismo excludente) e a deposição do
distanciamento entre disciplinas, conjugando o ético, o estético, o religioso, o político, o econômico e o
social;
➔ Redefinição de universidade e, por consequência, de projetos de curso, a partir de critérios epistemológico-
pedagógicos e não de definições político-administrativas meramente instrumentais;
➔ Concepção de currículo a partir de atividades acadêmicas de ensino-pesquisa-extensão (para além de
conteúdos/disciplinas justapostos), que possibilitem trajetórias de formação diferenciadas e articuladas,
segmentadas em núcleo “duro”/específico, núcleo de formação geral/complementar e programas e projetos
de Extensão;
➔ A valorização dos núcleos de governança na universidade, com ênfase nos colegiados de curso e núcleos
docentes estruturantes – NDEs.
(Imperatore & Pedde, 2015)
Trajetória histórica das políticas públicas de educação (extensão) e
saúde (educação médica) no Brasil

EDUCAÇÃO / EXTENSÃO SAÚDE/EDUC. MÉDICA

1980's - FORPROEX - avanço na 1980's - Reforma sanitária


política de extensão 2001 - Diretrizes Curriculares
2001 - Plano Nacional de Educação Nacionais de Graduação em
Insere a curricularização da extensão Medicina

2014 - Mantém a curricularização da 2014 - Diretrizes Curriculares


extensão Nacionais de Graduação em
Medicina
Trajetória histórica das políticas públicas de educação (extensão) e
saúde (educação médica) no Brasil

EDUCAÇÃO / EXTENSÃO SAÚDE/EDUC. MÉDICA

g ê n c i a
1980's - Reforma sanitária
1980's - FORPROEX - avanço na
n v e r
política de extensão Co l ó g i
2001 c a
- Diretrizes Curriculares
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2001 - Plano Nacional de Educação Nacionais de Graduação em
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Insere a curricularização da extensão óric
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Medicina

2014 - Mantém a curricularização da


extensão Nacionais de Graduação em
Medicina
Convite para aprofundamento
➔ BRASIL. Lei 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências.
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13005.htm
➔ BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução
CNE/CES no. 7, de 18 de dezembro de 2018. Estabelece as diretrizes para a extensão na educação superior
brasileira e dá outras providências.
➔ IMPERATORE, S. L. B.; PEDDE, V. “Curricularização” da extensão universitária no Brasil: questões estruturais e
conjunturais de uma política pública. In: CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA,
3., 2015, Cuba. Anais... Cuba: ULEU/Ministério da Educação Superior da República de Cuba, 2015. Disponível
em: . Acesso em: 12 jul. 2015.
➔ IMPERATORE, Simone. Transição paradigmática do ensino superior ante a estratégia 12.7 do Plano Nacional de
Educação. Inserção curricular da extensão: aproximações teóricas e experiências: volume VI. 22ed.: Unesc, 2019,
v. , p. 13-28.
➔ CESARIO, Raquel Rangel; CESARIO, Manuel; SANTOS, Cibele Gomes dos. Alvorecer do Paradigma Sistêmico na
Educação Médica. Rev. bras. educ. med., Brasília, v.43, n.1, supl.1, p.305-313, 2019.
https://doi.org/10.1590/1981-5271v43suplemento1-20190116.

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