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FUNDAMENTOS E

METODOLOGIA DE EXTENSÃO
NO ENSINO SUPERIOR

Prof. Jovan Marques


Pilares da Educação no Brasil
• Em seu Art. 207, a Constituição Federal estabelece que “As
universidades (...) obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre
ensino, pesquisa e extensão”.

• O princípio de indissociabilidade surge para definir o papel das


universidades brasileiras perante a sociedade, de forma a criar um
pacto entre as Instituições de Ensino Superior (IES).

• Esses três pilares são a base do conhecimento acadêmico, fazendo


parte do currículo de todos os cursos de graduação.
Pilares da Educação no Brasil
Extensão - Definição

A Extensão Universitária, sob o princípio constitucional da


indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, é um processo
interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a
interação transformadora entre Universidade e outros setores da
sociedade.
Política Nacional de Extensão
Universitária

• Com essa iniciativa, dá-se materialidade ao compromisso das


Universidades signatárias, estabelecido por meio de seus Pró-Reitores
de Extensão, com a transformação da Universidade Pública, de forma
a torná-la um instrumento de mudança social em direção à justiça, à
solidariedade e à democracia.
Política Nacional de Extensão
Universitária
Objetivos

1. Reafirmar a Extensão Universitária como processo acadêmico definido e efetivado em função das
exigências da realidade, além de indispensável na formação do estudante, na qualificação do
professor e no intercâmbio com a sociedade;
2. Conquistar o reconhecimento, por parte do Poder Público e da sociedade brasileira, da Extensão
Universitária como dimensão relevante da atuação universitária, integrada a uma nova concepção
de Universidade Pública e de seu projeto político-institucional;
3. Contribuir para que a Extensão Universitária seja parte da solução dos grandes problemas sociais
do País;
4. Conferir maior unidade aos programas temáticos que se desenvolvem no âmbito das
Universidades Públicas brasileiras;
5. Estimular atividades de Extensão cujo desenvolvimento implique relações multi, inter e ou
transdisciplinares e interprofissionais de setores da Universidade e da sociedade;
Política Nacional de Extensão
Universitária
Objetivos

6. Criar condições para a participação da Universidade na elaboração das políticas públicas voltadas
para a maioria da população, bem como para que ela se constitua como organismo legítimo para
acompanhar e avaliar a implantação das mesmas;
7. Possibilitar novos meios e processos de produção, inovação e disponibilização de conhecimentos,
permitindo a ampliação do acesso ao saber e o desenvolvimento tecnológico e social do País;
8. Defender um financiamento público, transparente e unificado, destinado à execução das ações
extensionistas em todo território nacional, viabilizando a continuidade dos programas e projetos;
9. Priorizar práticas voltadas para o atendimento de necessidades sociais (por exemplo, habitação,
produção de alimentos, geração de emprego, redistribuição de renda), relacionadas com as áreas de
Comunicação, Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação, Meio Ambiente, Saúde, Tecnologia e
Produção, Trabalho;
10. Estimular a utilização das tecnologias disponíveis para ampliar a oferta de oportunidades e
melhorar a qualidade da educação em todos os níveis;
Política Nacional de Extensão
Universitária
Objetivos

11. Considerar as atividades voltadas para o desenvolvimento, produção e preservação cultural


e artística como relevantes para a afirmação do caráter nacional e de suas manifestações
regionais;
12. Estimular a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável como componentes da
atividade extensionista;
13. Tornar permanente a avaliação institucional das atividades de Extensão Universitária como
um dos parâmetros de avaliação da própria Universidade;
14. Valorizar os programas de extensão interinstitucionais, sob a forma de consórcios, redes ou
parcerias, e as atividades voltadas para o intercâmbio e a solidariedade;
15. Atuar, de forma solidária, para a cooperação internacional, especialmente a latino-
americana.
Caminhos Percorridos
• A prática de atividades de Extensão Universitária, no Brasil, remonta
ao início do século XX, coincidindo com a criação do Ensino Superior.
• Suas primeiras manifestações:
 Universidade de São Paulo, em 1911.

 Prestações de serviço da Escola Superior de Agricultura e Veterinária de


Viçosa, desenvolvidos na década de 1920.

• No final da década de 1950 e início da de 1960, os universitários


brasileiros, reunidos na União Nacional dos Estudantes - UNE,
organizaram movimentos culturais e políticos.
Caminhos Percorridos

• Com a instalação da ditadura militar, foram promovidas, embora com


modificações, as tão demandadas reformas de base.
• No âmbito da educação, houve três iniciativas importantes:
 Em 1966, do Centro Rural de Treinamento e Ação Comunitária –
CRUTAC
 Projeto Rondon, em 1967.
 Promulgação da Lei Básica da Reforma Universitária (Lei n.
5.540/68), a qual estabeleceu que:
Caminhos Percorridos

• “[...] as universidades e as instituições de ensino superior estenderão


à comunidade, sob a forma de cursos e serviços especiais, as
atividades de ensino e os resultados da pesquisa que lhes são
inerentes” (Artigo 20)

• “As instituições de ensino superior: a) por meio de suas atividades de


extensão proporcionarão aos corpos discentes oportunidades de
participação em programas de melhoria das condições de vida da
comunidade e no processo geral do desenvolvimento; [...]” (Artigo.
40)
Caminhos Percorridos
• Novas iniciativas na área surgiram na primeira metade da década de 1970, quando o
Ministério da Educação e Cultura (MEC) e o Ministério do Interior criaram a Comissão
Mista CRUTAC/ MEC - Campus Avançado/MINTER, cuja atribuição foi a de propor medidas
destinadas à institucionalização e fortalecimento da Extensão Universitária.
Entre as propostas dessa comissão, destaca-se a de criação da Coordenação das
Atividades de Extensão (CODAE), que foi levada a termo em 1974.

• Entre as primeiras produções da CODAE, está o Plano de Trabalho de Extensão


Universitária.
 A Extensão foi definida como ação institucional voltada para o atendimento das
organizações e populações, com sentido de retroalimentação e troca de saberes
acadêmico e popular.
Nessa perspectiva, as camadas populares deixaram de ser o objeto para se
tornarem o sujeito da ação extensionista.
Caminhos Percorridos
• Os avanços introduzidos pelo Plano de Trabalho de Extensão Universitária
praticamente coincidiram com o início do processo de “abertura lenta e gradual”
do Regime Militar.
• Foi reelaborada a concepção de Universidade Pública, redefinidas as práticas de
Ensino, Pesquisa e Extensão e questionada a visão assistencialista das ações
extensionistas.
• A partir de então, a Extensão Universitária passou a ser percebida como um
processo que articula o Ensino e a Pesquisa e se relaciona com os novos
movimentos sociais.
• Embora ainda restrita à dimensão processual, a busca da institucionalização da
Extensão tornou-se o principal desafio. O entendimento era de que essa
institucionalização deveria envolver toda a Universidade Pública.
Caminhos Percorridos

• O reconhecimento legal das atividades extensionistas e a criação do Fórum


Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras
(FORPROEX, 1987), atualmente Fórum de Pró-Reitores de Extensão das
Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras, em novembro de
1987, são marcos importantes, na medida em que propiciaram à
comunidade acadêmica as condições para redefinir a Extensão Universitária.
• No I Encontro Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades
Públicas Brasileiras, um novo conceito foi pactuado:
Caminhos Percorridos
“A Extensão Universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o Ensino e
a Pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre Universidade e
Sociedade.”
“A Extensão é uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica,
que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da práticas de um
conhecimento acadêmico.”
“Esse fluxo, que estabelece a troca de saberes sistematizados, acadêmico e popular, terá
como consequências a produção do conhecimento resultante do confronto com a realidade
brasileira e regional, a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva
da comunidade na atuação da Universidade.”
Além de instrumentalizadora deste processo dialético de teoria/ prática, a Extensão é um
trabalho interdisciplinar que favorece a visão integrada do social.
(FORPROEX, 1987).
Caminhos Percorridos
• Em consonância com as definições pactuadas no FORPROEX, a Constituição de
1988 preceitua a “indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”
(BRASIL, 1988, art. 207) e estabelece que “as atividades universitárias de
pesquisa e extensão poderão receber apoio financeiro do poder público”
(BRASIL, 1988, art. 213, §2ª).

• Na esteira desse significativo avanço na institucionalização da Extensão


Universitária - seu reconhecimento constitucional -, novos progressos foram
estabelecidos pelo MEC, sob forte estímulo e ampla colaboração do
FORPROEX, com a criação do Programa de Fomento à Extensão Universitária
(PROEXTE), de 1993.
Caminhos Percorridos

• Em resposta ao mandamento constitucional de indissociabilidade entre


Ensino, Pesquisa e Extensão, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), Lei nº 9.394, de 1996, estabelece a Extensão Universitária
como uma das finalidades da Universidade (BRASIL, 1996, art. 43) e institui
a possibilidade de apoio financeiro do Poder Público, inclusive mediante
bolsas de estudo (BRASIL, 1996, art. 43).
Caminhos Percorridos
• Outra iniciativa importante, no sentido da institucionalização da Extensão
Universitária, foi o Plano Nacional de Extensão, elaborado e aprovado pelo
FORPROEX, em 1998. Por meio desse plano, busca-se o seguinte:
1) a possibilidade de dar unidade nacional aos programas temáticos que já
se desenvolvem em diferentes universidades brasileiras;
2) a garantia de recursos financeiros destinados à execução de Políticas
Públicas correlatas [...];
3) o reconhecimento, pelo Poder Público, de que a Extensão Universitária
não se coloca apenas como uma atividade acadêmica, mas como uma
concepção de Universidade Cidadã;
4) a viabilidade de interferir na solução dos grandes problemas sociais
existentes no Pais”
Caminhos Percorridos

• Avançando na mesma direção, o Plano Nacional de Educação, para o


decênio 2001-2010 (BRASIL, 2011), aprovado em 2001, estabelece a
responsabilidade das Universidades nas suas funções de Ensino,
Pesquisa e Extensão, na formação inicial e continuada dos
profissionais da educação básica, e institui que:

“no mínimo, 10% do total de créditos exigidos para a graduação no


ensino superior no País será reservado para a atuação dos estudantes
em ações extensionistas”.
Caminhos Percorridos

• Assim, no início da década de 2000, a Extensão Universitária já havia


adquirido significativa densidade institucional, no que se refere à
Constituição de 1988, à legislação federal e às regulamentações do
FORPROEX.
Contexto Atual da Extensão
Universitária
Contexto Atual da Extensão Universitária

• Atividade para próxima aula

• Fazer um texto de 15 a 30 linhas sobre o contexto atual da extensão


Universitária.

• Texto base para leitura se encontra no SUAP EDU

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