O Fernando de Azevedo foi o pioneiro da Sociologia da Educação no Brasil e ocupou
vários cargos na direção educacional. Além disso, foi defensor de uma escola gratuita, pública e universal e para isso apostava na intensa intervenção do Estado na educação. Tem seu registro na educação brasileira marcada por uma complexa bibliografia educacional, dentre os quais pode-se destacar o clássico A cultura brasileira, e Sociologia educacional (1940). Suas ideias apreendidas em relação a educação sofreram influência, principalmente, de Émile Durkheim e do John Dewey, cujo dos quais apreendeu, respectivamente, a ideia da educação como mecanismo de transmissão de cultura e tradição, e a educação enquanto processo continuo de construção e reconstrução da experiência social.
A concepção de educação em Fernando de Azevedo sofre uma dualidade: é bastante
conservadora e centrada na preservação da cultura, mas também renovadora ao se preocupar com uma ação prática da cultura. Ele busca manter, em sua essência, uma mesma concepção de educação. No entanto, sua visão sobre o papel político-social da escola dentro da sociedade sofre mutações a partir da década de 50, ao reconhecer a limitação do papel da escola. A partir disso, de acordo com Azevedo, a educação se mantém muito mais preocupada na fixação de valores conservadores e não com a mesma intensidade em ressaltar os aspectos dinâmicos da cultura presente na sociedade. Portanto, há a passagem para uma visão mais realista e limitada da educação.
Florestan Fernandes
O Florestan Fernandes reconhecia a importância da aplicação das ciências sociais na
educação e que essa iniciativa perpassava uma simples necessidade teórica e metodológica, mas sim por meio da qual seria possível enfrentar os novos desafios relacionados à educação. O pensamento educacional de Florestan Fernandes na educação se apropria desde o pensamento clássico ao moderno, tendo como principal referencial a matriz marxista- sociológica. Nesse sentido, o desenvolvimento de sua análise sociológica se divide em quatro ações: identificar a dimensão histórico-social; evidenciar o conservadorismo educacional, quando se observa os dilemas do ensino superior no Brasil; posicionar-se no papel público, assinando o Manifesto da LDB em 1961 e quando se elege deputado federal em 1996; preocupação com a formação intelectual dos educadores brasileiros.