Paulo Freire nasceu no Recife, Pernambuco, no dia 19 de setembro de 1921.
Filho de Joaquim Temístocles Freire, capitão da Polícia Militar, e de Edeltrudes Neves Freire, morou na cidade do Recife até 1931. Paulo Freire iniciou o curso ginasial no Colégio 14 de julho, no centro do Recife. Com 13 anos perdeu o seu pai e coube a sua mãe a responsabilidade de sustentar todos os 4 filhos. Sem condições de continuar pagando a escola, sua mãe pediu ajuda ao diretor de Colégio Oswaldo Cruz, que lhe concedeu matrícula gratuita e o colocou como auxiliar de disciplina. Em 1943 Paulo Freire ingressou na Faculdade de Direito do Recife. Paralelamente, estudou filosofia da linguagem e foi ser professor de Língua Portuguesa, para jovens do ensino médio. Em 1947, foi indicado ao cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social de Pernambuco. Depois de formado em Direito, não atuou na área e continuou lecionando português no Colégio Oswaldo Cruz e Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco. Em 1955, junto com outros educadores, Paulo Freire fundou, no Recife, o Instituto Capibaribe uma escola inovadora que atraiu muitos intelectuais da época e que continua em atividade até os dias de hoje. Freire é conhecido mundialmente por suas ideias sobre educação popular e sua contribuição para a pedagogia crítica. Freire acreditava que a educação deve ser um processo libertador, capaz de promover a conscientização e a transformação social. Ele defendia uma abordagem pedagógica que valorizasse a participação ativa dos estudantes, estimulando o diálogo, a reflexão crítica e a busca pela autonomia. Sua obra mais famosa, "Pedagogia do Oprimido", publicada em 1968, é considerada um marco na educação. Nela, Freire expõe sua teoria da conscientização, que busca romper com a opressão e a desigualdade por meio da educação crítica e emancipadora. Durante sua vida, Freire trabalhou em diversos projetos educacionais no Brasil e em outros países, sempre buscando promover a alfabetização e a educação como ferramentas de empoderamento das classes populares. Sua abordagem pedagógica influenciou muitos educadores e movimentos sociais ao redor do mundo. Paulo Freire recebeu diversos prêmios e honrarias por seu trabalho, sendo reconhecido como um dos grandes pensadores da educação do século XX. Sua contribuição para a pedagogia crítica continua sendo estudada e aplicada até os dias de hoje, inspirando educadores a promoverem uma educação mais inclusiva, participativa e transformadora. Em 1960, preocupado com o grande número de adultos analfabetos na área rural dos estados nordestinos - que formavam consequentemente um grande número de excluídos, Paulo Freire desenvolveu um método de alfabetização. Sua proposta de ensino estava baseada no vocabulário do cotidiano e da realidade dos alunos: as palavras eram discutidas e colocadas no contexto social do indivíduo. Por exemplo: o agricultor aprendia as palavras, cana, enxada, terra, colheita etc. Os alunos eram levados a pensar nas questões sociais relacionadas ao seu trabalho. A partir das palavras base é que se ia descobrindo novos termos e ampliando o vocabulário. O "Método Paulo Freire" foi aplicado pela primeira vez em 1962 na cidade de Angicos, no sertão do Rio Grande do Norte, quando foram alfabetizados 300 trabalhadores da agricultura. O projeto ficou conhecido como “As 40 horas de Angicos”, porque nesse período tão curto, os adultos analfabetos já conseguiam ler e escrever uma série de palavras, que faziam parte de sua rotina. A alfabetização mais completa levou 45 dias. Os princípios da teoria e os métodos de Paulo Freire estão intrinsecamente ligados à sua abordagem pedagógica conhecida como "educação problematizadora" ou "educação libertadora". Essa abordagem tem como objetivo central a conscientização e a transformação social por meio da educação. Aqui estão alguns dos princípios fundamentais da teoria e os métodos utilizados por Paulo Freire: Diálogo: A base da educação problematizadora é o diálogo entre educador e educando. Freire acreditava que a educação deve ser um processo de troca e interação, em que ambos os lados aprendem e ensinam. Conscientização: Freire enfatizava a importância da conscientização como um processo de despertar crítico e reflexivo sobre a realidade social e política. Ele acreditava que a educação deve capacitar as pessoas a compreenderem as estruturas de poder e a agirem para transformar a sociedade. Temas geradores: Em seu método, Freire propunha a utilização de temas geradores, ou seja, temas que são relevantes e significativos para a realidade dos educandos. Esses temas são escolhidos em conjunto com os alunos, promovendo o engajamento e a participação ativa no processo educativo. Alfabetização conscientizadora: Freire desenvolveu um método de alfabetização que ia além do simples aprendizado das letras e palavras. Ele buscava promover a leitura crítica do mundo, utilizando palavras e situações concretas que fizessem sentido para os educandos. Práxis: A práxis, conceito central na teoria de Freire, refere-se à ação-reflexão- ação. Ele enfatizava a importância de unir a teoria à prática, incentivando os educandos a refletirem sobre suas ações e a transformarem a realidade por meio do engajamento crítico. Valorização do conhecimento prévio: Reconhecer e valorizar o conhecimento prévio dos estudantes é importante. Os educadores devem buscar estabelecer conexões entre o conhecimento prévio dos alunos e os conteúdos a serem ensinados, promovendo uma aprendizagem significativa e relevante. Esses são apenas alguns dos princípios e métodos utilizados por Paulo Freire em sua abordagem pedagógica. Seu trabalho influenciou profundamente a educação ao redor do mundo, inspirando educadores a adotarem uma abordagem mais participativa, crítica e emancipatória.
Bibliografia
FRAZÃO Dilva, Biografia de Paulo Freire, Acesso em :
O Construtivismo É Uma Abordagem Teórica Que Se Baseia Na Ideia de Que o Conhecimento É Construído Ativamente Pelos Alunos, em Vez de Ser Transmitido Passivamente Pelos Professores