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UNIVERSIDADE BRASIL

TATIANE ROSA DA SILVA

RESUMO
Capitulo III livro pedagogia do oprimido

São Paulo
2018
TATIANE ROSA DA SILVA

RESUMO
Capitulo III livro pedagogia do oprimido

Trabalho apresentado ao Curso de


Pedagogia, Correntes do Pensamento
Pedagógico da Universidade Brasil, como
requisito Avaliativo para nota do segundo
bimestre do 1º semestre.

Professor: Paulo Cesar

São Paulo
2018
RESUMO

No geral o livro Pedagogia do Oprimido nos apresenta um método de alfabetização


dialético, defendendo o diálogo de forma simples, não somente como um método,
mas como um modo de termos uma instituição de ensino democrática.
Apresentando uma proposta de uma educação para liberdade, uma educação
problematizadora que gere uma reflexão sobre a realidade e por consequência a
ação na realidade, não uma educação bancaria (método que consiste em transmitir
ao aluno verdades prontas).

O capítulo III tem como tema “A dialogicidade – essência da educação


como prática de liberdade” e demostra o quanto é importante o desenvolvimento
do diálogo no processo educativo em oposição ao método bancário de transmissão
de conhecimento. Na prática o método bancário, funciona assim: o professor
questiona os alunos sobre o seu dia a dia, apresenta uma explicação ideológica para
os problemas e insatisfações relatados, e depois discute com eles o que acharam
desse conteúdo. Se os alunos discordarem da explicação, o professor argumenta
em favor do seu próprio ponto de vista ideológico. Ao fim do diálogo, o professor
conclui que os alunos que ele conseguiu convencer estão agora “conscientes” da
sua “verdadeira” condição de oprimidos e explorados pela sociedade de classes.
O diálogo não anula o “eu”, pois parte das nossas próprias experiências, mas
em comunhão com o outro, que também trazendo sua experiência se constrói uma
nova visão nessa troca de saberes. Assim a liberdade é alcançada, através de uma
consciência crítica, onde o eu e o outro estarão em um constante diálogo na
transformação da realidade.
Freire defende a pedagogia do diálogo, “a palavra verdadeira seja transformar o
mundo”, o educador não pode ser apolítico, se manter em uma situação confortável
de comodismo que não desagrade ninguém, nem os opressores, nem estimule a
consciência de oprimido em que o é.
Freire fundamenta o diálogo no amor e aborda também a práxis, que tem
como dimensões: a ação, reflexão e ação transformadora. A palavra tem nesse
sentido um valor de transformação, transformar o mundo e aos homens. E para
libertar os oprimidos de sua condição de opressão, utiliza-se do diálogo. Sendo a
palavra um direito de todos, e não um privilégio como muitos defendem e uma ação
amorosa, pois: “Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e
aos homens.”.
Para nos libertamos das garras dos nossos opressores precisamos encontrar
no diálogo a nossa arma de defesa. O diálogo é a base, por via dele que
conhecermos o outro, suas carências e necessidades. Se eu não escuto o outro eu
não o conheço. A palavra é a chave da libertação do oprimido. E Freire volta ao
tema do amor como fundamento para o diálogo.
Não há diálogo, porém, se não há um profundo amor ao mundo e aos
homens. Não é possível a pronúncia do mundo, que é um ato de criação e recriação,
se não há amor que o funda.
Então só é possível uma verdadeira educação através do diálogo, ninguém
diz a palavra verdadeira sozinho. Não posso dialogar se me sinto superior, se quero
impor a minha verdade. A proposta de diálogo é expor o meu ponto de vista e
respeitar o ponto de vista do outro, para isso é preciso humildade, é preciso amor,
compromisso amoroso e dialógico.
É extremamente danoso uma sociedade sem o diálogo, sem a troca de
experiência, onde o “eu” é detentor da verdade absoluta, e o outro não deve interferir
em seus conceitos. Sem diálogo a sociedade se divide e se torna alvo fácil dos
opressores que induzem pessoas fragilizadas e egoístas, onde a liberdade será
quase que impensável.
Para nos libertamos das garras dos nossos opressores precisamos encontrar
no diálogo a nossa arma de defesa. A maioria das pessoas são coagidas a ficarem
silenciadas, não podendo expressar suas opiniões tornando-se pessoas submissas
aos detentores do poder da sociedade vigente. O diálogo é a base da comunicação,
por via dele que conhecermos o outro, suas carências e necessidades.
Somente posso ouvir a voz de quem está ao meu redor se eu tiver amor ao
mundo e aos homens, porque é praticando uma relação harmoniosa que saberei as
suas necessidades. O diálogo é o encontro dos homens mediatizados pelo mundo.
O mundo será o que me ligará aos outro homens e mulheres, nossas leituras de
mundo nos farão reconhecer a importância da comunicação entre o eu e o tu.
A educação tem que ser pautada na conversa, na comunicação entre
professor e aluno e entre os colegas, assim a educação se tornará uma educação
para a libertação onde todos terão direito em expressar suas opiniões.
Freire descreve também alguns elementos chave do seu “método”, como a utilização
de temas geradores para fomentar o diálogo e o aprendizado. Segundo Freire,
“investigar o ‘tema gerador’ é investigar, repitamos, o pensar dos homens referido à
realidade, é investigar seu atuar sobre a realidade, que é sua práxis”. Os temas
geradores são importantes e devem partir sempre da realidade e não como a
educação tradicional que se baseia em conteúdos pré-estabelecidos. Não é possível
ensinar as pessoas simplesmente com palavras que não sejam do domínio do
educando. A busca do tema gerador começa com diálogo, entre o educador e o
educando sobre o que irá se dialogar. O que na educação bancária não aconteceria,
pois o educador iria se perguntar a respeito do programa o qual dissertaria a seus
alunos. “A educação autêntica não se faz de A para B ou de A sobre B, mas de A
com B...”
Devemos então partir de que os temas geradores devem falar sobre uma situação
concreta, presente, como problema que o desafie e lhe exija resposta, não só
intelectual, mas também lhe exija ação. Podemos dialogar sobre a sua e a nossa
visão de mundo, mas jamais impor a nossa visão. Por isso o conteúdo programático
deve ser eleito por todos os envolvidos no diálogo.
Quando investigamos os temas geradores não investigamos os homens como
se fossem objetos, mas o pensamento que se refere a realidade, como percebem
esta realidade. A coleta desses temas que fazem parte do convívio social do povo
que se quer ensinar. É possível vermos professores que acreditam que os
conteúdos são mais importantes do que a experiência que o aluno traz da vida, o
sujeito não tem um conhecimento e se faz necessário inserir os conhecimentos no
indivíduo sem se preocupar com a historicidade. E os temas geradores são
propulsores para novos diálogos. A investigação tem que construir-se na
comunicação. Os temas geradores surgem da relação homem-mundo. Há temas
que podem não terem sido sugeridos pelos educandos, mas que pela própria
dialogicidade da educação podem ser sugeridos pelos educadores, a estes temas
chamamos de “temas dobradiças”. Um programa que sai do povo fará com que
ocorra uma identificação e não a estranheza, o professor deverá explicar a presença
do “tema dobradiça” e sua significação. Através deste tema os envolvidos no diálogo
demonstram sua consciência da realidade e este é um tema que abre portas para
que surjam outros temas.
Com isso o autor nos mostra a importância do contexto social e cultural trazido pelo
aluno à sala de aula. É a partir dessa reflexão da cotidianidade, dos elementos que
compõem a realidade do aluno que deverá ser baseado o conteúdo programático da
educação, como propõe Paulo Freire. Dessa forma a aprendizagem ocorrerá de
forma mais rápida, pois é mais fácil trabalhar com palavras que estejam no dia a dia
do povo, onde eles naturalmente veem o sentido. “Nosso papel não é falar ao povo
sobre nossa visão de mundo, ou tentar impô-la a ele, mas dialogar com ele sobre a
sua e a nossa”. O método da dialogicidade ganha importância ao conceder aos
participantes do processo de ensino e aprendizagem a liberdade de expressão. Aqui
o direito de refletir já não está restrito ao professor que repassa sua visão de mundo,
sua realidade, mas abre-se espaço para que o aluno também possa expressar sua
percepção da realidade.
Vemos assim como Freire construiu um importante instrumento educativo na
formação de uma consciência do povo na transformação social: uma educação do
povo para o povo e com o povo.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1987


CONCLUSÃO

A base para uma educação transformadora é o diálogo, a problematização que gere


reflexão. Nos faz compreender sobre a prática da liberdade com uma nova
pedagogia de ação reflexiva e crítica, abrindo fronteiras para o pensar do homem , e
isso tudo se deve na comunicação com o outro, ou seja, no diálogo.
Porém a reflexão sem ação é inútil, tanto quanto é inútil a ação sem reflexão. O povo
precisa saber pelo que agir, fazer essa descoberta. Ao educador cabe auxiliar nessa
descoberta problematizando situações, interrogando, pesquisando, mas o educador
não pode apenas investigar, mas sim tentar enxergar a situação do ponto de vista do
investigado.
Ao analisar essa obra de Freire, percebe-se que até hoje, em nossas escolas, o
conceito de educação problematizadora ainda não conseguiu ser implantada. O
professor formador de conscientização vive um drama entre ensinar o que pensa ou
cumprir com o currículo que lhe é imposto pelos órgãos educacionais. Vive
pesquisando para preparar uma aula que muitas vezes os alunos nem param para
ouvir por que o conteúdo que o professor tem que cumprir não condiz com a
realidade que seus alunos vivem. Então podemos entender que o sistema
educacional de hoje também continua a disseminar a opressão. Não tanto por causa
do professor, mas pelas condições de trabalho que lhes é imposto. O educador hoje
é tão vítima como o oprimido, pois é meramente mais um deles.
Na teoria o discurso de Freire é realmente encantador e nos faz analisar essa
educação libertadora e dialógica que amplia o senso crítico e faz-nos acreditar como
seres iguais na capacidade de absorver, transformar e desenvolver novos
conhecimentos, porém, sabemos que a realidade vivenciada é total e/ou
parcialmente diferente. E que para que tal discurso possa se efetivar de fato, na
prática, é preciso colaboração, união e organização das classes populares, em
diálogo permanente para a transformação da realidade opressora em que vivemos.

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