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“Pedagogia da autonomia”

Síntese do capitulo 3 - Ensinar é uma especificidade humana

3.1 - Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade

A confiança do docente se encontra embasada em sua competência profissional, isto é sua


capacidade de buscar aprimorar-se em sua área de domínio, mas não deixar está ser a
característica que o define. Além deste, não deve deixar a arrogância tomar conta de si,
pois se trata de algo prejudicial para o surgimento de um ambiente de aprendizagem
baseado em respeito mutuo. O docente, sendo uma figura de autoridade, deve permitir que
o educando faça uso de seu direito de indagar, duvidar e criticar para que mutuamente
possam superar sua ignorância. De tal forma, a liberdade do aluno será incentivada para
que esse possa ao longo do tempo deixe de ser dependente e desenvolva sua autonomia,
esta baseada na responsabilidade assumidas pelo discente.

3.2 - Ensinar exige comprometimento

O docente é incapaz de se apresentar diante seus alunos sem revelar sua natureza,
devendo buscar uma aproximação daquele ‘eu’ que desejar expressar e do seu verdadeiro
‘eu’ para poder assim, mesmo com o inevitável julgamento dos educandos, ter seu
desempenho inalterado. O professor também deve ser ético ao responder os
questionamentos de seus alunos, sendo capaz de assumir quando se é ignorante sobre
certo assunto e isto não deve ser impedimento para buscar continuamente se aprimorar. O
docente deve ser capaz de desenvolver fortes habilidades de comunicação interpessoal,
pois a percepção do aluno de como este atua afeta a efetividade das práticas de ensino e
aprendizagem, além de que ambos sejam capazes de colaborar na criação de um espaço
de aprendizagem mais democrático.

3.3 - Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no


mundo

A educação pode ser tanto uma força propagadora ou opositora da ideologia dominante,
assim não tendo a possibilidade de assumir uma posição neutra, no entanto, torna se um
erro fazê-la assumi la somente com uma destas características, pois de tal forma faz se
surgir visões distorcidas da história e consciência assim a duplicidade acaba se tornando
intrinsecamente necessária para a existência da educação.
Ao desenvolvermos a capacidade do raciocínio crítico nos tornamos seres éticos, assim
quando ocorrerem transgressões, contra essa, não devem ser aceitas com quietude. De tal
maneira, a humanidade do indivíduo deve ganhar destaque, mesmo em despeito as classes
dominante, não somente socialmente como também em sala de aula, pois não se trata
apenas de ofertar conhecimentos técnicos, mas propiciar uma formação completa com
bases cientificas, humanitárias e éticas. Em suma, tornando o individuo capaz de ter
pensamento próprio.
3.4 - Ensinar exige liberdade e autoridade

A indisciplina, de uma liberdade, se não for coibida, distorce o espaço pedagógico, o


impedindo de continuar suas atividades. Um grande desafio ao educador é fazer com que a
própria liberdade seja capaz de reconhecer os seus limites, assim maior controle exerce tal
liberdade.
O amadurecimento da liberdade ocorrera conforme este diverge com figuras de autoridade.
A exemplo dos pais, que possuem papel fundamental na formação do indivíduo, este que
ao usarem da sua autoridade para questionar as decisões do indivíduo, mas nunca
tomarem as decisões por ele, pois aquilo que ira proporcionar seu amadurecimento é a sua
capacidade de tomar decisões e ter a responsabilidade de arcar com as consequências de
tal.
A contraditória relação entre liberdade e autoridade deve ser assegurada com respeito
mutuo para que ambas não se deformem, isto é para o não surgimento do autoritarismo e
da indecência.

3.5 - Ensinar exige tomada consciente de decisões

É necessário que o educador progressista seja coerente em sua prática pedagógica, isto é,
suas afirmações não podem ser apenas palavras jogadas ao vento.
A educação não se vira politica, ela é. A politicidade da educação tem origem no ser
humano que ao tomar consciência de sua ignorância se torna um ser ético, assim podendo
violar tal. A neutralidade da educação faz-se impossível também devido aos inúmeros
conflitos presentes tanto no indivíduo como na sociedade. O que se deve buscar não é a
neutralidade da educação, mas o respeito tanto aos educadores quanto aos educandos por
parte do estado ou das instituições privadas. Os educadores não devem acreditar que a
educação por si só ira transformar o mundo, mas devem estar cientes de que ela ira
demonstrar a possibilidade de mudança.

3.6 - Ensinar exige saber escutar

Escutar é fundamental para que o educador possa se colocar no mesmo nível daquele a
quem busca ensinar e para que possar adaptar o modo como se comunica. Ao que deseja
se expressar se torna importante reconhecer que não é possuidor da verdade. Além de que
estimule o ouvinte a ter assuma uma posição ativa, de tal maneira o orador precisa estar
aberto a ser confrontado e questionado, caso não tenha capacidade para tal acabara por
acabar com sua capacidade de se comunicar.
A comunicação é, historicamente, fundamental para o desenvolvimento humano. De tal
forma, o docente deve buscar aprimorar sua capacidade comunicativa para facilitar a
compreensão de seus alunos. Ao escutar a dúvidas e lamúrias de seus alunos, o professor
facilita a sua própria capacidade de comunicar-se com os mesmos. Por meio da
compreensão sobre o objeto de estudo o aluno passa a ser capaz de comunicar sobre tal.
A violência imposta sobre o docente deve ser combatida com dignidade e não com mais
violência. Devendo ser combatida as causas para tal e não simplesmente o perpetrador em
si, além de não estigmatizar o grupo ao qual este pertence.
Ao ouvir aos seus estudantes, o docente busca não somente compreender a noção de
mundo destes, mas também despertar suas curiosidades. Além de que os estimulem a
desenvolver sua própria capacidade de pensar e aprender a aprender.

3.7 - Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica

A ciência e tecnologia devem ser voltadas ao avanço humano, isto é visando atender a
sociedade toda.Afinal, mesmo aqueles que possuem o poder acabam sendo prejudicados
com o aumento da desigualdade.
A ideologia não apenas nos priva da verdade como nos cega e ensurdece. O discurso
ideológico e algo tentador e perspicaz, o individuo deve pensar ativa e criticamente para
combater tal. Ao tentar combater a ideologia deve-se buscar evitar os dogmas, além de
estar disposto a vivenciar as diferenças, para isso deve ter a humildade de reconhecer que
não é o detentor da verdade.

3.8 - Ensinar exige disponibilidade para o diálogo

Ao ter coerência entre seu discurso e suas ações, o professor tem seguridade não somente
discutir sobre o mais diversos temas com seus alunos como tem a liberdade de expor que
não detém todo conhecimento e assim abre passagem para a busca ao esclarecimento.
Para ensinar o professor deve conhecer o contexto de vida de seus alunos. Por meio do
diálogo o docente será capaz de entender a quem ele ensina além de demonstrar aos
educandos seu interesse nos mesmos.
Mídias devem ser consumidas cautelosamente tanto pelos docentes quanto os alunos. Para
tal é necessário incentivar que os alunos questionem aquilo que os é apresentado e que
busquem diferentes fontes para checar sua veracidade. Assim o pensamento critico dos
alunos será desenvolvido.

3.9 - ensinar exige querer bem aos educandos

O professor não deve temer querer o melhor para seus alunos, mesmo que crie uma
afetividade com estes. O que não se deve e que por causa dessa afetividade o professor
rompa com seu deveres éticos. A alegria de docentes e discentes torna a prática
educacional menos maçante. No entanto, a prática da docência afetiva e alegre não faz se
substituto da formação completa, sendo apena um complemento ao ambiente de
aprendizagem. Vale ressaltar que a educação é uma atividade altamente humana, isto é a
constante troca de experiências entre professores e alunos. Assim, ao longo do tempo
impactam as vidas uns do outros.

Conclusão
Ao longo do capítulo somos constantemente lembrados da posição de autoridade que o
docente ocupa, além deste ser incentivado a se nivelar com aqueles a quem procuram
ensinar e possuir boa capacidade comunicativa. Adicionalmente torna-se visível a
importância de uma participação ativa do estudante, na prática do ensino. Além de afirmar a
necessidade do pensamento critico não somente para o hábito dos estudos como também
para a vida. Complementando e ressaltando a importância do contínuo aperfeiçoamento
humano ao longo da vida. Estes foram alguns dos ensinamentos extraídos do texto que
consideramos mais úteis e importantes.

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