Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ensinar os alunos a serem Seres Mais, criando uma ação transformadora. Para isso, explica
sobre a ética crítica, a competência científica e a amorosidade autêntica, com base em
engajamento político. Depois de ler o livro, você saberá sobre como deve ser a formação de um
educador e como uma boa relação com o educando é importante.
Freire acreditava que se os alunos forem orientados por meio de um diálogo político-
pedagógico, há uma possibilidade de aproximação crítica do conhecimento e sua recreação.
O escritor enfatiza que o professor não deve somente ensinar os conteúdos exigidos,
mas também mostrar como pensar certo. Os educandos vão se transformando ao lado dos
educadores, a partir de um pensamento crítico apresentado em sala de aula.
Não existe ensino sem pesquisa ou pesquisa sem ensino. Por isso, um educador deve
ter curiosidade para se aprofundar em assuntos diferentes, de forma que não eduque somente
outras pessoas, mas também a si mesmo.
O autor acredita que entre a ingenuidade e a criticidade há uma superação. Por meio do
exercício crítico da capacidade de aprender, a curiosidade para de ser ingênua e passa a ser
epistemológica.
A promoção da ingenuidade é necessária, mas não deve ser feita sem uma rigorosa
formação ética e estética. Sendo assim, a estética da aprendizagem não pode ser deixada de
lado e os educadores devem conhecer os recursos para estimular a criticidade e a curiosidade
dos estudantes.
Sabe aquela frase “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”? Deixe-a de lado.
Um educador precisa não só pensar certo, mas também fazer certo. Alunos não têm boa
impressão de quem uma hora fala uma coisa e na outra, faz o oposto.
O que é novo não pode ser discriminado apenas por ser novo. Deve ser rejeitado
qualquer tipo de prática preconceituosa, seja com raça, gênero, classe ou qualquer outra que
negue a democracia. Isso deve ser ensinado em sala de aula e praticado diariamente.
A prática crítica envolve o movimento dinâmico e dialético entre o fazer e pensar sobre o
que fazer. Portanto, deve haver uma reflexão sobre a prática e curiosidade ingênua, para se
entender e assim, se tornar crítica.
É importante que um professor não explique somente a matéria, mas também dar
exemplos práticos e fazer o possível para envolver os alunos. Caso isso não seja seguido, o
ensino perde a eficácia, porque os alunos passam a não acreditar no que o docente diz.
Veja agora o resumo do capítulo 2 de Pedagogia da Autonomia
Um profissional precisa entender que o ser humano não é completo, é inacabado. Mas o
inacabamento de um ser é próprio da experiência vital.
De acordo com Freire, a invenção da existência a partir dos materiais que a vida oferecia
levou as pessoas a criarem um espaço onde se prender afetivamente para resistir, chamado
de suporte. E esse suporte faz os seres se tornarem conscientes, transformadores e não um
“espaço vazio a ser preenchido por conteúdos”.
O autor explica que somos condicionados, mas nossa consciência sobre o inacabamento
nos faz ir além. A construção de quem somos é feita a partir de genética, dos meios em que
estamos inseridos e da história.
Quando um professor ironiza um aluno mandando que ele “se ponha em seu lugar”
Quando o professor desrespeita a curiosidade do aluno
Quando o professor não aceita o gosto estético ou linguagem
Um professor autoritário acaba com a liberdade de um aluno, porque ele não pode ser
curioso para aprender. E isso, quando acontece, não pode ser visto como uma virtude, mas
como ruptura de decência.
É preciso ter bom senso e ética a todo o momento. E isso deve ser levado em conta,
principalmente, durante uma tomada de decisão, já que é preciso sempre respeitar a
autonomia, dignidade e identidade do outro.
O mundo não é, ele está sendo. Sendo assim, as pessoas não mais só constatam o que
ocorre, elas também intervém como sujeito de ocorrências. Por exemplo, o conhecimento sobre
os terremotos não foi o suficiente para “acabar com ele”, mas ajuda a amenizar as
consequências. Somos capazes de intervir na realidade.
Sem a curiosidade, um educador não pode aprender e nem ensinar. Por isso, é preciso
estimular a pergunta, a reflexão crítica, pensar o que se pretende fazendo aquela pergunta,
quais perguntas e respostas ainda não foram feitas. Os alunos e professores devem ter uma
postura aberta, curiosa, indagadora e não apassivada.
Não é possível exercer a atividade do magistério como se fosse algo sem importância. O
professor precisa se por na frente dos alunos e revelar sua maneira de ser e como se posiciona
politicamente. Isso criará nos alunos a afeição, o que é muito importante no desempenho
profissional.
A aproximação entre educador e educando deve ser uma das preocupações centrais,
porém o docente não deve perguntar diretamente o que pensam de si, deve fazer uma leitura
das atividades apresentadas em sala.
Há uma linha muito tênue que separa a liberdade saudável e a que viola a autoridade.
Por isso, é preciso estabelecer um limite. Quanto mais criticamente a liberdade assuma o limite
necessário, mais autoridade tem ela. Ou seja, a partir do momento que você tem uma
convivência boa com seus alunos, dando liberdade para que eles opinem e se abram com você,
desde que sem causar desconforto ou desrespeito, mais autoridade você terá.
A educação é política e quem pensa que isso acontece por causa de um ou outro
educador, não pode esconder a forma depreciativa como vê a política.
Somente quem escuta paciente e criticamente o outro, fala com ele. Mesmo que, em
certas condições, precise falar a ele. É preciso aprender a escutar para falar. O educador que
escuta transforma seu discurso.
A ideologia tem que ver com a ocultação da verdade dos faros, com uso da linguagem
para penumbrar ou “opacizar” a realidade, ao mesmo tempo que nos torna míopes. Essa miopia
faz muitas pessoas aceitarem discursos cinicamente fatalistas neoliberais que proclama ser o
desemprego no mundo um desgraça do fim do século.
A ideologia pode nos fazer acreditar que a globalização da economia é uma invenção
dela mesma ou de um destino que não pode ser evitado. Se a globalização implica a superação
de fronteiras, a abertura sem restrições ao livre comércio, não seria realmente possível resistir.
Não será indagado que antigamente, as sociedades eram radiciais quanto a abertura e hoje,
veem como algo indispensável.
É importante entender que querer bem aos educandos não significa gostar igualmente de
todos. Na verdade, só quer dizer que um educando precisa estar aberto a afetividade.
Entretanto, é preciso tomar cuidado para que esse carinho com os alunos não afete o
cumprimento ético do saber.