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FELICIANO SODRÉ
CURSO NOMAL
CONHECIMENTOS DIDÁTICOS E PEDAGÓGICOS EM EDUCAÇÃO INFANTIL
Primeiras Palavras
Professora Tia: A armadilha
Inicialmente, o autor fala sobre a importância da leitura e escrita e suas funções sociais.
Ao começar a explicar o título do livro, fala aos educadores que ensinar “é uma tarefa que requer de quem com ela
se compromete um gosto especial de querer bem não só aos outros, mas ao próprio processo (o processo ensino
aprendizagem) que ela implica. É impossível ensinar sem essa coragem de querer bem, sem a valentia dos que insistem mil
vezes antes de uma desistência. É impossível ensinar sem a capacidade forjada, inventada, bem cuidada de amar.” E o
autor indica o amor como característica fundamental, visto que o professor diante às inúmeras dificuldades que encontrará
ao longo de sua carreira, só conseguirá vencê-las se possuir esse sentimento nobre pela profissão.
Feita essa colocação, inicia a explicação sobre o título do livro. O autor explica que a palavra tia, foi
ideologicamente introduzida por muitos segmentos da sociedade, para desvalorizar e romantizar a profissão do magistério,
principalmente, para as séries iniciais da educação básica (educação infantil e 1º segmento do ensino fundamental – 1º ao
5º ano). Ao usar a palavra tia, a sociedade espera da professora que esta trate o aluno e considere sua profissão como uma
espécie de parentesco, o que implica em atos passivos e escassos de criticidade e reflexão. “Ensinar é profissão que
envolve certa tarefa, certa militância, certa especificidade no seu cumprimento enquanto ser tia é viver uma relação de
parentesco. Ser professora implica assumir uma profissão enquanto não se é tia por profissão. Se pode ser tio ou tia
geograficamente ou afetivamente distante dos sobrinhos mas não se pode ser autenticamente professora, mesmo num
trabalho a longa distância, “longe” dos alunos.”
“Por isso é que uma das razões da necessidade da ousadia de quem se quer fazer professora, educadora, é a
disposição pela briga justa, lúcida, em defesa de seus direitos como no sentido da criação das conceições para a alegria na
escola”.
Quem aceita ser tia e não se enxerga como professora, não atua de forma crítica e não contribui para uma
educação libertadora e transformadora. Acaba aceitando passivamente tudo que lhe é imposto, não é capaz de lutar por
seus direitos e pela melhoria da educação junto às autoridades.
Segundo o autor, a solução para combater tal ideologia da passividade é a professora lutar por seus direitos, militar.
Desta forma, o professor é alguém que não só faz a crítica do presente e anuncia a possibilidade do novo, mas,
principalmente, a partir da crítica do presente, faz surgir o novo.
De forma alguma sugere-se no livro que um professor ou professora não possa ser chamado de tio ou tia por seus
alunos, que os alunos deveriam estar proibidos de chamar seus professores de tios ou tias. Uma criança pode chamar a
professora de tia, visto que é um ser cheio de emoções, de lembranças sociais e durante o processo ensino aprendizagem
no ano letivo cria vínculos com os professores. O que fica claro no capítulo, é que o professor não pode se esquecer que
exerce uma profissão, que precisa de formação, leitura, reflexão e muita luta, ou seja, é impossível o professor se enxergar
como tio e não como professor.
Primeira Carta
Ensinar – aprender Leitura do mundo – leitura da palavra
Para Paulo Freire, “não existe ensinar sem aprender”, da mesma forma que não existe aprender sem ensinar. O
professor não apenas ensina, ele aprende ao ensinar seus alunos. O aluno não apenas aprende, mas também ensina ao
professor. O professor aprende com o aluno no momento em que procura informações novas para sanar as dúvidas de seus
alunos. Cada aluno é único e tem um jeito singular de aprender, o professor que tenta alcançar essa diversidade na forma
de aprender dos alunos buscando novas formas de ensinar, está aprendendo com o aluno. Além disso, o processo ensino-
aprendizagem faz surgir sentimentos de incertezas, acertos e equívocos, o que faz cada sujeito desse processo evoluir.
O fato do professor aprender junto com o aluno não significa, portanto, que ele possa se aventurar a ensinar sem
competência para fazê-lo. Não o autoriza a ensinar o que não sabe. A responsabilidade ética, política e profissional do
professor lhe colocam o dever de se preparar, de se capacitar, de se formar antes mesmo de iniciar sua atividade docente.
Esta atividade exige que sua preparação, sua capacitação, sua formação se tornem processos permanentes.
Para continuar formando-se permanentemente, o professor deve analisar criticamente sua prática. Ao avaliar sua
prática, o professor pode ver seus acertos e consertar seus erros.
O professor é alguém que vai ser sempre ler e estudar e nenhuma das duas tarefas é coisa fácil de fazer. Por isso
mesmo, ler, estudar, é um trabalho paciente, desafiador, persistente. Não é tarefa para gente demasiado apressada ou
pouco humilde que, em lugar de assumir suas deficiências, as transfere para o autor ou autora do livro, considerado como
impossível de ser estudado.
Segunda carta
Não deixe que o medo do difícil paralise você
Neste capítulo, o autor fala sobre o medo que o professor iniciante ou em formação sente ao se deparar com textos
e assuntos de ‘difícil compreensão’. “Gostaria, aqui, de me fixar apenas nas reflexões em torno do medo de não entender
um texto de cuja inteligência necessitamos no processo de conhecimento em que estamos envolvidos em nossa formação.
O medo paralisante que nos vence antes mesmo de tentar, mais energicamente, a compreensão do texto.”
Freire, destaca que um dos erros mais funestos que se pode cometer, enquanto estudamos, como alunos ou
professores, é recuar em face do primeiro obstáculo com que nos defrontamos, ou seja, parar de estudar ou ler quando
esbarramos em um texto ou assunto complexo.
Para vencer tal dificuldade, o autor aponta a ideia de consultar instrumentos auxiliares de trabalho, como
dicionários, enciclopédias, diálogos com pessoas mais experientes sobre determinado assunto, etc. “Deveríamos incorporar
à nossa disciplina intelectual o hábito de consultar estes instrumentos a tal ponto que, sem eles, tivéssemos dificuldade para
estudar”.
Terceira carta
“Vim fazer o curso do magistério porque não tive outra possibilidade”
Aqui o autor trata a questão de inúmeros professores em formação, que veem no magistério a “última possibilidade”
de ter uma carreira profissional ou ainda, estão no magistério por qualquer outro motivo que não seja a vontade sincera de
exercer tal profissão.
Ele alerta para a importância social da profissão e, por isso mesmo, a tomada da responsabilidade e consciência
profissional: “A prática educativa, pelo contrário, é algo muito sério. Lidamos com gente, com crianças, adolescentes ou
adultos. Participamos de sua formação. Ajudamo-los ou os prejudicamos nesta busca. Estamos intrinsecamente a eles
ligados no seu processo de conhecimento. Podemos concorrer com nossa incompetência, má preparação,
irresponsabilidade, para o seu fracasso. Mas podemos, também, com nossa responsabilidade, preparo científico e gosto do
ensino, com nossa seriedade e testemunho de luta contra as injustiças, contribuir para que os educandos vão se tornando
presenças marcantes no mundo.”
Quando o professor em formação pretende exercer a profissão impregnados de consciência e responsabilidade
profissional, possivelmente contribuirá para a valorização do magistério e combaterá a desvalorização e ideologias que
menosprezam a função social do professor.
Quarta carta
Das qualidades indispensáveis ao melhor desempenho de professoras e professores progressistas