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“Professora Sim Tia Não”

Quem foi Paulo Freire?

Paulo Freire foi um educador, ativista e referência para as práticas de ensino e


aprendizagem. Pois, ele tinha grandes ideais sobre a educação no Brasil. Assim,
seu nome representa força e resistência, mesmo após a sua morte em 1997.

Desse modo, os ensinamentos de Paulo Freire não se limitam apenas a solo


nacional. Isso porque diversos países usam as práticas dele. Afinal, Freire defendia
uma educação crítica, isto é, que estimula o pensamento em vez da repetição de
conteúdos.

Entretanto, suas ideias não são apenas essas. Pois, são vários os pensamentos do
autor. Nesse sentido traremos aqui as ideias nessa obra tão rica para todos os
educadores. Então, confiram a seguir!

Livro Professora Sim Tia Não

Publicado em 1993, essa obra é composta por 10 cartas em que Paulo Freire
discute sobre as práticas de ensino.

Sendo assim, suas práticas precisam estar alinhadas às ideias que visam à
democracia. Por isso, a educação é pautada no respeito ao próximo e na
construção de uma sociedade mais igualitária. Portanto, os educadores têm um
papel fundamental.

10 lições em Professora Sim Tia Não Paulo Freire

A seguir, mostraremos as lições em cada uma das 10 cartas que compõem essa
obra.

1. Ensinar – aprender. Leitura do mundo – leitura da palavra


Segundo Paulo Freire “não existe ensinar sem aprender”. Ou seja, todo educador
deve estar aberto a repensar as suas ideias. Desse modo, o autor chama a atenção
para uma posição de humildade. Afinal, ninguém domina nenhum conhecimento.

Sendo assim, diante das curiosidades dos alunos, é necessário que os professores
sempre estudem e que se atualizem. Pois, “a responsabilidade ética, política e
profissional do ensinante lhe coloca o dever de se preparar, de se capacitar, de se
formar antes mesmo de iniciar sua atividade docente.”

2. Não deixe que o seu medo do difícil paralise você


Na segunda carta, Freire alerta sobre a relação entre medo e dificuldade. Dessa
forma, ele chama a atenção para a dificuldade que os educadores encontram ao se
capacitar. Pois, muitas pessoas desistem de aprender por não compreender
determinado assunto.
Assim, cria-se uma barreira. Por isso, é importante impor disciplina para vencer os
desafios.

3. De falar ao educando a falar a ele e com ele; de ouvir o educando a ser


ouvida por ele
Neste ponto, Paulo Freire discute autoridade versus democracia. Pois, a figura do
professor já impõe poder frente aos seus alunos. Contudo, essa não é a única
alternativa, pois, “a educação é um ato político”. Logo, é preciso criar um ambiente
de troca na sala de aula em que todos são ouvidos.

4. Identidade cultural e educação


Nessa carta somos ensinados sobre a compreensão das múltiplas identidades. Ou
seja, a identidade do educador e dos seus alunos. Isso porque cada pessoa é única
e carrega as suas experiências e raízes culturais. Assim, são essas identidades que
impactam nas relações de ensino e aprendizagem.
Portanto, é necessário o respeito para que se faça trocas com as diferenças.

5. Contexto concreto – contexto teórico em “Professora sim tia não”


Segundo Freire, há uma importante relação entre tudo o que fazemos e na própria
experiência existencial enquanto experiência social e histórica. Isto significa as
diferentes relações que temos no dia a dia. Sendo assim, elas impactam na sala de
aula, pois o contexto teórico, o de formação permanente da educadora, é
indispensável a reflexão crítica sobre os condicionamentos que o contexto cultural
tem sobre nós, sobre a nossa maneira de agir, sobre nossos valores.
6. Das virtudes ou qualidades indispensáveis ao melhor desempenho de
professoras e professores progressistas
Para o autor, todo professor progressista precisa desenvolver algumas habilidades.
Assim, Freire destaca:
● humildade;
● amor “armado”: que se expressa no direito ou no dever de lutar e de
denunciar;
● coragem;
● tolerância: aprender e respeitar o diferente;
● capacidade de decisão;
● segurança
● disciplina intelectual;
● sabedoria para viver a tensão entre a paciência e a impaciência;
● Parcimônia verbal.

7. Das relações entre as educadoras e os educandos

Nessa carta, o autor destaca que a prática educativa precisa ter coerência entre o
que o educador diz e o que ele de fato faz. Ou seja, o quanto as práticas estão
atreladas ao discurso. Pois, os alunos aprendem tanto com o que o professor diz,
quanto com o que o professor faz. Então, se ele não vê essa relação, desconsidera
o professor.

Por isso, Paulo Freire indica o exercício de observar e registrar os fatos. Assim,
professor e aluno refletem sobre os acontecimentos, comparam e estabelecem
relações entre fatos e coisas. Isso porque o relacionamento entre as duas partes
pode ser complexo.

8. “Vim fazer o curso de magistério porque não tive outra possibilidade”

O magistério é voltado para o professorado. Sendo assim, diante do mercado


muitas pessoas vão para a área de pedagogia e licenciatura por conta do salário ou
estabilidade na carreira. Contudo, Paulo Freire diferencia o que é a prática
educativa.
Pois, essa deve ser levada a sério, uma vez que trata da formação de pessoas:
crianças, adolescentes e adultos. Sendo assim, os professores podem ajudar ou
prejudicar a busca por conhecimento.

9. Primeiro dia de aula em “Professora sim tia não”

Na nona carta, o autor fala das inseguranças do primeiro dia de aula a frente de
uma turma. Por isso, ele destaca que a timidez, inseguranças e inibições são
naturais. Mesmo porque o educador não é um ser diferente e invulnerável.

Dessa forma, ele sugere que o educador fale de forma aberta com seus alunos.
Assim, ele mostra que todos nós, como seres humanos, somos limitados. Ademais,
cria uma relação com seus alunos, sem se impor de maneira autoritária.

10. Mais uma vez a questão da disciplina

Na última carta, Paulo Freire chama a atenção mais uma vez para que os
educadores tenham disciplina e não deixem de se capacitar. Então, ele indica como
prática:

● leitura séria de textos;


● escrita cuidada, pois essa visa a metodizar, produzir, observar e analisar os
fatos.

Contudo, tal rigor não exclui o gosto pela aventura e a ousadia, desde que não falte
a noção do limite. Desse modo, é possível acreditar na transformação da sociedade
e lutar pela democracia.

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