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EIXO DE LITERATURA E FORMAÇÃO DO LEITOR

A leitura literária e o professor mediador.

O domínio da leitura é uma acentuada linha que separa os cidadãos entre


àqueles que a têm como primeira condição para participar da sociedade do
conhecimento, daqueles que dela são privados, por ela são discriminados e para ela são
considerados os números de uma estatística histórica que permanece presente nos
discursos políticos.
Muito cedo, as crianças percebem que o mundo das letras é uma porta
que irá transportá-la para algo de muito bom e que a escola possui a chave para abrir
essa porta. Apesar do medo provocado pelo desconhecido, em um processo
inconsciente, entre o pavor e a alegria, a criança deseja saborear dessa nova vida dotada
de palavras.
Conforme Bettelheim, o acesso ao código escrito confere à criança o
poder de participar do mundo secreto dos adultos, assim, para ela, o ato de ler é uma
aventura fascinante.
Quando a aprendizagem da leitura é experienciada não apenas
como o melhor, mas como o único para sermos transportados
para dentro de um mundo previamente desconhecido, então a
fascinação inconsciente em relação aos acontecimentos
imaginários e seu poder mágico apoiará os seus esforços
conscientes na decodificação, dando-lhe forças para vencer a
difícil tarefa de aprender a ler...(BETTELHEIM, 2004).

É considerando esse estado de vontade em mergulhar no mundo das


letras que o Eixo de Literatura e Formação do Leitor, propõe para a jornada dessa
descoberta, o fascinante papel que as narrativas literárias proporcionam.
Acredita-se que por meio do texto literário repleto de palavras e imagens
que vão saltando às vistas das crianças, envolvendo-a na emoção das histórias com seus
heróis, fadas, bichos e plantas falantes e inúmeros outros personagens, que a criança é
motivada a liberar o seu imaginário e encorajada para a produção escrita e assim, dela
vai se apropriando. Por meio das histórias infantis, a palavra é dotada de sentidos como
um alimento essencial que, uma vez, digerido provoca a vontade por multiplicá-lo e é
nessa alternância entre receber e produzir palavras que a criança dá significado a esse
mundo que por ela foi descoberto e que incluída efetivamente, ela poderá assumi-lo,
enfrentá-lo e transformá-lo.
Nesse contexto, a sala de aula passa a ser interpretada como ambiente de
fomento à leitura e o professor, o mediador que no ir para o outro e no vir para si, torna-
se o descobridor e instigador de uma relação de cumplicidade com seus alunos, por
meio das emoções das descobertas.
Envolver e encantar o professor para que esse abrace o papel de mediador
da leitura literária, requer uma primeira ação que é a de oferecê-lo asas e convidá-lo
para um voo de emoções e possibilidades de descobertas entre romances, poemas,
imagens, contos e crônicas numa troca de palavras e ilustrações repletas de sentidos,
provocadores da alegria por uma descoberta que, por ser tão grande, não cabe em uma
só alma. Provocar o desejo de ser Cecílias, Coras, Machados, Vinícius, Buarques e mais
outros, desejo de multiplicar essa sensação de liberdade para sonhar, como aquele que
tece, entre si e o outro, um fio tão leve como a maciez das palavras de amor, quanto
forte como as expressões de resistência em tempos incertos. E assim, esse professor
tornar-se leitor e passar a ser mais um ser humano que acredita em um mundo melhor.
Tendo o livro literário como elemento mobilizador, o Eixo de Literatura
e Formação do Leitor propõe a ação de formação docente. O planejamento para essa
ação, considera, indispensável, as relações dialógicas em todo o percurso, seja entre
leitor-texto-autor, leitor-texto-mediador, leitor-leitor-mediador.
Visando favorecer a mediação dos saberes a serem construídos nas rodas
de leituras, o Eixo optou como concepção metodologia, o Círculo de Cultura, uma
concepção dialógica baseada nos escritos do educador Paulo Freire. A afetividade aqui é
interpretada como principal mediadora entre o sujeito, a palavra, a imagem e o livro.
O Círculo de Cultura, portanto, “é um lugar onde todos têm a palavra,
onde todos leem e escrevem o mundo. É um espaço de trabalho, pesquisa, exposição de
práticas, dinâmicas e vivências, que possibilitam a construção coletiva do
conhecimento.” (FREIRE, 1994, p.148).
Com tais compromissos, o Eixo de Literatura e Formação do Leitor
apresenta, duas ações fortalecedoras da prática da leitura literária na escola e na sala de
aula e que dialogarão com as concepções teóricas propostas para os ciclos de formação
docente que por dua vez estão ancoradas na concepção do Círculo de Cultura de Paulo
Freire, definido acima.
A propostas para para Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino
Fundamental será a BIB-BAÚ, um baú que simbolicamente representará uma biblioteca que
traz através das histórias de bichos, plantas, avós, casas, ruas, cantigas, rendas, danças… as
vidas onde fomos gerados e as vidas que desejamos apalpar com o sorriso das infâncias que
estão por todos os lugares.
Para os Anos Finais do Ensino Fundamental e o 9º ano em Tempo Integral, propõem-
se o CICLO DE LEITURA (Bravos e Freitas, 2016) que será composto por quatro etapas a serem
planejadas e que envolverá professoras, professores, alunas e alunos numa comunidade, onde as
vidas se entrelaçam numa convergência e ao mesmo tempo divergência de opiniões, olhares e
sonhos. No Ciclo o exercício de manifestação das vozes e dos corpos tecem a força do existir, do
ser, do acontecer e do revelar a si, ao outro e ao grupo, numa ação entendida como uma onda que
não terá um ponto final, mas sempre a reticência da transformação.
Essas duas propostas não pretendem ser compreendidas como técnicas de leitura a serem
seguidas e obedecidas por formadoras(es) e professoras(es), mas dialogarem com a concepção do
Círculo de Cultura que as norteiam.
O que se pretende enquanto componente de uma Secretaria de Estado é implantar uma
política de Educação Literária em que subjacente as práticas, esteja clara a opção política e
pedagógica do Eixo de Literatura e Formação do Leitor em fortalecer a escola pública e a
responsabilidade e os investimentos do Estado para ela. Dessa forma se contribuirá para desquietar
estruturas socialmente estabelecidas pelas ações e ideias em expandir a lógica de mercado e
aumentar os lucros corporativos.
As práticas propostas pretendem ressaltar o ler e refletir, falar e refletir, escutar e refletir,
numa ação coletiva que reforça a identidade da escola pública, para uma cultura de consciência
histórica e dialética.

A BIB-BAÚ – Uma prática de Leitura Literária para a criança da escola pública.

A Bib-Baú pretende ser uma pequena biblioteca nas salas de aula, para acompanhar o acervo
das coleções PAIC PROSA E POESIA distribuídas em 100% das turmas da Educação Infantil (4/5
anos e 11 meses) e Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Rede Pública do Ceará.
Em 2023 teremos as 19ª, 20ª e 21ª publicações dessas coleções, cada uma composta por 12
títulos de Literatura Infantil que têm seus textos selecionados a partir de um concurso literário. No
momento, esse concurso está em sua 8ª versão, premiando escritores cearenses por meio de edital
público. Totalizam hoje, 252 títulos que contam histórias de bichos, plantas, rios, casas, ruas,
danças, músicas, netos, netas, avós, fólclore, lua, sol, terra, ar, rendas, redes, sorrisos e vidas.
Na prática do Bib-Baú a intenção é dar ênfase ao momento e a importância da leitura
literária que será uma ação coletiva que parte da sensibilização e motivação, mas se expande pra
uma educação literária que intenciona uma abordagem que privilegia a estética textual,
proporcionando a intertextualidade nos seus diversos aspectos, ou seja, entre textos, imagens e
mundos.
A leitura será individual, em dupla, trios, coletiva, pela(o) mediadora(or) que poderá ser a(o)
professo(a), a família, uma/um amiga(o) da leitura e outras(os).
Os momentos da Bib-Baú deverão ser planejados e terem aspectos estrategicamente
intencionais, com carga horária e atividades voltadas para antes, durante e após a leitura, porém, não
deverão perder a flexibilidade de ganhar diversos formatos, pelo que sugere a própria reflexão-na-
ação, assim como reflexão-sobre-a-reflexão-na-ação, uma opção teórica do Eixo que tem como
precursor Donald A. Schön.
A reflexão-sobre-a-ação, para Schön (1992), está em relação direta com a ação presente, ou
seja, com a reflexão-na-ação, e consiste numa reconstrução mental retrospectiva da ação para tentar
analisá-la.
Além dos livros da atual coleção Paic Prosa e Poesia, outros livros de literatura infantil
poderão enriquecer a Bib-Baú, textos de diversos gêneros e linguagens (poesias. Cordeis, contos,
fábulas, fotografias, reprodução de artes plásticas em telas, papéis etc assim como as produções
coletivas da turma.
Um projeto específico poderá ser a inspiração do movimento literário que acontecerá na
Bib-Baú, tendo diversas atividades planejadas pelo coletivo e uma culminância como momento de
participação da comunidade inter e extraescolar. Essas atividades deverão valorizar a narrativa de
histórias, onde a ancestralidade poderá ser resgatada como meio de motivar a identidade cultural,
poderá, igualmente, acontecer as projeções de uma curta metragem, entrevistas à comunidade do
entorno da escola, apresentações de danças e músicas, dentre outras ações que envolvem diversas
linguagens artísticas, mas sempre partindo e retornando à Bib-Baú, pois é por meio dos livros que
há nela que se encontram os feitiços, as magias e os mapas do tesouro, para daí serem geradas novas
ações. Seguem alguns modelos que poderão se tornar uma Bib-Baú.

Imagens retiradas do Site Google)


O Ciclo de Leitura – Um convite à jornada literária.

Para os Anos Finais do Ensino Fundamental, incluindo o 9º ano em Tempo Integral, o Eixo
de Literatura e Formação do Leitor, rebusca a ideia do Ciclo de Leitura proposta por Kelsen Bravos
e Régis Freitas (2016). Ressalta-se aqui que a concepção freiriana do Círculo de Cultura, definida,
anteriormente, permanece como embasadora dessa proposta, pois nela há a fundamentação acerca
da Educação Literária como objeto de ação do Eixo.
O documento que orienta o trabalho do Ciclo de Leitura MAIS PAIC (Kelsen Bravos e
Regis Freitas, 2016), identifica o professor como sendo o sujeito responsável por proporcionar, à
criança e ao adolescente, a vivência da leitura por deleite no espaço escolar. Entende-se, portanto,
que todo o trabalho é voltado para que o texto literário ocupe seu lugar de objeto de prazer e de
consciência a partir das escolhas e do desempenho da(o) e mediadora(or). O referido documento
indica as especificidades da proposta, divide o Ciclo em etapas, aponta o papel do mediador de
leitura em todo o processo e indica os procedimentos para a realização de jornadas de leitura. Os
encontros sistematizados semanalmente e inserido na carga horária de Língua Portuguesa,
oportuniza momentos de fruição e deleite, com o objetivo de que por meio dessas experiências o
aluno adense a própria existência e torne-se leitor-protagonista. Vale ressaltar a coerência do
trabalho com as demais propostas desenvolvidas pelo MAISPAIC, visto que o documento que
apresenta o plano estruturante para as aulas de língua portuguesa, aponta a realização dos Ciclos de
Leitura como uma de suas atividades integradas. O referido documento enfatiza que, ao
oportunizarmos o contato com o texto escrito, este deve ser compreendido como elemento real de
interação social, para tanto, devem ser criadas oportunidades para um trabalho com oralidade,
leitura, produção de texto e análise linguística, a partir dos textos existentes no mundo e com
investimento para seu uso social. Desse modo, identificamos o perfeito diálogo entre o que
preconiza os pressupostos de apreensão da língua portuguesa e a proposta de realização do Ciclo de
Leitura.

Definição de Ciclos de Leitura


1. O que são Ciclos de Leitura?
Uma série contínua de ciclos de promoção do livro e da leitura, constituídos por ações de
compartilhamento de fruição literária, diálogos e leituras de mundo como meio de estímulo e
fortalecimento da leitura entre, prioritariamente, os estudantes do sexto ao nono ano do ensino
fundamental e entre membros de seu contexto social, visando à ampliação da formação e da
competência leitora não só dos alunos e dos professores mas também da comunidade da escola em
geral.
O projeto começa com uma sensibilização para leitura em sala de aula, momento em que se
propõe o Ciclo de Leitura. O Ciclo, propriamente dito, se inicia na biblioteca (sala de leitura,
conforme a realidade da escola), quando os alunos selecionam o livro da vez a ser lido, estende-se
de volta para sala de aula, onde se desenvolve e culmina com a promoção de um evento literário
mensal, bimensal ou bimestral (sarau/mesa redonda/tribunal de júri, leituras dramáticas), que pode
ocorrer no “auditório” da escola.
A/O professora(or)-mediadora(or) da leitura propõe às alunas e aos alunos a seleção de
livro(s) da biblioteca da escola e, uma vez por semana, é feito o encontro dos leitores para
socializarem suas impressões da leitura em processo. Em seguida, a(o) professora(or)-
mediadora(or) da leitura organiza, conforme a realidade da escola e de cada turma, núcleos de
afinidades leitoras, empréstimos e trocas de livros, cineclubes literários, oficinas de leitura e de
produção literária, grupos de estudo, encontro com autoras(es), lançamentos de livros, saraus,
contos dramatizados, depois, aos poucos, deixa a iniciativa por parte dos alunos, embora sob sua
orientação e acompanhamento.
Pretende-se também fortalecer o protagonismo estudantil para o desenvolvimento de alunos
autônomos, colaborativos e socialmente responsáveis, capazes de compreender seu papel no mundo.
Para tanto, será trabalhado, na proposta formativa do Eixo (2023), um resgate histórico da
ancestralidade como fonte de sabedoria, identidade e pertencimento.

1.2. Por que o Ciclo de Leitura?


Porque ler em grupo estimula e multiplica leituras, impulsiona a pensar mais sobre o texto lido e
aprofunda as interpretações, potencializa a escola como um espaço comunitário de convivência,
propício à leitura, ao diálogo e ao aprendizado estético, onde adolescentes e adultos frequentam
com prazer. É uma oportunidade de socializar ideias e sentimentos proporcionados pela leitura, seja
de um breve texto ou de um livro.
1.3. Onde as reuniões dos Ciclos de Leitura ocorrem?
Os encontros ou reuniões podem acontecer, via de regra, na sala de aula, e, conforme a realidade da
escola, na biblioteca e no auditório da escola, conforme seja o tipo do encontro. Os encontros são de
tipos, determinados pelo objetivo: 1. Sensibilização para leitura; 2. Leitura compartilhada 3.
Planejamento e ensaios do evento final do ciclo de leitura; 4. Evento literário de fim de ciclo, para
apresentar a um público amplo a(s) leitura(s), pesquisas, trabalhos artísticos etc.
1.4. Quem participa?
Os alunos como leitores-protagonistas do Ciclo de Leitura, professores como leitores-mediadores e
os demais integrantes da comunidade escolar (alunos, professores, pais, técnicos administrativos),
como leitores-convidados especiais para o evento do Ciclo de Leitura.
1.5. Qual a frequência e duração de cada encontro do Ciclo de Leitura ?
Cada escola deve definir a periodicidade e a duração de cada encontro. Como sugestão, indicamos
ser semanal o Encontro de leitura compartilhada; quinzenal o Encontro de planejamento e ensaio do
evento final do Ciclo de Leitura; bimensal ou bimestral o Evento literário de fim de cada Ciclo de
Leitura, com o objetivo de apresentar a um público amplo o prazer de ler.
Quanto ao tempo de duração de cada encontro, que tenham, no máximo, duas horas.
Sugerimos, portanto, que um ciclo de leitura se realize no período de dois meses.
Observação: reservar uma reunião com os pais para que os alunos expliquem a estrutura e
funcionamento do Ciclo de Leitura e já façam um pré convite para o evento final do primeiro ciclo.
Para tanto deve-se definir sua razão de ser, seus princípios e metas.
2. Estrutura e funcionamento do Ciclo de Leitura
2.1. Objetivos

 Valorizar a leitura e o gosto literário em cada um;


 Despertar o interesse e o gosto pela literatura nacional e universal como forma de conhecer,
valorizar e ampliar o conhecimento da cultura;
 Envolver a comunidade escolar por meio da leitura, ampliar sua visão de mundo, promover a
interação cultural comunitária e pessoal;
 Promover o respeito às diferenças entre as pessoas das mais diversas culturas.

2.2. Público-Alvo
Todos os alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental Anos Finais já serão compulsoriamente
integrantes dos Ciclos de Leitura. A condição universal é que para participar de um Ciclo de
Leitura, o leitor-protagonista terá que ler o(s) livro(s) escolhido(s); mas a não leitura não o exclui de
participar dos encontros. Ressalve-se que os que não são alunos do 6º ao 9º do EF2, só participam
do evento de encerramento do ciclo - entretanto, caso se amplie a natureza do Ciclo de Leitura, os
demais podem participar em todo o processo.
3. Como acontecem as reuniões?
Existem quatro etapas de reuniões. A primeira é de sensibilização para leitura e escolha do livro a
ser lido. A segunda etapa consiste numa série de encontros de acompanhamento da leitura em que
a(o) professora(or)-mediadora(or) estimula os leitoras(es)-protagonistas. A terceira consiste no
planejamento e ensaios com o objetivo de definir o conteúdo da quarta etapa, que é o evento de
encerramento de um ciclo de leitura e também já propor o novo ciclo.
3.1. Etapa de Sensibilização para leitura e escolha do livro
Na etapa de sensibilização, os participantes do Ciclo de Leitura participam de minioficinas de
leitura sobre literatura e gêneros literários, a fim de orientar a seleção dos livros a serem lidos em
cada ciclo. As minioficinas serão uma prática também nas demais etapas e envolvem: contação de
histórias, leituras dramatizadas, contos em drama. Além das oficinas pode haver cineclubes, mesas
redondas, encontro com autores e feirinha de livros. A definição dessas opções de dinamização da
leitura está condicionada ao contexto da escola.
3.1.1. Quantos aos tipos e gêneros literários a serem lidos:
Os livros atendem às mais diversa variedade de temas, época e estilos. Os clássicos devem ser lidos
por sua importância universal e qualidade literária. Não há livro inacessível, o trabalho de
sensibilização bem feito não só elimina distâncias de temas e registros de estilo dos mais diversos
períodos históricos como os transforma em estímulo a mais para o prazer da leitura. São, portanto,
objeto de leitura livros e gêneros diversos, contemplando: os livros das coleções MAISPAIC MAIS
LITERATURA, clássicos da literatura nacional e universal; poesia, literatura de cordel; crônicas;
contos; histórias em quadrinhos; literatura de ficção e fantástica.
3.1.2. Quanto às sugestões de atividades de sensibilização
A escolha da atividade de sensibilização depende da natureza do livro da vez (o que está sendo ou
será lido), do público leitor e da realidade da escola. Apresentamos a seguir um conjunto de opções
de oficinas de leitura a serem adotadas. Recomendamos partir do mais simples sempre.
1. Rodas de leitura
Fomenta a cultura e a leitura, por meio de narrativas, roda de histórias, leituras orais expressivas de
textos literários, a leitura em grupo é uma estratégia simples, porém tem de ser bem planejada e
executada..
2. Conto dramatizado
Estratégia de dinamização para aprofundamento da leitura. O conto dramatizado, além de contar
história, possibilita adaptá-la para o teatro, com a participação direta de atores, marionetes, bonecos
de pano e outros recursos.
3. Cineclube literários
A exibição de filmes a partir de obras literárias pode ser realizada tanto para o público mais diverso,
tanto infantil quanto adulto. Após essa atividade, destaca-se o tema do filme, podendo ser
convidado um especialista para realizar comentários. Uma boa roda de conversa entre o público,
bem planejada dá sempre um bom resultado.
O catálogo do Cine São Luiz Itinerante poderá ser usado nesse planejamento.
4. Encontros com escritores
Sempre que possível, deve-se promover encontro com escritores, de preferência, o escritor que
estiver sendo lido. Neste sentido, adotar livros de autores do estado é sempre uma boa estratégia. A
atividade promove a aproximação entre leitor-autor e pode ser realizada com lançamentos de livros,
organização de sessões de autógrafos, conversas informais e debates.
Escritores que não poderão estar presentes serão convidados para as lives online, por meio
das plataformas disponíveis pela Secretaria da Educação do Estado.
5. Lançamentos de livros
A ideia é divulgar livros publicados recentemente e comumente é realizada com a presença do
autor, para que ele distribua autógrafos. Entretanto, a atividade de lançamento de livro pode ser
simbólica, para anunciar um livro recém-chegado ou não ao acervo da escola. Se não há um livro
recém-chegado, pode-se escolher um para ser o lançamento do mês. Se houver algum aluno leitor,
ele pode fazer a apresentação do livro.
6. Apresentação de livro amigo a amigos: troca-troca de livros e gibis
Reúne determinado grupo de pessoas, geralmente, da mesma faixa etária, para a troca de leituras. O
livro que foi lido e que se recomenda leitura.
7. Feirinha de Literatura
O objetivo é fazer com que a garotada compre um livro de seu gosto ou troque entre os amigos de
sala. Essa Feirinha de Literatura ajuda a meninada a encontrar novos livros para a realização da
leitura, pois terá contato com obras oriundas de livrarias e sebos formados de acervos particulares.

3.2. Acompanhamento e registro da leitura: roteiro e mural


Etapa em que o professor-mediador estimula os leitores-protagonistas por meio de perguntas-chave
de um roteiro de leitura preparando conforme a natureza da obra lida. Não é um ficha de leitura,
mas uma estratégia de estímulo ao compartilhamento de impressões de leitura em um grupo de
leituras. Veja o exemplo em anexo.
3.2.2. Murais do Ciclo de Leitura e exposições de produções dos alunos
Estimula a leitura de livros e também a reinvenção de histórias. Devem ser construídos ao longo do
desenvolvimento da leitura: eles devem ficar em local de fácil acesso e conter notícias acerca de
resumo de livros, personagens, descobertas importantes na leitura, insights, enigmas para os demais
leitores não só de livros mas também de filmes e peças afetas ao tema de um dos livros lidos,
notícias acerca de concursos literários, feiras, criação de propagandas para leitura do livro, slogans,
opiniões sobre lançamentos, autores e desenhos feitos a partir da própria história etc. Devemos
pensar desde o início em utilizar a base tecnológica digital a mão para dinamizar os Ciclos de
Leitura.
3.3. Planejamento e ensaios para o Evento de encerramento de um Ciclo de Leitura
O planejamento consiste em selecionar dentre todas as ações e produtos desenvolvidos, visando a
constituição da programação do evento de culminância da série do Ciclo de Leitura. Serão
consideradas, portanto, as dinâmicas de sensibilização sugeridas no item 3.1.2 e as exposições dos
Murais do Ciclo de Leitura e serem apresentados em formato de um grande sarau.
3.4. Evento de encerramento de um Ciclo de Leitura
Um sarau é uma troca fantástica de cultura e experiências pessoais, em clima reflexivo e informal.
Une a turma, porque desvela, quase sem querer, intimidades, gostos e desejos, e aprimora o afeto
pelas letras, pela cultura. Para realizá-lo existem passos importantes: elaborar roteiro de
planejamento do evento, contendo a pré-produção, a definição da programação, o como se dará a
execução. Durante o evento fazer os registros e depois incluir os acontecimentos no relatório de
ação (memorial, depoimentos), por fim fazer a postagem (documentação) no local adequado.

É com esse propósito que os profissionais do Eixo de Literatura pretendem dar continuidade
ao trabalho de fortalecimento da política da Educação Literária no Ceará.

Nossa maior meta é ter como resultado

crianças e jovens conscientes e felizes!


Referências Bibliográficas

BETTELHEIM. Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.

BRAVOS, Kelsen e FREITAS, Régis. O Ciclo de Leitura (mímeo). Secretaria da Educação do


Estado do Ceará. Programa MAIS PAIC. Eixo de Literatura e Formação do Leitor, 2016.

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2016.

COUTINHO, Afrânio. Crítica e teoria literária. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; Fortaleza:
Edições UFCE. PROED, 1987

CANDIDO, A. O direito à literatura. In:______. Vários escritos. 3 ed. rev. e ampl. São Paulo: Duas
Cidades, 1995.

COLOMER, Tereza. Andar entre livros: a leitura literária na escola. Tradução Laura Sandroni. São
Paulo: Global, 2007.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 2004.

KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura: teoria e prática. 1996. Campinas: Pontes.

SCHÖN, Donald A. Formar professores como profissionais reflexivos. In: NÓVOA, António
(Coord.). Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.

SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. SILVA, Ezequiel.
Elementos da pedagogia da leitura.São Paulo: Martins Fontes, 1998.

ZILBERMAN, Regina; MAGALHÃES, Ligia Cademartori. Literatura Infantil: Autoritarismo e


Emancipação. 3. ed. São Paulo: Melhoramentos, 2005.

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