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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTES - ICHCA

Graduação em História - Licenciatura (2021.2)


Disciplina: Profissão Docente
Professora: Maria Dolores Fortes Alves

Elaborado por Clevson Barros da Silva Filho. Maio/2022.

FICHAMENTO 1

Pg. FREIRE, Paulo. ´´Não há docência sem discência``. In: Pedagogia da


Autonomia - Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo, Setembro de
1996, p. 18-24.

18-19- Paulo Freire afirma que para pensar certo, é preciso formarmos um caráter de
20 professor, de matriz, baseado no exercício educativo, que só é possível
utilizando da ética e da criticidade, pois não podemos sermos seres
formadores, longe da ética, muito menos, não podemos ser ingênuos A
importância do pensamento crítico-coerente é a chave da docência, e não basta
apenas pregarmos o que ensinamos, é necessário a prática de forma ativa dos
valores éticos e morais, para se trabalhar um pensamento rigoroso e acima de
tudo, da própria vivência. Para termos essa rigorosidade, acima de tudo
precisamos confrontar e rejeitar qualquer forma de discriminação e
preconceito, dessa forma alcançando um melhor resultado do desenvolvimento
dos conhecimentos do educando, como podemos ver na fala do autor: ´´A
tarefa coerente do educador que pensa certo é, exercendo como ser humano a
irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando com quem se comunica e a
quem comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado``.
(p.18-19-20)

21-22- Um dos conhecimentos mais importantes que está atrelado à criticidade, para
23-24 Freire, é o conhecimento do reconhecimento, dos gestos, que devem ser
analisados pelos professores, de forma epistemológica, para se obter um
melhor resultado, na relação de aprendizagem com os educandos, de forma a
analisar na prática, os níveis de confiança e insegurança que varia de aluno
para aluno, e reconhecer, assim, a maior dificuldade de uns, em relação aos
outros, de forma a agir, para que a relação do saber se torne, de fato, uma
possibilidade para todos, pois essa representação de respeito, com o ser
humano que você está ensinando, faz toda a diferença, podemos notar isso na
fala do autor: ´´Às vezes, mal se imagina o que pode passar a representar na
vida de um aluno um simples gesto do professor. O que pode um gesto
aparentemente insignificante valer como força formadora ou como
contribuição à do educando por si mesmo``. (p.21-22-23-24)
FICHAMENTO 2

Pg. FREIRE, Paulo. ´´Ensinar não é transferir conhecimento``. In: Pedagogia da


Autonomia - Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo, Setembro de
1996, p. 25-46.

25-26- ´´Pensar certo – e saber que ensinar não é transferir conhecimento é


27 fundamentalmente pensar certo – é uma postura exigente, difícil, às vezes
penosa, que temos de assumir diante dos outros e com os outros, em face do
mundo e dos fatos, ante nós mesmos``. Paulo Freire inicia o segundo capítulo
afirmando que para cumprir o papel de educador não basta simplesmente
transferir informações para o aluno, esse método de educação retrógrada, se
baseia num conhecimento muito vago, e que funciona apenas à curto prazo,
muitos chamam de ´´educação baldista``, e podemos afirmar que transferir
conhecimento, não é ensinar de verdade, é absorver dados momentâneos,
dessa forma, não se tem efetividade. No primeiro tópico do capítulo, o autor
continua sua linha de pensamento, de que também, não devemos, nos
contentar com o conhecimento e opiniões que já temos em nosso intelecto, o
ser humano, é um Continuum de aprendizagem, e dessa forma, devemos ter a
consciência de que nosso trabalho sempre está inacabado, tendo assim, a
obrigação de continuar pesquisando, selecionando e por consequência,
ensinando. (p.25-26-27)

28-29- Paulo Freire, no segundo tópico, reafirma a importância de nos reconhecermos


30 como seres inacabados, e de que sempre há algo a mais para impormos a nossa
prática de educadores e aprendentes, culturalmente, historicamente ou até
mesmo filosoficamente, dentro da ética e da moralidade, pois só nos tornamos
educáveis, quando percebemos, em nossa consciência, a inconclusão. Trata-se
de um ciclo constante de renovação dos hábitos, que instiga o saber fundante
da prática educativa, como podemos visualizar no seguinte trecho do livro: ´´É
na inconclusão do ser, que se sabe como tal, que se funda a educação como
processo permanente``. (p.28-29-30)

31-32- Mesmo diante de todas as dificuldades do educador, não podemos deixar de


33-34 lado o fator primordial para que o aluno tenha um melhor desempenho nas
experiências de aprendizagem, o bom senso; pois reconhecer as dificuldades
pessoais do aluno, e respeitar o espaço do mesmo, é um dever do professor,
para que exista um ambiente de conhecimento mútuo com base na dignidade.
Também devemos levar em consideração, que muitas vezes o espaço
disponibilizado para o profissional, não colabora de forma positiva,
prejudicando o desempenho tanto do educador, como do educando, sem um
espaço pedagógico favorável, não é possível existir uma tarefa docente
progressiva, como afirma Freire: ´´Às vezes, as condições são de tal maneira
perversas que nem se move. O desrespeito a este espaço é uma ofensa aos
educandos, aos educadores e à prática pedagógica``. (p.31-32-33-34)
35-36 ´´Creio poder afirmar, na altura destas considerações, que toda prática
educativa demanda a existência de sujeitos, um que, ensinando, aprende, outro
que, aprendendo, ensina, daí o seu cunho gnosiológico``, com esse
pensamento de Paulo Freire, podemos ter a noção de que dentro da realidade,
somos os únicos seres vivos, homens e mulheres, de aprender e posteriormente
ensinar, compreendendo assim, na carreira de mestre e aprendiz, que
ensinando, também estamos aprendendo em conjunto, e de nada significa ser
um educador, se afirmamos para nós mesmos que já sabemos de tudo, esse é o
exercício da prática progressista, o autor confirma essa reflexão com a frase:
´´É assim que venho tentando ser professor, assumindo minhas convicções,
disponível ao saber, sensível à boniteza da prática educativa, instigado por
seus desafios que não lhe permitem burocratizar-se, assumindo minhas
limitações, acompanhadas sempre do esforço por superá -las``. (p.35-36)

37-38- No sétimo tópico, Paulo Freire, retoma suas experiências, afirmando seu ponto
39 de que a educação deve ser feita em um ambiente de harmonia, alegria e
esperança, para que se tenha um clima pedagógico agradável, e
principalmente, porque, por ser um professor, pesquisador, e também ser
humano, temos total direito de ficarmos mal, diante de toda injustiça e
discriminações, a qual trabalhamos a criticidade, mas também, de todo modo,
por ser professor, não podemos perder as esperanças, e servir, dessa forma de
exemplo, para os educandos, pois, além disso, ser desesperançoso, não faz
parte da natureza dos próprios seres humanos. É possível analisar essa situação
na fala do autor: ´´Por tudo isso me parece uma enorme contradição que uma
pessoa progressista, que não teme a novidade, que se sente mal com as
injustiças, que se ofende com as discriminações, que se bate pela decência,
que luta contra a impunidade, que recusa o fatalismo cínico e imobilizante,
não seja criticamente esperançosa``. (p.37-38-39)

40-41- ´´É a partir deste saber fundamental: mudar é difícil mas é possível, que vamos
42-43 programar nossa ação político-pedagógica, não importa se o projeto com o
qual nos comprometemos é de alfabetização de adultos ou de crianças, se de
ação sanitária, se de evangelização, se de formação de mão-de-obra técnica``.
Neste ponto, o autor, nos revela, o caráter transformador que a tarefa
pedagógica pode ter na vida dos alunos, dos seres humanos de modo geral, e
como essa mudança pode mudar o ponto de vista do educando que está sendo
recebido por gestos de compreensão, obtendo uma nova perspectiva de
esperança e de conhecimento, através do ensino, da capacidade e da
rigorosidade, com qual o educador se habilita a transpassar para o mundo
pedagógico. (p. 40-41-42-43)
44-45- Paulo Freire encerra seu capítulo, recapitulando a importância da curiosidade,
46 pois a prática docente, não existe sem a busca pela novidade, por aprender
algo a mais, até mesmo por criar novas dúvidas, só assim é possível existir um
desenvolvimento das práticas de aprendizagem, e apenas o professor, de fato
capaz, consegue estimular o aluno a praticar o mesmo estímulo da curiosidade
e da pesquisa, obtendo portanto, um senso crítico mais apurado, baseado na
epistemologia científica, no senso de busca por um conhecimento autônomo,
como notamos na análise do próprio autor: ´´A construção ou a produção do
conhecimento do objeto implica o exercício da curiosidade, sua capacidade
crítica de “tomar distância” do objeto, de observá-lo, de delimitá-lo, de
cindi-lo, de "cercar” o objeto ou fazer sua aproximação metódica, sua
capacidade de comparar, de perguntar``. (44-45-46)

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