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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL


INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS, COMUNICAÇÃO E ARTES - ICHCA

Graduação em História - Licenciatura


Disciplina: Introdução aos Estudos Históricos
Professor: Elias Ferreira Veras

Elaborado por Clevson Barros da Silva Filho. Abril/2022.

FICHAMENTO

Pg. BLOCH, Marc. “A história, os homens e o tempo”. In: A apologia da História


ou o Ofício do Historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001, p. 51-68.

51-52 Bloch, introduz o capítulo I, Dando suporte ao ponto de vista subjetivo que a
história se tornou ao longo dos estudos e como ela transita de conteúdo na sua
relação temporal, afirmando ser uma ciência peculiar, e difícil de ser sustentada
em sua natureza epistemológica, em virtude das demais, problema autêntico de
um historiador, como podemos notar em seu pensamento, na fala: ´´face a
imensa e confusa realidade, o historiador, é necessariamente levado a nela
recortar o ponto de aplicação particular de suas ferramentas; em consequência a
nela fazer uma escolha que, muito claramente não é a mesma que a do biólogo,
por exemplo; que será propriamente uma escolha de historiador.`` (p.51-52)

53-54 É possível analisar então, de acordo com a visão de Bloch, que o objeto mais
valioso para a compreensão dos estudos da história e de seus fenômenos são os
homens, tanto em sua forma historiográfica científica, como em representação
da história como ´´arte``, tomando sempre como pesquisa primária, as posições
do homem, como indivíduo em sociedade. Podemos analisar essa ideia, na nota
de rodapé do segundo tópico, na fala de Fustel de Coulanges, em sua aula
inaugural de 1829, Revue Synthèse Historique, t. II, 1901, p.243: ´´A história
não é a acumulação dos acontecimentos, de qualquer natureza que se tenha
produzido no passado. Ela é a ciência das sociedades humanas``. (p.53-54)

55 ´´Ora, esse tempo verdadeiro, é por natureza, um continuum. é também


perpétua mudança. Da antítese desses dois atributos provêm os grandes
problemas da pesquisa histórica``. Neste ponto, Bloch acrescenta que a ciência
histórica, não seria somente um estudo dos homens na sociedade, mas sim, dos
homens, no tempo. Ele afirma a importância das conquistas nas relações
temporais e a precisão com que tais são relatadas, é o encargo que recai sobre o
historiador. Ao fazer análises dos fenômenos relatados no passado e também no
presente, o autor deixa em sua conclusão do terceiro tópico, a subjetividade da
relevância entre os pontos documentados no tempo. (p.55)
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56-57 Diante disso, a história utiliza de mais um artifício para a explicação dos fatos,
-58 as origens. O ponto primordial documentado, será a base de toda uma pesquisa,
até mesmo nos campos religiosos, como observamos na análise de Bloch,
acerca do Cristianismo, religião de seguimento histórico, segundo ele: ´´Pois o
cristianismo é, por essência, uma religião histórica``, como ele afirma em uma
citação bíblica posteriormente: ´´Creio em Jesus Cristo… Que foi crucificado
sob Pôncio Pilatos… e ressuscitou dentre os mortos no 3º dia``. Bloch faz um
adendo em seu quarto tópico a ´´mania de julgamento``, como o mesmo utiliza
para designar as condenações feitas no passado, longe disso, à sua justificação.
(p.56-57-58)

59-60 ´´Os homens se parecem mais com sua época do que com seus pais``. Com
esse provérbio árabe mencionado no texto, por Bloch, depreendemos a
assimilação das modificações ocorridas na descrição da história durante toda
sua evolução e como nunca será possível termos um produto absoluto acerca de
um marco no passado, pois esse, se abstém de um conteúdo imutável, o grande
problema do historiador é, então, a própria falta de hábito e coerência do
homem em seus costumes e vocabulários. Ocorrendo uma renovação da visão
do investigador na geração em que o mesmo se encontra. (p.59-60)

61-62 Com esse viés, no início do quinto tópico, fica visível a proposta equivocada da
-63 compreensão do momento presente, que anteriormente diga-se posta de forma
secundária às causas a que lhe foi atribuída, para seu entendimento, não
deixando de afirmar a relevância do próprio termo ´´presente`` e de sua
natureza efêmera, como algumas outras ciências poderiam subjugar tais fatos,
que são extremamente relevantes para as indagações da história. Pode-se notar
essa observação na crítica de Bloch: ´´De um lado, um punhado de antiquários,
ocupados, por macabra dileção, em desenfaixar os deuses mortos; do outro
sociólogos, economistas, publicistas – os únicos exploradores do vivo…``.
(p.61-62-63)

64-65 Seguindo a lógica de Marc Bloch, em suas menções à figuras antigas e as


-66 consequências que elas trouxeram para nossa forma de agir da ´´atualidade`´,
não podemos simplesmente, senão parcialmente, apenas investigar o passado
para compreender os embaraços do presente, que ainda não foram
solucionados, a mesma importância deve ser concebida e analisada neste
momento mais próximo, mesmo que efêmero, da nossa realidade, dando
sentido ao real papel do historiador, que averigua os fatos de todas as relações
temporais, não se tornando um mero antiquário, como vemos na passagem do
autor: ´´A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do
passado. Mas talvez não seja menos vão esgotar-se em compreender o passado
se nada se sabe do presente``. (p.64-65-66)
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67-68 Ao final do capítulo, Bloch, segue sua linha de defesa ou mesmo, da apologia
da história, (como intitulado seu livro). O autor, afirma que ainda nos falta
muito para que as documentações mútuas da profissão – [historiador], se façam
capazes, em sua total veracidade. Problemas que nossas gerações passadas
enfrentaram, mesmo que não enfrentemos no presente, é necessário visitá-los
frequentemente, porém isso não tira o título de história como objeto científico,
que a própria de fato, possui, mas é preciso acometer a responsabilidade de
sempre registrar a continuidade, para a coerência das próximas gerações, que
não segue propriamente uma progressão. Significar assim as origens e o
passado da ´´evolução`` da nossa civilização, não como admiração, mas
obrigação. Como pode-se observar na seguinte fala do autor: ´´Uma ciência,
entretanto, não se define apenas por seu objeto, Seus limites podem ser fixados,
também, pela natureza própria de seus métodos``. (p.67-68)

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