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Universidade Do Estado do Pará


Centro De Ciências Sociais E Educação
Curso De Licenciatura Plena Em Ciências Da Religião
Disciplina: Metodologia do Ensino Religioso
Professora: Rosilene Quaresma

Ana Eloísa Monteiro

Carla Quaresma Rodrigues

Diego Dias

Glaucy

Héber

Ingrid Leite

João Afonso Pantoja

Josyane Soares

Sérgio

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA- CAPÍTULO I

Belém/2017
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SUMÁRIO

1. Biografia.........................................................................................................................03
2. Não Há Docência Sem Discência...................................................................................04
3. Ensinar Exige Rigorosidade Metódica...........................................................................05
4. Ensinar Exige Pesquisa..................................................................................................06
5. Ensinar Exige Respeito Aos Saberes Dos Educandos...................................................06
6. Ensinar Exige Criticidade..............................................................................................07
7. Ensinar Exige Estética e Ética.......................................................................................07
8. Ensinar Exige Corporificação das Palavras Pelo Exemplo...........................................08
9. Ensinar Exige Risco Aceitação do Novo e Rejeição a Qualquer Forma de
Discriminação................................................................................................................09
10. Ensinar Exige Reflexão Crítica Sobre a Prática.............................................................10
11. Ensinar Exige o Reconhecimento e a Assunção da Identidade Cultural........................11
12. Referências Bibliogràficas..............................................................................................13
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BIOGRAFIA

A Educação brasileira sempre foi alvo de críticas seja de alunos, professores ou intelectuais
especializados no assunto, principalmente por ainda reproduzir modelos educacionais defasados e
robotizados, que dão maior ênfase na memorização de conteúdo do que busca crítica do
conhecimento, tornando os indivíduos dependentes do saber do professor. Porém no século XX
surgiu um pensador que buscou romper as bases desse tipo de ensino nas escolas brasileiras, dando
a oportunidade aos alunos de construírem os seus conhecimentos sem que para isso dependam
exclusivamente dos professores, além de que, ambos devem partilhar a busca com conhecimento
libertador e

Nascido em Recife no estado de Pernambuco, Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) foi um dos
maiores intelectuais da história educacional brasileira, sendo reconhecido mundialmente por suas
contribuições na área, todavia além de educador Paulo Freire foi filosofo e pedagogo tendo
contribuído de maneira significativa nos estudos da chamada pedagogia crítica. Para Freire o
objetivo maior da educação é conscientizar o aluno do seu potencial criativo, indagador e produtor
de conhecimento, além disso para o pensador pernambucano o professor tem função de possibilitar
a criação desse conhecimento nesse sentido o docente não é portador da verdade absoluta. Assim
segundo a visão de Freire ao chegar a escola o aluno leva para dentro daquele ambiente a sua
cultura que não é inferior ao conhecimento do profissional da
educação.

Paulo Freire foi autor de diversos livros entre os quais estão


pedagogia do oprimido (1968), Alfabetização: leitura do mundo,
leitura da palavra (1987), Educação como Prática da Liberdade
(1967), Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar (1993),
Educação e mudança (1981), Política e Educação (1985) e
Pedagogia da Autonomia (1996) sendo está sua última obra, entre
outras que tiveram grande impacto na formação de novos
educadores brasileiros. Devido a sua grande contribuição na área
educativa Paulo Freire ficou reconhecido internacionalmente tendo
sido agraciado com inúmeros prêmios entre os quais se destacam os Figura 1 Paulo Reglus Neves Freire
29 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades da Europa e América, além de um prêmio
da UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) de Educação para
a Paz em 1986 e em 2012 foi aprovada a lei 12.612 que declara o educador patrono da educação
brasileira.
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NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA

A partir das do livro “Pedagogia da Autonomia” de Paulo Freire podemos refletir sobre uma
possível reflexão crítica da prática sendo que é uma exigência da relação teoria e prática, sem a qual
a teoria irá virando, por consequência, somente palavras, e a prática, um possível ativismo. Na vida
diária, professor e alunos recebe os conhecimentos, conteúdos acumulados pelo sujeito (o
conhecimento na perspectiva de ambos os lados), Neste sentido, podemos refletir, ensinar estar
numa não somente de transferir conhecimentos, conteúdos, isto é, a perspectiva de ensinar
transborda a visão que formar é ação pela qual um sujeito criador dá
forma.

Dessa forma, por meio da leitura podemos analisar que não há


docência sem discência, as duas coisas estão interconectadas. Ademais,
numa perspectiva freriana, quem ensina aprende ao ensinar e por
consequência quem aprende ensina ao aprender. Assim verificamos que
só existe ensino quando este resulta num aprendizado em que o aprendiz
se tornou capaz de recriar ou refazer o ensinado, isto é, o que foi
ensinado foi realmente aprendido pelo aprendiz. Esta é uma possível
conclusão de Paulo Freire, vivência autêntica exigida pela prática de
ensinar-aprender. É uma experiência total, diretiva, política, ideológica, gnosiológica1, pedagógica,
estética e ética. Figura 2 Pedagogia da Autonomia

É incontestável que a tarefa do educador é desafiadora o educando com quem se comunica e a


quem comunica, produzindo nele compreensão do que vem sendo comunicado. O pensar certo é
intercomunicação dialógica e não polêmica. Algo cardeal para pensar a educação pós-moderna é
necessário exigir o reconhecimento e a assunção da identidade cultural. Observamos que uma das
tarefas desafiadoras da pós-modernidade é a prática educativo-crítica é propiciar condições para que
os educandos em suas relações sejam levados a experiências de assumir-se. Como ser social e
histórico, ser pensante, transformador, criador.

Dessa maneira, o professor pode ser visto como um indivíduo transformador de uma possível
realidade, onde o mesmo impulsionar o educando em sua formação e auto-formação. A experiência
informal de formação ou deformação que se vive na escola, não pode ser negligenciada e exige

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Gnosiológica: É um ramo da filosofia que estudo o conhecimento humano. Para o pensador Paulo Freire é o
movimento que se dá entre o educador é educando a onde ambos são aprendentes.
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reflexão. Logo, as experiências vividas nas ruas, praças, trabalho, salas de aula, pátios e recreios são
cheias de significação e não pode ser negada pela comunidade escolar.

ENSINAR EXIGE RIGOROSIDADE METÓDICA

A função do educador deve visar reforçar o desenvolvimento do educando enquanto um ser crítico,
curioso e insubmisso. Neste sentido, primeiramente, deve-se trabalhar a rigorosidade metódica com
os estudantes a fim de que os mesmo possam estar próximos dos objetos do conhecimento. Isto não
tem relação com a simples tarefa de transferir conhecimento, mas com a criação das condições que
possibilitem o aprender criticamente. Essas condições necessitam de posturas que educadores e
educandos precisam assumir no que se refere ao processo criador, a serem instigadores, ao
comodismo, a uma curiosidade rigorosa, a humildade e persistência. Mas também a compreensão por
parte do educando de que a experiência de produção de conhecimento por parte do educador não é
algo que deva ser simplesmente transferido, mas devem tornar o educando sujeito da produção e
reconstrução do conhecimento, assim como o educador é sujeito neste processo.

O trabalho do professor tem grande importância no sentido de ensinar a pensar de forma correta.
Isto não é possível se o educador encontra-se mergulhado em um conhecimento firmado a partir de
uma memorização mecanicista. Através deste tipo de conhecimento o educador não está fazendo
relação com o que lê com a realidade na qual está inserido e, assim, a sua forma de pensar não é
correta porque não é crítica, mas apenas reprodutora de ideias alheias. Para se ter um pensamento
crítico, assim como uma leitura crítica, o indivíduo deve se perceber enquanto sujeito tanto no quanto
no que ler. Desta forma o educador pensando de forma correta poderá ensinar o educando a pensar
certo. Pensar corretamente anda lado a lado com a pureza, com o rigor ético e produz beleza e na
mesma proporção se distancia da arrogância e do ser cheio de si.

O pensamento correto do professor transmite beleza ao educando no sentido de que sua


intervenção no mundo denota seu conhecimento sobre o mesmo. Este conhecimento vive em
constante transformação, tornando-se obsoleto e sendo superado por novos conhecimentos. Logo,
há grande importância em se conhecer o conhecimento existente assim como em se atentar a
produção de conhecimentos não existentes. O ensino, o aprendizado e a pesquisa perpassam por
dois momentos importantes do processo gnosiológico: um relacionado ao ensino e aprendizado do
conhecimento existente e o outro referente a produção de um novo conhecimento. A prática
docente, discente e de pesquisa estão inseridas dentro deste processo gnosiológico.
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ENSINAR EXIGE PESQUISA

De acordo com Paulo Freire (1921-1997), só pode


ensinar certo e criticamente com reflexo da pesquisa,
logo, pensar-se que o ato de ensinar exige a dinâmica de
pesquisar, Freire ratifica que não há ensino de qualidade
sem pesquisa e por consequência não existe pesquisa sem
ensino. Ademais, o autor supracitado observa a educação
como um processo continuo de formação, buscando e
reprocurando, reavaliando, sendo epistemologicamente
Figura 3 Ensinar exige sujeitos pesquisadores
curioso como já ressaltado. Destarte, pensa-se que
ensino por consequência da pesquisas anteriores, porque me indaguei e me indago, educando e
reeducando. Pesquisar pelo fato de tentar conhecer o que possivelmente não conheço para
comunicar o novo.

ENSINAR EXIGE RESPEITO AOS SABERES DOS EDUCANDOS

Nesse tópico, Freire diz que “o pensar correto”, tem que ir além do docente, sendo articulado
também pela escola como um todo, onde ambos passam a assumir uma postura como agentes, com
a finalidade de contribuir de forma significativa para o ensino dos educandos.

Este educação discutida por Freire é destacada primordialmente pelo o direcionamento do indivíduo
a partir do seu conhecimento de mundo, este que se constrói e estabelece na relação que o indivíduo
tem com a realidade na qual está inserido, ou seja, o seu meio sociocultural, que possui variedades
de riquezas de saberes e valores que podem se diferenciar de um âmbito para outro. Diante disso,
faz-se necessário, primeiramente, compreender a realidade do educando, em seu contexto, para
então estabelecer a troca de saberes entre educador e educando, consolidando o respeito, a
compreensão, a aprendizagem, a reflexão e a visão crítica sobre os fatos sociais.

ENSINAR EXIGE CRITICIDADE

Para Paulo Freire não há diferença entre a


ingenuidade e a criticidade, entre os saber de
pura experiência feita e o que resulta dos
procedimentos metodicamente rigorosos. A
superação se dar na medida em que a

Figura 4 Ensinar exige Criticidade dos Educandos


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curiosidade ingênua deixar de ser curiosidade e ao criticizar-se se torna curiosidade epistemológica,


metodicamente na sua aproximação ao objeto, conota seus achados de maior exatidão.
A curiosidade ingênua está associada ao senso comum, é a mesma curiosidade que muda de
qualidade, mas não de essência. A prática educativa progressista deve desenvolver a curiosidade
humana como questionamento, desestabilidade e transformá-la em curiosidade crítica, insatisfeita,
indócil.
Para Freire, a passagem da consciência ingênua para a consciência crítica e caracterizada pela
simplicidade da interpretação dos problemas, a busca pelas explicações da fragilidade na
argumentação, o envolvimento emocional em detrimento da razão, a ausência da prática de diálogo.

ENSINAR EXIGE ESTÉTICA E ÉTICA


Para Paulo Freire, a formação ética acontece na educação, mais precisamente na sala de aula,
quando a sociedade, a escola, professor e aluno lutam por uma educação transformadora, dialógica e
conscientizadora. Na perspectiva de Freire, alunos e professores são engajados numa dimensão crítica
e criativa no processo da construção do conhecimento, onde todos ensinam e todos aprendem um
processo criador e recriador ligados às próprias experiências existenciais e origens culturais. Tanto
professor quanto alunos percebem suas realidades criticamente e criam conhecimento dentro e por
intermédio do diálogo. Por esse motivo, o aspecto relevante da pedagogia de Freire é sua perspectiva
epistemológica no processo de criar conhecimento; sua relação com as experiências existenciais e
culturais (FREIRE, 2002).

Para Freire a educação deve ter uma visão global do aluno, com sentimentos e emoções, tornando
relevante o estudo das dimensões ética e estética. A prática e a teoria freiriana, fundamentam-se em
uma ética inspirada na relação "homem-no-mundo", ou seja, estar no mundo, e na construção de seu
"ser-no-mundo-com-os-outros", isto é, ser capaz de se relacionar com as pessoas e com a sociedade
(FREIRE, 2001).

A expressão desta ética se dá nas formas da estética, no resgate e na busca de todas as formas de
expressão humana - sua beleza estética própria e o aprimoramento destas expressões. Assim, conforme
nos apresenta Freire, a beleza não é privilégio de uma classe, mas uma construção compartilhada por
todos, precisando ser conquistada a cada momento, a cada decisão, por meio de experiências, atitudes
capazes de criar e recriar o mundo.

Freire, contudo, chama a atenção para um aspecto fundamental. Existe uma ligação profunda entre
o processo educativo e os demais processos essenciais à vida de uma sociedade: a atividade política,
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econômica, cultural. O processo educativo não é apenas uma atividade humana entre outras, mas uma
dimensão inerente a qualquer atividade do homem como ser social. Dentro desta visão a tarefa
educativa não se limita ao caso particular do sistema formal de educação. Não é ela privilégio do
educador. Assim a família, os grupos sociais, a empresa, as associações de classe, os partidos políticos
e qualquer outro tipo de organização social são chamados a desempenhar uma tarefa educativa. Em
outras palavras, a prática educativa não é responsabilidade exclusiva dos profissionais reconhecidos
pelo sistema, mas de todos os membros da sociedade.

Freire aponta caminhos a serem percorridos ética e esteticamente na educação que perpassam desde
a concepção da educação formal, ao compromisso, à coerência, ao respeito profissional e à mudança,
na busca de sujeitos conscientes de seu papel numa sociedade democrática.

A ética e a estética pressupõem uma mudança para enriquecer conceitos já estabelecidos, mas
também para introduzir os novos que respondem a uma nova relação estética com a realidade. Este
pensamento de Freire mostra que a busca do novo não significa o abandono total do velho: o
movimento em direção ao novo poderia ser feito, resgatando os aspectos positivos do velho e, para que
isso seja fecundo, não bastaria só a ação de mudança. Esta ação seria acompanhada com o querer, com
a intencionalidade, com a vontade do quer fazer.

ENSINAR EXIGE CORPORIFICAÇÃO DAS PALAVRAS PELO EXEMPLO

Nesse capitulo o objetivo do autor é conscientizar os docentes que a consolidação dos seus
ensinamentos ocorre através das ações do educador para com os alunos. Ou seja, o discurso dentro da
sala de aula só é válido se estiver acompanhado de ações coerentes partindo do professor. Neste
aspecto é válido destacar que um professor que ensina e pensa corretamente não é a mesma coisa que
um professor de ideias “fechadas”; ao contrário, um bom professor mantém seus ideais e convenções e
ainda assim é capaz de dialogar sobre ideias opostas sem desacreditar seu próprio discurso ou seus
alunos. O que quer dizer manter a autoridade sem ser autoritário e não desmerecendo os ideais dos
discentes.

Freire a experiência educacional deve estar vinculada ao contexto social vivido, para isso deve ser
levado em consideração à cultura das classes populares e a importância dessas expressões. Essa
“leitura de mundo” como é chamada pelo autor é importante para que o indivíduo não letrado consiga
ver-se incluído como produtor de conhecimento e veja a importância do que ele faz tanto quanto um
médico ou um juiz (Peroza,2014).
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“Nosso papel não é falar ao povo sobre nossa visão


de mundo, ou tentar impô-la a ele, mas dialogar com
ele sobre a sua e a nossa” (FREIRE, 1987, p.49).

Vinculando esses conceitos ao que Freire fala em Pedagogia do Oprimido podemos perceber que
não são ensinamentos aleatórios, em todas as suas obras apesar de novas informações sobre a educação
serem inseridas o que sempre retorna é a importância do contexto social e cultural trazido pelo aluno à
sala de aula. É a partir dessa reflexão da cotidianidade, dos elementos que compõem a realidade do
aluno que deverá ser baseado o conteúdo programático da educação, como o mesmo propõe.

Somente assim nos libertaremos das garras dos nossos opressores precisamos encontrar no diálogo
a nossa arma de defesa. A maioria das pessoas é coagida a ficarem silenciadas, não podendo expressar
suas opiniões tornando-se pessoas submissas aos detentores do poder da sociedade vigente. O diálogo
é a base da comunicação, por via dele que conhecermos o outro, suas carências e necessidades. Se eu
não escuto o outro eu não o conheço. A palavra é a chave da libertação do oprimido.

ENSINAR EXIGE RISCO ACEITAÇÃO DO NOVO E REJEIÇÃO A QUALQUER FORMA


DE DISCRIMINAÇÃO

Ao se debruçar sobre o ensinar e sobre tudo ao pensar certo, Paulo Freire nos chama atenção para
uma das qualidades que um docente deve ter, pois, para Freire o verdadeiro educador deve manter
indispensável um espírito de abertura e disponibilidade para o novo sem que o velho seja recusado por
ser velho. Pois o velho que preserva sua validade continua vivo, portanto novo. Nesse sentido as novas
ideias, os novos métodos e mesmo as novas tecnologias não devem ser negadas ou acolhidas
simplesmente porque são novas. E da mesma forma, o critério de recusa do antigo e do tradicional não
depende apenas de uma questão cronológica.

Logo, o profissional da educação junto de seus alunos devem se esforçar em combater todo tipo de
discriminação que assola de maneira severa e hedionda diversos setores das sociedades humanas,
como o próprio freire expõem.

“A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero


ofende a substantividade do ser humano e nega
radicalmente a democracia. Quão longe dela nós achamos
quando vivemos a impunidade dos que matam meninos nas
ruas, dos que assassinam camponeses que lutam por seus
direitos, dos que discriminam os negros, dos que
inferiorizam as mulheres.” (FREIRE, 2002, p, 17)
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“Nesse sentido, o preconceito está presente no nosso


cotidiano e se manifestam das mais diferentes maneiras:
seja por causa da raça, da condição sócio-econômica, da
religião, questões culturais, aparência física, sexualidade,
por ter um gosto diferente ou por quaisquer outros motivos.
Assim o educador tem a tarefa “coerente do educador que
pensa certo é, exercendo como ser humano a irrecusável
prática de inteligir, desafiar o educando com quem se
comunica e a quem comunica, produzir sua compreensão do
que vem sendo comunicado” (FREIRE, 2002, P, 17).

Dessa maneira, professores e alunos desempenham a sua função social e política na construção dos
conhecimentos historicamente acumulados no preparo das novas gerações para serem inseridas na
sociedade, mas também a partir do momento em que trata todos de maneira igualitária respeitando suas
diferenças, superando o preconceito e a discriminação existentes na sociedade.

ENSINAR EXIGE REFLEXÃO CRÍTICA SOBRE A PRÁTICA

Abrange um movimento ativo, dialético entre o pensar e o fazer. É de extrema importância que o
aprendiz da pratica docente saiba que deve ultrapassar o pensar inocente, assumindo o pensar certo
produzido por ele próprio, simultaneamente com o professor formado. Entretanto, ele deve reconhecer
o valor das emoções, da sensibilidade, da intuição. Com isso, a reflexão crítica sobre a pratica
atualmente ou do passado, pode ser melhorada através da próxima pratica. E, ainda, quanto mais me
assumo como estou sendo e percebo a razão de ser como estou sendo, mais me torno capaz de mudar,
de promover-me do estado da curiosidade ingênua para o de curiosidade epistemológica. Decido,
rompo, opto e me assumo.

Segundo o Professor André Azevedo da Fonseca, docente e pesquisador na Universidade Estadual de


Londrina, afirma que o docente democrático sabe que a reflexão crítica é o ponto de partida para a
prática docente. E ele sabe também que essa iniciativa, por si só, não é suficiente. Na verdade, o
primeiro passo para superar a ingenuidade é a autocrítica. É por isso que a arrogância não produz
sujeitos críticos. Mas ingênuos, porque são incapazes de se superar. Com isso é importante que os
professores repesem suas práticas metodológicas, para proporcionar um constante aprendizado,
utilizando dinâmicas indispensáveis para facilitar um ambiente extremante viável ao desenvolvimento
dos conhecimentos prévios de seus alunos. Assim sendo ensinar exige uma reflexão sobre a prática
docente, repensar valores, como educador onde seu principal objetivo será o aprendizado dos alunos.

ENSINAR EXIGE O RECONHECIMENTO E A ASSUNÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL


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De acordo com o autor, a assunção é um dos processos mais importantes na caminhada da razão
que atrelada a visão educativa e sociocultural vigente em sociedade se faz de maneira conjuntural
importante, pois uma das tarefas cuja importância se dá de maneira significativa neste processo
educativo e criativo em que a figura do educando se faz presente, nas relações em que estabelecem uns
com os outros neste trajeto assumindo-se profundamente tendo isto como experiência.

A identidade cultural neste procedimento cumpre papel importante pois tem a ver com a assunção
de cada um enquanto indivíduo em sua dimensão individual ou mesmo social em consorcio
comunitário, por vezes a figura do Professor deixa de cumprir este, assim perdendo-se nesta visão
progressista em que se tem socialmente.

A figura do Professor enquanto educador se faz presente de forma positiva contribuindo muitas
vezes em aspetos voltados as práticas educativas, onde as vezes um simples gesto deste, implica em
uma grande diferença na vida do educando, estes saberes desenvolvidos na figura do Professor tem
importância considerativa no cotidiano do espaço escolar, a escola em seu universo socializante, tendo
em vista a dualidade do universo formal e informal, fato este que compõe este quadro em que temos
fortemente a figura do Professor em seu papel dual e criativo onde se foge parcialmente da visão
conteúdista e acrescentando a está um caráter mais voltado ao pessoal e suas construções.

Discute-se por vezes a concepção do que é educação e o que é aprender, “O que importa na
formação docente, não é a repetição mecânica do gesto “(p.45); conceito por definição usado pelo
autor na concepção deste em correlação ao processo de inserção do educando em suas diretrizes
educacionais, onde a figura da escola e a do Professor devem trabalhar junto para suprir as demais
necessidades correspondentes a discência, fazendo com que esta evolua e se multiplique em seus mais
variados aspectos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo,
SP, Editora Paz e Terra S/A. 2002.

STRECK, R. Danilo, REDIN, Euclides. ZITKOSKI, Jaime José. (Orgs). Dicionário Paulo Freire.
Belo Horizonte, MG, Autêntica Editora, 2010.

Educação e diversidade Cultural: tensões , desafios e perspectivas/ Elcio Cecchetti, Adecir


Pozzer (Organizadores).- Blumenau: Edifurb, 2014. 244p.
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FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 11. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. Disponível
em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/paulofreire/paulo_freire_pedagogia_do_oprimido.pdf
<acesso em: 21/06/2017>

Anexo1: Letra da Música “Um Bom Professor, Um Bom Começo”

Autor:Max Haetinger

A base de toda conquista é o professor


A fonte de sabedoria, um bom professor
Em cada descoberta, cada invenção
Todo bom começo tem um bom professor
No trilho de uma ferrovia…(um bom professor)
No bisturi da cirurgia…(um bom professor)
No tijolo, na olaria, no arranque do motor
Tudo que se cria tem um bom professor
No sonho que se realiza…(um bom professor)
Cada nova ideia tem um professor
O que se aprende, o que se ensina…(um professor)
Uma lição de vida, uma lição de amor
Na nota de uma partitura, no projeto de arquitetura
Em toda teoria, tudo que se inicia
Todo bom começo tem um bom professor
Tem um bom professor (repete 2x)

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