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Roteiro Mecânica Quântica

Aluno: Felipe Robledo Carvalho Torres

1.4 Normalização
Agora à interpretação estatística da função de onda, que diz que | ψ(x,t)|² é a
densidade de probabilidade para encontrar a partícula no ponto x, no tempo t.
Acontece que a integral de | ψ |² deve ser 1 (a partícula tem que estar em
algum lugar):

Bem uma olhada na Equação 1.1 revela que, se ψ (x, t) é uma solução, então
A ψ( x, t), em que A é qualquer constante (complexa), também é. Então, o que
devemos fazer é escolher esse fator multiplicativo indeterminado para garantir
que a Equação 1.20 seja satisfeita. Esse processo é chamado de normalização
da função de onda. Para algumas soluções da equação de Schrodinger, a
integral é infinita, nesse caso, nenhum fator multiplicativo vai fazer com que seu
resultado seja 1. O mesmo vale para a solução trivial ψ = 0. Tais soluções não
normalizáveis não podem representar partículas e devem ser rejeitadas. Os
estados fisicamente realizáveis correspondem às soluções quadrado-integrável
para a equação de Schrodinger.
Suponha que eu tenha eu tenha normalizado a função de onda no instante t =
0. Como saber se ela permanecerá normalizada, conforme o tempo passa e ψ
evolui? Felizmente, a equação de Schrodinger tem a notável propriedade de
automaticamente preservar a normalização da função de onda. Sem essa
capacidade importantíssima, a equação de Schrodinger seria incompatível com
a interpretação estatística e a teoria inteira se desfaria.

(Note que a integral é uma função somente de t, portanto, uso uma derivada
total (d/dt) na primeira expressão, mas o integrando é uma função de x, bem
como de t, e, portanto, uso uma derivada parcial (∂/∂t) na segunda.) Pela regra
do produto,
Agora a equação de Schrodinger diz que

E também (tomando o complexo conjugado da Equação 1.23)

Portanto,

A integral na Equação 1.21 pode agora ser calculada explicitamente:

Porém ψ (x, t) deve ir a zero quando x vai a (+/-) infinito. Caso contrário, a
função de onda não seria normalizável. Segue que

1.5 Momento
Para uma partícula no estado ψ, o valor esperado de x é

O que isso significa exatamente? Enfaticamente, não significa que se você


medir a posição de uma partícula repetidas vezes ∫x| ψ |² dx será a média dos
resultados que você obterá. Ao contrário: a primeira medida (cujo resultado é
indeterminado) colapsará a função de onda em um pico estreito em torno de
um ponto no valor realmente obtido, e as medições subsequentes (se forem
feitas rapidamente) simplesmente mostrarão o mesmo resultado.
Agora, conforme o tempo passa, (x) mudará (por causa da dependência do
tempo de ∂) e talvez tenhamos interesse em saber quão rapidamente ele se
move. Consultando as equações 1.25 e 1.28 vemos que
Essa expressão pode ser simplificada se usarmos integração por partes:

(Usei o fato de que ∂x/∂x = 1 e desconsiderei o termo de contorno, baseado no


fato de que ψ vai a zero em (+/-) infinito.) Realizando outra integração por
partes, no segundo termo, concluímos que:

O que devemos fazer com o resultado? Note que estamos falando da


‘velocidade’ do valor esperado de x, o que não é a mesma coisa que a
velocidade da partícula. Nada do que vimos até agora nos permitiria calcular a
velocidade de uma partícula. Nem mesmo está claro o que a velocidade
significa na mecânica quântica: se a partícula não tem uma posição
determinada (anterior à medida), também não tem uma velocidade bem
definida.

A Equação 1.31 nos mostra, então, como calcular (v) diretamente de ψ. Na


verdade, costuma-se trabalhar com momento (p = mv) em vez de velocidade:

1.6 Princípio da incerteza


Imagine que você está segurando a ponta de uma corda muito longa e produz
uma onda ao chacoalha-la para cima e para baixo ritmicamente. Se alguém
perguntar ‘onde precisamente está a onda?’ você vai achar que essa pessoa é
meio louca: a onda não está precisamente em lugar nenhum. Ela está
distribuída por cerca de 45 m ou mais. Mas se essa pessoa perguntar qual é o
comprimento de onda, você poderia dar uma resposta razoável: algo em torno
de 7 m. Por outro lado, se você der um safanão na corda, terá um pulso
relativamente estreito viajando pela corda.
Isso se aplica, é claro, a qualquer fenômeno de onda e, portanto,
particularmente à função de onda na mecânica quântica. Agora o comprimento
de onda de ψ está relacionado ao momento da partícula pela fórmula de de
Broglie:
Desse modo, uma distribuição em comprimentos de onda corresponde a uma
distribuição do momento, e um exame geral diz que quanto mais precisamente
determinada for a posição da partícula, menos preciso será seu momento.

Entenda o que o principio da incerteza significa: assim como as medidas da


posição, as medidas de momento produzirão respostas precisas (a
‘distribuição’ aqui se refere ao fato de que as medidas em sistemas
identicamente preparados não produzem resultados idêntico). Você pode, caso
queira, preparar um estado em que medidas repetidas de posição fiquem bem
próximas umas das outras, mas você pagará um preço por isso: medidas de
momento nesse estado serão amplamente distribuídas.

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