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Instrumentação industrial

Conceitos

Teoria

Prática

1
2º Período Ano-2010

2
ÍNDICE:

Conceito de Temperatura....................................................................4
Formas de transferência de calor........................................................5
Sistema Físico.....................................................................................8
Sistema Elétrico...................................................................................8
Termômetros líquidos..........................................................................8
Termômetros à pressão de gás.........................................................12
Termômetros à tensão de vapor........................................................13
Termômetros bimetálicos...................................................................14
Termopares........................................................................................16
Termopares tipos e características....................................................19
Compensação da junta de referência...............................................26
Erros de ligação de termopares........................................................27
Fios e cabos de extensão..................................................................31
Fios e cabos de compensação..........................................................31
Transmissores de temperatura..........................................................32
Pressão..............................................................................................52
Unidades de pressão.........................................................................53
Definições de pressões.....................................................................54
Medição de pressão atmosférica.......................................................57
Correção de temperatura...................................................................52
Medição de pressão..........................................................................55
Medidores por deformação de sólidos..............................................65
Tabelas de fatores de conversão de pressão....................................76
Transmissores de pressão................................................................78
Tipos de sensores de pressão ..........................................................78
Simbologia.........................................................................................79
Ligações elétricas do instrumento.....................................................79
Medidores de deformação.................................................................84
Medição de nível................................................................................95
Descrição dos medidores de nível por método direto.....................102
Descrição dos medidores de nível por método direto.....................102
Medição de nível por capacitância..................................................117

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Medição de nível indireta do tipo borbulhador.................................119
Medição de nível em ambientes agressivos...................................121
Medidor de nível e interface tipo radar de onda guiada..................126
Medidor de nível tipo radar de pulsos.............................................137

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Conceito de Temperatura

Temperatura é uma propriedade da matéria, relacionada com o movimento


de vibração e/ou deslocamento dos átomos de um corpo. Todas as substâncias
são constituídas de átomos que por sua vez, se compõe de um núcleo e um
envoltório de elétrons. Normalmente estes átomos possuem uma certa energia
cinética que se traduz na forma de vibração ou mesmo deslocamento como no
caso de líquidos e gases.

A energia cinética de cada átomo em um corpo não é igual e constante,


muda de valor constantemente, num processo de intercâmbio de energia interna
própria.

Baseado nesta conceituação pode-se definir a temperatura da seguinte


forma:

“Temperatura é a propriedade da matéria que reflete a média da


energia cinética dos átomos de um corpo”.

Na prática, a temperatura é representada em uma escala numérica, onde,


quanto maior o seu valor, maior é a energia cinética média dos átomos do corpo
em questão.

Outros conceitos que se confundem às vezes com o de temperatura são:


 Energia Térmica
 Calor

A Energia Térmica de um corpo é a somatória das energias cinéticas dos


seus átomos, e além de depender da temperatura, depende também da massa e
do tipo de substância.

O Calor é a energia que se transfere de um corpo para o outro por


diferença de temperatura.

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A temperatura sob ponto de vista da experiência do homem no seu
cotidiano, introduz o uso dos termos quente e frio. A sensação de quente é o
resultado do fluxo de calor de um corpo qualquer para o nosso próprio, decorrente
de uma maior temperatura daquele corpo.

A sensação de frio aparece quando o nosso corpo cede calor para outro
qualquer. A superfície do corpo humano está coberta de sensores de temperatura
que nos informam a cada instante do estado térmico do ambiente que nos cerca.

As sensações de quente e frio que sentimos são relativas, um corpo À


mesma temperatura pode nos transmitir sensações diversas dependendo das
condições físicas e psicológicas do nosso corpo.

Os nossos sentidos não são adequados para medir temperatura com


segurança, além de atuarem em uma faixa de temperatura bastante estreita,
próxima à temperatura do próprio corpo, devido ao aparecimento da dor.

Até o final do século XVI, quando foi desenvolvido o primeiro dispositivo


para avaliar temperatura, os sentidos do nosso corpo foram os únicos elementos
de que dispunham os homens para dizer se um certo corpo estava mais quente
ou frio do que um outro, apesar da inadequadamente destes sentidos sob o ponto
de vista científico.

Formas de transferência de calor

Condução (sólidos):
Transferência de calor por contato físico. Um exemplo típico é o
aquecimento de uma barra de metal.

Convecção (líquidos e gases):


Transmissão ou transferência de calor de um lugar para o outro pelo
deslocamento de material. Quando o material aquecido é forçado a se mover,
existe uma convecção forçada.

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Quando o material aquecido se move por diferença de densidade, existe
uma convecção natural ou livre.

Radiação (sem contato físico):


Emissão contínua de energia de um corpo para outro, através do vácuo ou
do ar (melhor no vácuo que no ar, pois no ar é parcialmente absorvida). A energia
radiante possui a forma de ondas eletromagnéticas e propagam-se com a
velocidade da luz.

Conversão de Escalas – Exercícios

Formulário

A figura compara as escalas de temperatura existentes:

Desta comparação podemos retirar algumas relações básicas entre as escalas:

ºC = ºF – 32
CELSIUS X FAHRENHEIT 5 9

7
CELSIUS X KELVIN K = 273,15 + ºC

FAHRENHEIT X RANKINE R = 459,67 + ºF

K = ºR . 5
KELVIN X RANKINE 9

Outras relações podem ser obtidas combinando as apresentadas entre si.


É importante observar a diferença entre, por exemplo, 1ºC e 1 grau Celsius.

O primeiro significa uma determinada temperatura e o segundo significa um


intervalo de temperatura.

Se pretendermos passar para a escala Fahrenheit, teremos:

1ºC = ºF – 32
1º caso: 1ºC 5 9 1ºC = 33,8 ºF (Fórmula 1)

1ºC = ºF – 32
2º caso: 1grau Celsius 5 9 = 9 ºF = 1,8 grau Fahrenheit
5

(Utilizando a relação entre as dimensões do grau Celsius e o Grau Fahrenheit).

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Sistema físico
O calor faz com que os corpos se dilatem e se contraiam. Aproveitando o
efeito dessa dilatação ou contração, que nada mais é do que uma força ou
movimento, podemos medir a temperatura. Seja a dilatação do comprimento de
uma barra metálica, seja o aumento de volume de um líquido dentro de um
recipiente, têm-se os vários tipos de tomadas de impulso de temperatura, como
estudaremos posteriormente. .
Os termômetros que funcionam baseando-se nesse sistema são classifica-
dos como abaixo:
(I) Sistema a volume Termômetro de líquidos
( II ) Sistema a pressão Termômetros a pressão de gás
Termômetros a tensão de vapor
(III) Sistema a dilatação linear Termômetros bimetálicos

Sistema elétrico
Dependendo dos seus princípios de funcionamento, os termômetros desse
sistema podem se classificar em:
(I) Termopares
(II) Termômetros de resistência
(III) Termístores
(IV) Termômetros de radiação
(V) Termômetros ópticos

B) Termômetros de líquidos

Os termômetros de líquido baseiam-se na lei da expansão cúbica:


Vt = V0 (1+Bt)
onde,
t = temperatura do líquido (ºC)
V0 = volume do líquido à temperatura de referência
Vt = volume do líquido à temperatura em °C

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B = coeficiente de expansão (ver a Tabela abaixo)

CALOR
LÍQUIDO B X 10 3
ESPECÍFICO
Água 0,25 1,0
Mercúrio 0,18 0,03
Tetracloreto de carbono 1,1 0,2
Tolueno 1,1 0,4
Álcool etílico 1,1 0,5

Nessa equação pode-se observar que o aumento do volume é diretamente


proporcional ao aumento da temperatura, isto é, a escala da temperatura é linear.

Como o exemplo mais familiar de termômetro de líquido tem-se o


termômetro de vidro.
Esse tem um pequeno reservatório, ou bulbo, cheio de um líquido, do qual
se deriva uma coluna capilar, como ilustrado na Figura 2.
O calor faz com que o líquido se dilate e penetre nesse capilar, cuja altura é
convenientemente calibrada em escala de temperatura.
Normalmente emprega-se mercúrio ou álcool colorido, como líquido
termométrico.
Como o mercúrio congela-se a -38°C, a faixa desse tipo de termômetro é
de -38°C até 350°C normalmente, mas pode-se elevar esse limite a 700°C
mediante emprego de vidro adequado e injeção de gás especial no capilar, para
que o mercúrio não evapore.

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Os termômetros de álcool podem ser utilizados na faixa entre -100°C e
70°C, pelas mesmas razões acima expostas.
Entrando, agora, no estudo dos termômetros de líquido com capilares
metálicos, mostraremos, primeiro, na Figura 3, a construção geral de todos os
termômetros com enchimento de fluido.
Como líquidos de enchimento emprega-se mercúrio, xileno, tolueno, éter
etílico, etc., por serem de altos coeficientes de expansão.
O mercúrio é um dos mais usados, por ter alta temperatura de ebulição,
faixa ampla de temperatura e baixo coeficiente de atrito, apesar de ter suas
desvantagens, corno dificuldade no manejo.

Além da linearidade os termômetros de líquido têm as seguintes


vantagens: bulbos pequenos, faixa estreita e alta precisão.
Uma das desvantagens desse tipo é que pode apresentar erro quando
houver uma diferença de nível entre o elemento e o bulbo devido à coluna líquida
(h) representada na Figura 3. Para diminuir esse erro o enchimento do líquido é
feito geralmente sob alta pressão, por exemplo 30 ou 40 atmosferas.

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Entretanto, quando for necessário mudar a elevação do bulbo será preciso
corrigir o deslocamento do zero por ajuste da fixação do elemento e não por
ajuste no ponteiro indicador.
Outras desvantagens desse tipo incluem: o efeito da temperatura ambiente
ao longo do capilar e do elemento, e resposta não muito rápida quando o
comprimento do capilar é grande, devido ao atrito do fluido no capilar.
O efeito da temperatura ambiente é compensado de duas maneiras e cada
uma tem sua denominação própria, isto é, classe 1A e classe 1B.
O sistema da Figura 4 (b) é normalmente preferido por ser mais simples na
sua construção e ter resposta mais rápida. O comprimento máximo do capilar
desse tipo é mais ou menos 6 m.
Quando a distância entre o bulbo e o instrumento é muito grande, ou se
deseja alta pressão, adota-se o sistema da Figura 4 (a). Não é recomendado,
porém, para regulação, por causa da sua lenta resposta. Deve-se utilizá-lo
somente para indicação ou registração.
De qualquer maneira o termômetro de líquido é o mais preciso de todos os
sistemas mecânicos de medição de temperatura. Ele é adequado para medir
temperatura ambiente por causa da sua faixa de medição muito estreita (ou seja:
15°C com mercúrio e 25°C com líquidos orgânicos diversos).
Quando se usam esses termômetros, devem ser tomadas precauções para
não dobrar o capilar com curvatura muito pequena. Tal curvatura formará uma
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restrição no capilar e o movimento do líquido de um lado da restrição para o outro
ficará impedido, causando falha no funcionamento dos termômetros.

C) Termômetros à pressão de gás

O princípio de funcionamento dos termômetros desse tipo é a conhecida lei


de Boyle-Charles, isto é: "a pressão de um gás é proporcional à temperatura, se
mantivermos constante o volume do gás". Devido a essa proporcionalidade pode-
se obter uma escala linear de temperatura. Na realidade constata-se pequeno
erro nessa relação porque os gases não são ideais. Esse erro é tão pequeno,
porém, que se pode desprezá-lo.
Comercialmente o nitrogênio é o gás mais empregado, por ser inerte. Além
do nitrogênio emprega-se hélio, neônio, criptônio, ar, dióxido de carbono, etc.
Sua construção é praticamente idêntica à dos termômetros de líquido
ilustrada na Figura 3, mas o bulbo é geralmente grande, a fim de obter força
suficiente para acionar o elemento, ou seja, o tubo de Bourdon espiral ou
helicoidal. A força obtida por expansão do gás com determinada variação de
temperatura é muito pequena em comparação com a força do líquido para a
mesma variação. Assim sendo, esse tipo de termômetro tem uma faixa mínima de
100°c.
Essa faixa pode ser diminuída quando empregado um transmissor com
equilíbrio de forças, porque nesse caso não é necessário grande movimento do
elemento.
A compensação da temperatura ambiente é feita da mesma maneira que
no caso dos termômetros de líquido. Outra maneira é aumentar o volume do
bulbo para diminuir o volume relativo do capilar.
A resposta dos termômetros desse tipo é mais rápida que a de todos os
outros sistemas mecânicos. .
O comprimento máximo do capilar é de até 30 m.

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D) Termômetros a tensão de vapor

Os termômetros a tensão de vapor consistem essencialmente de um bulbo


contendo um gás liquefeito e um capilar que liga o bulbo ao elemento, seja este
um tubo de Bourdon, seja um fole, etc.
A lei de Dalton diz que "a pressão de um vapor saturado depende única e
exclusivamente da sua temperatura e não da sua mudança de volume". Por isso,
para qualquer variação de temperatura haverá uma variação na tensão do vapor
do gás liquefeito colocado no bulbo do termômetro e, em conseqüência disto, uma
variação na pressão dentro do capilar. A única condição necessária é a existência
da interface entre a fase líquida e a fase gasosa dentro do bulbo, quando em
funcionamento. Assim sendo, nesse sistema é importante dosar o volume certo do
gás liquefeito.
Como o aumento da tensão do vapor para determinada variação de
temperatura não é igual ao longo de toda a faixa, a escala da temperatura não é
linear, comportamento esse ilustrado na Figura 5 (a) e (b). Isto constitui a maior
desvantagem dos termômetros desse tipo, apesar das suas vantagens, como
baixo custo e resposta rápida em casos gerais.

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Como fluidos de enchimento empregam-se cloreto de
metila, dióxido de enxofre, etano, propano, éter metílico,
tolueno, etc. O comprimento máximo do capilar do
termômetro desse tipo é da ordem de 50 m.
Existem três classes diferentes de termômetros a.
tensão de vapor, como ilustrado na Figura 6 (a), (b)e (c).
O sistema da Figura 6 (a) é o tipo mais comum, onde o
bulbo é feito para trabalhar sempre acima da temperatura
ambiente.
O sistema da Figura 6 (b) é para temperaturas abaixo
da temperatura ambiente.

O sistema da Figura 6 (c), é projetado para trabalhar


acima ou abaixo - mas nunca em tomo da temperatura
ambiente. Se ocorrer uma variação brusca de temperatura,
de tal extensão que a temperatura ambiente seja cruzada,
haverá mudança de estado do fluido no capilar e no
elemento. É óbvio que nessa ocasião haverá certa
instabilidade no sistema, acarretando resposta muito lenta.
Além disso, nessa classe o nível do bulbo e o do elemento
devem ser iguais, para evitar o erro devido à coluna líquida
no capilar.

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E) Termômetros bimetálicos

Esses termômetros são construídos de chapas


metálicas formadas de duas camadas, cada uma constituída
por material diferente, com coeficientes de dilatação bem
diversos um do outro, ou seja, quando levados à mesma
temperatura, a dilatação de um é bem diferente da do outro -
por exemplo: latão e aço.

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Então, juntando-se esses dois metais diferentes, em
forma de chapinhas, por exemplo, e soldando-se ou rebitando
essa junção, o metal que se dilatar mais forçará o metal que
se dilatar menos a formar uma curvatura, para compensar a
diferença dos novos comprimentos.
A Tabela acima mostra vários metais utilizados.
O movimento da chapa bimetálica tem grande força e
pode ser utilizado para acionar um dispositivo qualquer de
regulação - como, por exemplo, fazer girar o ponteiro do
termômetro mostrador ou acionar os contatos elétricos da
resistência de aquecimento de fornos, estufas, ferros de
engomar,etc. Os termômetros bimetálicos encontram-se sob
as mais variadas formas, como se representa na Figura 9.
A sensibilidade dos termômetros bimetálicos é
bastante boa, sendo comparável com a dos termômetros de
vidro.
A calibração dos termômetros desse tipo é feita em um
só ponto de temperatura, porque geralmente não têm ajuste
de faixa e de angularidade.

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F) Termopares

O termopar é, talvez, o mais usado de todos os tipos


de termômetros para tomadas de impulso de temperatura,
especialmente quando se trata de altas temperaturas (a faixa
mais comum é de 200 a 1000°C) e quando se requer
resposta rápida.

Ele se baseia no princípio descoberto por Seebeck de

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que qualquer diferença de temperatura entre as junções de
dois metais diferentes gera uma diferença de potencial, isto é,
força eletromotriz, entre essas junções, como mostra a Figura
10.
Esse efeito termoelétrico foi estudado depois por
Peltier e Thomson. Descobriram que o potencial é
determinado pelos três fatores seguintes:
(a) O potencial é proporcional à diferença de
temperatura entre as junções
(b) O potencial depende da combinação de metais
diferentes.
(c) O potencial depende da homogeneidade do
material.
Corno se vê, urna grande vantagem do termopar é que
o diâmetro e o comprimento do fio não influem no potencial
gerado.
Utilizando-se desses princípios construiu-se o
termopar, que é constituído de dois metais diferentes nas
suas extremidades.
Estando uma dessas extremidades em contato com a.
fonte de calor e a outra no meio ambiente haverá uma
diferença de temperatura entre as junções e,
conseqüentemente, uma diferença de potencial, isto é,
voltagem em mV.
Essa pequena tensão formada pela diferença de
temperatura é indicada diretamente em um milivoltímetro
convenientemente calibrado em escala de temperatura (este
tipo é chamado pirômetro) ou ampliada eletronicamente e
depois utilizada para acionar um mecanismo de registração.
Sendo a tensão gerada muito pequena, a faixa mínima
que pode ser realizada por um indicador simples do tipo
bobina móvel é da ordem de 150°C. Esse tipo tem outras
desvantagens, como ser muito frágil para vibração e sensível
ao prumo.

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Desejando-se uma menor faixa ou uma escala com o
zero deslocado, deve-se utilizar um amplificador eletrônico
com equilíbrio contínuo.
A tabela a seguir mostra vários tipos de termopares
comumente empregados.
A Figura 11 mostra, um exemplo de como é construído
um par termoelétrico.
A sensibilidade ou tempo de resposta e também o
limite superior da temperatura de utilização de um termopar
dependem do diâmetro do fio, da massa da junção e da
massa do tubo de proteção.
Uma das desvantagens dos termopares é que eles
sofrem corrosão, especialmente quando expostos à
temperatura próxima da temperatura-limite-superIor.

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Para conectar o termopar ao instrumento emprega-se
o fio de compensação, também chamado de extensão, que é
constituído do mesmo material do termopar.
Quando se mede temperatura utilizando o termopar,
deve-se prestar especial atenção aos seguintes pontos:
(I) Montá-lo dentro do tubo de proteção bem estanque,
para evitar a corrosão.
(II) Na medição de temperatura coloca-se o termopar
onde existe a temperatura média. Note-se que o termopar
mede a temperatura de um ponto só, isto é, da junção de
medição e não a temperatura média, como no caso dos
termômetros a pressão ou de resistência. Quando se deseja
a temperatura média usam-se vários termopares em paralelo
ou em série.
(III) Nunca montar o fio de extensão perto da linha de
força eletromotriz. (Montá-lo pelo menos a 30 cm de
distância.)
(IV) Encostar a ponta do termopar no fundo do tubo de
proteção.

Termopares tipos e características

TIPO COMPOSIÇÃO RANGE CARACTERÍSTICAS


Podem ser usados em atmosfera
Cobre / Cobre-Níquel -200 a 370º oxidantes, redutoras, inertes e no vácuo
T Adequados para medições abaixo d
(+) / (-) C zero grau. Apresenta boa precisão n
faixa de utilização.
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Utilizados em atmosferas oxidantes
redutoras, inertes e no vácuo. Não dev
Ferro / Cobre-Níquel - 40 a 760º ser usado em atmosferas sulfurosas
J
(+) / (-) C não se recomenda o uso em
temperaturas abaixo de zero grau
Apresenta baixo custo.
Próprios para atmosferas oxidantes
Níquel-Cromo /
-200 a 870º inertes. Em ambientes redutores o
E Cobre-Níquel vácuo perdem suas característica
C termoelétricas. Adequado para uso em
(+) / (-)
temperaturas abaixo de zero grau.
Recomendáveis em atmosfera
Níquel-Cromo / oxidantes ou inertes. Ocasionalment
-200 a podem ser usados abaixo de zero grau
K Níquel-Alumínio
1260º C Não devem ser utilizados em atmosfera
(+) / (-) redutoras e sulfurosas. Seu uso n
vácuo é por curto período de tempo.
Platina – 10% Ródio /
S Recomendáveis em atmosfera
Platina 0 a 1600º C oxidantes ou inertes. Não devem se
usados abaixo de zero grau, no vácuo
(+) / (-)
em atmosferas redutoras ou com
Platina-13% Ródio / 0 a 1600º C vapores metálicos. Apresenta bo
R precisão em temperaturas elevadas.
Platina
Recomendável em atmosferas oxidante
Platina- 30% Ródio / ou inertes. Não devem ser usada
600 a 1700º abaixo de zero grau, no vácuo em
B Platina- 6% Ródio
C atmosferas redutoras ou atmosfera
(+) / (-) com vapores metálicos. Mais adequad
para altas temperaturas que os tipo S/R
Níquel-Cromo-Silicio Excelente resistência a oxidação at
(+) -200 a 1200ºC, curva FEM x Temp., similar a
N tipo K, porém possui menor potênci
Níquel-Silicio 1260º C termoelétrica, apresenta maio
(-) estabilidade e menor drift tempo.

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Cromel – Alumel (NiCrNi) (Tipo K)
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Temperatura de referência 0ºC

ºC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Milivolt
0 0,00 0,04 0,08 0,12 0,16 0,20 0,24 0,28 0,32 0,36 0,40
10 0,40 0,44 0,48 0,52 0,56 0,60 0,64 0,68 0,72 0,76 0,80
20 0,80 0,84 0,88 0,92 0,96 1,00 1,04 1,08 1,12 1,16 1,20
30 1,20 1,24 1,28 1,32 1,36 1,40 1,44 1,49 1,53 1,57 1,61
40 1,61 1,65 1,69 1,73 1,77 1,81 1,85 1,90 1,94 1,98 2,02
50 2,02 2,06 2,10 2,14 2,18 2,23 2,27 2,31 2,35 2,39 2,43
60 2,43 2,47 2,51 2,56 2,60 2,64 2,68 2,72 2,76 2,80 2,85
70 2,85 2,89 2,93 2,97 3,01 3,05 3,10 3,14 3,18 3,22 3,26
80 3,26 3,30 3,35 3,39 3,43 3,47 3,51 3,56 3,60 3,64 3,68
90 3,68 3,72 3,76 3,81 3,85 3,89 3,93 3,97 4,01 4,06 4,10
100 4,10 4,14 4,18 4,22 4,26 4,31 4,35 4,39 4,43 4,47 4,51
110 4,51 4,55 4,60 4,64 4,68 4,72 4,76 4,80 4,84 4,88 4,92
120 4,92 4,96 5,01 5,05 5,09 5,13 5,17 5,21 5,25 5,29 5,33
130 5,33 5,37 5,41 5,45 5,49 5,53 5,57 5,61 5,65 5,69 5,73
140 5,73 5,77 5,81 5,85 5,89 5,93 5,97 6,01 6,05 6,09 6,13
150 6,13 6,17 6,21 6,25 6,29 6,33 6,37 6,41 6,45 6,49 6,53
160 6,53 6,57 6,61 6,65 6,69 6,73 6,77 6,81 6,85 6,89 6,93
170 6,93 6,97 7,01 7,05 7,09 7,13 7,17 7,21 7,25 7,29 7,33
180 7,33 7,37 7,41 7,45 7,49 7,53 7,57 7,61 7,65 7,69 7,73
190 7,73 7,77 7,81 7,85 7,89 7,93 7,97 8,01 8,05 8,09 8,13
200 8,13 8,17 8,21 8,25 8,29 8,33 8,37 8,41 8,46 8,50 8,54
210 8,54 8,58 8,62 8,66 8,70 8,74 8,78 8,82 8,86 8,90 8,94
220 8,94 8,98 9,02 9,06 9,10 9,14 9,18 9,22 9,26 9,30 9,34

24
ºC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Milivolt
230 9,34 9,38 9,42 9,46 9,50 9,54 9,59 9,63 9,67 9,71 9,75
240 9,75 9,79 9,83 9,87 9,91 9,95 9,99 10,03 10,07 10,11 10,16
250 10,16 10,20 10,24 10,28 10,32 10,36 10,40 10,44 10,48 10,52 10,57
260 10,57 10,61 10,65 10,69 10,73 10,77 10,81 10,85 10,89 10,93 10,98
270 10,98 11,02 11,06 11,10 11,14 11,18 11,22 11,26 11,30 11,34 11,39
280 11,39 11,43 11,47 11,51 11,55 11,59 11,63 11,67 11,72 11,76 11,80
290 11,80 11,84 11,88 11,92 11,96 12,01 12,05 12,09 12,13 12,17 12,21
300 12,21 12,25 12,29 12,34 12,38 12,42 12,46 12,50 12,54 12,58 12,63
310 12,63 12,67 12,71 12,75 12,79 12,83 12,88 12,92 12,96 13,00 13,04
320 13,04 13,08 13,12 13,17 13,21 13,25 13,39 13,33 13,37 13,42 13,46
330 13,46 13,50 13,54 13,58 13,62 13,67 13,71 13,75 13,79 13,83 13,88
340 13,88 13,92 13,96 14,00 14,04 14,09 14,13 14,17 14,21 14,25 14,29
350 14,29 14,34 14,38 14,42 14,46 14,50 14,55 14,59 14,63 14,67 14,71
360 14,71 14,76 14,80 14,84 14,88 14,92 14,97 15,01 15,05 15,09 15,13
370 15,13 15,18 15,22 15,26 15,30 15,34 15,39 15,43 15,47 15,51 15,55
380 15,55 15,60 15,64 15,68 15,72 15,76 15,81 15,85 15,89 15,93 15,98
390 15,98 16,02 16,06 16,10 16,14 16,19 16,23 16,27 16,31 16,36 16,40
400 16,40 16,44 16,48 16,52 16,57 16,61 16,65 16,69 16,74 16,78 16,82
410 16,82 16,86 16,91 16,95 16,99 17,03 17,07 17,12 17,16 17,20 17,24
420 17,24 17,29 17,33 17,37 17,41 17,46 17,50 17,54 17,58 17,62 17,67
430 17,67 17,71 17,75 17,79 17,84 17,88 17,92 17,96 18,01 18,05 18,09
440 18,09 18,13 18,17 18,22 18,26 18,30 18,34 18,39 18,43 18,47 18,51
450 18,51 18,56 18,60 18,64 18,68 18,73 18,77 18,81 18,85 18,90 18,94
460 18,94 18,98 19,02 19,07 19,11 19,15 19,19 19,24 19,28 19,32 19,36
470 19,36 19,41 19,45 19,49 19,54 19,58 19,62 19,66 19,71 19,75 19,79
480 19,79 19,84 19,88 19,92 19,96 20,01 20,05 20,09 20,13 20,18 20,22
490 20,22 20,26 20,31 20,35 20,39 20,43 20,48 20,52 20,56 20,60 20,65

25
ºC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Milivolt
500 20,65 20,69 20,73 20,77 20,82 20,86 20,90 20,94 20,99 21,03 21,07
510 21,07 21,11 21,16 21,20 21,24 21,28 21,32 21,37 21,41 21,45 21,50
520 21,50 21,54 21,58 21,63 21,67 21,71 21,75 21,80 21,84 21,88 21,92
530 21,92 21,97 22,01 22,05 22,09 22,14 22,18 22,22 22,26 22,31 22,35
540 22,35 22,39 22,43 22,48 22,52 22,56 22,61 22,65 22,69 22,73 22,78
550 22,78 22,82 22,86 22,90 22,95 22,99 23,03 23,07 23,12 23,16 23,20
560 23,20 23,25 23,29 23,33 23,38 23,42 23,46 23,50 23,54 23,59 23,63
570 23,63 23,67 23,72 23,76 23,80 23,84 23,89 23,93 23,97 24,01 24,06
580 24,06 24,10 24,14 24,18 24,23 24,27 24,31 24,36 24,40 24,44 24,49
590 24,49 24,53 24,57 24,61 24,65 24,70 24,74 24,78 24,83 24,87 24,91
600 24,91 24,95 25,00 25,04 25,08 25,12 25,17 25,21 25,25 25,29 25,34
610 25,34 25,38 25,42 25,47 25,51 25,55 25,59 25,64 25,68 25,72 25,76
620 25,76 25,81 25,85 25,89 25,93 25,98 26,02 26,06 26,10 26,15 26,19
630 26,19 26,23 26,27 26,32 26,36 26,40 26,44 26,48 26,53 26,57 26,61
640 26,61 26,65 26,70 26,74 26,78 26,82 26,86 26,91 26,95 26,99 27,03
650 27,03 27,07 27,12 27,16 27,20 27,24 27,28 27,33 27,37 27,41 27,45
660 27,45 27,49 27,54 27,58 27,62 27,66 27,71 27,75 27,79 27,83 27,87
670 27,87 27,92 27,96 28,00 28,04 28,08 28,13 28,17 28,21 28,25 28,29
680 28,29 28,34 28,38 28,42 28,46 28,50 28,55 28,59 28,63 28,67 28,72
690 28,72 28,76 28,80 28,84 28,88 28,93 28,97 29,01 29,05 29,10 29,14
700 29,14 29,18 29,22 29,26 29,30 29,35 29,39 29,43 29,47 29,52 29,56
710 29,56 29,60 29,64 29,68 29,72 29,77 29,81 29,85 29,89 29,93 29,97
720 29,97 30,02 30,06 30,10 30,14 30,18 30,23 30,27 30,31 30,35 30,39
730 30,39 30,44 30,48 30,52 30,56 30,60 30,65 30,69 30,73 30,77 30,81
740 30,81 30,85 30,90 30,94 30,98 31,02 31,06 31,10 31,15 31,19 31,23
750 31,23 31,27 31,31 31,35 31,40 31,44 31,48 31,52 31,56 31,60 31,65
760 31,65 31,69 31,73 31,77 31,81 31,85 31,90 31,94 31,98 32,02 32,06

26
ºC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Milivolt
770 32,06 32,10 32,15 32,19 32,23 32,27 32,31 32,35 32,39 32,43 32,48
780 32,48 32,52 32,56 32,60 32,64 32,68 32,72 32,76 32,81 32,85 32,89
790 32,89 32,93 32,97 33,01 33,05 33,09 33,13 33,18 33,22 33,26 33,30
800 33,30 33,34 33,38 33,42 33,46 33,50 33,54 33,59 33,63 33,67 33,71
810 33,71 33,75 33,79 33,83 33,87 33,91 33,95 33,99 34,04 34,08 34,12
820 34,12 34,16 34,20 34,24 34,28 34,32 34,36 34,40 34,44 34,48 34,53
830 34,53 34,57 34,61 34,65 34,69 34,73 34,77 34,81 34,85 34,89 34,93
840 34,93 34,97 35,02 35,06 35,10 35,14 35,18 35,22 35,26 35,30 35,34
850 35,34 35,38 35,42 35,46 35,50 35,54 35,58 35,63 35,67 35,71 35,75
860 35,75 35,79 35,83 35,87 35,91 35,95 35,99 36,03 36,07 36,11 36,15
870 36,15 36,19 36,23 36,27 36,31 36,35 36,39 36,43 36,47 36,51 36,55
880 36,55 36,59 36,63 36,67 36,72 36,76 36,80 36,84 36,88 36,92 36,96
890 36,96 37,00 37,04 37,08 37,12 37,16 37,20 37,24 37,28 37,32 37,36
900 37,36 37,40 37,44 37,48 37,52 37,56 37,60 37,64 37,68 37,72 37,76
910 37,76 37,80 37,84 37,88 37,92 37,96 38,00 38,04 38,08 38,12 38,16
920 38,16 38,20 38,24 38,28 38,32 38,36 38,40 38,44 38,48 38,52 38,56
930 38,56 38,60 38,64 38,68 38,72 38,76 38,80 38,84 38,88 38,92 38,95
940 38,95 38,99 39,03 39,07 39,11 39,15 39,19 39,23 39,27 39,31 39,35
950 39,35 39,39 39,43 39,47 39,51 39,55 39,59 39,63 39,67 39,71 39,75
960 39,75 39,79 39,83 39,86 39,90 39,94 39,98 40,02 40,06 40,10 40,14
970 40,14 40,18 40,22 40,26 40,30 40,34 40,38 40,41 40,45 40,49 40,53
980 40,53 40,57 40,61 40,65 40,69 40,73 40,77 40,81 40,85 40,89 40,92
990 40,92 40,96 41,00 41,04 41,08 41,12 41,16 41,20 41,24 41,28 41,31
1000 41,31 41,35 41,39 41,43 41,47 41,51 41,55 41,59 41,63 41,67 41,70
1010 41,70 41,74 41,78 41,82 41,86 41,90 41,94 41,98 42,02 42,05 42,09
1020 42,09 42,13 42,17 42,21 42,25 42,29 42,33 42,36 42,40 42,44 42,48
1030 42,48 42,52 42,56 42,60 42,63 42,67 42,71 42,75 42,79 42,83 42,87

27
ºC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Milivolt
1040 42,87 42,90 42,94 42,98 43,02 43,06 43,10 43,14 43,17 43,21 43,25
1050 43,25 43,29 43,33 43,37 43,41 43,44 43,48 43,52 43,56 43,60 43,63
1060 43,63 43,67 43,71 43,75 43,79 43,83 43,87 43,90 43,94 43,98 44,02
1070 44,02 44,06 44,10 44,13 44,17 44,21 44,25 44,29 44,33 44,36 44,40
1080 44,40 44,44 44,48 44,52 44,55 44,59 44,63 44,67 44,71 44,74 44,78
1090 44,78 44,82 44,86 44,90 44,93 44,97 45,01 45,05 45,09 45,12 45,16
1100 45,16 45,20 45,24 45,27 45,31 45,35 45,39 45,43 45,46 45,50 45,54
1110 45,54 45,58 45,62 45,65 45,69 45,73 45,77 45,80 45,84 45,88 45,92
1120 45,92 45,96 45,99 46,03 46,07 46,11 46,14 46,18 46,22 46,26 46,29
1130 46,29 46,33 46,37 46,41 46,44 46,48 46,52 46,56 46,59 46,63 46,67
1140 46,67 46,70 46,74 46,78 46,82 46,85 46,89 46,93 46,97 47,00 47,04
1150 47,04 47,08 47,12 47,15 47,19 47,23 47,26 47,30 47,34 47,38 47,41
1160 47,41 47,45 47,49 47,52 47,56 47,60 47,63 47,67 47,71 47,75 47,78
1170 47,78 47,82 47,86 47,89 47,93 47,97 48,00 48,04 48,08 48,12 48,15
1180 48,15 48,19 48,23 48,26 48,30 48,34 48,37 48,41 48,45 48,48 48,52
1190 48,52 48,56 48,59 48,63 48,67 48,70 48,74 48,78 48,81 48,85 48,89
1200 48,89 48,92 48,96 49,00 49,03 49,07 49,11 49,14 49,18 49,22 49,25
1210 49,25 49,29 49,32 49,36 49,40 49,43 49,47 49,51 49,54 49,58 49,62
1220 49,62 49,65 49,69 49,72 49,76 49,80 49,83 49,87 49,90 49,94 49,98
1230 49,98 50,01 50,05 50,08 50,12 50,16 50,19 50,23 50,26 50,30 50,34
1240 50,34 50,37 50,41 50,44 50,48 50,52 50,55 50,59 50,62 50,66 50,69
1250 50,69 50,73 50,77 50,80 50,84 50,87 50,91 50,94 50,98 51,02 51,05
1260 51,05 51,09 51,12 51,16 51,19 51,23 51,27 51,30 51,34 51,37 51,41
1270 51,41 51,44 51,48 51,51 51,55 51,58 51,62 51,66 51,69 51,73 51,76
1280 51,76 51,80 51,83 51,87 51,90 51,94 51,97 52,01 52,04 52,08 52,11
1290 52,11 52,15 52,18 52,22 52,25 52,29 52,32 52,36 52,39 52,43 52,46
1300 52,46 --- --- --- --- --- --- --- --- --- ---

28
Compensação da junta de referência
Desde que o potencial gerado depende não só da
temperatura da junta de medição como também daquela da
junta de referência, para determinar a temperatura medida é
necessário conhecer os seguintes valores:
(I) Dados da calibração para o termopar (isto é, mV
vs. Tº)
(II) Potencial medido
(III) Temperatura da junta de referência
Vamos estudar o caso com um exemplo.

Suponha um termopar de ferro-constantan ligado


diretamente a um milivoltímetro, como na Figura 12.
Imagine-se que a f.e.m. medida foi de 12.45 mV.
Segundo a tabela de ferro-constantan do fabricante
obtém-se a temperatura correspondente de 230°c. Mas note-
se que a tabela é feita para a temperatura de referência de
OºC, necessitando, pois, de correção. Por meio de um
termômetro de vidro posto ao lado do milivoltímetro sabe-se

29
que a temperatura. da junta de referência nesse caso
particular é de 22°C. Foi exposto que o potencial gerado
entre as duas juntas é proporcional à diferença de
temperatura entre os dois pontos, isto é, quanto mais alta a
temperatura da junta de referência (T r), para a mesma
temperatura da junta de medição (T m), tanto menor a
diferença de temperatura (ΔT = Tm - Tr).
Nesse exemplo, Tr = 22°C é mais alta do que T r = 0ºC
da tabela. Isso quer dizer que ΔT, indicada no milivoltímetro,
é menor do que o valor real. Para obter a temperatura medida
real deve-se, portanto, somar ao valor da tabela o valor da
temperatura da junta de referência encontrado na prática,
nesse caso 22°C.

Tm = ΔT + Tr = 230º + 22º = 252ºC

Em alguns indicadores simples essa compensação é


feita por uma resistência sensível à variação da temperatura
ambiente, ou por um cabelo bimetálico no ponteiro indicador.
A Figura 13 ilustra o primeiro caso.

Erros de ligação de Termopares

Usando fios de cobre

30
Geralmente na aplicação industrial, é necessário que o
termopar e o instrumento encontrem-se relativamente
afastados, por não convir que o aparelho esteja
demasiadamente próximo ao local onde se mede a
temperatura. Nestas circunstâncias deve-se, processar a
ligação entre os terminais do cabeçote e o aparelho, através
de fios de extensão ou compensação.

Tal procedimento é executado sem problemas desde que, o


cabeçote onde estão os terminais do termopar e o
registrador, estejam a mesma temperatura de medição.

Vejamos o que acontece quando esta norma não é


obedecida.

Uma solução simples é que normalmente é usada na prática,


será a inserção de fios de compensação entre o cabeçote e o
registrador. Estes fios de compensação em síntese, nada
mais são que outros termopares cuja função é compensar a
queda da FEM que aconteceu no caso estudado, ocasionada

31
pela diferença de temperatura entre o cabeçote e o
registrador.

Vejamos o que acontece se, no exemplo anterior, ao invés de


cobre usamos um fio compensado. A figura mostra de que
maneira se processa a instalação.

Como no caso acima, a FEM efetiva no cabeçote é de 20,74


mV. Dela, até o registrador, são utilizados fios de extensão
compensados, os quais adicionam à FEM uma parcela igual
a 0,57 mV, fazendo assim com que chegue ao registrador
uma FEM efetiva de 22,26 mV. Este valor corresponderá a
temperatura real dentro do forno (538 ºC). A vantagem desta
técnica provém do fato de que os fios de compensação, além
de terem custo menor que os fios do termopar propriamente
dito, são mais resistentes.
Inversão simples

Conforme o esquema a seguir, os fios de compensação


foram invertidos.
Assume-se que o forno esteja a 538 ºC, o cabeçote a 38 ºC
e o registrador, será gerada uma FEM de 0,57 mV. Porém em
virtude da simples inversão, o fio positivo está ligado no

32
borne negativo do registrador e vice-versa. Isto fará com que
a FEM produzida ao longo do circuito se oponha àquela do
circuito de compensação automática do registrador. Isto fará
com que o registrador indique uma temperatura negativa.

Inversão dupla

No caso a seguir, consideramos o caso da existência de uma


dupla inversão, isto acontece com freqüência pois, quando
uma simples inversão é constatada, é comum pensar-se que
uma nova troca de ligação dos terminais compensará o erro.
Porém isto não acontece, e a única maneira de solucionar o
problema será efetuar uma ligação correta.

33
34
Fios e cabos de extensão

Os fios utilizados normalmente na confecção de


termopares, são geralmente dispendiosos devido ao custo da
matéria prima (platina, ródio, cromo e níquel) utilizada e ao
critério na composição de diversas ligas. Geralmente, não é
possível manter a junta de referência junto a ponto de
medição, normalmente nas instalações industriais, devido às
condições do local de medição serem inadequadas.

Fios são condutores formados por um eixo sólido e


cabos são condutores formados por um feixe de condutores
de menor diâmetro.

Fios e cabos de extensão

São condutores formados com as mesmas ligas dos


termopares a que se destinam, apresentando a mesma curva
de F.E.M. por temperatura. Apresentam custo inferior, pois
sua composição química não é tão homogênea quanto a do
termopar, limitando sua exposição a temperaturas altas como
a termopar.

Fios e cabos de compensação

São fabricados com ligas diferentes dos termopares a


que se destinam, mas também apresentam a mesma curva
F.E.M.x temperatura dos termopares. Usados principalmente
com termopares nobres tipos (R e S), pois é economicamente
inviável construir fios de extensão de Platina. \os fios de
compensação são fabricados normalmente sob a forma de
um cabo de dois condutores.

35
Os dois condutores são isolados individualmente
recebendo posteriormente uma isolação externa comum
podendo em alguns casos possuir uma blindagem metálica
externa (shield).
Os materiais mais empregados na isolação são:
 Borracha
 PVC
 Fibra de vidro
 Amianto
 Silicone
 Teflon

Ligação dos fios de compensação

Apesar da aparente facilidade da ligação dos fios de


compensação, esta operação pode trazer surpresas para o
profissional despreparado. O motivo reside no fato de não
haver uma padronização dos códigos de cores dos fios de
compensação.

É importante que se os fios de compensação forem


ligados invertidos a F.E.M. resultante irá depender das duas
temperaturas nos extremos dos fios de compensação.
Quanto maior for a diferença entre as temperaturas deste
dois pontos, maior será o erro. No caso de serem iguais, o
erro será nulo (metal intermediário).

TRANSMISSORES DE TEMPERATURA

A utilização de transmissores de temperatura na indústria em


geral está relacionada aos seguintes atores:

36
Economia de fiação: Em muitos casos, a escolha em usar
um transmissor de temperatura é mais viável, pois em longas
distâncias o custo com cabos de extensão para termopares e
cabos a três fios para termo-resistência é inviável, em
comparação com a utilização de um transmissor de
temperatura um par de cabos de cobre para a transmissão
do sinal de saída.

Isolação Galvânica: É uma proteção entre a entrada e saída


do transmissor de temperatura contra loops de terra e ruídos
da linha.

Compatibilidade eletromagnética: Como em um processo


industrial, onde haja, por exemplo, motores de indução, o
campo magnético gerado pode interferir nas transmissões
dos sinais, daí a importância de um instrumento com
imunidade a essa interferência.

Linearização do sinal: Como o sinal do sensor primário não


é linear (termopares), o transmissor de temperatura lineariza
o sinal de saída conforme o sinal do sensor primário.

FUNCIONAMENTO

Um transmissor de temperatura, de forma bem simplificada,


converte um sinal que está sendo transmitido por um sensor
primário (termopar, termo-resistência e sensor-mV ) em um
sinal analógico padrão (4 a 20 mA). Há no mercado
transmissores de temperatura analógicos e
microprocessados.
Os primeiros, são instrumentos que não possuem, na sua
estrutura, componentes microprocessados
e sendo assim, toda a forma de ajuste e configuração são
feitas manualmente no próprio instrumento.

37
Possuem um preço baixo, não linearizam sinais de
termopares, possibilitam a mudança do “range” e o tipo de
sensor de mesma família. Já os transmissores de
temperatura microprocessados são totalmente configuráveis,
com entrada universal, imunes a ruídos, têm isolação
galvânica, possuem filtros de sinal na entrada, linearização e
sua configuração é feita via software por comunicação serial
digital
ou comunicação Hart.

SINAIS DE ENTRADA E SAÍDA


Os sinais de entrada que o transmissor de temperatura aceita
são:

termopares, termo-resistências, sensor- mV e


potenciômetros-Ω. A saída é analógica, 4 a 20 mA ou com um
resistor shunt (250 ohms) para 1 a 5 Vcc.

SIMBOLOGIA
Conforme a norma da ISA S5.1, a simbologia para
transmissores de temperatura é mostrada na figura 1.

COMO LIGAR UM TRANSMISSOR DE TEMPERATURA


Existem duas formas para a ligação de um transmissor de
temperatura:

38
Ligação a dois fios: Transmissor de temperatura em que a
ligação da alimentação está em comum com a transmissão
do sinal de saída (figura 2). Onde o TE envia o sinal
proveniente da temperatura do processo para o TT, no qual
converte para um sinal analógico (4 a 20 mA) e transmite
para um TIC.

Ligação a quatro fios: Transmissor de temperatura em que


a ligação da alimentação está separada da
transmissão do sinal de saída (figura 3). Onde o TE envia o
sinal proveniente da temperatura do processo para o TT, no
qual converte para um sinal analógico (4 a 20 mA) e
transmite para um TIC.

39
CONFIGURAÇÃO DO TRANSMISSOR DE TEMPERATURA

Para a configuração de um transmissor de temperatura é


necessário saber o tipo de sensor e sua faixa
de trabalho, pois caso seja configurado incorretamente,
haverá erro de leitura, na transmissão e/ou não
funcionamento do instrumento.
Tomemos como exemplo um termopar tipo K, que vai
trabalhar na faixa de temperatura entre 100oC a 900oC. Na
configuração, o transmissor de temperatura deverá possuir
estes mesmos valores (termopar tipo K e faixa de trabalho de
100oC a 900oC) para que a saída seja proporcional à entrada,
como 100oC = 4 mA e 900oC = 20 mA.
Entretanto, caso o tipo de sensor instalado no campo seja um
termopar tipo K, mas na configuração do transmissor seja
escolhido termopar tipo J, como as curvas (Temperatura x
Tensão- mV) entres eles são diferentes, o transmissor irá
transmitir um sinal como se estivesse um termopar tipo J
instalado no processo e, sendo um termopar tipo K, ocorrerá
um erro de temperatura na transmissão.

ONDE É INSTALADO
40
Os transmissores de temperatura são instalados no próprio
cabeçote do sensor primário (formato bolacha) ou em painéis
de controle com trilho Din.

TENDÊNCIAS

Protocolo Hart: É uma comunicação que sobrepõe ao loop


de 4 a20 mA uma freqüência, através de
uma chave comutadora de freqüência (FSK), na qual,
transmite uma freqüência de 1200 a 2400 Hz, tendo com isso
a não interferência no sinal analógico de 4 a 20 mA,
possibilitando a introdução de valores para a alteração de
todos os tipos de parâmetros possíveis, através de software
ou hand - held.

Comunicação Serial Digital: A utilização de uma rede de


comunicação digital como, por exemplo, Profibus ou Fieldbus,
possibilita que uma malha de controle tenha a monitoração,
configuração e alteração em vários instrumentos que estejam
na mesma malha e que possuam o mesmo protocolo de
comunicação.

41
Termômetro de Resistência
Princípio de Funcionamento

O princípio de medição de temperatura por meio de termómetros de


resistência, repousa essencialmente sobre a medição de variação
da resistência elétrica de um fio metálico em função da
temperatura. A relação matemática entre a resistência de um
condutor e sua temperatura é dada pela fórmula aproximada:

R = R0 (1 + αT) Equação n°1


Onde:
R =
resistê
ncia à
T°C.
R0 =
resistê
ncia à
0°C.
a = coeficiente de variação de resistência do metal com
a temperatura. T = temperatura.
Esta fórmula nos diz que a resistência varia linearmente com a
temperatura, porém a rigor o coeficiente de variação de resistência
(a) muda de valor para cada faixa de temperatura, o que limita o
uso da fórmula apenas para pequenas variações de temperatura.
A relação matemática mais
geral é a seguinte:

R = R0 (1 + α1T + α2T2 + α3T3


+ ... + anTn)
Onde: R =
resistê
ncia à
T°C.

42
R0 =
resistê
ncia à
0°C.
α1, α2, α3, αn = coeficiente de variação de
resistência do metal. T = temperatura.
Podemos observar que os termos do 2° grau e maiores (a 2T2,a3T3...)
contribuem para não linearidade da relação, sendo que quanto
maior o valor das constantes dos termos de 2° grau para cima,
maior o afastamento da linearidade.

Tipos de Bulbo de Resistência


Características Desejáveis:

O tipo de metal utilizado na confecção de bulbos sensores de


temperatura, deve possui características apropriadas, como:

- Maior coeficiente de variação de resistência com a temperatura


(ai, 012,... an), quanto maior o coeficiente, maior será a variação da
resistência para uma mesma variação de temperatura, tornando
mais fácil e precisa a sua medição.
- Maior resistividade, isto é, para pequenas dimensões de fio
uma alta resistência inicial.
- Estabilidade do metal para as variações de temperatura e
condições do meio (resistência à corrosão, baixa histerese,
etc.).
- Linearidade entre a variação de resistência e a temperatura,
produzindo escalas de leitura de maior precisão e com maior
comodidade de leitura.

Tipos de Metal Utilizados e Faixa de Utilização:


Os metais utilizados com maior frequência na confecção de termo
resistência são:-
- platina (Pt)

43
- níquel (Ni)
- cobre (Cu)
Para pequenas faixas de temperatura um coeficiente médio a,
variação de resistência, pode ser utilizado. Porém, para faixas mais
amplas, necessita-se a introdução dos coeficientes de ordem
superior, para uma maior aproximação à curva real de radiação R
versus T.
Por exemplo, no caso da Platina, dois coeficientes são suficientes
até a temperatura de 649°C, esta relação é quadrática e se afasta
da relação linear em aproximadamente 7% no valor máximo.
Para Cobre, são necessários três (3) constantes válidas até a
temperatura de 121°C. Apesar das três constantes, a relação entre
a resistência e a temperatura é sensivelmente linear (pequenos
valores de α1 e α2).
Três constantes são necessárias para o Níquel na faixa usual da
temperatura, sendo a relação sensivelmente não linear.
A faixa de utilização aproximada dos três metais é mostrada a
seguir:-

PLATINA - faixa - 200 à 600°C (excepcionalmente 1200°C) -


Ponto de Fusão 1774°C.

NÍQUEL - faixa - 200 à 300°C - Ponto de Fusão 1455°C.

COBRE - faixa - 200 à 120°C - Ponto de Fusão 1023°C.

Tipos de Construção:

Normalmente a termoresistência é constituída de um fio muito


fino, enrolado sobre um suporte isolante que poderá ser de
mica, vidro ou cerâmica. Este conjunto é isolado e encapsulado
em vidro ou cerâmica, tornando a resistência assim constituída,
isolada do meio ambiente.

44
O termo elemento pode ser protegido por uma fina capa
metálica e será utilizado dentro do poço de proteção.

As extremidades dos fios de resistência são soldados em fios de


prata ou cobre, que por sua vez vão ter a um bloco terminal
existente no cabeçote do poço de proteção. Em casos especiais
são fabricados termoresistências duplas no mesmo conjunto,
seja
para maior segurança ou para acionar simultaneamente dois ou
mais dispositivos de medição e/ou controle.
No caso de baixas temperaturas, melhora-se a condução de calor
do poço para a termoresistência, pressurizando-se o mesmo com
um gás bom condutor de calor (hélio). Simultaneamente esta
prática protege os dispositivos contra condensações internas que
poderiam afetar a resistência da sonda.

Exatidão

45
A exatidão dos termómetros de resistência, quando corretamente
instalados, é grande, pode atingir a ± 0,01 °C. Normalmente as
sondas utilizadas industrialmente apresentam uma precisão de ±
0,5°C. No Brasil usa-se normalmente a norma DIN-iec 751/85 que
estabelece para termómetros de resistência de platina o valor de
100.00Q a 0°C, e de 138,500 a 100°C.

Tempo de Resposta, Padronização das Termoresistências


O tempo de respostas depende, como em todos tipos de
termómetros já citados, da massa do poço de proteção, da
transmissão de calor entre o fluído e o poço, entre o poço e a
termo resistência e da própria temperatura medida.

Fig.19

Outros valores utilizados de resistência são:-

- Platina - 50Q a 0°C, 10Q à 0°C.


- Níquel - 100Q à 0°C, 120Q à 0°C, 300Q à 0°C (muito variável).
- Cobre - 10Q à 0°C, 25Q à 20°C.

Termistores

46
É o nome dado a elementos semicondutores, normalmente
óxidos metálicos aglutinados à alta temperatura. As
características principais dos termistores são:
- Sua alta resistividade possibilitando a construção de
elementos da massa diminuta.
- Elevado coeficiente de variação de resistência
possibilitando a construção de termômetros com faixa de
utilização bastante estreita.
Nota:- O coeficiente de variação de resistência dos termistores
alcança normalmente 8 a 10 vezes o valor dos metais comuns.
- Sua robustez e durabilidade praticamente ilimitada.
A relação matemática entre a temperatura e a resistência é dada
pela fórmula:-
R = a . eb/T

Onde: R = é a resistência à temperatura T.


a e b = são parâmetros característicos
de cada termistor.
e = base dos logaritmos heperianos
(e=2,718)
T = temperatura absoluta (K).

Desta equação podemos concluir que:


1. O coeficiente de resistência do termistor é negativo, isto é, a
resistência diminui com o aumento de temperatura como mostra
a fig. 20.

47
2. A relação entre a temperatura e as resistências não élinear e sim
logarítmica.

A faixa de utilização dos termistores está usualmente entre -80 e


700ºC.
Sua aplicação mais notável é no controle de temperatura de
ambientes aquecidos por resistências elétricas (por exemplo) a
câmara de análise de um analisador, devido asua alta sensibilidade
e pequena inércia térmica pode comandar o circuito de
aquecimento, e manter a temperatura dentro de uma faixa de ±
0,02 ºC.

A figura a seguir mostra algumas formas típicas de termistores.

Medidores de Temperatura por termoresistência

48
Princípio de Medição Básico
A medição de temperatura por meio de termoresistência consiste
em se medir a resistência do sensor e traduzi-la em uma escala de
temperaturas.

Teoricamente, o circuito apresentado na figura abaixo


proporcionaria as indicações de temperatura procuradas na
termoresistência Rx, medindo-se a corrente (i) que circula no
circuito e medindo-se Rx através da lei de Ohm.

Circuito Elementar para Medição de Rx


E
Rx  r
i

Onde: Rx = resistência do sensor


de temperatura,
r = resistência do circuito.
E = bateria de
alimentação.

Conhecendo-se a relação entre Rx e a temperatura do mesmo,


pode-se, baseado na equação do circuito acima, calibrar o
miliamperímetro em valores de temperatura. Embora tecnicamente
correto este circuito não é usado na prática, pois apresenta uma
série de inconvenientes quais sejam:-
- A corrente no circuito depende das resistências associadas
(fios de ligação, miliamperímetro, fonte).
- A corrente no circuito depende da tensão de alimentação (E).
- A escala não seria linear.

49
Tipos de Circuito de Medição Utilizados
Podemos classificar os medidores nos seguintes tipos:
1. Circuito em ponte.
2. Circuito elementar com bobina de compensação (sistema
de galvanômetro à bobinas cruzadas).

Circuito em Ponte:
O circuito de medição em ponte é o mais utilizado na medição
de resistência e conseqüentemente na medição de temperatura.
Existem dois tipos principais:-

1° Tipo:- Medição por ponte não equilibrada


A ponte de medição mais utilizada é usualmente a de
WHEASTONE, como mostra a
figura abaixo:

O equilíbrio da ponte é atingido quando F^ . R 3 = R2 . R) .


Conhecendo-se R3 podemos deduzir o valor de R4 , isto é, o seu
valor Ôhmico.

50
R1 . R3 = R2 . R4 (se R1= R2).

Ligação a dois fios


As resistências RL são resistências de fiação e ambas estão
em série com R4. A resistência aumenta quando a distância do
sensor até o instrumento for maior, a temperatura for maior e a
bitola do fio menor.

R1 . R3 = R2 . R4 . (R1 + RL + R4)

R3 = RL + RL + R4

RL + RL dependendo de seus valores podem induzir graves


erros em medições de temperatura com termoresistências.

Ligação a três fios

Quando a ligação entre a termoresistência e o instrumento for


grande, usa-se o sistema de ligação compensado com três fios
(Sistema SIEMENS) como mostra a figura a seguir.
51
É o método mais utilizado nas indústrias. Esta configuração faz com
que a alimentação fique o mais próximo possível do sensor.
R 1 .(R 3 + RL)=R 2 .(R 4 +R L )
R1 = R2
Como os fios de ligação são do mesmo tipo, possuem o mesmo
comprimento e
diâmetro e estão na mesma temperatura, então:
RL=RL
R3 = R4
Conhecendo o valor de R3 tem-se o valor do sensor e
conseqüentemente consultando
a tabela, obtemos a temperatura. O terceiro fio atua somente como
condutor de
compensação, não influenciando nos cálculos de medição da
resistência.
A integridade da medição de uma ligação de três fios pode ser
mantida somente se a
ponte for balanceada.

52
Ligação a quatro fios

Esta ligação é utilizada em medições de laboratório e


esporadicamente na indústria, pois requer 2 medições e um cálculo
para o resultado.

53
Tabela de Variação Ôhmica Pt 100

ºC -0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -8 -9
- 200 18,49 --- --- --- --- --- --- --- --- ---
- 190 22,80 22,37 21,94 21,51 21,08 20,65 20,22 19,79 19,36 18,93
- 180 27,08 26,65 26,23 25,80 25,37 24,94 24,52 24,09 23,66 23,23
- 170 31,32 30,90 30,47 30,05 29,63 29,20 28,78 28,35 27,93 27,50
- 160 35,53 35,11 34,69 34,27 33,85 33,43 33,01 32,59 32,16 31,74
- 150 39,71 39,30 38,88 38,46 38,04 37,63 37,21 36,79 36,37 35,95
- 140 43,87 43,45 43,04 42,63 42,21 41,79 41,38 40,96 40,55 40,13
- 130 48,00 47,59 47,18 46,76 46,35 45,94 45,52 45,11 44,70 44,28
- 120 52,11 51,70 51,29 50,88 50,47 50,06 49,64 49,23 48,82 48,41
- 110 56,19 55,78 55,38 54,97 54,56 54,15 53,74 53,33 52,92 52,52
- 100 60,25 59,85 59,44 59,04 58,63 58,22 57,82 57,41 57,00 56,60
- 90 64,30 63,90 63,49 63,09 62,68 62,28 61,87 61,47 61,06 60,66
- 80 68,33 67,92 67,52 67,12 66,72 66,31 65,91 65,51 65,11 64,70
- 70 72,33 71,93 71,53 71,13 70,73 70,33 69,93 69,53 69,13 68,73
- 60 76,33 75,93 75,53 75,13 74,73 74,33 73,93 73,53 73,13 72,73
- 50 80,31 79,91 79,51 79,11 78,72 78,32 77,92 77,52 77,13 76,73
- 40 84,27 83,88 83,48 83,08 82,69 82,29 81,89 81,50 81,10 80,70
- 30 82,22 87,83 87,43 87,04 86,64 86,25 85,85 85,46 85,06 84,67
- 20 92,16 91,77 91,37 90,98 90,59 90,19 89,80 89,40 89,01 88,62
- 10 96,09 95,69 95,30 94,91 94,52 94,12 93,73 93,34 92,95 92,55
0 100,00 99,61 99,22 98,83 98,44 98,04 97,65 97,26 96,87 96,48

º
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
C
0 100,00 100,39 100,78 101,17 101,56 101,95 102,34 102,73 103,12 103,51
10 103,90 104,29 104,68 105,07 105,46 105,85 106,24 106,63 107,02 107,40
20 107,79 108,18 108,57 108,96 109,35 109,73 110,12 110,51 110,90 111,28
30 111,67 112,06 112,45 112,83 113,22 113,61 113,99 114,38 114,77 115,15

54
ºC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
40 115,54 115,93 116,31 116,70 117,08 117,47 117,85 118,24 118,62 119,0
50 119,40 119,78 120,16 120,55 120,93 121,32 121,70 122,09 122,47 122,8
60 123,24 123,62 124,01 124,39 124,77 125,16 125,54 125,92 126,31 126,6
70 127,07 127,45 127,84 128,22 128,60 128,98 129,37 129,75 130,13 130,5
80 130,89 131,27 131,66 132,04 132,42 132,80 133,18 133,56 133,94 134,3
90 134,70 135,08 135,46 135,84 136,22 136,60 136,98 137,36 137,74 138,1
100 138,50 138,88 139,26 139,64 140,02 140,39 140,77 141,15 141,53 141,9
110 142,29 142,66 143,04 143,42 143,80 144,17 144,55 144,93 145,31 145,6
120 146,06 146,44 146,81 147,19 147,57 147,94 148,32 148,70 149,07 149,4
130 149,82 150,20 150,57 150,95 151,33 151,70 152,08 152,45 152,83 153,2
140 153,58 153,95 154,32 154,70 155,07 155,45 155,82 156,19 156,57 156,9
150 157,31 157,69 158,06 158,43 158,81 159,18 159,55 159,93 160,30 160,6
160 161,04 161,42 161,79 162,16 162,53 162,90 163,27 163,65 164,02 164,3
170 164,76 165,13 165,50 165,87 166,24 166,61 166,98 167,35 167,72 168,0
180 168,46 168,83 169,20 169,57 169,94 170,31 170,68 171,05 171,42 171,7
190 172,16 172,53 172,90 173,26 173,63 174,00 174,37 174,74 175,10 175,4
200 175,84 176,21 176,57 176,94 177,31 177,68 178,04 178,41 178,78 179,1
210 179,51 179,88 180,24 180,61 180,97 181,34 181,71 182,07 182,44 182,8
220 183,17 183,53 183,90 184,26 184,63 184,99 185,36 185,72 186,09 186,4
230 186,82 187,18 187,54 187,91 188,27 188,63 189,00 189,36 189,72 190,0
240 190,45 190,81 191,18 191,54 191,90 192,26 192,63 192,99 193,35 193,7
250 194,07 194,44 194,80 195,16 195,52 195,88 196,24 196,60 196,96 197,3
260 197,69 198,05 198,41 198,77 199,13 199,49 199,85 200,21 200,57 200,9
270 201,29 201,65 202,01 202,36 202,72 203,08 203,44 203,80 204,16 204,5
280 204,88 205,23 205,59 205,95 206,31 206,67 207,02 207,38 207,74 208,1
290 208,45 208,81 209,17 209,52 209,88 210,24 210,59 210,95 211,31 211,6
300 212,02 212,37 212,73 213,09 213,44 213,80 214,15 214,51 214,86 215,2
310 215,57 215,93 216,28 216,64 216,99 217,35 217,70 218,05 218,41 218,7

ºC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

55
320 219,12 219,47 219,82 220,18 220,53 220,88 221,24 221,59 221,94 222,2
330 222,65 223,00 223,35 223,70 224,06 224,41 224,76 225,11 225,46 225,8
340 226,17 226,52 226,87 227,22 227,57 227,92 228,27 228,62 228,97 229,3
350 229,67 230,02 230,37 230,72 231,07 231,42 231,77 232,12 232,47 232,8
360 233,17 233,52 233,87 234,22 234,56 234,91 235,26 235,61 235,96 236,3
370 236,65 237,00 237,35 237,70 238,04 238,39 238,74 239,09 239,43 239,7
380 240,13 240,47 240,82 241,17 241,51 241,86 242,20 242,55 242,90 243,2
390 243,59 243,93 244,28 244,62 244,97 245,31 245,66 246,00 246,35 246,6
400 247,04 247,38 247,73 248,07 248,41 248,76 249,10 249,45 249,79 250,1
410 250,48 250,82 251,16 251,50 251,85 252,19 252,53 252,88 253,22 253,5
420 253,90 254,24 254,29 254,93 255,27 255,61 255,95 256,29 256,64 256,9
430 257,32 257,66 258,00 258,34 258,68 259,02 259,36 259,70 260,04 260,3
440 260,72 261,06 261,40 261,74 262,08 262,42 262,76 263,10 263,43 263,7
450 264,11 264,45 264,79 265,13 265,47 265,80 266,14 266,48 266,82 267,1
460 267,49 267,83 268,17 268,50 268,84 269,18 269,51 269,85 270,19 270,5
470 270,86 271,20 271,53 271,87 272,20 272,54 272,88 273,21 273,55 273,8
480 274,22 274,55 274,89 275,22 275,56 275,89 276,23 276,56 276,89 277,2
490 277,56 277,90 278,23 278,56 278,90 279,23 279,56 279,90 280,23 280,5
500 280,90 281,23 281,56 281,89 282,23 282,56 282,89 283,22 283,55 283,8
510 284,22 284,55 284,88 285,21 285,54 285,87 286,21 286,54 286,87 287,2
520 287,53 287,86 288,19 288,52 288,85 289,18 289,51 289,84 290,17 290,5
530 290,83 291,16 291,49 291,81 292,14 292,47 292,80 293,13 293,46 293,7
540 294,11 294,44 294,77 295,10 295,43 295,75 296,08 296,41 296,74 297,0
550 297,39 297,72 298,04 298,37 298,70 299,02 299,35 299,68 300,00 300,3
560 300,65 300,98 301,31 301,63 301,96 302,28 302,61 302,93 303,26 303,5
570 303,91 304,23 304,56 304,88 305,20 305,53 305,85 306,18 306,50 306,8
580 307,15 307,47 307,79 308,12 308,44 308,76 309,09 309,41 309,73 310,0
590 310,38 310,70 311,02 311,34 311,67 311,99 312,31 312,63 312,95 313,2

ºC 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
600 313,59 313,92 314,24 314,56 314,88 315,20 315,52 315,84 316,16 316,4

56
610 316,80 317,12 317,44 317,76 318,08 318,40 318,72 319,04 319,36 319,6
620 319,99 320,31 320,63 320,95 321,27 321,59 321,91 322,22 322,54 322,8
630 323,18 323,49 323,81 324,13 324,45 324,76 325,08 325,40 325,72 326,0
640 326,35 326,66 326,98 327,30 327,61 327,93 328,25 328,56 328,88 329,1
650 329,51 329,82 330,14 330,45 330,77 331,08 331,40 331,71 332,03 332,3
660 332,66 332,97 333,28 333,60 333,91 334,23 334,54 334,85 335,17 335,4
670 335,79 336,11 336,42 336,73 337,04 337,36 337,67 337,98 338,29 338,6
680 338,92 339,23 339,54 339,85 340,16 340,48 340,79 341,10 341,41 341,7
690 342,03 342,34 342,65 342,96 343,27 343,58 343,89 344,20 344,51 344,8
700 345,13 345,44 345,75 346,06 346,37 346,68 346,99 347,30 347,60 347,9
710 348,22 348,53 348,84 349,15 349,45 349,76 350,07 350,38 350,69 350,9
720 351,30 351,61 351,91 352,22 352,53 352,83 353,14 353,45 353,75 354,0
730 354,37 354,67 354,98 355,28 355,58 355,90 356,20 356,51 356,81 357,1
740 357,42 357,73 358,03 358,34 358,64 358,95 359,25 359,55 359,86 360,1
750 360,47 360,77 361,07 361,38 361,68 361,98 362,29 362,59 362,89 363,1
760 363,50 363,80 364,10 364,40 364,71 365,01 365,31 365,61 365,91 366,2
770 366,52 366,82 367,12 367,42 367,72 368,02 368,32 368,63 368,93 369,2
780 369,53 369,83 370,13 370,43 370,73 371,03 371,33 371,63 371,93 372,2
790 372,52 372,82 373,12 373,42 373,72 374,02 374,32 374,61 374,91 375,2
800 375,51 375,81 376,10 376,40 376,70 377,00 377,29 377,59 377,89 378,1
810 378,48 378,78 379,08 379,37 379,67 379,97 380,26 380,56 380,85 381,1
820 381,45 381,74 382,04 382,33 382,63 382,92 383,22 383,51 383,81 384,1
830 384,40 384,69 384,98 385,28 385,27 385,87 386,16 386,45 386,75 387,0
840 387,34 387,63 387,92 388,21 388,51 388,80 389,09 389,39 389,68 389,9
850 390,26 --- --- --- --- --- --- --- --- ---

57
PRESSÃO

É a relação entre uma força e á área plana sobre a qual essa


força é uniformemente distribuída, sendo o plano da área
perpendicular á direção da força.

Exemplo: Uma força de 10 Newton é aplicada numa


superfície de 10m quadrados, qual é o valor da pressão?

P = F / A = 10 Newton / 10m 2 = 1 N /
m2

A pressão será representada sempre por unidade de


área, portanto, nesse exemplo, ela equivale a 1N/m2. Como
esse valor foi definido como 1 pascal, concluindo, a pressão
equivalerá a 1 Pascal.
São usadas na indústria diversas unidades para
pressão, as principais estão na tabela de conversão T-2.
Inicialmente, vejamos as unidades de pressão nos
sistemas CGS, MKS e MK*S.

Sistema Força Área Pressão Unidade de Pressão


CGS Dina Cm2 Dina . cm -2 Bária
MKS Newton M2 N . m -2 Pascal
MK*S Kgf M2 Kgf . m -2 Kgf . m -2

58
Variação do ângulo da força aplicada

Inicialmente, foi considerado para o cálculo de pressão, o


componente de força como sendo perpendicular ao plano. No
caso da força F da figura a seguir,que forma um ângulo com
a área. normal da superfície A, a pressão será definida por:

P = F . cos θ / A

Exemplo: Uma força F de 35 Kgf é aplicada numa


área de 30,31 m2. Qual é o valor da pressão em mmh2O,
sabendo-se que a força F forma um ângulo de 30º com a
normal à superfície plana?

Unidades de pressão

São usadas na indústria diversas unidades para


pressão, as principais estão na tabela abaixo. Vejamos as
unidades de pressão nos sistemas.

59
Kgf/cm2 Libra kpa mmH2O mmHg
2
Kgf/cm 1 14,22 98,066 10,000 735,56
Libra 0,0703 1 6,8950 703,10 51,714
kpa 0,0101 0,1450 1 101,97 7,500
mmH2O 0,0001 0,00142 0,0098 1 0,0735
mmHg 0,0013 0,0193 0,133 13,595 1

Definições de pressões

Pressão Atmosférica
A palavra atmosfera designa a camada gasosa que
envolve o globo terrestre.
Considerando que o globo é envolvido por uma
camada de ar com uma espessura total de 50 Km, a camada
superior não sofre qualquer pressão.
Por outro lado, a camada inferior, encontrando-se na
superfície da terra e suportando todas as camadas
superiores, exerce, ao nível do solo, uma pressão
correspondente ao peso total da coluna de ar.
Essa pressão é chamada de pressão atmosférica ou
barométrica.
A pressão atmosférica normal reduzida à 0ºC e
submetida à intensidade normal da gravidade, medida por
uma aceleração de 9,80665 metros por segundo ao
quadrado, é igual a pressão de uma coluna de mercúrio de
760 metros de altura.

Pressão Efetiva
É a pressão medida em relação à pressão atmosférica
existente no local, podendo ser positiva ou negativa. A
pressão efetiva recebe ainda o nome da pressão relativa e
pressão manométrica.
Quando se fala de pressão relativa, ou efetiva,
subentende-se que a pressão é medida tomando-se por

60
referência a pressão atmosférica, e o VÁCUO, como sendo
uma pressão negativa em relação à pressão atmosférica.
Quando aplicamos uma pressão de 20 PSI no pneu de
um automóvel, esta pressão é chamada de relativa, porque
ela é medida em relação à pressão atmosférica.
Esvaziando-se o pneu, teremos no mesmo, a pressão
atmosférica, isto é, zero de pressão relativa ou efetiva.
Convencionou-se que toda medição de pressão
indique simplesmente o seu valor, ficando implícito que se
trata de relativa.
Toda vez que tivermos um fluído escoando em um
duto, devido à ação e um ventilador, bomba, exaustor, etc,
devemos considerar três tipos de pressão.

Pressão estática
É o peso por unidade de área exercida por líquido em
repouso ou que esteja fluindo perpendicularmente à tomada
de impulso.

61
Pressão Dinâmica ou Cinética
É a pressão exercida por um fluido em movimento. É medida
fazendo a tomada de um impulso de tal forma que recebe o
impacto do fluxo.

Pressão total
É a soma das pressões estática e dinâmica. O instrumento
que mede as pressões estática, dinâmica e total é o tubo de
Pitot.

Pressão Diferencial
É a diferença entre duas pressões, também chamada de ΔP
(delta P). Criando-se um obstáculo à passagem do fluido.

62
Obtemos uma diferencia de pressão.

No caso da figura anterior, existe uma diferença entre a


pressão na entrada da placa de orifício e a pressão na. saída.
Já. no exemplo que se segue, tem-se o ΔP obtido da
diferença entre dois pontos tomados em um tanque.

Medição da pressão atmosférica

Em 1643, Torricelli inventou o primeiro barômetro, que


permitiu medir a pressão exercida sobre a Terra pelas
camadas gasosas que a envolvem.
Para realizar esse aparelho usa-se um tubo de vidro

63
(figura 8) com o comprimento em torno de 90 cm, fechando
em uma das extremidades. O tubo deve ser lavado com ácido
e secado em vácuo, após o que é cheio de mercúrio puro e
seco.

Emborcando o tubo de vidro, com o polegar obstruindo a


extremidade aberta, e colocando-o num vasilhame contendo
mercúrio puro, nota-se que o mercúrio desce no tubo e se
estabiliza a uma certa altura. Através de uma régua graduada
em milímetros, tendo a parte inferior pontiaguda tocando na
superfície do mercúrio contido no vasilhame, mede- se a
pressão atmosférica em milímetros de mercúrio.
As pressões exercidas em A e B são iguais, pois estão no
mesmo nível no mercúrio.
A pressão A e B é a pressão atmosférica, a pressão
em B é a pressão da coluna de mercúrio h. Desde que as
pressões em A e B são iguais, a pressão atmosférica é igual
á pressão exercida pela coluna h de mercúrio.
Ao lado do barômetro, coloca- sê um termômetro para
eliminar o erro devido a dilatação do mercúrio sob a ação da
temperatura. Somente esta correção não é suficiente para
obter unia leitura exata. É necessário conhecer outras
influências de ordem local, tais como latitude, altitude e
aquela própria de cada instrumento, proveniente da

64
depressão capilar. Entretanto, devido a ser o erro provocado
pela dilatação do mercúrio o mais significante, definimos a
seguir:

Correção de Temperatura

As dilatações sofridas pelo mercúrio devidas as


alterações da temperatura do ambiente em que se realiza a
medição, como vimos anteriormente provoca um erro na
leitura.
O mesmo deve ser eliminado, para tomarmos como
referência a temperatura de 0ºC.
Com a fórmula a seguir podemos determinar os valores de
correção que deverão ser deduzidas do nível barométrico,
caso tenhamos temperatura superior a 0ºC, ou somados para
temperatura inferior a 0ºC.

toC * (0,0001631 * h mmHg medida)

0,0001631 correspondente ao coeficiente de dilatação


cúbica do mercúrio.

Exemplos sobre Pressão

Teorema de Stevin.
Enunciado do Teorema do Stevin: “A diferença de
pressão entre dois pontos de um fluido em repouso é igual ao
produto do peso específico do fluido pela diferença de cota
entre os dois pontos.”

65
P=Y.h

Segue então que todos os pontos situados na


profundidade “h” em um recipiente, estão submetidos a uma
igual pressão. Temos então planos paralelos na superfície
livre do líquido, cujo ponto tem todos a mesma pressão.
Consideremos os tanques abaixo cheios de água.

Volume do tanque A: 2m3


Volume do tanque B: 1m3
Volume do tanque C: 4m3

Peso da água no tanque A: 1000 Kgf / m 3 . 2 m3 = 2000


Kgf

Peso da água no tanque B: 1000 Kgf / m3 . 1 m3 = 1000


Kgf

Peso da água no tanque C: 1000 Kgf / m 3 . 4 m3 =


4000 Kgf

Pressão no fundo dos tanques:


Pressão = W / A
Tanque A: PA = 2000 Kgf / 1 m2 = 2000 Kgf / m2
Tanque B: PB = 1000 Kgf / 0,5 m2 = 2000 Kgf / m2
66
Tanque C: PC = 4000 Kgf / 2 m2 = 2000 Kgf / m2

Conclui-se, portanto que a pressão no fundo dos tanques


possui o mesmo valor.

Pressão = Força / Área ou Peso / Área = W / A

Peso = W = peso específico . volume = Y . V

Então: P = W / A = Y . V
A

Mas, V = área . altura, resultando:

P=Y.A.h =Y.h
A

Pressão no fundo do tanque = Y . h.

Esta expressão é chamada de carga de pressão,


sendo dada pelo Teorema de Stevin, o qual está enunciado a
seguir.
A expressão P = Y . h é muito importante em
instrumentação, na medição de nível de tanques. Ela
simplifica os cálculos, porque, para determinar-se a pressão,
basta apenas o peso específico do líquido e da altura da
coluna líquida. No caso dos tanques anteriormente
exemplificados, temos:
Tanque A: PA = 1000 Kgf / m3 . 2 m = 2000 kgf . m-2
Tanque A: PB = 1000 Kgf / m3 . 2 m = 2000 kgf . m-2
Tanque A: PC = 1000 Kgf / m3 . 2 m = 2000 kgf . m-2
Enunciado do Teorema de Stevin: “A diferença de
pressão entre dois pontos de um fluido em repouso é igual ao
produto do peso específico do fluído pela diferença de cota
entre os dois pontos.”

67
Medição de Pressão

Uma das variáveis físicas presentes em praticamente


100% dos processos industriais é a pressão. Esta está
presente em um sistema de ar comprimido, em um sistema
de vapor (caldeira e distribuição), em sistemas de
resfriamento de água (ar condicionado, máquinas) e em
processos produtivos, tanques, tubulações, etc.
Desta forma temos a necessidade de medir e controlar
as pressões e para isso, temos vários instrumentos mais
simples usados para medição e indicação, pressostatos que
medem a pressão e sai ajustado para ligar/desligar
máquinas, transmissores de pressão que fazem a medida e
enviam um sinal proporcional à pressão medida para um
sistema de controle como, por exemplo, o PLC, controlador
lógico programável.
A seguir, vamos falar um pouco sobre estes
instrumentos e suas características e aplicações.

Coluna Líquida
Um dos instrumentos mais usados na medição de
pressão é a coluna líquida tendo estas alguns formatos
diferentes de acordo com a aplicação.

Tubo em “U”
O Tubo em “U” é um dos medidores de pressão mais
simples e mais baratos, porém, sua aplicação se restringe a
pressões bastante baixas. Como podemos ver na figura 10,
esse é construído por um tubo de material transparente,
curvado em forma de U e fixado sobre uma escala graduada.
O tudo é cheio até o seu ponto médio, de um líquido

68
com densidade relativa conhecida (água, álcool, Hg, etc).
As diferenças de um nível do líquido nos dois buracos,
medição esta que pode ser feita em cm de coluna d’água, em
mm de coluna Hg.

Para medir coluna d’água em pontas onde é medido


Hg basta fazer a conversão, usando a tabela de conversões
de pressão.
Para leitura direta, multiplica-se o valor do trecho Z por
2, conforme a figura 11.

69
Aplicação do tubo em “U”

A) Medir a diferença entre pressões, aplicando estas em cada


um dos ramos do tubo, conforme a figura 12 a seguir:

B) Medir vácuo, deixando o lado do tubo em que não


estamos aplicando pressão, aberto para a atmosfera, como
mostra a figura 13

70
No tubo em “U” acima, temos uma medição de –
40MMH2O.

C) Medir pressão absoluta deixando o ramo direito


evacuando como mostra a figura 14.

Coluna Reta Vertical

O emprego da coluna reta vertical é idêntico ao tubo


em U. A pressão, sendo aplicada no ramo de maior área,
provoca um pequeno deslocamento vertical neste ramo,
enquanto que no ramo de menor diâmetro, teremos um
71
grande deslocamento vertical do fluido.
Somente é feita a leitura no ramo de menor diâmetro. A
leitura pode ser feita em mmCA, mmHg, etc. A diferença de
nível estabelecida entre os dois ramos será tanto maior
quanto menor for o peso específico do líquido utilizado.

P = é a pressão aplicada, responsável pelo líquido Z.


P = Pressão que provoca o deslocamento do líquido H
no ramo de área maior e conseqüentemente ou,
deslocamento no ramo de menor área h..

Coluna de Ramo Inclinado

Seu princípio de funcionamento é o mesmo que aquele do


tubo em “U” com diâmetro inclinado de acordo com um certo
ângulo de maneira a obter um grande deslocamento do
liquido no tubo para uma pressão muito pequena. Este
instrumento permite medir pressões de ordem de 0,02 mm de
coluna de H2O. É necessário que o instrumento trabalhe
perfeitamente no nível, ou seja, no próprio instrumento tem
um nível tipo bolha para que o instrumento fique sempre
nivelado. Um desnível pode provocar alteração no valor

72
medido. Áreas com muita vibração também pode provocar
alteração no valor medido.

Medidores por deformação de sólidos

Em 1676, Robert Hooke estabeleceu a lei dada em


relação as propriedades elásticas de um corpo:
“O módulo de força aplicado de um corpo é proporcional à
deformação provocada.”
Este enunciado é conhecido sob a lei de Hooke.
Podemos destacar três tipos de elementos elásticos
que, baseado no enunciado de Robert Hooke, são utilizados
como sensores em instrumentos medidores de pressão:
A) Diafragma
B) Fole
C) Tubo de Bourdon

Dependendo da faixa de trabalho em que estes sensores


forem trabalhar, podemos classificá-los conforme a tabela abaixo:
Elemento Aplicação Atuação mínima Atuação máxima
Diafragma Pressão relativa + 0 a 5 mmca 0 a 400 PSI
Vácuo 0 a –5 mmca 0 a – 76 cm Hg

73
Abrangendo faixa
vácuo a pressão 5 mmca
relativa +
Pressão relativa +
Vácuo 0 a 130 mmca
0 a 800 PSI
Foles Abrangendo faixa 0 a –130 mmca
0 a –76 cm HG
vácuo e pressão 130 mmca
relativa +
Pressão relativa +
Vácuo 0 a 12 PSI
Bourdon Abrangendo faixa 0 a –76 cm Hg 0 a 100000 PSI
vácuo e pressão 12 PSI
relativa +

Diafragma
Podemos destacar dois tipos de diafragmas utilizados
nos medidores de pressão: os diafragmas metálicos e os
diafragmas não-metálicos.

A) Diafragmas metálicos.
Medimos a pressão que é convertida em função do
deslocamento que provoca no diafragma.
Temos dois tipos de disposição em que podemos encontrar
estes diafragmas:
1 – Em uma lâmina simples, com corrugações;
2 – Em cápsulas formadas por dois diafragmas metálicos
simples, dispostos em forma de concha, e soldadas entre si
nas suas extremidades, podendo ter em seu interior, um
líquido que poderá ser silicone ou glicerina.

74
Entre os materiais utilizados na confecção de
diafragmas e cápsulas de diafragmas, podemos destacar os
seguintes: latão, bronze fosforoso, cobre-berílio, monel, aço
inoxidável.
A deflexão de um diafragma metálico ou uma cápsula
dependem dos seguintes fatores:

a) Diâmetro do diafragma;
b) Espessura do metal;
c) Tipo de corrugações;

75
d) Número de corrugações;
e) Módulo de elasticidade do metal;
f) Pressão aplicada.

Durante a confecção de um medidor de pressão, utilizando


um diafragma, devemos levar em conta os elementos citados
anteriormente para que tenhamos uma deflexão linear do
diafragma em função da pressão medida.
O número de corrugações e a espessura do diafragma
determinarão a sensibilidade do mesmo frente às pressões
medidas. Teremos a máxima sensibilidade para pequenas
deflexões utilizando um diafragma liso, sem corrugações.
A deflexão de um elemento simples de diafragma liso é
proporcional à pressão aplicada somente para pequenas
pressões. As características de deflexão de um elemento de
diafragma simples podem ser melhoradas. Com a introdução
de corrugações em. sua superfície. Um diafragma corrugado
possuíra, aproximadamente, quatro vezes a deflexão regular
de um diafragma regular de um diafragma liso, quando
sujeitos à mesma pressão. Contudo, o elemento de
diafragma simples (liso ou corrugado) não é satisfatório como
sensível a pressão, devendo-se citar entre outras razões, as
seguintes:
a) O diafragma tem de ser bem largo, para
produzir uma deflexão satisfatória, quando submetido à
pressões.
b) Um pequeno excesso de pressão é suficiente
para produzir deformações permanentes.
c) O módulo de elasticidade é sensível às
mudanças de temperatura.

B) Diafragmas não-metálicos.

76
Este tipo de diafragma é disposto de forma a atuar em
posição a uma mola ou outro elemento elástico, que além de
fazer a realimentação do medidor, também faz com que o
diafragma retorne ao seu ponto inicial, quando é retirada a
pressão medida.

Os materiais mais utilizados no diafragma não-metálicos são:

teflon, neoprene, polietileno e couro.

Foles

Fole é um dispositivo elástico que tem a possibilidade de

expandir-se e contrair-se, em função de pressões aplicadas.

Seu deslocamento é utilizado para traduzir uma medida de

pressão.

Sua confecção consta usualmente de uma operação contínua

em um tubo metálico de paredes finas e sem costura, que

axialmente, toma estrangulamentos excessivos.

77
Os materiais usados na confecção de foles são: latão, bronze
fosforoso, cobre-berílio, monel, aço inoxidável.
A escolha destes materiais é feita em função da pressão
aplicada e das condições de corrosão a que os foles estarão
expostos.
A fim de dar maior vida útil ao fole, o seu uso é feito com uma
mola em oposição de maneira a usar apenas uma parte do
seu deslocamento máximo.
Existem medidores de pressão diferencial, os quais tem em
seu interior dois foles, o que agem em oposição um ao outro.
No interior dos foles, normalmente encontramos um liquido
de transmissão, que poderá ser silicone ou glicerina (os mais
utilizados), e que tem por finalidade servir como elemento de
transmissão entre os foles.

78
Quando se aplica uma pressão ao fole de alta pressão o
mesmo se comprime, forçando o líquido para o lado do fole
de baixa pressão através de uma válvula que permite um
ajuste do amortecimento. O “Span” desejado determina qual
a mola será utilizada.
O movimento dos foles é transmitido para o exterior através
de um "tubo de torque". Pode ser adicionado um fole ou uma
mola para compensar as variações da temperatura. O "Span"
pode ser específico entre 8 “H2O e 400 Psi”

79
A figura de número 23 mostra, de forma esquemática, o
funcionamento de um sistema de foles que pode ser utilizado
para medir pressão absoluta.
O elemento de compensação é completamente evacuado e
selado; o elemento sensor é ligado ao processo.

80
Tipos de Materiais empregados em Função da Faixa de Trabalho
Composição
Ligas Aplicações e Observações.
Nominal
Cu – 81%
Bastante usado em pressões baixas (abaixo
Latão Zn – 18%
de 30 Kg / cm2).
Sn – 01%
Cu – 70%
Latão Cartridge Usado em pressões baixas, histerese.
Nn – 30%
Cu – 95%
Usado em pressões baixas: boa resistência à
Bronze Fosforoso Sn – 09%
corrosão e à fadiga.
P – 0,35%
Si – 1,5%
Usado em pressões baixas: dificuldades na
Bronze Silício Mn – 0,25%
soldagem, devido ao óxido na superfície.
Cu – resto
Cr – 18%
Aço Inox 304 – Ni – 09% Baixas e médias pressões: alta resistência à
AISI C – 0,08% corrosão.
Fe – resto
Cr – 17%
Ni – 13% Baixas e médias pressões: muito boa
Aço Inox 316 –
Mo – 03% resistência à corrosão; uso indicado para
AISI
C – 0,08% sulfatos e cloretos.
Fe – resto
Be – 1,8%
Co – 0,25% Pressões médias e altas (acima de 30
Cobre Berílio Cr – traços Kg/cm2).
Ni – 0,3% Baixa histerese e pouco fadiga.
Cu – resto
Ni – 63 a
67%
Pressões médias e altas.
Monel K Al – 2,0 à 4%
Alta resistência à fadiga e à histerese.
Ti – 0,5%
Cu – resto
Ni – 70%
Para altas pressões (acima de 70 Kg/cm 2)
Cr – 15%
Incomel X excelentes propriedades metálicas e
Ti – 2,5%
anticorrosivas.
Al – 0,4 a 1%
Ni – 42%
Cr – 5,5%
Ti – 2,5%
Pressões médias e altas, boa resistência.
Ni-Span Mn – 0,4%
Módulo de elasticidade constante.
C – 0,06%
Si – 0,5%
Al – 0,4%

81
Tubo de Bourdon

O tubo de Bourdon consiste em um tubo com secção oval, o


qual poderá estar disposto em forma de "C", espiral ou
helicoidal. Tem uma de suas extremidades fechada, estando
a outra aberta à pressão a ser medida. O Bourdon em "C" é o
tipo mais utilizado nas indústrias em geral.

Com a pressão agindo em seu interior, o tubo tende a tomar


urna seção circular, resultando um movimento em sua
extremidade fechada. Esse movimento através de
engrenagens é transmitido a um ponteiro, que cai indicar uma
medida de pressão em uma escala graduada. Esse
dispositivo foi patenteado em 1852, por E. Bourdon.
De acordo com a faixa de pressão a ser medida é que
determinamos o tipo de material a ser utilizado na confecção
do Bourdon.

A) Bourdon tipo “C”


Este tipo de sensor é um dos mais utilizados atualmente na
indústria, tendo uma faixa de trabalho de 0,5 a 2.500 kg/cm 2.
Conforme figura 25, o mesmo é constituído de um tubo em

82
forma de "C", que terá o seu deslocamento proporcional à
pressão.

Este deslocamento do Bourdon tipo "C" é relativamente


pequeno, o que dificulta seu uso para pequenos alcances e
baixas pressões.

B) Bourdon em espiral
É constituído por um tubo em forma de espiral, o qual
encontra-se ao redor de um eixo comum.
Apresenta maior sensibilidade, devido ao seu formato
em espiral, que proporciona um efeito de soma de vários
tubos Bourdon, resultando disso um maior deslocamento da
extremidade livre para uma determinada mudança de
pressão. Dessa forma, muitas vezes não é necessário
ampliar esse movimento.

83
Podemos, então, ligar o Bourdon diretamente ao ponteiro ou
à pena.
O Bourdon tipo espiral é encontrado principalmente em
instrumentos registradores de pressão.

c) Bourdon Helicoidal
Consta de um tubo, disposto em forma de hélice. Como os
demais, tem uma de suas extremidades vedadas, estando a
outra em contato com o processo.
Este tipo de Bourdon tem as mesmas características e
vantagens do Bourdon tipo espiral. Veja a figura a seguir:

84
85
TRANSMISSORES DE PRESSÃO

Este tipo de transmissor usa um sensor que trabalha em


função da pressão que um liquido, sólido ou gás exerce em
um determinado ponto de medição. Pelo teorema de Stevin: “
A diferença de pressão entre dois pontos em um fluído em
repouso é igual ao produto do peso específico do fluído pela
diferença de cota entre os dois pontos.
Pela fórmula de Stevin : P = γ . h, onde: P é a pressão
exercida no ponto, γ é o peso específico do fluido e h é a
altura.

A pressão exercida na câmara de alta ( high ), onde ela é


maior e na câmara de baixa (low), na qual é menor, gera um
sinal proveniente da diferença de pressão entre as câmaras.

Sendo assim, o transmissor de pressão, converte um sinal


gerado pelo elemento sensor (capacitivo ou sílico
ressonante ) em um sinal analógico padrão(4-20 mA ).

TIPOS DE SENSORES DE PRESSÃO

Capacitivo: O sensor capacitivo funciona de forma parecida


com um capacitor. A deformação de uma das armaduras do
capacitor ( proveniente da pressão exercida ), altera o valor
da capacitância, cuja medição é feita por um circuito
eletrônico. A principal característica é a eliminação de
sistemas mecânicos para a transferência de força.

86
Silício ressonante: Este tipo de sensor consiste em uma
cápsula de silício colocada em um diafragma. Com uma
pressão aplicada no diafragma, há uma vibração
( freqüência ) do silício proporcional a pressão aplicada, cuja
freqüência é medida por um circuito eletrônico.

SIMBOLOGIA

A simbologia que será mencionada é baseada na norma ISA


5.1, uma norma utilizada em projetos de instrumentação
bastante conhecida no meio. E, como o transmissor de
pressão pode ser utilizado para a medição de outras
variáveis, será mostrada a simbologia de ambos na figura 1.

87
LIGAÇÕES ELÉTRICAS DO INSTRUMENTO

Os dois principais tipos de transmissores disponíveis no


mercado são:

Ligação a dois fios: Ligação na qual a alimentação do


transmissor está em comum com a transmissão do sinal
padrão ( figura 2 ).

Ligação a quatro fios: Ligação na qual a alimentação do


instrumento está separada da transmissão do sinal padrão (
figura 3 ).

88
APLICAÇÕES

Medição de pressão: A medição desta variável é importante


no controle da pressão num tanque pressurizado ( figura 4 ).
Supondo que um transmissor de pressão esteja configurado
para trabalhar numa faixa de 0 a 40 Kgf/cm², com uma
pressão interna do tanque de 20 Kgf/cm², o transmissor
( conforme a deformação exercida na câmara de alta ),
transmite um sinal padrão de 12 mA, pois 0 Kgf/cm² = 4 mA e
40 Kgf/cm² = 20 mA.

89
Medição de nível: para medição do nível, iremos fazer a
relação com a pressão exercida no fundo do tanque.

1. Tanque aberto ( figura 5 )

Para a medição de nível, nós empregamos a formula do


teorema de Stevin P = γ . h, conforme esquema acima onde:

γ - peso específico da água = 1000 Kgf/m³


h – altura máxima do nível do tanque = 10 m

 P=γ.h

P ( 0% ) = 1000 x 0 P( 100% ) = 1000 x 10


P ( 0% ) = 0 Kgf/m²
P ( 100% ) = 10000 Kgf/m²

A faixa nominal na configuração do transmissor será 0 ~


10000 Kgf/m².

2. Tanque fechado ( figura 6 )

90
A medição de nível será pela relação de pressão diferencial
entre as câmaras alta e baixa, conforme o esquema. Onde:

γ - peso específico da água = 1000 Kgf/m³


h – altura do nível no tanque = 7 m

P=γ.h

( H – 0% ) = 1000 x 0 + 10000 = 10000 Kgf/m²


P( H – 100% ) = 1000 x 7 + 10000 = 17000 Kgf/m²
P( L – 0% ) = 10000 Kgf/m³
P( L – 100% ) = 10000 Kgf/m³

Faixa nominal = 10000 – 10000 ~17000 – 1000

Faixa nominal de configuração do instrumento = 0 ~7000


Kgf/m²

Medição de vazão: na industria, o método mais usado para


medição de vazão é pelo princípio de pressão diferencial,

91
produzido por uma placa de orifício, que aumenta a
velocidade do fluido, diminuindo a área da seção, para que
ocorra a queda da pressão, utilizando este ΔP para a
medição da vazão.

No fluxograma da figura 7 é mostrado o esquema de


medição de vazão por pressão diferencial, ressaltando as
câmara de alta e baixa.

Onde:

FE – elemento sensor ( placa de orifício )

FT – transmissor de pressão ( vazão )

A fórmula utilizada para sabermos a vazão é Q = K x √ΔP,


onde:

K – Constante que depende de fatores tais como, a relação


entre o orifício e tubulação, e as características do fluído.

92
√ΔP – Pressão diferencial variando quadraticamente em
função da vazão.

MEDIDORES DE DEFORMAÇÃO

A figura 1 apresenta esse comportamento, assim como a


relação da deformação ε em função da força aplicada como
sendo uma variação fracional do comprimento:

ε = ΔL
L

Quando o trandutor, conhecido por extensômetro, é colado à


estrutura formando um arranjo conhecido por célula de carga,
terá toda distorção sendo transferida para si. As células de
carga contêm material condutor e a distorção causada pela
aplicação de um força resulta na mudança de sua resistência
elétrica. Ao medir esta variação na resistência elétrica pode-
se obter a medida equivalente à deformação causada e, por
extensão, pode ser positiva ( tensão ou expansão ) ou
negativa (compreensão ) e é expressa em unidades como “
in/in “ ou “ mm/mm “.

Ao ser aplicada uma força axial, como visto na figura 1, um


fenômeno conhecido como “deformação de Poison” causa a
93
contração da barra em circunferência ( largura ), D, no
sentido trasnversal ou perpendicular. A magnitude dessa
contração transversa é uma propriedade do amterial indicada
por sua “relação de Poison” ( v ):

V=_ εt
ε

onde,
εt = deformação na direção perpendicular ( transversal ) à
força;

ε = deformação axial

Por exemplo, a relação de Poison para o aço permeia valores


entre o,25 e 0,3.

CARACTERÍSTICAS

Existem vários tipos de medidores de deformação ( strain


gages ), conforme a disposição dos extensômetros ( strain
gages ) na amostra a ser medida, assim como um grande
número de formas e de aplicações de suas medidas, sendo o
mais utilizado o medidor de liga metálica.

Esse medidor consiste de um fio muito fino arranjado sobre


uma folha metálica, na forma de uma grade. Na figura 2,
esse arranjo ( célula de carga ) pode ser observado, bem
como suas principais partes componentes.

94
É importante que se monte corretamente o arranjo para a
melhor transferência da tensão mecânica aplicada na
amostra e, por conseguinte, maior precisão na medida.

Um parâmetro fundamental da leitura é a sensibilidade à


tensão mecânica que está sendo aplicada, que é quantificada
como fator de medida ( Gauge Factor – GF )

O fator de medida é a razão entre a variação da resistência


elétrica e a do comprimento:

GF = Δ R/ R = ΔR/ R
ΔL / L ε

O fator de medida para medidores metálicos está tipicamente


em torno de 2. seria ideal que os dispositivos apenas
medissem a resistência elétrica em resposta à tensão
mecânica aplicada, porém tanto o transdutor quanto a
amostra sofrem variações em função da temperatura a que
estão expostos. Os fabricantes desses aparelhos processam
os materiais de forma a diminuir tal sensibilidade às variações
térmicas.

95
Para a efetiva leitura da força aplicada sobre o transdutor,
faz-se uso de um circuito amplamente utilizado em medidas
elétricas: a Ponte de Wheatstone, conforme mostra a figura
3.

Consiste em excitar-se com uma tensão elétrica ( ddp ) um


arranjo de 4 resistores e , em um par específicos do arranjo
( diferente dos pontos nos quais a ddp está sendo aplicada
no circuito ), mede-se o quanto desse valor foi transferido à
saída.

Normalmente, a tensão elétrica na saída é zero ( ponto em


equilíbrio ou balanceada ), assim qualquer mudança em
alguma das resistências elétricas proporciona uma alteração
nesse valor, em razão direta a sua própria variação.

Partindo desse princípio de funcionamento, as medições da


força aplicada a uma superfície são realizadas substituindo-
se um ou mais resistores da Ponte de Wheatstone por
transdutores.

Portanto, os medidores de deformação( strain gauges) são


formados a partir da colocação de células de carga nos
ramos da Ponte de Wheatstone, onde, por sua vez, as
células de cargas são arranjos constituídos pelos

96
extensômetros ( strain gages ) colocados sobre estruturas
metálicas padronizadas.

Os arranjos normalmente utilizados são os circuitos de ¼ de


ponte, meia ponte e ponte completa, que indicam a
quantidade de transdutores utilizada, respectivamente um,
dois e quatro.

Como os valores medidos são de magnitudes muito


pequenas, quanto maior o número de transdutores utilizados,
maiores serão a sensibilidade à tensão mecânica e a
precisão da leitura.

Na figura 4, apenas um resistor é substituído, o que implica


em variações muito pequenas na saída.

97
Ao substituir dois dos resistores, conforme visto na figura 5,
dobra-se a sensibilidade da ponte ao se fazer dois ramos
ativos, embora em sentidos diferentes, onde há um ramo
montado na expansão da amostra ( Rg + ΔR ) e outro na
compressão (Rg + ΔR ).

Por fim, um arranjo com transdutores nos quatros ramos,


como visto na figura 6, proporciona um aumento de
sensibilidade considerável, estando montados dois
transdutores na expansão e outros dois na compressão.

As equações correspondentes a cada circuito supõem uma


ponte inicialmente equilibrada, o que gera uma do
extensômetro, que beneficiou o entendimento dos conceitos
apresentados. Porém,na prática, essa atitude pode trazer
consigo conseqüências negativas à medição.

98
A figura 7 demonstra uma ligação a dois fios do elemento
transdutor. Essa ligação acrescenta ao circuito uma
resistência de 2 ohms no braço em que o extensômetro está
conectado, considerando-se um fio de 15 m de comprimento
e 1 ohm de resistência elétrica.

Essa resistência elétrica do fio de ligação deve ser


considerada como um resistor integrante do circuito. Uma
característica que não pode ser esquecida é a influência
dessa nova resistência elétrica na sensibilidade da leitura. A
perda de sensibilidade pode ser quantificada por:

1+RL
RG

Outro fator bastante significativo é a influência da


temperatura. Buscando eliminá-la, a ligação a três fios é a
opção mais recomendada, pois dois ou três fios ficam
conectados a ramos adjacentes, neutralizando assim os
efeitos um do outro, conforme ilustrado na figura 8.

Com bases nessa considerações, existem vários tipos de


medidas de força, conforme seu arranjo na amostra. Nas
figuras 9 a 12 poder ser vistos alguns exemplos bastante
utilizados.

99
100
Um sistema computadorizado mede a diferença de potencial
na saída da ponte de Wheatstone antes que uma tensão
mecânica seja aplicada, então a intervalos regulares ou a
cada vez que uma determinada condição ocorrer, volta a
medir esse sinal.

A MELHOR ESCOLHA

Os dois critérios preliminares para seleção do tipo de medidor


que melhor se adeque à necessidade da aplicação são a
sensibilidade e a precisão.

Deve-se destacar que quanto maior a quantidade de


extensômetros a ser utilizada, a maior será a rapidez da
medida realizada e com maior precisão. Certamente, uma
ponte completa responderá melhor que uma de ¼, porém seu
custo é significante maior.

A tabela apresenta um resumo dois tipos de medidores e


suas características gerais. Ao escolher-se a melhor maneira
de efetuar uma medida com transdutores de força ( strain

101
gages ), devem-se ter em consideração as características
particulares para cada fabricante.

APLICAÇÕES

Os extensômetros são de grande utilidade na pesagem de


artigos. Por exemplo, na base de silo de grãos, em balanças,
na industria aeroespacial, entre outras.

102
A figura 13 mostra um arranjo interno a uma balança vertical
para grandes cargas. As células de carga ficam internas ao
cilindro que sofre tensão mecânica decorrente do esforço de
tração em cabos de aço de guindastes e de pontes rolantes,
proporcionando sua deformação e, por conseguinte, a
medida de força realizada.

Na universidade de Taubaté, no Laboratório de Robótica e


Instrumentação, foi construída uma garra para o ROBOTAU,
constituída por duas lâminas de alumínio, cada qual com
quatro extensômetros. Seu intuito nessa construção é servir
como medida para as deformações da garra, assim
compensando seu posicionamento.

CONCLUSÃO

Mesmo passando despercebidos no dia-a-dia das pessoas,


os extensômetros e as montagens para medição das forças
por eles mensuráveis, ganham sua importância quanto a
necessidade de medições de grandes massas ou
monitoramento de estruturas em construção ou em
restauração, face a sua confiabilidade, precisão e
sensibilidade.

103
104
MEDIÇÃO DE NÍVEL

1. Definição e conceitos

Nível é a medida feita em reservatórios, silos ou


tanques, da altura em que se encontra a superfície superior
de um líquido ou de um sólido em relação a um ponto de
referência. Também está incluída na medição de nível a
determinação da interfase entre dois líquidos. (Interfase:
superfície de contato entre dois líquidos não miscíveis e de
massas específicas diferentes. Ex.: água e óleo).

O nível é medido para conhecimento de:

1.1. Posição (ou altura)


Somente interessa saber se o nível está abaixo ou
acima de certo valor ou dentro de certos limites. Ex.: a
medida de nível de uma caldeira não objetiva saber a
quantidade de água contida no seu interior.

105
1.2. Volume
Em tanques de secção transversal uniforme da base
até o topo, o volume é determinado segundo a fórmula:
V=s.h
V = volume
s = área da base
h = altura do produto

Se a área do tanque não é uniforme, os cálculos são


mais complexos e o mais comum é o uso de tabelas que
relacionam a altura com o volume. O volume é medido em
tanques onde haja pouca variação na massa específica do
produto.

1.3. Massa
Para sabermos a massa contida num reservatório,
basta a introdução da massa específica na fórmula anterior.

M=s.h.μ
M = massa
μ = massa específica

2. Finalidades da medida de nível

Essa variável é medida por várias razoes:

2.1. Levantamento de Estoques


O nível é medido a fim de determinar a quantidade de
materiais armazenados para efeito de controle de produção,
controle de custos, fornecimentos, consumo de matérias
primas.

2.2. Controle de Processos


106
Em certos processos é importante a medição de nível
para que outras variáveis possam ser controladas
eficazmente.
Exemplo 1:
Numa caldeira, a produção de vapor na pressão
desejada só pode ser feita se o nível de água for mantido
dentro de certos limites, para que as correntes de convecção
não se interrompam ou para que não haja excesso de água
em estado líquido saindo pela tubulação de vapor.

Exemplo 2:
Em processos como o da figura 03, onde temos
silagem de sólidos e tanques de reação, a medição de nível é
importante para garantir: alimentação constante de pó aos
tanques de reação; nível suficiente nos tanques para que a
reação seja completa; descarga contínua dos parafusos, para
evitar compactação de pó e danos à rosca transportadora ou
ao motor.

107
3. Noções relacionadas com medição de nível

3.1. Comprimento
É a dimensão longitudinal de um objeto. A medição de
nível pode ser expressa em unidades de comprimento para
conhecimento da altura. A unidade de comprimento do SI
(Sistema Internacional de Medidas) é o Metro (símbolo m).
Outras unidades: mm, cm, dm, dam, hm, km, pol, pé,
jarda, milha, etc.

3.2. Área
Medida de uma superfície delimitada. A unidade de

108
área do SI é o Metro quadrado (símbolo m 2) com seus
múltiplos e submúltiplos.
Outras unidades: pol2, pe2, jarda2, milha2 .

3.3. Volume
Medida do espaço ocupado por um corpo. A unidade
de volume do SI é o Metro cúbico (símbolo m3).
Outras unidades: cm3; dm3; litro, pol3, pe3, jarda3, galão
americano, galão imperial, barril.

3.4. Massa
Massa de um corpo é a medida de sua inércia. A
unidade de volume do SI é o quilograma (Kg).
Outras unidades: grama, tonelada métrica, grão, onça,
libra, tonelada pequena, tonelada grande.

3.5. Massa Específica (Massa Volumétrica)


É a relação entre a massa de um corpo e o seu
volume.
μ=m/v
Unidade SI: quilogramas/m3 (Kg/m3).
Outras unidades: ton/m3, g/cm3, g/l, utm/m3 (MKfS),
lb/po13, lb/pé3:

3.6. Peso Específico


É a relação entre o peso de um corpo e o seu volume.
Unidade SI: Newton/m3 (N/m3).
Outras unidades: Kgf/m 3, dyn/cm3, gf/l, Kgf/l, gf/cm3,
tf/m3 .
Observação: Só no caso particular da aceleração da
gravidade ser normal, o valor do peso específico em Kqf/m 3 é
igual ao valor numérico da massa específica em Kg/m 3.

3.7. Densidade

109
É a relação entre a massa de determinado volume de
uma substância A e a massa de um mesmo volume da
substância B.
DA,B = mA / mB
Quando a unidade é indicada em relação à água, esta
deve ser destilada, isenta de ar, a 4ºC e sob pressão normal
(760mmHg).
A densidade dos gases é geralmente em relação ao ar,
ou ao hidrogênio a 0ºC e sob 760mm/Hg.
A densidade de um gás deve ser indicada com
anotação se é em relação ao ar ou ao Hidrogênio.
Não havendo anotação, consideramos como sendo em
relação à água a 4ºC, sob 760mm/Hg.
A densidade é adimensional. Não admite unidades.
Observação: Alguns autores chamam a massa
específica de densidade absoluta e a densidade de
densidade relativa. Devemos evitá-lo. Isso tem contribuído
para criar dúvidas em principiantes. A confusão aumenta por
ocasião da consulta a livros em língua inglesa. Em tais livros,
a massa específica é denominada "density" e a densidade
"specific gravity".

3.8. Pressão Hidrostática

Para determinar a pressão em um ponto A, de um


líquido em equilíbrio, basta usarmos a seguinte fórmula:
P = P atm + hμg
P = Pressão, em N/m2
h = altura, em metros
μ = massa específica, em kg/m3
g = aceleração da gravidade, em m/s2
g normal é 9,80665 m/s2

110
3.9. Empuxo - Teorema de Arquimedes
Todo corpo mergulhado em um líquido fica sujeito a
ação de uma força vertical, orientada de baixo para cima, de
módulo igual ao peso do líquido deslocado.

111
4. Unidades de medida utilizadas em medição de nível

4.1. Posição (altura)


Posição - SI - expressa em metros.
Outras: cm; mm; jarda; pé; polegada.

4.2. Volume
Volume - SI - expresso em m3.
Outras: dm3; cm3; pol3; pé3; jarda3; galão; barril; pinta;
quartilho

4.3. Massa
Massa - SI - expresso em Kg.
Outras: grama; grão; onça; libra; tonelada grande;
tonelada pequena.

5. Métodos usados para medição de nível

5.1. Métodos Diretos


São aqueles em que o medidor acompanha a
superfície superior do material dentro do reservatório. Como
exemplo podem ser citados: gabaritos, visor de nível, cabo e
bóia, bóia e alavanca, contato elétrico, reflexão e absorção de
radiações.

5.2. Métodos Indiretos


São aqueles em que o nível é medido por intermédio
de uma outra variável com ele relacionada. Podemos dizer
que o nível dentro do vaso é deduzido de outras grandezas
como: pressão hidrostática, empuxo exercido sobre um
corpo, absorção de radiação, peso do tanque (strain-gauge,
sistema selado), capacitância.

112
Descrição dos medidores de nível por método direto

1. Gabaritos (ou réguas, ou trenas)

São os instrumentos mais simples para medição direta


de nível. O produto, em contato com a escala do instrumento,
fornece a indicação.
Aplicação: para uso em tanques abertos ou que
possam ser abertos na ocasião de uma leitura.
Fazem parte deste grupo:
- Réguas fixadas na parede interna do vaso, em local
visível. (figura 6)
Alcance: até 3,5m
Precisão: 2mrn
- Bastões, que são mergulhados no produto, como os
de uso bastante generalizado em tanques subterrâneos nos
postos de gasolina. (figura 6)
Alcance: até 3,5m
Precisão: aproximadamente 2mm
- Réguas telescópicas - uso idêntico ao anterior.
Funciona como uma antena de automóvel. (figura 7)
Alcance: até 3,5m
Precisão: aproximadamente 2mm

113
114
- Trenas, constituídas de uma lâmina de aço com um
peso na extremidade.
Esta trena é desenrolada até o peso tocar o fundo do
reservatório e a leitura é feita nas divisões umedecidas da fita
ao ser recolhida. (figura 8)
Alcance: até 50m
Precisão: 4 a 5mm

2. Visores de Vidro

Medidores bastante simples. Basicamente são


instrumentos que nos permitem ver o líquido através de um
meio transparente em comunicação com o tanque.
Aplicação: para uso em tanques abertos ou fechados.

115
Exemplo: Visor de vidro tubular (figura 10)

Legenda:
1 – Conexão ao tanque
2 – Válvulas de bloqueio

116
3 – Tubo de vidro
4 – Barras de proteção
5 – Válvulas de dreno

3. Bóias

O sensor é uma bóia de imersão constante, que se


movimenta quando o nível é alterado. O deslocamento da
bóia é transmitido para a parte externa do vaso, através de
diversos recursos, acionando indicadores, transmissores,
controladores ou alarmes.
O movimento do flutuador não é muito influenciado
pela massa específica do líquido mas, a formação de espuma
ou turbulência deve ser evitada.
Deve ser considerada, ao usar bóias para medição de
nível, a possibilidade de acúmulo de sujeira e ataque
químico.
Como veremos a seguir, o uso de bóias como
sensores de nível é encontrado nos mais diversos tipos de
instrumentos, sendo que as diferenças entre eles podem ser
quanto a:
- Modo do flutuador se mover (vertical, inclinado,
angular);
- Acoplamento entre a bóia e o exterior do vaso (fita,
magnético, eixo com gaxeta);
- Aplicação: indicadores, transmissores, controladores,
alarmes.

117
3.1. Bóia com cabo
Uma bóia, suspensa por um cabo (ou fita, ou corrente),
acompanha continuamente a superfície do líquido. Uma
alteração no nível provoca uma diferença de imersão na bóia,
o que, alterando o seu peso, a desequilibra em relação ao
contra-peso, que a movimenta, alterando a indicação.
Na sua forma mais simples, como está ilustrado na
figura 12, é usado para medição em tanques não
pressurizados.

118
3.2.Bóias com acoplamento Magnético
O flutuador, contendo um imã muito forte, se
movimenta verticalmente dentro de um tubo de material não
magnético (o mais comum é o aço inoxidável). Na parte
externa está fixada a escala, que é formada por diversas
plaquetas magnetizadas com duas faces de cores diferentes.
O Imã, no interior da bóia, atrai as plaquetas que, conforme a
altura do nível mostram cores diferentes.
Na figura 13 vemos uma bóia que acompanha a
superfície do liquido, movendo-se ao longo de um tubo feito
de material não magnético.
O flutuador contem um imã e para se deslocar ao
longo do tubo, é construído com um furo central.

No interior do tubo, um outro ímã.segue o movimento


da bóia e, através de um cabo, aciona os mecanismos de
indicação do instrumento,que é montado na parte superior do
vaso.

119
Outro tipo, utilizado somente para alarme, contém no
interior do tubo m contato elétrico selado hermeticamente
(REED RELAY), que é operado quando o campo magnético,
que acompanha a bóia, está na mesma altura.
Nesse instrumento há a possibilidade de instalação de
diversas bóias num mesmo tubo, cada uma atuando um contato
elétrico. (figura 14)
Alcance: até 3 m
Precisão: 1%
Pressão Máxima: 50 Kgf/cm2
Temperatura máxima: 200º C

120
3.3. Bóias com extensão magnética
A bóia possui uma extensão com um ímã na

121
extremidade, que se movimenta no interior de um tubo não
magnético. Na parte externa do tubo existe um anel que
acompanha o ímã, indicando o nível em uma escala.
Adicionalmente, a extensão magnética pode acionar alarmes,
transmissores, controladores. (figura 16)

3.4. Bóia e alavanca


Os medidores de nível com bóia ligada a uma
alavanca são aqueles em que o deslocamento do flutuador é
circular, em torno de um ponto de apoio. (figura 17)
O movimento angular da bóia não permite que este
tipo de instrumento seja usado para a medição de grandes
variações de nível. Para que a indicação seja razoavelmente
linear, é recomendado que a faixa de variação de nível a ser
medida seja no máximo igual à distância entre o ponto de
apoio da alavanca e o centro do flutuador.

122
4. Eletrodos

Nesse tipo de medidor, a posição do líquido, condutor


de eletricidade,.é detectada através de eletrodos instalados
no interior do tanque, em uma ou em várias localizações.
Na sua forma mais simples, usados para líquidos bons
condutores, uma fonte de corrente alternada forma com os
eletrodos e a lâmpada um circuito em série que é fechado
quando o líquido alcança os primeiros. (figura 18)

123
Para líquidos de condutividade muito baixa, torna-se
necessário o uso de amplificadores capazes de fornecer uma
corrente maior, que possa atuar sobre algum dispositivo
elétrico de indicação, alarme ou controle.
Alcance: ON-OFF (depende da localização dos
eletrodos)

124
5. Radiação

O princípio de operação dos medidores de nível por


radiação nuclear é baseado na diferença existente entre os
materiais quanto à maneira deles absorverem os raios gama
emitidos por uma fonte (Cobalto, Radio, Cesio).
Para medição de posição é utilizado um conjunto de
fonte e detetor instalados à mesma altura no vaso.
O feixe de radiação, ao ser interrompido, deixa de
atingir o detetor que sinaliza então o nível do produto. (figura
20)

125
Outros tipos utilizam uma bóia flutuando sobre o
produto e contendo no seu interior uma fonte emissora.
Os detetores podem ser do tipo Geiger ou células de
ionização.
A determinação do nível em várias posições é
possibilitada pela instalação de diversos conjuntos ao longo
do tanque e a medição contínua é conseguida através do
movimento de um conjunto fonte-detetor, que acompanha o
nível do produto.
Legenda da figura 21:
1 – Fonte raio gama
2 – Detetor
3 – Unidade eletrônica
4 – Tanque
5 – Acionadores de chumbo
6 – Parafusos de chumbo

126
Descrição dos medidores de nível por métodos indiretos

1. Pressão Hidrostática

Os medidores por pressão hidrostática são baseados


no teorema fundamental da hidrostática:

“A diferença de pressão entre dois pontos de um


líquido em equilíbrio é igual ao produto da diferença de nível
entre os dois pontos pela massa especifica do líquido e pela
aceleração da gravidade”
Δp = P2 – P1
Δp = h x μ x g, onde Δp = diferença de pressão, N/m 2
h = diferença de nível em metros
μ = massa específica em Kg/m3
g = aceleração da gravidade em m/s2

g (normal) = 9,80665 m/s2

Por ser a unidade de pressão Kgf/cm 2 mais utilizada,

127
podemos usar a fórmula:
Δp = h x ρ
Δp = diferença de pressão, em Kgf/cm 2
h = diferença de nível, em cm
ρ = peso específico, em gf/cm3

Para aceleração de gravidade normal, o peso


específico, em gf/em3, é igual à massa específica, em g/cm3.

Aplicação:
Os medidores por pressão hidrostática são utilizados
em tanques abertos ou fechados, para líquidos limpos,

128
viscosos, com sólidos em suspensão, corrosivos ou mesmo
nível de lama.
A medição de interfase pode ser feita, desde que a
superfície superior do líquido de menos peso específico
esteja sempre à mesma altura.
Os diversos tipos que veremos a seguir diferem entre
si quanto à maneira como é detectada a pressão produzida
pelo líquido, quanto à instalação e quanto aos recursos
utilizados para solucionar as dificuldades encontradas no
processo.

1.1. Medição em Tanques Abertos


Instrumentos de pressão: Basicamente, o líquido,
através de uma tomada localizada na parte inferior da faixa
de nível a ser medida, é conectado ao sensor de pressão de
um instrumento, cuja faixa deve ser adequada à medição de
nível. Praticamente, qualquer dos medidores de pressão
pode ser utilizado para determinação de nível, desde que.
sejam consideradas as peculiaridades de cada um.
Quanto ao tipo de aparelho a ser usado, como
indicadores, transmissores, controladores, veremos:

Medidores de coluna líquida:


a. tubo em "u"
b. manômetro de reservatório
- tubo de vidro
- tubos metálicos e bóia
c. manômetro de campânula
d. manômetro de anel (ring balance)

Medidores por deformação elástica:


e. bourdon
- indicadores
f. diafragma

129
- simples
- cápsulas
- conjunto de cápsulas
- células de pressão diferencial
g. fole
- simples ou com mola
- células de pressão diferencial
h. strain gauge

a. Tubo em "u":
Um tubo de vidro em formato de U, contendo um
líquido mais pesado que o do processo, é ligado diretamente
ao tanque no caso de fluidos limpos, sem sólidos em
suspensão e pouco viscosos (figura 23).

130
1 – tanque
2 – Tomada de nível
3 – tubo em “U”
4 – Nível mínimo – “0”
5 – nível máximo – 100%

A altura h da coluna, indicada na figura acima, depois


de feitos os cálculos, não representa a altura do nível dentro
do tanque mas sim a pressão produzida pelo líquido do
processo em relação ao ponto 4, somada à pressão
produzida pela altura h2. Para um calculo exato, devemos
levar em consideração as temperaturas do fluido do processo
dentro do tanque e no ramo do tubo e a temperatura do
líquido manométrico.
Se o indicador for montado em local. abaixo do nível
mínimo, a leitura deverá ser compensada ou a coluna de
desnível equilibrada por uma outra no ramo 3.

b. Manômetro de reservatório:
É um manômetro de coluna líquida do mesmo tipo que
o tubo em “U”, no qual um dos ramos possui um diâmetro
interno grande em relação ao outro.
Tubo de vidro: são simples e apresentam como
vantagem uma simplicidade maior na leitura, que e feita
apenas por um tubo. Na medição de nível, é usado com a
câmara larga ligada ao processo (figura 24).

131
1 – tanque
2 – tomada de nível
3 – tubo em “U”

e. Manômetros de Bourdon:
Os manômetros de Bourdon podem ser usados para a
medição de nível desde 10m até o limite dos sensores,
acionando indicadores, transmissores, controladores,
alarmes.

132
MEDIÇÃO DE NÍVEL POR CAPACITÂNCIA
A capacitância é uma grandeza que existe entre 2 superfícies
condutoras isoladas entre si.

O medidor de nível capacitivo mede as capacidades do


capacitor formado pelo eletrodo submergido no líquido em
relação às paredes do tanque. A capacidade do conjunto
depende do nível do líquido.

O elemento sensor, geralmente é uma haste ou cabo flexível


de metal. Em líquidos não condutores se empregam um
eletrodo normal. Em fluídos condutores o eletrodo é isolado
normalmente com teflon. À medida que o nível do tanque for
aumentando o valor da capacitância aumenta
progressivamente à medida que o dielétrico ar é substituído
pelo dielétrico líquido a medir.

A capacitância é convertida por um circuito eletrônico numa


corrente elétrica sendo este sinal indicado em um medidor.

133
A medição de nível por capacitância também pode ser feita
sem contato, através de sondas de proximidade. A sonda
consiste de um disco compondo uma das placas do capacitor.
A outra placa é a própria superfície do produto ou a base do
tanque.

134
MEDIÇÃO DE NÍVEL INDIRETA DO TIPO BORBULHADOR.

Segundo o dicionário Aurélio, nível significa: “ elevação


relativa de uma linha ou de um plano horizontal “. Porém na
prática, tal elevação pode ser encontrada nos mais
inimagináveis tipos de reservatórios, contendo inúmeros tipos
diferentes de substâncias, que variam desde um simples
fluído como a água, até elementos extremamente corrosivos,
tóxicos ou ainda misturas de sólidos com líquidos.

Na industria, o conhecimento preciso desta grandeza, ao


contrário do que alguns acreditam, é de grande importância.
Haja vista que, se por um lado a parte operacional de um
sistema de controle de uma caldeira a vapor pode ficar
diretamente comprometida, por outro, para fins de cálculo de
custos e inventário, seu conhecimento se traduz diretamente
em dinheiro, lucro e eficiência. O que por horas, se torna um
parâmetro muito mais interessante e almejável, assegurando
assim, indiretamente a saúde de uma empresa.

MEDIÇÃO DE NÍVEL.

Para facilitar o entendimento, vamos definir nível como sendo


a altura do conteúdo de um reservatório.
Tratando-se de um processo industrial, a medida do nível de
um reservatório de efetuada a fim de manter esta variável em
um valor fixo ou entre dois patamares pré-estabelecidos, ou
ainda para somente conhecer a quantidade ( massa, volume )
do fluído em questão.
Basicamente, o monitoramento do nível pode ser efetuado de
duas formas distintas: Diretamente, onde o medidor observa
a camada superior do fluído em questão; ou Indiretamente,
através do conhecimento de outra grandeza que possibilite

135
uma relação entre seu valor e o nível do reservatório. Um
exemplo disso seria a relação entre o nível e a pressão de
uma coluna d’água observada na figura 1.

Levando em consideração a medição indireta apresentada na


figura 1, sabemos que a pressão hidrostática exercida no
ponto será máxima quando o nível também for máximo.
Desta forma, segundo o teorema de Stevin:

P1 = h . γ

Onde:

P1 = pressão hidrostática em milímetros de coluna d’água


( mm h2o )
H = altura em milímetros

γ = densidade relativa do fluído.

O conhecimento da pressão hidrostática do ponto P1 é o


suficiente para obtermos uma relação tal, que nos possibilite
saber de forma indireta o nível. Seguindo as linhas de
raciocínio semelhantes, outras formas de medição diretas e

136
indiretas existem e de acordo com suas peculiaridades se
fazem eficazes na medição de nível.
O grande problema é que na indústria nem sempre
encontramos um ambiente amigável, isento de distúrbios e
com parâmetros conhecidos e imutáveis conforme deveriam
ser. E é justamente nesta hora que determinados tipos de
medidores se fazem melhores que outros na tentativa de se
obter uma medição com o máximo possível de confiabilidade.

MEDIÇÃO DE NÍVEL EM AMBIENTES AGRESSIVOS.

Um meio muito eficaz e interessante de se mensurar o nível


em reservatórios que contenham fluidos cuja natureza de sua
composição os transformam em meio dificultoso e por horas
agressivo, é o que chamamos de “ Medidor de nível do tipo
borbulhador “. Seu princípio de funcionamento é basicamente
o mesmo utilizado na medição indireta por pressão
hidrostática, diferenciando-se apenas da forma como é feita.

Neste tipo de medidor, de acordo com a figura 2, um tubo é


inserido no reservatório do qual se pretende conhecer o nível.

137
Uma das pontas, previamente preparada, é submergida até o
nível mínimo do reservatório. Na outra, suprimos o tubo com
uma vazão fixa controlada de um gás inerte ou mesmo ar.
Nesta mesma linha de suprimento, instalamos um medidor de
pressão.

Seu funcionamento se dá ao fato de que, através do teorema


de Stévin, uma vez conhecida a pressão da coluna d’água
correlacionada com o nível máximo do reservatório P1 = h . γ
Ajustamos a vazão do suprimento de ar ligeiramente superior
à máxima pressão hidrostática exercida pelo fluído em
questão, até que se observe um borbulhamento – daí o nome
“ borbulhador “.Assim que o nível começar a subir ou baixar,
o escape das bolhas de dentro do tubo submerso se dará
com menos ou maior facilidade, o que provocará uma
variação de pressão interna ao tubo.

138
A medida de nível é, então, obtida de forma indireta através
do instrumento de medição de pressão instalado na
extremidade superior do tubo. Para um nível mínimo temos
uma pressão resultante no interior do tubo mínima; assim que
o nível começa a subir, proporcionalmente também temos a
elevação da pressão resultante no interior do tubo, e que por
sua vez se torna máxima no nível máximo. Como a pressão e
o fluxo de ar ou gás de suprimento responsável pelo
borbulhamento são fixos, somente a variação do nível
propriamente dita é que provocará uma elevação da pressão
no interior do tubo. Salvo possíveis entupimentos ou
obstruções na extremidade inferior do tubo, o que pode
facilmente ser solucionado com a implementação de um
sistema que possibilite, isolar o transmissor de pressão e
momentaneamente aplicar um jato de ar para limpeza do
tubo.

MATERIAIS UTILIZADOS

Neste sistema de medição, além do tubo devidamente


preparado e do transmissor de pressão, é necessário
também utilizar um meio de se controlar a vazão do
suprimento de ar ou gás inerte. Para ajustar a vazão
podemos empregar uma simples válvula agulha e para
conhecer o valor ajustado, normalmente é usado um
rotâmetro. Porém, vale salientar que é de suma importância
garantir que a vazão de ar seja a mais fixa possível para não
comprometer a precisão deste sistema. Neste caso, outros
métodos mais eficazes de controle podem ser utilizados,
como, por exemplo, um rotâmetro com regulador de pressão
diferencial.

139
O TUBO

Este deve ser construído com um material tal que seja inerte,
ou pelo menos que proporcione o máximo possível de
durabilidade quando exposto ao nível de agressividade
encontrado dentro do reservatório. Alem disso, a única
urgência é que o tubo deverá ter um corte em ângulo na
extremidade que será submersa no fluido. Isso para
possibilitar a formação de pequenas bolhas e garantir uma
pressão no interior do tubo o mais estável possível. Observe
a figura 3.

AJUSTES NECESSÁRIOS

140
Com o reservatório em seu nível mínimo, introduza o tubo até
que sua extremidade inferior fique totalmente submersa,
cuidando-se apenas para que exista uma distância entre a
ponta do tubo e o final do reservatório para garantir a
decantação de resíduos sólidos sem que obstrua a saída de
ar, se for o caso.
Agora com o reservatório em seu nível máximo e conhecida a
pressão hidrostática exercida pelo fluido em questão, ajusta-
se a vazão de ar pelo rotâmetro até observar a formação de
pequenas bolhas na superfície do fluido. A pressão utilizada
para o suprimento de ar deve ser em torno de 20 % superior
a máxima pressão hidrostática no fundo do tanque.

Na seqüência basta adequar o range de medição do


transmissor de pressão de acordo com a variação encontrada
dentro do tubo e a relacionar sua grandeza de saída ( 4 – 20
mA ou saída digital ) com a escala representativa do nível.

O DIFERENCIAL

A grande vantagem deste sistema, é que a medição do nível


pode ser feita à distancia e totalmente sem contato com o
fluido a ser medido. Bastando para isso, apenas prolongar a
tomada de pressão na extremidade superior do tubo até o
local desejado, conforme figura 4 a seguir:

141
Isto possibilita instalar este sistema em ambientes agressivos
onde a vida útil de um instrumento seria curta e com maiores
chances de ocorrência de falhas devido ao contato direto com
os agravantes intrínsecos a determinados processos. Dentre
eles:
Umidade excessiva, temperatura elevada,incidência de
radiação solar, ambientes ácidos e extremamente corrosivos
e também para lugares de difícil montagem e acesso para
manutenção preventiva e corretiva.

142
MEDIDOR DE NÍVEL E INTERFACE TIPO RADAR
DE ONDA GUIADA.

1º PARTE.

O medidor de nível e interface tipo “radar de onda guiada “ é


utilizado na industria de um modo geral, para suprir
necessidades de medição não possíveis anteriormente.
Embora muitas aplicações pareçam simples, elas demandam
um método de medição mais específico, visto que nos
referimos a produtos de baixa constante dielétrica,
armazenados em silos de diâmetro pequenos e grandes.
Outro fator que dificulta a medição é o formato do silo.

Com relação á medição de líquidos com interface dentro de


tanques, não é todo o radar de onda guiada que é indicado
para este trabalho. Alguns fornecedores já possuem a opção
de medição de interfaces muito bem desenvolvida, outros
nem tanto. Mas, mesmo assim, fornecem o seu produto e ele
acaba sendo aperfeiçoado e desenvolvido no próprio cliente.

Um fator que favorece a popularidade do radar onda guiada,


é o seu custo, mais econômico que o radar de antena
convencional, devido à sua eletrônica ser mais simplificada e
pelo fato de suas microondas ficarem concentradas na sua
haste ou cabo guia. O fato de que o radar de onda guiada
tenha um maior sucesso em aplicações em ambientes mais
exigentes ( indústrias cimenteiras, químicas, petroquímicas ),
em aplicações de condições realmente difíceis, tem feito dele
um medidor de nível muito confiável e preciso, sendo o
preferido em muitas indústrias com ambientes agressivos.

143
O radar de onda guiada pode inclusive ser montado em tubos
by pass, no caso de tanques, ou mesmo em tomadas, em
silos ou tanques já existentes. Ele é o medidor de nível ideal
para granulados, farinhas, agregados, cinzas e líquidos.

Seu funcionamento independe de fatores como temperatura,


pressão, densidade, gravidade específica, viscosidade,
mudança de controle dielétrica, etc. basta que a constante
dielétrica do produto a ser medido possua um valor mínimo.

A diferença básica entre o radar convencional de antena e o


radar de onda guiada, é que este último mantém suas
microondas focadas em sua haste/cabo em todo o
comprimento de sua medição num raio de apenas 6
polegadas, externamente à sua haste.

Dessa forma, ele demanda menos energia para detectar uma


provável superfície pois, devido suas microondas estarem
focalizadas em sua haste, elas não sofrem interferências
como as microondas do radar de antena que têm suas
microondas dissipadas por praticamente todo o interior do
tanque ou silo onde está instalado. Assim, o radar de onda
guiada detecta a superfície de um determinado produto com
mais facilidade, podendo executar sua medição com muito
mais rapidez, pois não tem que interpretar ecos falsos.

O radar de onda guiada chega a fazer dez leituras por


segundo devido à sua construção, permitindo que qualquer
mudança no nível possa ser avaliada pelo instrumento.

Com uma série de fatores positivos a seu favor, e,


principalmente pelo seu custo, o medidor de nível tipo radar
de onda guiada tem sido utilizado cada vez mais nas

144
industrias e, conseqüentemente, seu desenvolvimento por
parte dos fabricantes tem aumentado no intuito de melhorar
ainda mais a performance do instrumento.

MEDIDOR DE NIVEL E INTERFACE TIPO RADAR DE


ONDA GUIADA

Os primeiros medidores de nível e interface tipo radar de


onda guiada, surgiram no final dos anos 90, justamente para
suprir algumas deficiências do radar convencional de antena
tanto do tipo pulsos quanto FMCW.

Esse medidor mede o nível de um determinado produto de


um modo similar ao radar de antena tipo pulsos. Ele emite as
microondas e as recebe de volta após um intervalo de tempo.
Esse intervalo é o tempo de trânsito em que as microondas
foram emitidas e retornaram à eletrônica do instrumento após
refletirem na superfície do produto medido. A diferença está
em que essas microondas ou pulsos são direcionados e
focalizados através do cabo ou haste de medição e assim

145
seguem o trajeto do mesmo, daí vem o nome de onda
guiada, ou wave guide em inglês.

Esse tempo de trânsito avaliado pelo instrumento é


proporcional a distância que o invólucro do radar de onda
guiada está da superfície do nível, pois quanto maior for esta
distância, maior será o tempo de trânsito e menor será o nível
no silo ou no tanque de medição.

Na figura 1, torna-se fácil visualizar a medição da distância


realizada pelo medidor de nível e interface tipo “ radar de
onda guiada “. Ele mede o tempo de ida e volta dessas
microondas ou pulsos, divide-o por dois ( por tratar-se de ida
e volta ), multiplica-o pela velocidade de propagação do sinal
das microondas ( que é igual a velocidade da luz ), e assim
obtém a distância de medição da superfície do nível.

Juntamente com o valor de 0% de nível ( tanque ou silo vazio


de acordo com sua configuração ), ele calcula o nível do
reservatório de acordo com a figura 2.

146
Esse princípio de medição. Geralmente chamado de pulsos
guiados ou onda guiada, tem sua denominação técnica oficial
do inglês como sendo TDR (Time Domain Reflectometry)que
significa domínio do tempo através da reflexão.

O medidor de nível e interface tipo “ radar de onda guiada


“,por possuir este princípio de medição e por seus pulsos
serem guiados através de sua haste ou cabo, é altamente
independente do formato do tanque e de sues periféricos.
Devido a seus pulsos serem focados e direcionados, sua
potência é mantida ao longo do comprimento de sua haste ou
guia de onda, fator que garante que mesmo pequenas e
fracas reflexões provenientes de superfícies de produtos com
baixa constante dielétrica, sejam medidas com ótima
precisão.

A amplitude da reflexão na superfície do nível é proporcional


ao valor da constante dielétrica do produto a ser medido,
assim, quanto maior for a constante dielétrica maior será a
amplitude da reflexão dos pulsos na superfície do produto a
ser medido.

Esse princípio TDR de onda guiada foi utilizado anteriormente


ao surgimento do medidor de nível tipo radar de onda guiada,
durante muitos anos para a detecção de ruptura de cabos
elétricos subterrâneos e de difícil acesso. Quando os pulsos
transmitidos encontravam uma descontinuidade ocorria uma
mudança na impedância dos pulsos, detectando o local de
ruptura do cabo.

No caso do medidor de nível por onda guiada, ao encontrar


uma superfície de um determinado produto, acontece uma
mudança na impedância dos pulsos devido à mudança da
constante dielétrica do produto, que é diferente da constante
dielétrica do ar. Dessa maneira, é gerada a reflexão dos
pulsos no guia de onda bem no momento em que os pulsos
encontram a superfície do nível e, co isso, os pulsos
retornam à eletrônica do instrumento na sua impedância de

147
propagação e o mesmo pode, então, avaliar o tempo de
trânsito dos pulsos com a reflexão deles na superfície do
nível.

Apesar de todos os fornecedores deste medidor de nível


terem seus modelos específicos baseados no mesmo
princípio de funcionamento, muitos desses instrumentos
estão mais desenvolvidos para algumas aplicações. Alguns
possuem mais recursos em termos de software, vários são
apropriados para líquidos e sólidos, outros somente para
sólidos. Diversos deles desconsideram acúmulo de produto
na haste ou cabo guia de onda devido al líquido viscoso ou
sólido úmido, não interferindo na medição do nível. Alguns
deles medem corretamente o nível de produtos com
constantes dielétricas a partir de 1,3, outros a partir de 1,4,
outros somente a partir de 1,5 ou de valores menores ainda.

No início do desenvolvimento destes equipamentos foi muito


difícil conseguir medir o nível dos produtos com constantes
dielétricas abaixo de 1,8. a detecção do nível de produtos
com constantes dielétricas baixas foi melhorada tanto em
termos da eletrônica como também em termos de software e
hardware.

No que diz respeito aos diversos tipos de hastes distintas


existentes para os medidores tipo radar de onda guiada de
muitos fornecedores, cada um deles é apropriado para a
medição de nível de um determinado produto, ou
determinado tanque ou silo ( figura 3 ).

148
Cada haste tem sua particularidade e características
especiais, por exemplo, a haste mais recomendada para
medição de líquidos com constante dielétrica abaixo de 2,5 é
a haste/guia de onda tipo coaxial, enquanto que as
hastes/guias de onda tipo cabo rígido duplo e tipo cabo
flexível duplo, dependendo de outros detalhes da aplicação,
podem ou não ser recomendadas. As hastes/guias de onda
tipo cabo único flexível ou rígido não são recomendadas para
este tipo de aplicação.

Para a medição de interfaces ( líquido-líquido ) é


recomendada a utilização das hastes/guias de onda tipo
coaxial, cabo rígido duplo ou cabo flexível duplo, enquanto
que outros tipos de hastes não são recomendadas.

De qualquer forma, para a medição de interfaces, além da


haste/guia de onda correta, o instrumento tem que ser
especialmente destinado a esta aplicação, tanto em termos
de software como em termos de eletrônica, visto que esta
aplicação demanda muito mais do instrumento em termos de

149
detecção e avaliação do seu sistema que as outras
aplicações de medição de nível.
Além disso, é preciso que a diferença dielétrica entre os dois
líquidos da interface seja maior que 10Dk e que a constante
dielétrica do produto superior seja, no máximo, 10 Dk,
quando se utiliza a haste/guia de onda tipo coaxial, e, no
máximo, 5 Dk quando se utiliza a haste/guia de onda tipo
cabo duplo flexível ou rígido. Essa constante não deve variar,
ou seja, ela deve ser fixa, além de outros detalhes menos
importantes que devem ser observados durante o trabalho de
engenharia da aplicação.

Conforme o radar de onda guiada envia e recebe seus pulsos


guiados após a reflexão na superfície dos líquidos a serem
medidos, no caso da medição de interfaces, ele tem que
possuir um sistema de detecção e avaliação desses pulsos
recebidos, muito rápido e inteligente, uma vez que a distância
dos pulsos refletidos na superfície do nível e da interface é
bem próxima uma da outra e ambas superfícies variam o
tempo todo. Por isso, o radar de onda guiada tem de
distinguir rapidamente onde está a interface para estar
efetuando sua medição ( tudo isso em questão de
milisegundos ).

Os recursos de configuração para esses medidores tipo radar


de onda guiada também são muito bons, pois auxiliam o
instrumento a ser mais confiável de acordo com cada
processo, uma vez que possuem inúmeros parâmetros de
programação que, inseridos corretamente na memória do
instrumento, ajudam na sua lógica de detecção e avaliação
dos pulsos refletidos. Esses instrumentos geralmente são
configuráveis via calibrador portátil Haart, software amigável
proprietário em plataforma windows através de uma interface

150
de comunicação, alguns deles até via display local via
teclado.

A maioria desses instrumentos permite que o software


proprietário mostre todo o comportamento do perfil dos
pulsos dentro do tanque, o que possibilita visualizar o que
está ocorrendo, se a medição está correta ou não , qual a
amplitude da reflexão dos pulsos, existência de ecos, enfim,
inúmeros fatores que auxiliam também no controle do
medidor.

Ainda hoje, o tipo de sinal de saída mais utilizado nesses


controles é o 4-20 mA, no netanto, além da opção desses
medidores tipo radar de onda guiada com saída de 4-20 mA,
é possível também encontra-los com sinal de saída de 0-20
mA, com sinal de saída para protocolo de comunicação
FieldBus Foundation, ProfiBus PA, ModBus, Hart para
confuguração, etc.

A figura 4 mostra um exemplo de instalação do medidor tipo


radar de onda guiada em rede com protocolo ProfiBus PA

151
com outros instrumentos que está ligada a uma outra rede,
porém com o protocolo ProfiBus DP.

APLICAÇÕES EM MEDIÇÃO E CONTROLE DE


INTERFACE

A figura 5 mostra uma aplicação típica de medição e controle


de nível e interface, muito utilizada na industria petroquímica,
em tanques de separação de água e óleo. Esses recebem,
através de uma tubulação, água e óleo misturados que, ao
entrarem, são divididos formando uma interface. A função
deste sistema e justamente e separar água e óleo retirando-a
de dentro do tanque. Na figura 6 é possível visualizar o
comportamento dos pulsos guiados quando refletidos na
superfície do primeiro líquido, onde se encontra a medição do
nível e também na superfície do segundo líquido onde se
encontra a medição da interface.

152
O fluido superior é óleo com constante dielétrica no valor de 3
Dk não variável e o fluido inferior é água com constante
dielétrica no valor de 80 Dk. A temperatura dentro do tanque
é ambiente e, por isso, não há variação do valor da constante
dielétrica e a pressão interna no tanque está em torno de 2
bar. Esta aplicação possui requisitos de acordo para que o
radar de onda guiada possa realizar sua medição de nível e
interface corretamente, dentro dos padrões estabelecidos de
precisão, resolução e “repetibilidade”.

Os valores da constante dielétrica dos líquidos água/óleo


estão acima do valor mínimo necessário ( neste caso 1,6 ) e
a diferença do valor da constante dielétrica entre os dois
líquidos é maior que o valor mínimo requisitado que é de
10Dk ( 77 Dk de diferença, o que está muito bom ). O fluido
superior tem seu valor de constante dielétrica em 3 Dk e o
valor máximo estipulado é de 10 Dk, quando se utiliza o radar
de onda guiada com haste/guia de onda tipo coaxial. A altura
do tanque está em 5,50 m, que é ideal para a medição de
nível e interface com o radar com guia de onda tipo coaxial.
Com este tipo de haste/guia de onda, a altura de medição
total do nível ou comprimento total da haste/guia de onda não
deve ser superior a 6 metros.

153
O diâmetro do tanque é de 4 metros, o instrumento encontra-
se instalado mecanicamente a uma distância de 1 metro em
relação a parede do tanque, o que é ideal. O bocal( pescoço )
onde o radar de onda guiada está instalado possui 100mm, a
zona morta mínima obrigatória, pois o fabricante do mesmo
não aconselha a medição a partir do topo da flange. Este
instrumento terá todo o espaço de medição do tanque, de
acordo com sua instalação mecânica para fazer sua medição.
A única exceção é a zona morta inferior que é de 50mm, o
que não afetará o range de medição, uma vez que nessa
área inferior do tanque a quantidade de líquido é pequena e
não uniforme em termos de coluna.

A viscosidade do óleo é bem inferior a 500cSt, viscosidade


máxima permitida para este tipo de aplicação.

O instrumento usado nesta aplicação é um medidor de nível e


interface tipo radar de onda guiada com haste/guia de onda
tipo coaxial com comprimento de 5,60 m, alimentado com
tensão de 24 VDC e com sinal de saída de 4-20 mA CC no
mesmo par de fios empregados na alimentação obtidos em
série á tensão de 24 VDC.

Nesse tipo de aplicação, o medidor mede a interface ( nível


de água ), sabendo que existem dois produtos distintos
dentro do tanque, e enviará um sinal de 4-20mA CC
proporcional à interface para um controlador de loop
convencional. Esse controlador possui seu set-point ajustado
para interface em 0% de água dentro do tanque. Enquanto o
controlados receber o sinal do medidor de nível e interface
tipo radar de onda guiada, ele estará enviando seu sinal para
que o posicionador da válvula proporcional abra de modo que
a água seja separada do óleo. Este ciclo continua todo o
tempo neste tipo de processo.

154
No momento em que não existe interface, ou seja, a interface
está em 0% e o sinal do medidor da interface está e 4mA,
significa que só há óleo dentro do tanque, assim o controle
manterá a válvula proporcional fechada através do
posicionador. Este controle e bem simples, no entanto, sem
um medidor de interface preciso e eficaz, não há como
separar a água do óleo, o que é fundamental nesses tanques
de separação dentro de indústrias petroquímicas.

Ao longo do tempo, este tipo de medidor de nível e interface


tipo radar de onda guiada tem sido cada vez mais aplicado
nesses sistemas, pois devido a sua precisão e
funcionalidade, as empresas, principalmente as
petroquímicas, tem economizado muito dinheiro evitando
desperdício de óleo, que é o produto principal nesse caso.

155
MEDIDOR DE NÍVEL TIPO RADAR DE PULSOS.

Um medidor de nível tipo radar auxilia a industria a


conduzir sua medição de nível em processos que demandam
maior precisão, robustez e confiabilidade com muito mais
segurança. Dentre esses processos estão englobados os
reatores químicos que fazem a mistura de vários fluidos por
tempo determinado, com variações bruscas das
características do conteúdo liquido a ser medido. Ocorrem
também variações de pressão e temperatura do liquido,
assim como a atmosfera livre dentro do reator, pois em
muitos casos essa atmosfera livre de liquido, fica preenchida
com gases e vapores resultantes da reação.
Uma aplicação onde o radar é um dos poucos
medidores aprovados é a aplicação em tanques de
armazenamento para transferência de custódia, mesmo
assim, não é qualquer tipo de radar que é apropriado para
esta aplicação. O medidor de tipo radar apropriado para
transferência de custódia é um medidor com características
ainda mais especiais que os radares destinados a reatores
químicos, contudo esses radares também devem possuir
uma aprovação baseada em normas rígidas de teste do
mesmo. Um exemplo disso é a aprovação baseada na norma
OMIL R 85 e, por conseguinte, sua certificação válida para a
execução da medição em tanques para transferência de
custódia.

156
Outra aplicação bastante usual do medidor de nível
tipo radar esta nas colunas de destilação (figura 1). Eles são
instalados através de tubos bypass na lateral da coluna, uma
vez que não é possível o funcionamento correto do
instrumento se ele for instalado no topo dessa coluna. Dessa
forma, a coluna deve possuir o tubo bypass pré-
dimensionado para a instalação mecânica do medidor tipo
radar, assim o mesmo estará realizando a medição de
maneira correta, com a precisão conforme a especificação do
mesmo. Esta exigência se deve a falta de espaço no interior
das mesmas, pela presença de muitos itens internos nessas
colunas, o que não permite que o medidor de nível tipo radar
realize sua medição de maneira correta. Esses itens internos
geram falsos ecos de altas intensidades, impossíveis de
serem desconsiderados pela lógica de medição do
instrumento.
Quanto à mudança de intensidade devido à alteração
de temperatura e a presença de vapores na coluna, esses
fatores não tem influencia na medição de nível realizada pelo
radar.

157
Poucos fatores dificultam o funcionamento de um radar
para medição de nível. Um deles é o baixo valor de constante
dielétrica do liquido ou sólido a ser medido. A constante
dielétrica é o que permite que os pulsos da antena do radar
sejam refletidos na superfície do produto medido e retornem
para a mesma. Dessa forma, a célula do radar poderá avaliar
o tempo de retorno e enviar este sinal para o circuito
eletrônico digital, para que o mesmo faça o calculo de nível,
tudo isso em fração de milissegundos.
Na maioria das vezes, a constante dielétrica está
diretamente relacionada com a condutividade dos líquidos e
dos sólidos, ou seja, quanto menor a condutividade de um
determinado produto, menor será a constante dielétrica do
mesmo. Por isso, é necessário que o meio que esta sendo
medido pelo radar, tenha pelo menos uma constante
dielétrica mínima de 1,4 DK. Como os pulsos de um radar
são pulsos eletromagnéticos, eles dependem de um meio que
possua a prioridade de refleti-los como um retorno. Essa
prioridade vem a ser a constante dielétrica ou mesmo a
condutividade elétrica.
Um produto com constante dielétrica abaixo de 1,4,
que seja isolante, não deixará que os pulsos da antena do
radar sejam refletidos em sua superfície e retornem para a
antena, não permitindo assim que a medição/detecção via
radar seja realizada.
Outros fatores que dificultam a medição de nível com
medidores tipo radar são os próprios tipos de tanques,
reatores, silos vasos ou outros tipos d e aparatos utilizados
para armazenamento de líquidos ou sólidos, pois, na maioria
das vezes, estes reservatórios possuem objetos diversos em
sua parte interna, tipo do bocal de instalação em local
inapropriado e com altura não aconselhável para instalação
do radar, têm marcas de soldas, costuras nas paredes,
muitas vezes não dispõem de espaço físico suficiente para a

158
instalação do instrumento, enfim fatores mecânicos que
dificultam a medição de nível tipo radar.
Alem dos fatores referidos anteriormente, também
deve se dada uma atenção especial no momento de
instalação mecânica desses instrumentos, visto que, cada
passo da instalação deve ser respeitado de acordo as
especificações dos mesmos, para que a aplicação do radar
tenha sucesso.

MEDIDOR DE NÍVEL TIPO RADAR DE PULSOS

O primeiro medidor de pulsos tipo radar foi fabricado


nos anos 70. Ele era um radar do tipo FMCW (Onda Continua
de Freqüência Modulada). Este radar era utilizado para medir
o nível de petróleo em grandes tanques de armazenamento.
Mais tarde com o desenvolvimento desse tipo de
instrumento para medição de nível, esses radares
começaram a tornar-se mais freqüentes em tanques de
armazenamento diversos a partir da mesma metade da
década de 80. Mesmo assim, eles eram instrumentos muito
caros, altamente precisos e utilizados, na grande maioria,
para medição fiscal de nível de petróleo. Somente no final
dos anos 80 os medidores de nível tipo radar de onda
pulsada para processos industriais generalizados começaram
a aparecer.
A partir de 1997 o medidor de nível tipo radar tornou-se
um instrumento de medição de processo mais popular e
conhecido no mundo da instrumentação. Desde então, a
evolução desta tecnologia não parou e, por conta disso, nos
dias de hoje é possível encontrar diversos tipos de radares,
específicos para aplicações distintas, de diversos fabricantes,
com aprovações diversas, com preços muito mais
competitivos do que no passado.

159
O medidor de nível tipo radar FMCW mede o nível de
um liquido ou sólido através do diferencial de tempo entra a
freqüência transmitida e a recebida. Assim, após o calculo
deste diferencial de tempo, é possível determinar a distância
de tempo, é possível determinar a distancia da superfície do
conteúdo medido e, com a configuração dos parâmetros do
instrumento, ele fornecera o valor do nível medido. Este tipo
de radar FMCW entende que quanto maior for este diferencial
de tempo, menor será o valor do nível dentro do tanque ou
silo, portanto o nível está inversamente proporcional ao
diferencial de tempo.
O medidor de nível tipo radar de onda pulsada
(pulsos), mede o tempo diretamente, ou seja, o tempo de

160
viagem dos pulsos desde sua emissão até a recepção dos
mesmos pela antena. Este tempo de viajem é proporcional à
distancia da superfície do produto medido e inversamente
proporcional ao nível, pois quanto menor for este tempo de
viagem dos pulsos, mais próxima da antena do radar está a
superfície do produto medido.
Na (figura 2) é possível visualizar o principio de medição
do medidor de nível tipo radar de pulsos com o respectivo
calculo que o medidor realiza em sua programação, onde:
- C = Velocidade de propagação no processo;
- V = Velocidade;
- S = Distancia;
- T = Tempo.

A figura 3 ilustra a ida e o retorno dos pulsos do radar,


por isso o radar de onda pulsada mede a distancia baseada
na medição direta do tempo de viagem das microondas
pulsadas transmitidas pela antena e refletidas pela superfície
do produto que está sendo medido no momento. Como o
radar de pulso faz a medição baseada diretamente no tempo,
ele não precisa converter e analisar a freqüência de emissão
e recepção para então através do diferencial de tempo destas
freqüências, avaliar a medição do nível conforme o radar

161
FMCW. Dessa forma, o tempo de viagem dos pulsos para
uma distancia de alguns poucos metros do radar pulsado, é
obtido em poucos nanossegundos.
Umas das vantagens principais do radar pulsado com
relação ao radar FMCW, é que ele não precisa de mais
tempo para estar analisando as freqüências de emissão e
recepção das microondas pulsadas em tempos distintos, ou
seja, executa uma tarefa por vez, enquanto o radar FMCW
executa todas as tarefas de uma só vez, necessitando de
mais tempo para analisar a medição, pois ele emite e recebe
as microondas ao mesmo tempo. Por isso, ele demanda um
tempo adicional para avaliar a freqüência recebida, outro
tempo para avaliar o diferencial dessa freqüência em relação
à freqüência emitida e ainda mais tempo para chegar no seu
resultado final, que é medição de nível.
Em um reator químico, por exemplo, onde é comum a
presença de um agitador de três ou quatro pás, que trabalha
em alta rotação e possui também supertinas, quebra-ondas e
outros objetos internos, a mudança de nível ocorre
rapidamente, o tempo todo. Para o radar de pulsos, a tarefa
dessa medição é realizada de uma maneira muito mais fácil e
rápida, enquanto que o radar FMCW leva muito mais tempo
analisando a freqüência de retorno, devido ao grande número
de interferências dentro do reator, levando mais tempo
também para as outras analises, até que possa estar
avaliando finalmente o nível. Dessa forma, muitas vezes
quando ele está indicando um valor de nível, este valor, na
verdade, já não é mais o mesmo, devido ao tempo que o
instrumento levou para analisar todos os seus valores
obtidos. Veja figura 4.

162
O medidor de nível tipo radar de pulsos é um
instrumento que não entra em contato com o produto a ser
medido, não possui partes móveis e sua medição não é
afetada por mudanças de pressão, temperatura ou mesmo
pela composição de gases e vapores dentro do tanque. A
precisão de sua medição é incontestável, pois a mudança de
fatores físicos do produto a ser medido, tais como:
densidade, condutividade e constante dielétrica não afetam
sua precisão.
Como sua configuração é muito simples (via menu
ilustrativo), não é necessário encher e esvaziar o tanque ou o
silo durante o seu comissionamento. Ele permite simulação,
linearização de pontos para compensação do volume em
casos de tanques, silos ou vasos em formatos diferenciados
onde a porcentagem do nível em altura não é a mesma que a
porcentagem em volume.
Ele permite, através de um software proprietário e de
fácil utilização, que o usuário possa analisar exatamente o

163
comportamento do produto dentro do tanque ou silo, como
também o comportamento da medição, ou seja, permite ao
usuário visualizar exatamente o que está acontecendo e se a
medição está confiável ou não. Ele gera uma curva de eco
que mostra toda a situação no momento da medição, no caso
de interferências geradas por objetos mecânicos presentes
no interior do reservatório. Dependendo da interferência, ela
poderá ser desconsiderada pela programação dos ecos
falsos na curva do eco master. No entanto, se esta
interferência for de grande porte ou mesmo se houver muitas
interferências visualizadas na curva de eco do medidor, o
melhor a fazer é mudar a posição de instalação do
equipamento, ou seja, reinstala-lo mecanicamente em outra
parte do reservatório.
Esse radar mantém os parâmetros de ajuste salvos,
mesmo que desligado por longos períodos, inclusive em caso
de blackout de energia, pois assim, no restabelecimento da
energia, ele não necessita de reajustes dos parâmetros
aumentando a segurança da planta industrial onde está
instalado.
Seu custo de manutenção é muito reduzido em
comparação com os outros métodos de medição de nível,
uma vez que ele é quase zero. Seu tempo de operação sem
interrupção para inspeções também é maior, pois ele é um
instrumento isento de partes móveis.

164
O custo para instalação mecânica e elétrica é muito
baixo, fazendo deste medidor/transmissor de nível um dos
mais versáteis do mercado, com maior funcionabilidade,
menor tempo de manutenção, baixo consumo de energia ( no
caso de instrumentos a 2 fios). Além disso, é um instrumento
que oferece um alto índice de segurança a planta onde está
instalado bem como ao pessoal que nela está presente.
A figura 5 mostra a instalação típica do medidor de nível tipo
radar, onde:

E = distância total desde o flange até o ponto máximo que o


tanque poderá ficar vazio.

D = distância medida entre o flange até a superfície do


líquido.

F = range de medição total, 0 a 100% do nível.

L = nível de líquido do tanque.

O nível L é obtido através do seguinte cálculo:

165
L=E–D

A figura 6 exibe outros tipos de instalação típicas do radar


sendo, da esquerda para a direita:
Tanque de armazenamento ( superfície do líquido calma ),
tanque de processo ( superfície do líquido agitada ), tanque
de processo com agitador (superfície do líquido muito
agitada), instalação em tubo de metal vazado, instalação em
tubo by pass na lateral do tanque.

O medidor de nível tipo radar de pulsos é constituído


basicamente de uma antena, invólucro, célula geradora de
pulsos, unidade eletrônica de transmissão e recepção dos
pulsos e uma unidade eletrônica máster. De acordo com o
tempo medido, a unidade eletrônica máster saberá qual é a
distância da superfície do produto que está sendo medido.
Geralmente, esta unidade eletrônica máster possui
indicador/local para visualização do nível do tanque onde o
medidor está instalado no próprio campo. Há casos em que
não existe indicador local exatamente no frontal do
instrumento, uma vez que ele está instalado remotamente

166
( algumas vezes embaixo do tanque ou silo, quando os
mesmos são muito altos).

Existem situações onde o indicador está instalado dentro de


uma sala ou painel próximos ao local onde o medidor está
instalado. Há casos, ainda, onde não se utiliza esta indicação
em outro local a não ser na sala de operação.Nesses existe
apenas a necessidade da indicação do nível no software de
supervisão e operação de processos e em nenhum outro
local adicional. Esta indicação do nível torna-se possível
através de utilização de um sinal de saída de 4 a 20 mA que
o instrumento possui exatamente para essas situações de
indicação remota via sala de operação.
A opção com ou sem indicação de nível no campo é definida
pelo próprio cliente quando o mesmo específica o
instrumento para a compra.
O sinal padrão de saída 4-20 mA do instrumento é ligado
fisicamente através de cabos ao cartão do hardware do
cliente, seja ele um CLP, um sistema SCADA, um DCS, um
indicador de painel, etc. A vantagem é que o instrumento já
possui um sinal de saída padrão, seja ele 4-20 mA, Profibus
PA, Fieldbus Foundation e ao mesmo tempo HART, que é
uma característica standard do instrumento. Assim, ele ainda
tem esta versatilidade de possuir um indicador local ou
remoto em casos necessários e ao mesmo tempo a indicação
máster na sala de controle, ou ainda não possuir nenhuma
indicação no campo e apenas na sala de controle.

O medidor de nível tipo radar além de possuir inúmeras


vantagens, também é considerado um instrumento muito
robusto, uma vez que pode ser utilizado para processos com
temperatura de até 400 graus Celsius e 160 bar de pressão.

167
VANTAGENS DO MEDIDOR DE NIVEL TIPO RADAR.

- Alta precisão tais como: 0,1 % span, 5mm, 4mm, 3mm,


2mm e 1 mm dependendo do tipode radar e do fabricante do
mesmo;
- Alta confiabilidade;
- Altamente seguro em comparação com outros
métodos de medição;
- Altamente resistente contra abrasão química, gases,
vapores, pressão alta, etc.;
- Aprovado para inúmeros casos de aplicações que
requerem testes mais complexos como: medição fiscal de
petróleo, de cerveja, de nível em navios, etc.;
- Indicado para os processos mais complexos dentro de
qualquer segmento industrial;
- Possui configuração simples para software de
parametrização;
- Possui eletrônica avançada;
- Possui tipos de antenas diversificadas para aplicações
distintas.

DADOS NECESSÁRIOS PARA A SELEÇÃO DO RADAR


CORRETO PARA MEDIÇÃO DE NIVEL.

- Pressão e temperatura do processo;

- Constante dielétrica do produto a ser medido;

- Compatibilidade do produto a ser medido com o


material da antena do instrumento e demais partes molhadas;

- Diâmetro do bocal de instalação, altura do bocal;

168
- Range de medição;

- Precisão da medição requerida pelo processo;

- Em caso de instalação em tubo By pass verificar


sempre o diâmetro interno.

Atenção: Se a constante dielétrica do produto a ser medido


for menor que 1,4 não se recomenda a utilização deste
medidor.

APLICAÇÕES

O medidor de nível tipo radar encontra-se hoje numa posição


inigualável, pois ele é considerado o instrumento com maior
aplicabilidade dentro de todos os seguimentos da industria.
Desde a industria alimentícia até a petroquímica, ele se
destaca por sua precisão, confiabilidade e versatilidade. A
figura 7 mostra um exemplo de aplicação.

169
A aplicação referida na figura 8 é mais complexa visto que,
além da medição de nível com precisão de 1mm realizada
por um medidor de nível tipo radar de pulsos aprovado para
medição fiscal de acordo com a norma OIML R 85, também
necessita de medição de temperatura média e pressão
hidrostática de acordo com as normas da API.

170
A aplicação de amoníaco ( figura 9 ) assegura o controle de
nível do mesmo com uma confiabilidade de 100%, pois este
controle de nível é que garante o funcionamento correto do
catalizador DeNox da planta. Nesta aplicação o radar de
pulsos foi escolhido como único instrumento 100% confiável e
seguro, devido aos seguintes fatores:

- Líquido: amoníaco com 100 % de concentração,


altamente corrosivo e abrasivo;
- Antena com sistema a prova de gás 100 % segura, oq
eu não permite nenhum contato do gás amoníaco com a
atmosfera e nem com a eletrônica do instrumento;
- Medição altamente precisa ao longo de todo período
de operação com confiabilidade de 100 %.

Supressão de Zero

Para maior facilidade de manutenção e acesso ao


instrumento , muitas vezes o transmissor é instalado abaixo
do tanque. Outras vezes a falta de plataforma fixadora em
torno de um tanque elevado resulta na instalação de um

171
instrumento em um plano situado em nível inferior à tomada
de impulso, se o problema não for contornado, o transmissor
indicaria um nível superior ao real.

Elevação de Zero

Quando o fluido do processo possuir alta viscosidade, ou


quando o fluído se condensa nas tubulações de impulso, ou
ainda no caso do fluído ser corrosivo, devemos utilizar um
sistema de selagem nas tubulações de impulso, das câmaras
de baixa e alta pressão do transmissor de nível. Selam-se
então ambas as tubulações de impulso, bem como as
câmaras do instrumento.

Na figura abaixo, apresenta-se um sistema de medição de


nível com selagem, no qual deve ser feita a elevação, que
consiste em anular-se a pressão da coluna líquida na
tubulação de pulso da câmara de baixa pressão do
transmissor de nível.

172
173

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