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Revisão Textual:
Prof. Me. Luciano Vieira Francisco
Sistema Muscular e Esquelético
com Ênfase no Eixo Axial
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Aprender sobre estruturas anatômicas que compõem o sistema ósseo e muscular do
esqueleto axial.
UNIDADE Sistema Muscular e Esquelético
com Ênfase no Eixo Axial
Conceitos Introdutórios
sobre o Sistema Esquelético
Iniciaremos o nosso estudo sobre o fantástico corpo humano com o sistema esquelético.
Composto por 206 ossos, o esqueleto humano é responsável por sustentar nossa pos-
tura, permitir a locomoção, movimentação além de oferecer suporte, abrigo e proteção
para órgãos importantes como, por exemplo, o crânio, que abriga e protege o encéfalo e
a órbita que abriga e protege a maior parte do globo ocular; vale ainda destacar a impor-
tância do conhecimento destes dois órgãos para o optometrista.
Do ponto de vista histológico, o tecido ósseo é composto por três tipos celulares:
osteoclastos, osteoblastos e osteócitos. Os osteócitos são células responsáveis pela com-
posição interna da matriz óssea. Os osteoblastos possuem a responsabilidade de realizar
a síntese da matriz óssea e podem armazenar fosfato de cálcio e tornar-se parte da
mineralização da matriz. Já os osteoclastos são células móveis, multinucleadas e com
ramos extensos, envolvidos no processo de reabsorção e remodelação do tecido ósseo,
digerindo a matriz óssea e sintetizando novos componentes orgânicos, essenciais para a
homeostase do cálcio e integridade óssea.
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Do ponto de vista macroscópico, podemos classificar os ossos em densos ou espon-
josos. Os ossos do tipo denso são constituídos por peças sólidas, já os esponjosos pos-
suem estruturas constituintes semelhantes a feixes de camadas trabeculares. Em ossos
classificados como longos possuem sua extremidade, denominada epífise, há uma fina
camada de osso compacto que recobre a superfície óssea esponjosa. E na sua parte
alongada e cilíndrica, denominada diáfise, a cavidade esponjosa do osso é ocupada
pela medula óssea. A medula óssea é de fundamental importância para a formação de
células sanguíneas.
Outro modo de classificar os ossos é de acordo com a sua forma em curtos, que
possuem eixo curto e formato irregular; longos, cujo comprimento excede a largura;
planos, que geralmente são curvos e formados por placas planas excelentes para a
fixação muscular; irregulares, que possuem formato diferenciado sem regularidade; e
sesamoides, que são ossos pequenos e arredondados que ficam localizados próximos à
articulação. Observe a Figura a seguir e veja os tipos de ossos classificados de acordo
com a sua forma:
De maneira geral, o esqueleto é formado por 206 ossos, de modo que cada osso
recebe uma nomenclatura com características específicas, tais como acidentes anatô-
micos, por exemplo. Dividimos o esqueleto em 2 regiões: apendicular, composta por
membros inferiores (62 ossos) e superiores (64 ossos); e axial, composto pelo crânio,
a coluna vertebral, as costelas e o esterno. Nesta Unidade focaremos o eixo axial e os
ossos do crânio justamente pela importância e relação direta com a visão. Veja, na
Figura a seguir, a divisão do esqueleto em axial – representado por amarelo – e apen-
dicular – representado por branco:
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Ossos do Crânio
O crânio possui funções extremamente importantes. São seus ossos e a forma em
que se articulam que garante a proteção e o abrigo de órgãos vitais como o cérebro e de
órgãos sensoriais como os olhos e ouvidos. Além disso, os ossos da face servem como
pontos de fixação de músculos para a mímica facial, ao processo de mastigação e à
articulação da fala e movimentação da cabeça.
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» Ímpares: Vômer, mandíbula;
» Pares: Conchas nasais, ossos nasais, maxilares, palatinos, zogomáticos, lacrimais.
Você Sabia?
A sinusite é uma inflamação que afeta a mucosa das cavidades denominadas seios
paranasais e presentes nos ossos da face. Esta inflamação pode ser provocada por
uma infecção ou até mesmo por quadros alérgicos. É muito importante para você,
optometrista, saber sobre este assunto, pois casos de sinusites crônicas ou que não
respondem ao tratamento devem ser avaliadas com cautela pela chance de se desen-
volver complicações oculares como a celulite orbitária.
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Figura 5 – Vista lateral do crânio
Fonte: NETTER, 2019
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Órbita
Sem dúvida, este é um dos tópicos mais importantes desta Unidade, pois a órbita é a
estrutura que garante o abrigo e a proteção para a maior parte do globo ocular. É uma
cavidade cuja formação óssea depende de 7 ossos cranianos e faciais, os quais formam
um canal piramidal que possui grande abertura anterior, enquanto na porção posterior
possui fissuras que conectam o olho com o encéfalo.
Os ossos cranianos que formam a órbita são: frontal, esfenoide e etmoide. E da face
para compor a órbita são: palatino, zigomático, lacrimal e maxila.
Importante!
Por ser uma estrutura que possui um formato piramidal, a órbita é dividida em paredes,
a saber:
• Superior: Formada por partes dos ossos frontal e esfenoide;
• Inferior: Formada por partes dos ossos da maxila, do palatino e zigomático;
• Lateral: Formada por parte do zigomático e esfenoide;
• Medial: Formada por parte da maxila, etmoide, esfenoide e lacrimal.
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Quadro 1
Forame
Nervo e artéria zigomaticofacial.
zigomaticofacial
Fissura orbitária inferior Ramo maxilar do nervo trigêmeo, nervo zigomático, vasos infraorbitais.
Forame etmoidal
Nervos e vasos etmoidais.
anterior e posterior
Nas figuras a seguir, veja a interação das estruturas e como os nervos e vasos se
relacionam com as fissuras, forames e canais. É muito importante para você perceber
este contato íntimo e a partir daí entender melhor a função dos acidentes anatômicos e a
necessidade de cada componente orbitário ser tão complexo e com tanta particularidade.
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Figura 11 – Nervos orbitários
Fonte: NETTER, 2019
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Você Sabia?
As patologias que afetam a órbita são de difícil diagnóstico e, consequentemente, de
difícil tratamento. Nesta região podem ocorrer fraturas (blow), processos inflamatórios
infecciosos ou não, tumores etc., que podem se manifestar como sinais e sintomas de
baixa acuidade visual, edema e hematoma em torno do olho, alterações pupilares, dor,
alterações de movimentação e posicionamento ocular. Fique atento(a) a estes casos e
encaminhe o mais rápido possível ao especialista.
Vamos Praticar?
Nomeie os ossos demarcados na Figura 13;
Na Figura 14, qual é o nome da estrutura em verde, apontada pela seta?
A estrutura apontada pela seta na Figura 15 é o processo zigomático de qual osso?
Qual é o nome do osso em verde apontado pela seta na Figura 16?
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Figura 16 – Órbita
Fonte: Reprodução
Coluna Vertebral
A coluna vertebral é outro componente do esqueleto axial. É composta por vários
ossos denominados vértebras e que são posicionados anexos empilhados umas às ou-
tras. O resultado deste empilhamento de vértebras garante a posição ortostática (de pé)
e movimentos como os de girar o tronco, mover para frente, para os lados e para trás.
A estes movimentos damos os nomes de rotação, flexão anterior, flexão lateral e
extensão, respectivamente.
Como função, a coluna vertebral exerce importante e fundamental trabalho de pro-
teger e abrigar a medula espinal, servindo de fixação posterior para as costelas e susten-
tando a cabeça.
O total de vértebras da coluna sofre modificação se compararmos o feto com o adulto:
o feto possui 33 vértebras e o adulto 26, de modo que esta diferença se dá devido ao fato
de que no adulto as vértebras das regiões sacrais e coccígeas se fundem ao nascimento,
tornando-se uma só. Encontramos, no adulto, a seguinte distribuição:
• 7 vértebras cervicais;
• 12 vértebras torácicas;
• 5 vértebras lombares;
• 1 sacro;
• 1 cóccix.
Outro aspecto importante que você deve saber é sobre as curvaturas fisiológicas da
coluna vertebral, que também sofrem alterações quando comparadas ao feto, este que
possui somente curvatura única em cifose.
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Existe diferença também quanto à mobilidade de cada região vertebral, de modo que
as vértebras das regiões lombares e cervicais possuem maior mobilidade se comparadas
às vértebras torácicas e estas possuem maior mobilidade se comparadas às sacrais.
Você Sabia?
Existem alterações de posicionamento da coluna que são provocadas por complicações
oculares. É o caso da Posição Viciosa de Cabeça (PVC) por estrabismo e altos astig-
matismos, no qual o desalinhamento ocular provoca inclinação e rotação da cabeça,
alterando o posicionamento fisiológico da coluna cervical e trazendo uma demanda
postural inadequada ao portador do distúrbio. Tudo isto acontece na tentativa de se
corrigir a disfunção ocular. Disponível em: https://bit.ly/2P51P2e
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Vértebras Cervicais
São um total de 7, denominadas rotineiramente de C1, C2, C3, C4, C5, C6 e C7,
sendo que a C1 também recebe o nome de Atlas e a C2 de Áxis, sendo consideradas
vértebras atípicas por apresentarem características únicas. As vértebras de C3 a C6 pos-
suem, na região posterior, proeminência óssea denominada como processo espinhoso
de forma bífida (dividido em duas partes).
Os forames das vértebras cervicais são dispostos em três quantidades e servem para
a passagem da medula e de transversais à passagem de vasos e nervos. Nesta região
os discos intervertebrais são menores e mais finos. A vértebra Atlas (C1) não possui
processos espinhosos ou corpo vertebral, de modo que nela encontramos massas late-
rais para articulares com o crânio. A vértebra Áxis (C2) possui corpo e é a única que
tem um dente (processo odontoide) que se articula à C1. Veja, na Figura a seguir, as
estruturas características das vértebras cervicais:
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Vértebras Torácicas
As vértebras da região torácica são maiores se comparadas às cervicais, porém, menores
se comparadas às lombares.
Totalizam 12 vértebras no eixo torácico, além de em seu forame vertebral abrigar
a medula espinal, na porção posterior possui estrutura denominada fóvea ou facetas
costais, servindo como ponto de fixação para as costelas, que se movimentam acompa-
nhando a expansão do tórax na respiração. Observe as características e estruturas das
vértebras torácicas na Figura a seguir:
Vértebras Lombares
São as vértebras maiores e mais resistentes da coluna vertebral. Por receberem maior
impacto, consequentemente são as que apresentam lesões com maior frequência.
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Sacro e Cóccix
De formato triangular, conforme visto anteriormente, o osso do sacro é formado
pela fusão de 5 vértebras (S1, S2, S3, S4 e S5). De acordo com Tortora e Derrickson
(2019), esta fusão está completa em torno de 30 anos de idade e se inicia entre 16 e 18
anos. Possuem em cada nível os forames sacrais que servem para a passagem de vasos
e nervos púbicos.
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As paralisias musculares por sequelas neurológicas podem afetar os músculos que movi-
mentam os olhos de forma isolada ou em grupo; da mesma forma, músculos envolvidos na
mímica e expressões faciais também podem ser afetados. É necessário conhecer cada um
deles, a sua inervação e função para realizar o diagnóstico diferencial, pois podem alterar o
movimento de convergir os olhos, de levantar as pálpebras e a sobrancelha.
O olho possui músculos motores que são envolvidos na movimentação ocular: o reto
lateral, reto medial, reto superior, reto inferior, oblíquo superior e oblíquo superior – re-
presentados na Figura 23:
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Além dos oculomotores, temos músculos extraoculares tais como os descritos na
Tabela a seguir:
Tabela 1
Músculo Origem Inserção Ação Inervação
Corrugador do Extremidade medial dos ar- Traciona no sentido ínfe-
Pele acima da margem
cos superciliares, fibras do ro-anterior (franze a pele Nervo facial VII.
supercíclio média supraorbital.
músculo orbicular dos olhos. da fronte).
Levantador da Região inferior da asa menor Placa tarsal e pele da
Levanta a pálpebra superior. Nervo oculomotor III.
pálpebra superior do esfenoide. pálpebra superior.
Parte orbital: fecha as pál-
Parte nasal do osso frontal, Pele da região orbital, pebras com firmeza.
processo frontal da maxila, rafe palpebral lateral, Parte palpebral: fecha as
Orbicular do olho ligamento palpebral medial, placas tarsais superior pálpebras suavemente.
Nervo facial VII.
osso lacrimal. e inferior. Parte palpebral profunda:
comprime o saco lacrimal.
Fonte: Adaptada de MARTINI; TIMMONS; TALLITSCH, 2009
Observe, nas seguintes figuras, a localização dos músculos citados e veja os outros
principais músculos do eixo axial – cabeça:
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Estrutura e Função do Esqueleto
https://bit.ly/3tyjqyC
Estrutura Microscópica do Osso – O Sistema Haversiano
https://bit.ly/3n2WzZm
Leitura
Fratura Isolada de Parede Medial da Órbita Associada à Redução
Importante de Movimentação Ocular - Relato de Caso
https://bit.ly/32rQ09g
Torcicolo. Posição Viciosa de Cabeça
https://bit.ly/3n97HEo
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Referências
MARTINI, F.; TIMMONS, M.; TALLITSCH, R. Anatomia humana. Porto Alegre, RS:
[s.n.], 2009.
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