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Contexto/anotação gerais:

Economia circular depende de uma visão do todo, pensar da extração da matéria prima ao
tratamento dos resíduos, e não projetar somete aquele trecho no meio da venda à compra.

“Será que estamos protegendo o meio ambiente se destruirmos menos?” Michael Braungart

“Em 2050, podemos ter mais plástico do que peixe nos oceanos” Broliato, Guilherme (2017)

Muito do que foi falado na aula é sobre logística reversa e/ou ecossistemas de negócio. Isso é
algo que precisa de profundidade a nível de projeto de produto, pra projetar algo que faça
sentido econômico ter uma logística reversa ou um reaproveitamento por parceiros. Mas senti
que o foco foi muito algo em embalagens.

Me parece que economia circular só funcionaria direito com uma plataforma governamental
que fizesse o retorno e cobrasse isso com o imposto, ou exigisse isso das empresas. Retornar
produtos só funciona para alguns tipos de modelo de negócio. O que poderia ser feito é a
própria plataforma de separação da coleta e prestar serviços pros governos/empresas. Isso
exigiria uma colaboração muito grande, que só emerge em casos bem específicos.

Um ponto interessante que a professora falou é que também não adianta o setor público criar
uma lei impossível de cumprir, por isso a criação colaborativa conjunta com o setor privada é
super relevante.

Na parte 4 da aula 2 a professora fala do papel do consumidor, em “inspirar” ele a participar. É


importante fazer conscientização, mas é importante que gere recurso pra ele ou economia.
“inspirar para fazer a diferença” me parece só uma forma de terceirizar a responsabilidade das
empresas e governos. É necessário que haja um sistema de coleta e separação por parte das
empresas/estado, ou incentivos econômicos para adoção de produtos retornáveis.
Nos negócios:
Precisamos pensar em negócios “à prova de futuro”, levando em consideração os fatores que
são necessários para que ele possa sobreviver sem os recursos.

Economia circular é a junção da atuação de todos os players de mercado: fabricantes,


consumidores e governos. Sem a atuação conjunta dos três, apenas um deles não consegue
fazer muita coisa sozinho (os governos precisam criar os movimentos, se não o mercado e as
pessoas que não vão).

Para economia circular funcionar, é preciso ter escala, reprodutibilidade. É preciso criar toda
cadeia produtiva. Se não tem escala, é preciso ter cooperatividade, pra, no final ser de grande
escala.

“Todo produto que a gente desenvolve hoje, a gente já tem que pensar no seu ciclo reverso”

Algumas diretrizes interessantes na hora de pensar produtos/empresas:

1. uso otimizado das matérias-primas nas cadeias de produção existentes, levando à redução
de demanda por materiais primários;

2. quando novas matérias-primas forem requeridas, a preferência será dada àquelas


produzidas sustentavelmente, renováveis e amplamente disponíveis;

3. desenvolvimento de métodos de produção e design de produtos inovadores e promoção de


novas formas de consumo.
Fazer uma mudança de interesse no modelo de negócio pode ser algo interessante para
melhorar os incentivos: fazer modelos de negócios que transformam produtos em serviços
passa o interesse de produzir um produto mais durável pro prestador de serviços: Uma
máquina de lavar que vá junto do contrato de aquisição de um serviço, vai ser interesse do
prestador que a máquina dure muito, pra ficar recebendo pelo serviço por muito tempo e
reduzindo os custos e aumentando o lucro.

Os livros do Manzini são muito melhores e mais profundos em todos os aspectos que a
professora traz na aula.

É mais interessante, no ponto de vista da economia circular, focar menos nas soluções
tecnológicas (pq elas provavelmente já existem), mas nas soluções de mercado. É mais
interessante focar em parcerias que tornem viável economicamente, implementar parcerias
de grande porte. É quase sempre necessário pensar em ecossistemas de negócios (Vale
fazendo tijolo de rejeito de mineração, em vez de deixar nas barragens).

Outra coisa, nesse sentido, é que não adianta ter sensores em tudo, pra rastrear o lixo e o
retorno, se nada for feito com esses dados.

“A tecnologia sozinha não traz a solução; precisamos criar as conexões inusitadas, vários
setores trabalhando juntos para trazer novas regras, novos valores e um novo equilíbrio
econômico”
Na política:
A união Europeia está, desde 2015, implementando leis e melhorias no formato de um plano
de ação circular (documentos na pasta), em cima dessas metas:

Fonte: Ellen Macarthur Foundation


“It’s clear we need a systemic change. So, let’s talk solutions. While it’s crucial to focus on
renewable energy, energy efficiency and avoiding deforestation, we must also consider the
vast potential of the circular economy” Patricia Spinoza. Além das metas definidas no acordo
de parís, a economia circular pode ser um grande acelerador para sustentabilidade.

A professora fala de simbiose empresarial, pode ser um conceito interessante, no sentido


resíduos de uma ser a matéria prima de outra. Parece um conceito meio besta, mas pode ser
interessante de explorar mais a fundo.

Questões urbanas para melhorar: O documentário urbanized traz pontos de vista muito bons
sobre os pontos abaixo. Toda parte 2 e 3 da aula 3 é sobre esses aspectos. Várias reflexões
interessantes.

 Mobilidade
 Serviços de infraestrutura
 Segregação espacial
 Acesso a moradia
 Saneamento básico
 Meio ambiente
 Gestão de resíduo

“às vezes falamos de desastres naturais, mas quando desastres naturais são causados por não
respeitar as áreas de preservação, causados pela canalização ou desvio de rios ... os desastres
não são naturais, eles são construídos”.

Quando o processo de urbanização desconsidera a demanda das pessoas de baixa renda, e


essas acabam ocupando áreas sem “valor econômico”, como áreas de preservação ambiental
ao redor de córregos e rios, acaba virando o cachorro que morde o próprio rabo.
No Mercado de trabalho:
Implementação
Motivações para transição
 Missão (empresa já nasce com isso)
 Riscos (algum fator externo obriga a ir pra esse lado)
 Oportunidade (se enxerga algo que pode gerar lucro)

4 fatores principais para implementação de uma economia


realmente circular:
 Tecnologia
 Escala
 Parcerias
 Percepção de valor

8 passos para transição:

 Educação: Uma nova economia precisa de uma nova educação, voltada a desenvolver
certas competências dos alunos: pensamento sistêmico, multi-perspectiva, design
circular, cooperatividade, multidisciplinaridade.
 Investimento/financiamento: Sem dinheiro, não se faz negócios. Tem instituições
financeiras já fazendo esses fundos, mas é algo bem incipiente. A professora dá
exemplos de fundos nacionais e internacionais.
 Políticas públicas:
o Suécia deu isenção de impostos para quem repara seus bens, em vez de
comprar novos. Precisa de algo muito maior.
o Modelos de negócio B2Gov que as licitações incluíssem esse pré-requisito de
uma economia circular pode ser uma maneira sem mudar a legislação pra criar
os incentivos necessários.
o Na américa latina, o Chile é o primeiro país a ter a nível de legislação, com uma
lei de responsabilidade estendida do produtor.
 Comunicação: Venda básica – precisa convencer as pessoas que é bom o suficiente pra
valer o investimento. Os esforços de normatização é bem relevante, pq fica mais fácil
de aplicar na indústria, com 3 etapas básicas – definição, modelos de negócios e
mensuração.
 Colaboração: Não tem como haver economia circular sem ter colaboração,
principalmente quando se trata de empresas. Instituições e grandes ações de grupos
são muito relevantes.
o Plataformas: Plataformas como o PACE (Plataform for Accelerating the
Circular Economy, gerido pelo world Economic forum) dão os incentivos,
segurança e criam os ecossistemas para iniciativas circulares tomarem forma.
Várias empresas entram e colaboram com a criação de soluções unificadas. Na
américa latina existe o Circular Economy Plataform, já no brasil, está
começando o Hub de Economia Circular Brasil. A ideia é criar um ambiente de
não competição, mas de colaboração.
 Benefícios: Integração da cadeia; Compartilhamento de riscos e
investimentos; Oportunidades de negócio em escala; Impacto social;
Proteção do capital natural.
 Ganho de escala: (página 27 do Objetivos universais de políticas para economia
circular da Ellen Macarthur Fundation)
o 1- Estimular o Design de produtos para economia circular
o 2- Gerenciar recursos para preservar o valor
o 3- Criar as condições econômicas para a transição (legislação e estruturas
econômicas)
o 4- Investir em inovação, infraestrutura e competências
o 5- Colaborar para a mudança do sistema

o No brasil a professora fala nos slides 65 a 68 da aula 02 sobre inciativas.


 Resultados: Mensurar para mostrar resultados (é interessante falar de grana).
 Renováveis: Só fecha o ciclo quando os recursos utilizados são renováveis.

Exemplos:
Esse exemplo pode ser interessante, no sentido de uma grande empresa criar um sistema de
retorno, onde a matéria prima dele seja os rejeitos. Isso pode ser feito em mercados ou em
pontos de grande circulação ou, até mesmo, uma atuação conjunta com as empresas de
coleta de lixo. Essa grande empresa pode criar modelos de negócios e empresas
especializadas a lidar somente com aqueles resíduos, vendendo novos produtos ou
complementando sua própria cadeia de fornecimento. Por exemplo, a Unilever pode coletar
plásticos, limpar e fazer novas embalagens para seus produtos. Sua atuação já é tão grande e
capilarizada que teria uma massa crítica grande o suficiente pra conseguir tornar algo assim
viável.

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