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ESPIRITO SANTO
INTRODUÇÃO
Fonte: tatic.blog.juriscorrespondente.com.br
Não existe uma definição única desse conceito, mas sim, várias definições que
giram em torno da mesma questão: ações para melhoria da qualidade de vida da
sociedade.
Agumas dessas definições:
Para Melo Neto e Brennand (2004, p. 39)
“Uma empresa socialmente responsável é aquela que investe no bem-estar de
seus funcionários e dependentes e num ambiente de trabalho saudável, além de
preservar o meio ambiente e investir em ações sociais.”
“Responsabilidade social, significa algo, mas nem sempre a mesma coisa para
todos. Para alguns, ela representa a idéia de responsabilidade ou obrigação legal;
para outros, significa um comportamento responsável no sentido ético; para outros
ainda, o significado é transmitido é o de ‘responsável por’, num modo causal. Muitos
simplesmente equiparam-na a uma contribuição caridosa; outros tomam-na pelo
sentido de socialmente consciente.”
Uma empresa socialmente responsável vai além de sua obrigação de respeitar
as leis, observar condições adequadas de segurança e saúde para os seus
trabalhadores e pagar impostos. Ela faz isso tudo por acreditar que será, dessa forma,
uma empresa melhor e contribuirá para a construção de uma sociedade mais justa.
Porém, por muitas vezes, a responsabilidade social é confundida com
filantropia. Podemos dizer que a responsabilidade social é um estágio mais avançado
da cidadania corporativa, que busca estimular o desenvolvimento do cidadão e
fomentar a cidadania individual e coletiva. Tem sua base na consciência social e dever
cívico, não na caridade. Já a filantropia está baseada no assistencialismo que objetiva
contribuir para a sobrevivência de grupos sociais desfavorecidos, assumidos pelas
empresas por ações de doações a grupos e entidades.
A filantropia é uma simples doação, fruto da maior sensibilidade e consciência
social do empresário, enquanto a responsabilidade social reflete a ação de uma
empresa em prol da cidadania, uma forma de inserção social, uma intervenção direta
em busca da solução de problemas sociais.
Com maiores detalhes, podemos afirmar que a filantropia parte de uma ação
individual e voluntária e tem muitos méritos. Mas a responsabilidade social vai além
das vontades individuais – constitui um consenso, uma obrigação moral e econômica
para com todos que vivem na sociedade e seu foco está nos direitos humanos, sociais,
políticos, culturais e econômicos.
Em resumo, a filantropia é apenas um tipo de ação, um estágio
preparatório para um contexto mais amplo da responsabilidade social – estágio pré-
responsabilidade social. O fato da empresa realizar ações sociais não a caracteriza
como socialmente responsável: para ser, são necessárias muitas outras ações e
envolvimentos.
Fone: blog.fipecafi.org
Durante o século XX, o conceito de cidadania se expandiu na sociedade política
e foi incorporado pela sociedade civil (pessoas físicas e jurídicas).
As empresas socialmente responsáveis lidam com o investimento social não
só como caridade, mas como investimento, incorporando-o ao seu planejamento
estratégico.
Hoje, somente fazer doações a entidades filantrópicas não é mais o objetivo
principal dos empresários. Eles estão atentos às novas exigências do mercado:
investir no social. Diferentemente de uma ajuda assistencialista, as empresas
preocupam-se com o resultado de seus investimentos e exigem o monitoramento e a
avaliação das ações.
Empresas que podem ser consideradas cidadãs investem no social não só no
que tange ao cumprimento das leis, mas também no sentido de antever necessidades
humanas, para que haja desenvolvimento pleno da sociedade.
Uma prática que, a partir desse cenário, passa a ser desenvolvida, é a
realização do empregado como ser humano, com o aproveitamento máximo de suas
potencialidades. Assim, a empresa ganha, pois funcionários mais satisfeitos,
produzem mais; funcionários ganham, pois investindo no social, a empresa está
investindo na vida particular dele e na comunidade; a sociedade ganha, afinal é nela
que todas estas transformações acontecem.
No meio empresarial brasileiro, pode-se perceber duas visões distintas sobre a
atuação social: a visão pós-lucro da responsabilidade social empresarial e a visão pré-
lucro.
A primeira visão surge da mentalidade clássica da administração de empresas,
a da simples maximização dos lucros, na qual a análise ambiental não é utilizada
como ferramenta estratégica. Neste contexto, as ações normalmente partem após um
acontecimento nas comunidades vizinhas, com repercussões negativas para a
empresa, como desastres ambientais, situações diversas de calamidade, elevados
índices de criminalidade, analfabetismo, péssimas condições de saneamento, dentre
outros diversos tipos de carências sociais.
A segunda visão tem como objetivo maior o desenvolvimento sustentável da
sociedade, fazendo parte do planejamento estratégico da organização, apontando
para o equilíbrio entre performance corporativa ética e compromisso social.
Atualmente, fatores como educação, saúde, meio ambiente, segurança,
cultura, esporte e lazer são responsáveis pela continuidade de um crescente ciclo de
consumo e pelo desenvolvimento de toda a cadeia produtiva em torno da sociedade.
Não é preciso muito esforço para perceber que as empresas socialmente
responsáveis, que pensam não somente no lucro, mas acima de tudo, no ser humano,
são mais valorizadas e reconhecidas, com a preferência dos seus clientes. Em uma
pesquisa da You & Company com cerca de 2.000 estudantes de MBA revelou que
mais de 50% deles preferiria trabalhar em empresas éticas, mesmo que isso
significasse salários menores. Dessa forma, comprova-se que as empresas com essa
filosofia são capazes de atrair e reter talentos.
Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser e moral tem sua origem
no latim, que vem de “mores”, significando costumes. Valores, etimologicamente valor,
provém do latim valere, ou seja, que tem valor, custo. As palavras desvalorização,
inválido, valente ou válido têm a mesma origem e, transferindo esses conceitos a
valores humanos, conseguimos entender que valores são ensinamentos do que é
certo e errado e, a partir disso, reproduzimos os valores impostos pela sociedade.
Diante dessas definições, nos confundimos com o verdadeiro significado que
cada uma delas têm e esta confusão pode ser resolvida com o seguinte
esclarecimento: moral é um conjunto de normas adquiridas peça educação, tradição
e cotidiano que regulam o comportamento do homem em sociedade; moral tem
caráter obrigatório; já a palavra ética representa um conjunto de valores que orientam
o comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade,
garantindo, assim, o bem-estar social.
Os valores são o que orientam a nossa conduta. Com base neles decidimos
como agir diante das diferentes situações que a vida nos impõe. Relacionam-se,
principalmente, com os efeitos que tem sobre o que fazemos para as pessoas, para a
sociedade ou em nosso ambiente.
A moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência moral que
o leva a distinguir o bem do mal. A moral surgiu nas sociedades primitivas, nas
primeiras tribos. Já a ética teria surgido com Sócrates, pois foi exigido um maior grau
de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só
por tradição, educação ou hábito, mas, principalmente, por convicção e inteligência.
A moral não é somente um ato individual, pois as pessoas são, por natureza,
seres sociais, ou seja, a moral também é um empreendimento social. E esses atos
morais, quando realizados por livre participação da pessoa, são aceitos,
voluntariamente.
Conceito de ética está vinculado à percepção dos conflitos, autonomia,
coerência. Um indivíduo tornar-se-á ético quando puder compreender e interpretar o
código de ética, além de atuar de acordo com os princípios por ele propostos. Ética é
uma espécie de legislação do comportamento moral das pessoas. Mas a função
fundamental é a mesma de toda teoria, explorar, esclarecer ou investigar uma
determinada realidade.
Ética e moral são os maiores valores do homem. Ambos significam "respeitar
e venerar a vida". O homem, com seu livre arbítrio, forma seu meio ambiente ou o
destrói, ou ele apoia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode
dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo,
Ética, Moral e valores se formam numa mesma realidade.
Ética e moral são discutidos com igual significado. No entanto, em um nível
intelectual, enquanto que a moral tende a ser particular, pela concretude de seus
objetos, a ética tende a ser universal, pela abstração de seus princípios.
Fonte: www.encontresuafranquia.com.br
Falar sobre ética nas empresas é algo em que nos dias de hoje é fundamental
e preciso, ainda mais neste momento no qual o mundo passa por grandes mudanças
em seus comportamentos éticos.
As empresas se reformam e se transformam para sobreviver a essas mudanças
e atender melhor seu consumidor. Assim, hoje, para um sucesso continuado, o desafio
maior das empresas é ter uma ética interna que oriente suas decisões e permeie as
relações entre as pessoas que delas participam e, ao mesmo tempo, um
comportamento ético reconhecido pela comunidade.
Se a empresa, como espaço social, produz e reproduz esses valores, ela se
torna importante em qualquer processo de mudança de perspectiva das pessoas,
tanto das que nela convivem e participam, quanto daquelas com as quais essas
pessoas se relacionam. Assim, quanto mais empresas tenham preocupações éticas
mais a sociedade na qual essas empresas estejam inseridas tenderão a melhorar no
sentido de constituir um espaço agradável onde as pessoas vivam realizadas, seguras
e felizes.
Mas afinal, o que é ética?
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, ética é "o estudo dos juízos
de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto
de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo
absoluto”. Ética vem do grego "ethos", e tem seu correlato no latim "morale", com o
mesmo significado: Conduta, ou relativo aos costumes. Podemos concluir que
etimologicamente ética e moral são palavras sinônimas.
A história da ética é um assunto complexo e que exigem alguns cuidados em
seu estudo. Como disciplina ou campo de conhecimento humano, ética se refere à
teoria ou estudos sistemáticos sobre a prática moral. Dessa forma ela analisa e critica
os fundamentos e princípios que orientam ou justificam determinados sistemas e
conjunto de valores morais. É, em outras palavras, a ciência da conduta, a teoria do
comportamento moral dos homens em sociedade.
A ética não é algo superposto à conduta humana, pois todas as nossas
atividades envolvem uma carga moral. Ideias sobre o bem e o mal, o certo e o errado,
o permitido e o proibido definem a nossa realidade e dentro das empresas ética diz
respeito a regras, padrões e princípios morais sobre o que é certo ou errado em
situações específicas.
As empresas precisam ter um comportamento ético tanto dentro quanto fora da
empresa, com isso permite que elas barateiem os produtos, sem diminuir a qualidade
e nem os custos de coordenação, outras razões também podem ser feitas como o não
pagamento de subornos, compensações indevidas. Algumas questões básicas sobre
a eficácia da ética nos negócios precisam ser devidamente avaliadas para um melhor
entendimento, sendo que a ética é determinada pela cultura na qual cada empresa
possui a sua, ética da empresa deve mostrar, então, que em optar por valores que
humanizam, é o melhor para a empresa, entendida como um grupo humano, e para a
sociedade onde ela opera, deixando claro que não precisar passar por cima de
ninguém para ter um bom sucesso.
O consumidor tem os olhos atentos e a tendência é que fiquem mais atentos
ainda às empresas destituídas de ética. O consumidor mais critico em decorrência da
falta de ética nas empresas, da falta de respeito ao ser humano e da dignidade
humana, em atenção aos crimes ecológicos e condições inumanas trabalho tem
manifestado sua postura critica, boicotando assim os produtos de tais empresas e tal
escolha além de elevar o capital reputacional da empresa, uma vez que necessita
deste para sobreviver, aumenta também os lucros, já que consumidor satisfeito pode
significar consumidor fiel.
Algumas empresas, tem como missão a satisfação do cliente, mas esta
satisfação acaba quando o cliente efetua o pagamento, o querer ganhar sempre faz
com que muitas empresas estejam perdendo gradativamente espaço no mercado,
pois consumidores querem ser tratados com respeito, e buscam nas empresas
confiança e garantia dos serviços prestados assim como foi acordado, quando isso
não acontece, se rompe o elo empresa/cliente.
No campo profissional são condutas que só é aceita, respeitada, admirada,
se respaldada pelo comportamento que rege as ações da categoria profissional em
uma sociedade específica que foi formada pelo conjunto de usos e costumes da
mesma sociedade. A ética profissional tem como premissa o maior relacionamento
do profissional com seus clientes e com outros profissionais, levando em conta valores
como dignidade humana, auto realização e sociabilidade.
Num cenário globalizado, percebe-se que há muitas cobranças e as exigências
por parte da sociedade, pela transparência dentro das organizações, tanto no trato
com os cliente, fornecedores, serviços prestados, para que não sejam enganados e
que não prejudiquem o meio ambiente. As empresas precisam utilizar métodos de
fiscalização dos seus processos e a sociedade adotar medidas para inibir abusos
cometidos pelas organizações.
Muitas organizações procuram, hoje, criar seu código de ética. Essa tendência,
que à primeira vista pode se assemelhar a um modismo, parece estar entranhando o
tecido social e a comunidade empresarial de forma mais profunda que um passageiro
entusiasmo dos profissionais de recursos humanos, relações públicas ou auditoria.
Percebe-se claramente a necessidade da moderna gestão empresarial em cria
profissionais mais éticos no mundo dos negócios para poder sobreviver e,
obviamente, obter vantagens competitivas. A organização deve então agir de forma
honesta com todos aqueles que têm algum tipo de relacionamento com ela. Seus
valores, rumos e expectativas devem levar em conta todo esse universo.
Acredita-se que bons resultados profissionais e empresariais devem resultar de
decisões morais ou éticas e que ter padrões éticos pode significar bons negócios a
longo prazo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASHLEY, Patrícia Almeida. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2005.
MELO NETO, Francisco Paulo de; BRENNAND, Jorgina Melo. Empresas Socialmente
Sustentáveis: o novo desafio da gestão moderna. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.
ARTIGO COMPLEMENTAR
O presente artigo tem por finalidade mostrar a importância de ser uma empresa
eticamente solidária, de responsabilidade social, assim como os benefícios obtidos
com esse novo perfil. Procura também levar ao conhecimento de todos, que uma
empresa solidária preocupa- -se não só com o bem estar dos seus colaboradores,
assim como da sociedade em geral e que atualmente estão agregando valores éticos
aos seus produtos, resultando em um significativo aumento nas vendas. A medida
que as empresas vão se conscientizando com a importância da ética e da
responsabilidade social, passam a adotar esse novo modelo para atrair os
consumidores, agregando valores aos seus produtos e ou serviços, como forma de
criar diferenciais competitivos e alcançar seus objetivos no mercado, que por sua vez,
esta cada vez mais competitivo. A globalização é outro fator que muito contribuiu com
esse novo cenário. Atualmente, as empresas investem com mais frequência em
valores éticos, os quais, associados à diversas ferramentas de marketing, podem
agregar bastante valor à marca e, com isso, alcançar resultados muito satisfatórios.
Certamente, o valor ético que mais vem sendo associado às marcas das empresas é
o desenvolvimento de programas de responsabilidade social.
Palavras–chave: ética, empresa solidária, colaboradores, valores éticos,
responsabilidade social, produtos
INTRODUÇÃO
O valor da Ética
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
SILVA, R. D. O melhor caminho, para àquele que deseja trilhar o rumo da res-
ponsabilidade social e do marketing social. Monografia de Conclusão de Curso
(Graduação em Administração de Empresas) – Departamento de Administração,
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001. Disponí- vel
em < http://www.artigonal.com/gestao-artigos/responsabilidade-social-de--empresas-
507837.html>. Acesso em 11/05/11.
Ética e Responsabilidade Social. Disponível em < http://www.rh.com.br/Portal/
Responsabilidade_Social/Artigo/4402/etica-e-responsabilidade-social-das-em-
presas.html>. Acesso em: 26 de maio 2011
SILVA, R. D. O melhor caminho, para àquele que deseja trilhar o rumo da res-
ponsabilidade social e do marketing social. Monografia de Conclusão de Curso
(Graduação em Administração de Empresas) – Departamento de Administração,
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2001. Disponí- vel
em < http://www.artigonal.com/gestao-artigos/responsabilidade-social-de-empresas-
507837.html>. Acesso em 11/05/11.
TONIELLO, V. B. Ética e responsabilidade social das empresas. Disponível em <
http://www.rh.com.br/Portal/Responsabilidade_Social/Artigo/4402/etica-e-
responsabilidade-social-das-empresas.html>. Acesso em 09/05/11.
ARTICO COMPLEMENTAR
RESUMO
A sociedade da informação vem proporcionando ao homem uma melhor
qualidade de vida e cultura. Entretanto, vimos a consolidação do desemprego, da
exclusão digital e social, da concentração de renda e a excessiva falta de ética no
uso da tecnologia da informação.
INTRODUÇÃO
CONSIDERAÇÕES DE ÉTICA
A ética aplicada surge como uma resposta à problemas, sendo uma reflexão
com base na realidade.
O debate acerca da ética aplicada é uma questão inteiramente
contemporânea. O ethical turn representa, pois, uma transformação na filosofia
contemporânea. Essa mudança introduz uma preocupação com os interesses e
necessidades concretas de uma sociedade em transformação. Assim, além da
fundamentação, surge, por conseguinte, a necessidade de normatizar as práticas
nas suas situações específicas. Nesse contexto, aparecem diversos âmbitos de
aplicação, envolvendo profissionais de diferentes áreas. Cada esfera da vida prática
se vincula a uma ética aplicada. Daí, então, a expressão éticas aplicadas. Da mesma
forma como se fala em distintas situações específicas, utiliza-se o plural para
designar o conjunto das diferentes áreas.
A expressão surgiu na década de 60, ampliando-se nos anos 70, com setores
como a bioética, a ética refletindo sobre a vida (animal e ambiental) e a ética nos
negócios. Atualmente, esse horizonte parece ampliar-se, buscando contemplar a
diversidade de áreas ou campos de aplicação.
Em outras palavras, esses novos âmbitos abarcam a bioética, a genética, a
ética econômica, a ética dos negócios e do mundo empresarial, a ética dos meios de
comunicação (ou da mídia), a ecoética ou a ética do meio ambiente, a infoética e
assim por diante. Há, pois, éticas para todos os gostos e setores, isto é, uma divisão
bastante significativa de novos vocábulos, que vão do esporte ao consumo, do
conceito de economia e de desenvolvimento à questão da responsabilidade social.
Chegamos então a analisar a questão da ética aplicada aos negócios, para
LEISINGER (2001), moral empresarial é o conjunto daqueles valores e normas que,
dentro de uma determinada empresa, são reconhecidos como vinculantes. E a ética
empresarial reflete sobre as normas e valores efetivamente dominantes em uma
empresa, interroga-se pelos fatores qualitativos que fazem com que determinado agir
seja um agir “bom”. Como ética aplicada ela tem como meta estabelecer, por meio
do acordo com as pessoas atingidas pelo agir empresarial, normas materiais e
processuais que foram postas em vigor na empresa como possuindo caráter
vinculante. Com isso visa-se restringir os efeitos conflituosos do princípio do lucro na
direção das atividades empresariais concretas. Em sentido amplo este modo de
pensar baseia-se na idéia de um contrato social segundo o qual todos os membros
da sociedade se comportam de uma maneira harmoniosa, levando em conta os
interesses dos outros.
1
SOARES, Bárbara. Artigo: A abordagem da ética nos cursos de graduação
em administração de salvador. Salvador 2005.
Deste modo, a ética aplicada, não trata apenas de empregar princípios definidos
através do processo de fundamentação, mas de aplicá-los a casos específicos.
Sendo assim, a legitimidade das decisões somente pode ser reconhecida como
válida sempre e quando houver um mínimo de consenso de todos os concernentes,
ou seja, dos que estão direta e indiretamente, envolvidos com as conseqüências das
deliberações.
Logo, a ética aplicada trata de fazer com que a reflexão dê-se por meio do
aprender uns com os outros. Não dependendo somente do interesse particular de
cada sujeito, nem permitindo supremacia das ambições de grupos fechados ou
facções interesseiras. A força das decisões está no caráter ético coletivo e
intersubjetivo, isto é, no procedimento deliberativo que permite o consenso entre
todos os envolvidos (direta ou indiretamente).
Assim, a cooperação entre todos e também a participação são essenciais.
Pois não há como reclamar colaboração de alguém que não participou do processo
decisório. Não se exige do sujeito responsabilidade, uma vez que foi excluído da
decisão lhe sendo negada participação no momento de deliberar.
Neste contexto, conforme SOARES (apud SROUR), o meio empresarial está
permeado de contradições éticas. Os objetivos da empresa de maximizar o lucro
vão de encontro com os objetivos dos empregados de receber o maior salário
possível. O desejo dos fornecedores de cobrar preços confortáveis colide com o
desejo dos clientes de ter produtos de boa qualidade e preço baixo. O desejo de
um executivo de contratar um amigo choca-se com a necessidade da organização
em buscar o candidato mais competente que o mercado possa oferecer e com a
exigência da sociedade de dar oportunidade igual para todos.
No mundo dos negócios, os dilemas éticos parecem complicados porque os
benefícios da conduta ética aparentam ser, num primeiro momento, pouco
quantificáveis, mas é indiscutível a importância da ética para as organizações nos
relacionamentos com seus diversos públicos, tanto que conforme SILVA (2003)
podemos ver, em nível mundial, movimentos de setores da sociedade em busca da
ética:
Em 2000 foi criada a Social Accountability Internacional (SAI), para
implementar o selo AS 8000, que certifica a conduta ética das empresas em relação
aos trabalhadores e o respeito aos direitos humanos, nos moldes das normas ISO
9000 e da ISO 14000. Outra organização, a AccountAbility, com sede no Reino
Unido, lançou há dois meses seu certificado de comportamento ético, o AA 1000.
Um estudo de 1999, envolvendo 124 empresas de 22 países, produzido pela
Conference Board, uma organização não lucrativa que promove estudos sobre
gestão, concluiu que 78% dos Conselhos de Administração das companhias
americanas estavam disseminando padrões éticos (em 1991, eram 41% e, em 1987
apenas 21%).
No Brasil, o Instituto Ethos tinha apenas 11 sócios em 1998, quando foi
fundado. Esse número já ultrapassou a casa dos 750, formado por empresas que
respondem por 30% do PIB do país.
Criada em 1992, com cerca de 50 empresas a organização americana
Business for Social Responsability (Negócios pela Responsabilidade Social), reúne
hoje mais de 1400 filiadas, que faturam em conjunto mais de 2 trilhões de dólares
por ano.
Também fundada em 1992, a Ethics Officer Association (associação que
busca orientar o trabalho dos diretores de ética nas empresas), contava apenas com
12 membros. Tem hoje 890 sócios (cerca de 150 se filiaram depois dos escândalos
das fraudes contábeis nos Estados Unidos), e a freqüência das reuniões aumentou
50%, segundo seu diretor Ed Petry.
Sendo assim, a ética apresenta-se inerente à vida humana e empresarial.
Todos como agentes sociais, possuem o dever de prestar a contribuição que lhes
seja possível para que se alcance um desenvolvimento duradouro.
A importância da ética é bastante evidenciada na vida pessoal e profissional
de cada um, porque todos têm suas responsabilidades individuais e sociais. Tanto
que várias profissões possuem seus códigos de ética e conduta consolidados, assim
como, diversas empresas estão compondo comitês de ética, participando de
auditorias éticas e elaborando seus códigos de ética, onde expõem seus
compromissos adquiridos frente a cada um de seus interlocutores e expressão dos
valores básicos que orientam suas atividades.
Assim, nas as empresas se reconhece que as responsabilidades não
envolvem unicamente os eventuais resultados financeiros da empresa, pois existe
uma relação entre as atividades empresariais e a sociedade, e deve se levar em
conta as responsabilidades econômicas, sociais, ecológicas e tecnológicas de cada
organização.
O capítulo a seguir fundamenta a responsabilidade social empresarial, focando,
sobretudo, o público interno e logo o uso ético dos recursos da tecnologia da
informação.
Filantrópica
Seja uma
empresa
cidadã;
contribua com
recursos para
a comunidade
e melhore a
qualidade de
vida.
Ética
Fazer o que é certo,
justo e correto; não prejudique as
pessoas e o meio ambiente.
Legal
Obedeça à lei, e siga as “regras do jogo”
Econômica
Seja rentável (base que sustenta todas as demais responsabilidades
)
Figura 1 – Dimensões da RSE (Fonte: Comportamento do cliente (p. 268))
5 Fonte: UFRGS -
http://si3.inf.ufrgs.br/informa/Edicao34/pagina4.html - Acessado em 20/11/06
às 11:29h
• Proteção intelectual de software: Os softwares, ou seja, os
programas de computador, estão incluídos no direito autoral e propriedade
intelectual devido ao fato de serem concebidos por pessoas. Com as leis nº 9.609
e nº 9.610, ambas de 19/02/1998, vimos que a violação de direitos autorais de
programas de computador é crime, punível dom pena de detenção de seis meses a
quatro anos e multa, passível de ação civil indenizatória, sem prejuízo das medidas
cautelares de busca e apreensão.
Dentre as principais formas de pirataria de software, temos a falsificação, onde
se imitam embalagens, documentação e demais informações, o CD-ROM pirata que
duplica e comercializa cópias ilegais, a revenda de hardware onde empresas
fornecem equipamentos com cópias não autorizadas de softwares já instaladas no
disco rígido, a pirataria individual, ou seja, o compartilhamento de programas com
amigos e colegas, e por fim, a pirataria corporativa, que consiste na instalação de
cópias não autorizadas de softwares em computadores de organizações.
No Brasil, desde 1989, a ABES (Associação Brasileira das Empresas de
Software) iniciou sua campanha antipirataria. Até 1999 a pirataria de software chegou
a cair 35% índice ainda muito evoluir muito.
Para que uma empresa não sofra ações criminais por pirataria de software, é
importante desenvolver algum tipo de controle, contando inclusive com uma auditoria
para o levantamento de dados ilegais, examinado todos os registros relacionados à
aquisição de softwares, como os contratos de licença de uso, as notas fiscais,
manuais e mídias originais.
É importante definir se existe, ou não, a necessidade de avisar os funcionários
antecipadamente sobre uma auditoria. Sem este aviso é provável que sejam
encontrados softwares que não fazem parte do acervo da empresa instalados.
• Comércio eletrônico e as leis de comércio: Com a tecnologia, vimos
uma crescente inovação nas formas de comercialização e modalidades de
produtos. Com isso, as relações entre as empresas e os consumidores devem ser
amparadas por leis regulamentadoras. O fato é que a velocidade de crescimento da
internet foi tão excepcional que a legislação não consegue acompanha-la, desse
modo existem projetos de lei ainda para a aprovação no Congresso Nacional,
enquanto isso outras leis como a do Código de Proteção e Defesa do Consumidor
(Lei nº 8.078/90) asseguram diversos direitos aos consumidores referentes as leis
de comércio e do comércio eletrônico.
• Questões de privacidade: Nesta nova sociedade de avanços
tecnológicos, a informação passou a ser o bem mais importante, necessitando de
manutenção e armazenamento seguro. Não apenas as empresas precisam
gerenciar seu patrimônio virtual como também as pessoas, de forma geral,
necessitam deste gerenciamento. Assim, a ética no uso da tecnologia pelas
empresas e pelas pessoas passa a ser ainda mais importante.
No campo do direito, o valor das informações passou a ser um assunto
preocupante quando diz respeito a sigilo, privacidade, direitos autorais e propriedade
intelectual. No mundo dos negócios, a preocupação em administrar o conhecimento
empresarial (suas informações) e tirar vantagem competitiva tornou-se um elemento
crucial para as organizações. Tanto que diante essa necessidade foram
desenvolvidas ferramentas e procedimentos de segurança para as informações.
Entretanto, o uso indevido dos serviços de tecnologia e principalmente da
internet pelos funcionários das empresas é um fator que exige cuidado por parte da
organização pois acarreta redução da segurança dos dados e da produtividade.
NETO (2002) revela que em recente pesquisa realizada pelo instituto Forrester
Research dá conta de que em 62% das empresas americanas os funcionários
acessam sites de sexo e de bate-papo durante o expediente. Pelas contas do
instituto, isso representa uma perda anual de 470 milhões de dólares em
produtividade. Um outro estudo, desta vez do SurfWatch, revela que mais de 25% do
tempo gasto pelos funcionários conectados à Internet não tem nenhuma relação com
trabalho. Perdas acidentais de dados, por sua vez, representam semelhante
potencial de prejuízo, pelo que requerem igual tratamento de cautela.
Um dos serviços mais utilizados pela internet é o correio eletrônico, e ,
conseqüentemente, o seu mau uso, em organizações tem acarretado em “censuras”
constantes nas empresas. Neste aspecto, NETO (2002), se manifesta com o
resultado de outra pesquisa:
“Pesquisa realizada pela revista Info Exame mostra que 34,5% das empresas
já monitoram o tráfego das mensagens e 25% pretendem fazê-lo ainda este
ano. Responderam à pesquisa, empresas como a Embraer, Pão de Açúcar,
Basf, Antarctica, Banco do Brasil, BCP e Usiminas. Uma espiada nas
estatísticas do instituto de pesquisas americano Worldtalk Corp. dá uma idéia
do tamanho do problema. Baseado nos dados de 100 empresas, o
levantamento mostra que 31% das mensagens corporativas têm conteúdo
inadequado (de paquera e correntes a informações sigilosas); 10% são spam;
9% contêm arquivos pesados, que congestionam a rede; e 8% carregam
vírus, pornografia ou piadas. ‘No Brasil, mais de 50% das mensagens que
trafegam todos os dias nas redes corporativas são lixo’, afirma Mauricio
Strasburg, diretor da GS Sistemas, empresa especializada em segurança
(p.06)” 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BORGES, Maria de Lourdes. Ética: o que você precisa saber sobre. Rio de Janeiro:
DP&A, 2002.
DIAS, Lia Ribeiro. Inclusão Digital: com a palavra a sociedade. São Paulo: Plano
de Negócios 2003.
LEISINGER, Klaus M. Ética empresarial: responsabilidade global e gerenciamento
moderno. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
SILVA, José Luiz Rosa da. Artigo: Ética – algumas considerações sobre o tema.
Porto Alegre 2003.
ESTEVAM, Rita de Cássia Oliveira. Artigo: Uma proposta metodológica para discutir
e subsidiar a elaboração de um código de ética para profissionais da área de
tecnologia da informação. Juiz de Fora.