Você está na página 1de 4

Aula 1 | Fundamentos do ESG

Fundamentação Teórica
 As novas gerações vêm escancarando debates e questões essenciais da humanidade que as gerações
anteriores deixaram para lá o quanto puderam. Mudanças climáticas, discriminação, exclusão social e
econômica e etc.
Ainda há muito por transformar. Há movimentos claros, combativos e constantes de que se uma
organização quer continuar competitiva no mercado, não pode apenas pensar no lucro sem agir para tornar a
sociedade mais justa e igualitária para todas e todos.

 Da compreensão e alinhamento desses interesses, ganhou espaço no mercado o ESG. Ou seja,


ambiental, social e governança. Onde é um meio de chancelar positivamente as corporações que estão
trabalhando para que problemas sociais, ambientais e econômicos sejam mitigadas e mais do que uma
busca pelo fortalecimento do chamado Estado de bem-estar social, há fundamentos em finanças que
corroboram esses critérios.
O relatório ESG as a workforce strategy (algo como “ESG como uma estratégia de trabalho”),
elaborado pela consultoria global de investimentos Marsh & McLennan, em 2029 72% da força de trabalho
global será composta pelas gerações Millenial e Z.
Essas gerações são muito mais engajadas em relação à sustentabilidade, responsabilidade social,
inclusão de minorias e diversidade, o estudo indica que esses futuros profissionais buscarão as empresas que
compartilhem de seus ideais e serão mais produtivos movidos pelo propósito de tornar a sociedade mais
equilibrada para todas as pessoas a partir do trabalho que realizam.

Curto, médio e longo prazo


Nos últimos anos, aumentou a consciência de que empresas engajadas também são mais produtivas e
lucrativas, como muitos dos estudos que vimos até aqui na disciplina.
Ao mesmo tempo, em um momento em que vivemos grandes impactos causados pelas mudanças
climáticas, com mortes e perdas materiais como consequência, é preciso repensar com urgência grande parte
dos modelos de negócios que usam recursos da natureza.
Conjuntamente ao constatarmos que chegamos ao século 21 com enorme desigualdade
socioeconômico, com parte das populações ainda passando fome, só para citar um dos problemas, não é
permitido a uma empresa fechar os olhos para as necessidades das comunidades que a cercam.
E que muitas vezes começam dentro da própria empresa, a partir da realidade dos próprios
funcionários com jornadas extensivas de trabalho e salários e benefícios não condizentes com a ideia de
justiça socioeconômica e bem-estar.

Como não conceder mais espaço a mulheres, pessoas negras, LGBTQ+, pessoas com deficiência e
outras etnias se são elas as maiores vítimas de violência?
Quando esses indivíduos estão em espaços de poder e decisão, mostram o que não deve mais ser
tolerado e se tornam inspiração para mais pessoas compreendam que esses lugares também são delas. Além
de tudo, uma organização diversa tem uma visão holística do negócio e compreende melhor as necessidades
dos atuais consumidores.
No curto prazo, empresas que comprovam carregar esse conjunto de aspectos são mais bem vistas e
avaliadas pelos investidores. Imagem e reputação positivas são construídas, ficando também mais fácil atuar
em seu segmento. No curto e longo prazo, os investidores sabem que são elas a resistir com alta performance
no mercado.
Esse é o modelo de negócio que eles vão premiar colocando dinheiro porque são mais sustentáveis,
com longevidade e saúde financeira. São verdadeiramente valiosas.
Assim, ESG surge como uma métrica consistente de avaliação das organizações.

Em 2015, os autores Friede, Bush & Bassen publicaram um estudo analisando mais de 2 mil artigos
acadêmicos, analisando se investir de acordo com critérios ESG é mesmo mais lucrativo. Os resultados
indicaram que 63% dos artigos se mostraram favoráveis, 8% concluíram o oposto e 29% se mostraram
neutros. Em outro estudo, feito pela consultoria de análise de investimentos Morningstar, foram analisados
745 fundos sustentáveis e 4.900 fundos tradicionais durante 5 anos, indicando retorno anual médio maior
dos fundos sustentável.

Pilares Fundamentais do ESG


1. Responsabilidade social;
2. Responsabilidade ambiental;
3. Combate à Fraude e Corrupção;
4. Promoção Social.

Contextualização
Em geral, não paramos para pensar quanto às consequências das ações de uma empresa são sentidas
por toda a sociedade. E não só naquilo em que ela atua diretamente, mas também reflexos externos,
inclusive de ações de parceiros de trabalho.
A ideia do que é o valor de uma marca, o que compõe a imagem de uma organização, precisa ser
revisitada e ampliada para que a atividade econômica gera impactos socioambientais por meio de seus
produtos e serviços. Hoje, o valor da empresa está diretamente relacionado com a vontade e os valores das
pessoas comuns

Você também pode gostar