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Marília
2023
SÚMÁRIO
1. Consumo e consumismo…………………………………………………………………... 2
2. Depressão e consumismo se relacionam?................................................................. 5
3. Quais os impactos que o consumismo provoca nas crianças e adolescentes………. 6
4. A relação entre desigualdade e consumismo infantil.................................................. 7
5. Políticas públicas destinadas à resolução do problema do consumo infantil………... 8
6. Propagandas subliminares e abusivas para crianças e adolescentes……………….. 9
7. Vendas casadas…………………………………………………………………………….10
8. Como o direito e o estado abordam o consumo com crianças e adolescentes……. 11
9. Leis, ações e providências utilizadas para coibir tais comportamentos…………….. 12
10. Mídias, fortalecimento do consumismo e suas consequências……………………… 13
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Consumo e Consumismo
Consumo:
Conceito: O consumo é o ato de adquirir bens ou serviços por meio da compra,
representando uma das etapas cruciais na atividade econômica. Ele sucede a produção e a
distribuição, sendo fundamental para a circulação de dinheiro, o crescimento da renda e a
geração de empregos. O consumo ocorre em diversas esferas, desde a individual, familiar,
até a governamental e empresarial.
Tipos de consumo:
- Individual x Coletivo: O consumo pode ser realizado por um indivíduo ou por um grupo de
pessoas. Por exemplo, os serviços públicos de saúde e educação são exemplos de
consumo coletivo.
- Privado x Público: O consumo privado envolve empresas, famílias e indivíduos, enquanto
o consumo público se refere às aquisições feitas pela administração pública.
- Essencial x Supérfulo: Bens de consumo essenciais atendem a necessidades básicas,
como alimentação e vestuário, enquanto o consumo supérfluo envolve produtos de luxo ou
que satisfazem necessidades secundárias ou terciárias.
- Final x Intermediário: O consumo final visa satisfazer necessidades diretas, enquanto o
consumo intermediário compreende bens e serviços utilizados na produção de outros
produtos, como matérias-primas industriais.
Consumismo:
Conceito: O consumismo é caracterizado pelo ato de comprar excessivamente,
frequentemente sem necessidade, motivado por impulsos ou desejos de consumo. Este
comportamento de compra desenfreada é considerado prejudicial, afetando vários aspectos
da vida cotidiana. O consumismo é uma tendência comum em sociedades capitalistas
modernas e é resultado da influência da globalização e da mídia.
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Indústria Cultural: A Indústria Cultural, termo cunhado pela Escola de Frankfurt, influencia o
consumismo ao impor padrões de interesse e comportamento. A publicidade e o marketing
desempenham um papel central na cultura de consumo, frequentemente associando a
compra de produtos à felicidade, levando à alienação e ilusão.
Consumismo Consciente:
- Orçamento ABCD: Planejar os gastos categorizando-os em A (essenciais), B (básicos), C
(contornáveis) e D (desnecessários) é uma maneira eficaz de controlar as despesas.
- Refletir antes de comprar: Avaliar a real necessidade do produto, considerar o impacto nas
finanças e pesquisar preços são passos importantes antes de fazer uma compra.
- Autoconhecimento emocional: Evitar compras como uma forma de alívio para emoções
negativas é essencial para evitar dívidas e arrependimento.
- Pesquisar as origens dos produtos: Conhecer a forma como os produtos são fabricados,
incluindo questões de exploração de mão de obra e bem-estar animal, ajuda a fazer
escolhas conscientes.
Conforme observado por Daniel Thomas Cook (2004, pg. 149) da Universidade de Illinois,
essa tendência reflete uma luta contínua em torno da cultura de consumo infantil, que, em
última instância, é uma batalha pela definição da natureza das pessoas e do escopo da
individualidade no contexto de um comércio em constante expansão. O envolvimento das
crianças com o mundo do consumo, envolvendo produtos materiais, mídia, imagens e
significados, tornou-se um elemento central na formação das identidades e posições morais
na sociedade contemporânea.
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As crianças estão se tornando compradoras cada vez mais cedo, e à medida que
consomem, suas preferências e escolhas exercem uma influência significativa nas decisões
de compra de seus pais. Esse fenômeno é conhecido como "mercado de influência", e, de
acordo com McNeal (1999, s/p), estimativas apontam que crianças entre 4 e 12 anos
exerceram forte influência nas decisões de compra, resultando em uma movimentação de
330 bilhões de dólares diretamente e 340 bilhões indiretamente em 2004. A influência das
crianças é um conjunto complexo de fatores que impacta as decisões dos pais. Gerações
anteriores eram mais autoritárias em relação ao consumo de seus filhos, muitas vezes
adotando o lema "as crianças devem ser vistas, mas não ouvidas", o que indicava que os
pais tomavam todas as decisões de compra. Já a geração pós-guerra deu mais espaço
para que as crianças participassem das escolhas de consumo, considerando-as
educacionais.
Em 2000, 71% dos pais admitiam sofrer influência dos filhos nas compras. Em 2003, esse
índice aumentou para 80%, com 38% das crianças exercendo influência significativa nas
decisões de compra. As crianças também têm um impacto considerável na escolha de
marcas, influenciando 63% das compras, especialmente aquelas com idades entre 7 e 13
anos, que exercem influência significativa. Esses dados destacam a importância de
compreender o impacto do consumo na vida das crianças e o papel que desempenham nas
escolhas de consumo familiares.
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Depressão e consumismo se relacionam?
A cultura que estimula o consumo exagerado tem afetado crianças e adolescentes, inclusive
com casos de depressão, pois nos faz querer sempre mais. O consumismo é, sim, um
problema no desenvolvimento das crianças, pois pode gerar problemas e frustrações.
Especialistas alertam que a superexposição à publicidade e aos modos de agir do
consumismo podem fazer com que as crianças se tornem imediatistas e lidem mal com
frustrações. Além disso, o consumismo infantil também pode estar relacionado à depressão,
ansiedade, irregularidades no sono, hiperatividade e agressividade nas crianças.
As crianças influenciam em 80% das compras de uma família e, até os 5 anos de idade, não
sabem diferenciar uma propaganda de um programa de televisão. E para contornar esta
ameaça, os pais precisam buscar a moderação e a racionalidade na criação dos filhos, além
de denunciar possíveis abusos de publicidade aos órgãos responsáveis.
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Quais os impactos que o consumismo provoca nas crianças e adolescentes.
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A relação entre desigualdade e consumismo infantil.
Além disso, o consumismo infantil pode levar ao endividamento precoce das famílias,
especialmente em comunidades de baixa renda. Muitos pais cedem às pressões de seus
filhos para comprar produtos caros, acumulando dívidas que afetam a estabilidade
financeira do lar e o bem-estar da família como um todo. Essas dívidas podem ter
implicações a longo prazo, dificultando o acesso a oportunidades educacionais e
econômicas para as crianças.
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Políticas públicas destinadas à resolução do problema do consumo infantil.
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Propagandas subliminares e abusivas para crianças e adolescentes.
A propaganda abusiva é aquela que coage alguém a comprar algo para que não se sinta
excluída ou inferior, através de métodos duvidosos.O Estatuto da Criança e do Adolescente
- ECA - (Lei n°8.069/1990) reconhece a criança como pessoa em especial fase de
desenvolvimento físico, social, emocional e busca garantir o seu melhor interesse em
qualquer tipo de relação.
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Vendas Casadas
As vendas casadas, uma prática comercial proibida por lei de acordo com o Artigo 39 do
Código de Defesa do Consumidor, consistem na venda de produtos ou serviços sob a
condição da obrigatoriedade da aquisição de outros. Esta prática é recorrente em
estabelecimentos comerciais e instituições financeiras, e está sujeita a denúncias e
punições legais.
Vendas casadas são caracterizadas pela imposição da aquisição obrigatória de um produto
ou serviço no ato da compra de outro, frequentemente sem levar em consideração o
interesse do consumidor. Isso viola o princípio de livre escolha e a autonomia do comprador,
uma vez que a decisão de adquirir produtos ou serviços deve ser feita com base nas
necessidades e preferências do cliente, não sendo imposta de forma coercitiva.
A "venda casada" é uma estratégia comercial utilizada para aumentar o lucro dos
fornecedores de produtos e serviços. Ela visa induzir os consumidores a adquirir produtos
ou serviços que inicialmente não desejavam, forçando-os a fazê-lo. Esse tipo de prática
comercial não apenas prejudica os consumidores, mas também desrespeita os seus direitos
fundamentais.
A prática de direcionar vendas casadas a crianças e adolescentes é particularmente
prejudicial devido à falta de julgamento e experiência desse público. É também considerada
abusiva e ilegal, de acordo com o Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016),
que determina a proteção das crianças contra todas as formas de violência e pressão
consumista. Esta lei estabelece a adoção de medidas para evitar a exposição precoce à
publicidade e à comunicação mercadológica. O direcionamento de publicidade diretamente
ao público infantil é uma estratégia utilizada pelas empresas anunciantes para utilizar as
crianças como promotoras de vendas para suas famílias. Pesquisas mostram que crianças
têm influência nas decisões de compra de 80% das famílias, que 60% das mães cedem aos
desejos de compras das crianças e que 9 em cada 10 pais são influenciados por seus filhos
nas compras em supermercados.
O uso de vendas casadas em crianças e adolescentes pode levar a uma série de
problemas. Esta prática ilegal prejudica esses públicos por meio da falta de conhecimento e
da ausência de informações sobre os direitos do consumidor. Entre os problemas
decorrentes estão:
Em resumo, as vendas casadas são uma prática prejudicial que viola os direitos do
consumidor, especialmente quando direcionadas a crianças e adolescentes. É fundamental
educar as crianças sobre seus direitos e promover a conscientização acerca dos perigos do
consumismo para garantir um futuro mais saudável e equitativo para as gerações mais
jovens. Além disso, a regulamentação e o cumprimento da legislação que proíbe vendas
casadas são cruciais para proteger os consumidores de todas as idades.
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Como o direito e o estado abordam o consumo com crianças e adolescentes.
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Leis, ações e providências utilizadas para coibir tais comportamentos.
O consumo infantil é uma área regulamentada por várias leis e regulamentos que visam
proteger as crianças de práticas comerciais desleais e garantir que produtos e serviços
direcionados a elas atendam a padrões específicos de segurança e qualidade. Abaixo estão
algumas das principais leis e regulamentos aplicáveis ao consumo infantil:
7. Lei do Marco Legal da Primeira Infância (Lei nº 13.257/2016): Essa lei estabelece
diretrizes para a proteção das crianças contra a exposição precoce à comunicação
mercadológica. Ela reconhece a importância de medidas que evitem a pressão consumista
sobre crianças e promovam um ambiente de consumo seguro e saudável.
Essas leis e regulamentos são fundamentais para proteger os direitos das crianças e
garantir que o consumo infantil seja seguro, responsável e ético. Além desses, outras
regulamentações específicas podem ser aplicadas a setores ou produtos que têm um
impacto direto no público infantil, como brinquedos, alimentos, educação, entre outros.
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Mídias, fortalecimento do consumismo e suas consequências.
É fundamental que pais, educadores e a sociedade como um todo estejam atentos aos
impactos do consumismo nas crianças e tomem medidas para promover um ambiente de
consumo mais saudável e responsável, ensinando as crianças sobre o valor do dinheiro, a
importância de escolhas alimentares saudáveis e como lidar com a pressão da publicidade.
Além disso, é essencial que haja regulamentações eficazes que restrinjam a publicidade
enganosa e prejudicial voltada para crianças.
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