Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
O público infantil tem sido alvo de um forte esquema de marketing que induz as
crianças a um comportamento de consumo preocupante. Com foco nesta questão
desenvolvi uma atividade de observação para as crianças matriculadas em uma
escola da rede particular de Fortaleza e seus pais, com o objetivo de avaliar a
influência de publicidades veiculadas através da televisão, nas exigências de
consumo dessas crianças. As crianças têm idades entre quatro e seis anos, e foram
observadas através de atividades realizadas em sala de aula, onde pude perceber o
grau de influência das publicidades no dia-a-dia das mesmas.. Também conversei
com os pais das crianças com a finalidade de conhecer o comportamento dos seus
filhos em relação ao consumo, e como eles (pais) reagem aos apelos consumistas
dos filhos. É fato real, que a linguagem direta e as imagens fortemente utilizadas
pela publicidade têm tornado as crianças sujeitos ativos das decisões de consumo.
Introdução
Referencial Teórico
Objetivo
RESULTADOS
A partir das informações obtidas pelas crianças, pais e professoras chegamos aos
resultados que seguem.
24 pais responderam ao questionário; 12 crianças foram entrevistadas e 2
professoras participaram do encontro.
Todas as crianças assistem TV, sendo que somente 25% delas têm acesso
somente a programação dos canais abertos.
As crianças assistem TV durante 3 horas diárias, em média. Nos fins de semana
o número de horas ultrapassa às três horas diárias.
Observou-se que quanto maior o grau de escolaridade dos pais e maior o nível
sócio-econômico da família, mais tempo as crianças ficam diante da televisão e,
conseqüentemente, ficam mais expostas aos apelos dos produtos ali anunciados.
As professoras observam que a influência da publicidade, direta e indireta, de
produtos veiculados durante os programas destinados ao público infantil, é
refletida nas manifestações das crianças sobre os produtos que possuem ou que
gostariam de possuir. A maioria dos pais confirma essa observação, quando
respondem que as crianças pedem, com freqüência, que eles comprem produtos
anunciados pelos ícones de sua programação preferida.
A maioria dos pais e crianças afirma haver diálogo entre si para decidir sobre a
compra de produtos solicitados pela criança. A insistência é a reação imediata
das crianças ao alegarem que desejam determinados produtos, seja porque seus
amigos têm, porque querem, porque não têm ou porque viram na TV. A aceitação
da criança diante da recusa de compra do produto desejado, geralmente
acontece após uma conversa com apresentação de justificativas convincentes ou
da promessa de compra futura por parte dos pais.
Pais e professoras reconhecem que as crianças recebem uma forte influência de
grupos em que estão inseridas, tornando-se desejosas por produtos que as
outras crianças possuem.
Os pais, em sua maioria, afirmam que o aspecto educativo dos brinquedos,
jogos, revistas e livros é levado em conta ao escolher os presentes para as
crianças. A qualidade do produto e a faixa etária a que se destina foram
características pouco citadas pelos pais.
A maioria dos pais afirma que, nos finais de semana e em algumas horas de
folga, envolvem-se em atividades que incluem as crianças, como participar de
jogos, ler histórias e levá-las para passear. Vale ressaltar que no caso das
meninas ir ao shopping é um tipo de lazer comum dos finais de semana,
principalmente quando o convívio é maior com a mãe. No caso dos meninos, o
aluguel de filmes e jogos se apresenta como lazer comum, para aqueles que têm
maior convivência de final de semana com o pai.
A maioria dos pais considera que a interferência de outros membros da família no
atendimento aos apelos de consumo extemporâneos das crianças, quer seja
através da compra de produtos ou doações em dinheiro, dificulta no processo de
educação financeira que se deseja promover junto às crianças.
CONCLUSÕES
Bibliografia Consultada
ARIÈS, P. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.
CALLIGARIS, Contardo. Essas crianças que amamos demais. In: ______. Crônicas
do individualismo cotidiano. São Paulo: Ática, 1996.
OHL, Fabien (2003). Comment expliquer le succès des marques sportives auprès
des jeunes consommateurs ? Revue Française du Marketing, nº 191, pp. 33-48.
OHL, Fabien (2003). Comment expliquer le succès des marques sportives auprès
des jeunes consommateurs ? Revue Française du Marketing, nº 191, pp. 33-48.
ROSS, J. & Harradine, R. (2004). I’m not wearing that! Branding and young children.
Journal of Fashion Marketing and Management, Vol. 8, No 1, pp. 11-26.