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UNIVERSIDADE PAULISTA

FELIPE VERONEZE
R.A.: B235373

TREINAMENTO DE FORÇA PARA CRIANÇAS E


ADOLESCENTES

SÃO PAULO
2022
FELIPE VERONEZE

TREINAMENTO DE FORÇA PARA CRIANÇAS E


ADOLESCENTES

Trabalho de Conclusão de curso para


obtenção do título de graduação em
Educação Física apresentado à
Universidade Paulista – UNIP.

Orientador: Profº.

SÃO PAULO
2022
FELIPE VERONEZE

TREINAMENTO DE FORÇA PARA CRIANÇAS E


ADOLESCENTES

Trabalho de Conclusão de curso para


obtenção do título de graduação em
Educação Física apresentado à
Universidade Paulista – UNIP.

Orientador: Profº.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________/___/___
Prof. Nome do professor da banca
Universidade Paulista – UNIP

Treinamento de Força para Crianças e Adolescentes

STRENGTH TRAINING FOR CHILDREN AND ADOLESCENTS

Estimulo eficiente de força muscular e desempenho esportivo em crianças e


adolescentes

Nome por extenso do autor: Felipe Veroneze1


.
Nome do responsável pela submissão: Nome do Orientador.

Endereço: Av. Marquês de São Vicente, 3001, Água Branca, 05036040 - São Paulo,
SP – Brasil

Telefone do autor de correspondência: (11) 3613-7000

E-mail do autor de correspondência: e-mail do responsável pela submissão.

Indicação da filiação institucional dos autores:


1 Curso de Educação Física, Campus Marques, Universidade Paulista.

Declaração da inexistência de conflitos de interesse: Os autores do presente


estudo declaram que não possuem nenhum potencial conflito de interesse em relação
ao presente artigo.

Área específica do artigo: Educação Física.


RESUMO

Atividade física refere-se a um conjunto planejado e organizado de movimentos


executados para um objetivo, como melhorar ou manter uma certa aptidão física ou
melhorar o desempenho. A atividade física regular pode combater várias dessas
doenças, trazendo benefícios importantes a curto, médio e longo prazo, pois a
literatura sugere que pessoas mais ativas fisicamente podem ter melhor saúde.
Crianças e adolescentes que participam de programas que incorporam o treinamento
de força em suas atividades podem colher muitos benefícios relacionados à saúde e
à qualidade de vida. No entanto, esses benefícios só podem ser vistos quando as
atividades são conduzidas por instrutores qualificados que entendem os princípios e
o desenvolvimento do programa treinamento de força. O artigo aborda o treinamento
de força para crianças e adolescentes, visando apresentar as vantagens da aplicação
desta prática nas aulas de educação física nas escolas. Para isso, o artigo sintetiza
dados sobre a obesidade e desenvolvimento infantil, e apresenta informações sobre
o treinamento de força, suas vantagens e abordagem nas aulas de educação física.
Sob a justificativa de que esta prática, além de segura, aumenta a resistência
associada a outras atividades físicas e traz benefícios para o desenvolvimento desses
jovens. Um programa de treinamento de força para crianças não deve ser uma versão
reduzida de um adulto. O uso de pesos relativamente leves e muitas repetições deve
ser priorizado em relação ao levantamento de pesos pesados com poucas repetições.
Isso ajudará a ganhar força e ajudará a criança a usar os músculos com mais
eficiência.

Descritores: Treinamento de Força; Crianças; Jovens; Obesidade; Escola.


ABSTRACT

Physical activity refers to a planned and organized set of movements performed


towards a goal, such as improving or maintaining a certain physical fitness or improving
performance. Regular physical activity can combat several of these diseases, bringing
important benefits in the short, medium and long term, as the literature suggests that
more physically active people may have better health. Children and adolescents who
participate in programs that incorporate strength training into their activities can reap
many benefits related to health and quality of life. However, these benefits can only be
seen when activities are conducted by qualified instructors who understand the
principles and development of the strength training program. The article addresses
strength training for children and adolescents, aiming to present the advantages of
applying this practice in physical education classes in schools. For this, the article
synthesizes data on obesity and child development, and presents information about
strength training, its advantages and approach in physical education classes. Under
the justification that this practice, in addition to being safe, increases the resistance
associated with other physical activities and brings benefits for the development of
these young people. A strength training program for children should not be a scaled-
down version of an adult. Using relatively light weights and high repetitions should be
prioritized over lifting heavy weights with low repetitions. This will help build strength
and help the child to use the muscles more efficiently.

Descriptors: Strength Training; Children; Young people; Obesity; School.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6

2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 8
2.1 Obesidade Infantil ................................................................................................ 8
2.2 Desenvolvimento infantil .................................................................................... 10
2.3 Treinamento de força ......................................................................................... 15
2.3.1 Treinamento de força e suas vantagens ........................................................ 16
2.3.2 Treinamento de força nas aulas de educação física ..................................... 17

3 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 19

4 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 22

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 23
6

1 INTRODUÇÃO

A prática esportiva na infância contribui para o desenvolvimento da


coordenação motora por permitir uma variedade de movimentos e inúmeros
estímulos. No entanto, além do aspecto físico, o exercício também traz benefícios
cognitivos. É uma prática de conectar, trocar experiências, competir e ajudar uns aos
outros de diferentes formas através da padronização de regras e espaços.
De acordo com Benedet et al (2013), os termos treinamento de resistência,
treinamento de força e levantamento de peso são frequentemente usados como
sinônimos. O termo "treinamento de força" é entendido como abrangendo uma gama
mais ampla de estilos de treinamento e expectativas de treinamento mais amplas. O
treinamento de força é definido como o uso de métodos de resistência para aumentar
a capacidade de exercer ou resistir à força. O treinamento pode utilizar pesos livres,
o próprio peso corporal, máquinas, faixas ou outros dispositivos de resistência para
conseguir isso.
A atividade física regular proporciona uma variedade de benefícios à saúde e
constitui uma forma eficaz de prevenção de doenças. Para as crianças, o exercício
também desempenha um papel importante no bem-estar físico, mental e espiritual. A
prática de atividade física melhora a autoestima das crianças, a aceitação social e
promove o bem-estar geral das crianças.
Este artigo aborda o treinamento de força para crianças e adolescentes,
visando apresentar as vantagens da aplicação desta prática nas aulas de educação
física nas escolas. Para isso, o artigo sintetiza dados sobre a obesidade e
desenvolvimento infantil, e apresenta informações sobre o treinamento de força, suas
vantagens e abordagem nas aulas de educação física. Sob a justificativa de que esta
prática, além de segura, aumenta a resistência associada a outras atividades físicas
e traz benefícios para o desenvolvimento desses jovens.
A metodologia aplicada para esta pesquisa é de revisão bibliográfica, com
artigos consultados preferencialmente após o ano 2000. A exceção em relação a data,
será para legislações vigentes, mesmo quando a publicação for anterior a referida
data. A pesquisa será escrita de forma qualitativa, buscando a melhor compreensão
do treinamento de forças para crianças e adolescentes.
O material será consultado nas bases científicas SciELO - Scientific Electronic
Library Online, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde -
7

LILACS, Scientific Electronic Library Online – Scielo, National Library of Medicine –


PubMed, bibliotecas universitárias entre outras fontes oriundas da ferramenta de
pesquisa Google Acadêmico, além de livros de leitura recorrente. Os descritores
utilizados na pesquisa foram: treinamento de força; crianças; jovens; obesidade;
escola.
8

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Obesidade Infantil

Em países como o Brasil, onde há grandes desigualdades regionais, são


encontrados diversos problemas de saúde pública, como a desnutrição, incluindo a
fome oculta e outras doenças relacionadas à fome e exclusão social, como também
do sobrepeso, da obesidade. A obesidade oferece diversos riscos à saúde e é uma
condição encontrada em 12,4% dos homens e 16,9% das mulheres (MATIAS, 2014).
A alimentação da população ocidental tem padrões caracterizados pela alta
ingestão de alimentos industrializados, com grandes concentrações de carboidratos e
lipídios. Este habito alimentar aumenta a cada dia mais o número de pessoas obesas.
A obesidade é uma Doença Crônica Não Transmissível (DCNT) com alto índice de
morbidade/mortalidade (CORDEIRO et al, 2017).
Para avaliar uma pessoa, são verificados alguns itens. As medidas
antropométricas correspondem a combinação de massa corporal e distribuição de
gordura. Outro item a ser verificado é o IMC, que é calculado através da divisão do
peso pela altura em metros elevada ao quadrado (kg/m²). A análise desses dois itens,
quando elevados, corresponde a obesidade (ABESO, 2016).
O combate a obesidade é um grande desafio para a saúde pública nos tempos
atuais. Um estudo recente realizado nos Estados Unidos, estima que no ano de 2030,
de 55% a 60% das crianças de hoje serão obesas. Considerando que essas taxas de
incidência, possam desacelerar ou mesmo serem revertidas em populações com
maior nível socioeconômico, são poucos os sinais que apontem para a reversão desta
situação futura prevista, indicando um quadro em que a doença se torne uma
calamidade de saúde pública, exigindo ação urgente de organizações, saúde e
governos para o combate a obesidade (MACHADO et al, 2018).
O aumento dos índices de sobrepeso e obesidade em faixas etárias cada vez
menores, desperta preocupação por parte de pessoas e entidades da área de saúde,
devido aos danos e agravos à saúde provocados pelo excesso de peso,
desencadeando outras doenças. Em alguns países com desenvolvimento
socioeconômico dos mais diversos, observa-se o crescimento na prevalência de
sobrepeso entre crianças e adolescentes nas últimas décadas. Tal fato pode estar
associado às mudanças presentes nesta faixa etária (MACHADO et al, 2018).
9

A adolescência é caraterizada por mudanças fisiológicas e psicológicas, que


contribuem para a vulnerabilidade característica desse grupo populacional
desencadeando distúrbios alimentares como a obesidade e bulimia, fazendo com que
os adolescentes sejam considerados um grupo de risco nutricional, devido à
inadequação de sua alimentação decorrente do aumento das necessidades
energéticas e de nutrientes para atender à demanda do crescimento. Neste período é
muito importante manter bons hábitos alimentares e estilo de vida saudáveis, pois, é
nessa fase que os hábitos alimentares são estabelecidos e muitas vezes mantidos na
vida adulta (ENES e SLATER, 2010).
A obesidade é uma das principais causas de problemas relacionados à saúde
na sociedade e é considerada uma epidemia que vem crescendo em homens e
mulheres, de todas as idades, classes étnicas e socioeconômicas e em diversos
países do mundo. Alimentada por hábitos sedentários e ingestão de alimentos
industrializados, a obesidade infantil se espalhou absurdamente, e as crianças estão
de alguma forma mais incluídas porque só valorizam os videogames e passam mais
tempo assistindo TV, não se alimentando direito (SACRAMENTO, 2016).
A casa e a escola desempenham um papel fundamental na formação desses
hábitos, pois são os principais locais de educação e desenvolvimento da criança e têm
grande impacto na prevenção e no combate à obesidade.
Esse fator é corroborado pelo fato de que esse problema tende a se agravar na
idade adulta na infância, quando não há estímulo imediato para uma boa alimentação.
Quanto menor a idade em que a obesidade se manifesta, e quanto maior a sua
intensidade, maior a probabilidade de a criança se tornar um adulto obeso (GUEDES
e GUEDES, 2003).

A carga dupla de má-nutrição da população infantil (desnutrição/obesidade)


implica que crianças e adolescentes enfrentam-se com consequências que
resultam em baixo rendimento escolar, problemas de aprendizagem
absentismo escolar, bem como riscos em sua saúde e bem-estar em etapas
posteriores da vida. Para a sociedade implica no alto custo de atenção a
saúde, uma diminuição da produtividade e qualidade de vida das pessoas.
(BONILLA, 2012, p.06)

Entre a população jovem, há um aumento cada vez mais acentuado nos índices
de obesidade. Um fato preocupante neste fenômeno é a alta frequência de crianças
com sobrepeso, e na sua maioria, tornando-se adultos obesos e com doenças
10

crônicas causadas pela obesidade (MACHADO et al, 2018). A obesidade na infância


traz problemas precoces na saúde cardiovascular e metabólica do indivíduo.
Algumas consequências da obesidade infantil podem ser vistas em diversos
aspectos da saúde destes indivíduos, seja na própria infância quanto na fase adulta,
como por exemplo: colesterol alto, hipertensão arterial elevada e diabetes. Alguns
estudos já demonstraram uma piora na qualidade de vida de jovens obesos em
relação a seus colegas estróficos. Dados apontam uma relação entre a qualidade de
vida e a saúde em uma população de jovens obesos, onde, crianças obesas
apresentam uma pior qualidade de vida em todos os âmbitos avaliados (AZEVEDO e
BRITO, 2012).
Outros dados em que se avalia o aumento do sobrepeso e da obesidade, junto
ao nível de economia, mas em universitários, houve a utilização de métodos como
estudo quantitativo utilizando o Índice de Massa Corporal e o nível socioeconômico,
por meio de um questionário padronizado. Os resultados mostram a maioria dos
universitários era mulher (66,2%). A prevalência de excesso de peso foi de 20,4%
sendo universitários classificados no nível socioeconômico médio e alto apresentando
2,86 e 3,46 mais chances de desenvolver excesso de peso os indivíduos que
apresentaram considerável prevalência de excesso de peso e os indivíduos nos níveis
socioeconômicos mais elevados, tinham maiores chances de sobrepeso e obesidade
(VIEIRA et al, 2017).

2.2 Desenvolvimento infantil

Na luta pela sobrevivência, os hominídeos superaram vários obstáculos no processo


de evolução, movendo-se de forma primitiva e gradualmente se unindo ao meio ambiente. Os
movimentos podem ser observados logo após o nascimento e ao longo da vida humana; estes
são filogenéticos, naturais e comuns a todos, enquanto a ontogenia é o resultado do
amadurecimento e das experiências adquiridas ao longo da vida. Compreender que o
desenvolvimento das habilidades motoras é o que se trata o comportamento motor,
entendendo as primeiras tentativas de se locomover de várias maneiras e em diferentes
direções, dar o primeiro passo, depois pular e correr no ambiente ao redor, então, para o
movimento humano esta é uma atividade motivadora e desafiadora.
O desenvolvimento humano tem certas regularidades nos domínios motor, cognitivo,
emocional e físico. O desenvolvimento motor pertence ao movimento humano; modificação
do domínio cognitivo da inteligência humana; transformação socioemocional do domínio
11

afetivo; físico, referindo-se a mudanças reais, como altura ou peso. Todas essas áreas estão
fortemente inter-relacionadas, de modo que o desenvolvimento cognitivo e afetivo domina o
desenvolvimento motor. O desenvolvimento humano é a sucessão e regressão dos seres
humanos à medida que envelhecem (PAYNE, 2010)
As habilidades motoras básicas resultam de vários fatores que interagem e influenciam
o desenvolvimento motor da criança, incluindo maturidade, ambiente de ensino, motivação,
condições sociais e culturais e experiências passadas. Proporcionar oportunidades para
aprender e desenvolver habilidades motoras básicas é fundamental para o desenvolvimento
de uma criança. As habilidades motoras exibem padrões específicos e elementos comuns e
fornecem uma base motora para o desempenho futuro de movimentos mais específicos
dentro de cada habilidade especializada do esporte (SOUZA et al, 2008).
Deve haver uma certeza clara e compreensão do desenvolvimento para integrar
adequadamente esta filosofia na atividade física das crianças. Dois termos são fundamentais
para a compreensão do desenvolvimento humano: maturação (maturidade) e crescimento.
Desenvolvimento é uma expressão que se refere ao progresso e à regressão que ocorrem
em diferentes fases da vida. O crescimento é um elemento estrutural do desenvolvimento; a
maturação envolve mudanças funcionais no desenvolvimento humano.
O aumento da diversidade comportamental leva a uma expansão do repertório motor
horizontal. Posteriormente, elementos comportamentais como andar, correr, pular e
arremessar interagem para formar estruturas motoras cada vez mais complexas, levando à
expansão vertical do repertório motor. Por exemplo, o elemento de corrida interage com o
elemento de bola quicando para criar uma estrutura mais complexa chamada drible. De fato,
uma grande variedade de combinações pode e deve ser construída ao longo da infância,
aumentando com a complexidade (TANI et al, 2012).
Brincar cria uma "zona de desenvolvimento proximal" para as crianças, que é
simplesmente a distância entre o nível atual de desenvolvimento determinado pela resolução
independente de problemas e o atual nível potencial de desenvolvimento determinado pela
resolução de problemas. Sob a orientação de um adulto ou com um parceiro mais capaz
(PIAGET, 2013).
Para evitar que o esporte pareça mais negativo do que positivo na infância, é
necessário formular rigorosamente as metas de treinamento e organizar a encenação
esportiva. Para tanto, o estágio de desenvolvimento do atleta deve ser respeitado e a
consideração das características do desenvolvimento emocional, cognitivo, físico e motor da
criança é essencial para o sucesso do processo de treinamento esportivo (ROCHA et al,
2010).
Os jogos são elementos privilegiados que permitem experimentar combinações em
diferentes situações. Pode-se começar com jogos de baixa organização envolvendo situações
12

como 2x2, 3x2, 3x3, etc. com objetivos diferentes, e trabalhar gradativamente até chegar a
jogos de alta organização, ou seja, considerar situações próximas às do esporte. Assim,
quando os alunos atingem o estágio de desenvolvimento apropriado para aprender
habilidades específicas do esporte, eles não apenas adquirirão um forte conjunto de
habilidades fundamentais, mas também a capacidade de perceber e entender situações e
contextos, tomar decisões e resolver problemas. Os promotores de movimento genéricos
pretendem desenvolver essas habilidades por meio de estruturas funcionais, mas com
habilidades motoras específicas (TANI et al, 2012).
As crianças devem ter oportunidades efetivas para desenvolver proficiência básica em
habilidades motoras básicas. A falha em melhorar a eficiência das habilidades motoras
básicas inibirá o desenvolvimento de movimentos especializados para brincadeiras,
exercícios e levará à baixa participação em atividade física na idade adulta. Também é
importante notar que o pouco envolvimento nos movimentos motores durante a infância pode
levar ao atraso no desempenho motor em várias habilidades (SOUZA et al, 2008).
Segundo Piaget (2013), a aprendizagem estabelece um vínculo entre adaptação,
adaptação e assimilação por meio de informações adquiridas em seu ambiente. São os
processos de internalização do conteúdo externo, passando por etapas para que a
compreensão possa ocorrer. As crianças possuem diferentes fases de seu desenvolvimento
motor e cognitivo de acordo com a teoria de Piaget, e estas são apresentadas na Tabela 1.

Fase Características Faixa etária Evento definidor


I O bebê constrói o significado Do nascimento Assimilação básica e
Sensório-motora do seu mundo pela aos 2 anos formação do esquema
coordenação de experiências através do movimento
sensoriais com o movimento

II A criança pequena demonstra De 2 a 7 anos Assimilação avançada


Do pensamento pré- crescente pensamento usando a atividade física
operacional simbólico pela ligação de seu para realizar os
mundo com palavras e processos cognitivos
imagens

III A criança raciocina De 7 a 11 anos Reversibilidade com


Das operações logicamente sobre eventos experimentação
concretas concretos e consegue intelectual através da
classificar objetos de seu brincadeira ativa
mundo em vários ambientes

IV O adolescente é capaz da De 11 anos em Raciocínio dedutivo


Das operações raciocinar logicamente de diante através da formulação de
formais maneira mais abstrata e hipóteses abstratas
idealista

Tabela 1. Fases do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget


FONTE: Gallahue e Ozmun, 2005.
13

Para aplicação no esporte, podem ser descritos como os quatro estágios sucessivos
do desenvolvimento motor individual aplicado ao ambiente esportivo, que são:

I. Estimulação motora, movimentos básicos.


II. Aprendizagem motora, que tem como foco o treinamento motor e movimentos
específicos.
III. Especialização, seleção de modos, onde o nível de movimento começa a mudar para
técnicas de movimento.
IV. Customização, especialização esportiva focada em esportes de alto rendimento.

Nos estudos de Piaget (2013) ressalta-se a importância de cada estágio para a


formação humana, bem como as ligações entre cada estágio, e a relevância do equilíbrio
entre adaptação, assimilação e adaptação que governam as transições de estágio. No
processo ocorre o avanço do conhecimento e a construção de outras estruturas de
aprendizagem de estágios. A Tabela 2 apresenta a sequência das fases e estágios do
desenvolvimento relacionando-as com a cronologia aproximada, conforme o proposto por
Gallahue.

Cronologia Fases e estágios sequência do


aproximada (idade) desenvolvimento
0 a 6 meses Fase motora reflexa
- estágio de codificação
- estágio de decodificação
6 a 12 meses Fase motora rudimentar
– estágio de inibição dos reflexos

1 a 2 anos Fase motora rudimentar


– estágio de pré-controle
2 a 4 anos Fase motora fundamental
- estágio inicial e elementar

4 a 6 anos Fase motora fundamental


- estágio maduro

7 a 10 anos Fase motora especializada


- estágio de transição

11 anos a 13 anos Fase motora especializada


- estágio de aplicação

14 anos em diante Fase motora especializada


- estágio de utilização permanente

Tabela 2. As fases e estágios propostos por Gallahue


FONTE: Gallahue e Ozmun, 2005.

Na Tabela 2 é possível ver os quatro estágios de desenvolvimento motor em crianças


sugeridos por Gallahue e seus estágios correspondentes. É importante entender as etapas e
14

etapas, principalmente para quem vai trabalhar a iniciação esportiva na escola ou até mesmo
nos clubes. Segundo Gallahue e Ozmun (2005), o desenvolvimento motor é a transformação
contínua no comportamento motor ao longo da vida, fornecido pela interação entre as
demandas da tarefa, a biologia individual e as condições ambientais.
A iniciação esportiva é o período em que a criança começa a aprender habilidades
motoras de forma específica e planejada. De acordo com Santana (2002), é indicado buscar
uma iniciação do movimento que leve em consideração todas as complexidades humanas,
entendidas como o período em que as crianças começam a praticar um ou mais esportes de
forma regular e direcionada, com o objetivo imediato de dar continuidade ao seu
desenvolvimento global, não significando em partidas regulares (GONÇALVES et al, 2010).
Rose Jr. e Tricoli (2005), discutem os aspectos físicos e psicológicos relevantes para
a iniciação esportiva:

• Físico: Inclui habilidades físicas, bem como habilidades motoras básicas e específicas.
Em termos de capacidades físicas, é proporcionada a vivência desportiva e o
desenvolvimento de capacidades físicas como coordenação, resistência, velocidade,
força e flexibilidade, tendo em conta o ambiente e a idade do aluno. As pessoas
também devem tentar exercitar essas habilidades físicas de uma forma divertida e
divertida. Quanto às habilidades motoras, considere duas situações: básica e
específica. A importância das habilidades motoras básicas em função da faixa etária
em questão. Portanto, caminhar, correr, pular e arremessar são os movimentos
básicos nesta fase do processo. Em termos de habilidades específicas, há uma clara
necessidade de proporcionar aos alunos o aprendizado dos fundamentos do
movimento que está sendo praticado.
• Psicológico: Autoestima e liderança devem ser desenvolvidas. Criar um ambiente que
promova um senso de identidade é fundamental para estimular o desenvolvimento do
mundo interior de um indivíduo. A autoestima torna-se importante quando os
indivíduos acreditam em si mesmos e em suas habilidades. A liderança procura
reforçar os modelos de comportamento positivo – concebidos para promover o
sucesso da equipa e estimular a compreensão do contexto da atividade.

Em relação aos aspectos técnicos e táticos da iniciação esportiva, Paes e Balbino


(2005) citam:

• Técnico: Tudo se resume ao processo de aprendizado dos fundamentos do movimento


que está sendo praticado. O trabalho deve ser realizado de forma lúdica, adaptado às
necessidades de cada cenário e às necessidades dos alunos.
15

• Tático: Aprenda as regras básicas, os sistemas defensivos e ofensivos do esporte


praticado e use-os como substitutos educacionais para integrar e desenvolver o gosto
pelo jogo.

Na iniciação esportiva, o objetivo principal é proporcionar um esporte para crianças,


sempre respeitando as limitações do público-alvo, a aprendizagem pode ser realizada na
forma de jogos lúdicos, brincadeiras adaptadas, sempre considerando a diversidade de
esportes e a diversificação de técnicas para maior repertório esportivo, tendo como parâmetro
o desenvolvimento psicomotor da criança.

2.3 Treinamento de força

O termo "treinamento de força" - também conhecido como treinamento com pesos -


refere-se a um método especializado de condicionamento corporal que envolve o uso gradual
de cargas de resistência para aumentar ou manter a aptidão muscular. Esses programas
podem envolver o uso de pesos livres, equipamentos, faixas elásticas ou o uso do próprio
peso corporal do praticante. A quantidade e a forma de resistência utilizada e a frequência
dos exercícios de força dependem dos diferentes objetivos do programa (AAPCSMF, 2008).
Considerado por muitos profissionais de saúde como inseguro e potencialmente
prejudicial ao desenvolvimento do sistema musculoesquelético, evidências têm demonstrado
que a segurança e eficácia do TF em crianças e adolescentes aumentou significativamente
na última década. Existe um grande interesse e preocupação dos profissionais de educação
física quanto à segurança e adequação de crianças e adolescentes participantes de
programas de treinamento que incluam algum tipo de TF. Esse fato está relacionado
principalmente a pesquisas atuais que recomendam o treinamento de força para reduzir o
percentual de lesões e melhorar o desempenho em indivíduos dessa idade (UGHINI, 2011).
Em crianças, o exercício causa menos lesões e é menos restritivo, o que pode
significar que o exercício é seguro e necessário na juventude. Como os atletas mais jovens
têm mais rigidez e força óssea, ressaltam ainda que nesta idade qualquer programa deve
sempre levar em conta a idade biológica, a maturidade física e mental, ao invés da idade
cronológica, para que o praticante ou atleta possa se adequar a mudanças em seus corpos.
É necessário que os profissionais tenham conhecimento sobre a duração, intensidade,
frequência e recuperação dos treinos para que o sistema musculoesquelético dessas crianças
e adolescentes não seja gravemente prejudicado no futuro. A atividade física como fator
exógeno (ambiental) contribui significativamente para o desenvolvimento esquelético em
crianças e adolescentes (SILVA FILHO, 2015).
16

2.3.1 Treinamento de força e suas vantagens

A realização de TF em jovens pode ajudar a fortalecer a estrutura óssea, promover o


controle de peso, reduzir os fatores de risco cardiovascular, melhorar as habilidades motoras
e o desempenho e reduzir o risco de lesões durante essas atividades e atividades recreativas.
Os benefícios potenciais do TF para adultos jovens são: aumento da força muscular, aumento
da força muscular, aumento da resistência muscular, aumento da capacidade
cardiorrespiratória, melhora dos lipídios, melhora da composição corporal, melhora das
habilidades motoras, melhora do desempenho atlético e aumento da resistência a lesões
(UGHINI, 2011).
Atividade física refere-se a um conjunto planejado e organizado de movimentos
executados para um objetivo, como melhorar ou manter uma certa aptidão física ou melhorar
o desempenho. A atividade física regular pode combater várias dessas doenças, trazendo
benefícios importantes a curto, médio e longo prazo, pois a literatura sugere que pessoas
mais ativas fisicamente podem ter melhor saúde. Os benefícios do aumento da atividade física
estão associados à redução da obesidade e à melhora dos fatores de risco cardiovascular.
Portanto, quanto mais atividade física, maior a chance de a criança viver e crescer, e menos
problemas de saúde (CARVALHO, 2021).
Além de aumentar a força muscular em adultos jovens, a participação regular em TF
tem o potencial de afetar outras medidas de saúde e condicionamento físico. Até o momento,
alguns dados sugerem que, em adultos jovens, o TF pode alterar de forma benéfica os
parâmetros de saúde e melhorar o desempenho motor e de habilidades motoras. Ele também
tem a capacidade de reduzir os danos. Alguns programas de treinamento que incluíam algum
tipo de TF (instruindo corretamente a técnica) mostraram melhora na biomecânica do
exercício, habilidades funcionais e redução no número de lesões relacionadas ao esporte em
crianças/adolescentes atletas. Alguns programas de TF para crianças ainda apresentam
dúvidas sobre eficácia e segurança. No entanto, melhorias nas variáveis relacionadas à saúde
foram observadas em programas devidamente prescritos e supervisionados com competência
(UGHINI, 2011).
Quando jovens e crianças praticam constantemente atividades relacionadas à força
em escolas, praças públicas e clubes esportivos. A pesquisa mostra que os programas de TF
podem beneficiá-los em várias áreas relacionadas à saúde e ao desempenho atlético. Os
argumentos contra o treinamento de força em crianças e adolescentes têm sido controversos,
principalmente no que diz respeito aos danos às estruturas passivas (ossos, ligamentos,
cápsulas articulares e tendões) causados por esse treinamento. Portanto, o TF para jovens
tem sido cada vez mais aceito como um método de treinamento seguro e eficaz para
organizações médicas e esportivas. No entanto, a aplicação do TF em jovens requer a
17

compreensão dos efeitos musculoesqueléticos e fisiológicos, além do entendimento das


vantagens, riscos e cuidados envolvidos nas diferentes abordagens desse treinamento
(RUAS, 2014).
Crianças e adolescentes que participam de programas que incorporam o TF em suas
atividades podem colher muitos benefícios relacionados à saúde e à qualidade de vida. No
entanto, esses benefícios só podem ser vistos quando as atividades são conduzidas por
instrutores qualificados que entendem os princípios e o desenvolvimento do programa TF
(UGHINI, 2011).

2.3.2 Treinamento de força nas aulas de educação física

Em geral, o risco de lesão articular é insignificante se a TF for realizada por profissional


habilitado e planejada de acordo com a idade. Portanto, treinadores, professores e treinadores
devem estar sempre cientes dos riscos inerentes associados ao TF e devem se concentrar
em mitigar esses riscos seguindo diretrizes pré-estabelecidas. Os fatores de risco comumente
associados a lesões esportivas em adultos jovens são: estirão de crescimento, idade,
maturidade biológica, tamanho, treinadores desqualificados e lesões anteriores. Outros
fatores hipotetizados, mas não testados, são falta de condicionamento físico, desequilíbrio
muscular, deficiências nutricionais, equipamentos inadequados, técnica de exercício
inadequada e erros de treinamento (UGHINI, 2011).
Considerando a relação entre geração de força e desempenho atlético, o TF tem
grande potencial para melhorar o desempenho atlético em crianças e adolescentes. A
pesquisa mostrou que jovens jogadores de futebol com idades entre 12 e 15 anos mostram
maiores melhorias na força muscular da parte inferior do corpo, salto vertical e testes de
corrida de 30m enquanto fazem treinamento tático e técnico, bem como aulas de TF, em
comparação com o progresso apenas do treinador jovem. Futebol, não TF. Esses resultados
foram corroborados por outros estudos correlacionais e longitudinais que mostram aumentos
nas habilidades motoras e na força muscular, principalmente em esportes de força e potência,
como ginástica olímpica, arremesso de peso, rugby, futebol e futebol americano. Além disso,
a adição do treinamento pliométrico também desempenha um papel fundamental na busca
por maior capacidade atlética em jovens (RUAS, 2014).
Segundo Ughini (2011), é importante que um TF: forneça instrução e supervisão
adequadas, garanta um ambiente de treinamento seguro, ensine os benefícios e riscos
associados ao TF, comece o treinamento com um aquecimento de 5 a 10 minutos, comece
com um conjunto de 10 a 15 exercícios leves e concentre-se na técnica correta, não cargas a
serem levantadas, treinamentos de 2 a 3 vezes por semana em dias discretos e mantenha o
programa de treinamento "atraente" e desafiador, continue mudando
18

De acordo com Ruas (2014), para o período de adaptação inicial (8 semanas) para
adaptações de desenvolvimento de força muscular, cargas mais leves e repetições mais altas
(10RM a 15RM) devem ser priorizadas. Assim, 1 a 2 séries de 8 a 15 repetições de carga
moderada (30 a 60% 1RM) ao longo de 8 a 12 exercícios permitirão um progresso gradual e
agressivo com base nos alunos e seus objetivos. Recomenda-se uma frequência de pelo
menos 2 a 3 dias por semana, não consecutivos. Este tipo de programa pode proporcionar
aos iniciantes a oportunidade de aprender técnicas de exercícios adequadas para acomodar
a força muscular. Depois de ganhar experiência, os jovens podem continuar a treinar com
mais ou menos intensidade e volume de acordo com os objetivos traçados na fase inicial.
19

3 DISCUSSÃO

De acordo com Carvalho (2021), o excesso de peso atinge de 10% a 20% das crianças
e adolescentes, por isso é necessário discutir os benefícios da atividade física orientada nessa
fase, visto que em geral esse problema persiste e se agrava na vida adulta, causando excesso
de peso em 54% dos brasileiros. Informações sobre os benefícios, cuidados importantes e
locais de prática para cada exercício ou treinamento podem ser relevantes. Um foco
importante na literatura da área de educação física tem sido lidar com a intensidade,
quantidade e frequência da atividade física das crianças. Diante desse problema, a Figura 1
apresenta diferentes locais e medidas preventivas importantes para evitar efeitos negativos
no crescimento e desenvolvimento infantil.

Figura 1. Exercício físico para crianças: opções de prática, locais possíveis,


benefícios e cuidados requeridos
FONTE: Carvalho, 2021.

Exercícios de força, como musculação, podem começar assim que as habilidades


intelectuais e motoras do paciente estiverem maduras, geralmente por volta dos oito anos de
idade. Evidências científicas mostram que essa prática é ainda mais segura em comparação
com outros esportes praticados regularmente por essa faixa etária, como o futebol. Dessa
forma, o mito de "crianças não devem treinar com pesos" não faz muito sentido. Por outro
20

lado, são vários os benefícios do treinamento de força nesta fase da vida, principalmente para
quem deseja praticar esportes competitivos.
Muitos alunos que foram à escola trouxeram experiências negativas nas aulas de
educação física que se tornaram lembranças tristes e sentimentos de incapacidade física e
motora, ou mesmo medo de não conseguir se exercitar adequadamente. Por outro lado, muito
poucos alunos experimentaram uma prática agradável e conseguiram melhorar
razoavelmente seu desempenho. A razão é que os cursos que deveriam oferecer atividades
práticas, orientação sobre questões de saúde, hábitos e estilos de vida saudáveis, felicidade
e alegria não atendem nem mesmo aos objetivos gerais listados nos Parâmetros Curriculares
Nacionais. O recurso fundamental para o desenvolvimento da disciplina de forma holística
será a informação, a construção do conhecimento com capacidade de produzi-lo e gerenciá-
lo, pois a educação é entendida como uma atividade prática por meio da qual o conhecimento
é produzido e difundido (CARVALHO, 2021).

Quadro 1. Síntese dos principais indicadores relativos ao treinamento resistido para crianças e
adolescentes
FONTE: Benedet et al, 2013.

De acordo com Benedet et al (2013), o número de publicações sobre o uso de TF em


crianças e adolescentes mudou significativamente desde 1990. Embora ainda controversa, a
literatura atual recomenda TR para adultos jovens, cujas recomendações mais importantes
estão resumidas no Quadro 1. É importante ressaltar que, como em qualquer exercício ou
modalidade, a questão é a prescrição ou realização do TR, não como o TR é administrado,
em seu caráter de exercício físico. Da mesma forma, é inegável que as convenções sociais
impõem padrões aceitáveis de composição corporal que aumentam as chances de crianças
e adolescentes adotarem estratégias de treinamento que vão além dos parâmetros
recomendados. Nesse sentido, recomenda-se o acompanhamento constante por professores
e familiares.
Deve haver sempre alguma variação no programa de TF para que o treinamento
permaneça estimulante, desafiador e eficaz. Essa mudança sistêmica ajuda a estimular
21

futuras adaptações, maximiza os ganhos das metas estabelecidas e reduz o risco de lesão
por uso excessivo do músculo.
22

4 CONCLUSÃO

O artigo abordou o treinamento de força para crianças e adolescentes, visando


apresentar as vantagens da aplicação desta prática nas aulas de educação física nas
escolas. Para isso, o artigo expos dados sobre a obesidade e desenvolvimento infantil,
e apresenta informações sobre o treinamento de força, suas vantagens e abordagem
nas aulas de educação física. Sob a justificativa de que esta prática, além de segura,
aumenta a resistência associada a outras atividades físicas e traz benefícios para o
desenvolvimento desses jovens.
Verificou-se que o aumento dos índices de sobrepeso e obesidade em faixas etárias
cada vez menores, desperta preocupação por parte de pessoas e entidades da área de saúde,
devido aos danos e agravos à saúde provocados pelo excesso de peso, desencadeando
outras doenças. Em alguns países com desenvolvimento socioeconômico dos mais diversos,
observa-se o crescimento na prevalência de sobrepeso entre crianças e adolescentes nas
últimas décadas.
As crianças devem ter oportunidades efetivas para desenvolver proficiência básica em
habilidades motoras básicas. A falha em melhorar a eficiência das habilidades motoras
básicas inibe o desenvolvimento de movimentos especializados para brincadeiras, exercícios
e levará à baixa participação em atividade física na idade adulta.
A realização de TF em jovens pode ajudar a fortalecer a estrutura óssea, promover o
controle de peso, reduzir os fatores de risco cardiovascular, melhorar as habilidades motoras
e o desempenho e reduzir o risco de lesões durante essas atividades e atividades recreativas.
Os benefícios potenciais do TF para adultos jovens são: aumento da força muscular, aumento
da força muscular, aumento da resistência muscular, aumento da capacidade
cardiorrespiratória, melhora dos lipídios, melhora da composição corporal, melhora das
habilidades motoras, melhora do desempenho atlético e aumento da resistência a lesões.
Um programa de treinamento de força para crianças não deve ser uma versão reduzida
de um adulto. O uso de pesos relativamente leves e muitas repetições deve ser priorizado em
relação ao levantamento de pesos pesados com poucas repetições. Isso ajudará a ganhar
força e ajudará a criança a usar os músculos com mais eficiência. Treinar com cargas
submáximas e poucas repetições muitas vezes visa a hipertrofia muscular, o que, como vimos
acima, não acontece em adolescentes. Além disso, esses exercícios podem sobrecarregar os
ossos prematuros - especialmente se a técnica adequada for sacrificada para suportar o
levantamento de muito peso.
23

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