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Natação como proposta de intervenção para crianças com Transtorno do

Espectro Autista (TEA): uma análise integrativa da literatura

Igor Marques Farias1


Luiz Henrique Rodrigues2

Resumo: Estudar a natação como tratamento para crianças autistas é importante não apenas para
compreender os benefícios potenciais dessa abordagem, mas também para promover o bem-estar
e a inclusão de crianças com autismo. Diante deste panorama, foi decidido analisar o uso da
natação como intervenção terapêutica para crianças autistas, examinando as respostas e a eficácia
deste esporte. Para tanto, foi realizada uma revisão integrativa de literatura, as informações
coletadas foram analisadas pelo método da análise de conteúdo e os resultados mostraram que é
possível ter a natação como grande aliada, visando trazer benefícios para as crianças autistas
tanto na parte física como também na psicológica e social.

Palavras-chave: Crianças autistas; Natação; Intervenção terapêutica.

Abstract: Studying swimming as a treatment for autistic children is important not only to
understand the potential benefits of this approach, but also to promote the well-being and
inclusion of children with autism. In face of this scenario, it was decided to analyze the use of
swimming as a therapeutic intervention for autistic children, examining the responses and
effectiveness of this sport. For this purpose, an integrative literature review was conducted, and
the collected information was analyzed by using content analysis method. The results showed that
swimming can be a great ally, aiming to bring benefits to autistic children not only in physical
aspects but also in psychological and social aspects.

Keywords: Autistic children; Swimming; Therapeutic intervention.

1
Acadêmico do curso de Educação Física da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE).
2
Professor do curso de Educação Física da Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE).
2

INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado por indicar déficits persistentes e


alterações na linguagem da criança ao se comunicar e interagir socialmente, incluindo também a
presença de padrões repetitivos e atividades ou interesses restritos, percebidos em múltiplos
contextos e manifestados atualmente ou por história prévia. Sendo assim, nota-se que o transtorno
afeta o desenvolvimento neurológico em diferentes níveis, acarretando danos na comunicação,
alteração no comportamento e essencialmente na interação social. (SENA, 2014).
No Brasil, o levantamento de dados sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda é
recente, realizado com a inclusão de uma pergunta sobre autismo no Questionário de Amostra do
Censo Demográfico 2022, cujos resultados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística em 28 de junho de 2023 (IBGE, 2023). A escassez de dados, contudo, não
deve invisibilizar os desafios dessa parcela da população ou de seus familiares, entre
profissionais da saúde e educadores.
Dentre as opções de tratamento e métodos de estímulo, Lepore (2003) ressalta os efeitos
terapêuticos da água e a importância da atividade aquática adaptada. A primeira facilita o
relaxamento muscular, a amplitude de movimentos das articulações e a melhora da força e
resistência muscular. Além disso, a prática de atividades aquáticas pode fortalece os músculos
que melhoram a estabilidade postural necessária às habilidades de locomoção e controle de
objetos, melhoram o controle respiratório e a aptidão cardiorrespiratória, como também reforçam
a aprendizagem acadêmica com desenvolvimento dos conceitos cognitivos.
Os efeitos benéficos das práticas esportivas como a natação, bem como as atividades
lúdico recreativas na água e os momentos de lazer, começaram a fazer parte de tratamentos com
crianças autistas e mostraram ser fundamentais no processo de desenvolvimento, prevenindo
doenças, promovendo saúde e mantendo as pessoas funcionalmente independentes (DE SOUZA;
BATISTA, 2008).
Diante da complexidade do TEA em seus diversos espectros, da busca contínua por
abordagens eficazes e abrangentes de tratamento, bem como através das vivências
experimentadas tanto dentro quanto fora de sala de aula, surgiu o interesse em investigar como a
natação emerge como uma alternativa promissora, levantando a questão reflexiva de quais as
contribuições que a natação proporciona às crianças com TEA.
3

Esta análise integrativa da literatura teve como objetivo explorar e avaliar os efeitos da
natação como prática de atividade física na vida das crianças autistas, abordando as contribuições
físicas, sociais e comportamentais, com o propósito de fornecer uma visão completa e embasar
futuras investigações e práticas clínicas neste campo de estudo em constante evolução.
O estudo apresenta inicialmente a fundamentação teórica, para em seguida, revelar os
procedimentos metodológicos e adentrar na análise das informações, as quais foram organizadas
em duas categorias estabelecidas a posteriori, e por fim, as considerações finais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para entendermos como a natação pode ser uma intervenção terapêutica para crianças
com Transtorno do Espectro Autista, primeiro precisamos ponderar sobre a prática de exercício
físico na infância, uma vez que os desenvolvimentos motor, psicológico e social nas fases iniciais
da vida são preocupações e desafios no âmbito da Educação Física.
De acordo com Neris, Tkac e Braga (2012, p. 59) “O desenvolvimento de padrões
motores em crianças é um fator relevante para que esta, no decorrer da vida, possa obter
habilidades motoras fundamentais bem desenvolvidas, e usufruí-las para qualquer tarefa que lhe
seja apresentada.”. Partindo disso, começamos a perceber a importância do estímulo motor desde
os períodos iniciais, a fim de obter bom desempenho na realização de tarefas, desde as mais
simples até as mais complexas.
Mas, para a progressão das habilidades motoras ser otimizada, a prática deve ser regular e
planejada, como afirmam Santos et al. (2015, p. 497) “as práticas esportivas sistematizadas, de
forma geral, contribuem significativamente para ampliação do vocabulário motor das crianças.”.
Portanto, o auxílio de um profissional capacitado é fundamental nesse processo.
Em um contexto mais amplo, além dos aspectos motores, outros pontos surgem como
foco de interesse, como os quesitos psicológicos e sociais que são intrínsecos à prática. Seja na
iniciação esportiva, na reabilitação ou apenas com fins recreativos, o bem estar psicológico, a
motivação e o controle de pensamentos e sentimentos são fatores que levam à busca da atividade
física, em diversos contextos sociais. (RUBIO, 2007).
Corroborando com o autor anteriormente citado, Xavier e Fazendeiro [s.d.] dizem que a
prática esportiva aumenta o bem-estar e traz melhoras psíquicas e cognitivas, ajudando na
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qualidade do sono, na alimentação, na responsabilidade com as tarefas e no controle das


emoções, além de diminuir o nível de ansiedade da criança praticante.
Por ser um esporte que envolve grande parte dos músculos e articulações do corpo, a
natação é considerada um excelente exercício para auxiliar o desenvolvimento do corpo em
formação. Os autores Oliveira e Huber (2021) afirmam que “a natação é um componente muito
relevante para o desenvolvimento motor e deve ser estimulado o quanto antes a iniciação na
prática infantil.”.
Tal contato deve ocorrer desde cedo pois, segundo Melo et al. (2020), durante a infância a
capacidade e velocidade de aprendizagem são muito altas, portanto, todo estímulo presente no
dia-a-dia irá trazer benefícios, ainda mais quando se trata de um esporte tão completo como a
natação.
Além disso, “o contato da criança com a piscina, os colegas e com o professor, permite
trabalhar aspectos como a afetividade, a autoconfiança e a criatividade. Desenvolvendo-se
atividades físicas, psicológicas, de aprendizagem e afetivas, facilitando a reintegração social.”
(VELASCO, 2004, apud MELO et al., 2020, p. 62513).
Diante desse panorama, é possível afirmar que a natação promove inúmeros benefícios
aos seus praticantes, principalmente na infância onde as experiências diversas a fim promover um
desenvolvimento completo e abrangente são de extrema importância.
Tal fato não seria diferente ao se tratar de crianças autistas. “A inclusão do autista no
universo das práticas esportivas, contudo, não é uma tarefa trivial e requer planejamento,
conhecimento e perseverança por parte do profissional de educação física.” (SCHLIEMANN,
2013, p.48).
Para entendermos sobre a pessoa com TEA, o Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5) fala que:

As características essenciais do transtorno do espectro autista são prejuízo persistente na


comunicação social recíproca e na interação social e padrões restritos e repetitivos de
comportamento, interesses ou atividades. Esses sintomas estão presentes desde o início
da infância e limitam ou prejudicam o funcionamento diário. (DSM-5, 2014, p. 53).

Pesquisadores como Pinto et al. (2016) e Heleno et al. (2020), afirmam em comum acordo
que o autismo é uma síndrome comportamental que compromete o desenvolvimento motor e
psiconeurológico, apresentando singularidades caracterizadas pela dificuldade cognitiva, com
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prejuízos qualitativos na comunicação verbal e não verbal, baixa interatividade social, presença
de movimentos repetitivos e restrição do seu ciclo de atividades e/ou interesses.
Tendo em vista as características citadas, é possível perceber o quanto a preparação para
lidar com esse público é essencial. Porém, considerando a dificuldade em encontrar materiais
para estudo, acabam formando-se barreiras que impedem que muitas crianças tenham acesso à
intervenção adequada. Levando em conta tais obstáculos e os benefícios da prática de atividade
física na infância, a pesquisa se direciona para a importância deste estímulo no desenvolvimento
dos aspectos em questão.
Existem muitas possibilidades de intervenção para melhorar a linguagem, a comunicação
e a interação de crianças com diagnóstico de TEA. Como afirma Jesus (2022), a prática de
atividades tem extrema importância na melhora da condição de vida desses indivíduos, para que
os mesmos possam desenvolver suas habilidades corporais, emocionais e intelectuais. O autor
também enfatiza a prática como instrumento de inclusão dessas crianças no meio social e de
desenvolvimento integral.
Nas pesquisas feitas por Silva (2019), nota-se que os exercícios também atenuam várias
características comportamentais, como agressividade, desinteresse, isolamento e falta de atenção,
além de trazer melhoras significativas na flexibilidade, no equilíbrio e na força muscular.
Considerando os desafios da criança com TEA, podemos promover a natação como um
possível fator de intervenção terapêutica por conta da sua vasta gama de benefícios, sendo um
esporte que trabalha com o tônus muscular, fortalece e ajuda nos movimentos dos músculos,
influencia diretamente o controle motor, equilíbrio e força muscular, também ajudando no
fortalecimento do sistema cardiorrespiratório. (JESUS, 2022).

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura de abordagem


qualitativa, com a proposta de gerar novos conhecimentos sobre determinado tema a partir de
uma revisão crítica e sintética das publicações e pesquisas representativas de uma forma
integrada. Para o seu desenvolvimento, foram adotadas seis etapas:
1. Elaboração da pergunta norteadora;
2. Busca na literatura;
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3. Extração dos dados;


4. Avaliação dos estudos encontrados;
5. Análise e síntese dos resultados;
6. Apresentação do trabalho final.

Este artigo teve como objetivo identificar pesquisas que tragam contribuições sobre as
formas que a natação pode ser utilizada como intervenção para crianças autistas, examinando os
benefícios percebidos, a eficácia e as melhores práticas associadas a essa abordagem. Os padrões
para inclusão foram os seguintes:
1) Apenas artigos genuínos foram considerados;
2) Os idiomas permitidos foram português, espanhol e inglês;
3) Os artigos precisavam ter uma conexão direta com os tópicos estabelecidos.
Realizou-se uma busca com as palavras-chave “crianças autistas”, “natação” e
“intervenção” nas plataformas SciELO e Google Acadêmico. Para realizar a revisão, foram
analisados primeiro os títulos, seguidos pela leitura dos resumos e, em seguida, a leitura completa
dos estudos. Inicialmente, identificaram-se 39 artigos originais, mas após a leitura dos resumos,
31 deles foram excluídos. Ao final desse processo, um total de 8 artigos foram considerados
adequados para esta revisão, como ilustrado no Quadro 1.
As informações obtidas nas pesquisas foram consideradas pelo método da análise de
conteúdo e organizadas por categorias. Bardin (1977, p.38) designa a análise de conteúdo como
sendo “um conjunto de técnicas de análises de comunicações, que utiliza procedimentos
sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens”. O método de análise proposto
por Bardin (1977) segmenta-se em: a) Organização da Análise; b) Codificação; c) Categorização;
d) Inferência ou descrição; e) Informatização da análise das comunicações. Foram elencadas três
categorias a posteriori: Natação e TEA aspectos físicos; Natação e TEA aspectos psicológicos; e
Natação e TEA aspectos sociais.
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Figura 1

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Por intermédio desta pesquisa, se faz possível refletir sobre a natação como intervenção
nas crianças com espectro autista, tendo como vetores os âmbitos motores, psicológicos e sociais.
Para citar os artigos na discussão a seguir, foram denominadas da seguinte forma: A1, A2, A3,
A4, A5, A6, A7 e A8, conforme Quadro 1.

Quadro 1 - Perfil dos Artigos

Artigo Nome do artigo Objetivo Resultados Autores

A1 Influência da natação Detectar possíveis A pesquisa apresentou a Giovana Felicio


na ansiedade em melhoras de ansiedades melhoria do Gomes
8

indivíduos com em crianças com desenvolvimento físico e Fernando Bicocchi


transtorno do espectro transtorno do espectro principalmente uma mudança Canova
autista autista após a prática da positiva no controle de
natação. ansiedade após a prática de
natação

A2 Avaliação das O objetivo foi avaliar Apresentando como Thaiany Luna Pires
variáveis as adaptações principal resultado o Pereira
comportamentais e psicossociais de três ganho de habilidades, Paulo Ernesto
habilidades aquáticas alunos, com idades de 8 considerando cada aluno Antonelli
de autistas a 16 anos, Emerson Cruz de
no universo de suas
participantes de diagnosticados com Oliveira
limitações, também
um programa de TEA e Renato Melo Ferreira
natação participantes de um contemplou as possíveis
programa de melhorias, muito
atividades aquáticas. especificamente, voltadas
para os aspectos
psicossociais típicos do
TEA.

A3 Benefícios da Analisar como a A natação é um esportes Luciano Bussolaro de


atividade física para educação física pode muito praticado e traz Jesus
crianças com TEA auxiliar no inúmeros benefícios para as Marina Toscano Aggio
desenvolvimento da crianças com TEA
criança com TEA.

A4 O benefício Analisar os resultados A natação influencia Mylli Ketwlly Ferreira


da natação no obtidos na diretamente a qualidade de dos Santos
tratamento de crianças literatura científica, vida da criança com TEA, Nataly do Nascimento
diagnosticadas com sobre a natação e seus que sai de um estado de Silva
TEA: um relato de benefícios no sedentários para uma vida Felipe Gabriel Gomes
experiência do desenvolvimento de ativa e mais saudável, da Silva
trabalho realizado no crianças com TEA, e trabalhando a flexibilidade, Bruno Tavares Félix
instituto espaço vida comparar com os lateralidade, agilidade entre do Nascimento
no município de resultados obtidos no outras. Também tem impacto Adriano Florêncio da
Vitória De Santo trabalho realizado pela direto nos principais déficits Silva
Antão - PE autora em suas aulas de centrais do TEA, trabalhando Danyela da Silva do
natação no Instituto as relações da comunicação, Carmo
Espaço Vida no ano de a autoconfiança, entre outros, Weslley Alex da Silva
2018, por meio da sendo uma prática Dionísio
avaliação subjetiva extremamente divertida e Gabrielly Santos Leal
global. prazerosa para a criança. da Silva

A5 A natação como O objetivo do estudo conclusão é que as crianças Juliane Noviscki


auxiliar no foi identificar as tiveram uma evolução na
desenvolvimento alterações de questão de enfrentamento de
escolar de alunos com comportamento na novos desafios e na questão
9

Transtorno do escola da criança com socialização com os demais


Espectro Autista TEA, durante amigos de turma foi
(TEA) participação de um realizada com naturalidade, e
programa de prática da isso refletiu positivamente no
natação. seu comportamento escolar

A6 Desenvolvimento Apresentar as A prática da natação traz Marcella Cezar Pio


Motor De Crianças Do contribuições que a inúmeros benefícios para Orientadora: Andrea
Espectro Autista Por natação proporciona às crianças portadoras de TEA, Cintia da Silva
Meio Da Natação crianças autistas quanto e que o principal é
ao desenvolvimento justamente no
motor. desenvolvimento motor,
cognitivo e social dessas
crianças.

A7 Relação entre os Como a natação pode Os resultados sinalizam que Mateus Alves Pinto
métodos de aula de contribuir na qualidade houve melhorias Leonardo Miglinas
natação e os de vida de crianças significativas nos aspectos
benefícios alcançados autistas a partir dos fisiológicos, motores, sociais
em crianças com TEA métodos de aula e cognitivos, contribuindo
utilizados por para o desenvolvimento
professores de natação integral de crianças com
A pesquisa se constitui TEA praticante da natação
de uma pesquisa nesta academia pesquisada.
qualitativa de caráter
exploratório

A8 Efeitos da natação em Objetivo investigar as A natação com crianças Mayara Cristina de


pessoas com alterações promovidas autistas sob a percepção dos Oliveira
transtorno do espectro pela prática de natação pais e terapeutas, conclui-se Fabrizio Di Masi
autista: percepção de em crianças com TEA que existe um cenário de Carlos Eduardo Lima
pais e terapeutas sob a percepção dos respostas favoráveis em Monteiro Frederico
pais e terapeutas relação à prática de natação Barros Costa Estélio
sobre vários aspectos Henrique Martin
avaliados. Dantas

Fonte: Primária (2023).

Ao analisar o perfil dos artigos desta pesquisa, verifica-se que os temas desenvolvidos
estão de acordo com o objetivo desse artigo, pois tratam sobre atividade física, mais específico
natação como forma de intervenção de crianças com transtorno do espectro autista (TEA),
obtendo também como um dos objetivos específicos tendo em vista que os trabalhos tratam dos
vetores motor, psicológico e social.
As pesquisas analisadas A3, A4, A6, A7 e A8 reforçam a importância de crianças com
TEA na prática de natação, por trazerem inúmeros benefícios como coordenação motora,
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flexibilidade, cardiorrespiratório e perda de peso, levando a um desenvolvimento físico mais


amplo para essas crianças.
Como dito pelos autores (Santos et al, 2020, p.35747) a prática da natação traz inúmeras
melhorias como, no aparelho cardiorrespiratório, perda de peso de crianças obesas, aumento da
flexibilidade e agilidade. Complementando as informações dos autores acima (PIO, 2022, p.17),
a natação fornece melhorias à coordenação motora, equilíbrio, maior vínculo motor.
Com tudo os aspectos físicos não foram os únicos vetores investigados entre natação e
TEA, por conta das dificuldades psicológicas e de interações sociais, por as vezes a dificuldade
de entender ordens ou direcionamentos, também por comportamentos agressivos e
estereotipados, a prática de tal atividade para a criança autista, é de grande valia segundo os
autores dos artigos A1, A2, A4, A5, A6, A7 e A8, que afirmam a importância da prática de
atividade aquática para amenizar esses comportamentos e obstáculos que esses indivíduos têm,
até mesmo trazer uma autonomia para eles.

segundo (Pereira et al. 2020, p.13) O professor de natação tem que estimular a
comunicação entre os alunos e também entre o professor, isso é essencial para que haja
uma evolução nos quesitos sociais, no desenvolvimento da fala, no respeito e na
diminuição das atitudes agressivas, assim facilitando que os alunos em atender ordens
verbais.

Corroborando com as informações acima (Pinto e Miglinas, 2022, p.) a natação tem um
papel fundamental pois traz melhora no âmbito de interação social, ajuda a criança a se
desenvolver em termos de socialização tanto com o professor quanto com outras crianças e com a
família.
Obtendo as informações dos artigos selecionados, é possível compreender que a natação
vem como grande aliado visando trazer benefícios para as crianças autistas, na parte física e
também na parte psicológica e social.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, para ter uma visão completa da pesquisa resgatou-se o problema, quais as
contribuições que a natação proporciona às crianças com TEA?
Para investigar o problema proposto utilizou-se do método científico revisão integrativa
da literatura, assim deu-se início a investigação para que conseguíssemos obter o objetivo do
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trabalho, que é explorar e avaliar os efeitos da natação como prática de atividade física na vida
das crianças autistas.
Visando atingir o objetivo do trabalho, a pesquisa feita teve como resultado que a natação
traz inúmeros benefícios para as crianças autistas, tanto na parte física, psicológica e social,
auxiliando na coordenação motora, na comunicação interpessoal e também no bem estar
emocional.
Devido a escassez de trabalhos, vemos que os resultados obtidos são de grande
importância para fomentar mais pesquisas na área e incentivar que profissionais se interessem
cada vez mais em melhorar a vida de crianças com TEA.

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Agradecimentos
Primordialmente, gostaria de dedicar esse TCC à minha esposa, que tanto batalhou e não
mediu esforços para que eu pudesse estar aqui hoje. Você é a fonte de inspiração pra mim, essa
vitória é nossa!
Agradeço imensamente aos meus amigos, que sempre estiveram ao meu lado, pela
amizade incondicional. A minha mãe pelo amor, incentivo e apoio incondicional. Às pessoas
com quem convivi ao longo desses anos de curso, que certamente tiveram impacto na minha
formação acadêmica.
Agradeço a todos os meus professores, pelas correções e ensinamentos que me permitiram
apresentar um melhor desempenho no meu processo de formação profissional ao longo do curso.
Deixo um agradecimento especial ao meu orientador, que conduziu o trabalho com paciência e
dedicação, sempre disponível a compartilhar todo o seu vasto conhecimento.

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