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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA INSERÇÃO


ESCOLAR DE CRIANÇAS COM O TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA (TEA)1
Samuel Carlos Ribeiro2
Declaro que o trabalho apresentado é de minha autoria, não contendo plágios ou citações não
referenciadas. Informo que, caso o trabalho seja reprovado por conter plágio pagarei uma taxa
no valor de R$ 199,00 para a nova correção. Caso o trabalho seja reprovado não poderei pedir
dispensa, conforme Cláusula 2.6 do Contrato de Prestação de Serviços (referente aos cursos de
pós-graduação lato sensu, com exceção à Engenharia de Segurança do Trabalho. Em cursos de
Complementação Pedagógica e Segunda Licenciatura a apresentação do Trabalho de Conclusão
de Curso é obrigatória).

RESUMO
A possível prática regular de exercícios físicos para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) é um
processo que visa envolver a família, a escola e os professores de educação física. O objetivo da educação física
é estimular o desenvolvimento psicomotor e, como princípio básico, despertar a criatividade e promover a
formação integral do aluno, ajudando no desenvolvimento físico, mental e emocional. Com a atividade física
regular, as crianças com transtorno do espectro autista (TEA) melhoram comandos simples, o que melhora as
habilidades motoras e a comunicação. O objetivo desta pesquisa é analisar o desenvolvimento das pessoas
autistas e a importância do movimento para elas. Após um estudo bibliográfico ficou claro que a ginástica
voltada para pessoas com autismo, aliada a um método de intervenção adequado, melhora a qualidade de vida
dessas crianças. Metodologicamente, trata-se de uma revisão bibliográfica qualitativa e descritiva, elaborada por
meio da coleta e análise de artigos, monografias e documentos. A importância deste estudo justifica-se porque
contribui para a formação do profissional de educação física, pois apesar dos desafios, é certo que o professor
deve respeitar as limitações dos alunos com TEA, mas também recomendar atividades incentivadoras que
estimulem estímulos e, quem sabe, sua vitória. Nota-se também que apesar das dificuldades existentes, o
processo de inclusão é sim possível se o professor estiver comprometido e envolver o incentivo à participação
dos alunos nas aulas de educação física.

Palavras-chave: Espectro Austista. Atividade Física. Desenvolvimento.

ABSTRACT

The possible regular practice of physical exercise for people with autism spectrum disorder (ASD) is a process that
aims to involve the family, school and physical education teachers. The objective of physical education is to
stimulate psychomotor development and, as a basic principle, awaken creativity and promote the student's
comprehensive training, helping with physical, mental and emotional development. With regular physical activity,
children with autism spectrum disorder (ASD) improve simple commands, which improves motor skills and
communication. The objective of this research is to analyze the development of autistic people and the importance
of movement for them. After a bibliographical study, it became clear that gymnastics aimed at people with autism,
combined with an appropriate intervention method, improves the quality of life of these children. Methodologically,
this is a qualitative and descriptive bibliographic review, prepared through the collection and analysis of articles,
monographs and documents. The importance of this study is justified because it contributes to the training of
physical education professionals, because despite the challenges, it is certain that the teacher must respect the
limitations of students with ASD, but also recommend encouraging activities that stimulate stimuli and, who knows,
your victory. It is also noted that despite the existing difficulties, the inclusion process is indeed possible if the
teacher is committed and involves encouraging student participation in physical education classes.

Keywords: Autistic Spectrum. Physical activity. Development.

1
Artigo científico apresentado ao Grupo Educacional IBRA como requisito para a aprovação na disciplina de
TCC.
2
Discente do curso.
2

1 INTRODUÇÃO

Este artigo foi elaborado para analisar os benefícios da educação física para alunos com
Transtorno do Espectro Autista. Considerando que o processo de desenvolvimento da educação
inclusiva nas aulas de educação física tem papel fundamental na vida do aluno. A escola é um
ambiente favorável ao crescimento, um desenvolvimento que oferece ao aluno oportunidades
educacionais e novas experiências. Em uma prática que tem como principal ferramenta a
educação física e a inclusão, a pesquisa de campo visa demonstrar a importância que uma
possível prática regular de exercícios pode desenvolver e melhorar a vida de pessoas com
transtorno do espectro autista (TEA).
A atividade física é um comportamento que visa prevenir doenças e manter a saúde e
deve enfatizar a participação, a tomada de decisões, a autonomia e a independência. Portanto, a
educação física nas escolas deve incluir o corpo, o movimento e a brincadeira como aspectos
integrantes da educação e proporcionar oportunidades educacionais adequadas ao
desenvolvimento holístico e à busca pela participação objetiva e pela integração social
(WINNICK, 2004).
As aulas de educação física funcionam por meio de jogos lúdicos e procuram abranger
um amplo espectro de manifestações, com o objetivo de atender cada criança em sua
particularidade, por meio de brincadeiras coletivas e individuais. Sabemos que as manifestações
lúdicas não desempenham apenas um papel no aprofundamento dos vínculos entre o professor
de educação física e o corpo docente que recebeu orientação pedagógica.
Outro aspecto importante deste estudo é encontrar correlações entre os processos lúdicos
e o desenvolvimento motor da criança com seus resultados em ambiente favorável a estímulos
muito importantes para a vida futura da criança. Além dos grandes benefícios à saúde, a prática
de atividade física também melhora significativamente aspectos psicomotores, sociais e
cardiovasculares. Além disso, reduz comportamentos como desatenção, impulsividade e
hiperatividade em crianças com espectro autista.
A atividade física de crianças com espectro autista deve focar na aptidão física, no
equilíbrio e nos movimentos básicos, bem como no desenvolvimento dos movimentos básicos e
motores. A tarefa do professor de educação física é ajudar essa criança a realizar de forma
correta e eficaz todas as atividades que lhe são recomendadas (WINNICK, 2004).
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2 O ESPECTRO AUSTISTA E A INTERAÇÃO SOCIAL MEDIANTE AS PRÁTICAS


DE ENSINO

O espectro autista afeta a comunicação social e a linguagem, bem como há o


comportamento repetitivo nas atividades. A interação social traz muitas habilidades cognitivas
e adaptativas para o desenvolvimento de uma criança por meio da convivência e do
compartilhamento de experiências com outras pessoas ou crianças durante a infância. No
autismo, a interação social leva a problemas sensoriais de linguagem, comunicação, emoções,
gestos e reconhecimento do rosto das pessoas (CUNHA, 2012). Uma criança com espectro
autista não faz contato visual, não sorri, não segue você com os olhos quando você se afasta
dela e não murmura palavras. Silva (2018, p. 109):
Para crianças com autismo clássico, isto é, aquelas crianças que tem maiores
dificuldades de socialização, comprometimento na linguagem e
comportamentos repetitivos, fica clara a necessidade de atenção individualizada.
Essas crianças já começam sua vida escolar com diagnóstico, e as estratégias
individualizadas vão surgindo naturalmente. Muitas vezes, elas apresentam
atraso mental e, com isso, não conseguem acompanhar a demanda pedagógica
como as outras crianças. Para essas crianças serão necessários
acompanhamentos educacionais especializados.

As crianças com o espectro autista devem ser incentivadas com atividades lúdicas,
atividades recreativas, tarefas domésticas, uma dieta balanceada e regras e rotinas. Fazer
música é muito importante para crianças e jovens com TEA que necessitam de atenção especial
para melhorar a interação social, a comunicação e a imaginação. A maioria dos afetos são
"primitivos". Existem limitações na expressão de afetos e na distinção entre afetos mais
complexos. “O funcionamento da comunicação social seria prejudicado pela falta de
compreensão das regras sociais, das normas implícitas que regulam os encontros sociais”
(MERCADANTE; ROSÁRIO, 2009, p. 6).

Alguns aspectos que promovem a participação efetiva. Portanto, podemos argumentar


esse ponto com Capellini (2001 apud PRAÇA, 2011, p. 58), que expressa o seguinte:
As ações que apresentam sucessos em sistemas inclusivos mostram que é
imprescindível alterações em suas práticas passando desde diminuição do
número de alunos por classe, [...], plano individual de ensino, melhoria da
formação profissional [...], com uma pedagogia centrada na criança baseada em
suas habilidades e não em suas deficiências, e que incorpore conceitos como
interdisciplinaridade, individualização, colaboração e conscientização/
sensibilização.
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Embora o governo apoie a melhoria e a adopção de novas leis, um professor qualificado


ainda é essencial para trabalhar com crianças com TEA ou outros transtornos na sala de aula.
Portanto, é muito importante que esse profissional tenha conhecimento de algumas ferramentas
que ele pode utilizar e também entenda aquelas que não utiliza (LAZZERI, 2010). É assim que
afeta o desenvolvimento da criança, tudo depende do caso e da dificuldade apresentada. Nesse
sentido, Lampreia (2008, p. 397) argumenta que:
[...] pais devem buscar apoio médico, fonoaudiólogos, professores, psicólogos,
terapeutas ocupacionais para que a criança com TEA possa ser direcionada
ainda bebê para o desenvolvimento de comportamentos adequados, utilizando-
se de medicações que ajudem na hiperatividade, agressividade, sono, buscando
a parceria dos professores em atividades alternativas e compensatórias. Essas
atitudes ajuda a criança a se desenvolver melhor na escola, com regras,
apreciando o ambiente escolar.

Para isso, o processo inclusivo, a instituição de ensino e os professores requerem tanta


atenção quanto a criança (HÖHER CAMARGO; BOSA, 2012). Na inclusão, o sistema
educativo e social deve adaptar-se para aceitar a criança. Por fim, essas diretrizes possibilitam a
interação social das crianças com autismo, o que contribui para a inclusão escolar, que tem como
foco o respeito e a cooperação das pessoas com autismo. Devemos pensar na inclusão de tal
forma que todas as pessoas nesta sociedade tenham direitos iguais, incluindo a participação e
todas as outras formas de socialização, mas também que todos tenham deveres a cumprir.
Uma das ideias que contribuem para delimitar o conceito de inclusão é a de que
todas as pessoas têm direito à plena participação social. O direito à participação
se contrapõe à noção de exclusão e se desdobra em diferentes tipos de inclusão:
social, digital e escolar, entre outras (GÓES, 2007, p. 1).

Segundo Reis (2016), ele enfatiza que as práticas pedagógicas devem estar em
consonância com as práticas sociais e devem ser compreendidas como complexas, mas como
uma combinação de vários elementos importantes na produção dos processos educativos.
Incluir crianças com necessidades educativas especiais é um desafio que muda a escola em
muitos aspectos. Isso é de extrema importância porque boas formações e práticas profissionais
estão relacionadas à inclusão de crianças com necessidades especiais nas salas de aula. Porém,
a inclusão exige que a escola mude como um todo, respeitando as especificidades de cada
pessoa e formando profissionais qualificados para atuar nesta área (LAZZERI, 2010).
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Os alunos com TEA enfrentam uma série de desafios. Para isso é necessário observar o
aluno, sentir que a atividade seria adaptável ao planejamento, encontrar habilidades e assim
contribuir para a formação de habilidades de aprendizagem, comunicação e oralidade baseadas
em diferentes estímulos (CARVALHO, 2009).

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (2012, p.213):


A Educação Física é o componente curricular que tematiza as práticas corporais
em suas diversas formas de codificação e significação social, entendidas como
manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por
diversos grupos sociais no decorrer da história.

Componente curricular assegurado pela Lei 9.394/96, Art. 26 parágrafo 3º, a educação
física escolar está integrada à proposta pedagógica, sendo componente curricular obrigatório da
educação básica. A importância da pratica da educação física está ligada a diversos fatores, que
fazem parte do desenvolvimento do indivíduo desde seu nascimento a sua vida adulta. De
acordo com Piccolo (1993, p.13):
O principal papel do professor, através de suas propostas, é o de criar condições
aos alunos para tornarem-se independentes, participativos e com autonomia de
pensamento e ação. Assim, poderá se pensar numa Educação Física
comprometida com a formação integral do indivíduo. Dessa forma, pode-se
enfatizar o papel relevante que a Educação Física tem no processo educativo. O
que, na verdade, ameaça a existência desta disciplina nas Escolas é a sua falta
de identidade. Ela sofre consequências por não ter seu corpo teórico próprio,
isso é, a informação acumulada é vasta e extremamente desintegrada por tratar-
se de uma área multidisciplinar.

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (2018, p. 211):


É fundamental frisar que a Educação Física oferece uma série de possibilidades
para enriquecer a experiência das crianças, jovens e adultos na Educação Básica,
permitindo o acesso a um vasto universo cultural. Esse universo compreende
saberes corporais, experiências estéticas, emotivas, lúdicas e agonistas, que se
inscrevem, mas não se restringem, à racionalidade típica dos saberes científicos
que, comumente, orienta as práticas pedagógicas na escola. Experimentar e
analisar as diferentes formas de expressão que não se alicerçam apenas nessa
racionalidade é uma das potencialidades desse componente na Educação Básica.
Para além da vivência, a experiência efetiva das práticas corporais oportuniza
aos alunos participar, de forma autônoma, em contextos de lazer e saúde.

A inclusão da educação física é muito importante porque mostra como o esporte pode
ajudar e desenvolver crianças com alguma deficiência. Para Mantoan (2015, p. 22): “[...]
inclusão é a nossa capacidade de compreender e reconhecer os outros e, assim, ter o privilégio
de conviver e compartilhar com outras pessoas que não nós mesmos. De acordo com a lei nº
13.146, de 6 de julho de 2015 5. Art. 1º. É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
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a Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em


condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com
deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania. Dessa forma, o engajamento e a
educação para todos visam atingir todos os públicos para melhoria e desenvolvimento
contínuos.

Acrescentar o movimento como ferramenta de desenvolvimento para a inclusão de quem


precisa abre muitas possibilidades, facilita sua implementação no ambiente escolar, traz novas
experiências e busca sempre a melhoria e a qualidade de vida de todos. Frizanco e Honora
(2008, p. 9): “[...] a grande proposta da inclusão é que todos frequentem a escola, recebam
educação de qualidade e participem de todas as atividades”. Referindo-se a uma deficiência
específica em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), onde o adulto ou criança
apresenta dificuldades de comunicação, interação social, fala e comportamento.

Desenvolver hábitos sistemáticos e rotinas de trabalho tem sido uma estratégia eficaz
para minimizar essas dificuldades organizacionais. Os alunos cujas rotinas de trabalho são
desenhadas da esquerda para a direita, de cima para baixo, não param de trabalhar para planejar
por onde começar e como continuar. Os problemas organizacionais também são reduzidos com
checklists, cronogramas e instruções visuais que mostram especificamente aos alunos autistas o
que foi feito, o que precisa ser feito e como proceder (RODRIGUES, 2006).

As interrupções são outro problema comum para estudantes autistas. Isto assume várias
formas na sala de aula: reagindo aos sons externos do carro, seguindo visualmente os
movimentos na sala de aula ou “estudando” o lápis do professor sobre a mesa em vez de fazer
o trabalho atribuído. Embora a maioria dos alunos autistas se incomode com algo específico, as
distrações são muito diferentes de criança para criança (RODRIGUES, 2006).

Identificar as distrações de cada aluno é o primeiro passo para ajudá-los. Para alguns
pode ser um estímulo visual, enquanto para outros pode ser auditivo. Os distratores podem
responder a ruídos externos ou movimentos visuais, ou podem não conseguir focar em
aspectos-chave das tarefas desejadas. A avaliação cuidadosa dos fatores de confusão
individuais é crítica. Após essas avaliações, podem ser feitas mudanças ambientais: estas
podem incluir a disposição física da área de trabalho do aluno, a apresentação de tarefas de
trabalho, ou muitas outras opções (PEETERS, 1998).
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Peeters (1998) também afirma que o sequenciamento é outra área de dificuldade. Esses
alunos muitas vezes não se lembram da ordem exata das tarefas, porque se concentram muito
em certos detalhes e nem sempre veem a conexão entre elas. Como as sequências implicam
essas relações, elas são frequentemente ignoradas.

A colaboração entre pais e profissionais e o ensino comunitário são formas importantes


de melhorar a generalização entre alunos com autismo. Quanto maior for o compromisso com a
coordenação entre casa e escola, maior será a probabilidade de os alunos aplicarem o que
aprenderem em diferentes situações, relações e ambientes. Usar abordagens semelhantes e
enfatizar habilidades semelhantes é uma forma de pais e profissionais trabalharem juntos para
melhorar as habilidades de generalização de seus alunos (PEETERS, 1998).

O objetivo das aulas de educação física é moldar as atitudes das pessoas com
necessidades especiais e fazer com que se comuniquem melhor no ambiente em que vivem.
Segundo Gorla (2001), a intervenção é necessária para que as crianças autistas não
desenvolvam dificuldades cognitivas, psicomotoras, afetivas e de comunicação.

O exercício pode ajudar a melhorar suas habilidades motoras e de vida diária. Lima e
Delalibera (2007) a educação física é uma ferramenta muito importante que pode promover a
socialização e a comunicação de crianças autistas e fazer com que elas desenvolvam sua
consciência corporal por meio de outras pessoas.

Observamos como a prática regular da atividade física pode ajudá-los a se desenvolver,


principalmente nas dificuldades dos autistas, utilizando atividades de engajamento que
promovam saúde e bem-estar ao longo da vida. Trabalhar para identificar dificuldades
utilizando métodos que possam facilitar e desenvolver essas dificuldades, possibilitando a
inclusão e melhorando sempre a vida. “Enquanto a escola, inspirada no paradigma da inclusão,
acolhe todas as pessoas”. (SASSAKI, 2010, p. 132)

O envolvimento dos professores e da escola é essencial para a vida de qualquer pessoa


que trabalha na educação, e não é diferente para as crianças com autismo. No entanto, é
necessária uma visão diferente ao nível da atenção, ligeiramente superior ao das outras crianças,
utilizando métodos e estratégias ideais que permitam ao professor alcançar o desenvolvimento
e estimular competências físicas e cognitivas na comunicação. e a autonomia das crianças com
espectro autista (LOPES, 2011).
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O desenvolvimento das competências dos alunos com necessidades especiais em sala de


aula deve ser através de atividades adaptadas propostas pelo professor e comprometido em não
excluí-los das aulas, como muitas vezes acontece nas escolas regulares, porque esta prática é
introduzida sob o pretexto de proteção. . um estudante de todas as oportunidades possíveis que
possam surgir durante eles. (FERNANDES, 2015).

É normal que crianças com o espectro autista demonstrem de forma clara e exagerada
sua inflexibilidade ao ingressar na escola com as atividades recomendadas pelo professor.
Novas experiências são, portanto, experiências difíceis tanto para o aluno quanto para o
professor, pois suas reações ao novo ambiente e aos diferentes estímulos podem levar ao choro,
aos movimentos estereotipados, à dificuldade de seguir as ordens do professor e até ao apego a
alguns lugares. na escola (BELISARIO JUNIOR; CUNHA, 2010).

O objetivo da educação física adaptada é integrar os alunos com necessidades especiais,


especialmente os alunos com o espectro autista, de acordo com os padrões de adaptação e
disciplina, tanto nas aulas teóricas quanto nas aulas práticas. (APARECIDA; SALETE, 2008).

A educação física na escola é importante porque promove aspectos gerais relacionados


ao exercício, como o desenvolvimento motor, afetivo, social e cognitivo, e também foca na
prática de atividade física como requisito básico para uma vida saudável. As atividades muitas
vezes são feitas em forma de jogos e brincadeiras, de forma lúdica, o que deixa a criança feliz
em praticá-las (FELLIPE; JUDITH, 2010).

É importante que o professor tenha informações sobre as limitações dos alunos com
quem trabalha em sala de aula, pois o sucesso do desenvolvimento da pessoa autista depende
em grande parte das informações do professor (SILVA,2013)

A educação física escolar, como as demais, é uma disciplina da educação básica, que
deve conter conteúdos programáticos, ser atividades organizadas, atualizadas e direcionadas,
promovendo o seu desenvolvimento harmonioso. Porém, para uma boa atividade letiva é
absolutamente necessária a participação de todos os alunos, para que possa promover o seu
desenvolvimento afetivo, psicomotor e cognitivo (SILVA, 2013).

Pelas dificuldades qualitativas de interação e comunicação, a convivência das crianças


com TEA e as crianças inseridas no ensino regular no ambiente escolar é muito valiosa, pois
estimula o desenvolvimento de suas habilidades interativas e evita o seu isolamento. Sendo a
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inclusão uma forma de movimento global, em busca de direitos e de um lugar na sociedade, o


local que acolhe o aluno autista deve mudar e se preparar para recebê-lo, para que ele se sinta
acolhido e confiante, com quem controla o seu desenvolvimento. . e em relação ao meio
ambiente (LOPES; FACHADA, 2012).

Segundo Tomé (2007), a responsabilidade do professor de educação física ao ensinar


alunos autistas deve ser exigente e paciente na elaboração de um plano de aula estruturado para
que o aluno seja atendido corretamente, crie uma conexão positiva e trabalhe para desenvolver
e manter a independência. rotina atividades, dando mais atenção àquelas com regras,
brincadeiras extravagantes, o que pode fazer com que esses alunos fiquem insatisfeitos,
desconfortáveis e desinteressados nas aulas de educação física.

A proposta educativa para crianças com TEA deve ter características próprias, pois
apresentam individualidades no seu desenvolvimento sensório-motor, comunicação e
linguagem, cognição e interação social. Portanto, necessitam de diversas adaptações nas
atividades desenvolvidas, tanto no contexto físico quanto no social, principalmente nas aulas de
educação física (HOLLERBUSCH, 2001).

O profissional de educação física deve utilizar atividades baseadas no que a criança gosta
ou não gosta, forçando algo que ela nunca conheceu ou não gosta, acrescentando-as aos poucos,
enquanto a criança vai se adaptando (MARQUEZE; MAVAZZI, 2011).

Segundo Tomé (2007), o profissional deve utilizar atividades realistas da criança, caso
contrário pode dificultar o aprendizado e até causar frustração. É necessário utilizar um local
onde não haja muita estimulação visual e auditiva, pois o aluno pode se distrair e perder o
interesse pela atividade. As atividades devem ser escolhidas de acordo com a idade cronológica,
atividades com início, meio e fim auxiliam no aprendizado de habilidades motoras, como
corridas de obstáculos, movimentação de objetos, mudanças de direção, equilíbrio dinâmico e
estático, saltos, arremessos e jogos de bola.

Segundo Falkenbach et. al. (2007), não se trata apenas de planejar aulas com os materiais
necessários e local adequado, mas o profissional deve ter boas habilidades estratégicas para
intervir, levando em consideração adaptações possíveis e necessárias durante o processo de
ensino. . projeto e/ou uma aula previamente planejada. Além de profissional, é um parceiro que
ajuda a criança a superar as dificuldades.
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Segundo Lima e Delalibera (2007), a educação física também pode promover a


socialização e a comunicação das crianças autistas, na qual elas desenvolvem sua consciência
corporal por meio de outras pessoas. Araújo (2011) enfatiza o direito das pessoas com
deficiência à prática da educação física, acreditando nas vantagens que as crianças autistas
recebem quando buscam o seu desenvolvimento global.

Segundo Tomé (2007), as aulas de educação física para essas crianças não devem
enfatizar atividades complexas e distantes da cultura do aluno; Jogos esportivos regulares,
caçadas, jogos imaginários dificultam o aprendizado e causam frustração no aluno, pois não lhe
é fácil distinguir o real do imaginado. Portanto, a maioria dos jogos com crianças autistas são
repetitivos e estereotipados porque lhes falta a capacidade de abstração. Segundo o autor, esse
grupo se identifica mais com atividades ciclísticas como natação, corridas, ciclismo,
musculação, atividades de circuito, ginástica, relaxamento, uso de músicas e atividades
compatíveis com a cultura da comunidade em que vivem. compreender a ação mais facilmente
através da apresentação do que através da fala.

Segundo a Secretaria do Ministério da Educação e Secretaria da Educação Especial


(MEEC/SEEP), é importante que todos participem dessa luta para que o processo de inclusão
se torne uma realidade. Mas mesmo com esta perspectiva conceptual transformadora, a atual
política educativa fica aquém do objetivo de gerir uma escola unificada que responda ao
desafio de satisfazer as necessidades educativas de todos os alunos. (BRASIL, 2008).
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3 CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho foi analisar o desenvolvimento da abordagem pedagógica nas


aulas de educação física, com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as diversas formas
de inclusão e adaptação de alunos autistas na educação básica. As crianças autistas não têm
oportunidade de participar das aulas de educação física e de socializar sem o auxílio de um
professor, pois apresentam dificuldades de adaptação e de convívio com outras pessoas.

Pelas características apresentadas, o professor deve encontrar formas de integrar as


crianças nas aulas de educação física e fazer com que elas se comuniquem de forma espontânea,
sem muito contato, para que não se sintam tão diferentes dos outros e voltem a estar fora de si
mesmas. Portanto, o professor deve buscar pelo menos as informações mínimas para dar a
ajuda correta, evitando prejudicar o desenvolvimento de outros alunos autistas.

A inclusão de uma criança autista em qualquer atividade escolar, seja ela coletiva ou
individual, requer atenção especial, bem como dedicação e iniciativa do professor, pois o
ambiente escolar e as aulas escolares contribuem muito para o desenvolvimento afetivo, motor
e cognitivo do aluno com transtorno do espectro autista.
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4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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HÖHER CAMARGO, S. P.; BOSA, C. A. Competência social, inclusão escolar e autismo:


um estudo de caso comparativo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v.28, n.3, p.315-324,
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PEETERS, T. Autismo: entendimento teórico e intervenção educacional. Rio de Janeiro:


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(Mestrado Profissional em Educação Matemática) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz
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