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A EDUCAÇÃO FÍSICA E CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO

ESPECTRO AUTISTA: UM CENÁRIO

PHYSICAL EDUCATION AND CHILDREN WITH AUTISM SPECTRUM DISORDER: A


SCENARIO

LA EDUCACIÓN FÍSICA Y NIÑOS CON TRASTORNO DEL ESPECTRO AUTISTA: UN


ESCENARIO

Ana Carolina Gomes1


Ana Lucia Zattar Coelho2
Marcos Ruiz da Silva3

Resumo

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), comumente chamado de autismo, é um distúrbio do


neurodesenvolvimento. O objetivo deste trabalho é apresentar os efeitos de programas de atividade física em
crianças autistas. Para tal, realizou-se uma pesquisa de caráter bibliográfico para aprofundar o tema a ser
desenvolvido. Conclui-se que os resultados favoráveis, no atendimento a autistas, estão condicionados à ação do
profissional, pois é preciso a aquisição de competências para assistir esse público. A participação de crianças
autistas em programas de atividade física ultrapassa questões de caráter físico e influencia, também, a capacidade
de estabelecer relações com o outro.

Palavras-chave: Educação Física. Autismo. Atividade física.

Abstract

Autistic Spectrum Disorder (ASD), commonly called autism, is a neurodevelopmental disorder. The objective of
this work is to present the effects of physical activity programs on autistic children. To this end, a bibliographic
research was carried out to deepen the theme to be developed. It is concluded that the favorable results, in the care
of autistic people, are conditioned to the action of the professional, since it is necessary to acquire skills to assist
this public. The participation of autistic children in physical activity programs goes beyond physical issues and
influences the ability to establish relationships with others.

Keywords: Physical education. Autism. Physical activity.

Resumen

El Trastorno del Espectro Autista (TEA), comúnmente denominado de autismo, es un disturbio del
neurodesarrollo. El objetivo de este trabajo es presentar los efectos de programas de actividad física en niños
autistas. Para ello, se realizó una investigación de carácter bibliográfico para profundizar en el tema a ser
desarrollado. Se concluye que los resultados favorables en la atención a los autistas están condicionados a la acción
del profesional, pues es necesario adquirir competencias para atender a ese público. La participación de niños
autistas en programas de actividad física va más allá de cuestiones de carácter físico pues incide, también, en la
capacidad de establecer relaciones con el otro.

Palabras-clave: Educación Física. Autismo. Actividad física.

1 Aluna do curso de Licenciatura em Educação Física do Centro Universitário Internacional Uninter. E-mail:
anacgomes28@gmail.com.
2 Professora do Centro Universitário Internacional Uninter. E-mail: alzattar@gmail.com.
3 Professor do Centro Universitário Internacional Uninter. E-mail: mruiz4@hotmail.com.
A Educação Física e crianças com Transtorno do Espectro Autista: um cenário

1 Introdução

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), comumente chamada de autismo, consiste em


um Transtorno do Neurodesenvolvimento. Seu diagnóstico é baseado nos prejuízos da
comunicação (verbal e não verbal) e nos padrões restritos e repetitivos — nos comportamentos
e nos interesses (APA, 2014). O autismo é uma síndrome comportamental com etiologias
diferentes, na qual o processo de desenvolvimento infantil encontra-se profundamente
distorcido (BOSA; CALLIAS, 2000).
O primeiro cientista a apresentar o conceito de autismo foi Leo Kanner, psiquiatra
infantil austríaco, radicado nos Estados Unidos, que em 1943 definiu o autismo como uma
incapacidade que o indivíduo possuía de interpretar ações diárias e lidar com objetos e pessoas;
essas características afetavam o desenvolvimento da linguagem e a compreensão de comandos
simples, o que dificultava a aprendizagem em geral. Leboyer (2007), explica que os autistas
possuem, desde o início da vida, uma incapacidade para estabelecer relações e reagir a
determinadas situações, assim como um atraso na aquisição da linguagem.
Além disso, a pessoa autista possui um transtorno comportamental que ocorre durante
o desenvolvimento infantil. Segundo Moraes e Jesus (2017 p. 15), os autistas apresentam um
déficit nas habilidades sociais e de comunicação; eles possuem, também, padrões repetitivos e
restritos nos comportamentos e interesses. Os graus de referência para o tratamento do autismo
são três: leve, moderado ou severo. A prática do exercício físico regular é um elemento
responsável pela qualidade de vida física e mental de qualquer indivíduo, independentemente
da idade ou gênero. Sua prática contínua e de forma moderada, propicia melhora do
metabolismo basal, do controle motor global, do comportamento emocional, além de garantir
longevidade. Logo, o exercício físico estimula efeitos que contribuem para a melhoria dos
comportamentos sociais e reduzem os comportamentos estereotipados de indivíduos com TEA
(SOWA; MEULENBROEK, 2012).
Os déficits motores são uma das características do TEA e o tratamento desta patologia
deve considerar intervenções destinadas a melhorar este parâmetro — incluindo as habilidades
motoras envolvidas com a coordenação, como a marcha, o equilíbrio, as funções do braço e o
planeamento do movimento (FOURNIER; HASS; NAIK; LODHA; CAURAUGH, 2010).
A inatividade física, além de aumentar o risco de várias doenças, interfere na saúde
mental do paciente. O autista, se sedentário, fará parte do grupo de risco e ainda estará suscetível
à obesidade. Já a proficiência motora caracteriza-se pelo “índice ou somatório dos melhores
desempenhos ou performance que se observam numa ampla variedade de situações ou tarefas

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motoras e que tende a aumentar com a idade.” (BRUININKS; BRUININKS, 2005; MORATO,
1986, apud MORATO; RODRIGUES, 2014, p. 10). Essa proficiência está associada
positivamente à atividade física e inversamente à atividade sedentária das crianças
(WROTNIAK; EPSTEIN; DORN; JONES; KONDILIS, 2006).
Apesar disso, para Walter e Almeida (2002), que interpretam o autista como um ser
‘‘voltado para si mesmo’’. Esta característica individual os afeta em relação à inclusão e sua
discriminação pelo público que o rodeia — sejam adultos ou até mesmo crianças influenciadas
a não se relacionar. Mesmo com leis em defesa do direito de as crianças com necessidades
especiais ocuparem a comunidade escolar, professores e monitores ainda consideram esta
possibilidade um fardo pesado devido à necessidade de dar maior atenção à individualidade
biológica destas crianças. Pesquisadores das causas biológicas dos autistas, como Stephen
Scherer – diretor do Centro McLaughlin na Universidade de Toronto, acreditam “que cada
criança com autismo é como um floco de neve; cada uma é única. ” (SCHERER, 2015, n.p.).

2 Benefícios da atividade física para crianças com TEA

Estudos epidemiológicos têm demonstrado que a obesidade infantil tem crescido em


todo o mundo. Segundo essas análises, este é um dos principais fatores que põe em risco a saúde
das crianças. Os dados sobre a obesidade nessa faixa etária são tão alarmantes que a
Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2025 o número de crianças obesas no
planeta chegue a 75 milhões. Os registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
apontam que em cada grupo de três crianças, com idade entre cinco e nove anos, uma delas está
acima do peso no país (IBGE, 2019).
Crianças e adolescentes brasileiros com TEA e Transtorno do Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH) também parecem ser mais propensos a sobrepeso e obesidade, quando
comparados com a população geral (KUMMER et al., 2016).
Crianças com autismo apresentam maior risco de excesso de peso, pois possuem
dificuldade em praticar exercícios físicos, principalmente por seu isolamento social; a
consequência, então, é o sedentarismo (CAETANO; GURGEL, 2018).
Ao contrário do imaginário popular, o papel do profissional de Educação Física vai além
de atividades esportivas disciplinares. O despertar motivacional para a prática ativa é o que
torna sua profissão essencial no mundo globalizado. A sociedade abriga diversas inovações
tecnológicas que conseguem, de maneira simples e rápida, substituir qualquer afazer que seja
visto como obrigatório.

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Ao considerar que as práticas corporais — jogos, dança, esporte, ginástica — são de


competência do profissional de Educação Física (Lei n.º 9.649/98), é imprescindível considerar
que suas competências não estão meramente centradas na aplicação de exercícios físicos ou na
orientação técnica e tática de esportes, por exemplo. A dimensão de sua atuação transcende as
questões técnicas. Bezerra (2017) afirma o profissional de Educação Física age também como
instrutor da promoção à socialização, por meio de atividades que valorizem as características
individuais e a participação do aluno.
Como estratégia para despertar as pessoas para a prática do exercício físico ou esporte,
o profissional utiliza estratégias didáticas e lúdicas na aplicação de exercícios físicos, de forma
a adicionar a brincadeira, a diversão e a recreação durante a prática, o que aumenta a
probabilidade de a criança manter-se ativa dentro e fora do seu ambiente escolar (BEZERRA,
2017).
Para o autista, independentemente da idade, os aspectos sociais afetam sua qualidade de
vida de maneira significativa. A dificuldade de conquistar amigos, de participar regularmente
de esportes e ter o suporte de um cuidador na escola são as principais condições que impedem
o autista de manter uma saúde estável (COTTENCEAU, 2012). As crianças autistas costumam
apresentar, também, condições associadas a desordens sensoriais (KLIN, 2006), dificuldades
para prestar e/ou manter a atenção (SILVA, 2009), além de deficiências na coordenação motora
(GROFT; BLOCK, 2003).
A atividade física para indivíduos autistas é ainda mais benéfica, pois é capaz de
diminuir o comportamento agressivo, aprimorar a aptidão física, o desenvolvimento social,
físico e motor e melhorar a qualidade de sono, além de reduzir a ansiedade e depressão
(BREMER; CROZIER; LLOYD, 2016). Estudos mostram que o exercício melhora a
concentração, memória, performance acadêmica e a percepção de si mesmo, aprimorando,
assim, a saúde mental do indivíduo (BREMER; CROZIER; LLOYD, 2016).
De acordo com as revisões bibliográficas de Ricco (2017), três pesquisas de campo
analisadas tiveram um resultado significativo em relação à prática de atividade física com
crianças autistas. No estudo de Brand et al. (2015) realizou-se uma intervenção de treinamento
aeróbio e de habilidades motoras durante 30 minutos. O participante realizava a atividade física
na bicicleta ergométrica e, logo após, praticava 30 minutos de treinamento de coordenação e
equilíbrio: arremessar uma bola com uma e duas mãos para o treinador em uma distância de 3
a 5 metros; manter o equilíbrio na barra com um pé só, dar saltos sobre a barra, saltos em
ziguezague e prática equilíbrio estático). Os resultados mostraram que a qualidade do sono
melhorou; a latência do sono, ou seja, o período que a criança leva para dormir já estando

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deitada na cama, foi encurtada; pela manhã, o estado emocional obteve melhoras e as
habilidades motoras trabalhadas durante a intervenção foram aperfeiçoadas.
Ricco (2017) cita, também, o trabalho de Sarol e Çimen (2015), onde 59 indivíduos, de
4 a 18 anos, participaram durante 8 semanas em um programa de atividades voltadas para a
recreação, duas vezes na semana, por duas horas. O programa objetivava a melhora de
habilidades motoras básicas. Atividades incluíam práticas de equilíbrio, saltos, arremessos,
escalada e “catching” (capturar algum objeto tipo bola). Essa intervenção contribuiu
positivamente para o desenvolvimento emocional e físico dos indivíduos com autismo,
reduzindo seus comportamentos estereotipados e melhorando sua qualidade de vida como, por
exemplo, na funcionalidade física e emocional do participante.
O estudo conduzido por Pan (2010) examinou o efeito da natação em crianças autistas.
A experiência contou com 16 meninos que, durante 21 semanas (10 semanas treinando, uma de
descanso, e depois mais 10 semanas de treinamento), executaram sessões de natação de 90
minutos cada, 2 vezes por semana. Os resultados mostraram que eles melhoraram suas
habilidades físicas e sociais, além de diminuir problemas de comportamento antissocial. Essa
mudança se deve, provavelmente, ao fato dos instrutores darem um feedback positivo e
instruções individualizadas, o que aumentou a motivação dos alunos. Alguns discentes ficaram
bem próximos de seus instrutores, o que também gerou um aumento da autoestima.
Destaca-se, também, os resultados da pesquisa de campo de Franzoni e Marinho (2020),
que teve como intuito analisar o papel do professor de Educação Física em um programa de
esportes e lazer direcionado ao autista. Em uma análise preliminar, o texto parece destacar a
relevância do profissional; porém, conforme os relatos dos familiares, notou-se uma grande
mudança nos indivíduos autistas, tanto físicas quanto emocionais. Neste estudo, destaca-se o
sentimento de segurança dos pais no momento em que as crianças estão envolvidas com o
profissional que desenvolve o programa.
Outro aspecto que merece destaque na pesquisa de Franzoni e Marinho (2020) foi
exposto pelos familiares dos autistas: o aumento da interação social e a diminuição dos
comportamentos estereotipados. No conceito de interação social, destaca-se a segurança do
indivíduo ser quem ele deseja, agir da maneira que ele quer e não seguir padrões — fazendo
quantas repetições desejar e imitando o parceiro ao lado sem este notá-lo.
Percebendo que está livre durante uma brincadeira ou atividade de recreação, o autista
pode exacerbar, então, suas emoções limitadas, o que libera uma quantidade suficiente de
euforia que neutraliza todos os espectros. Nesse artigo, Franzoni e Marinho (2020) destacam o
uso da interdisciplinaridade na execução das atividades físico-recreativas aos participantes. O

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profissional responsável e os estagiários auxiliares do programa adaptavam as atividades


conforme o temperamento e individualidade física e biológica de cada um dos 25 autistas; foram
analisadas suas maneiras de agir e o tempo de aprendizado e de evolução. Cada aluno se
comportou de forma espontâneas e singular.
Massion (2006) argumenta que as crianças e jovens autistas podem se beneficiar das
práticas esportivas e da atividade física; ocorreriam benefícios nas dimensões do aprendizado
sensório-motor, da comunicação e da socialização, além de serem fatores decisivos para o
sucesso dos processos de aprendizagem, por conta da melhoria da motivação e da
autoconfiança. Este mesmo autor (p.243) também descreve que as atividades físicas permitem
o progresso do autista, no que antes era limitado, como: rendimento físico, melhor
conhecimento das capacidades do seu corpo, melhor representação do seu corpo em relação
com o ambiente externo e melhor comunicação e socialização. As atividades físicas e esportivas
proporcionam excelentes oportunidades de aprendizagem para os indivíduos autistas, bem
como prazer e autoestima, melhorando sua qualidade de vida. Os benefícios do esporte e da
atividade física não se limitam, porém, ao bem-estar da pessoa (SCHLIEMANN, 2013).
Para enfatizar esses benefícios, o quadro abaixo deixa claro as conclusões assertivas de
Lourenço et. al (2016, p.31-38) sobre o que o autista pode adquirir com a atividade física, de
acordo com a categoria esportiva:

Dança Melhor coordenação neuromuscular

Técnicas de Judô Reduzem significativamente as estereotipias

Estabilização do Core Fortalecimento muscular do abdômen, pernas, pescoço e


auxiliam na falta de atenção e inteligência.

Trampolim Estabilidade, força, coordenação, equilíbrio, velocidade e


agilidade

Exercícios de baixa intensidade Redução do cortisol, relaxamento e melhora do stress


(brincadeiras/recreação)

Atividades Aquáticas Melhora nas habilidades aquáticas, redução do


comportamento antissocial

Aeróbicos Melhor desempenho acadêmico

Exercícios terapêuticos e de lazer Diminuição do estresse, aumento da produtividade e melhor


interação social
Fonte: Adaptado de Silva et. al (2018).

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3 Inclusão e o papel do profissional de Educação Física

Sancionada em dezembro de 2012, a Lei nº. 12.764 — que institui a “Política Nacional
de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista” — prevê que as
pessoas com autismo sejam consideradas oficialmente pessoas com deficiência, tendo o direito
de usufruir as políticas de inclusão vigentes no país. A inclusão, é, então, o primeiro passo da
rota de planejamento de uma aula, independente da área de gestão em que o professor atua.
O professor de Educação Física possui a base de seu trabalho alinhada à cultura corporal
de movimento; é seu propósito criar atividades físicas voltadas às descobertas das aptidões dos
alunos, habilidades e agilidades. O profissional que atua nesta área deve ter subsídios
suficientes para saber como e qual a melhor maneira de realizar a sua intervenção junto àquele
aluno que tem uma cultura corporal de seus movimentos restritos, devido à falta de habilidade
ou estímulos (oportunidade) (DAOLIO, 2004).
A pesquisa de campo de Gonçalves et al. (2019) apontou que 90% dos pais de autistas
entrevistados relatavam que a falta de orientação de profissionais preparados era algo que
dificultava a participação dos alunos nas aulas de educação física. Portanto, é possível que o
profissional de Educação Física não tenha a dimensão de sua atuação com esse público, pois
ele fica preso em suas atividades, somente reproduzindo movimento.
Para Copetti (2012), a participação do aluno com TEA nas aulas de educação física
precisa considerar todo um processo de inclusão e adaptação. Na formação do profissional, é
necessário compreender esse processo de inclusão e, ainda, estimular o constante respeito às
limitações daqueles que realizam as atividades propostas; ou seja, a participação não passa
apenas pela vontade da criança com TEA, mas pela atuação conjunta entre professor, escola e
aluno.
Para Serra (2004), a inclusão no ensino regular estimula vários benefícios em relação ao
comportamento da criança autista. Os principais progressos percebidos foram no
relacionamento com os colegas, no atendimento às ordens, e no interesse por brincadeiras.
Gomes et al. (2010) enfatizaram que o sucesso da permanência de alunos com TEA na escola
tem relação com o suporte de auxiliares de vida escolar. A existência de um estagiário que pode
se dedicar integralmente ao autista tende a tranquilizar os pais que deixam seus filhos na escola.
Além do apoio dos monitores e dos estagiários, há também a necessidade de espaço e
ferramentas didáticas esportivas para a prática da inclusão. Na pesquisa de Gonçalves et. al.
(2019), foram mencionadas algumas barreiras para a prática de atividade física, como a
ausência de espaços disponíveis a falta de orientação de profissionais preparados. Estes

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resultados sugerem que a carência de atividades físicas em diversos grupos sociais envolve uma
série de fenômenos — que podem, ou não, serem vistos como barreiras ou facilitadores. Esta
pesquisa demonstra a possibilidade de inclusão de crianças com TEA em práticas regulares de
atividade física. Permite, também, àqueles envolvidos socialmente neste campo o entendimento
sobre as barreiras e os facilitadores que influenciam as práticas, o que embasa as políticas
públicas e o comportamento de profissionais e responsáveis para o processo inclusivo
(GONÇALVES et al. 2019).
Recomenda-se que o professor compreenda que o processo de inclusão nas aulas de
Educação Física não é o simples ato de adaptar a disciplina, mas é necessário adotar uma
perspectiva educacional que valorize a diversidade e seja comprometida com a construção de
uma sociedade inclusiva (CHICON, 2005); ou seja, a inclusão da criança e do jovem autista no
mundo esportivo requer| um profundo entendimento das características cognitivas, sensoriais,
motoras, comunicativas e de linguagem de cada criança e jovem assim como o conhecimento
de suas necessidades afetivas e sociais (SCHLIEMANN, 2013).
Com relação ao tipo atividade física que deve ser orientada, Tomé (2007, p. 240) afirma que
crianças autistas “aprendem e entendem melhor vendo do que ouvindo” e acredita que a
“melhor forma de ensinar as crianças autistas é através da demonstração”. O autor também
afirma que o professor deve utilizar essa técnica até que o aluno consiga executar a atividade
sem ajuda; deve-se estimular o discente a “adquirir a independência mesmo que, após muitas
tentativas, ele não consiga no momento, pois a persistência e o amor pela criança são os grandes
aliados do ensino. ” (TOMÉ, 2007, p. 240).
Outra prática pedagógica importante é aquela que prioriza repetições e estratégias
adaptáveis ao tempo de aprendizagem da criança. É possível que as repetições proporcionem à
criança com TEA a possibilidade de desenvolver habilidades de coordenação e
condicionamento e, até mesmo, ter um momento de experimentação do próprio corpo — o que
garante uma prática prazerosa e saudável. A preleção, indicada por Schliemann (2013, p. 37),
é outra prática importante; nela, o foco é familiarizar cada criança com TEA antes da aula:

A Preleção é uma estratégia pedagógica de trabalho com as crianças autistas que


consiste na apresentação das habilidades motoras e sociais que serão praticadas em
aula ou na sessão de treinamento antes que o aluno chegue ao local de realização da
atividade.

A ideia, de acordo com o autor, é familiarizar a criança tanto com a tarefa quanto com
o ambiente em que irá ocorrer a aula.

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O outro elemento de prática — estratégias de adaptação — indica que algumas


atividades só se tornam acessíveis às pessoas com deficiência mediante a realização de
adaptações (MUNSTER; ALMEIDA, 2006). Adaptar é ajustar a tarefa ao nível de desempenho
da pessoa e pode ocorrer por meio do manejo de variáveis (WINNICK, 2004), como: os
ambientes temporal, físico e psicossocial, os equipamentos e materiais, a instrução, a tarefa e a
regra (SHERRIL, 1998; LIEBERMAN; HOUSTON – WILSON, 2002; WINNICK, 2004;
BEZERRA, 2010). Neste contexto, justifica-se a parceria entre o professor do ensino básico e
o professor da educação especial, pois enquanto o primeiro se responsabiliza pelos conteúdos
acadêmicos, ao segundo cabe buscar as melhores ferramentas de acesso a estes conteúdos,
fortalecendo o processo da inclusão (DIAS; HENRIQUE, 2018).
Para completar a pesquisa, um último tópico a incluir é o vínculo socioafetivo entre
professor e aluno. O profissional não deve apenas instruir sobre tarefas desafiadoras e
competitivas; as atividades devem ser diversificadas e capazes de proporcionar ao aluno a
oportunidade de conseguir tirar o foco do desempenho e colocá-lo na realização — mesmo que,
aparentemente, as tarefas sejam simples na visão dos outros indivíduos.
Para Silva et. al 2018, o profissional deve estar atento aos déficits de interação pessoal,
ao tipo de comunicação e a diversas características variáveis. As características
socioemocionais e cognitivas devem ser observadas, como a reação apática que os autistas têm,
isolados, agressivos ou desinteressados; há, também, os que agem como se fossem surdos, se
comunicando através de gestos e que resistem às mudanças de rotina. Todas essas
características, porém, devem ser toleradas com amor e compreensão por parte dos educadores.
Os educadores e a sociedade devem compreender que as pessoas não têm autismo, mas
são autistas; ou seja, elas não têm, elas o são. Deve-se atentar aos termos pessoa com autismo
e pessoa autista. Ao ser usada a preposição com o autismo é visto como algo adquirido pela
pessoa, em um determinado momento da vida e que pode ser curado; sem a preposição e seguido
de um predicativo, o autismo é visto como um modo diverso de perceber o mundo (FADDA,
2016).

4 Considerações finais

Ortega (2009) identifica quatro possíveis causas para o autismo e a quarta causa seria a
neurodiversidade (1999). O termo foi cunhado pela socióloga Judy Singer, diagnosticada na
época com a síndrome de Asperger. O paradigma da neurodiversidade vê o autismo como uma
diversidade da natureza humana pelo desenvolvimento neurológico atípico, consistindo,

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portanto, em uma questão de identidade que não precisa ser tratada. Dessa forma, reivindicou
o respeito à diferença, às posições políticas e aos direitos (AKHTAR; JASWAL, 2013;
JAARSMA; WELIN, 2012; ORTEGA, 2009).
Conclui-se que o fato de aceitar os indivíduos autistas, em um espaço comum que
respeite direito de todos, já o torna incluso. Dentro da aplicabilidade educacional de ensino
superior, os discentes foram instruídos a adaptar as atividades físicas a qualquer tipo de
indivíduo. Deve-se respeitar sua individualidade biológica e não restringir o aluno devido a
causas incomuns, pois é nosso dever compreender que cada pessoa possui seu próprio tempo
para alcançar recursos motores individuais que lapidem seus movimentos.
Neste estudo, foi possível corroborar as concepções acerca dos benefícios da atividade
física para além do campo físico. As expectativas em relação ao impacto positivo dos exercícios
físicos e recreativos podem ser superadas, independente de idade, sexo, gênero, condição social
ou configuração genética. Esse novo ser humano nos dá mais uma razão para irmos além de
pesquisas científicas.

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