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Cuidador de Idoso

Senac - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial


Departamento Regional – Sergipe

Presidente do Conselho Regional


Marcos Andrade

Diretor Regional
Marcos Sales

Divisão de Desenvolvimento Institucional (DDI)


Marcos Antônio Barros Barreto

Divisão de Educação Profissional (DEP)


Rone Peterson Santos

Divisão de Gestão de Pessoas e Administração (DGA)


Givando de Oliveira Silva

Divisão Financeira (DIF)


Rodrigo Sales Albuquerque Cunha

Empresa Pedagógica de Hotelaria


Irna de Oliveira Santos

Unidade Móvel
Edson Alves

Centro de Formação Profissional - Aracaju


Edson Alves

Centro de Formação Profissional - Itabaiana


Maria Isabel Lima Santos

Centro de Formação Profissional - Lagarto


João de Deus

Centro de Formação Profissional – Tobias Barreto


Edson Dias de Araújo (interino)

Senac - Departamento Regional


Av. Ivo do Prado, 564 - São José
Aracaju - SE - Brasil
CEP 49045-070
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CUIDADOR DE IDOSO

SUMÁRIO

1. Cuidador de Idosos.................................................................................. ..........8


1.1. Percepção e atitude..................................................................................... ......... 8
1.2. Relações Interpessoais ............................................................................... ..........9
1.3. Relacionamento Intrapessoal ..................................................................... ..........9
1.4. Relacionamento funcional ......................................................................... ..........10
1.5. Comunicação assertiva ............................................................................. ..........10
1.6. Vencendo conflitos .................................................................................... ..........11
1.7. Motivação .................................................................................................. ..........13
1.8. Qualidade na prestação de serviços ......................................................... ..........14
1.9. Sigilo e postura profissional ....................................................................... ..........15
1.10. Vedações ................................................................................................ ..........16
1.11. Cuidando de si mesmo ............................................................................ ..........18
1.12. Tabela de referência para sinais vitais ..............................................................20
1.13. Mudança de decúbito .............................................................................. ..........21
2. Biossegurança ........................................................................................................23
2.1 Metas específicas da Biossegurança ........................................................ ..........24
2.2 Tipos de risco ............................................................................................. ..........24
2.3 Gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde ................................. ..........26
2.4 Conceitos de limpeza, assepsia, antissepsia e esterilização ..................... ...........29
2.4.1 Limpeza .............................................................................................. ...........29
2.4.2 Desinfecção........................................................................................ ...........30
2.4.3 Assepsia ............................................................................................. ...........30
2.4.4 Antissepsia .......................................................................................... ..........30
2.4.5 Esterilização ........................................................................................ ..........30
2.4.6 Equipamentos de Proteção Individual e Equipamentos de Proteção
Coletiva ............................................................................................................ 31
2.4.7 Lavagem de mãos .............................................................................. ...........31

3. Saúde e Doença ........................................................................................ ..........40


2.1 O que é saúde? ...................................................................................... ..........40
2.2 O que é doença? .................................................................................... ..........40

4. O Processo de Envelhecimento ................................................................. ..........41

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CUIDADOR DE IDOSO

3.1 Processo Natural............................................................................................42


3.2 Processo Patológico.......................................................................................42
3.3 Conceito Homeostático..................................................................................42
3.4 Alterações da Reserva Funcional na Composição Corpórea ........................42

5. Anatomia do Envelhecimento ................................................................ ..........43


5.1 Composição e forma do corpo...............................................................................43

6. Nutrição do idoso..............................................................................................43
5.1. Alterações no Idoso........................................................................................43
5.2 Índice de Massa Corpórea (IMC) no idoso.....................................................49
5.3. Necessidades e Recomendações Nutricionais..............................................52

7. Sedentarismo: Fator de Risco ou Doença?..........................................................56


7.1. Possíveis Efeitos da Atividade Física em Idosos............................................57

8. As Doenças e o Envelhecimento..........................................................................48
8.1. Climatélio e Osteoporose...............................................................................48
8.2. Acidente Vascular Encefálico.................................................................... 49
8.3. Doenças Mentais ............................................................................... ..........50
8.3.1. Demência ................................................................................... ..........50
8.3.2. Alzheimer .............................................................................................52
8.3.3. Parkinson..............................................................................................55
8.3.4. Demência Vascular...............................................................................68
8.3.5. Esquizofrenia.........................................................................................68
8.3.6. Transtorno Depressivo..........................................................................68
8.3.7. Transtorno Bipolar.................................................................................69
8.3.8. Transtorno Delirante..............................................................................69
8.3.9. Transtorno de Ansiedade......................................................................70
8.3.10. Transtorno relacionado ao uso do álcool..............................................70
8.3.11. Depressão.............................................................................................71
8.4. Hipertensão Arterial Sistêmica........................................................................75
8.5 Diabetes..........................................................................................................75
8.6. Síndrome da Imobilidade................................................................................78

9. Aspectos psicológicos no idoso........................................................................79

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CUIDADOR DE IDOSO

10. O idoso na atualidade ................................................................................................68

10.1. Política Nacional do Idoso .............................................................................69


10.2 Estratégia de Saúde da Família .....................................................................69
10.3 Programa Nacional de Saúde do Idoso ..........................................................70

11. Os Direitos dos Idosos ......................................................................................... ...72


11.1. Pr o g r a ma s d o Mi n i st é r i o d o T u ri smo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 2
11.2. L e g i s l a ç ã o i m p o r t a n t e . . . . . . . . . . . . . . .......................................72
11.3. Ó r g ã o d e d i r e i t o s ...............................................................................73
11.4 Rede de apoio social ..................................................................................73
Atenção aos maus-tratos .....................................................................................74

12. As Emergências e os Primeiros Socorros.............................................................. 76


12.1 Prevenção ....................................................................................... ..............76
12.2 Calçados .......................................................................................................76
12.3 Vestuário......................................................................................... ..............76
12.4 Adaptação no meio ambiente domiciliar .......................................................77
12.5 Medicamentos................................................................................. ..............77
12.6 Companhia ..................................................................................... .............78
12.7 Tipos de Emergência e Primeiros Socorros .................................... .............78

13. Medicamentos e Envelhecimento........................................................................ 79

14 Cuidados com o aparelho locomotor ......................................................................81


14.4 Movimentar-se ........................

15. O Calor e o Frio Como Agentes Terapêuticos .......................................... ..............87

Referências .................................................................................................... ..............92

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CUIDADOR DE IDOSO

CUIDADOR DE IDOSO

Percepção e atitude

Em face da busca pela longevidade, tem se tornado cada vez mais comum
a busca por uma qualidade de vida considerável e que ampare todos os
segmentos da vida de um idoso. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), no censo de 2010, o grupo que mais cresceu em termos
quantitativos foi o de idosos, porém, na prática, o resultado não significou dizer
que viveram melhor, pois muitos envelheceram ainda levando consigo diversas
patologias e/ou dependências.
Por conta dessas condições, que são características do processo de
envelhecimento, se faz necessário o apoio e a assistência de cuidadores, quer
sejam profissionais ou mesmo membros da família. Atividades como deambular,
vestir, usar o banheiro, comer, usar o banheiro, tornam-se grandes desafios à
medida que ocorre o envelhecimento, sendo, portanto, de extrema importância
a observação por parte de quem o assiste.
O cuidador, antes de mais nada, ao reconhecer as limitações do idoso,
deve estar sempre atento às mais diversas situações, tanto para que propicie o
máximo de conforto e manutenção da sua saúde como também para que amplie
o seu grau de independência. Para que isso ocorra, ele deverá perceber que o
ato de cuidar está intimamente relacionado à capacidade de compreender a
unicidade de cada ser humano e ao tomar atitudes corretas sempre partindo do
ponto do conhecimento.
Segundo o dicionário Aurélio, a palavra percepção deriva do latim
perceptĭo, -onis e dentre os seus significados aponta: ato ou efeito de perceber;
capacidade de distinguir por meio dos sentidos ou da mente; inteligência;
qualquer sensação física manifestada através da experiência. Sendo assim, a
percepção voltada ao cuidador de idosos envolve toda visão elaborada de
maneira inteligente e precisa, proveniente de uma situação, e que leve
posteriormente a uma tomada de decisão que assegure a qualidade de vida do
seu cliente.
Os profissionais devem compreender que a tomada de decisões não
dependerá somente do conhecimento teórico que ele possui, mas também de

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CUIDADOR DE IDOSO

uma visão realista e detalhada do ambiente e do histórico de vida do idoso, pois


nem sempre ambos possuem a mesma visão de mundo. Daí a importância de
se desenvolver atitudes importantes como: respeito, adaptação, paciência, amor,
compreensão e boa vontade.

RELAÇÕES INTERPESSOAIS

O relacionamento interpessoal visa melhorar o convívio das pessoas nos


diversos grupos sociais de que participam, possibilita um relacionamento
harmonioso. As relações interpessoais possibilitam uma convivência social mais
agradável, tanto para o grupo como um todo, quanto para cada pessoa em
particular.

É importante respeitar as particularidades dos outros e conviver com as


diferenças. No ambiente de trabalho torna-se imprescindível:

a) Descrição: muitas vezes o seu desenvolvimento profissional ocorre próximo às


atividades de outras pessoas, o que exige desses profissionais comportamentos
mais discretos.
b) Bom humor: ser agradável e disposto.
c) Bom senso: e a escolha de alguns critérios para decidir sobre os problemas e
dúvidas encontrados. Diante dos conflitos é necessário usar bom senso para
solucioná-los.

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CUIDADOR DE IDOSO

Relacionamento intrapessoal

O relacionamento intrapessoal refere-se à capacidade do indivíduo de


conhecer a si mesmo, controlar suas emoções, administrar seus sentimentos,
projetos, podendo assim construir um modelo de si mesmo e utilizar esse modelo
a favor de si na tomada de decisões. Este relacionamento permite que o
indivíduo conheça suas capacidades e possa usá-las da melhor forma possível.
Supõe a capacidade de compreender a si mesmo, de ter um modelo útil e eficaz
de si, que inclua os próprios desejos, medos e capacidades de empregar esta
informação com eficiência na regulação da própria vida. Manifesta-se
positivamente em pessoas possuidoras de boa autoestima e capazes de boa
interação.

Relacionamento funcional

O relacionamento funcional é uma importante ferramenta na prática diária


do profissional pois, somado aos seus conhecimentos teóricos e suas vivências
práticas, auxilia na capacidade de transformação, construção e reconstrução do
universo, possibilitando através da percepção avaliar, julgar e ponderar,
raciocinar e formar juízos de valor que os leve a quebrar alguns paradigmas.
Sendo assim, após ter aprendido em sala de aula todo o conteúdo de sua
capacitação, o cuidador deverá, além de compreender e saber a teoria,
testemunhá-la e vivenciá-la na prática. O desenvolvimento de um trabalho bem
feito estará associado a um ambiente estimulante, descontraído e alegre, onde
se possa realizar atividades com empenho e interesse, gerando benefícios além
do cuidar propriamente dito.
A utilização do autoconhecimento de maneira equilibrada otimiza as
relações interpessoais, reduzindo atritos bem como resistência a mudanças.

Comunicação assertiva

Um dos principais desafios enfrentados pelas equipes seja em uma


empresa ou em algum outro grupo profissional é a dificuldade de comunicação.
Um colaborador que não aceita críticas construtivas do seu superior; um chefe

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CUIDADOR DE IDOSO

muito agressivo no modo de criticar o desempenho do funcionário; um colega


que causa irritação com suas brincadeiras – com as quais não sabemos lidar –
ou provocações que realizamos e consideramos inocentes, mas o outro não;
uma reunião que receio emitir minha opinião por receio da crítica dos demais.

No mundo atual, a capacidade de se comunicar bem é uma habilidade


valiosa e vários são os fatores que promovem essa valorização: complexidade
social crescente, maciça presença de novos meios de comunicação, equipes de
trabalho que mudam a cada projeto, maior contato entre pessoas de diferentes
áreas, necessidade de solução de conflitos em ambientes com grande
diversidade e muito estresse, entre outros.

Vencendo conflitos

Dentre os principais conflitos presentes no dia a dia do cuidador de idosos,


evidencia-se: o modo como a família ou responsáveis veem o seu trabalho;
exigências (do idoso e da família); condições de trabalho que podem
sobrecarregar e estressar; insegurança em relação ao trabalho oferecido e falta
de informações sobre a duração do comprometimento assumido, que pode
perdurar até o falecimento do idoso.
As principais dificuldades de adaptação de um cuidador à situação de
cuidado podem estar relacionadas ao peso das tarefas, relação disfuncional com
o cuidado, medo de tornar-se escravo do papel, intimidade e amor, resiliência do
cuidador e distância social entre cuidador e idoso. O peso das tarefas está

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CUIDADOR DE IDOSO

relacionado ao tempo e esforço necessários para o oferecimento do suporte em


cuidados pessoais diretos ou na supervisão dos mesmos; ao grau em que o
cuidador é responsável pelas decisões relativas ao cuidado e ao acesso do
cuidador a suportes informais.
A distância emocional se refere a situações que, embora haja contato
direto do cuidador para com o idoso no tipo de ajuda oferecida (cuidados com o
corpo, por exemplo), o idoso não é caloroso para com o cuidador e nem o inclui
em suas relações mais próximas, fazendo com que, se sinta excluído e
injustiçado. Assim, para manter o apoio oferecido ao idoso, o cuidador precisa
lidar com as pressões psicológicas decorrentes do papel de cuidar.
Sentimentos como constrangimento, angústia, culpa, frustração, ira,
desespero, desgaste emocional, baixa satisfação e até distúrbios psicológicos e
psiquiátricos, principalmente a depressão, são constantes no dia a dia do
cuidador, assim como doenças orgânicas e esgotamento, especialmente quando
os idosos são altamente dependentes (Neri & Silva, 1993). Dependendo do grau
de comprometimento cognitivo e psicológico do idoso, as recompensas em
relação aos cuidados prestados pelo familiar são mínimas, tornando o
relacionamento entre a díade idoso-cuidador unidirecional, tornando a tarefa de
cuidar ainda mais custosa (Papaléo Netto, 1996).
A negação ou o desconhecimento das limitações e incapacidades do
idoso dependente pode gerar nos familiares diferentes tipos de posicionamentos,
sendo eles, superproteção, evasão da realidade e expectativas exageradas em
relação ao desempenho do idoso nas tarefas cotidianas (Camara et al., 1998).
Quando o idoso é superprotegido, os familiares podem estimular a dependência
do idoso em relação às atividades que ele é capaz de desempenhar sozinho, ou
privá-lo da tomada de decisões. No caso da evasão da realidade, ocorre a
negação das limitações dos idosos e as características do processo de
envelhecimento.
Como resultado, os cuidadores esperam e exigem que o idoso
desempenhe atividades que já não possui mais capacidade ou habilidade para
efetuar. Tais atitudes podem prejudicar a qualidade dos cuidados oferecidos e
no relacionamento existente entre o idoso e seus familiares, devido à
incompreensão da situação real. Como enfatiza Leal (2000, p.22), “cuidar não é

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CUIDADOR DE IDOSO

uma tarefa fácil: exige uma mudança radical na vida de quem cuida, e também
demanda a execução de tarefas complexas, delicadas e sofridas”.

Motivação

A motivação direcionada ao profissional cuidador de idosos deve ser


encontrada no desempenho correto das suas atribuições, no amor e respeito
pelo idoso, no zelo e na preservação de sua integridade física, psíquica, moral e
social, na boa interação com os seus familiares e acima de tudo no
reconhecimento da responsabilidade social que a profissão dispõe.

Responsabilidade funcional

As responsabilidades funcionais direcionam-se para a execução e prática


de atividades exigidas dentro do contexto do cuidador e visam garantir a
qualidade do serviço prestado e o reconhecimento dos seus valores. Dentre as
principais responsabilidades o cuidador deve:

 Atuar como elo entre a pessoa cuidada, a família e a equipe de saúde;


 Escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada;
 Ajudar nos cuidados de higiene;
 Estimular e ajudar na alimentação;
 Ajudar na locomoção e atividades físicas, tais como: andar, tomar sol e
exercícios físicos;
 Estimular atividades de lazer e ocupacionais;
 Realizar mudanças de posição na cama e na cadeira, e massagens de conforto;
 Administrar as medicações, conforme a prescrição e orientação da equipe de
saúde;
 Comunicar à equipe de saúde sobre mudanças no estado de saúde da pessoa
cuidada;
 Outras situações que se fizerem necessárias para a melhoria da qualidade de
vida e recuperação da saúde dessa pessoa.

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CUIDADOR DE IDOSO

Qualidade na prestação de serviços

Em qualquer lugar que se busque algum tipo de serviço, seja ele para
alguém ou para algo, o aspecto mais relevante que o solicitante leva em
consideração é a qualidade. Um serviço sem qualidade não gera retorno e nem
procura. Um serviço de qualidade está sempre preocupado em satisfazer a sua
clientela e busca constantemente estar à frente do seu tempo. Mas como se
consegue adquirir qualidade em um serviço se muitas vezes nem há espaço para
a experiência?
Para o indivíduo se enquadrar nos conceitos de qualidade, ele deve ter
ciência de que não se trata apenas de realizar procedimentos, tomando como
base o aspecto concreto. Trata-se de algo além disso: a qualidade deve ter
fundamento nas relações interpessoais, na administração, no trabalho e
principalmente nas intenções de quem realiza.
Quantas vezes já nos deparamos com serviços que aparentemente
possuíam qualidade e garantia, mas que no final saíamos no prejuízo por conta
das (más) intenções?
A qualidade surge, além da maneira justa de executar, através de atitudes,
ações e comprometimento, que por sua vez, são gerados através de princípios
e valores. Os requisitos necessários para suprir essas necessidades devem
envolver: aparência, disposição para servir, segurança, personalização, toque
humano, respeito, educação e paciência.
É a arte de encantar o usuário através de sua plena satisfação com o
resultado, superando as expectativas.
Sendo assim, o empreendedor deve ter em mente que quem faz a
organização de como quer se tornar enquanto profissional é ele próprio e o seu
comportamento e as suas atitudes determinarão a qualidade do seu serviço.
Dentre os princípios básicos da qualidade na prestação de serviços, é
indispensável:

 Integração;
 Personalidade;
 Toque humano;
 Disposição para servir;

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CUIDADOR DE IDOSO

 Confiabilidade;
 Solucionar problemas;

1.9 Sigilo e Postura Profissional

A palavra sigilo está relacionada à ideia de segredo ou esconderijo de algo


ou alguém. Segundo o dicionário Aurélio: coisa ou fato que não se pode revelar
ou divulgar.
Postura é o comportamento adequado dentro de uma organização, na
qual busca seguir valores específicos para obter um resultado positivo.
A postura profissional do cuidador juntamente ao sigilo é de grande
relevância para o bom desempenho da função do cuidador, principalmente pelo
fato de estar em íntimo contato com a família que o contrata.
O cuidador deve sempre ter clareza sobre a sua função dentro do
domicílio, uma vez que, ao ser contratado, será sua obrigação cumprir todos os
compromissos pactuados com o empregador e realiza-los de maneira prazerosa,
educada e respeitosa. Muitos profissionais, por despreparo, não firmam u m
acordo concreto com seus empregadores no momento da contratação, o que
leva muitas vezes a executarem procedimentos aos quais não previam na sua
função, como por exemplo, realizar faxina no domicílio, limpar todas as
dependências, preparar refeições, lavar roupas que não são do idoso. Por isso
é tão importante que ele deixe claro a sua disponibilidade, o seu papel e os seus
limites.
A Postura Profissional está relacionada com a maneira com que o
profissional encara a sua função. Deverá incluir:

 Educação;

 Desempenho adequado e com responsabilidade das funções contratadas


pelo empregador;

 Pontualidade;

 Cumprimento de normas e rotinas;

 Comprometimento;

 Interesse;

 Comportamento no local de trabalho;


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CUIDADOR DE IDOSO

 Apresentação pessoal, moral e ética.

 Outros fatores:
 Priorizar pela sua capacidade e preparo físico, emocional e espiritual;

 Cuidar da sua aparência e higiene pessoal;

 Demonstrar educação e boas maneiras;

 Adaptar-se a diferentes estruturas e padrões familiares e comunitários;

 Respeitar a privacidade de quem está sendo cuidado;

 Demonstrar sensibilidade e paciência;

 Saber ouvir;

 Perceber e suprir carências afetivas;

 Manter a calma em situações críticas e vexatórias;

 Demonstrar criatividade;

 Lidar com a agressividade;

 Lidar com seus sentimentos negativos e frustrações;

 Lidar com perdas e mortes;

 Buscar informações e orientações técnicas;

 Dominar noções primárias de saúde;

 Dominar noções primárias de economia e atividade doméstica;

 Conciliar tempo de trabalho com tempo de folga;

 Demonstrar honestidade e conduta moral;

1.10 Vedações

Algumas peculiaridades devem ser evitadas no ambiente de trabalho, sob


pena de sofrer sanções, como por exemplo:

 Não se envolver, nem desejar resolver os assuntos pessoais do idoso;

 Não sair com o idoso de casa para resolver algo pessoal e muito menos levar
alguém na casa onde trabalha;

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CUIDADOR DE IDOSO

 Não utilizar meios do domicílio para resolver seus problemas pessoais, como por
exemplo, usar o telefone do seu local de serviço e/ou computadores, nem assistir
televisão ou jogar videogame, salvo nos casos em que tais situações envolvam
a atividade que esteja desempenhando;

 Não fornecer números de telefone do local de trabalho (domicílio) para pessoas


ou empresas com intuito de abordar assuntos de sua vida pessoal;

 É expressamente proibido fumar dentro e fora do domicílio do paciente durante


a jornada de trabalho. Pede-se que para evitar a impregnação do cheiro de
cigarro, o(a) cuidador (a)fumante evite o ato pelo menos duas horas antes de
entrar em contato com o paciente;

 Deixar de comparecer ao trabalho sem aviso prévio ou justificativa plausível;

 Fazer “indicações” de medicamentos ou “tratamentos alternativos”. Dar palpites


ou interferir no diagnóstico ou conduta médica. Administrar medicação ou
realizar procedimentos de forma diferente da prescrita ou orientada pela família;

 Fazer chantagem emocional, ameaças para persuadir a pessoa cuidada a


qualquer ato ou convencê-lo a fazer doações, empréstimos de pertences ou
dinheiro, fere os Estatutos (Idoso, criança e adolescente) e incidem em ato de
má fé, passível de penalidade prevista no código civil;

 Aceitar doações de qualquer espécie provindas da pessoa cuidada sem


expressa autorização e liberação de um familiar responsável. Registrar o fato no
diário do cliente;

 Afastar-se do paciente por período prolongado e/ou dormir durante a jornada de


trabalho.

Cabe recomendar que o desenvolvimento de outras tarefas no momento


que o idoso está dormindo deve ser atentamente observado, uma vez que o
cuidador não pode estar longe do local onde o idoso dorme, e o ambiente onde
o idoso é colocado para dormir deve estar isento de todo e qualquer risco. Outro
fato importante, quem dorme é o idoso e não o cuidador.

 Deve manter-se com os cabelos limpos e preferencialmente presos;

 Não usar muitos acessórios, ou acessórios de grandes tamanhos;

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CUIDADOR DE IDOSO

 Dar preferência por uso de calçados baixos, principalmente tênis;

 Manter as unhas curtas e limpas, para evitar machucar o idoso, mesmo sem
intenção;

 Manter dentes limpos;

 Utilizar-se de perfumes com fragrância leve e não usá-los exageradamente;

 Ter cuidado para não estar abrindo a geladeira a todo o momento para comer, e
muito menos comer as alimentações destinadas ao idoso, e nem abusar nos
lanches;

 Em se tratando de religião, o cuidador não tem o direito de forçar/induzir o idoso


a adentrar em um assunto que não esteja de acordo com a educação e/ou
religião que a família aponta.

1.11 Cuidando de si mesmo

O cuidador é um ser humano que possui fortes traços de amor ao próximo,


fraternidade e doação. Seu papel ultrapassa apenas o cuidar de outro ser
humano, o acompanhar de suas atividades, o realizar movimentos que o outro
não consegue fazer sozinho. Envolve uma grande responsabilidade, disposição
física e preparo psicológico para enfrentar o dia a dia, podendo causar
depressão, fadiga, alterações na vida familiar e conjugal. Por isso, é tão
importante que o cuidador também tenha momentos para dar atenção a si
próprio a fim de que a tensão não prejudique a sua integridade não sejam
prejudicados.

Dicas de exercícios para o cuidador

Exercícios para a coluna cervical (pescoço):


 Flexione a cabeça até encostar o queixo no peito, depois estenda a cabeça
para trás como se estivesse olhando o céu.
 Gire a cabeça primeiro para um lado e depois para o outro.
 Incline a cabeça lateralmente, para um lado e para outro, como se fosse
tocar a orelha no ombro.

18
CUIDADOR DE IDOSO

Exercícios para os ombros: enchendo os pulmões de ar, levante os ombros


para próximo das orelhas, solte o ar deixando os ombros caírem rapidamente,
depois fazendo movimentos circulares, gire os ombros para frente e para trás.

Exercícios para os braços: gire os braços esticados para frente e para trás,
fazendo círculos

Exercícios para o tronco: em pé, apoie uma das mãos no encosto de uma
cadeira ou na própria cintura, levante o outro braço passando por cima da
cabeça, incline lateralmente o corpo. Repita o mesmo movimento com o outro
lado.

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CUIDADOR DE IDOSO

Exercícios para as pernas: deitado de barriga para cima, apoie os pés na cama
com os joelhos dobrados. Mantendo uma das pernas nessa posição, segure com
as mãos a outra perna e traga o joelho para próximo do peito. Fique nesta
posição por alguns segundos e volte para a posição inicial. Faça o mesmo
exercício com a outra perna.

Dica: faça atividades físicas, como caminhadas e alongamentos, pois isso ajuda
a reduzir o cansaço, tensão e esgotamento físico e mental, além de melhorar a
circulação.

1. 12 TABELA DE VALORES DE REFERÊNCIA PARA SINAIS VITAIS

GLICEMIA JEJUM PÓS-PRANDIAL

DIABÉTICOS ATÉ 120 ATÉ 140

NÃO-DIABÉTICOS ATÉ 100 ATÉ 100


HIPOGLICEMIA: ABAIXO DE 70 mg/dL

HIPERGLICEMIA: ACIMA DE 150 mg/dL

PRESSÃO ARTERIAL
(SISTÓLICA X DIASTÓLICA)
HIPERTENSÃO ACIMA DE 140 X ACIMA DE 90
HIPERTENSÃO MODERADA ENTRE 160 e 180 x ENTRE 100 e 110
HIPERTENSÃO GRAVE ACIMA DE 180 x SUPERIOR a 110
NORMOTENSO 100 e 140 x 60 e 90
HIPOTENSO INFERIOR A 100 X INFERIOR A 60

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CUIDADOR DE IDOSO

TEMPERATURA

Hipotermia: abaixo de 35ºC


Afebril (temperatura normal): 36,1ºC a 37,3ºC
Febrícula: 37,5ºC a 37,9ºC
Febre/ Hipertermia: 38ºC a 38,9ºC
Pirexia: 39ºC a 40ºC
Hiperpirexia (febre alta): acima de 40ºC

FREQUÊNCIA CARDÍACA (bpm)

NORMAL 45 a 90 bpm
BRADICARDIA Diminuição da frequência cardíaca
TAQUICARDIA Aumento da frequência cardíaca

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (mrm)

NORMAL 16 a 25 mrm
APNEIA Ausência de respiração por mais
de 10 segundos
DISPNEIA Respiração difícil, trabalhosa ou
curta
BRADIPNEIA Redução da frequência respiratória
(doença neurológica, sedação)
TAQUIPNEIA Aumento da frequência
respiratória (exercício físico,
anemia, ansiedade)
ORTOPNEIA Incapacidade de respirar
facilmente, exceto na posição
ereta

1.13 Mudança de decúbito

É a troca de posição do paciente acamado ou restrito ao leito.

 OBJETIVOS

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CUIDADOR DE IDOSO

 Evitar isquemia em áreas de compressão, para prevenir a necrose


tecidual (úlcera por pressão);
 Facilitar a expectoração de secreção traqueal e brônquica;
 Impedir o aumento de secreção pulmonar

INDICAÇÃO - todos os pacientes acamados ou restritos ao leito que estejam


incapacitados de mudança de posição ativa.

 MATERIAIS UTILIZADOS

 Luvas de procedimentos;
 Coxins;
 Lençol;
 Traçado.

 DESCREVER DETALHADAMENTE AS ATIVIDADES A SEREM


DESENVOLVIDAS

 Higienizar as mãos;
 Calçar luvas de procedimento;
 Abaixar grades de proteção do leito; etc.;
 Proceder a liberação dos equipos e equipamentos (cabos de monitor
cardíaco, cabo de oximetria de pulso, manguito), traqueias para
ventilação, macronebulizadores, drenos e cateteres, etc;
 Trocar as peças de roupa que eventualmente sejam necessárias;
 Mudar a posição de paciente no leito;
 Recolocar ou reposicionar os equipos e equipamentos removidos antes
do manuseio;
 Apoiar o paciente com os coxins, deixando-o em posição de conforto;
 Verificar estabilidade hemodinâmica após manuseio;
 Elevar as grades de proteção do leito;
 Retirar as luvas de procedimento;
 Higienizar as mãos;
 Anotar na evolução ou prontuário

22
CUIDADOR DE IDOSO

 ATENÇÃO A PONTOS IMPORTANTES E POSSÍVEIS RISCOS

 A mudança de decúbito deverá ser realizada a cada 2 horas;


 Sempre que possível, o decúbito ventral deve ser evitado por muitas
vezes há necessidade de leitos especiais para a mesma;
 A mudança de decúbito sempre que possível deve ser feita por 02 (dois)
profissionais para evitar acidentes;
 Atentar para as mudanças de decúbito lateral em pacientes com
comprometimento pulmonar.

 RESULTADOS ESPERADOS - evitar agravos ou complicações dos


pacientes acamados ou restritos ao leito.

2. BIOSSEGURANÇA

Compreende um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar ou


eliminar riscos inerentes às atividades que possam interferir
ou comprometer a qualidade de vida, a saúde humana e o
meio ambiente.
A biossegurança é regulada por um conjunto de leis
que ditam e orientam como devem ser conduzidas as
pesquisas tecnológicas. No Brasil está formatada legalmente para os processos
envolvendo:

2.1 Metas específicas da Biossegurança

 Manter o ambiente de trabalho sempre em ordem;


 Reduzir o número de microrganismos patogênicos encontrados no
ambiente de tratamento;
 Reduzir o risco de contaminação cruzada no ambiente de tratamento;
 Proteger a saúde dos pacientes e da equipe de saúde;
 Conscientizar a equipe de saúde da importância de tais cuidados;
 Aplicar as técnicas adequadas de controle de infecção;

23
CUIDADOR DE IDOSO

 Utilizar equipamentos de proteção individual e coletivo (EPI e EPC)


durante a atuação profissional;
 Difundir entre todos os membros da equipe de saúde o conceito de
precauções universais, que assume que qualquer contato com fluidos do
corpo é infeccioso e requer que todo profissional sujeito ao contato direto
com ele se proteja, como se eles apresentassem o vírus da
imunodeficiência adquirida (AIDS) ou da hepatite ou SARS-COV-2;
 Estudar e atender às exigências dos regulamentos governamentais
locais, estaduais e federais.

2.2 Tipos de risco

Riscos de acidentes (AZUL)

Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar


sua integridade, e seu bem estar físico e psíquico. São exemplos de risco de
acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio
e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc.

Riscos ergonômicos (AMARELO)

Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do


trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de
risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho,
monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc.

Riscos físicos (VERDE)

Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que


possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão,
umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração, etc.

Riscos químicos (VERMELHO)

24
CUIDADOR DE IDOSO

Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos


que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas
formas de poeiras, fumos gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que seja, pela
natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo
organismo através da pele ou por ingestão.

Riscos biológicos (MARROM)

Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos,


parasitos, entre outros.

2.3 Cuidados em Biossegurança

 Lavar as mãos e antebraços com bastante água e sabão antes e depois


de cada procedimento;
 Quando utilizados acessórios para o posicionamento do paciente (como
rolos e apoio de cabeceira) estes devem ser limpos antes do
procedimento. O uso de álcool 70% é suficiente;

 Caso o profissional precise assoar o nariz durante um procedimento, isto


deve ser feito no lado de fora do quarto, com toalha de papel e em seguida
as mãos devem ser lavadas;
 Jamais o cuidador poderá tossir ou espirrar em cima de seu paciente.
Caso necessário o fazer, deve se pedir licença, retirar-se da sala e lavar
as mãos em seguida;
 Caso o cuidador tenha os cabelos compridos, os mesmos devem ser bem
presos durante o horário de trabalho;
 As unhas devem ser curtas e bem lixadas, com os cantos arredondados
e se pintadas, utilizar esmaltes de cor clara;
 O cuidador deve prezar por vestimentas apropriadas (cuidado com
decotes, saias curtas e justas), confortáveis, priorizando as de cor clara,
o ideal é o branco.
 Atentar ao uso de jaleco durante o procedimento;

25
CUIDADOR DE IDOSO

 O calçado deve ser confortável, de preferência fechado. Sem saltos altos


nem plataformas. Um solado com amortecedor é o mais indicado;
 É vetado o uso de relógios, pulseiras e anéis. Caso utilize demais adornos
como brincos e colares, estes devem ser discretos;
 No sentido de prevenção às DORT (DOENÇAS OSTEOARTICULARES
RELACIONADAS AO TRABALHO), o cuidador deve realizar:
alongamentos preparatórios antes de iniciar procedimentos,
alongamentos compensatórios e alongamentos no término de sua
atividade laboral;
 O cuidador deve sempre prezar pelo seu posicionamento ergonômico
perante a maca. Sua atenção deve ser constante;

2.4 Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS)

 O gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (RSS) está


regulamentado pela RDC ANVISA nº306/04 e a Resolução CONAMA
nº358/05 (preservação dos recursos naturais e do meio ambiente);
 O CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) promove a
competência aos órgãos ambientais estaduais e municipais para
estabelecerem critérios para o licenciamento ambiental dos sistemas de
tratamento e destinação final dos RSS.
 RDC ANVISA nº306/04 concentra sua regulação no controle dos
processos de segregação, acondicionamento, armazenamento,
transporte, tratamento e disposição final;
 Os RSS são classificados em função de suas características e
consequentes riscos que podem acarretar ao meio ambiente e à saúde,
sendo divididos em cinco grupos: A, B, C, D e E.

Grupo A – Resíduos potencialmente infectantes

São resíduos que possuam presença de agentes biológicos e que


apresentem risco de infecção. Ex.: bolsas de sangue contaminado.

26
CUIDADOR DE IDOSO

Grupo B – Resíduos químicos

São resíduos que contenham substâncias químicas capazes de causar


risco à saúde ou ao meio ambiente, independente de suas características
inflamáveis, de corrosividade, reatividade e toxicidade. Ex.: Medicamentos para
tratamento de câncer, reagentes para laboratório e substâncias para revelação
de filmes de Raio-X.

Grupo C – Resíduos radioativos

São resíduos de materiais que contenham radioatividade em carga acima


do padrão e que não possam ser reutilizados. Ex.: Exames de medicina nuclear.

Grupo D – Resíduos comuns

São resíduos de qualquer lixo que não tenha sido contaminado ou possa
provocar acidentes. Ex.: Gesso, luvas, gazes, materiais passíveis de reciclagem
e papéis.

Grupo E – Resíduos perfurocortantes

São objetos e instrumentos que possam furar ou cortar. Ex.: Lâminas,


bisturis, agulhas e ampolas de vidro.

Como as empresas podem fazer o descarte correto dos resíduos de saúde?

É importante que as empresas façam a destinação correto de cada grupo


de resíduos. Uma vez que, caso esses materiais entrem em contato com o solo
ou a água, podem causar sérias contaminações no ambiente e causar danos à
vegetação. Além disso, no caso de materiais perfurantes contaminados, podem
acarretar sérios riscos à saúde da população, caso sejam descartados em
aterros sanitários comuns.

Grupo A – Resíduos potencialmente infectantes

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CUIDADOR DE IDOSO

É identificado, no mínimo, pelo símbolo de risco biológico, com rótulo de


fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da expressão RESÍDUO
INFECTANTE.

Grupo B – Resíduos químicos

O grupo B é identificado por meio de símbolo e frase de risco associado


à periculosidade do resíduo químico.

Grupo C – Resíduos radioativos

O grupo C é representado pelo símbolo internacional de presença de


radiação ionizante (trifólio de cor magenta ou púrpura) em rótulo de fundo
amarelo, acrescido da expressão MATERIAL RADIOATIVO, REJEITO
RADIOATIVO ou RADIOATIVO

Grupo D – Resíduos comuns

O grupo D deve ser identificado conforme definido pelo órgão de limpeza


urbana. São descartados em sacos pretos

Grupo E – Resíduos perfurocortantes

É identificado pelo símbolo de risco biológico, com rótulo de fundo branco,


desenho e contorno preto, acrescido da inscrição de RESÍDUO
PERFUROCORTANTE

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CUIDADOR DE IDOSO

2. 5 Conceitos de Limpeza, Desinfecção, Assepsia, Antissepsia e


Esterilização

2.5.1 LIMPEZA

Processo de remoção de sujidades de superfícies do ambiente, materiais


e equipamentos, mediante a aplicação e ação de produtos químicos.

Tipos de limpeza

Concorrente

Limpeza realizada diariamente em diferentes dependências: unidade do


paciente, piso de quartos, instalações sanitárias, etc.

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CUIDADOR DE IDOSO

Terminal

É o processo de limpeza que ocorre em todas as superfícies horizontais


e verticais de diferentes dependências, incluindo parede, vidros, portas, pisos
etc.

2.5.2 DESINFECÇÃO

É a redução de microrganismos presentes em materiais e equipamentos.

EXEMPLO:

 Realizar a limpeza da mesa de refeições do paciente.


 Limpeza das grades de proteção do leito do paciente

2.5.3 ASSEPSIA

Conjunto de métodos e processos de higienização de determinado


ambiente, com a finalidade de evitar sua contaminação por agentes infecciosos
e patológicos. É uma higienização preventiva.

EXEMPLO: Higienização das mãos; Cuidados pessoais; Uso de máscaras,


luvas, toucas e propés.

2.5.4 ANTISSEPSIA

Conjunto de medidas usadas para inibir o crescimento de microrganismos


ou de remover de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los.

Para isso são utilizados antissépticos. Limpeza da pele antes de uma cirurgia;
Antes de realizar uma coleta de sangue; Antes de realizar uma punção venosa.

2.5.5 ESTERILIZAÇÃO

Destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias nas formas


vegetativas e esporuladas, fungos e vírus), mediante a aplicação de agentes
físicos e ou químicos. Permite que um material se torne “estéril”.

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CUIDADOR DE IDOSO

EXEMPLO: Deixar um instrumental dentro da autoclave à 121 graus por 15


minutos

2.5.6 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) E Equipamentos de


Proteção Coletiva (EPC)

O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo produto utilizado como


ferramenta de trabalho, de uso individual, destinado à proteção do trabalhador,
minimizando riscos que ameaçam a segurança e a saúde no trabalho. Os mais
comuns são: protetores auriculares, luvas, máscaras, calçados, capacetes,
óculos, vestimentas e cremes protetores.

Equipamentos de Proteção Coletiva ou EPC, são equipamentos utilizados


para proteção de segurança enquanto um grupo de pessoas realiza determinada
tarefa ou atividade. Esses equipamentos não são necessariamente de proteção
de um coletivo, muitas vezes são apenas de uso coletivo, como por exemplo
uma máscara de solda ou um cinto de segurança para alturas.

Como exemplos de EPC podem ser citados:


 Redes de Proteção (nylon);
 Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência, ou
fitas zebradas);
 Extintores de incêndio;
 Lava-olhos;
 Chuveiros de segurança;
 Exaustores;
 Kit de primeiros socorros.

31
CUIDADOR DE IDOSO

2.5.7 Lavagem das mãos

Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham em


serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que
atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou
contaminado.

QUANDO LAVAR AS MÃOS?

 Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com


sangue e outros fluidos corporais.
 Ao iniciar o turno de trabalho.
 Após ir ao banheiro.
 Antes e depois das refeições.
 Antes do preparo de alimentos.
 Antes de preparo e manipulação de medicamentos.

A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica


empregada. Antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas, é necessário retirar
joias (anéis, pulseiras, relógio), pois sob tais objetos podem acumular-se
microrganismos.
A higienização simples das mãos consiste em remover os microrganismos
que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade
e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação
de microrganismos. Apresenta duração do procedimento de 40 a 60 segundos.

2.5.8 Técnica de Lavagem das mãos

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CUIDADOR DE IDOSO

33
CUIDADOR DE IDOSO

BRASIL (2023)

34
CUIDADOR DE IDOSO

2.5.9 Aplicação de insulina

Cuidados

 Guarde a insulina na parte baixa ou na porta da geladeira.


 Frascos de insulina podem ser mantidos em temperatura ambiente (em
local fresco e seco) mas só podem ser utilizados em, no máximo, 30 dias.
Depois disso perdem capacidade de ação.
 Coloque etiqueta no frasco e escreva nela a data que você abriu o frasco
para controlar a validade da medicação.
 A insulina NÃO PODE ficar exposta à luz direta do sol nem em
temperaturas abaixo de 2°C ou acima de 30°C.
 A cor da insulina pode variar: a insulina regular é límpida e incolor e a
NHP é turva e esbranquiçada.
 A presença de grumos, cristais ou agregados indica que a insulina está
inadequada para consumo. Descarte!

DICAS:

Durante uma viagem é importante manter a temperatura da insulina. Você


pode usar uma caixa de isopor ou refrigerador portátil, mas não deixe a insulina
congelar nem ficar em contato direto com gelo.
Se você utilizar dispositivo em forma de caneta para aplicação ou agulhas
menores (5mm), não precisa fazer a prega cutânea, ao final da aplicação
despreze a agulha. Nunca use seringa ou agulha utilizada por outra pessoa. A
temperatura do corpo, a dieta, o exercício e o nível de estresse podem afetar a
absorção da insulina. Por isso, fique atento ao controle da sua glicemia, usando
seu glicosímetro.

Descarte dos Resíduos (Seringas, Agulhas e Fitas do Glicosímetro


Usadas):

35
CUIDADOR DE IDOSO

Para jogar fora agulhas, seringas e fitas usadas em sua casa, coloque
esse material em uma CAIXA RÍGIDA (papelão ou plástico mais grosso) ou
dentro de GARRAFA DE PLÁSTICO RÍGIDO, rosqueada, evitando acidentes
para si, seus familiares e pessoas que recolhem o lixo.
A seringa descartável é de uso único. Na falta absoluta de seringas e
agulhas de uso único, alguns pacientes podem receber orientação de reutilizar
sua seringa/agulha até três (3) vezes antes de descartá-la. Para isso os
seguintes cuidados devem ser tomados RIGOROSAMENTE:
1) Ter sido avaliado pela enfermagem para descartar presença de
infecção nos locais de aplicação;
2) Realizar higiene pessoal de modo independente e completo;
3) Manter unhas curtas e limpas;
4) Lavar rigorosamente as mãos sempre antes de tocar na seringa, no
frasco e na área de aplicação;
5) Nunca tocar na agulha;
6) Manter a seringa-agulha com capa em refrigerador (porta da geladeira);
7) Nunca reutilizar seringa-agulha que tenha caído no chão, mantida
desencapada ou tocada por muitas pessoas.

O que é a Insulina?

A insulina é um hormônio que regula o uso da glicose pelos tecidos e


órgãos do corpo. Pacientes diabéticos podem necessitar de aplicações de
insulina como parte de seu tratamento por alguns períodos, de forma definitiva
ou podem depender exclusivamente dessa substância para sobreviver.

Aplicação da insulina

A insulina deve ser aplicada diretamente na camada de gordura abaixo da


pele (tecido subcutâneo) e agulha deve penetrar na pele em ângulo de 90 graus.
A pele e a gordura abaixo dela devem ser dobradas entre os dedos, formando
uma prega ou dobra, evitando que a agulha atinja os músculos.

36
CUIDADOR DE IDOSO

Quais os locais adequados para aplicação de insulina?

- Abdome (barriga);
- Coxa (frente e lateral externa);
- Braço (parte posterior do terço superior); ·
- Glúteo (parte superior e lateral das nádegas).

A absorção da insulina depende do local da aplicação. Evite aplicar


sempre no mesmo local e troque a área de aplicação periodicamente

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize


papel-toalha.

 O uso coletivo de toalhas de tecido é contraindicado, pois estas


permanecem úmidas, favorecendo a proliferação bacteriana.
 Deve-se evitar água muito quente ou muito fria na higienização das mãos,
a fim de prevenir o ressecamento da pele.

37
CUIDADOR DE IDOSO

2.5.8 Banho no leito

Higienização do paciente acamado.

OBJETIVOS
 Proporcionar conforto;
 Prevenir infecções e lesões na pele;
 Estimulação da circulação;

MATERIAIS
 EPI: Luvas de procedimento e se necessário, óculos protetores, avental e
máscara cirúrgica;
 Toalha;
 Roupa de cama (lençol, fronha, traçado etc.);
 Bacia;
 Álcool;
 Sabão líquido;
 Jarro com água morna;
 Balde grande para coletar a água com resíduos;
 Biombo, se não houver cortinas na unidade do paciente;
 Hamper;
 Compressas de banho (2);
 Fraldas, se necessário;

PROCEDIMENTO
1. Fechar cortinas do leito ou colocar o biombo;
2. Informar procedimento para acompanhante e paciente;
3. Higienizar as mãos;
4. Trazer material de banho, balança digital e hamper;
5. Se houver corrente de ar, fechar as janelas ou portas;
6. Abaixar ou retirar as grades do leito;
7. Retirar o excesso de roupa de cama;
8. Colocar luvas;

38
CUIDADOR DE IDOSO

9. Expor o paciente;
10. Despejar a água do jarro na bacia e verificar a temperatura da água;
11. Umedecer a compressa de banho e ensaboá-la com sabonete líquido;
12. Higienizar os olhos, iniciando do ângulo interno para o externo, depois
o rosto, as orelhas e o pescoço do cliente;
13. Enxaguar a compressa na bacia, torcê-la e passá-la na região
ensaboada, removendo todos os resíduos da pele;
14. Secar a região com a toalha;
15. Despejar a água da bacia no balde e enchê-la novamente com água
limpa da jarra;
16. Retirar a camisola ou pijama do cliente protegendo-o com o lençol;
17. Colocar a toalha sob o membro superior do cliente, oposto ao lado do
profissional, passar a compressa ensaboada, iniciando pelo pulso, até as
axilas;
18. Repetir os passos de enxaguar a compressa, desprezar a água no
balde, assim como os passos para higienizar o outro membro;
19. Imergir as mãos do cliente na bacia e lavar e secar as mãos;
20. Remover o lençol que está cobrindo o tórax e o abdome, dobrando-o
até a região suprapúbica, e cobrir, simultaneamente, o tórax e o abdome
com a toalha de banho;
21. Expor o tórax e o abdome, dobrando a toalha sobre ela mesma na
altura da região do quadril;
22. Higienizar o tórax e o abdome, iniciando pela região supraclavicular
até a região suprapúbica;
23. Seguir todos os passos da higienização dos membros superiores,
para a higienização dos membros inferiores;
24. Forrar os pés da cama com a toalha e colocar a bacia com água sobre
ela;
25. Imergir os pés do cliente, esfregar, enxaguar e secar com a toalha;
26. Estender as pernas sobre o leito e cobri-las com o lençol;
27. Fazer a higiene íntima;
28. Subir ou colocar a grade do lado da cama que o cliente será
posicionado em decúbito lateral;

39
CUIDADOR DE IDOSO

29. Posicionar o cliente em decúbito lateral, com o dorso voltado para o


lado do profissional;
30. Estender a toalha sobre o lençol na região dorsal do cliente, desde o
ombro até o quadril;
31. Higienizar a região posterior do pescoço e o dorso até a região glútea
com a outra compressa de banho;
32. Secar a região com a toalha desprezando-a no hamper;
33. Cobrir o cliente com o lençol;
34. Trocar roupa de cama e colocar a suja no hamper;
35. Colocar fraldas (se necessário) e as roupas (limpas) do cliente;
36. Levantar grades;
37. Recompor a unidade e deixar o cliente em posição segura e
confortável;
38. Recolher, guardar e dar destino adequado aos materiais;
39. Retirar luvas e higienizar as mãos;
40. Proceder as anotações, constando as condições gerais do cliente,
cuidados prestados e ocorrências adversas e as medidas tomadas.

3. SAÚDE E DOENÇA

O que é saúde?

Segundo a organização Mundial de saúde (OMS), a saúde é: “Um estado


de completo bem-estar físico, mental e social que não consiste somente na
ausência de uma doença ou enfermidade”.

40
CUIDADOR DE IDOSO

O que é doença?

É o estado resultante da consciência da perda da homeostasia de um


organismo vivo, total ou parcial, devido a infecções, inflamações, isquemias,
modificações genéticas, sequelas de trauma, hemorragias, neoplasias ou
disfunções orgânicas.

Gerontologia e Geriatria: Significados

Medicina geriátrica ou Geriatria é o ramo da medicina que foca o estudo,


a prevenção e o tratamento de doenças e da incapacidade em idades
avançadas. O termo deve ser distinto de gerontologia, que é o estudo do
envelhecimento em si.

Senescência: envelhecimento normal

Senilidade: envelhecimento patológico

4. O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

O envelhecimento se caracteriza pelas


consequências e feitos causados pelo tempo.
Biologicamente, significa a involução que afeta a morfologia e as funções
essenciais do corpo humano sem possibilidade de reversão. Contudo, esta é
uma involução que não impede o ser humano de desempenhar suas atividades
e viver plenamente.
A velhice pode ser compreendida através da relação entre aspectos
biológicos, psicológicos e sociais, uma vez que cultura, condições políticas,
históricas e geográficas, produzem diferentes representações em um idoso.

41
CUIDADOR DE IDOSO

60 A 74 ANOS IDOSOS JOVENS

75 A 84 ANOS IDOSOS VELHOS

85 ANOS EM DIANTE IDOSOS MAIS VELHOS

Processo Natural

O processo do envelhecimento natural é o chamado primário, também


denominado senescência. Não está associado a doenças ou a mazelas. Define-
se somente através das alterações fisiológicas da idade, como, por exemplo, as
linhas de expressão no rosto. Os órgãos estão envelhecidos, mas não estão
acometidos por nenhuma patologia.

Processo patológico

O processo do envelhecimento patológico é a senilidade. É o processo


secundário que traz como consequências doenças.

Conceito homeostático

Com o envelhecimento, ocorre a homeostenose – declínio estimado em


algumas funções – e há uma maior vulnerabilidade a doenças como: infecções,
doenças cardiovasculares, neoplasias malignas, dentre outras.

Alterações da reserva funcional na composição corpórea

 Diminuição de água corpórea;


 Aumento da quantidade de gordura no organismo;
 Diminuição da estatura;
 Diminuição de capacidade de produzir calor;
 Redução de sudorese;
 Maior tendência à hipotermia e a hipertermia (pele mais fina, perda de
glândulas sudoríparas e sebáceas, mais sensível à temperatura).

42
CUIDADOR DE IDOSO

5. ANATOMIA DO ENVELHECIMENTO

É de fundamental importância que a pessoa que trabalha com idosos


conheça as peculiaridades anatômicas do envelhecimento, pois é imprescindível
saber diferenciar as alterações produzidas pelo processo natural de envelhecer
(a senescência) das alterações acometidas pela senilidade.

Composição e forma do corpo

A partir dos 40 anos a estatura começa a diminuir cerca de 1 cm por década,


esta perda se deve a diminuição dos arcos do pé e ao aumento das curvaturas
da coluna. O nariz e a orelha crescem. Há um momento de tecido adiposo
(gordura) nos órgãos, diminuição e massa muscular e diminuição de massa
óssea.

6. NUTRIÇÃO DO IDOSO

Alterações no Idoso

 Aumento do colesterol;
 Diminuição de hemoglobina;
 Diminuição de tolerância à glicemia;
 Diminuição de massa óssea;
 Diminuição de massa muscular;
 Diminuição de água corpórea;
 Alteração na dentição o que dificulta alimentação;
 Alteração na sensibilidade gustativa e olfativa;
 Diminuição na acuidade visual;
 Alteração na absorção gastrintestinal;
 Diminuição na motilidade gastrintestinal.

Necessidades e Recomendações Nutricionais

43
CUIDADOR DE IDOSO

Carboidratos Complexos: (tubérculos, cereais, pães integrais, cereais


integrais, biscoitos integrais, massas integrais, arroz integral, frutas).

Existem os carboidratos complexos e simples. É importante a ingestão de


carboidratos complexos, ou seja, os menos processados, que promovem a
liberação de açúcar no sangue de forma mais lenta.

Carboidratos Simples: são facilmente transformados em açúcar no sangue, por


exemplo, os encontrados nos pães, bolos, salgadinhos, e outras guloseimas
provenientes de farinha de trigo branca e açúcar branco.

Proteínas: são moléculas para manter a forma e funcionamento dos organismos


vivos. Agem sobre o colágeno, os ossos, as hemoglobinas, os hormônios. As
proteínas regulam a contração muscular, produzem anticorpos, entre outas
funções. São encontradas nas carnes vermelhas e brancas leites e derivados,
ovos e leguminosas.

Lipídeos: são as gorduras. Existem dois tipos de gorduras: a saturada e a


insaturada.

A gordura saturada é a gordura ruim, pois aumenta o nível de colesterol


(LDL) - colesterol ruim no sangue, levando consequentemente o indivíduo a ter
problemas vasculares. Essa gordura está presente nas frituras, em carnes
gordas, em algumas guloseimas.

A gordura insaturada é gordura boa, pois não prejudica as artérias e


auxilia na redução do colesterol ruim (LDL). A gordura insaturada divide-se em:
monoinsaturada e poli-insaturada.

Fibras: as fibras não são absorvidas pelo organismo, auxiliam um bom


funcionamento do intestino e são eliminadas diretamente nas fezes.

Principais tipos de fibras: solúveis e insolúveis.

 Fibras insolúveis: ajudam na prevenção de algumas doenças como:


constipação intestinal (prisão de ventre) e câncer do colorretal e câncer
do intestino, pois atuam no trânsito intestinal auxiliando na mobilidade
gastrintestinal, acelerando a saída do bolo fecal, e assim eliminando
toxinas, As fibras insolúveis são encontradas em alimentos de origem

44
CUIDADOR DE IDOSO

vegetal como: vegetais crus, grãos de cereais (grão de bico, milho, soja)
e frutas consumidas com casca, por exemplo, ameixa, maçã e pera.

 Fibras solúveis: são classificadas como solúveis porque retém água


presente nos alimentos, formando uma estrutura em forma de gel. Essas
fibras ajudam na diminuição dos níveis de colesterol, ajudam a combater
a obesidade, pois causam uma sensação de saciedade mais rápida
ocasionando uma menor ingestão de alimentos. Por serem ricas em
hipoglicemiante, diminuem a taxa de glicose, ou seja, as fibras solúveis
são essenciais para diabéticos. As fibras solúveis são encontradas em
frutas (laranja, maçã, uva, abacaxi, tangerina); em vegetais (cenoura); em
leguminosas (feijão, fava lentilha) e principalmente em farelo (aveia,
granola).

Como as fibras atuam no organismo?

 Estimulando a mastigação a secreção salivar e o suco gástrico;

 Promovendo sensação de saciedade alimentar;

 Produzindo maior absorção aos nutrientes no organismo;

 Retendo a água dos alimentos;

 Normalizando o trânsito intestinal.

Dicas:

 É importante beber 2 a 3 litros de água por dia, para facilitar a ação das
fibras.
 É muito importante saber que o consumo de fibras em excesso é
desaconselhável, pois pode interferir na absorção do cálcio (importante
na formação dos ossos) e zinco (indispensável para a formação do
sistema imunológico e coagulação do sangue).

Sais minerais e vitaminas: são micronutrientes necessários ao organismo em


menor quantidade, comparado à necessidade de proteínas, gorduras e
carboidratos. No entanto, as vitaminas e sais minerais são essenciais para uma
alimentação equilibrada, pois a falta destes elementos pode resultar em
doenças.
45
CUIDADOR DE IDOSO

Obs.: o excesso de vitaminas também pode prejudicar a saúde!

As vitaminas são substâncias químicas complexas, a maioria não pode


ser fabricada pelo organismo, assim sendo é preciso obtê-las a parir de
alimentos. A vitamina D é exceção, pois para ser produzida é necessária a
exposição solar.

Algumas vitaminas são perdidas com passar do tempo, por isso, os


alimentos frescos e pouco cozidos tendem a ter uma maior quantia de vitamina
preservada, essa situação é características das vitaminas solúveis em água.

Hidratação

Ingestão hídrica: leite, sucos, chás, caldos, gelatina, água.

Até 75 anos: 30 ml por Kg

Mais que 75 anos: 25 ml por Kg

Pessoas que estão desidratadas sofrem alteração de funções vitais como,


por exemplo, manter o sistema nervoso trabalhando adequadamente. Após
observar esses detalhes tão importantes na nutrição, cabe ao cuidador do idoso
ficar atento a alimentação do idoso e sua qualidade, sabendo o quanto é
relevante uma boa nutrição, ou seja, tudo está interligado para se ter um bom
resultado.

7. SEDENTARISMO: FATOR DE RISCO OU DOENÇA?

Ouve-se falar no sedentarismo como um fator de risco, mas estudos comprovam


que o mesmo é mais que um fator de risco. Os estudos apontam os efeitos
deletérios do sedentarismo, são eles:

 Aterogênese (formação de placa de ateroma nos vasos sanguíneos);


 Diminuição na capacidade ventilatória;
 Aumento na coagulação sanguínea;

46
CUIDADOR DE IDOSO

 Desequilíbrio emocional;
 Instabilidade articular;
 Diminuição na imunidade;
 Diminuição na massa óssea;
 Diminuição na massa muscular;
 Obesidade;
 Falta de sociabilização.

É importante salientar algumas causas comuns do sedentarismo:

 Causas orgânicas: o idoso sofre alguma lesão e a opinião médica


desaconselha a continuidade da atividade por desconhecer os benefícios
da mesma no estado global da saúde. Claro que algumas situações as
atividades físicas são realmente contraindicadas, mas são poucas as
situações. Na maioria das vezes, o paciente para de fazer a atividade
física por acomodação.

 Causas culturais: há um tradicional estímulo para evitar qualquer


atividade motora, como se a mesma fosse prejudicar o idoso. Exemplos:
usar o elevador ao invés de subir dois lances de escada.

 Causas ambientais: existir armadilhas no trajeto de locomoção de idosos


como: ausência de corrimões, irregularidades no solo, presença de
vendedores ambulantes, ciclistas, patinadores, enfim poucos espaços
seguros para a prática das atividades físicas do idoso.

8. AS DOENÇAS E O ENVELHECIMENTO

Doenças Reumatológicas

A reumatologia estuda as doenças primárias ou secundárias que afetam


o sistema musculoesquelético. Popularmente o termo reumatismo é utilizado
para abranger dores, ou rigidez nas articulações, músculos e ossos.

47
CUIDADOR DE IDOSO

Alguns tipos das doenças reumatológicas:

 Artrite reumatoide: é uma doença sistêmica de causa desconhecida que


pode produzir dores, inflamações, rigidez matinal nas articulações e às
vezes febre, a dor leva ao imobilismo, a hipotrofia muscular. A artrite leva
a destruição articular com deformidades. É importante o exercício para
evitar a imobilidade e sua consequência.

 Gota: é uma doença caracterizada pela deposição acido úrico nas


articulações, na pele e nos rins, entre outros tecidos. Essa doença leva a
dores nas articulações, insuficiência renal e tofos na pele. É importante o
exercício após a fase aguda.

 Artrite séptica: é uma infecção aguda articular por germes piogênicos.


Apresenta febre alta e prostração, sendo necessária drenagem cirúrgica.
É importante o exercício após a fase aguda.

 Lúpus eritematoso: é uma doença sistêmica de causa desconhecida


que apresenta manifestações reumáticas.

 Artrose: é uma degeneração das cartilagens hialinas, por causa genética,


mas com grande influência de sobrecargas crônicas excessivas como:
obesidade distúrbios posturais, sedentarismo. Tem como característica
uma proliferação óssea nas margens da articulação os chamados ”bicos
de papagaio”. Geralmente a osteoartrose afeta a coluna, os membros
inferiores e as mãos de pessoas de meia idade, apresentando dor,
instabilidade mecânica e fraqueza muscular.

Climatério e Osteoporose

O climatério é um período de transição na


vida da mulher. Caracteriza-se pelo fim do
período reprodutivo e o início da fase não
reprodutiva (menopausa). Com isso surge uma
série de alterações na estrutura física e psíquica,
repercutindo no lado social. As doenças como

48
CUIDADOR DE IDOSO

osteoporose, doenças cardiovasculares e mesmo quadros de demência podem


aparecer.

Esse período é caracterizado pelo cessar da produção de estrogênios


(hormônio fundamental para proteção cardíaca). Com a queda do estrogênio cai
também a massa óssea em até 4% ao ano, ou seja, a osteoporose está
associada ao climatério.

A osteoporose é caracterizada pela redução de massa óssea, por


diminuição do cálcio, ou seja, osso “enfraquecido”. A partir dos 65 anos de idade
há um crescente aumente de fraturas, pois com a diminuição da massa óssea o
osso a qualquer acidente pode ser fraturado. O homem tem 30% a mais de
massa óssea que a mulher, a cor negra é atingida em 10% a mais que os brancos
e os amarelos.

Fatores de risco para osteoporose:

 Fatores Primários Inevitáveis: nos brancos ou amarelos, baixa estatura,


pouco peso corpóreo, antecedentes familiares, menopausa.

 Fatores Primários Evitáveis: dietéticos (pobre em cálcio, excesso de


proteínas animais, excesso de sal, de cafeína, de álcool, sedentarismo,
tabagismo).

 Fatores Secundários: insuficiência renal crônica, diabetes mellitus, uso de


medicamentos como: corticosteroides, anticonvulsivantes, antiácidos com
sais de alumínio, entre outros.

Acidente Vascular Encefálico

O acidente vascular encefálico, também


conhecido como AVC ou derrame cerebral,
acometem preferencialmente em pessoas idosas,
portadoras de doenças ou condições de risco para
as doenças vasculares, como: hipertensão arterial,
diabetes, hiperlipidemia, obesidade e tabagismo. Os
AVEs podem ser:

49
CUIDADOR DE IDOSO

 Isquêmicos: causados por obstruções vasculares agudas, ou seja, as


veias “entopem” devido às gorduras e o fluxo sanguíneo não passa,
causando a isquemia.
 Hemorrágicos: com formação de hematomas no interior do tecido
nervoso.
 Cerca de 70% dos AVEs são isquêmicos.

Os hematomas são decorrentes das rupturas de pequenos aneurismas


que se formam ao longo da vida, devido hipertensão arterial sistêmica crônica.
O quadro clínico nos AVEs vai depender da região que foi acometida, poderão
ser notados sinais e sintomas com problemas motores (coordenação de
membros inferiores e superiores) e problemas sensitivos (dificuldade em ouvir,
dificuldade em falar, dificuldade na visão, entre outros).

É importante que a fisioterapia entre em ação precocemente para evitar


que as sequelas se estendam.

8.3 Doenças mentais

A velhice é um período normal do ciclo vital caracterizado por algumas


mudanças físicas, mentais e psicológicas. É importante fazer essa consideração
pois algumas alterações nesses aspectos não caracterizam necessariamente
uma doença. Em contrapartida, há alguns transtornos que são mais comuns em
idosos como transtornos depressivos, transtornos cognitivos, fobias e
transtornos por uso de álcool. Além disso, os idosos apresentam risco de suicídio
e risco de desenvolver sintomas psiquiátricos induzidos por medicamentos.

50
CUIDADOR DE IDOSO

Muitos transtornos mentais em idosos podem ser evitados, aliviados ou


mesmo revertidos. Conseqüentemente, uma avaliação médica se faz necessária
para o esclarecimento do quadro apresentado pelo idoso.
Diversos fatores psicossociais de risco também predispõem os idosos a
transtornos mentais.
Perda de papéis sociais
Perda da autonomia
Morte de amigos e parentes
Saúde em declínio
Isolamento social
Restrições financeiras

Redução do funcionamento cognitivo (capacidade de compreender e pensar


de uma forma lógica, com prejuízo na memória).

8.3.1 Transtornos psiquiátricos mais comuns em idosos

Demência

Demência é um comprometimento cognitivo geralmente progressivo e


irreversível. As funções mentais anteriormente adquiridas são gradualmente
perdidas. Com o aumento da idade a demência torna-se mais freqüente.
Acomete 5 a 15% das pessoas com mais de 65 anos e aumenta para 20% nas
pessoas com mais de 80 anos.
Os fatores de risco conhecidos para a demência são: Idade avançada;
história de demência na família; sexo feminino. Os sintomas incluem alterações
na memória, na linguagem, na capacidade de orientar-se. Há perturbações
comportamentais como agitação, inquietação, andar a esmo, raiva, violência,
gritos, desinibição sexual e social, impulsividade, alterações do sono,
pensamento ilógico e alucinações.
As causas de demência incluem lesões e tumores cerebrais, síndrome da
imunodeficiência adquirida (AIDS), álcool, medicamentos, infecções, doenças
pulmonares crônicas e doenças inflamatórias. Na maioria das vezes as

51
CUIDADOR DE IDOSO

demências são causadas por doenças degenerativas primárias do sistema


nervoso central (SNC) e por doença vascular. Cerca de 10 a 15% dos pacientes
com sintomas de demência apresentam condições tratáveis como doenças
sistêmicas (doenças cardíacas, renais, endócrinas), deficiências vitamínicas,
uso de medicamentos e outras doenças psiquiátricas (depressão).
As demências são classificadas em vários tipos de acordo com o quadro
clínico, entretanto as mais comuns são demência tipo Alzheimer e demência
vascular.

8.3.2 Demência tipo Alzheimer

O termo "demência" refere-se a uma série de sintomas que se encontram


geralmente em pessoas com doenças cerebrais que cursam com destruição e
perda de células cerebrais. A perda de células cerebrais é umprocesso natural,
mas em doenças que conduzem à demência isso ocorre a um ritmo mais rápido
e faz com que o cérebro da pessoa não funcione deuma forma normal.

Apesar da doença de Alzheimer ser a forma mais comum de demência,


existe um número de diferentes tipos de demência. Entre 50 a 70 por cento
de todas as pessoas com demência têm a doença de Alzheimer - uma
doença degenerativa que destrói células do cérebro lenta e
progressivamente. O seu nome vem de Aloïs Alzheimer, um psiquiatra e
neuropatologista alemão que, em 1906, foi o primeiro a descrever os

52
CUIDADOR DE IDOSO

sintomas assim como os efeitos neuropatológicos da doença de


Alzheimer. A doença afeta a memória e o funcionamento mental (por
exemplo, o pensamento e a fala, etc.), mas pode também conduzir a outros
problemas, tais como confusão, mudanças de humor e desorientação no
tempo e no espaço.
Inicialmente, os sintomas, tais como dificuldades de memória e perda de
capacidades intelectuais, podem ser tão sutis, que passam despercebidos,
tanto pela pessoa em causa como pela família e pelos amigos. No entanto,
à medida que a doença progride, os sintomas tornam-se cada vez mais
notórios e começam a interferir com o trabalho de rotina e com as
atividades sociais. As dificuldades práticas com as tarefas diárias, como
vestir, lavar e ir à casa de banho tornam-se gradualmente tão severas que,
com o tempo, a pessoa fica completamente dependente dos outros.
A doença de Alzheimer não é infecciosa nem contagiosa. É uma doença
terminal que causa uma deterioração geral da saúde. Contudo, a causa de
morte mais frequente é a pneumonia, porque à medida que a doença
progride o sistema imunológico deteriora-se, e surge perda de peso, que
aumenta o risco de infecções da garganta e dos pulmões.
Principais características de uma pessoa portadora de Alzheimer:
 Perda de memória;
 Dificuldade na comunicação;
 Mudança de personalidade;
 Comportamento;
 Mudança física.

Tratamento

Não existe um padrão típico de tratamento, existe sim uma intervenção que
deve ser baseada nos seguintes pressupostos:
1. Multidisciplinar
2. Preventivo
3. Sintomático

53
CUIDADOR DE IDOSO

Existem três abordagens básicas para melhorar a qualidade de vida do


paciente de Alzheimer, retardando a sua dependência, desacelerando a
deterioração cognitiva, e facilitando a vida do cuidador (aquele que toma
conta do paciente).

Conselhos práticos em caso da alteração do apetite em doentes com


Alzheimer

Os elementos cuidadores devem saber reagir ás perturbações


comportamentais e vigiar para que o doente conserve uma atividade física
regular. O doente pode ser incluído na preparação da refeição para se
distrair, estimular as suas funções intelectuais, mas também para exercitar
a memória. A mesa deve estar adaptada ás limitações físicas do doente
para facilitar a sua alimentação. Deve mostrar-se agradável e funcional,
com uma toalha bonita, guardanapos ou louça de cores contratantes. Os
pratos e os copos devem ser estáveis e os talheres apropriados. O lugar
na mesa deve ser respeitado para evitar a desorientação da pessoa doente;
recomenda-se também uma boa iluminação.
É preferível apresentar cada alimento num prato diferente do que um só
prato com os vários alimentos que compõem a refeição. Durante as
refeições e preciso verificar a temperatura dos pratos e nomear e descrever
os alimentos. É preciso estar disponível, manter-se calmo, não mostrar
sinais de impaciência, interpelar o doente verbalmente ou através de
pequenos gestos. Os pratos devem ser temperados (especiarias, ervas
aromáticas, limão) para estimular o apetite. É útil arranjar pratos fáceis de
comer (menos com os dedos). É preciso deixar à disposição do doente uma
taça de frutas, bebidas, pequenos pedaços de queijo.

Orientações para as famílias:


 A manutenção de um ambiente familiar ajuda a pessoa com
demência a conservar a sua orientação. A mudança de domicílio ou
de cidade, o mudar os móveis de sítio ou inclusive pintar as paredes
pode provocar-lhes uma perturbação. Uma agenda de grandes

54
CUIDADOR DE IDOSO

dimensões, uma luz noturna, um relógio com números grandes ou


um rádio podem também ajudar a pessoa a orientar-se melhor;
 Para evitar acidentes nas pessoas que tem tendência para se perder,
devem esconder-se as chaves do automóvel e colocar detectores
nas portas. Uma pulseira com a identificação da pessoa pode
também ser eficaz;
 O estabelecimento de uma rotina sistemática para o banho, para a
refeição, para o deitar e para outras atividades pode dar à pessoa
uma sensação de estabilidade. O contato regular com caras
conhecidas pode também ser útil;
 As repreensões ou os castigos a uma pessoa com demência não
são de nenhuma utilidade e podem agravar a situação;
 Pode ser útil o pedido de assistência a organizações de tipo social
e de enfermagem. Pode existir um serviço de transporte e de
alimentação ao domicílio. Uma ajuda permanente pode tornar-se
muito dispendiosa, mas alguns seguros podem cobrir em parte,
estes gastos.

8.3.3 Doença de Parkinson

A doença de Parkinson foi descrita em 1816 pelo médico James Parkinson


e trata-se de uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica
e progressiva. É causada por uma diminuição intensa da produção de
dopamina, que é um neurotransmissor (substância química que ajuda na
transmissão de mensagens entre as células nervosas).
O quadro clínico basicamente é composto de quatro sinais principais:
tremores; acinesia ou bradicinesia (lentidão e diminuição dos movimentos
voluntários); rigidez (enrijecimento dos músculos, principalmente no nível
das articulações); instabilidade postural (dificuldades relacionadas ao
equilíbrio, com quedas frequentes). Para o diagnóstico não é necessário,
entretanto, que todos os elementos estejam presentes, bastando dois dos
três primeiros itens citados.

55
CUIDADOR DE IDOSO

A Doença de Parkinson costuma instalar-se de forma lenta e progressiva,


em geral em torno dos 60 anos de idade, embora 10% dos casos ocorram
antes dos 40 anos (parkinsonismo de início precoce) e até em menores de
21 anos (parkinsonismo juvenil). Ela afeta ambos os sexos e todas as
raças. Os sintomas aparecem inicialmente só de um lado do corpo e o
paciente normalmente se queixa que “um lado não consegue acompanhar
o outro”. O tremor é caracteristicamente presente durante o repouso,
melhorando quando o paciente move o membro afetado.
Não está, entretanto, presente em todos os pacientes com Doença de
Parkinson, assim como nem todos os indivíduos que apresenta
m tremor são portadores de tal enfermidade. O paciente percebe que os

movimentos

com o membro afetado estão mais difíceis, mais vagarosos, atrapalhando


nas tarefas habituais, como escrever (a letra torna-se pequena), manusear
talheres, abotoar roupas. Sente também o lado afetado mais pesado e mais
enrijecido. Esses sintomas pioram de intensidade, afetando inicialmente
outro membro do mesmo lado e, após alguns anos, atingem o outro lado
do corpo. O paciente também pode apresentar sintomas de dificuldade
para andar (anda com passos pequenos) e alterações da fala.
A Doença de Parkinson é tratável e geralmente seus sinais e sintomas
respondem de forma satisfatória às medicações existentes. Esses
medicamentos, entretanto, são sintomáticos, ou seja, eles repõem
parcialmente a dopamina que está faltando e, desse modo, melhoram os

56
CUIDADOR DE IDOSO

sintomas da doença. Devem, portanto, ser usados por toda a vida da


pessoa que apresenta tal enfermidade, ou até que surjam tratamentos mais
eficazes. Ainda não existem drogas disponíveis comercialmente que
possam curar ou evitar de forma efetiva a progressão da degeneração de
células nervosas que causam a doença.

8.3.4 Demência vascular

É o segundo tipo mais comum de demência. Apresenta as mesmas


características da demência tipo Alzheimer mas com um início abrupto e um
curso gradualmente deteriorante. Pode ser prevenida através da redução de
fatores de risco como hipertensão, diabete, tabagismo e arritmias. O diagnóstico
pode ser confirmado por técnicas de imagem cerebral e fluxo sangüíneo
cerebral.

8.3.5 Esquizofrenia (esquizofrenia e outras psicoses)

Essa doença começa no final da adolescência ou idade adulta jovem e


persiste por toda a vida. Cerca de 20% das pessoas com esquizofrenia não
apresentam sintomas ativos aos 65 anos; 80% mostram graus variados de
comprometimento. A doença torna-se menos acentuada à medida que o
paciente envelhece.
Os sintomas incluem retraimento social, comportamento excêntrico,
pensamento ilógico, alucinações e afeto rígido. Os idosos com esquizofrenia
respondem bem ao tratamento com drogas antipsicóticas que devem ser
administradas pelo médico com cautela.

8.3.6 Transtornos depressivos

A idade avançada não é um fator de risco para o desenvolvimento de

57
CUIDADOR DE IDOSO

depressão, mas ser viúvo ou viúva e ter uma doença crônica estão associados
com vulnerabilidade aos transtornos depressivos. A depressão que inicia nessa
faixa etária é caracterizada por vários episódios repetidos.

Os sintomas incluem redução da energia e concentração, problemas como sono


especialmente despertar precoce pela manhã e múltiplos despertares,
diminuição do apetite, perda de peso e queixas somáticas (como dores pelo
corpo). Um aspecto importante no quadro de pessoas idosas é a ênfase
aumentada sobre as queixas somáticas.
Pode haver dificuldades de memória em idosos deprimidos que é
chamado de síndrome demencial da depressão que pode ser confundida com a
verdadeira demência. Além disso, a depressão pode estar associada com uma
doença física e com uso de medicamentos.

8.3.7 Transtorno bipolar (transtornos do humor)

Os sintomas da mania em idosos são semelhantes àqueles de adultos


mais jovens e incluem euforia, humor expansivo e irritável, necessidade de sono
diminuída, fácil distração, impulsividade e, frequentemente, consumo excessivo
de álcool. Pode haver um comportamento hostil e desconfiado. Quando um
primeiro episódio de comportamento maníaco ocorre após os 65 anos, deve-se
alertar para uma causa orgânica associada. O tratamento deve ser feito com
medicação cuidadosamente controlada pelo médico.

8.3.8 Transtorno delirante

A idade de início ocorre por volta da meia-idade mas pode ocorrer em


idosos. Os sintomas são alterações do pensamento mais comumente de
natureza persecutória (os pacientes creem que estão sendo espionados,
seguidos, envenenados ou de algum modo assediados). Podem tornar-se
violentos contra seus supostos perseguidores, trancarem-se em seus aposentos
e viverem em reclusão. A natureza dos pensamentos pode ser em relação ao
corpo, como acreditar ter uma doença fatal (hipocondria).
Ocorre sob estresse físico ou psicológico em indivíduos vulneráveis e
pode ser precipitado pela morte do cônjuge, perda do emprego, aposentadoria,
isolamento social, circunstâncias financeiras adversas, doenças médicas que

58
CUIDADOR DE IDOSO

debilitam ou por cirurgia, comprometimento visual e surdez.


As alterações do pensamento podem acompanhar outras doenças
psiquiátricas que devem ser descartadas como demência tipo Alzheimer,
transtornos por uso de álcool, esquizofrenia, transtornos depressivos e
transtorno bipolar. Além disso, podem ser secundárias ao uso de medicamentos
ou sinais precoces de um tumor cerebral.

8.3.9 Transtornos de ansiedade

Incluem transtornos de pânico, fobias, TOC, ansiedade generalizada, de


estresse agudo e de estresse pós-traumático. Desses, os mais comuns são as
fobias. Os transtornos de ansiedade começam no início ou no período
intermediário da idade adulta, mas alguns aparecem pela primeira vez após os
60 anos. As características são as mesmas das descritas em transtornos de
ansiedade em outras faixas etárias.
As obsessões (pensamento, sentimento, ideia ou sensação intrusiva e
persistente) e compulsões (comportamento consciente e repetitivo como contar,
verificar ou evitar ou um pensamento que serve para anular uma obsessão)
podem aparecer pela primeira vez em idosos, embora geralmente seja possível
encontrar esses sintomas em pessoas que eram mais organizadas,
perfeccionistas, pontuais e parcimoniosas. Tornam-se excessivos em seu desejo
por organização, rituais e necessidade excessiva de manter rotinas. Podem ter
compulsões para verificar as coisas repetidamente, tornando-se geralmente
inflexíveis e rígidos.

8.3.10 Transtornos por uso de álcool e outras substâncias

Os pacientes idosos com dependência de álcool, geralmente, apresentam


uma história de consumo excessivo que começou na idade adulta e apresenta
uma doença médica, principalmente doença hepática. Além disso, um grande
número tem demência causada pelo álcool.
A dependência de substâncias como hipnóticos, ansiolíticos e narcóticos
é comum. Os pacientes idosos podem abusar de ansiolíticos para o alívio da
ansiedade crônica ou para garantirem uma noite de sono. A apresentação clínica
é variada e inclui quedas, confusão mental, fraca higiene pessoal, depressão e
59
CUIDADOR DE IDOSO

desnutrição.

8.3.11 Depressão

60
CUIDADOR DE IDOSO

É uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa,


deixando-a com um predomínio anormal de
tristeza. Todas as pessoas, homens e
mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser
atingidas, porém mulheres são duas vezes mais
afetadas que os homens. Em crianças e idosos
a doença tem características particulares,
sendo a sua ocorrência em ambos os grupos
também frequente.

Como se desenvolve a depressão?

Na depressão como doença (transtorno depressivo), nem sempre é


possível haver clareza sobre quais acontecimentos da vida levaram a pessoa a
ficar deprimida, diferentemente das reações depressivas normais e das reações
de ajustamento depressivo, nas quais é possível localizar o evento
desencadeador.

O que sente a pessoa deprimida?

Frequentemente o indivíduo deprimido sente-se triste e desesperançado,


desanimado, abatido ou " na fossa ", com " baixo-astral ". Muitas pessoas com
depressão, contudo, negam a existência de tais sentimentos, que podem
aparecer de outras maneiras, como por um sentimento de raiva persistente,
ataques de ira ou tentativas constantes de culpar os outros, ou mesmo ainda
com inúmeras dores pelo corpo, sem outras causas médicas que as justifiquem.
Pode ocorrer também uma perda de interesse por atividades que antes
eram capazes de dar prazer à pessoa, como atividades recreativas,
passatempos, encontros sociais e prática de esportes. Tais eventos deixam de
ser agradáveis. Geralmente o sono e a alimentação estão também alterados,
podendo haver diminuição do apetite, ou mesmo o oposto, seu aumento,
havendo perda ou ganho de peso. Em relação ao sono pode ocorrer insônia,
com a pessoa tendo dificuldade para começar a dormir, ou acordando no meio
da noite ou mesmo mais cedo que o seu habitual, não conseguindo voltar a

61
CUIDADOR DE IDOSO

dormir. São comuns ainda a sensação de diminuição de energia, cansaço e


fadiga, injustificáveis por algum outro problema físico.

Como se trata a depressão?

O tratamento médico sempre se faz necessário, sendo o tipo de


tratamento relacionado à intensidade dos problemas que a doença traz. Pode
haver depressões leves, com poucos aspectos dos
problemas mostrados anteriormente, ou pode haver
depressões bem mais graves, prejudicando de
forma importante a vida do indivíduo. De qualquer
forma, depressões leves ou mais graves necessitam
de tratamento médico, geralmente medicamentoso
(com medicações antidepressivas), ou
psicoterápico, ou a combinação de ambos, de acordo com a intensidade da
doença e a disponibilidade dos tratamentos.

8.4 Doenças cardíacas

A doença isquêmica do miocárdio é a primeira causa de morte nos EUA


e a segunda no Brasil. Como ocorre a isquemia cardíaca?
Quando a obstrução coronariana ultrapassa 70% da luz da artéria, ocorre
a importante diminuição do fluxo sanguíneo. O mecanismo do enfarte pode ser
originado pelo aumento da demanda do fluxo sanguíneo causado por emoções,
exercício, taquiarritmias, espasmo arterial ou trombose.
Para prevenir: não fumar, reduzir colesterol, tratar a hipertensão arterial,
fazer exercício físico, evitar obesidade, reduzir ingestão de álcool.

62
CUIDADOR DE IDOSO

8.4.1 Hipertensão Arterial

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) induz a aterosclerose sendo fator


de risco para o acidente vascular cerebral e o infarto do miocárdio. Estudos
demonstram que as pessoas que praticam exercícios físicos apresentam menor
elevação da pressão arterial. Porém, pessoas com pressão arterial de 220/110,
não devem iniciar nenhuma atividade física, sem antes iniciar a conduta de
medicação para reduzir os níveis pressóricos. Após esse acompanhamento,
podem-se incluir os exercícios como recursos auxiliares no tratamento.

8.4.2 Diabetes

O diabetes é uma síndrome provocada por uma disfunção no pâncreas,


pois esse órgão produz dois hormônios essenciais para o nível de glicose no
organismo: glucagon e insulina. O diabetes é causado pela falta ou escassa
produção de insulina pelo pâncreas ou ainda pelo mau aproveitamento do
organismo em relação à insulina, com isso há um aumento de glicose no sangue
o que é muito prejudicial à saúde.
Tipos de diabetes:

Tipo I: Insulino dependente

Tipo II: associado à obesidade e ao envelhecimento

Gestacional: ocorre em gestantes

O diabetes tipo I, ocorre geralmente em crianças ou jovens, antes dos 30


anos. No diabetes tipo I ocorre uma destruição das células beta (localizada no
pâncreas) que produzem a insulina. Essa destruição ocorre por engano, ou seja,
o organismo “acha” que essas células são corpos estranhos e as destroem. Isso
se chama “resposta autoimune”. Os estudos não sabem porque isso ocorre,
porém sabemos que fatores genéticos, alguns vírus, entre outros, podem levar
a essa situação. Nesse tipo a falta de insulina ou a produção insuficiente pelo
corpo, obriga a pessoa a tomar a insulina. O diabético tipo I precisa de injeções

63
CUIDADOR DE IDOSO

diárias de insulina, por isso são denominados insulino-dependente. Esse tipo


representa aproximadamente 10% dos diabéticos.

No diabetes tipo II, o pâncreas produz insulina, porém as células


musculares e adiposas são incapazes de absorverem a insulina. Com isso as
células não conseguem metabolizar a glicose da corrente sanguínea, ou seja, há
uma resistência à insulina. Desse modo, a insulina não funciona de maneira
adequada no organismo. O tipo II está mais ligado à hereditariedade que o tipo
I. Fatores correlacionados com o diabetes tipo II:

 A obesidade;
 A má alimentação;
 O sedentarismo;
 A incidência é maior após os 40 anos.

O diabetes tipo II é mais comum que o tipo I e pode ser tratado com exercício
físico e alimentação adequada, os medicamentos são associados. Cerca de 90%
dos diabéticos é tipo II. É importante colocar que no início, os sintomas são
lentos, podendo permanecer assintomático por longos períodos, levando a
problemas crônicos.

Sinais e Sintomas:

 Muita sede;
 Vontade de urinar várias vezes;
 Perda de peso (mesmo sentindo mais fome e comendo mais do que o
habitual);
 Fome exagerada;
 Visão turva;
 Infecções repetidas na pele ou mucosas;
 Ferimentos que demoram a cicatrizar;
 Fadiga (cansaço inexplicável);
 Dores nas pernas por causa da má circulação.

64
CUIDADOR DE IDOSO

ILUSTRAÇÕES DE SINAIS E SINTOMAS DO DIABETES

SEDE INTENSA FOME INTENSA CANSAÇO, DESÂNIMO

FAMILIARES COM DIABETES URINAR MUITAS VEZES


E EM GRANDE QUANTIDADE

OBESIDADE

IMPOTÊNCIA SEXUAL
PIORA DA VISÃO

CICATRIZAÇÃO DIFÍCIL
E INFECÇÕES NA PELE
PERDA DE PESO
PRESSÃO ARTERIAL
ALTA

65
CUIDADOR DE IDOSO

8.4.3 Síndrome da Imobilidade

Pacientes acamados necessitam de


uma atenção especial para os movimentos,
pois com o tempo, uma semana numa cama
sem se levantar, já é o bastante para ocorrer
vários efeitos deletérios a saúde. Daí o nome
síndrome da imobilidade.

Consequências da imobilidade:

 Aumento da secreção pulmonar;

 Perda de massa muscular;

 Perda de massa óssea;

 Dificuldade no bombeamento sanguíneo;

 Escaras;

 Edemas.

Sendo assim, é importante o cuidador do idoso fazer movimentos, mesmo


que leves, nos dedos dos pés, nos dedos das mãos e se puder tentar uma
deambulação. É claro que terão casos que será necessária a presença do
fisioterapeuta, mas, as orientações que o mesmo vai dar serão de grande valia.
Às vezes, o idoso se prostra por causa de uma gripe e a família não chama o
fisioterapeuta, então faz se necessário o conhecimento dos prejuízos da
imobilidade para o cuidador evitar ao máximo deixar o idoso sem movimentar-
se.

9. ASPECTOS PSICOLÓGICOS
NO IDOSO

Identidade psicológica e social

Como o idoso se vê? Qual a


medida de sua autoestima e da sua valorização pessoal? Essas perguntas
revelam á identidade psicológica do idoso. Essa identidade começa a ser
66
CUIDADOR DE IDOSO

comprometida à medida que o físico começa a sofrer modificações significativas.


Com essas mudanças, podem surgir sentimentos de inferioridade, conflitos
interiores e dificuldades de reparação da sua autoestima. Quanto mais no
transcorrer da vida a pessoa enalteceu o culto ao corpo e desenvolveu sua
personalidade em cima do seu esquema corporal, maior é o impacto.

No âmbito da identidade social as mudanças no modo de se relacionar e viver


em grupo são quase que impostas. Assim, as trocas de experiências, vivências
e emoções muitas vezes são silenciadas. Esse silêncio, ao contrário do que o
senso-comum interpreta, muitas vezes é imposto. Essa imposição é feita por
vários componentes. Destacamos alguns:

 Limitações físicas: a redução de força, flexibilidade e movimento


compromete a locomoção. Os sentidos sofrem alterações. Sem andar, ouvir
e ver como antes, a disposição em sair diminui gradativamente e a apatia se
instala imposta como uma sentença cruel.

 Redução de relacionamentos: A
ausência doa amigos torna-se
implacável. Alguns vão sofrendo
também as consequências do
envelhecimento, desaparecendo e
gradativamente deixando o mundo
dos vivos. A capacidade de
estabelecer de atualizar-se com o
mundo de agora o empurra para a
solidão.

 Improdutividade: quando alguém que passou os melhores anos da sua vida


na labuta diária do trabalho realiza o sonho da aposentadoria, pensa “enfim
livre” das responsabilidades profissionais! Surge, no entanto, uma
consequência amarga: o retraimento dos laços sociais tão comumente
ampliados através do contexto laboral. Muitos idosos não se adaptam á nova
rotina de aposentado e tenta retornar a uma atividade produtiva. Quando
consegue, o idoso passa apenas a assumir tarefas atribuídas à “velhice”,
nitidamente percebidas como pouco úteis, sem “status” produtivo. Muitas
vezes são simplesmente tolerados como uma espécie de favor. A antiga
67
CUIDADOR DE IDOSO

função social que apresentava a velhice como retrato da sabedoria e


depositária das culturas e tradições, hoje em dia é descartada pelo ritmo de
vida cada vez mais acelerado, repleto de competitividade e tecnicidade.

Hábitos de vida

Os idosos carregam com si por vezes costumes que são difíceis de serem
deixados, pois foram adquiridos ao longo da vida. Essa questão não tem
problema se esses forem bons hábitos como, por exemplo: hábito de leitura,
hábito de ouvir músicas, hábitos de higiene, hábitos de se manterem
informados... Esses, entre outros bons hábitos, devem ser continuados e
estimulados pelo cuidador. Porém, o cuidador deve ficar atento a costumes que
o idoso tenha que sejam prejudiciais, tais como: habito de comer comida
gordurosa, hábito de não beber muita água, hábito de só querer ficar dormindo,
enfim hábitos que venham prejudicar a saúde.

10. O IDOSO NA ATUALIDADE

Informações

É válido que o cuidador de idosos


incentive e o deixe atualizado nas
informações. Obviamente, por vezes, as
notícias chocam e isso pode até desequilibrar
o aspecto emocional de alguém que, por
muitas vezes, já está vulnerável. Mas, ao se
sentir informado e informante. Sente-se
participando da vida sociocultural. É
agradável, sobretudo quando as notícias são
boas.

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CUIDADOR DE IDOSO

POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO

Os desafios trazidos pelo envelhecimento da população têm diversas


dimensões e dificuldades, mas nada é mais justo do que garantir ao idoso a sua
integração na comunidade. O envelhecimento da população influencia o
consumo, a transferência de capital e propriedades, impostos, pensões, o
mercado de trabalho, a saúde e assistência médica, a composição e organização
da família. É um processo normal, inevitável, irreversível e não uma doença.
Portanto, não deve ser tratado apenas com soluções médicas, mas também por
intervenções sociais, econômicas e ambientais.
A política pública de atenção ao idoso se relaciona com o
desenvolvimento sócio-econômico e cultural, bem como com a ação
reivindicatória dos movimentos sociais. Um marco importante dessa trajetória foi
a Constituição Federal de 1988, que introduziu em suas disposições o conceito
de Seguridade Social, fazendo com que a rede de proteção social alterasse o
seu enfoque estritamente assistencialista, passando a ter uma conotação
ampliada de cidadania.
A partir daí a legislação brasileira procurou se adequar a tal orientação,
embora ainda faltem algumas medidas. A Política Nacional do Idoso,
estabelecida em 1994 (Lei 8.842), criou normas para os direitos sociais dos
idosos, garantindo autonomia, integração e participação efetiva como
instrumento de cidadania. Essa lei foi reivindicada pela sociedade, sendo
resultado de inúmeras discussões e consultas ocorridas nos estados, nas quais
participaram idosos ativos, aposentados, professores universitários,
profissionais da área de gerontologia e geriatria e várias entidades
representativas desse segmento, que elaboraram um documento que se
transformou no texto base da lei.

Estratégia de Saúde da Família (ESF) e o idoso

O programa de saúde da família (PSF) foi criado em 1994, pelo ministério


da saúde tendo com objetivo reorganizar o sistema de atenção à saúde. Hoje, o
ESF (Estratégia de Saúde da Família), é composto por equipes. Essas equipes
são formadas por um médico, um enfermeiro, auxiliares de enfermagem,
69
CUIDADOR DE IDOSO

agentes de saúde que variam em número de cinco a dez a depender da área


que trabalhem. A equipe de saúde da família conta também com a equipe de
saúde bucal que é composta por um odontólogo e um auxiliar de consultório
dentário. As equipes têm a função de prevenir, promover e recuperar a saúde da
população.

Com o ESF a vida do idoso ficou mais facilitada, pois o mesmo não
precisava se deslocar para hospitais,
enfrentar filas para ser atendido, pois
os agentes de saúde devem ir
periodicamente as casas observarem
como está a saúde da família. Quando
o agente vai verificar a saúde do idoso
– se está bem ou se está acamado –
estes dados devem ser repassados
para o enfermeiro e para o médico.
Caso necessite a presença dos mesmos no âmbito domiciliar eles deverão ir, ou
então o paciente ou então o paciente deverá ser encaminhado à unidade básica
de saúde onde irá ser medicado. Essa segunda opção é mais comum. É de
fundamental importância que os profissionais das unidades básicas de saúde da
família abordem corretamente a situação do idoso. Não basta tratar apenas dos
seus sintomas isoladamente, mas deve-se considerar suas características
peculiares, vendo o idoso como o todo, através de uma avaliação global. Se
assim for feito o índice de internações dos idosos cai consideravelmente.

Cabe ao cuidador de idoso ficar atento às visitas dos agentes comunitários


de saúde e da enfermeira para passar toda informação necessária referente à
saúde do idoso. Geralmente a atenção à saúde no ESF para o idoso está voltada
para a área da diabetes e da hipertensão.

Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI)

No campo específico da Saúde, em 1999 foi publicada a Política Nacional


de Saúde da Pessoa Idosa, que reafirmou os princípios da Política Nacional do
Idoso no âmbito do SUS. Para facilitar a operacionalização foram publicadas

70
CUIDADOR DE IDOSO

portarias que regulamentam o funcionamento das Redes Estaduais de


Assistência à Saúde do Idoso, pautadas principalmente nos Centros de
Referência em Atenção à Saúde do Idoso (Portarias GM/MS nº 702/2002 e
SAS/MS nº 249/2002, respectivamente). Tais propostas eram consonantes com
as necessidades que se apresentavam naquele contexto.
Assim, a composição das redes específicas para a população idosa
estava centrada em Hospitais Gerais e Centros de Referência em Assistência à
Saúde do Idoso, adequados a oferecer diversas modalidades assistenciais,
como: internação hospitalar, atendimento ambulatorial especializado, hospital
dia e assistência domiciliar, focado em algumas localidades, na assistência ao
portador de doença de Alzheimer.
Em 19 de outubro de 2006, foi publicada a Portaria nº 2.528,
recomendando aos órgãos e entidades do Ministério da Saúde com ações
relacionadas ao tema, que promovessem a elaboração ou readequação de seus
programas, projetos e atividades em conformidade com as diretrizes e
responsabilidades neles estabelecidos, propondo inclusive a revisão das
Portarias nº 702 e 249, de 2002. Nesse contexto, a Política Nacional de Saúde
da Pessoa Idosa, na sua versão atualizada de 2006, estabelece como meta a
atenção à saúde adequada e digna para os idosos brasileiros, considerando a
condição de funcionalidade, entendendo que a incapacidade funcional e as
limitações físicas, cognitivas e sensoriais não são consequências inevitáveis do
processo de envelhecimento, embora reconheça que a prevalência de
incapacidade aumente com a idade e que esse fator sozinho não prediz
incapacidade.
Assim, a PNSPI estabelece como suas diretrizes:
 Promoção do envelhecimento ativo e saudável;
 Atenção integral, integrada à saúde da pessoa idosa;
 Estímulo às ações intersetoriais, visando à integralidade da atenção;
Provimento de recursos capazes de assegurar a qualidade da atenção à
saúde da pessoa idosa;
 Estímulo à participação e ao fortalecimento do controle social;
 Formação e educação permanente dos profissionais de saúde do SUS na
área de saúde da pessoa idosa;

71
CUIDADOR DE IDOSO

 Divulgação e informação sobre a Política Nacional de Saúde da Pessoa


Idosa para profissionais de saúde, gestores e usuários do SUS;
 Promoção de cooperação nacional e internacional das experiências na
atenção à saúde da pessoa idosa;
 Apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas.

Embora as orientações previstas nessa Política continuem atuais e


adequadas, ainda existem lacunas entre as ofertas das redes prioritárias de
atenção e as da atenção básica e as demandas específicas dessa população.
Esse desafio exigirá um esforço de mão dupla para ampliar o acesso, incluir e/ou
potencializar o cuidado integral, considerando as especificidades da população
idosa nas redes existentes.

11. OS DIREITOS DOS IDOSOS

Programas do Ministério do Turismo:

 Transporte Urbano: a legislação garante aos maiores de 65 anos


gratuidade dos transportes coletivos, com reserva de 10% do total dos
assentos.

 Transporte Individual: nos termos da lei, são reservados 5% das vagas de


estacionamento público e privado.

 Transporte Interestadual: São reservadas duas vagas por veículo para


idosos com mais de 60 anos e renda salarial de até 2 salários mínimos e
meio. Se excederem as vagas do veículo, será ofertado um desconto de
50% para idosos com mais de 60 anos e renda mínima de 2 salários
mínimos e meio.

Legislação importante

 Estatuto da Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/03);

 Política Nacional de Saúde para Pessoa Idosa (Portaria nº 2.528/06);

 Política Nacional do Idoso (Lei nº 8.842/94; Decreto nº 1.942/96);

72
CUIDADOR DE IDOSO

 Legislação do Conselho Nacional de Direitos dos Idosos (Decreto nº


5.109/04);

 Lei de Acessibilidade (Lei nº 10.098/00; Decreto nº 5.296/04);

 Política Nacional para integração da pessoa portadora de deficiência (Lei


nº 7853/89; Decreto nº 3298/99).

Órgãos de Direitos

 Conselho Nacional dos Direitos dos Idosos (CNDI);

 Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa;

 Coordenadoria para Integração da Pessoa com Deficiência (CORDE).

Rede de apoio social

 Instituições não governamentais (ONG’s) como: Pastoral da Pessoa


Idosa, Associação de Bairro, entre outros;

 Igrejas que realizam trabalhos específicos, inclusive aquelas que prestam


serviços no domicílio com ajuda para o banho, curativo e emprestam
cadeiras de rodas, muletas etc.;

 Centros de Referência, casas-lares, instituições de longa permanência


(ILPI), hospital-dia, centros de convivência, centros de reabilitação,
centros-dia, entre outros.

 SAMU: 192

 Corpo de Bombeiros: 193

 Polícia: 190

Atenção aos maus tratos na velhice

Crianças e idosos são vulneráveis a agressões e a violência de vários


tipos, devido a sua estrutura indefesa. Sendo assim, é importante estarmos
atentos às alterações que podem ocorrer com o idoso, tais como: manchas na

73
CUIDADOR DE IDOSO

pele, hematomas, edemas, entre outros. Por vezes, esses sintomas não são
simplesmente indicativos de doenças aparentes, mas sim sinais que há algo por
trás da situação, como a figura de um agressor. Daí a relevância de ao tratar de
um idoso, seja o auxiliar, o enfermeiro, o médico ou o cuidador, verificar e
certificar-se de quem está se relacionando com aquele idoso. Algo essencial
para quem trabalha com o idoso é o amor pelo que está fazendo, pois em tudo
que se faz, para dar certo se deve gostar.

No trabalho com saúde não basta gostar, tem que amar. Em se tratando
de saúde do idoso, esse amor deve se concretizar em gestos diários,
proporcionando assim também um prazer evidente para a pessoa que está
trabalhando. Entendendo todas as limitações, cuidando-as e conseguindo
arrancar mais do que um sorriso do idoso, por vezes é impossível se conseguir
um amigo de eterna gratidão. No entanto, se o profissional não insere os gestos
afetivos em suas tarefas, compromete o êxito e a continuidade do trabalho. É
sério candidato a ficar fora do mercado de trabalho. Atesta incompetência ao
desestabilizar o lado emocional de alguém que já viveu por tanto tempo, que
passou por tantas experiências e que sente o medo da proximidade da morte
pela seleção natural. Vale refletirmos sobre a responsabilidade e a grandeza
dessa nova e promissora profissão que está se estabelecendo no mercado.

Quais são os tipos de maus-tratos?

 VISÍVEIS - quando é possível identificar, ver. Essas provocam lesões,


traumas, furtos e maus tratos.

 NÃO-VISÍVEIS - quando não são


vistas a olho nu, porém provocam
distúrbios psicológicos, medos,
angústias, solidão.

Quem realiza?

 Familiares;
 Vizinhos;
 Amigos;
 Profissionais da saúde;
 CUIDADORES.

74
CUIDADOR DE IDOSO

Como são classificados os maus-tratos?

1. ABUSOS FÍSICOS - são ações utilizadas por meio de agressões físicas, como
por exemplo, tapas, amarrar mãos e pernas, beliscões, queimaduras.
2. PSICOLÓGICOS - agressões verbais ou gestos que visam humilhar o idoso,
ameaças feitas com promessas de punição, trancá-lo em local escuro, não
alimentá-lo, ofendê-lo, restringi-lo do convívio social. Pode ainda ser toda forma
de desprezo e discriminação.
3. ABANDONO - ausência de um responsável ou responsabilidade em cuidar de
pessoa que necessita de proteção, geralmente o idoso é colocado em um
quartinho nos fundos ou encaminhado a abrigos contra a sua vontade.
4. NEGLIGÊNCIAS - omissão de cuidados a pessoa dependente e incapaz. Ocorre
entre os serviços de saúde, a longa espera nas filas, no serviço público como o
INSS, por exemplo. Bancos, lojas, planos de saúde têm disponibilizado filas
preferenciais e planos especiais.
5. ABUSO FINANCEIRO - exploração imprópria dos recursos financeiros do idoso,
sem a sua autorização, ou apropriação de seus bens.
6. ABUSO SEXUAL - é todo contato sexual sem consentimento, incluindo o
estupro e o atentado ao pudor.
7. AUTO-NEGLIGÊNCIA - quando a pessoa recusa o cuidado a si mesma,
colocando em risco sua saúde e segurança. Tentativa de suicídio.

Como resolver este problema?

Há várias formas de resolver o problema da violência contra os idosos.


Todas elas começam pelo rompimento do silêncio.

Onde procurar ajuda?


 Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa.
 Centro de Referência da Assistência Social (CRAS).
 Ministério Público.
 Delegacia Especializada da Mulher.
 Delegacias Policiais.
75
CUIDADOR DE IDOSO

12. AS EMERGÊNCIAS E OS PRIMEIROS SOCORROS

Calçados

Devem ser confortáveis, antiderrapantes, se for


fazer o exercício físico é essencial o uso do tênis com
amortecedor (o tênis adequado).

Vestuário

É importante que a roupa do idoso esteja de acordo com o clima, ou seja,


que esteja adequada a situação climática do momento. No calor deve-se vestir
roupas leves e confortáveis para evitar uma sudorese elevada. No frio deve-se
agasalhar o idoso tomando cuidado com regiões como garganta, pulmão, pois
são vulneráveis a infecções, por isso o uso de mantas, cachecóis em dias de
frios é essencial.

Se o idoso vai fazer exercícios físicos é importante que as roupas sejam


adequadas para a atividade que ele fará.

Adaptação no ambiente domiciliar

A casa do idoso deverá passar por


algumas reformas visando antes de
tudo à segurança e conforto do
mesmo. Pisos antiderrapantes,
corrimão, retirada de quinas, hastes de
sustentação em locais estratégicos,
ambientes bem iluminados são alguns
pontos que precisam ser revistos.
Objetos não devem ficar espalhados
pelo chão. Animais de estimação não devem ficar na cama do idoso e até mesmo
o contato constante deve ser acompanhado para evitar alergias.
76
CUIDADOR DE IDOSO

Companhia

Ficar atento ao aspecto psicológico do idoso é papel imprescindível do


cuidador de idosos. A sensibilidade e percepção do cuidador ajudarão a avaliar
as mudanças no estado emocional do idoso. Uma boa conversa, comentários
sobre alguma história da vida cotidiana, lembrar bons momentos, enfim
pequenas intervenções podem auxiliar na restruturação do humor do idoso. A
boa companhia deverá ter tato para lidar com o estado emocional do idoso,
sabendo silenciar ou falar em prol do seu bem-estar.

Tipos de emergências e primeiros socorros

Os idosos podem ter emergências como:

 Confusão mental (delirium)  repentinamente o idoso fica desorientado,


sem rumo, sem saber dia, hora, ano, enfim perdido no tempo e espaço.
Essa situação pode vir acompanhada de irritação, sonolência, momentos
que intercalam lucidez com esquecimento. Esse acontecimento pode ser
desencadeado devido a febres altas, infecções, real, pulmonar,
hipertensão ou hipotensão, acidentes vasculares cerebrais (“derrames”).
O cuidador deve ficar atento e assim que notar essa situação comunicar
a equipe médica para o tratamento.
 Falta de ar  O idoso pode apresentar dificuldades para respirar. A
respiração pode ser curta, rápida, ofegante, com chiados, enfim sintomas
que podem estar sendo causados por infecções respiratórias, o cuidador
deve imediatamente comunicar a equipe médica.
 Engasgos  São muito comuns. Fatores como a falta de dentição, a
própria debilidade que por vezes o idoso se encontra, causam os
engasgos. Os engasgos podem levar a pneumonias, pois se o alimento
cair nas vias aéreas pode ser aspirado e ir para o pulmão, causando uma
série de complicações, levando em alguns casos a óbito. É importante
que o idoso não se alimente deitado, e assim, que ocorrer o engasgo o

77
CUIDADOR DE IDOSO

cuidador mantenha a calma, faça os procedimentos básicos de primeiros-


socorros e busque ajuda imediata na persistência do problema.
 Vômitos  Atenção: vômitos frequentes levam a desidratação. A pessoa
que vomita estando na posição deitada de barriga para cima, tem grande
risco de aspirar o vômito para o pulmão adquirir uma pneumonia e chegar
a óbito. No caso da desidratação do idoso, o risco de morte ainda se eleva
mais, pois este desequilíbrio orgânico, prejudicar toda a saúde de alguém,
que muitas vezes já está fragilizado.
 Diarreia Na diarreia também pode ocorrer a desidratação. É sempre
perigosa! A atenção volta-se para alimentação onde alimentos que
contém fibras e que provoquem a diarreia devem ser suspensos. O idoso
deve tomar bastante liquido para não desidratar. Se a diarreia persistir
mais de um dia deve-se procurar ajuda médica.
 Desmaio É a perda de consciência por um determinado tempo. É
essencial saber o porquê do desmaio, pois varias doenças (convulsões,
falta de oxigenação no cérebro, hipotensão, doenças cardíacas,
hipoglicemia, derrames, etc.) podem estar ocasionando o mesmo. O
cuidador deve manter o indivíduo deitado, com a cabeça baixa, aferir
pressão, pulso e ver se houve algum machucado (se bateu a cabeça).
 Convulsões podem ocorrer em todo o corpo ou em parte do corpo.
Deve-se colocar a pessoa deitada, cercá-la de almofadas para que não
se machuque, colocar um pano ou toalha dentro da boca entre os dentes
(cuidado para não sufocá-la) para evitar mordedura e que corte a própria
língua. Ao término da crise as pessoas apresentam estado de confusão,
com dores no corpo. Pode ter evacuado ou urinado, mas o cuidador deve
tranquiliza-lo e procurar ajuda médica.
 SangramentosSangramento externo gerado por corte ou ferimento
pode ser estancado através da compressão com gaze, uso de água
gelada sobre a área e elevando a área. Casos mais graves devem ter
intervenção médica urgente!
 Sangramento internoNecessita ser avaliado pelo médico, pois é mais
perigoso. O sangramento interno pode aparecer através de vômitos, pelo
ânus, por tosse, pelas fezes, pelo nariz. É importante observar a palidez

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CUIDADOR DE IDOSO

da pele da pessoa, a cor do sangue que sai, se o paciente está suando


frio e se a pressão arterial diminui rapidamente.
 Hipertemia É o aumento da temperatura do corpo. Em dias de muito
calor deve-se levar o idoso a lugar ventilado, retirar cobertas e dar muito
líquido. Se estiver consciente, uma boa medida é colocar compressas
frias em cada lado do pescoço, debaixo dos braços, nas virilhas e nas
dobras das pernas.
 Quedas Na queda, o cuidador deve ficar atento ao estado de
consciência. Certificar que o idoso está consciente fazendo perguntas se
sabe onde está e se reconhece o cuidador. É fundamental analisar se está
respirando, se bateu a cabeça, se bateu algum órgão vital com rim, região
do pulmão, costelas... Devem-se aferir batimentos cardíacos e aferir
pressão arterial. As quedas podem levar as fraturas de fêmur, bacia,
costelas, coluna, traumas de crânio. Suspeitando fratura, faz-se
necessária a imobilização com todo cuidado. É indispensável à avaliação
médica.

O idoso precisa de confiança. Caso ele já tenha sofrido alguma queda,


não o deixe desistir de passear. Comece incentivando-o a movimentar-se dentro
de casa até adquirir maior confiança. Dê apoio. Quando ele sentir vontade de
sair e passear, tente dar-lhe o máximo de liberdade.

13. MEDICAMENTOS E ENVELHECIMENTO

Com o envelhecimento, aumenta a probabilidade de ocorrência de


doenças crônicas; por isso, as pessoas idosas em geral tomam mais
medicamento que os adultos jovens. Em média, uma pessoa idosa toma quatro
ou cinco medicamentos de receita obrigatória e dois de venda livre. Os idosos
são duas vezes mais suscetíveis a reações medicamentosas adversas que os
adultos jovens. Também a probabilidade de reações adversas serem mais
severas é maior para os idosos.

79
CUIDADOR DE IDOSO

O cuidador deve estar atento aos


horários da medicação, à via de
administração e se o idoso está tomando
realmente o medicamento quando o
cuidador entrega. É necessário respeitar e
prescrição médica, observar se o idoso
está apresentando algum tipo de alergia
para passar a informação para a
enfermeira ou o médico.

À medida que as pessoas vão envelhecendo, a quantidade de água no


organismo diminui. Como muitas drogas se dissolvem na água e há menos água
disponível para sua dissolução, essas drogas atingem níveis mais elevados de
concentração nas pessoas idosas. Além disso, os rins tornam-se menos capazes
de excretar as drogas na urina, e o fígado, menos capaz de metabolizar muitas
delas. Por essas razões, muitos medicamentos tendem a permanecer no corpo
das pessoas idosas durante um tempo muito maior do que ocorreria no
organismo de uma pessoa mais jovem.
Em decorrência disso, os médicos devem prescrever doses menores de
muitos medicamentos para pacientes idosos ou um menor número de doses
diárias. O organismo do idoso também é mais sensível aos efeitos de muitos
medicamentos. Por exemplo, as pessoas idosas tendem a ficar mais sonolentas
e apresentam maior possibilidade de ficar confusas ao tomar drogas ansiolíticas
ou indutores do sono.

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CUIDADOR DE IDOSO

Medicamentos que baixam a pressão arterial por meio do relaxamento


das artérias e de redução da tensão sobre o coração tendem a baixar a pressão
de forma muito mais acentuada nos idosos que nas pessoas jovens. Cérebro,
olhos, coração, vasos sangüíneos, bexiga e intestinos tornam-se
consideravelmente mais sensíveis aos efeitos colaterais anticolinérgicos de
alguns medicamentos de uso freqüente. As drogas com efeitos anticolinérgicos
bloqueiam a ação normal da parte do sistema nervoso, denominada sistema
nervoso colinérgico.
Certos medicamentos tendem a causar reações adversas com mais
freqüência e intensidade nos idosos, devendo por isso ser evitados. Em quase
todos os casos, existem substitutos mais seguros à disposição. Pode ser
arriscado não seguir as orientações do médico em relação ao uso de
medicamentos. No entanto, a não adesão às orientações clínicas não é mais
comum entre idosos do que entre pessoas mais jovens. Não tomar um remédio,
ou tomá-lo em doses erradas, pode causar problemas; por exemplo, provocando
o surgimento de outra doença ou levando o médico a mudar o tratamento por
acreditar que o remédio não funcionou. Uma pessoa idosa que não deseja seguir
as orientações clínicas deve discutir a situação com seu médico em vez de agir
sozinha.

14. CUIDADOS COM O APARELHO LOCOMOTOR

O aparelho locomotor é formado por ossos, articulações e músculos, sendo


responsável pela sustentação e pela movimentação do corpo. Divide-se em:
 tronco;
 pernas e pés (membros inferiores);
 braços e mãos (membros superiores).

A locomoção é fundamental para a saúde de todo ser humano, e


principalmente para o paciente geriátrico. A falta de locomoção pode causar:
 aumento da osteoporose;
 úlceras de pressão — feridas de atrito, por passar muito tempo na
mesma posição;

81
CUIDADOR DE IDOSO

 prisão de ventre;
 problemas urinários e respiratórios;
 redução da força e do tônus muscular;
 aumento do risco de infecções e embolias.
A prevenção de problemas no aparelho locomotor deve garantir a movimentação
apropriada e manter a postura sempre correta, evitando assim danos à coluna
vertebral.

Como orientar a correta movimentação do idoso

Os idosos em repouso tendem a se movimentar pouco na cama, mas é


recomendável que sejam incentivados a fazer rotações e mudar de posição, para
evitar sérios problemas de saúde. O processo de rotação é bastante simples de
ser orientado, mas, para facilitá-lo, o cuidador deve colocar uma tábua por baixo
caso o colchão seja muito mole. Siga as instruções para cada movimento
específico:

 Mover-se na cama Levantar da cama


 Sentar Ficar de pé
 Levantar Andar

Mover-se na cama

Os pacientes que ainda se movem sozinhos podem fazer estes movimentos sem
auxílio:

 Flexionar os joelhos, apoiando os pés sobre a cama e virando as pernas para o


lado que se pretende girar;
entrelaçar as mãos e levantá-las, esticando os cotovelos simultaneamente.
finalmente, rodar a cabeça para este mesmo lado.

82
CUIDADOR DE IDOSO

Se o paciente for incapaz de realizar este exercício sozinho, o profissional


ou o cuidador deve ajudá-lo, ficando a seu lado e seguindo as instruções do item
acima. Para dar continuidade:
 Segurar com firmeza o paciente, colocando as mãos sobre o lado do corpo que
ficará para cima após o movimento;
 Apoiar uma mão na altura do ombro e a outra nos quadris;
depois, mover com delicadeza o paciente para o lado desejado, solicitando que
ele olhe para as mãos, para que mova a cabeça ao mesmo tempo.

Sentar

A maioria dos idosos, mesmo tendo boa saúde e independência para locomover-
se, sofre de problemas nas articulações e no sistema circulatório, de falta de
vigor muscular e coordenação motora, principalmente para a sustentação do
tronco. Algumas recomendações importantes sobre os tipos de assento
aconselháveis:

 os apoios para os braços são essenciais, para a maior comodidade e para


facilitar os movimentos de levantar e sentar;
 o encosto deve proporcionar um bom apoio para as costas, os ombros e
a cabeça, deixando o idoso realmente confortável;
 o material do estofado do assento deve ser firme, para facilitar a
movimentação do idoso, e de fácil lavagem.

Realizando o movimento

 se o paciente estiver muito incapacitado, o cuidador, ao sentá-lo, deve


usar seus próprios pés e joelhos para firmar os do paciente;
 o idoso precisa aproximar-se o suficiente do assento até encostar nele
com a parte de trás dos joelhos;
 a seguir, deve colocar as mãos sobre os braços da poltrona e inclinar-se
para frente, flexionando os joelhos até se sentar.

83
CUIDADOR DE IDOSO

Caso o idoso seja incapaz de se sentar sozinho, e para que não escorregue no
assento, o cuidador deve pegá-lo por debaixo das axilas, até que toque com toda
a parte das costas o encosto da poltrona.

Postura correta do idoso sentado

 apoiar completamente os pés no chão, evitando que eles fiquem


pendurados. Caso seja preciso, colocar um suporte, como um banquinho
ou almofada;
 distribuir o peso do corpo, para que o idoso se sente com a postura
correta;
 manter as costas completamente apoiadas no encosto;
 manter quadris, joelhos e pés formando um ângulo de 90°.

Levantar

Em muitos casos, os idosos necessitam usar bengalas ou se apoiar em


qualquer outro objeto para se levantarem do assento. Isto pode ser muito
perigoso, além de difícil e incômodo. Então leia esta seção abaixo e saiba como
ajudar nestes casos:
 o idoso deve ir até a beirada da cama, inclinar a cabeça e o tronco para
frente com os pés apoiados no chão e ligeiramente separados, segurar
os braços de apoio do assento com as mãos e dar impulso;
 caso o paciente não seja capaz de se levantar sozinho, o cuidador deve
segurá-lo pelas costas, usar seus próprios joelhos e pés para firmar os do
paciente e colocar uma das pernas entre as dele, com o mesmo intuito;
 quando o idoso tiver alguma deficiência em um dos braços, é
recomendável que apóie o braço saudável no braço do assento, e dê um
impulso sobre a perna mais hábil;
 não é aconselhável superproteger o idoso quando for auxiliá-lo, tanto no
sentar como no levantar. O cuidador deve prestar a ajuda mínima
necessária para motivá-lo a fazer por si próprio.

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CUIDADOR DE IDOSO

Levantar da cama

O idoso com dificuldade, porém com movimentação independente, deve:

 colocar as pernas para a beirada da cama;


 apoiar os cotovelos e as mãos, e erguer a cabeça;
 baixar os pés ao chão, sentando na cama.

Caso o paciente precise de auxílio, o cuidador deve:


 posicionar-se de frente para ele, com os joelhos flexionados junto aos dele
e usando os pés para firmar os do paciente;
 abraçando o idoso, por baixo das axilas, motivá-lo a se levantar, ao
mesmo tempo que é puxado para cima até que fique de pé;

Para sentar o paciente quando estiver deitado, pode-se usar uma escada de
corda, graduando-a de acordo com a necessidade, ou também trapézios que
auxiliam no levantar.

Ficar de pé

A maioria dos idosos tendem a ficar curvados quando estão em pé. Por isso,
deve-se sempre policiá-los e conscientizá-los da importância de manter a
postura ereta. Ou seja:

 colocar os pés afastados, com um ligeiramente à frente do outro;


 posicionar os quadris paralelos ao tronco ereto, ainda que com uma ligeira
flexão, e os pés apoiados no chão.

Andar
O andar nos idosos pode ser dificultado por diversos fatores, como doenças
físicas ou psíquicas e o próprio envelhecimento, entre outros.

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CUIDADOR DE IDOSO

Caso o idoso precise de ajuda para andar


O cuidador deve caminhar ao seu lado, segurando-o pela mão para que ele sinta
mais segurança, mas mesmo assim deixando que ele faça esforço; desta forma,
o idoso não irá se acostumar mal.

Caso o idoso precise de meio auxiliar para andar

Em muitos casos o paciente deve usar bengalas e muletas como auxílio


para caminhar, o que requer muito cuidado e alguns conhecimentos básicos. Os
meios auxiliares mais usados pelos idosos são:
Tripé e bengala de quatro pés: São recomendados para pessoas com idade
mais avançada e com muita instabilidade, e são considerados muito estáveis;

Muletas: São consideradas de uso simples, mas em muitos casos não oferecem
a estabilidade necessária, e por isso alguns idosos não se adaptam a elas. É
fundamental que se faça o uso correto das muletas: o paciente deve colocar o
braço na braçadeira de apoio e a mão no punho;

Bengala: é o meio mais utilizado. Deve ser usada do lado oposto ao lado lesado,
e funciona como uma extensão do braço: deve-se posicioná-la pouco à frente do
corpo e paralela a ele, a fim de melhorar a sustentação. É necessário atentar
para o peso e a altura do paciente, além de conferir se a bengala possui uma
ponteira com borracha antiderrapante;

Andadores: eles podem ou não possuir rodas. Para que seu uso seja correto, é
necessário fazer pressão com as mãos, segurar nos punhos e posicionar o
aparelho próximo ao corpo. Isto porque o idoso, em muitos casos, fica longe do
andador, o que favorece o risco de quedas e acidentes. Os andadores são
recomendados em situações mais graves, quando o grau de instabilidade é alto.

Caso o idoso não precise de ajuda para andar

Mesmo que o idoso consiga caminhar sozinho, ainda precisa de orientação


sobre sua postura ao andar, que deve ser ereta e acompanhada do balançar dos

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CUIDADOR DE IDOSO

braços. É preciso sempre lembrá-lo de que deve levantar os pés para andar
colocando primeiro o calcanhar e depois a ponta do pé.

15. O CALOR E O FRIO COMO AGENTES TERAPÊUTICOS

A utilização de agentes físicos é antiga. A história referencia a utilização


(pelos gregos e romanos) da luz solar, da água, do calor, das massagens... na
cura e alívio das doenças.
 Aplicação do calor - compreende o uso de um agente mais quente que a
pele.
 Aplicação do frio - compreende o uso de um agente mais frio que a pele.

Ambos podem ser feitos sob a forma úmida ou seca.

a.1) Calor úmido: a exposição excesiva pode causar maceração, porém


reduz o ressecamento da pele
- Banhos (cirurgia retal, hemorróidas, episiotomia no parto, inflamação
vaginal): implica em colocar o corpo todo ou em parte, na água.
- Embebições: imersão de parte do corpo (pés, mãos) ou
envolvimento de partes em gaze saturada com líquido.
- Cataplasma: massa quente e úmida, de substância leve capaz de
conservar o calor. Ex: farinha.
- Empanamentos, saturações, fomentações e compressas -
aplicações de panos úmidos (ou gaze) a uma parte do corpo.

a.2) Calor seco:


- Bolsa de água quente
- Almofada, cobertor elétrico
- empanamento (envoltórios quentes industrializados que aplicam calor a
seco numa área lesionada)

b.1) Frio úmido:


- Compressas frias

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CUIDADOR DE IDOSO

- Banhos de esponja
- Empanamento

b.2) Frio seco:


- Bolsa de gelo

OBS: As aplicações úmidas (frias ou quentes) são mais penetrantes que as


secas. O calor seco por sua vez retém a temperatura por um maior tempo pois
não é influenciado pela evaporação

Efeitos

Do calor:
 Promove vasodilatação (absorve edema)
 Aumenta a circulação local
 Acelera a cicatrização
 Aumenta a supuração
 Torna o exsudato mais fluido
 Aquece as partes frias, aumenta a temperatura
 Alivia a dor
 Relaxa os tecidos

Do frio:
 Promove vasoconstricção - evita ou reduz a formação de edema
 Diminui a temperatura
 Estanca a hemorragia
 Diminui o metabolismo
 Lentifica processos inflamatórios como por ex. dos olhos
 Diminui a dor (porque diminui a circulação do sangue e dos líquidos
tissulares)
 Embota os receptores da dor e serve como anestésico local
 Diminui a inflamação local
 Detém processos supurantes e a absorção de líquidos tissulares

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CUIDADOR DE IDOSO

OBS: Pode-se utilizar o calor e o frio de forma intermitente com o objetivo de


estimular a circulação.
O efeito procurado nas aplicações rápidas dos extremos de temperatura
é a contração seguida do relaxamento quando se suspenda a aplicação. Este
efeito tônico estimula os tecidos.

ATENÇÃO

 Temperatura acima de 48.8oC provoca contração dos músculos


involuntários e dos vasos sanguíneos superficiais produzindo dor.
 Os extremos de calor e de frio podem destruir os tecidos quando aplicado
por tempo prolongado.
 Ao fazer aplicação do calor não se deve exercer pressão porque a
redução das camadas de ar aumenta o risco de queimaduras.
 A temperatura da água da bolsa deve ser de 48.8oC a 57.2oC.
 A fricção produz calor, por isso não deve ser usada nos banhos cuja
finalidade é reduzir a temperatura corporal.
 Contra-indicações para a aplicação de calor: quando a vasodilatação
aumenta a dor ou quando a expansão de líquidos e gazes traz maiores
incômodos ao cliente. A vasodilatação cerebral aumenta a pressão e
consequentemente a dor. É contra-indicada quando é necessário evitar a
supuração como em apendicites. Neste caso, aplica-se gelo.

CUIDADOS ESPECÍFICOS

Na aplicação de calor:

 Não ultrapassar 20 minutos;


 Proteger a pele para evitar queimaduras;
 Lubrificar a pele (com óleo de amêndoa, cremes).
 Não expor demasiadamente o local para evitar penetração de ar frio;

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CUIDADOR DE IDOSO

 Quando usar material elétrico certificar-se de que está em perfeito estado


e com isolamento para evitar choques.
 Observar vermelhidão, formação de bolhas

Na aplicação do frio:
 Aplicar durante 20 minutos;
 Trocar sempre que necessário;
 Proteger o local evitando molhar a roupa do cliente (e roupas de cama se
for o caso);
 Enxugar a área após terminar a aplicação.
 Observar dormência ou queimação, formigamento, vermelhidão,
descoloração azulada

TÉCNICA

BOLSA DE ÁGUA QUENTE

Material: Bandeja com - bolsa de borracha, envoltório de pano, jarro com água,
toalha, termômetro de água.

Método: verificar se a bolsa está integra e as condições da rolha; verificar a


temperatura da água; encher a bolsa até a terça parte; retirar o ar com a bolsa
deitada sobre a mesa deixando a água aparecer na sua abertura; arrolhar e
enxugar; colocar o envoltório de pano e aplicar no cliente.

Cuidados após o uso: lavar a bolsa com água e sabão, escorrer bem e enxugar,
colocar talco, guardar com um pouco de ar, em lugar fresco e pendurada se
possível.

COMPRESSAS QUENTES

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CUIDADOR DE IDOSO

Material: Bandeja com - jarro com água quente, bacia, torcedor de pano,
compressas, impermeável, toalha.

Método: colocar a área do corpo que receberá a compressa sobre o


impermeável; colocar a água na bacia; envolver a compressa no torcedor de
pano; mergulhar a compressa dentro da água quente segurando o torcedor pelas
pontas; retirar a compressa da água e torcer com o auxílio do torcedor; aplicar a
compressa no cliente tendo o cuidado de não queimá-lo.

BOLSA DE GELO

Material: Bandeja com bolsa de gelo, envoltório de pano, impermeável, toalha.

Método: Verificar as condições da bolsa e da rolha; quebrar o gelo se


necessário; colocar o gelo na bolsa até a terça parte, expelir o ar e fechar a bolsa;
enxugar e colocar o envoltório de pano; aplicar no cliente. Forrar o local com
impermeável e toalha.

COMPRESSAS GELADAS NOS OLHOS

Cuidados: a compressa deve ser maior que os olhos; usar uma para cada
olho e não repeti-las (usar uma só vez); cuidado para não colocá-las em cima do
nariz para não causar congestão nasal.

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CUIDADOR DE IDOSO

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