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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA

ETEC PROFESSORA TEREZINHA MONTEIRO DOS SANTOS


Ensino Médio Integrado ao Técnico em Administração

BIANCA MARTINS ALVES FELIX


EDUARDO NUNES DE OLIVEIRA
GABRIELLA MARIA BATISTA
KAIKE MARTINS DA SILVA
KETHURIN VICTÓRIA MIRANDA VIEIRA
PEDRO HENRIQUE RODRIGUES CARVALHO

PROJETO PREVENÇÃO
Drogas

Taquarituba – SP
2022
BIANCA MARTINS ALVES FELIX
EDUARDO NUNES DE OLIVEIRA
GABRIELLA MARIA BATISTA
KAIKE MARTINS DA SILVA
KETHURIN VICTÓRIA MIRANDA VIEIRA
PEDRO HENRIQUE RODRIGUES CARVALHO

PROJETO PREVENÇÃO
Drogas

Trabalho apresentado com o intuito


de obtenção de nota bimestral a
Disciplina de Educação Física,
ministrada pelo Prof.º Josemara
Aparecida de Almeida.

Taquarituba – SP
2022
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Número de Laudos produzidos por ano das Drogas Sintéticas mais
detectadas em 2020 pela PF. ............................................................................. 35
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 6
2. DEFINIÇÃO DE DROGAS ........................................................................... 11
3. O QUE É O VÍCIO ........................................................................................ 11
4. CLASSIFICAÇÕES DAS DROGAS ............................................................ 12
4.1. DROGAS ESTIMULANTES............................................................... 12
4.1.1. TEOBROMINA .................................................................................... 13
4.1.2. COCAÍNA............................................................................................ 14
4.1.3. METANFETAMINAS (SPEED) .......................................................... 14
4.2. DROGAS DEPRESSORAS ............................................................... 15
4.2.1. ÁLCOOL ETÍLICO .............................................................................. 16
4.2.2. BARBITÚRICOS ................................................................................. 16
4.2.3. ANSIOLÍTICOS (CALMANTES)......................................................... 17
4.2.4. BENZODIAZEPÍNICOS ...................................................................... 17
4.2.5. OPIÁCEOS ......................................................................................... 17
4.3. DROGAS PERTUBADORAS ............................................................ 18
4.3.1. LSD ..................................................................................................... 19
4.4. DROGAS LÍCITAS ............................................................................. 20
4.4.1. ÁLCOOL ............................................................................................. 21
4.4.1.1. A DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL ........................................................ 21
4.4.1.2. OS PROBLEMAS DO ÁLCOOL NA GRAVIDEZ .............................. 22
4.4.1.3. BEBER SEM CAUSAR DANOS ........................................................ 22
4.4.2. CIGARRO ........................................................................................... 23
4.4.3. CIGARRO DE PALHA ........................................................................ 23
4.4.4. MASCAR FUMO ................................................................................. 24
4.4.5. NARGUILÉ.......................................................................................... 24
4.4.6. CAFEÍNA ............................................................................................ 24
4.4.7. MEDICAMENTOS .............................................................................. 25
4.5. DROGAS ILÍCITAS ............................................................................ 25
4.5.1. O CONSUMO DE DROGAS ILÍCITAS ENTRE ADOLESCENTES.. 26
4.5.2. NSPs ................................................................................................... 28
4.5.3. AS DROGAS ILÍCITAS MAIS CONSUMIDAS .................................. 29
4.5.4. A PROIBIÇÃO DO CIGARRO ELETRÔNICO NO BRASIL .............. 30
4.6. DROGAS NATURAIS ........................................................................ 31
4.6.1. MACONHA.......................................................................................... 32
4.6.2. ÓPIO ................................................................................................... 32
4.6.3. COGUMELOS ALUCENÓGENOS .................................................... 32
4.6.4. CHÁ DE IBOGA .................................................................................. 33
4.6.5. CHÁ DE TROMBETA ......................................................................... 33
4.6.6. AYAHUASCA...................................................................................... 33
4.7. DROGAS SINTÉTICAS ..................................................................... 34
4.7.1. ECSTASY ........................................................................................... 35
4.7.2. ANFETAMINA ..................................................................................... 37
4.7.3. ICE ...................................................................................................... 37
4.7.4. POPPERS........................................................................................... 38
4.8. DROGAS SEMI-SINTÉTICAS ........................................................... 39
4.8.1. CRACK................................................................................................ 39
4.8.2. HEROÍNA............................................................................................ 40
5. OUTROS TIPOS DE SUBSTÂNCIAS ......................................................... 41
5.1. BOA NOITE, CINDERELA ................................................................ 41
5.1.1. COMPONENTES QUÍMICOS ............................................................ 42
5.1.1.1. FLUNITRAZEPAM .............................................................................. 42
5.1.1.2. CETAMINA ......................................................................................... 43
5.1.1.3. GAMA-HIDROXIBUTÍRATO (GHB) ................................................... 43
5.1.1.4. ESCOPOLAMINA ............................................................................... 43
5.2. LANÇA PERFUME ............................................................................ 43
5.3. COLA DE SAPATEIRO ..................................................................... 45
6. TIPOS DE USUÁRIOS ................................................................................. 46
6.1. USUÁRIO EXPERIMENTAL ............................................................. 46
6.2. USUÁRIO OCASIONAL .................................................................... 46
6.3. USUÁRIO FREQUENTE.................................................................... 47
6.4. USUÁRIO DEPENDENTE ................................................................. 47
7. TRATAMENTO ............................................................................................. 47
7.1. DESINTOXICAÇÃO ........................................................................... 47
7.2. PSICOTERAPIA ................................................................................. 48
7.3. MEDICAMENTOS .............................................................................. 48
7.4. INTERNAÇÃO .................................................................................... 49
8. O PROBLEMA DO PROERD ...................................................................... 50
8.1. O PROBLEMA COM A PEDAGOGIA DO MEDO ............................ 50
8.2. COMO SOLUCIONAR O PROBLEMA DO PROERD ...................... 51
9. CONCLUSÃO ............................................................................................... 52
10. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 53
6

1. INTRODUÇÃO

É sabido que os chamados psicodélicos – substâncias capazes de alterar a


percepção e a consciência de um indivíduo – existem a mais tempo que os próprios
seres humanos na Terra.
A jornada humana, desde os seus primórdios, interage de maneira complexa
com o mundo externo e a vida natural, e dessas interações extraímos uma ordem
social e cultural que opera através de simbolismos. Uma das interações materiais mais
importantes, além da própria respiração, são as ingestões de comida, bebidas,
psicoativos e os alimentos-drogas (de ação psicoativa e qualidades nutritivas), sendo
que os dois últimos, para além de sua relevância histórica, são capazes de alterar a
consciência e o humor daquele que as consome.
Todos os fermentados alcóolicos, assim como a papoula, o chá, o café, o
guaraná e centenas de outras drogas vegetais psicoativas eram pertinentes enquanto
analgésicos, aliados do sono, estimulantes para a caça e combatentes dos males e
incômodos da vida cotidiana. A questão do uso das drogas se mostra, portanto, não
apenas como um “problema”, mas também como um elemento que fez e faz parte da
estrutura cultural enquanto instrumento de estímulo, diversão, consolo e devoção.
Seu uso remonta, ao menos em alguns locais, os tempos da Pré-História, em
que o consumo dos denominados “cogumelos mágicos”, que tem por princípio ativo a
psilocibina (composto alucinógeno que afeta os níveis de serotonina no cérebro), pode
ter sido a primeira experiência religiosa no início da suspeita humana da existência de
um “outro mundo”.
Os textos mais antigos acerca do uso das drogas datam de, aproximadamente,
3.500 anos; dentre eles encontra-se o chamado Papiro de Ebers, um dos tratados
médicos mais antigos e relevantes do mundo. Escrito por volta de 1.500 a.C. no Antigo
Egito, menciona diversas substâncias familiarmente usadas como remédios
paliativos: o mel para problemas respiratórios, o aneto para aliviar flatulência, o alho
para a cura de hemorroidas e o uso do ópio para acalmar os bebês. A utilização da
papoula (planta da qual é extraída o ópio) nas sociedades antigas é muito
documentada, e apresentava os usos mais diversos.
Enquanto função medicinal, o ópio era usado no combate da ansiedade, fadiga,
insônia, e, principalmente, na contenção de diarreia causada pela intoxicação
alimentar, sendo extremamente popular entre egípcios e gregos. Para a cultura grega,
7

ainda, a papoula ganhava uma significação maior, sendo cultuada como símbolo da
fertilidade (por diversos motivos e por prolongar a ejaculação) e utilizada nas saunas
curadoras do tempo de Asclépio, como elemento central na prática ritual de cura.
Posteriormente, seus usos ampliaram-se no mundo romano.
Outra planta de extrema importância foi a Cannabis, também denominada de
cânhamo, cujos registros históricos, provenientes da China, remontam ao Neolítico e
apresentavam-na como elemento importante para a fabricação de cordas e roupas,
produção de artesanato, utilização culinária (na forma de temperos, ensopados e
doces), uso medicinal e religioso e como energizante para o trabalho. Contudo, seus
usos psicoativos não pareciam interessar chineses e ocidentais.
Era nítida a variedade de substâncias psicotrópicas naturais utilizadas na
Antiguidade que possuíam uma relação intrínseca com oferendas políticas, estudos
medicinais e rituais religiosos, seja por parte dos egípcios, gregos, chineses e árabes
ou pelos nativos americanos. Esse cenário, contudo, sofreu alterações a partir da
ascensão do cristianismo.
Se as religiões pré-cristãs usavam as drogas como peça-chave no processo de
conexão com as divindades, uma forma de “vivenciar” Deus, o cristianismo parecia
pensar que as drogas fariam exatamente o oposto. A fé em Cristo seria o único
caminho para a salvação, logo a “fé nas drogas” se tornou um problema. Como é
evidenciado pelo autor americano Clark Heinrich (2016), no documentário “A História
das Drogas”, “se as pessoas estão tomando drogas psicodélicas e tendo a experiência
de comunhão com Deus, por que elas precisariam da Igreja?”.
Partindo desse pensamento, os primeiros cristãos realizaram uma verdadeira
perseguição à cultura pagã clássica, estabelecendo censura, queimando seus livros,
destruindo seus santuários e profanando suas esculturas.
Por volta do século IV, com os primeiros imperadores cristãos, as leis
antidrogas foram introduzidas na sociedade. Contudo, elas se concentravam no uso
de drogas pelas religiões rivais ao cristianismo, e foi nesse contexto que o vinho se
sobrepôs aos demais psicoativos e tomou a condição de quase monopólio. “Se no
judaísmo o vinho foi importante, no cristianismo ele tornou-se essencial,
corporificando a própria deidade” (CARNEIRO, 2010, p. 105, apud TORCATO, 2016,
p. 32).
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O vinho era visto, junto do pão, como uma dádiva divina e forma principal de
libação – honra prestadas a Deus – depois dos sacrifícios, dos serviços de domingo,
das celebrações de Páscoa e cerimônias de passagem, como os casamentos.
Após os séculos IV e V, as drogas adquiriram esse estigma moral e passaram
a ser vistas de forma negativa. Contudo, o comércio transoceânico, resultado da
expansão europeia ocorrida no início do século XV, possibilitou a disseminação de
alguns psicoativos que beneficiassem o nascente capitalismo europeu ao longo do
globo terrestre.

A capacidade de alterar o funcionamento natural do corpo – seja


potencializando a serenidade, a energia ou a percepção, seja
reduzindo a aflição, a dor ou a rotina psíquica – faz dessas substâncias
alvos privilegiados de controle político, social, cultural e religioso em
todos os agrupamentos humanos (TORCATO, 2016, p. 23).

A expansão marítima europeia possibilitou a constituição de um mundo


integrado e criou condições para que determinados psicoativos fossem reintroduzidos
e tivessem seu consumo globalizado. Esse mercado global permitiu, junto do advento
de novas tecnologias, a criação de novos e potentes psicoativos, como as bebidas
destiladas e as substâncias alcaloides.
Posteriormente, durante o século XIX, houve o isolamento dos princípios ativos
de substâncias que, até então, eram vendidas in natura, como a morfina, a codeína,
a cocaína, a cafeína e a efedrina.
As drogas passaram a alimentar as novas economias e tornaram-se alvo de
diversas empresas graças a sua lucratividade, gerada, sobretudo, pelos avanços
medicinais e finalidades lúdicas que chegavam, inclusive, a afetar o mundo das Artes,
servindo como “inspiração artística” para figuras famosas como Shakespeare, Vincent
Van Gogh, Edgar Allan Poe e Pablo Picasso.
As substâncias psicotrópicas, contudo, não tardaram a preocupar os órgãos
políticos e regulamentadores que notaram o surgimento de um eminente problema
social provocado pelo consumo desenfreado e abusivo das drogas – cujos efeitos a
longo prazo eram pouco disseminados e conhecidos – que levavam à dependência
química, internações e acidentes.
9

Como resposta a isso, criaram-se ações repressivas que visavam, ao menos,


amenizar a epidemia de consumo dos psicoativos, como a Convenção de Genebra
(1936), que regulamentava o tráfico, a produção e o uso de substâncias
entorpecentes; as Convenções-Irmãs da ONU (ocorridas em 1961, 1971 e 1988); e a
Convenção Contra o Tráfico Ilícito de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas
(1988).
As políticas proibicionistas de drogas ilícitas tiveram seu ápice no final da
década de 1980, e culminaram na criação de campanhas que amenizassem os
problemas gerados pelo abuso e tráfico de drogas que, de forma crescente e
ascendente, impactavam todos os países, inclusive o Brasil, que notava, em 1970, um
maior consumo de Cannabis (maconha), e, em 1980, tinha a cocaína invadindo o país.
Em território nacional, o Código Republicano de 1890 sofreu importantes
alterações em 1932, vendo os delitos cometidos contra a saúde pública de forma mais
rigorosa, acrescentando, para além da pena de multa já estabelecida anteriormente,
a pena de prisão, surgindo um novo modelo de proibição que fosse amparado pelos
decretos nº 780/36 e 2.953/38.
Em 1938, o Brasil tornou-se signatário do Modelo Internacional de Controle às
Drogas, e, no Código Penal de 1940, criou o Decreto de Lei nº 2.848/1940, prevendo
em seu artigo 281:

Art. 281 - importar ou exportar, vender ou expor a venda, fornecer,


ainda a título gratuito, transportar, trazer consigo, ter em depósito,
guardar, ministrar ou, de qualquer maneira, entregar a consumo
substância entorpecente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar (SILVA, 2012, p. 34, apud
CARDOSO, 2015).

Relatando o amparo que a Constituição instaurada em 1988 e a Lei de Crimes


Hediondos deu às drogas, Silva diz:

A entrada em vigor da Constituição de 1988 manteve o tratamento


repressivo ao traficante, haja vista que a Carta Magna determina essa
conduta como crime inafiançável e insuscetível de graça ou indulto.
Com a edição da Lei dos Crimes Hediondos – Lei nº. 8.072 de 1990,
foi vedada a concessão de liberdade provisória aos acusados por
10

tráfico de drogas. A mesma lei determinou que a pena privativa de


liberdade fosse cumprida em sua integralidade sob o regime fechado
e que o livramento condicional só pudesse ser requerido pelo
condenado que já tivesse cumprido mais de dois terços da pena
(SILVA, 2012, p. 36, apud CARDOSO, 2015).

Já no século XXI, em 2002, entrava em vigor a Lei nº 10.409, regulamentadora


dos aspectos de prevenção, tratamento, fiscalização e comércio de drogas, e, em
2006, através da Lei 11.343, instituía-se o Sistema Nacional de Políticas Públicas
sobre Drogas (SINAD), que prescreveu medidas para a prevenção, repressão e
reabilitação dos dependentes químicos em sociedade.
A pena prevista no artigo 33 da Lei 11.343/2006 é de 5 a 15 anos de reclusão
e pagamento de multa de 500 a 1.500 dias-multa em caso de tráfico. A mesma norma
prevê, no artigo 28, a conduta ilícita de portar drogas para consumo próprio. Contudo,
essa é considerada uma infração menos grave, em que o indivíduo está sujeito às
penas de advertência sobre os efeitos das drogas, prestação de serviços à
comunidade e comparecimento obrigatório a cursos e programas de cunho educativo,
sem pena de detenção ou reclusão.
Vale ressaltar que, em lei, não há registros de uma limitação concreta que
distinga o porte do tráfico de drogas, cabendo ao juiz – levando em consideração
circunstâncias sociais, conduta, antecedentes criminais, natureza e quantidade da
substância apreendida – interpretar se a quantidade de droga carregada era grande
ou não. Para a cocaína, por exemplo, 4 gramas são um ponto de inflexão, com 50%
de chances de quem foi pego ser considerado usuário e 50% de chances de ser
condenado como traficante; para a maconha, essa variação acontece com 23 gramas
de porte; e assim por diante.
Considerando os aspectos culturais, econômicos, políticos e legislativos
tratados anteriormente, e que permeiam a relação humana com as drogas, sejam elas
lícitas ou ilícitas, esse trabalho foi desenvolvido visando um melhor entendimento
destas substâncias psicoativas dentro do cenário brasileiro, avaliando suas utilizações
(que variam entre fins medicinais, recreativos ou ainda religiosos), propagação,
classificações e efeitos colaterais. Como forma de aprofundamento desta temática,
serão ainda tratados os tipos de usuário e a atuação do Proerd como tentativa de
conscientização dos jovens.
11

2. DEFINIÇÃO DE DROGAS

O termo droga possui várias acepções, podendo ser referido a medicamentos


ou remédios com propriedades terapêuticas estabelecidas, e mais especificamente, a
substâncias que são capazes de causar dependência e/ou são objeto de abuso. Em
um contexto legal o termo “droga” refere-se às substâncias psicoativas e, em
particular, às drogas ilícitas ou àquilo cujo uso é regulado por lei. No Brasil, a
legislação define como droga “as substâncias ou produtos capazes de causar
dependência” assim especificado no parágrafo único art.1º da Lei nº 11.343/2006 que
institui o Sistema Nacional de Políticas Sobre Drogas – SISNAD.
Segundo a OMS, drogas são substâncias, sejam elas de origem natural ou
sintética, que ao serem introduzidas no organismo, provocam alteração em seu
funcionamento, podendo afetar a função do Sistema Nervoso Central. Essas
alterações podem variar de um estímulo leve até os mais intensos, com a mudança
na percepção de tempo, de espaço ou do próprio corpo, provocados pelas drogas
alucinógenas, por exemplo.
O uso e o abuso de drogas representam um fenômeno relevante nas
sociedades contemporâneas, pois interferem em vários aspectos da vida cotidiana
assumindo grandes proporções no que se refere aos agravos sociais: acidentes de
trânsito, absenteísmo e acidentes de trabalho, conflitos e desagregação das famílias,
aumento crescente das internações em hospitais de urgência, gerais e psiquiátricos,
aumento do número de casos de patologias como a AIDS e hepatites.

3. O QUE É O VÍCIO

A palavra vício tem origem do latim “vitium” e significa “falha ou defeito”. Para
o dicionário Aurélio, a definição de vício é: “tornar mau, pior, corrompido ou estragado;
alterar para enganar; corromper-se, perverter-se, depravar-se”. Já para
a Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma doença física e psicoemocional.
Assim, podemos dizer que vício é toda dependência de qualquer substância ou
ativo genérico do prazer. A compulsividade é um fator decisivo para determinar o vício,
mas, diferente dele, a compulsão não faz com que a ação compulsiva, quando não
realizada, deixe necessariamente a pessoa mal. Normalmente, pessoas viciadas
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tendem a ser excessivamente compulsivas, chegando a perder o controle de suas


próprias ações e ignorando os problemas que podem estar sendo gerados.
O limite entre um hábito e o vício está nas consequências que eles causam na
vida da pessoa. O vício afasta o indivíduo de sua essência e faz com que foque mais
na obtenção do prazer através da dependência do que na vida que antes levava. A
pessoa viciada deixa de ter vontade própria sobre o consumo da substância.

4. CLASSIFICAÇÕES DAS DROGAS

As drogas podem ser classificadas de acordo com a sua legalidade, ação ou


efeitos que causam no organismo. Contudo, independente da sua classificação é
importante destacar que toda substância utilizada é capaz de gerar uma dependência
química e sérios danos ao organismo do usuário, agredindo o Sistema Nervoso
Central (SNC) de forma irreversível.

4.1. DROGAS ESTIMULANTES

Como sugere o termo, as drogas estimulantes são substâncias que aceleram a


atividade do Sistema Nervoso Central (SNC), causando um estado de alerta
excessivo, insônia e aceleramento dos processos mentais; elas elevam a capacidade
física para realizar um trabalho e/ou esportes, porém diminuem o desempenho do
usuário. Essas drogas podem ser sintéticas ou naturais, podendo ser consumidas de
maneira líquida, inalada ou triturada.
Ao ser usada continuamente, o usuário passa a não se alimentar quando está
sob o efeito dessas substâncias, por conta da sensação de falta de apetite gerada por
ela, sendo assim, o primeiro efeito a ser notado é o emagrecimento, seguido da
constante pressão alta em decorrência da falta de estabilidade do organismo. Diante
disso, os sinais mais frequentes de uma overdose causada por este tipo de droga são:
• febre;
• paranoia;
• desmaios;
• convulsões;
• agressividade;
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• dores torácicas;
• agitação intensa;
• confusão mental;
• fala descoordenada;
• perda da consciência;
• fortes dores de cabeça;
• muita dificuldade para respirar;
• alucinações com relatos de perseguições.
Segundo algumas pesquisas esse tipo de droga pode destruir gradativamente
os neurônios do cérebro, diminuindo a capacidade intelectual, sendo muitas vezes, de
maneira irreversível.

4.1.1. TEOBROMINA

A teobromina é um estimulante natural que se faz presente em alguns


alimentos, sendo mais comuns em chocolates por ser normalmente encontrada no
fruto Theobroma cacao. Ela possui similaridade com a teofilina e a cafeína. Sua
descoberta aconteceu em 1841 em grãos de cacau pelo químico russo Aleksandr
Voskresensky, porém, seu uso se deu apenas em 1916 quando foi recomendada
como tratamento para edemas (líquido excessivo em partes do corpo), ataques de
angina pectoris (falta de sangue o suficiente no coração) e angina degenerativa
(obstrução nas artérias coronárias).
Ela fornece energia ao corpo e pode ser usada a favor da saúde física, bem
como mental, pois aumenta a capacidade de concentração e foco no cérebro. Essa
substância é vasodilatadora, ou seja, possui a capacidade de alargar os vasos
sanguíneos ajudando na prevenção de coágulos e, além disso, ela também é
diurética, sendo capaz de estimular a produção de urina, diminuir o inchaço e ajudar
na perda de peso. A teobromina é indicada no tratamento da fadiga e hipotensão
ortostática.
Consumir produtos com teobromina geralmente é seguro para a maioria das
pessoas, porém, por suas propriedades estimulantes, a substância pode causar
efeitos colaterais semelhantes a cafeína, como: nervosismo, insônia, micção
frequente, aumento da frequência cardíaca, dores de cabeça, náuseas, perda de
14

apetite e gases. Um outro efeito colateral é a possibilidade de surgir na pele erupções


cutâneas, por conta da manteiga de cacau, um derivado da teobromina.

4.1.2. COCAÍNA

Na Europa a partir do século XIX, a cocaína teve seu uso expandido como um
energético indicado para o tratamento de depressão, fadiga, neurastenia (transtorno
psicológico caracterizado pelo enfraquecimento do Sistema Nervoso Central) e
dependências de derivados do ópio. A venda e uso da substância foram proibidos em
1914, seu consumo foi quase extinguido e retornou a partir da década de 60.
A cocaína pode ser consumida em forma de pó, inalado pelas vias aéreas,
fumada como pasta-base ou crack, e por via injetável. O crack forma pedras,
parecidas com cristais, que são fumadas em uma espécie de cachimbo. Geralmente
são utilizadas porque fornecem a sensação de autoconfiança, vigor, excitação,
euforia, insônia e um sentimento falso de energia.
Como efeitos imediatos após o uso temos a dilatação das pupilas, alteração no
batimento cardíaco, gerando taquicardia, falta de apetite e aumento da pressão
arterial. Segundo Nicastri (2006, p. 25), “em doses maiores observa-se outros efeitos
como irritabilidade, agressividade, delírios e alucinações, o que caracterizam um
verdadeiro estado psicótico, a psicose cocaínica”. Usuários mais sensíveis podem
sofrer de aumento da temperatura corporal e convulsões, correndo risco de morte se
esses sintomas forem prolongados.

4.1.3. METANFETAMINAS (SPEED)

As metanfetaminas são substâncias estimulantes, sintéticas, ilícitas e fazem


parte das anfetaminas. Ela é uma substância muito potente e perigosa, sendo capaz
de viciar o usuário mesmo se consumida uma única vez. Sua dependência é tão
intensa que os efeitos negativos causados no corpo do indivíduo só se aliviam quando
a droga é consumida de novo.
Seus efeitos se comparam ao crack, cocaína e heroína, pois geram euforia
intensa, prazer, hiperatividade, diminuem o cansaço, o apetite, aceleram a fala e
geram um falso bem-estar. Sua duração no organismo é cerca de 24 horas.
15

Durante a Segunda Guerra Mundial, vários soldados receberam a


metanfetamina para melhorar seu desempenho no campo de batalha. Após a guerra,
os ex-veteranos ficaram viciados na droga e com crises de abstinência que resultaram
em complicações mentais. Seu uso prolongado pode provocar ansiedade excessiva,
transtornos de personalidade, lesões cerebrais irreversíveis, aumento do risco de
convulsões, overdoses e tendências suicidas.
As metanfetaminas podem ser consumidas de diversas maneiras devido a
variação de sua fabricação. Ela pode ser diluída em líquido para ser utilizada por via
injetável, mas quando comercializada é geralmente encontrada na forma de um pó
branco ou cristalino, de sabor amargo e sem odor para que seja ingerida ou inalada.
Essas substâncias também podem ser vendidas com o nome de “Rebite” ou
“Bola”, como são mais conhecidas entre estudantes que a utilizam para estudar a noite
em épocas de exames difíceis ou festas e encontros universitários. Outras variações
de nome são “Speed”, “Ice”, “Tina”, “Meth”, “cocaína de pobre”, “Glass” ou “Cristal”.
Por ser uma droga sintética ela é fabricada em laboratórios clandestinos,
geralmente de seus próprios usuários. As anfetaminas são misturadas a outros
elementos e substâncias químicas, como comprimidos para resfriados, ácido de
bateria e querosene, com o intuito de potencializar as metanfetaminas. Por conta disso
sua fabricação é altamente explosiva, fazendo com que os “produtores”, ou até
mesmo outras pessoas e moradores da região, se queimem frequentemente, fiquem
desfigurados, mutilados ou percam a vida quando a composição explode.

4.2. DROGAS DEPRESSORAS

As drogas depressoras fazem parte de um grupo chamado psicotrópicas, junto


das drogas estimulantes e perturbadoras. Elas são substâncias em geral que tem a
ação de diminuição de atividade cerebral, afetando o Sistema Nervoso Central (SNC),
trazendo consigo efeito de calmantes e de sensação de relaxamento. Segundo Marin
(2022) “as drogas depressoras deprimem as funções psíquicas de uma pessoa e
diminuem a atividade geral do cérebro.”
A maioria das pessoas que fazem uso desse tipo de droga tem como objetivo
sentirem uma sensação de bem-estar, com o que chamamos de “fuga da realidade”
por diversos motivos, como por exemplo, situações de nível de estresse elevado ou
uma crise.
16

Ao consumi-las haverá uma reação no corpo do indivíduo de lentidão, leveza e


suavidade e até a falta de percepção com os acontecimentos que ocorrem a sua volta,
extrema dificuldade de se concentrar e manter o foco, sonolência, redução de
habilidades sensoriais e uma espécie de desligamento quase que completo.
Em geral, as funcionalidades das drogas depressoras é diminuir quaisquer
tensões ou anseios emocionais, mas pode acontecer de resultar no aumento da
ansiedade por exemplo, principalmente quando os efeitos diminuem ou se extinguem.
Com isso, ocorre o abuso excessivo e o sentimento de essencialidade com as drogas
por parte do indivíduo. Eventualmente o quadro desenvolve-se para a formação de
uma dependência química.
Casos desse tipo de uso com quantidades altas e recorrentes, geralmente
levam as pessoas a um estado de coma ou no pior dos casos, a morte por overdose.

4.2.1. ÁLCOOL ETÍLICO

Como parte dessa categoria temos o álcool etílico, encontrado principalmente


em bebidas de teor alcoólico. O consumo em excesso pode causar o efeito de
dependência, além das adversidades que os indivíduos que fazem uso têm de
controlar a sua ingestão.
As bebidas alcoólicas que apresentam o álcool etílico são diversas, como por
exemplo a cerveja, vinho, pinga, vodca, conhaque, whisky, gim, cachaça etc. É o tipo
que mais faz vítimas no Brasil como também no mundo.
Apesar de seu consumo ser tratado com naturalidade e de maneira
despercebida na maior parte das vezes, ela passa a ser um problema quando o uso
passa de moderado para excessivo.
Afeta partes do cérebro responsáveis pela memória, a capacidade de se
autocontrolar e o processo de aprendizagem. Seus efeitos também podem trazer
danos a alguns órgãos como fígado e coração.

4.2.2. BARBITÚRICOS

São medicamentos classificados como sedativos, soníferos, hipnóticos e tem


uso normalmente voltado para o tratamento da insônia e para produção de hormônios
17

do sono. Essas substâncias têm efeito a longo prazo e seu uso demasiado pode
causar dependência. O uso de uma quantidade elevada por abuso excessivo pode
fazer com que o indivíduo entre em coma ou morra por uma parada respiratória.
Seu efeito pode ser amplificado se for ingerida com o álcool, tornando-a fatal.
Os tipos de barbitúricos mais comuns são o gardenal, comital, fiorinal e nembutal.

4.2.3. ANSIOLÍTICOS (CALMANTES)

Na maior parte das vezes consumido por jovens e adolescentes, os ansiolíticos,


conhecidos popularmente como calmantes ou tranquilizante é usado normalmente
para combater transtornos como a ansiedade, promovendo ao usuário um estado de
relaxamento e tranquilidade. Também é usado na produção de sono. Entre os efeitos
colaterais do uso estão a perda de memória, a sensação de fadiga e sonolência e a
dificuldade no controle das funções motoras do corpo. Ademais, como toda droga
depressora, os ansiolíticos também podem causar dependência. Se misturado com o
álcool, assim como o Barbitúricos pode causar intoxicação e levar o indivíduo que
consumiu ao coma.

4.2.4. BENZODIAZEPÍNICOS

Esse é um tipo de medicamento comumente usado em tratamento de


transtornos mentais como a ansiedade, síndrome do pânico e também da insônia.
Os efeitos dele são de um sedativo que atua no Sistema Nervoso Central
(SNC). São remédios que tem uma alta tendência de criar uma dependência física ao
usuário, então seu consumo é limitado a períodos menores, com exceções de certas
pessoas que precisam de um tempo maior por conta do tratamento. Só podem ser
usados com a prescrição de um profissional de medicina.

4.2.5. OPIÁCEOS

Nessa categoria também há a presença dos opiáceos. Ela tem sua origem a
partir da extração de uma certa gota leitosa de uma flor conhecida como papoula.
Essa substância recebe o nome de ópio e pode ser categorizado de algumas formas.
18

Primeiramente temos os opiáceos naturais, ou seja, que não possuem nenhuma


modificação, como exemplo temos a morfina.
Os semissintéticos possuem modificações de forma parcial tendo como a sua
base as substâncias naturais. A heroína obtida por meio da morfina e alterações
químicas é um exemplo.
As sintéticas recebem o nome de opióides, como a metadona, propoxifeno e
meperidina. São utilizados em remédios com frequência para combater dores fortes e
de estado crônico, pelo seu efeito analgésico. Também possui efeito hipnótico, por
isso recebe o nome de narcótico.

4.3. DROGAS PERTUBADORAS

Caracterizadas pelas substâncias que, quando são consumidas realizam


diversas distorções no funcionamento normal do Sistema Nervoso Central (SNC)
resultando em anormalidades no seu funcionamento como a criação de alucinações,
delírios e problemas na capacidade de definir as medidas de espaço e tempo,
provocando assim alterações de humor, percepção e pensamentos. Com seus efeitos
sendo definidos pelos usuários como “viagem”.
Outras formas, porém, de como essas drogas podem ser classificadas são, as
drogas alucinógenas, psicoticomiméticas, psicodislépticas ou psicodélicas. Esses
nomes, derivam por conta de sua semelhança funcional e fórmula química. Com o
nome alucinógeno sendo derivado dos efeitos de delírio e alucinações que este
determinado tipo de droga causa. Sendo esses classificados em cinco categorias, os
indólicos como o LSD, as feniletilaminas como o ecstasy, os anticolinérgicos como a
atropina, anestésicos dissociativos como a fenciclidina e as canabinoides como a
maconha.
Mais uma subclassificação para esse tipo de droga seria com base na origem
da droga, podendo ser naturais, semissintéticas ou sintéticas. E ainda há uma
subclassificação baseada no efeito principal da droga, com os primários causando
distorções mentais como seu efeito principal, e os secundários sendo drogas cuja o
efeito de distorção mental só ocorrem em doses muito elevadas da droga.
Algumas comuns reações a estes alucinógenos, são as variações de humor,
com o usuário passando por estados de euforia, caracterizados por risos sem motivos
aparentes, falas desconexas e uma forte sensação de bem-estar. Até um estado de
19

extremo mal-estar psíquico, causando um estado de tristeza, sensação de pânico e


um grande medo de enlouquecer. Derivados desses efeitos, estes tipos de droga
podem desencadear quadros psicológicos permanentes especialmente em pessoas
pré-dispostas ou até mesmo intensificar o quadro de indivíduos portadores de
doenças psiquiátricas como transtorno bipolar ou esquizofrenia.
Os efeitos causados pelas drogas perturbadoras variam grandemente
dependendo do usuário, com seus efeitos podendo ser diferente de acordo com a
personalidade do indivíduo, suas expectativas a respeito do efeito da droga, e ainda
fatores sociais e ambientais, como o local e as pessoas presentes durante a utilização
do alucinógeno.

4.3.1. LSD

O LSD, ou dietilamida do ácido lisérgico, foi uma droga descoberta


acidentalmente em 1943 pelo cientista Albert Hofmann, enquanto manipulava uma
substância derivada do fungo Claviceps purpúrea, que se desenvolve no centeio e
acabou por ter alucinações no processo.
Sendo considerado a droga alucinógena mais potente, ela pode ser encontrada
de diversa formas em papéis absorventes, onde é impresso imagens para encobrir a
oxidação e deixar mais atrativo, tablete de gelatina, cubos de açúcar, cápsula e na
forma de micropontos (LISBOA et al., 2011 apud MARIANO; CHASIN, 2017).
Seus principais efeitos, são sua série de distorções no funcionamento do
cérebro do usuário, trazendo uma variada gama de diferentes alterações psíquicas,
que em uma dose de 20 a 50 milionésimos de grama, tendem a durar em média 4 a
12 horas.
Dentre essas distorções causadas pelo LSD estão, as distorções perceptivas,
que causam visões de cores, formas e contornos que não existem, a fusão dos
sentidos, onde se sente, por exemplo, que sons tem cores, cheiros ou sabores, a total
perda da percepção do tempo, onde pode-se sentir que minutos se tornam horas ou
até mesmo que metros se tornaram longos quilômetros, um estado de exaltação,
podendo ir desde um sentimento de grandiosidade a uma forte crise de pânico e por
fim um dos efeitos que se tornaram mais conhecidos do LSD é a criação de
alucinações, sejam elas visuais ou auditivas, boas ou ruins.
20

Porém além dos efeitos diretos sobre o Sistema Nervoso Central, o LSD ainda
causa falsos juízos de realidade, normalmente conhecidos como delírios, alguns
exemplos desse tipo de efeito são os delírios de grandiosidade, onde o usuário
acredita ter habilidades sobre-humanas, como super força ou super resistência o que
pode acarretar graves acidentes, como pular da janela de um prédio ou entrar na
frente de um carro em movimento, pois a pessoa acredita ter habilidade para
sobreviver. Existe ainda, os delírios persecutórios, onde o indivíduo acredita estar
sendo perseguido ou ameaçado por aqueles a sua volta, muitas vezes levando o
usuário a desenvolver surtos de grande violência contra outras pessoas.
Fora os efeitos psíquicos, o LSD também apresenta alguns efeitos fisiológicos
em seus usuários, como o aumento da frequência cardíaca, dilatação das pupilas,
suor excessivo. E em alguns casos mais raros pode-se causar convulsões, náuseas
e vômitos.
O LSD é uma droga cuja tolerância se desenvolve rapidamente, assim sendo
necessário a utilização de doses maiores para ter os mesmos efeitos, porém essa
tolerância pode voltar a diminuir caso o usuário passe um tempo sem utilizar a droga.
Uma característica importante é que essa substância não causa abstinência caso o
uso seja sessado, porém, ela pode causar uma dependência psíquica, especialmente
em indivíduos que a utilizavam com válvula de escape dos problemas da vida.
Os principais riscos do LSD são seus efeitos de delírio onde o usuário pode
desenvolver comportamentos perigosos, mas ainda há outros problemas decorrentes
o uso recorrente dessa substância, que são o agravamento de transtornos mentais já
existentes como depressão, ansiedade, psicose e esquizofrenia, ou ainda os
flashbacks onde o indivíduo revive as experiencias da droga muito tempo depois de
seu uso, com esse sintoma ocorrendo de forma imprevisível, podendo assim
prejudicar a rotina da pessoa.

4.4. DROGAS LÍCITAS

As drogas lícitas são substâncias, onde a produção, comercialização e


consumo não são consideradas um crime. Mas não é pelo fato de serem legalizadas
que não são prejudiciais à saúde, podendo levar a morte de muitas pessoas no mundo
todo.
21

Existem diversos fatores que podem levar uma pessoa a consumir drogas,
alguns deles são a influência de pessoas próximas, vontade própria, desejo de fugir
da realidade, dependência, busca de prazer, entre outros.
Como consequência de seu uso, as drogas lícitas podem viciar e acabar
acarretando diversas doenças físicas e mentais como o ataque cardíaco, vários tipos
de câncer, doenças respiratórias, insônia, ansiedade, danos em muitos órgãos,
impotência sexual, e outros problemas graves.

4.4.1. ÁLCOOL

Essa é uma substância presente em diversas bebidas que ingerimos


diariamente, sendo conhecida também como etanol. Seu uso é muito antigo, além de
ser uma droga muito aceita e comum na sociedade, mesmo estando ligada a diversos
acidentes e casos de violência.
O álcool é considerado uma droga depressora, que pode ser dividida em dois
estágios, o primeiro pode causar euforia e desinibição, após isso, no segundo período,
começam a aparecer outros sintomas como a falta de controle, diminuição da
coordenação motora e sonolência.
Seu uso pode trazer diversos problemas a saúde, pois age no Sistema Nervoso
Central, causando assim, mudanças no comportamento da pessoa que a está
utilizando e até mesmo dependência se o uso for muito frequente. Além disso, pode
gerar muitas doenças, como a gastrite, hepatite, impotência, cirrose, infarto, câncer e
doenças emocionais.
Mesmo em pequenas quantidades o consumo do álcool acaba diminuindo os
reflexos e a coordenação motora e, devido a esses motivos, pessoas alcoolizadas são
um dos grandes responsáveis pelos acidentes de trânsito no país.

4.4.1.1. A DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL

O uso de álcool com frequência torna o indivíduo resistente a muitos de seus


efeitos, fazendo com que seja necessário aumentar a quantidade de bebidas
consumidas para ter os resultados esperados. Essa dependência ocorre após anos
22

de uso regular dessa substância. Quanto mais jovem a pessoa, menor será o tempo
necessário para que ela se torne dependente.
Quando isso acontece, a pessoa perde o controle e não escolhe quando vai
beber e nem a quantidade. Como já estão acostumadas com o álcool em seu
organismo, podem acabar sofrendo abstinência quando deixam de beber, ou quando
diminuem a quantidade, causando diversos sintomas que variam de intensidade,
podendo até levar a morte.

4.4.1.2. OS PROBLEMAS DO ÁLCOOL NA GRAVIDEZ

O consumo dessa substância durante a gravidez faz com que o feto fique
exposto aos seus efeitos. Mulheres que consomem bebidas alcoólicas possuem a
chance de ter uma criança com síndrome fetal pelo álcool, essas chances aumentam
conforme a quantidade de doses que a mulher toma diariamente.
As crianças que possuem essa síndrome, em sua maior parte, apresentaram
anomalias nos traços faciais, mudanças nos lábios, crescimento tardio, problemas
cardíacos, além de alterações no desenvolvimento intelectual.
Essa síndrome é detectada em cerca de um terço das crianças onde a mãe
utilizou o álcool em excesso durante a gravidez. As que foram muito afetadas e
conseguiram sobreviver, normalmente apresentam problemas mentais e físicos, que
podem variam sua intensidade de acordo com o caso.
É importante esclarecer que mesmo se a quantidade de álcool ingerida durante
a gravidez for baixa, ele ainda pode afetar o crescimento da criança e acarretar
problemas menores, por isso é importante alertar as mulheres que possuem chance
de engravidar sobre esses riscos, principalmente no início, onde a mãe nem sabe que
está gravida e o feto está mais vulnerável.

4.4.1.3. BEBER SEM CAUSAR DANOS

Sempre haverá algum tipo de risco envolvendo o uso de álcool, porém se a


pessoa tiver consciência do que está fazendo e beber de maneira moderada, de modo
23

que não afete sua saúde, compromissos diários e a segurança de outras pessoas,
não é necessário que o exclua de sua vida.

4.4.2. CIGARRO

O cigarro está presente a muito tempo em nossa sociedade e atualmente


milhares de pessoas em todo o mundo o utilizam, sendo muito lucrativo para as
empresas que os produzem.
Um único cigarro pode conter mais de 4500 substâncias. Uma delas, a nicotina,
é responsável por causar uma sensação de prazer muito rapidamente nas pessoas
que a estão utilizando.
O cigarro pode ser mais viciante que muitas outras drogas, pois a nicotina age
em alguns segundos, fazendo ser muito fácil tornar alguém dependente dessa
substância. Sua abstinência ocorre alguns minutos após o último cigarro, sendo o
principal motivo dos fumantes terem dificuldade de largar o vício.
Dentre as substâncias liberadas pelo cigarro, algumas são responsáveis pelo
aumento do risco das pessoas de desenvolver diversos problemas de saúde como
vários tipos de câncer, doenças pulmonares, doenças cardiovasculares, impotência,
catarata, entre outras.
Além disso, essas substâncias não são prejudiciais apenas para os fumantes,
mais também para as pessoas que convivem com eles, chamados de “fumantes
passivos”, que podem acabar contraindo diversas doenças por conta dessa
proximidade.
O cigarro também é muito poluente, sendo responsável pelo desmatamento de
diversas áreas voltadas para o plantio de fumo, além de ser o causador de diversas
queimadas por conta de suas bitucas, que são normalmente tem seu descarte de
maneira incorreta.

4.4.3. CIGARRO DE PALHA


24

Os produtos naturais são geralmente relacionados a saúde e bem-estar e por


isso podem enganar muitas pessoas. Um desses casos é o cigarro de palha, que
acaba atraindo muitos jovens pelo fato de não serem industrializados.
Contudo essa não é a verdade, o cigarro de palha também vicia e pode trazer
tantos problemas a saúde quanto os cigarros convencionais, como as doenças e
dependência, podendo ser até mais viciante, pois estudos dizem que os palheiros
possuem mais nicotina que os cigarros industrializados.

4.4.4. MASCAR FUMO

Este é outro caso em que as pessoas são enganadas por ser algo natural.
Mesmo não sendo fumado igual o cigarro, o tabaco ainda apresenta altos níveis de
nicotina e quando mastigado pode ser ainda mais prejudicial, pois a nicotina é levada
direto para as correntes sanguíneas. A presença dessa substância também faz com
que ele acabe viciando seus usuários.
As principais doenças que podem ocorrer ao mascar fumo são o câncer de
boca, doenças cardíacas, ateroscleróticas e vasculares, sem contar dos riscos de
desenvolver gengivite gravíssima, fazer os dentes escurecerem e a halitose.

4.4.5. NARGUILÉ

É algo que ficou muito famoso entre os jovens pelo cheiro de suas essências,
além de ser uma desculpa para que eles se reunissem. Contudo, ele é muito
prejudicial à saúde e possui o mesmo risco que o cigarro, como câncer em muitos
órgãos, doenças respiratórias, doenças cardiovasculares, dependência e impotência.
O narguilé possui cerca de 2,5 vezes mais nicotina que o cigarro convencional,
e mesmo que as pessoas que utilizam o narguilé não possuam uma frequência tão
grande, segundo a OMS, em uma sessão de uma hora, o usuário acaba inalando a
fumaça de aproximadamente 100 cigarros.

4.4.6. CAFEÍNA
25

Ela é uma substância que age no Sistema Nervoso Central e é encontrada


principalmente no café que tomamos diariamente. Mesmo sendo benéfica ao
organismo em pequenas doses, seu uso em excesso pode ser muito prejudicial,
podendo levar até mesmo a morte. A cafeína é considerada atualmente a substância
psicoativa mais consumida no mundo.
Após ingerir pequenas doses de cafeína, a pessoa tem uma melhora em seu
estado de alerta e desempenho em algumas tarefas, além de reduzir a sonolência.
Porém quando a pessoa a ingere em doses muito elevadas, ela pode provocar vários
efeitos negativos como a ansiedade, dores de cabeça, insônia, tremores, entre outros.
Como é uma droga, parar de utilizá-la pode causar abstinência, e seus
sintomas podem durar dias, alguns deles são o cansaço, fadiga, náuseas, dificuldade
de trabalhar e muitos outros.

4.4.7. MEDICAMENTOS

Consumir medicamentos em quantidades elevadas, acima do que o corpo


humano aguenta pode fazer muito mal à saúde.
Além dos outros tipos de drogas, existem diversos medicamentos que quando
utilizados de maneira incorreta, acabam causando muitos problemas ao indivíduo,
podendo gerar dependência, como os anabolizantes, descongestionantes nasais,
benzodiazepínicos, xaropes e anorexígenos.
Ao ingerirmos alguma substância, o nosso corpo interrompe sua produção, isso
irá continuar se a pessoa não parar de utilizá-la, porém se ela deixar de ser ingerida,
o corpo não vai conseguir voltar a produzi-la imediatamente, sendo nesse intervalo
que ocorrera as crises de abstinência, algo comum para quem está tentando largar
seu vício.

4.5. DROGAS ILÍCITAS

Dentre todas as substâncias com efeitos adversos no corpo humano, que


causam muitas vezes efeitos de dependência química ou orgânica, muitas delas são
proibidas por lei no Brasil devido a seus efeitos em seus usuários, no Brasil esse
controle foi deixado nas mãos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
onde foi se definido a lista de todas as drogas proibidas no território brasileiro.
26

Essa lista é definida a partir da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998,


que se trata do regulamento técnico de diversas substâncias e medicamentos que
necessitam de um controle especial. Portanto, neste regulamento não se encontram
apenas substâncias de uso proibido, como também substâncias de uso controlado,
como medicamentos específicos. Esse regulamento é subdivido em algumas listas,
onde a Lista E F, se trata de todas as plantas e substâncias, respectivamente,
prescritas em território nacional, ou seja, sua produção, fabricação, importação,
exportação, comércio e uso, é legalmente proibida, com exceção de instituições
autorizadas pela ANVISA para a realização de pesquisas ou trabalhos médicos e
científicos que necessitam de sua manipulação.
De acordo com a última versão das listas, postada pelo Diário Oficial da União,
nº 131, de 13 de julho de 2022, a Lista E contava com 8 plantas e todos os seus
subprodutos prescritos, cuja importação, a exportação, o comércio, a manipulação e
o uso é completamente proibida, entre essas plantas está a Cannabis sativa L,
popularmente conhecida no Brasil como a maconha. E apresentando um número
maior de elementos, a Lista F conta com 207 substâncias proibidas em todo o território
brasileiro, sendo elas divididas entre F1 para as substâncias entorpecentes,
apresentando 38 elementos, F2 para as substâncias psicotrópicas, apresentando 161
elementos, F3 para as substâncias precursoras, apresentando somente
fenilpropanolamina ou norefedrina como elemento e a lista F4 para as substâncias
que não se encaixavam nas categorias anteriores, apresentando 7 elementos.

4.5.1. O CONSUMO DE DROGAS ILÍCITAS ENTRE ADOLESCENTES

A adolescência é uma fase muito importante para o desenvolvimento de todas


as pessoas, mas por ser um momento de criação de relações, especialmente no
ambiente escolar, se tornam alvos potenciais para comportamentos de risco. Esse
risco está muito ligado ao contexto vivenciado por cada indivíduo, seja em contexto
familiar ou escolar.
O estudo usado como referência foi produzido pela PeNSE em 2015, utilizando
os dados coletados pelo IBGE e pelo Ministério da Saúde, utilizando como critérios
mais de 100 mil alunos do nono ano ao redor de todo o país. Utilizando um
questionário eletrônico anônimo. Onde foram analisados o contexto vivencia dos pelos
estudantes e as consequências derivadas do uso dessas substâncias.
27

O estudo aponta que aproximadamente 9,0% dos alunos do nono ano do


ensino fundamental já consumiram substâncias ilícitas, como maconha, cocaína,
crack, cola, loló, lança perfume, ecstasy, oxy ao menos uma vez em suas vidas, com
esse percentual sendo maior nas cidades capitais com 10,4% dos alunos tendo
relatado o uso de drogas. Também é apontado que o consumo foi maior em escolas
localizada em zonas urbanas (9,4%) das regiões sul (12,6%), centro-oeste (10,8%) e
sudeste (10,6%).
O uso deste tipo de substância teve seu menor índice em alunos de escolas
privadas (6,8%) e que moravam com ambos os pais (7,0%). O caso foi o oposto,
porém, com os alunos que não moravam com seus país e com aqueles que possuem
um trabalho remunerado, onde esse índice sobe para 13,1% e 16,1%,
respectivamente.
Ligado ao caso anterior, a idade e a quantidade de relatos de uso dos
narcóticos, parecem apresentar um aumento diretamente proporcional, com os alunos
de 11 a 13 tendo o menor índice, com 4,7%, seguidos 14 anos com 7,3%, 15 com
13,5% e por fim os que tinham de 16 a 19 tendo o alto índice de 15,7%.
Outro fator que impactou fortemente o resultado da pesquisa, foi a relação dos
alunos com seus pais, onde os que tiveram a menor porcentagem de contato com
drogas, também, tinham as relações mais próximas com os pais, com as principais
relações usadas como referência sendo, ter refeições com os pais diariamente (7,4%),
informar os pais das atividades realizadas no tempo livre (4,7%), ter os pais investidos
na vida escolar do aluno (5,4%) e ter comunicação verdadeira a respeito das faltas
(6,6%), enquanto os resultados que tiveram respostas negativas dos mesmos temas
apresentaram, respectivamente, 14,0%, 14,6%, 13,6% e 35,4% de alunos que
consumiram drogas ilícitas ao menos uma vez, sendo um aumento significativo se
comparados a aqueles que tem uma boa relação com seus pais.
Outro forte agravante para a iniciação do uso de drogas ilícitas é a violência
presente na vida dos alunos. Como mostrado por aqueles que relataram sofrer
agressões familiares, tendo o elevado índice de consumo de 20,6%. Mas não apenas
a violência doméstica pode agravar o caso, visto que dos alunos que relataram sofrer
bullying, 9,9% deles também relataram o consumo de drogas ilícitas.
A baixa saúde mental também é um fato que aumenta a porcentagem de uso
dos narcóticos, com aqueles que se sentem sozinhos a todo tempo tendo o índice de
uso de 16,9%, a dificuldade de se dormir pode ser incluída neste meio, com aqueles
28

que sempre tem a inabilidade para dormir tendo altíssimo índice de consumo de
17,5%. A formação de laços de amizade também pode ajudar a prevenir o uso de
drogas, visto que aqueles que diziam ter mais de 3 amigos próximos, apresentaram o
índice de 8,4%, enquanto aqueles que diziam não ter amigos próximos era bem maior,
com 13,2%.
Algumas tendencias individuais de alunos indicaram, uma relação ao consumo
de drogas ilícitas, como por exemplo, mais da metade dos alunos que relataram ser
tabagistas, responderam já ter tido contato com narcóticos, o mesmo acontece para
os alunos que ingerem bebida alcoólicas, com 25,3% deles já tendo entrado em
contato com substâncias ilegais. O número de parceiros sexuais relatados pelos
alunos também mostrou estar relacionados com o contato com drogas, visto que
quanto maior a quantidade de parceiros sexuais, mais alunos relataram o contato com
narcóticos.
Analisando esse estudo pode-se deduzir que a falta de estrutura familiar,
hostilidade dos ambientes de convívio social e a criação de hábitos prejudiciais são
elementos que mais expandem a chance de o adolescente entrar em contanto com
algum tipo de droga ilícita.

4.5.2. NSPs

Com o objetivo de burlar as listas internacionais de controle de drogas, são


criadas as NSPs. As NSPs ou as Novas Substâncias Psicotrópicas, são tentativas de
passar pelas brechas deixadas pelas listas de controle de drogas dos países, elas são
moléculas desenhadas para não serem identificadas pelas medidas de controles de
drogas, mas que imitam o funcionamento de outras drogas ilícitas como o LSD,
cocaína, MDMA ou metanfetamina.
Com uma proliferação alarmante ao redor de todo o globo, durante o período
de 2009 a 2017 foram identificadas cerca de 803 NSPs diferentes, com mais de 110
países reportando o aparecimento dessas drogas em seus territórios, onde usuários
foram frequentemente internados com intoxicações severas. Alguns dos efeitos
adversos das NSPs são a convulsões, agitação, agressão, psicose aguda,
desenvolvimento de dependência, e em casos mais graves a morte. Mas pela falta de
informações e da grande variedade dessas substâncias, ainda são pouco conhecidos
seus efeitos danosos a longo prazo.
29

Esse tipo de substância é encontrado em mercados de droga ilegais sobre uma


grande variedade de formas, e muitas vezes o usuário não faz ideia do que está
ingerindo, visto que muitas vezes a identidade da droga é desconhecida, ou mesmo
mascarada, visto que as NSPs são feitas mimicando os efeitos de drogas conhecidas,
muitas vezes são vendidas em embalagens idênticas às drogas comuns, mas
podendo trazer efeitos adversos imprevisíveis.
Esse tipo de droga apresentar classificações diferentes das drogas comuns,
sendo elas os canabinoides sintéticos, as catinonas sintéticas, as feniletilaminas, as
triptaminas, as Piperazinas, as substâncias do tipo fenciclidina, os aminoindanos, e
ainda existem outras drogas cuja classificação não se enquadra em nenhuma outra
categoria existente, e por isso também foi criada uma forma de classificação baseada
em seus efeitos como os estimulantes, as agonistas sintéticos dos receptores
canabinoides, os alucinógenos clássicos, os sedativos, os opioides e as dissociativas.
Com todo esse alarde gerado pela disseminação rápida das NSPs, os governos
ao redor de todo o mundo começaram a usar métodos diferentes dos comuns métodos
de listagem nominal, agora passam a usar sistemas genéricos e adição os sistemas
nominais. No sistema genérico a classificação da droga se dá por sua família, ou seja,
há o banimento de todas as substâncias de uma determinada estrutura molecular,
assim facilitando o combate a variações dessas substâncias.

4.5.3. AS DROGAS ILÍCITAS MAIS CONSUMIDAS

Dentre todos as drogas ilícitas existentes, algumas são mais proeminentes na


sociedade, e com base num lavamento realizado pela ONU em 2008, as drogas mais
consumidas no mundo são:
• Maconha;
• Cocaína;
• Ópio;
• Heroína;
30

• Haxixe;
• Ecstasy;
• LSD;
• Crack;
• Lança-perfume;
• Speedball;
• Metadona;
• GHB;
• QUAALUDE;
• Ketamina;
• Peyote;
• Mescalina;
• Charas.
No Brasil, a lista é parecida, de acordo com o Repositório Institucional da
Fiocruz (Arca), aproximadamente 3,2% dos brasileiros utilizaram ao menos uma
substância ilícita durante o período de 1 ano anterior a pesquisa, sendo equivalente a
cerca de 5 milhões de pessoas.
Com a substância mais usada sendo, assim como na lista divulgada pela ONU,
a maconha, estando a frente, com 7,7% dos brasileiros entre 12 a 65 anos, tendo a
usado ao menos uma vez na vida. E em segundo lugar, a cocaína em pó com 3,1%
dos brasileiros já tendo consumido a substância, ainda de acordo com a pesquisa,
0,3% dos entrevistados afirmam ter usado a droga no mês anterior a realização da
pesquisa.

4.5.4. A PROIBIÇÃO DO CIGARRO ELETRÔNICO NO BRASIL

Dias atrás, notícias vieram átona a respeito da proibição de um instrumento,


que a muito, vem sendo usado por adolescentes e jovens adultos ao redor de todo o
país, o cigarro eletrônico, ou como é popularmente conhecido, o Vape. Que se trata
de um dispositivo usado para fumar, com seu funcionamento sendo a base de
vaporização, onde um cartucho que armazena nicotina líquida, água, aromatizantes e
outras substâncias químicas, que são aquecidos e seu vapor é inalado pelo usuário.
31

Porém, estudos recentes, apontam para uma correlação do uso desses


dispositivos, e o surgimento de doenças respiratórias, como asma, infecções no
pulmão, ou ainda doenças cardíacas e câncer, por conta de que após a vaporização
restam gotas de óleo que são inaladas, indo contra a propaganda apresentada pelas
distribuidoras de que se trata de um dispositivo que minimiza os problemas a saúde,
e pela inexistência de estudos que comprovem tais benefícios, foi publicado no DOU
nº 166, de 31 de agosto de 2009, que estaria proibida qualquer pratica de venda
destes dispositivos.
Em julho de 2022, fora realizada novamente pela ANVISA a decisão unanime
de manter proibido a venda de cigarros eletrônicos no Brasil, e a de se intensificar a
fiscalização para diminuir a venda de forma irregular.
O fato do uso e comercialização deste dispositivo ser ilícito desde o ano de
2009, traz à tona o fato de muitas empresas ainda venderem esse produto sem
apresentar o fato ao consumidor de que se trata de um produto ilegal, e sobre isso a
Secretaria Nacional do Consumidor (2022 apud OKUMURA, 2022) expressa “Fazem
parecer que se trata de uma relação de consumo regular, que envolve um produto
legal”, e que “Procons estaduais e municipais têm atuado em ações de fiscalização e
de apreensão dos cigarros eletrônicos, porém, a Senacon avaliou a necessidade de
tomar medidas urgentes para sanar o problema e resguardar a saúde e segurança
dos consumidores”.
E essa medida foi a determinação de que 33 empresas deverão suspender a
fabricação, distribuição e comercialização do produto, tendo um prazo de 48 horas
após a publicação da medida para cumprir o protocolo, sob pena de multa de 5 mil
reais diários, em caso de descumprimento.

4.6. DROGAS NATURAIS

Essas são substâncias extraídas diretamente da natureza, e por esse motivo,


muitas pessoas acreditam que elas não são tão prejudiciais como as drogas sintéticas,
porém estão completamente enganadas, pois como qualquer outro tipo de droga, elas
também causam graves problemas a saúde, e muitas podem até levar a morte do
indivíduo, se tiver seu uso em excesso.
Elas causam os mesmos efeitos que as outras drogas, como a alteração na
percepção da pessoa que está a utilizando, pode relaxar ou provocar outros tipos de
32

sensações, altera o comportamento e o humor, além é claro, do vício e dependência,


por isso muitas são proibidas no nosso país.

4.6.1. MACONHA

Ela é considerada a droga ilícita mais usada no mundo. A maioria das pessoas
a utilizam fumando, e muitas acreditam que ela não fara mal a sua saúde. A maconha,
porém, pode causar diversos problemas, como os respiratórios por exemplo, devido a
fumaça que ela produz quando usada dessa maneira.
A maconha pode causar muitos outros danos ao organismo quando é utilizada
em grande quantidade e por um longo período, com problemas a curto e longo prazo.
Alguns dos efeitos mais comuns causados por essa erva são a alteração da percepção
de tempo e espaço, boca seca, olhos avermelhados, redução da coordenação motora,
perda de memória e muitos outros.
Sua legalização é algo muito discutido atualmente, pois mesmo com todos os
seus efeitos negativos, a maconha pode ter uso medicinal, possuindo muitos
componentes que podem ajudar no tratamento de diversas doenças, como a
depressão, epilepsia, câncer, esclerose múltipla, entre outras.

4.6.2. ÓPIO

O ópio é um suco extraído de uma planta chamada papoula, que é originaria


da Ásia. Ele possui um cheiro muito desagradável e sabor amargo, sendo muito
utilizada na medicina como analgésico.
Ela é uma droga extremamente viciante e pode gerar diversas consequências
aos seus usuários, entre alguns exemplos estão a euforia, náuseas, vômitos, tontura
e ansiedade.
O ópio pode causar uma dependência tão severa, que pode levar seu usuário
a morte. Ela geralmente se inicia após 12 horas de seu último uso e apresenta vários
sintomas, como diarreia, lacrimejamento, fortes dores, falta de apetite, tremores e
muitos outros.

4.6.3. COGUMELOS ALUCENÓGENOS


33

Como o próprio nome já diz, essas espécies de cogumelos são responsáveis


por causar alucinações em seus usuários, devido a uma substância presente neles,
chamada psilocibina, responsável por alterar muitos de nossos sentidos.
Mesmo alguns usuários relatando experiências positivas em relação a essa
substância, ela pode causar a “bad trips” (algo muito ruim), que é responsável por
gerar ansiedade, ataques de pânico e medo, sendo necessário um tratamento
urgente, para que não ocorram consequências piores.
A psilocibina ao contrário de outras drogas, não causa dependência, porém o
usuário começa a se tornar tolerante a seus efeitos, fazendo com que eles ingiram
uma quantidade de substância maior do que o normal para ter os efeitos esperados.

4.6.4. CHÁ DE IBOGA

O iboga é uma planta encontrada em muitos países, possuindo uma substância


em sua raiz chamada ibogaína, que é muito utilizada para fins medicinais, como no
tratamento contra as drogas, pois ajuda a desintoxicar o corpo e a mente.
Porém, assim como os cogumelos, esse chá também causa alucinações,
fazendo seus usuários acharem que estão saindo do corpo, sendo muito utilizado em
rituais espirituais.
Existem diversos problemas que um usuário dessas substâncias pode ter,
alguns deles são a chance de parada cardíaca, náuseas, ataxia, transtornos mentais
graves, crises epiléticas e até a morte.

4.6.5. CHÁ DE TROMBETA

Mais conhecida como “saia-branca”, é uma planta medicinal, onde suas


propriedades podem ajudar em muitos tratamentos, porém também é possível fazer
um chá alucinógeno com ela, que pode ser prejudicial aos seus usuários.
Seus efeitos colaterais quando utilizada de maneira incorreta podem incluir
vômitos, aumento da frequência cardíaca, delírios, náuseas, dificuldades visuais, além
de ter uma chance de causar a morte do indivíduo.

4.6.6. AYAHUASCA
34

É um chá preparado com algumas ervas, geralmente utilizado em rituais


religiosos. Devido a algumas de suas substâncias, ele pode ser utilizado no tratamento
de depressão, ansiedade, estresse pós-traumático e ajudar contra vícios.
Os efeitos colaterais do seu uso variam dependendo da pessoa, alguns deles
são as alucinações, ansiedade, vômito, náuseas, diarreia e aumento da pressão
arterial.

4.7. DROGAS SINTÉTICAS

As drogas sintéticas, diferentemente das drogas naturais, são criadas a partir


de processos químicos em laboratório, contando, em sua composição, com
substâncias psicoativas fabricadas nesse mesmo espaço. Sua estrutura química pode
ser idêntica ou diferente das drogas de origem natural, e os seus efeitos são
projetados para imitar – ou até mesmo aumentar – o das drogas naturais.
Inicialmente utilizado como um sinônimo para as drogas recreativas – devido
ao seu uso e aparecimento nos meios de consumo lúdico –, o termo “droga sintética”
referia-se às anfetaminas, anfetaminas substituídas e o LSD, substâncias sintéticas
utilizadas com fim abusivo.
Contudo, com o surgimento das designer drugs (novas substâncias
psicoativas), esse termo foi ampliado. Portanto, atualmente, são consideradas drogas
sintéticas todas as substâncias de origem sintética usadas com fins abusivos, desde
algumas drogas tidas como “clássicas” (tal qual as anfetaminas e a heroína) ou que
são encontradas em contextos festivos ou sexuais (como o GBL e os poppers), até as
novas substâncias psicoativas, mais conhecidas como NSP ou, como dito
anteriormente, designer drugs.
As NSP, apesar do termo “novas”, não se referem necessariamente às
substâncias sintetizadas nos últimos anos, mas sim às substâncias com potencial de
abuso que, em sua forma pura ou em misturas, foram introduzidas recentemente no
mercado de uso abusivo, constituindo uma provável ameaça à saúde pública.
Em documento divulgado em 2020 pela Polícia Federal acerca da apreensão
de drogas sintéticas, os três primeiros lugares foram ocupados por “drogas clássicas”:
o MDMA (metilenodioximetanfetamina), o MDA (metilenodioxianfetamina) e o LSD
(dietilamida do ácido lisérgico). Contudo, as NSP aparecem como uma tendência
crescente de consumo a nível nacional e mundial, ocupando o quarto e quinto lugar
35

através do popper (nitrito de isopentila) e do 25E-NBOH. Por consequência, elas


tornaram-se o segundo grupo de maior destaque entre as drogas sintéticas.

Figura 1: Número de Laudos produzidos por ano das Drogas Sintéticas


mais detectadas em 2020 pela PF.

Fonte: Polícia Federal

Essas drogas, apesar de serem prejudiciais ao organismo e apresentarem


efeitos colaterais que podem ir desde cansaço e exaustão até à morte, são ainda
consumidas indiscriminadamente em larga escala pela população global, meramente
pelo “prazer” por elas proporcionado.

4.7.1. ECSTASY

O ecstasy, droga psicotrópica sintética criada em meados de 1912,


apresentava-se originalmente no grupo das anfetaminas e tinha como objetivo inicial
diminuir o apetite e conter as implicações da obesidade devido aos seus efeitos sobre
a supressão da fome. Os primeiros testes, contudo, demonstraram sua baixa eficácia
clínica, e seus idealizadores logo cessaram a produção.
Mesmo com os processos interrompidos, o laboratório responsável deu
continuidade às pesquisas sobre a droga, e na metade do século XX, ela surgiu como
um recurso no processo psicoterapêutico, pela garantia de que promovia o
relaxamento e deixava o usuário mais calmo e desinibido.
36

Devido às transformações sociais ocasionadas pelas revoluções cultural e


musical pós anos 70, em que a busca pela “fórmula da felicidade” ganhou destaque,
o uso do ecstasy se popularizou – sobretudo entre adolescentes e jovens –, mas logo
foi banido em 1985, processo impulsionado por questões de saúde pública e
segurança dos usuários (que já embarcavam em uma dependência química pelo
ecstasy).
Originalmente, essa droga possuía o mesmo princípio ativo do LSD, a
metilenodioximetanfetamina (MDMA), mas ao invadir o mundo dos narcóticos sua
composição passou a conter pouco ou praticamente nenhum MDMA, e atualmente a
droga vendida pelo nome de ecstasy é formada por uma ampla mistura de
substâncias, tal qual a heroína, cocaína, LSD, anfetaminas e, inclusive, vermífugos
veterinários.
Para atrair um maior número de consumidores e aumentar a lucratividade, essa
droga é comercializada com diversos nomes, formatos, cores e logotipos. As mais
comuns são:
• Alien Verde: com o formado da cabeça de um alienígena, essa pílula é
utilizada para dançar e aumentar a transpiração;
• Charada Azul e Verde: de gosto amargo, são usadas para fomentar as
relações sexuais, deixando seu usuário sem controle dos reflexos;
• Shazam: com o símbolo de um raio gravado na pílula, promove a euforia
e seus efeitos estimulantes são bem fortes;
• Calvin Klein azul: com o “CK” marcado ao centro, garante energia,
excitação e alucinações por longos períodos.
O MDMA atua sobre a dopamina e a serotonina que, quando combinadas,
provocam no indivíduo: euforia, sensação de prazer, confusão mental, alterações na
percepção da realidade, aumento na sensação de luminosidade e acuidade visual,
melhora na interação e alucinações.
Os sintomas de seus efeitos sobre a saúde podem ser percebidos, a depender,
de imediato – através de náuseas, rigidez muscular, falta de concentração,
desidratação, insônia e hipertermia – ou a longo prazo – apresentando-se na hepatite
fulminante, hipertensão arterial, psicose, lesões neuronais e colapso
cardiorrespiratório.
37

Tendo em vista as crises de abstinências geradas pela droga, o tratamento para


dependentes é realizado à base de internação, acompanhamento médico e
psiquiátrico, terapia e intervenção de medicamentos.

4.7.2. ANFETAMINA

Obtidas pela primeira vez por Edellano em 1887, as anfetaminas foram usadas
em larga escala a partir da Segunda Guerra Mundial com o intuito de manter os
soldados atentos e mais ativos no esforço de guerra, sendo também responsável pela
diminuição na sensação de fome e fadiga. As autoridades médicas inglesas, contudo,
constataram que os efeitos dessa droga prejudicavam o desempenho da Força Aérea
Real britânica (RAF), e proibiram seu uso.
Posteriormente, após constatarem que as ações químicas exercidas pelas
anfetaminas sobre o cérebro (mais especificamente sobre os neurotransmissores
dopamina e serotonina) promovem excitação, sensação de bem-estar, insônia e falta
de apetite, elas adquiriram funções diversas como inibidoras de apetite em dietas
alimentares visando a perda calórica e inibidoras de sono para caminhoneiros (que
recorrem ao “rebite”) e estudantes (que recorrem à “bolinha”), no intuito de manterem-
se acordados.
A anfetamina e seus derivados, porém, possuem duas indicações médicas:
uma para o Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH) e outra para narcolepsia
(distúrbio que gera sonolência excessiva). Com exceção a esses dois casos, elas
costumam ser usadas de modo exagerado pelos indivíduos (sobretudo no Brasil,
maior consumidor mundial de anfetaminas), apresentando efeitos deletérios.
Considerando sua atuação sobre outros órgãos, as anfetaminas provocam o
aumento da pressão arterial, arritmia, diarreia, gastrite, irritabilidade, depressão,
alucinações, paranoia, boca seca, episódios de intestino preso (que podem alternar-
se com crises de diarreia) e derrames.
O tratamento e desintoxicação dessas substâncias podem acontecer por meio
de internação hospitalar, terapias e medicamentos.

4.7.3. ICE
38

Metanfetamina introduzida em 1930 como descongestionante nasal, o Ice


passou a ser consumido de forma abusiva devido às suas propriedades euforizantes
e atuação na diminuição do sono e apetite e aumento do desempenho físico e
intelectual. Banido em diversos países em razão dos seus efeitos danosos ao coração
e ao Sistema Nervoso Central (SNC), no Brasil não foi diferente.
Na década de 1960 essa droga era vendida na forma do medicamento Pervitin,
muito utilizado por jovens para aumentar a capacidade produtiva, mas logo passou a
ser usado de modo excessivo, originando casos de dependência que levaram ao seu
banimento também no Brasil.
Utilizada através das vias oral, aspirada, injetada ou inalada, atua como
estimulante do SNC e apresenta, após seu uso, aumento no estado de alerta, de
euforia e de energia, diminuição da fome, do cansaço e necessidade de dormir.
A longo prazo, seus usuários apresentam, além da dependência, problemas
cardiovasculares, distúrbios do sono, aumento da pressão arterial, comportamento
violento, alteração de personalidade, irritabilidade e desconfiança, delírios e infarto.

4.7.4. POPPERS

Os poppers, compostos a partir do nitrito voláteis (como o nitrito de alquilo e de


isopropilo), eram prescritos em 1867 como um medicamento para o tratamento da
angina (estreitamento das artérias). Vendidos em cápsulas, esse medicamento
deveria ser quebrado – “popped”, termo que originou o nome da droga – para que seu
conteúdo fosse inalado e aliviasse a dor do paciente.
Entretanto, ao descobrirem seus efeitos colaterais (aumento da percepção das
sensações, desinibição, relaxamento muscular, euforia e aumento do prazer sexual e
da libido), os poppers ganharam finalidade recreativa entre os jovens que buscavam
por novas experiências.
Sua comercialização se dá em pequenos potes de 10 a 30 ml e muitas vezes
são vendidos sob o título de removedores de esmalte, solventes ou odorizadores de
ambiente. O consumo é feito por inalação no próprio pote, seguindo o estilo de outras
drogas, como o lança perfume.
Como qualquer substância usada sem prescrição e de maneira incorreta, essa
droga traz efeitos colaterais: tontura, aumento da frequência cardíaca, queda da
39

pressão sanguínea, sensação de calor, dor de cabeça e mudanças bruscas de


comportamento.
Cientificamente falando, não há comprovações capazes de afirmar que os
poppers causem dependência, mas seu uso pode tornar-se um hábito extremamente
prejudicial à saúde humana.
Seu tratamento acontece com o acompanhamento de psicólogos (e demais
profissionais da saúde pertinente) em clínicas de reabilitação. A necessidade de
internação deve ser avaliada por um profissional qualificado para esse fim.

4.8. DROGAS SEMI-SINTÉTICAS

O grupo de drogas semi-sintéticas é formado pelas drogas que, apesar de


terem sido submetidas a processos químicos em laboratório e contenham, em sua
composição, substâncias psicoativas fabricadas, também apresentam matéria-prima
extraída de plantas naturais.
As drogas semi-sintéticas, portanto, passaram por processos que visassem
melhorar seus efeitos, durabilidade, estética e cheiro, mas contam com um ou mais
princípios ativos provenientes da natureza. O objetivo dessas novas composições é
inovar o mercado das drogas e atrair mais adeptos.
Atualmente, as mais consumidas pelos jovens e adolescentes são a maconha
e a cocaína, mas outras drogas semi-sintéticas, que vem ganhando destaque,
precisam ser discutidas e evidenciadas.
O tratamento para o uso dessas substâncias depende das necessidades e
individualidades de cada paciente, mas, de modo geral, de acordo com a Dra. Luciana
Mancini, as intervenções estruturam-se sobre: a medicação (se necessário), terapia
especializada e atividade física.
4.8.1. CRACK

O crack é uma droga psicoativa ilícita de ação estimulante criada na década de


1980, nos Estados Unidos, a partir da cocaína transformada e que, devido ao seu
baixo custo de produção (em virtude da pouca quantidade de cloridrato de cocaína
necessária), popularizou-se rapidamente entre aqueles que não tinham recursos
financeiros suficientes para adquirirem a cocaína.
40

Diferentemente da substância a qual é oriundo, o crack, por estar na forma


cristalizada, pode ser consumido em cachimbos ou, quando quebrado em pedaços
menores, misturado ao tabaco e a maconha, formando o que conhecemos
popularmente como “pitico” ou “basuco”.
Sua fabricação é feita a partir da mistura do cloridrato de cocaína (formado a
partir da extração da planta Erythroxelum coca e sua mistura a solventes, como o
querosene, e ao ácido clorídrico, resultando no pó inalado pelos usuários de cocaína),
água, bicarbonato de sódio ou amônia, que deve ser aquecida no final. Como
resultado, obtêm-se uma forma sólida e insolúvel em água, cujo nome deriva-se do
barulho produzido por estas pedras ao serem queimadas.
Durante a sua queima, a fumaça produzida é inalada pelo usuário, atingindo os
pulmões e seguindo, através da corrente sanguínea, até o cérebro, onde vai atuar
sobre o organismo e gerar efeitos quase imediatos.
Logo após o consumo do crack, o usuário é capaz de sentir alguns de seus
efeitos: euforia, aumento da autoestima, sensação de alerta e bem-estar. Somam-se
a isso, porém, o aumento dos batimentos cardíacos, tremores, suor intenso, dilatação
da pupila e falta de apetite. Esse comportamento deixa a pessoa suscetível à
desnutrição e doenças oportunistas associadas à queda de imunidade, como a
pneumonia.
Ademais, o usuário de crack pode apresentar lesões e queimaduras no nariz,
olhos, face, laringe e faringe provocadas pela inalação do vapor a altas temperaturas,
comprometimento do sistema nervoso, problemas no coração e pulmão, dependência,
psicose e exposição a situações de risco, como tráfico e sexo desprotegido.

4.8.2. HEROÍNA

A heroína, também conhecida como diacetilmorfina, é uma droga opioide semi-


sintética ilícita criada pelo químico Alder Wright com o intuito de aprimorar a
efetividade e a segurança da morfina.
Obtida a partir da espécie de plantas Papaver somniferum, da qual é extraída
o ópio, a heroína se espalhou mundialmente pós Segunda Guerra Mundial como um
medicamento antitosse e analgésico, junto de outros opioides, sobretudo nos campos
41

de batalha do Vietnã, mas logo passou a ser administrada com finalidade recreativa
por meio de seringas, inalação, fumo e absorção pela pele.
Uma de suas versões injetáveis via intravenosa é considerada a droga mais
forte do mundo e surgiu na Sibéria e Rússia Oriental: a Krokodil. Essa versão com
custo menor da heroína se destaca por sua alta capacidade de destruição do corpo
humano, causando úlceras de aspecto esverdeado e escamoso (parecido com a pele
de um crocodilo), necrose, gangrena e provocando danos aos vasos sanguíneos e
aos locais da aplicação da injeção na pele.
A heroína possui efeitos analgésicos e gera em seus usuários, a curto prazo, a
redução da dor, euforia, prejuízo das funções cognitivas, desaceleração dos
batimentos cardíacos e diminuição no ritmo da respiração. Esses efeitos podem ser
acompanhados ainda de náusea, vômito, sensação de boca seca e coceira.
O seu uso contínuo e prolongado traz problemas ainda mais preocupantes para
a saúde do usuário, já que as injeções podem prejudicar as veias e infectar vasos
sanguíneos, correndo o risco de que ocorra a transmissão de AIDS, hepatite C2 e de
outras infecções, como o novo coronavírus.
Por fim, a heroína pode ainda transformar o usuário em dependente químico,
passando a afetar diversas áreas de sua vida pessoal e/ou profissional, e deteriorar
algumas áreas do cérebro responsáveis pela memória, controle de impulsos,
capacidade de tomar decisões e fala.

5. OUTROS TIPOS DE SUBSTÂNCIAS

Quando o assunto é o comportamento humano, a informação é o primeiro


passo para se tomar uma decisão e conseguir se precaver adequadamente.
Pensando nisso, é importante destacar algumas outras substâncias que podem ser
encontradas facilmente na vida das pessoas e são tão prejudiciais quanto as já
mencionadas neste trabalho.

5.1. BOA NOITE, CINDERELA

O conhecido “Boa noite, Cinderela” é um golpe, normalmente aplicado em


festas de casas noturnas e shows, que consiste em adicionar na bebida alcoólica
42

substâncias químicas que, ao serem ingeridas, afetam diretamente no comportamento


do indivíduo.
Essas substâncias, quando dissolvidas na bebida, não podem ser identificadas
pelo sabor e nem pelo cheiro, dificultando seu reconhecimento e facilitando a
aplicação do golpe pelo criminoso. Homens e mulheres podem ser vítimas do “Boa
noite, Cinderela”, onde pessoas mal-intencionadas usam dessas substâncias para
dopar as vítimas e, assim, conseguirem efetuar assaltos, sequestros e,
principalmente, abusos sexuais.
O álcool encontrado na bebida possui efeito potencializador sobre as
substâncias, que atuam no Sistema Nervoso Central (diminuindo sua atividade),
deixando a vítima desorientada e sem consciência dos próprios atos, se tornando
vulnerável ao criminoso. O álcool também é usado como meio de disfarçar o crime,
pois, já dopada, as ações da vítima se confundem com as de uma pessoa embriagada.
Os efeitos causados pelas drogas do “Boa noite, Cinderela” podem variar de
indivíduo para indivíduo e dependem da dose ingerida. Os sintomas mais comuns são:
amnésia, sonolência, inconsciência, alucinações, vômitos, podendo evoluir para um
estado de coma.
As ações dessas substâncias no organismo começam a atuar poucos minutos
após a ingestão e pode durar, segundo relatos, desde algumas horas até 24 horas.
Mas, lembrando, as durações dos efeitos também dependem da quantidade e do tipo
de substância ingerida, além de variar de indivíduo para indivíduo.

5.1.1. COMPONENTES QUÍMICOS

As substâncias químicas são fundamentais para entendermos o porquê o “Boa


noite, Cinderela” é aplicado. Estas substâncias se misturadas com outras podem
potencializar o efeito do golpe.

5.1.1.1. FLUNITRAZEPAM
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Usado para diminuir crises de ansiedade e distúrbios do sono. Sendo de uso


controlado, o flunitrazepam pode causar sonolência, cefaleia, tontura, diminuição da
atenção e ataxia.

5.1.1.2. CETAMINA

Analgésico e anestésico, a cetamina também é usada no tratamento de


depressão profunda. Alguns efeitos da substância incluem: pressão alta; aumento dos
batimentos cardíacos; reações psiquiátricas; confusão mental; delírio; alucinação;
comportamento irracional e imagens vívidas.

5.1.1.3. GAMA-HIDROXIBUTÍRATO (GHB)

Responsável pela diminuição dos níveis de consciência, o GHB também pode


promover convulsões e redução do ritmo respiratório. É uma substância que foi
desenvolvida para simular o efeito inibidor do neurotransmissor ácido gama-
aminobutírico (GABA).

5.1.1.4. ESCOPOLAMINA

Utilizado para espasmos gastrointestinais, renais e biliares, o medicamento,


porém, pode levar a efeitos colaterais como alucinações e delírios.
É importante considerar que, caso seja usado benzodiazepínico no golpe “Boa
noite, Cinderela”, a vítima pode ter uma parada cardiorrespiratória.

5.2. LANÇA PERFUME

O lança perfume, que também tem como nome “loló” ou “cheirinho de loló” é
um tipo de droga que se caracteriza como um solvente inalante. O entorpecente age
no corpo a partir do momento que é inserida no organismo fazendo-se uso de
aspiração por vias aéreas (boca e nariz). Tem-se como solvente, substâncias
químicas que tem um processo de evaporação muito rápido, conhecido também como
44

volátil. A base de sua composição é o cloreto de etila, um tipo de gás acromático (sem
cor) usado majoritariamente em anestesias, ou também como um aditivo da gasolina.
Como forma de atrair mais usuários desse tipo desse entorpecente, o lança
perfume possui um cheiro doce, de forma que seja propositalmente agradável, o que
também dá sentido ao seu nome característico.
No Brasil o lança-perfume chegou por volta do começo do século XX. Ele foi
importado de outros países e foi consumido de forma legal no país. Ela ganhou
popularidade principalmente no carnaval do Rio de Janeiro, por volta de 1906. No
começo era vista como inofensiva e uma forma de diversão que atraía pessoas para
a folia da festa.
Após certo tempo e a popularização da droga, houve casos de pessoas que
começaram a inalá-la pela sensação de euforia e alegria que trazia. Após
investigações foi tomada a decisão de proibição da comercialização, como também
importação do entorpecente pelo então presidente, Jânio Quadros.
Apesar disso, não é incomum flagras do uso do lança-perfume em festas e
confraternizações atualmente, sendo consumido principalmente por jovens e
adolescentes.
No organismo, quando inalada, a substância percorre um caminho até chegar
nos alvéolos pulmonares e eventualmente de forma rápida alcança a corrente
sanguínea. Os efeitos causados pela droga em geral são parecidos com outros tipos
de inalantes com ação rápida.
Os primeiros sintomas se dão por uma grande euforia e excitabilidade. Há
também alucinações auditivas e visuais, seguida por enjoos, náuseas e tontura, além
do aumento na produção de saliva. Esses costumam ser os efeitos mais almejados
por quem inala a droga, por isso é feito de forma repetida.
A outra fase dos efeitos se dá principalmente pela falta de controle motora e
sensorial do indivíduo, como também a ausência de senso de perigo. Outros sintomas
como a perca da consciência, sonhos bizarros e em casos graves a diminuição da
pressão arterial, convulsões ou mesmo morte súbita.
Por sua atuação rápida, os efeitos não demoram para aparecer. Em média ele
tem uma ação que pode durar cerca de 15 até 40 minutos. A longo prazo o uso do
lança-perfume pode trazer além da dependência outros tipos de problemas, como a
depressão, muito comum em usuários já que a droga causa graves lesões ao cérebro
45

e destrói neurônios. Riscos como falta de memória, dificuldade para se concentrar e


danos a outros órgãos também estão incluídos.
O tratamento para os adeptos ao uso do entorpecente se dá principalmente
pela interrupção do uso do inalante para que se consiga controlar a dependência. Uso
de medicamentos para controle e acompanhamento de profissionais da medicina. A
ajuda de psicólogos, terapeutas e clínicas de reabilitação é essencial para convencer
o paciente do tratamento e ajudar na desintoxicação e em possíveis recaídas por
conta da abstinência.

5.3. COLA DE SAPATEIRO

Cola de contato ou cola de sapateiro, nome usado para se referir ao profissional


que a utiliza, é uma droga pertencente ao grupo dos inalantes. Sua composição
química possui diversos solventes orgânicos responsáveis pelos efeitos da droga,
entre eles o tolueno, que é tóxico e destrói os neurônios, diminuindo a capacidade
intelectual e limitando, assim, a memória, a atenção, a concentração, o ânimo e a
produtividade.
Utilizada por absorção pulmonar, seu uso acontece principalmente entre jovens
estudantes e crianças moradoras de rua. É facilmente encontrada e de baixo custo,
sendo um sério problema de saúde pública, inclusive considerando que atos
infracionais cometidos por adolescentes sob efeito desta droga são superiores aos
demais.
Por conta dos rápidos efeitos causados pelas substâncias presentes na droga,
o usuário é levado a inalar novamente o estimulante, podendo causar assim, uma
possível dependência.
Quando utilizada de maneira crônica, os solventes presentes na cola de
sapateiro podem afetar o cérebro do usuário de maneira semelhante à cocaína,
causando danos irreversíveis, como a destruição de neurônios, já citada
anteriormente; podendo também motivar lesões nos rins, fígado e medula óssea.
A droga pode ser inalada acidentalmente, por ser de rápida evaporação. Em
caso de intoxicação, algumas fases se apresentarão de acordo com o tempo decorrido
após o contato:
• 1ª fase: euforia, excitação, exaltação, tonturas, perturbações auditivas e
visuais, náuseas, espirros, tosse, salivação, fotofobia, rubor na face.
46

• 2ª fase: depressão inicial do sistema nervoso central (SNC) com


confusão, desorientação, perda de autocontrole, obnubilação (visão
embaçada e nebulosa), diplopia (visão dupla), cólicas abdominais, dor
de cabeça e palidez.
• 3ª fase: depressão média do SNC, incoordenação ocular e motora,
ataxia, fala pastosa, reflexos deprimidos e nistagmo.
• 4ª fase: depressão profunda do SNC, atingindo a inconsciência, que
vem acompanhada de sonhos estranhos, podendo ocorrer convulsões.
Diante dos fatos, a Lei 5.673/2016, sancionada no dia 15 de julho, proíbe a
venda, a cessão e doação de cola de sapateiro e outros componentes que possam
viciar os menores de 18 anos. Onde os estabelecimentos devem afixar aviso da
proibição de venda das substâncias às crianças e adolescentes em tamanho e local
de ampla visibilidade.

6. TIPOS DE USUÁRIOS

O uso de drogas nem em todo caso promove abuso ou dependência, sendo


possível identificar diferentes tipos de usuários.

6.1. USUÁRIO EXPERIMENTAL

O usuário experimental ou experimentador é aquele que prova uma ou mais


drogas por curiosidade, pressão do grupo de amigos ao qual está inserido ou por
qualquer outro motivo, interrompendo o uso. Como é o caso de adolescentes que
fumam maconha uma ou duas vezes pela facilidade de acesso à substância,
encontrada em festas.

6.2. USUÁRIO OCASIONAL

O usuário ocasional ou recreativo é o que utiliza de uma ou mais drogas sempre


que elas estão disponíveis, normalmente em ambientes favoráveis e em situações
específicas ou de lazer, sem que esse uso eventual tenha efeito negativo sobre sua
vida. São os popularmente chamados bebedores sociais, por exemplo.
47

6.3. USUÁRIO FREQUENTE

O usuário frequente ou funcional é aquele que faz uso habitual de uma ou mais
drogas, mas possui o controle da ingestão das mesmas. Pode ocorrer, eventualmente,
prejuízo nas relações sociais, familiares e profissionais em função de um
comportamento que começa a se tornar sistemático e repetitivo. O usuário funcional
segue um certo ritmo, onde o uso dessas substâncias chama a atenção pela
importância que adquire na rotina do mesmo.

6.4. USUÁRIO DEPENDENTE

Nessa fase, o usuário deve seguir os critérios postos pela OMS para ser
classificado como dependente. São eles: fortes desejos de consumir a droga;
utilização persistente, apesar de suas consequências negativas; maior prioridade ao
uso da droga em detrimento de outras atividades ou obrigações; aumento da
tolerância à droga e síndrome de abstinência (quando não ingerida).

7. TRATAMENTO

Apesar do consumo milenar das drogas, somente no século XVIII que a


utilização de algumas substâncias passou a ser considerada um problema social e de
saúde. A partir daí o campo médico, principalmente o psiquiátrico, passou a
reconhecer as toxicomanias como um distúrbio do ato impulsivo, assim vários tipos
de tratamento passaram a ser desenvolvidos, os quais dedicavam-se inicialmente à
desintoxicação ou isolamento dos usuários.
A superação da dependência química necessita da combinação de diferentes
intervenções para que a terapia seja personalizada conforme a necessidade do
indivíduo. Em geral, os tratamentos envolvem a desintoxicação, medicação,
psicoterapia individual ou em grupos e a internação.

7.1. DESINTOXICAÇÃO

Consiste na “limpeza” das substâncias químicas no corpo, para que assim o


dependente não sinta mais a necessidade de utilizar a droga. Esta é a fase inicial de
48

todos os outros tipos de tratamentos, as terapias combinadas têm foco na reversão


de prejuízos fisiológicos e redução dos sintomas da abstinência que podem gerar tais
complicações.
De acordo com Chaves (2020), “após a desintoxicação aguda, que pode durar
entre 20 e 45 dias, o humor e o nível de consciência do indivíduo se estabilizam, sendo
possível focar o tratamento em questões mais emocionais, como descobrir o que
levou e o que manteve o paciente a fazer o uso de uma substância”.
Nessa etapa o apoio de familiares e amigos é fundamental para que o indivíduo
tenha o incentivo psicológico necessário para dar continuidade ao tratamento. O
sucesso da desintoxicação é determinante para o preparo do paciente para as
próximas fases.

7.2. PSICOTERAPIA

A proposta desta etapa é combinar diversas terapias de suporte psicológico


com medicamentos. A intervenção psicoterapêutica é constituída de muitas fases,
sendo cada uma delas estabelecida por um profissional de acordo com as
necessidades do paciente.
É recomendado que este tipo de intervenção seja realizado em uma instituição
especializada que tenha uma equipe multidisciplinar para acompanhar o indivíduo. A
equipe deverá ser composta por médicos clínicos, psiquiatras, psicólogos, assistentes
sociais e outros; o trabalho em equipe permite compartilhar ideias, sendo possível ter
uma melhor percepção para os eventuais ajustes nas terapias aplicadas. Assim, será
possível chegar a resultados satisfatórios e eficientes na reabilitação do paciente.

7.3. MEDICAMENTOS

A maioria dos medicamentos utilizados são ansiolíticos e antidepressivos para


reduzir a fissura e outros sintomas da abstinência. Eles são inseridos ainda na fase
da desintoxicação para reduzir dores de cabeça e no corpo, um outro objetivo da
introdução de medicamentos no tratamento pode ser com o intuito de tratar outras
doenças que o paciente possa possuir.
49

Em decorrência da dinâmica de entorpecentes, a fisiologia de um organismo já


intoxicado necessita da substituição de substâncias que lhe foram retiradas, para
assim evitar a síndrome de abstinência.
Alguns exemplos mais comuns são o uso de buspirona e fluoxetina para a
maconha e topiramato e modafinil para a cocaína. Cada tipo de droga tem um
medicamento adequado. Somente a equipe profissional pode e deve prescrever quais
serão os medicamentos introduzidos no tratamento do paciente, bem como monitorar
se a sua utilização está ocorrendo corretamente.

7.4. INTERNAÇÃO

As metodologias terapêuticas são aplicadas sob uma ótica biopsicossocial do


ser, com foco em suas necessidades. Por conta disso, a internação em instituições
especializadas é fundamental para oferecer todo o suporte necessário em todo o
tratamento de dependência e transtornos associados à utilização das drogas. A
internação pode ocorrer de três maneiras:
• Voluntária: quando o usuário reconhece que precisa de ajuda e
consente a própria internação, assinando uma declaração de que optou
por este tipo de tratamento. O fim da internação ocorre por uma
solicitação escrita do paciente ou por determinação do médico
responsável.
• Involuntária: quando o indivíduo não está em posse de suas faculdades
mentais em decorrência do abuso de substâncias, a família pode acionar
uma clínica para a internação do mesmo e assinar uma autorização para
iniciar o tratamento. Em seguida um médico especializado examinará o
paciente e emitirá um laudo constando a necessidade ou não de uma
internação.
• Compulsória: nessa situação, tanto para determinar este método de
tratamento quanto para receber alta, é necessária uma ordem judicial.
Ela ocorre diante a falha de outros meios de tratamento e com um laudo
médico indicando a necessidade da internação, desde que haja um
familiar que possa se responsabilizar pelo dependente químico.
50

8. O PROBLEMA DO PROERD

O Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência ou como é


popularmente conhecido, PROERD, é um programa que desde 1993 promove um
curso de quatro meses, ministrado por Policiais Militares, para crianças alunas da
quinta série, com aproximadamente 11 anos, tendo o objetivo de, como expresso pelo
MEC (2015)

Com ênfase na prevenção ao uso de drogas, as aulas mostram ao


estudante como se manter longe de más companhias, a evitar a
violência, a resistir às pressões diretas ou indiretas e a sempre acionar
os pais ou responsáveis quando necessário.

Tendo como base o programa norte americano Drug Abuse Resistance


Education - DARE (Educação para Resistência a Abuso de Drogas), desenvolvido em
Los Angeles com um objetivo semelhante, e os mesmo treinaram os Policiais Militares
do Rio de Janeiro, em 1992. Porém, não tendo nenhuma adaptação ao contexto
brasileiro, em alguns casos, sendo usadas apenas traduções literais do programa
apresentado nos Estados Unidos, como mostrado pela pesquisa realizada FAPESP
(2021).

Convidar amigos para assistir futebol em casa, ir ao shopping sem os


pais e jogar basquete não são comuns entre meninos e meninas de
12 anos no Brasil. Mesmo algumas situações descritas que ocorrem
no ambiente escolar não são aplicáveis aqui, como sentar-se à mesa
junto aos colegas durante os intervalos das aulas ou usar armários
para guardar os pertences. Em uma lição, fala-se de ‘amigos trazendo
vinho para o jogo’, enquanto os adolescentes brasileiros consomem
comumente outras bebidas nessas situações

Onde os exemplos utilizados apresentam situações completamente fora da


cultura de jovens no Brasil, sendo aplicáveis apenas no cenário norte americano.

8.1. O PROBLEMA COM A PEDAGOGIA DO MEDO


51

O programa segue uma base de demonização das drogas, e do estilo de vida


de seus usuários, por meio de propagandas sensacionalistas, o que acabava por criar
o medo e tabus a respeito do tema das drogas. O que faz com que quando o jovem
que participou do programa envelhece, ele acaba por sofrer algo que foi denominado
pelos pesquisadores de “Efeito Boomerang”, onde se cria uma curiosidade e tentação
a respeito das drogas, e quando ele descobre que, aquilo que lhe foi ensinado era
uma caricatura do real problema, ele passa a desacreditar de tudo que ele aprendeu,
até mesmo as informações reais sobre os riscos das drogas, passando a receber
informações apenas dos usuários das dadas substancias, e vendo apenas o lado
“positivo” do uso das substancias.
E esse efeito também foi apresentado na pesquisa realizada pela FAPESP
(2021)

De forma geral, não houve diferenças significativas entre os grupos


que receberam e não receberam a intervenção na prevenção do uso
de álcool e drogas. Em uma pequena parcela que já fazia o chamado
binge drinking (consumir até cinco doses de álcool em até duas horas)
antes de passar pelo programa, porém, houve até três vezes mais
chance de manter essa prática do que no grupo que não participou do
programa. Os estudantes que receberam a intervenção relataram
ainda uma maior intenção de experimentar tabaco e de aceitar oferta
de maconha no futuro.

Portanto a utilização desse método se torna ineficiente com seu real objetivo,
visto que expor drogas que muitas vezes os jovens não conhecem, pode estimular
sua curiosidade para saber mais sobre elas e com isso, podendo recriar o efeito
boomerang, e acabar por trazer mais malefícios do que benefícios ao combate as
drogas.

8.2. COMO SOLUCIONAR O PROBLEMA DO PROERD

Programas de prevenção devem ser honestos com o seu público-alvo, e não


simplesmente demonizar aquilo que estão combatendo, porque dessa forma os únicos
resultados que terão, serão os resultados indesejados.
52

A honestidade em apresentar o tópico, apresentado tanto os malefícios quanto


os efeitos que podem ser vistos como benefícios para aqueles que utilizam da droga,
de forma balanceada e sem se tornar parcial é o que vai fazer a diferença. A criação
de estigmas e tabus, além de não ajudar de forma alguma aqueles que estão
buscando a aprender o porquê de não se utilizar drogas, ainda tornará mais difícil a
comunicação, caso o jovem queira saber mais do assunto, conversando com seus
pais no dia a dia.
A presença de um policial armado e fardado em uma escola, não é o que trará
os melhores resultado em longo termo, a melhor solução é tratar o problema das
drogas pelo que ele é, um problema de saúde público. Uma opção muito mais viável
e eficiente para esse combate, é a vinda de um médico ou um especialista no assunto
de drogas, junto ao professor, para passar as informações de forma correta, imparcial
e de forma que as crianças irão entender.
A solução desse problema não será encontrada a partir da criação de medo e
de falsos tabus, e sim pela busca da informação e dados corretos, pela conversa com
os especialistas e pela verdade.

9. CONCLUSÃO
53

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