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Conselho Editorial
Adilson Tadeu Basquerote Silva – Universidade Federal de Santa Catarina
Alessandra Dale Giacomin Terra – Universidade Federal Fluminense
Andréa Cristina Marques de Araújo – Universidade Fernando Pessoa
Andrelize Schabo Ferreira de Assis – Universidade Federal de Rondônia
Bianca Gabriely Ferreira Silva – Universidade Federal de Pernambuco
Cristiana Barcelos da Silva – Universidade do Estado de Minas Gerais
Cristiane Elisa Ribas Batista – Universidade Federal de Santa Catarina
Daniel Ordane da Costa Vale – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Danyelle Andrade Mota – Universidade Tiradentes
Dayanne Tomaz Casimiro da Silva - Universidade Federal de Pernambuco
Diogo Luiz Lima Augusto – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Edwaldo Costa – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Elis Regina Barbosa Angelo – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Ernane Rosa Martins - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
Ezequiel Martins Ferreira – Universidade Federal de Goiás
Fábio Pereira Cerdera – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Francisco Oricelio da Silva Brindeiro – Universidade Estadual do Ceará
Glaucio Martins da Silva Bandeira – Universidade Federal Fluminense
Helio Fernando Lobo Nogueira da Gama - Universidade Estadual De Santa Cruz
Inaldo Kley do Nascimento Moraes – Universidade CEUMA
João Paulo Hergesel - Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Jose Henrique de Lacerda Furtado – Instituto Federal do Rio de Janeiro
Jordany Gomes da Silva – Universidade Federal de Pernambuco
Jucilene Oliveira de Sousa – Universidade Estadual de Campinas
Luana Lima Guimarães – Universidade Federal do Ceará
Luma Mirely de Souza Brandão – Universidade Tiradentes
Mateus Dias Antunes – Universidade de São Paulo
Milson dos Santos Barbosa – Universidade Tiradentes
Naiola Paiva de Miranda - Universidade Federal do Ceará
Rafael Leal da Silva – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Rita Rodrigues de Souza - Universidade Estadual Paulista
Rodrigo Lema Del Rio Martins - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Willian Douglas Guilherme - Universidade Federal do Tocantins
Editora e-Publicar
Rio de Janeiro, Brasil
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www.editorapublicar.com.br
Apresentação
Sumário
CAPÍTULO 1 ........................................................................................................................... 12
REDES NEURAIS ARTIFICIAIS E NEUROPSICOLOGIA: UMA REVISÃO
INTEGRATIVA ................................................................................................................... 12
Alessandro Vieira dos Reis
CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................... 32
MITOLOGIA E DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO: CONTRIBUIÇÕES DO MITO
PARA O PROCESSO DE INDIVIDUÇÃO EM UMA PERSPCTIVA ANALÍTICA ....... 32
André Luiz Picolli da Silva
CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................... 51
A VELHA E ORIGINAL DISCUSSÃO DOS RACIOCÍNIOS E DAS EMOÇÕES NA
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO MORAL ........................................................ 51
Carolina de Freitas Zanotello
Betânia Alves Veiga Dell Agli
Luciana Maria Caetano
CAPÍTULO 4 ........................................................................................................................... 62
A FISSURA NA DEPENDÊNCIA DO CRACK: REPERCUSSÕES NAS ESTRATÉGIAS
DE COPING UTILIZADAS PELOS USUÁRIOS. ............................................................. 62
Sara Bahia Costa
Mariane Lima de Souza
Jaisa Klauss
CAPÍTULO 5 ........................................................................................................................... 75
AS EMOÇÕES E OS SENTIMENTOS DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM
DIANTE DO LUTO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA .......................... 75
Quétsia Jémina Azevedo
Sheila Maria Pereira Fernandes
CAPÍTULO 6 ........................................................................................................................... 92
ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL PARA ADOLESCENTES E PANDEMIA:
.............. ... 92
Alyne Guarda Bassanesi
Thais Cristina Gutstein Nazar
CAPÍTULO 24........................................................................................................................
A EXAUSTÃO EMOCIONAL DE MÃES DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO
ESPECTRO AUTISTA (TEA)............................................................................................
Tainá Dauzaker Cespedes
Carlos Arturo Valiente Filho
CAPÍTULO 25........................................................................................................................
ACOMPANHANTE TERAPÊUTICO DE UMA CRIANÇA COM TEA: RELATO DE
PRÁTICA..................................................................................................................
Luana Dias Barreiros
Mariana de Carvalho Pedro
Eliene Nery Santana Enes
CAPÍTULO 26........................................................................................................................
ABORDAGEM MULTIRREFERENCIAL E OS DESAFIOS DA
TEÓRICA NA PSICOLOGIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA
LAMUPsi. .
RESUMO
Tendo em vista as demandas emergenciais provenientes da pandemia da COVID-19, o Plantão
Psicológico on-line se fez essencial e desafiador. O presente trabalho tem como objetivo expor
as possibilidades de execução do serviço de Plantão Psicológico na modalidade on-line, o
encontro com a emergência, bem como a presença dos fenômenos fundamentais da psicanálise:
inconsciente, associação livre, transferência e resistência. O estudo é proveniente do estágio em
Plantão Psicológico da Clínica-Escola de uma universidade pública da região Centro-Oeste e
apresenta a transição do serviço da modalidade presencial para modalidade remota, como
também a possibilidade de aplicação do método psicanalítico no atendimento on-line, a fim de
se dispor de uma posição de querer saber em um serviço que endereça a atender demandas
emergenciais do sujeito. Foi possível concluir que o Plantão Psicológico é um serviço que pode
se inserir em contextos diversos e vem sendo uma modalidade importante para lidar com
demandas emergentes. No que cerne à psicanálise em conjunto com o Plantão Psicológico
ambos funcionam em unidade, visando oferecer uma escuta atenta e especializada ao paciente
em sofrimento.
INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que o PP vem se se mostrando uma prática emergente, cujo serviço pode
se configurar em diversos modelos, uma de suas principais características é a plasticidade em
diferentes contextos, permitindo diálogos em distintos espaços e com públicos diferenciados
(ROCHA, 2009; PEREIRA et al., 2016).
Ao se propor a refletir sobre o Plantão Psicológico on-line, Cardoso (2020) aponta que
o serviço se apresenta como:
Já a escuta no PP on-line precisa ser, em certa medida, mais apurada considerando certas
limitações que o paciente pode apresentar diante de recursos tecnológicos e eventuais
imprevistos, é necessária uma adaptação, que para além dos preceitos éticos, também precisa
garantir uma proximidade que é característica do atendimento presencial (PAIVA;
NASCIMENTO, 2020).
Ademais, nos relatos feitos por profissionais que realizaram atendimento no PP On-line
durante o contexto de pandemia (PAIVA; NASCIMENTO, 2020), é notável que o momento
exige do plantão uma prática próxima daquele que precisa da escuta e do acolhimento, ou seja,
um serviço que, presencialmente é por si só desafiador, atualmente, o modelo on-line demanda
uma dose de coragem ainda maior daqueles que embarcam na tarefa de pensar e exercer a
proposta.
É justo começar este tópico com uma metáfora feita por Contardo Calligaris (2021, p.67)
em seu livro Cartas para um jovem terapeuta: reflexões para psicoterapeutas, aspirantes e
curiosos “Com seus altos e baixos, imagine nossa vida como uma breve passagem por um
circuito de montanhas-russas. Quem atravessasse a experiência anestesiado, sem gritos, pavor
e risos, teria jogado fora o dinheiro do bilhete”. O PP acolhe a pessoa no momento em que ela
está passando por sua montanha-russa, muitas vezes anestesiada, com medo e em intensa
situação de angústia, pois como apresenta Doescher e Henriques (2012), o PP é uma intervenção
que procura acolher o indivíduo no exato momento de sua emergência, para que o paciente
possa entrar em contato com seus sentimentos.
Emergência e PP podem estar ligados à clínica, mas em sua maioria o paciente que está
em emergência emocional pode estar fora do setting e essa demanda está relacionada a emoções
súbitas, que aparecem em risco iminente e resposta ao perigo (PAIVA, 2020). Aliado a este
tema está os “Primeiros auxílios psicológicos” ou “Primeiros socorros psicológicos” (PSP),
tendo como objetivo nos primeiros socorros psicológicos “aliviar as manifestações sintomáticas
e o sofrimento, reduzindo os sentimentos de anormalidade e de enfermidade” (BRUCK, 2007,
p.7).
Neste sentido, o plantonista que olhar para o paciente pela ótica da psicanálise, será
capaz de ver o querer dizer, poderá tratar a transferência para além da projeção de figuras
parentais, trazendo o conceito para a dimensão simbólica, a fim de se dispor a uma posição de
querer saber em um serviço que endereça a atender demandas emergenciais do sujeito
(SIMÕES, 2011).
Em fevereiro de 2020, com a crise sanitária da COVID-19, o PP, que consistia na porta
de entrada da Clínica-Escola de Psicologia da UFGD precisou ser suspenso e com a retomada
Para além da estrutura, a postura adotada pelo terapeuta também define o serviço. As
intervenções são pontuais, portando, dias e horários são definidos para que os plantonistas
fiquem à disposição da comunidade, tendo como ponto focal esclarecer e acolher demandas
emergenciais (ROCHA, 2011). De acordo com a autora:
A escuta é uma oferta do facilitador. Ouvir a pessoa que traz um problema, como ela
está, como lida como o que a incomoda, que alternativas está podendo vislumbrar ou
não. É a partir dessa escuta que as intervenções do terapeuta são produzidas e
comunicadas como a compreensão daquilo que lhe foi dito. (ROCHA, 2011, p. 122).
O atendimento do PP não tem como objetivo por um fim à crise, mas por meio da escuta
empática e acolhimento, o psicólogo pode dar vazão e amenizar o sofrimento (CFP/CRP 11,
2020). Tem-se como propósito facilitar o posicionamento do paciente a partir de seu sofrimento,
podendo decidir se o atendimento será direcionado para um aconselhamento, orientação ou
psicoterapia (REBOUÇAS; DUTRA, 2010). Ainda de acordo com os autores, é preciso ter em
mente, que nem todos os pacientes que procuram pelo serviço estão à procura ou precisam de
psicoterapia, talvez algumas demandas podem estar relacionadas a pessoas que precisam de
uma escuta ou um momento acolhedor, para que se sintam realmente ouvidas, colocando aquilo
que as tem causado angústia, desta forma, podem ampliar a clareza seu nível de consciência e
o que estão vivenciando.
Foi possível perceber que há de fato uma diferença importante entre um atendimento do
PP e uma sessão de psicoterapia que está para além do tempo que cada um pode levar. O aluno
plantonista precisa estar sempre atento à fala do paciente para que as intervenções sejam
pontuais de forma a aproveitar o tempo para intervir nas demandas emergenciais. Apesar de
breve e pontual, o PP lida com diversos desafios de acordo com Gomes (2012), sendo eles:
Além de já lidar com demandas inesperadas, foi possível observar que o atendimento
on-line trouxe a necessidade de se adaptar com o inesperado das tecnologias. O atendimento
depende da condição da conexão com a internet do paciente, ou até mesmo a do próprio
plantonista, visto que instabilidades podem acontecer. A Psicóloga Fabiana Nascimento traz
para a discussão o fato de que muitas vezes, devido às vulnerabilidades não apenas psíquicas,
mas também sociais do paciente, o PP On-line muitas vezes ocorre por meio apenas de chamada
de voz, exigindo uma atenção ainda maior para o discurso daquele que fala, precisando
encontrar na voz aquilo que não se pode ver a partir do vídeo (PAIVA; NASCIMENTO, 2020).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS:
PAIVA, T. (17 de dezembro de 2019) Aula 2: Por dentro do Plantão Psicológio. [Vídeo].
YouTube. https://youtu.be/PQWyHH9n0v8
ROUDINESCO, E.; PLON, M. Dicionário de psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar. 1. Ed, 1998.
WOOD, J. Prefácio In: MAHFOUD, M. et al. Plantão Psicológico: novos horizontes. São
Paulo: Companhia Ilimitada, 2012. p. 9-11.