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Sumário
1.0 BREVE HISTÓRICO SOBRE A PSICOLOGIA HOSPITALAR E PSICOLOGIA
DA SAÚDE .................................................................................................................................. 5
1.1 Alguns fatos marcantes para o crescimento da área ........................................... 8
1.2 A evolução do trabalho ............................................................................................ 10
1.3 Breve histórico da Psicologia no contexto hospitalar ......................................... 11
1.3.1 Estados Unidos da América.................................................................................. 11
1.3.2 Brasil ......................................................................................................................... 15
1.4 Psicologia no hospital geral: aspectos conceituais e práticos ................................ 26
2.0 QUANDO SURGIRAM OS HOSPITAIS?....................................................................... 32
3.0 A PSICOLOGIA HOSPITALAR ....................................................................................... 36
3.1 Histórico da Psicologia Hospitalar ............................................................................... 36
3.2 A História da SBPH ....................................................................................................... 39
3.2.1 Fundação ................................................................................................................. 39
3.2.2 Congresso da SBPH .............................................................................................. 40
3.2.3 Título de especialista ............................................................................................. 41
3.2.4 Produção científica ................................................................................................. 41
3.2.5 Funções do psicólogo hospitalar conforme definição do CFP e SBPH ......... 43
3.2.6 Lista de presidentes da SBPH.............................................................................. 43
3.2.6 Gestão 2015-2017 ............................................................................................ 44
3.3 Um pouco da história da psicologia hospitalar no Brasil .................................... 45
3.4 Primeiros passos para sistematização de um serviço de Psicologia Hospitalar
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4.0 O PSICÓLOGO HOSPITALAR........................................................................................ 49
4.0.1 Atuação da Psicologia nos hospitais ....................................................................... 50
4.1 Tarefas básicas da Psicologia Hospitalar (Rodriguez-Marín, 2003): .................... 56
4.2 Em quais locais o psicólogo hospitalar atua? ........................................................... 57
4.3 Atividades do Psicólogo Hospitalar:............................................................................ 58
4.4 Oferece e desenvolve: .................................................................................................. 58
4.5 Promove: ......................................................................................................................... 58
4.6 Modalidades de intervenção no hospital: ............................................................. 59
4.7 Trabalho em Equipe no Hospital ................................................................................. 59
4.8 Ética e Trabalho Em Equipe ........................................................................................ 60
4.9 Relatório Multiprofissional ............................................................................................ 61
4.10 Como se tornar um psicólogo hospitalar? ............................................................... 61
5.0 SETTING TERAPEUTICO ............................................................................................... 63
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5.1 A construção do setting terapêutico............................................................................ 64
5.2 Benefícios do setting terapêutico ................................................................................ 65
5.2.1 Colaboração entre profissional e paciente ......................................................... 65
5.2.2 Disciplina de tempo ................................................................................................ 65
5.2.3 Crescimento e amadurecimento pessoal ........................................................... 65
5.2.4 Olhar para si mesmo .............................................................................................. 66
6.0 O PAPEL DO PSICÓLOGO HOSPITALAR NA ATUALIDADE .................................. 66
6.1 A psicologia e sua construção como ciência ............................................................. 68
6.2 A política de humanização hospitalar e os papéis dos profissionais de saúde ... 71
6.3 Pacientes em crise e o papel da psicologia hospitalar ............................................ 73
6.4 Adoecimento, hospital e crise ...................................................................................... 77
6.5 Medicina e Psicologia ................................................................................................... 82
7.0 AS REAÇÕES PSICOLÓGICAS À DOENÇA E AO ADOECER................................ 85
7.1 A regressão..................................................................................................................... 87
7.2 A depressão.................................................................................................................... 89
7.3 Doenças agudas ............................................................................................................ 90
7.4 Doenças crônicas .......................................................................................................... 91
7.5 Benefícios primários e secundários da doença ........................................................ 97
7.6 A adaptação.................................................................................................................... 97
7.7 A negação ....................................................................................................................... 98
8.0 AVALIAÇÃO PSICOLOGICA DO PACIENTE HOSPITALIZADO ............................ 100
8.1 A Entrevista Psicológica Hospitalar e seu Campo de Intervenção ...................... 108
8.2 Parecer de saúde mental............................................................................................ 115
8.2.1 Atitude frente ao examinador.............................................................................. 116
8.2.3 Comunicação com examinador e sentimentos despertados ......................... 117
9.0 ATENDIMENTO PSICOLÓGICO DENTRO DO HOSPITAL .................................... 118
9.1 O Psicólogo Hospitalar e a Família do Paciente..................................................... 121
9.2 O Psicólogo Hospitalar e a Equipe Multidisciplinar ................................................ 122
9.3 A Atuação do Psicólogo no Hospital Geral .............................................................. 123
9.4 Primeiros passos no atendimento psicológico dentro do hospital ....................... 125
9.5 A prática do psicólogo hospitalar em equipe multidisciplinar ............................... 128
9.6 Interconsulta psicológica: demanda e assistência em hospital geral .................. 131
10.0 O PSICÓLOGO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA ..................................... 136
10.1 Atuação do psicólogo junto à criança..................................................................... 140
10.2 Atuação do psicólogo junto ao idoso ...................................................................... 141
10.3 Atuação do psicólogo junto à família ...................................................................... 142
3
10.4 Atuação do psicólogo junto à equipe de saúde .................................................... 143
11.0 O PSICÓLOGO HOSPITALAR E A ONCOLOGIA – PSICO-ONCOLOGIA ........ 143
12.0 O PSICOLOGO HOSPITALAR JUNTO A UNIADADE DE QUEIMADOS ........... 148
12.1 A importância do psicólogo ...................................................................................... 151
12.2 As dores e comorbidades......................................................................................... 152
13.0 O PSICÓLOGO E OS CUIDADOS PALEATIVOS ................................................... 156
13.1 O paciente terminal ................................................................................................... 157
13.2 Cuidados paliativos ................................................................................................... 159
13.3 A atuação do psicólogo em cuidados paliativos ................................................... 160
14.0 ÉTICA NO CONTEXTO HOSPITALAR ..................................................................... 163
14.1 A Política Nacional de Humanização (PNH) / HumanizaSUS ............................ 166
14.2 Atenção Hospitalar ou Terciária .............................................................................. 170
4
Curso de Aperfeiçoamento em
Psicologia da Saúde e Hospitalar
5
A inserção do psicólogo em hospitais gerais começa pouco mais tarde, na
década de 50, Matilde Neder é a pioneira instalando um Serviço de Psicologia
Hospitalar no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, o que ela
fez foi uma adaptação técnica de seu instrumental clínico teórico junto à
realidade institucional.
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Naturalmente, que a Psicologia também enfrentaria inúmeras dificuldades
para inserir-se no ambiente hospitalar. Tais dificuldades giravam em torno da
resistência da população em aceitar um profissional de saúde mental, prestando
assistência a uma pessoa com enfermidades físicas. Cabe ressaltar que essa
resistência não se deu somente por parte da população leiga, mas também das
equipes médicas. São poucos os registros da atuação de psicólogos em
instituições de saúde no Brasil, porém, pode-se perceber que na década de 50
havia atividades do psicólogo em hospitais no Rio de Janeiro, São Paulo e Porto
Alegre.
7
A Psicologia Hospitalar foi crescendo na medida em que se enfatiza o caráter
preventivo, considerando não só os aspectos físicos, mas também os
emocionais da doença. O ser humano deve ser considerado em sua globalidade
e o profissional deve, portanto, desenvolver uma filosofia humanista no
tratamento com os pacientes. Em 1984, Cerqueira apontou a necessidade da
participação de profissionais de diversas áreas na promoção da saúde.
8
1979 – Trabalho junto a pacientes terminais, criado por Regina D’Aquino,
em Brasília, tornando-se um dos grandes marcos da atuação frente à
morte e suas implicações.
9
realização de congressos, incentivo à pesquisas, para possibilitar a
circulação do poder e dos saberes entre os profissionais.
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O certo é que a produção brasileira na área de Psicologia da Saúde tem
crescido muito nos últimos anos, porem Psicologia da Saúde não é a Psicologia
Clínica aplicada ao ambiente da saúde. Os indivíduos atendidos em Psicologia
da Saúde não precisam obrigatoriamente ter um distúrbio psicológico. O que
distingue o campo da Psicologia da Saúde de outros campos da Psicologia é o
fato que os indivíduos aqui atendidos têm, em geral, um problema ligado à sua
saúde física, de diversas gravidades.
12
Na década de 1970, ocorreu, nos EUA, uma série de questionamentos
relacionados à atuação do psicólogo nos projetos que incluíam promoção da
saúde, prevenção e tratamento de doenças. Em 1973, iniciaram-se as
investigações para analisar as atribuições desse profissional no contexto da
saúde e os dados destacaram sua importância, mas foi somente em 1978 que
a American Psychological Association oficializou a Divisão 38. Esse fato marcou
o surgimento da área denominada de Psicologia da Saúde (Straub, 2008).
13
o crescimento significativo da profissão nas instituições hospitalares (Dorken, 1993).
Na década de 1980, a American Psychological Association regulamentou as
práticas dos Psicólogos da Saúde por meio de documentos que tinham o objetivo
de apresentar as principais diretrizes para a atuação da categoria (Enright, Resnick,
Ludwigsen, & DeLeon, 1993).
14
1.3.2 Brasil
15
crianças, realizado por essa psicóloga pioneira, ocorria durante o período pré e
pós-operatório de cirurgias na região cervical.
17
Multiprofissionais e em Área Profissional da Saúde, por meio da Lei nº 11.129
de 2005, na qual foi incluída a Psicologia pelo fato de ser considerada profissão
da área da saúde (Brasil, 2005). Em 2007, foi publicada a Portaria Interministerial
nº 45 referente a essas residências e, em seguida, foi institucionalizada uma
Comissão Nacional de Residência Multiprofissional em Saúde - Portaria
Interministerial nº 698, de 19 de julho de 2007 (Brasil, 2007). A partir disso, o
Conselho Federal de Psicologia (2007) apresentou as normas para o
credenciamento de Programas de Residência em Psicologia na área da saúde
(Resolução Conselho Federal de Psicologia nº 15/2007).
19
(Crepaldi, Gonçalves, & Moré, 2011). No mesmo ano, o Serviço de Psicologia do Hospital
de Base de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, foi implantado
também por meio da iniciativa de psicólogos da Unidade de Pediatria (Miyazaki,
Domingos, & Valério, 2006). Em 1982, o Serviço de Psicologia do Hospital
Brigadeiro, São Paulo, foi implantado por Heloísa Chiattone, priorizando o
atendimento psicológico às crianças hospitalizadas e aos acompanhantes ( Dias,
M. N. Baptista, & Baptista, 2003). Em 1986, foi institucionalizado o Serviço de Psicologia do
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, reconhecendo o trabalho das psicólogas
que lá atuavam desde a década de 1970 (Silva, 2006). Já a Santa Casa de
Misericórdia de São Paulo implantou o Serviço de Psicologia em 1992 (Bruscato,
2004).
20
No que se refere à produção da literatura especializada na área da
Psicologia Hospitalar, Angerami-Camon (1984, 2002) iniciou a publicação de livros com
o propósito de apresentar as possibilidades de atuação. Ocorreu o surgimento
gradual dos cursos de especialização e a inserção da disciplina de Psicologia
Hospitalar nos cursos de graduação (Sebastiani, 2006), iniciativas que foram
relevantes para a formação profissional. Os psicólogos interessados na área da
saúde procuravam aprimorar habilidades nesses cursos e nos Programas de
Aprimoramento.
21
intensiva; a intervenção psicológica com os pacientes fora de possibilidades
terapêuticas (em processo terminal); e especificidades de pacientes com lesão
medular, fissura de lábio e hipertensão arterial. Os textos apresentavam
indicações para a atuação do psicólogo hospitalar e a produção bibliográfica
repercutiu diretamente no surgimento de subáreas. Desse modo, as práticas
psicológicas relacionadas à cardiologia e psico-oncologia se destacaram devido
à inserção crescente de psicólogos nessas equipes de saúde.
22
obesidade e nas unidades de assistência em alta complexidade cardiovascular
(Conselho Regional de Psicologia, 2007). Verificou-se o comprometimento das
políticas públicas de saúde e os psicólogos demonstraram que ações efetivas
são desenvolvidas nas instituições hospitalares. Destaca-se que o psicólogo
hospitalar continuou buscando ampliar o campo de atuação. Um aspecto central
se refere à prática profissional, a qual passou por um processo de
aprimoramento e, embora muitas portarias apontem para a necessidade dos
serviços de Psicologia em hospitais, muito ainda está por ser feito.
23
o auxiliem a enfrentar os acontecimentos, o que representa um aspecto
importante para o indivíduo hospitalizado.
24
Instituições e na Comunidade e é coordenado pelos professores Ricardo
Gorayeb (USP-Ribeirão Preto), Eliane Fleury Seidl (Universidade de Brasília) e
Maria Cristina Miyazaki (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto -
FAMERP). A professora Vera Lúcia Raposo do Amaral, da Pontifícia
Universidade Católica de Campinas, contribuiu para o desenvolvimento de
intervenções na área da saúde baseadas em evidências por meio das atividades
de ensino e pesquisa, as quais promoveram avanços na maneira de sistematizar
as práticas.
25
Além disso, Miyazaki et al. (2006) organizaram a publicação de pesquisas
que auxiliaram a atuação profissional nos seguintes pontos: avaliação
psicológica, preparação de crianças para cirurgias, identificação de estresse e
estratégias de enfrentamento em pacientes submetidos a transplantes e
hospitalizados por doenças crônicas e outras temáticas relevantes. Os estudos
científicos contribuíram para o crescimento da área e reconhecimento das
atividades profissionais do psicólogo no hospital geral. Isso possibilitou o
desenvolvimento de Programas de Pós-Graduação stricto sensu (mestrado e
doutorado); o Programa de Psicologia e Saúde da FAMERP; e o Programa
Psicologia da Saúde da Universidade Estadual da Paraíba e da Universidade
Metodista de São Paulo. Esses programas cumprem o objetivo de formar
pesquisadores e docentes na área.
26
diversos contextos da área, neste caso, a atuação da Psicologia no hospital
representa uma subespecialidade da Psicologia da Saúde.
27
características de um caso clínico com os profissionais, definir procedimentos de
intervenção e acompanhar os resultados avaliando seus efeitos.
28
comportamental, no acompanhamento hospitalar de pacientes e familiares,
buscam reestruturar cognições, minimizar estresse com técnicas de relaxamento
e fortalecer estratégias de enfrentamento; também estão envolvidos na
sistematização de diretrizes que orientam a atuação profissional por meio da
construção de protocolos, da delimitação de instrumentos, procedimentos e de
estratégias baseadas em evidências, buscando a inter-relação da prática e da
pesquisa (Azevêdo, 2010; Azevêdo & Santos, 2011; Gorayeb & Guerrelhas, 2003; Miyasaki
29
e a comunicação destes com o paciente e, por outro lado, atender às demandas
emocionais da família.
30
avaliação psicológica hospitalar por meio de protocolo representa um guia que
orienta as etapas, auxilia em uma tarefa fundamentada no método científico e
possibilita que a equipe de saúde compreenda as atividades desenvolvidas pelo
psicólogo.
31
possível destacar os relatos de casos clínicos referentes à intervenção com
crianças cardiopatas (Santos & Guidugli, 2013), ao paciente renal crônico e
cardiopata (Almeida, 2013), à gestante à espera de um bebê cardiopata (Guidugli,
2013) e a um grupo de pacientes tabagistas (Bueno & Ismael, 2013). Nessas situações,
o psicólogo hospitalar busca investigar a demanda por meio do acolhimento e,
ao priorizar a escuta, permite que o paciente verifique as possibilidades de
enfrentamento das situações.
32
Nos tempos antigos não é comum a presença de um recanto próprio para
pessoas enfermas, no qual elas fossem retidas e submetidas a terapêuticas
específicas por profissionais da saúde; geralmente os doentes eram agrupados
junto com os miseráveis, órfãos e viajantes, no que concernia à carência de
desvelo.
33
instituído pelo imperador Constantino, dotando o Cristianismo da liberdade de
ação, e o Concílio de Nicéia, de 325 d.C., o qual estabelecia o atendimento
compulsório aos carentes e enfermos, constituíram a motivação final para o
desenvolvimento dos hospitais.
34
No continente europeu, em fins do século XVIII e princípio do XIX, como
consequência da Revolução Industrial inglesa, impulsionada a partir de 1750,
crescia uma nova e poderosa classe social, a burguesia, imbuída de novas
aspirações nas esferas socioeconômica e moral. Foram implementadas, então,
providências mais eficazes no campo da higiene e da saúde pública.
35
Realizava-se a exclusão e o isolamento com o objetivo de promover
controle e disciplina da vida urbana. Funcionavam basicamente como os
estabelecimentos penais daquele período.
36
A história da Psicologia Hospitalar remonta a 1818, quando, no Hospital
McLean, em Massachussets, formou-se a primeira equipe multiprofissional que
incluía o psicólogo. Nesse mesmo hospital foi fundado, em 1904, um laboratório
de psicologia onde foram desenvolvidas pesquisas pioneiras sobre a Psicologia
Hospitalar. (Ismael, 2005; Bruscato, Benedetti & Lopes, 2004).
37
mas ao assumir esta responsabilidade, estava sedimentando a atividade e
cravando seu nome no percurso e história da mesma. (op cit.).
38
âmbito nacional a reunir os diversos psicólogos que atuavam de maneira
dispersa pelos mais diferentes pontos do país. (op cit.).
3.2.1 Fundação
39
A Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar foi fundada em 1997, mas
sua história começou muito antes disto. Na década de 1980 começaram uma
serie de congressos e encontros particulares com uma rica programação
científica, que geravam debates e reflexões sobre a profissão.
40
em São Paulo, no mês de setembro de 2015 e teve como tema “O tempo da vida
e a vida do nosso tempo- Repercussões na Psicologia Hospitalar”.
41
Na ocasião dos Congressos ocorre o Prêmio da SBPH, o qual visa
incentivar e reconhecer a contribuição de trabalhos científicos para o
desenvolvimento e a ampliação do campo da psicologia da saúde e hospitalar.
É um concurso destinado aos melhores trabalhos apresentados sobre
assistência, ensino e pesquisa de psicologia nos diversos contextos da
psicologia da saúde e hospitalar destinado aos autores de trabalhos que se
inscreverem no Congresso.
42
A SBPH ainda é membro da União Latino Americana das Entidades de
Psicologia (Ulapsi), chegando a ser eleita, em 2012, como uma das
representantes das entidades das brasileiras na suplência do conselho
executivo. A ULAPSI reúne várias entidades de Psicologia da América Latina e
proporciona uma articulação científica, profissional e acadêmica, sem fins
lucrativos e com o compromisso de incentivar intercâmbios entre as entidades
filiadas, que possam servir como instrumento de transformação e melhorias das
sociedades latino americanas. Como conselheira titular o Brasil conta com a
representação da Psicóloga Adriana Eiko do CFP e conselheira suplente a
Psicóloga Juliana dos Santos Batista da diretoria da SBPH.
43
Marisa Decat de Moura (MG) 1999 - 2001
44
Através dessa história testemunhamos os avanços e desafios da
Psicologia Hospitalar. Portanto, a SBPH reitera o comprometimento dos
psicólogos que trabalham nesta área, de construir e consolidar os pressupostos
teóricos de sua prática, e reconhece a importância da psicologia hospitalar no
cenário brasileiro.
45
A psicologia hospitalar surge não para curar a doença da pessoa
hospitalizada, pois disso já cuida e, muito bem o faz a medicina, mas escutar a
pessoa que está inserida no meio dessa doença, escutar a sua subjetividade
porque no fim das contas a cura em si não elimina a subjetividade do sujeito, ou
melhor, a subjetividade não tem cura como diz Simonette (2004).
Por esses e outros motivos, mais tarde por volta de 1997 acontecia a
fundação da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH) que vinha
fomentar e oportunizar discussões através de eventos, congressos e seminários,
fóruns e pesquisa para essa área.
Logo começaram a ser publicados na literatura acadêmica e em sites
como o Scielo Brasil, o Portal de Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePSIC),
46
Biblioteca Virtual em Saúde – Psicologia da União Latino Americana de
Entidades de Psicologia (BVS-PSI ULAPSI), também nos congressos da
Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP),
na Associação de Brasileira de Editores Científicos de Psicologia (ABECIP),
Biblioteca Nacional de publicações de livros do MEC, documentos,
recomendações, artigos, entrevistas, textos sobre a psicologia hospitalar e a
humanização do atendimento hospitalar, sobre:
“tratar a pessoa, e não a doença foi um dos objetivos mais valiosos em psicologia
hospitalar, e tal só se possível quando se conhece minimamente a vida da
pessoa seus interesses, seus assuntos favoritos, seu trabalho, sua condição de
vida, etc. e uma ótima maneira de se alcançar esse conhecimento é conversando
de maneira descompromissada com o paciente.” (SIMONETTI, 2004, p. 125).
47
Que hospital é este? Qual é esta instituição? Quantos leitos? Quais são as
demandas institucionais? Como funciona esta instituição? Como atender às
demandas da instituição em nível de gestão e da clientela? Qual a clientela
atendida? Como articular o mundo acadêmico com a realidade do hospital? O
que a Psicologia pode oferecer ao hospital de acordo com a realidade da
instituição?
48
entrevistas de triagem são recursos bastante utilizados em serviços de saúde,
onde as demandas são frequentes e diversas, sendo necessário avaliar a
adequação das mesmas frente ao encaminhamento pretendido. Desse modo,
a(o) profissional tem a possibilidade de triar os clientes para definir à quem cabe
a proposta do serviço oferecido e poderão ser atendidos pela Psicologia.
49
“Psicologia Hospitalar é o campo de entendimento e tratamento dos
aspectos psicológicos em torno do adoecimento (…) não trata apenas das
doenças com causas psíquicas, classicamente denominadas”
psicossomáticas”, mas sim dos aspectos psicológicos de toda e qualquer
doença.” (Simonetti, 2004, p.15).
50
Rodríguez-Marín (2003) afirma que a Psicologia Hospitalar é a
intersecção de contribuições educativas, científicas e de atuação profissional
que as diversas disciplinas psicológicas fornecem para possibilitar uma melhor
assistência aos pacientes no contexto hospitalar. Para alcançar este objetivo,
precisa estudar não só a doença em si, mas a força e a capacidade de
crescimento pessoal. Para tal, é preciso se apropriar das concepções da doença
orgânica (RUDNICKI, 2007). Desse modo, a justificativa da inserção da
Psicologia no ambiente hospitalar advém de um sofrimento psíquico, em
decorrência de uma vivência de adoecimento ou trauma físico.
51
Esta escuta clínica da(o) psicóloga(o) hospitalar é ampliada a três
diferentes grupos de atenção: pessoa assistida, família e instituição. Esta tríade
configura um diferencial importante do trabalho da Psicologia dentro das
instituições de saúde, em contraponto com a atuação na clínica, pois o foco
central no sujeito adoecido ou em sofrimento preconiza um olhar ampliado à
família do paciente como extensão dessa dor emocional e uma necessidade de
interação efetiva com a equipe de saúde que acompanha o caso.
52
internação. Entretanto, necessita de técnicas diagnósticas e psicoterápicas
breves, que sejam decisivas, sem perder sua eficiência e que conduzam a uma
psicoterapia mais à longo prazo, caso seja necessário.
53
As patologias são muito específicas, apresentam sintomas e
desdobramentos tão próprios, que a Psicologia não precisa dar conta, visto que
nossa competência e nosso olhar estarão voltados para a escuta do sofrimento
e o fortalecimento das defesas psíquicas necessárias ao enfrentamento de
situações difíceis como o adoecimento e suas consequências psicossociais,
compreendendo que, neste contexto, muitos se desestabilizam emocionalmente.
54
psicóloga(o) que está na coerência entre a metodologia e os objetivos
terapêuticos, entre o fazer e as necessidades do paciente e entre o que acontece
nos atendimentos, em cada encontro terapêutico.
55
emocional da pessoa assistida e das rotinas do tratamento como curativos,
exames, gravidade da patologia, entre outros. Os atendimentos devem ter
começo, meio e fechamentos, focados e diretivos, com duração média de trinta
a quarenta minutos. Lembramos que neste espaço não se realiza a psicoterapia
nos moldes tradicionais e que poderão ser acertados encaminhamentos, por
ocasião da alta hospitalar ou se por acaso o paciente for transferido para outro
espaço ou clínica, como uma UTI, por exemplo. Ali estará outro colega que
prestará a assistência necessária.
56
2) função de ajuda à adaptação: em que o psicólogo intervém na qualidade do
processo de adaptação e recuperação do paciente internado;
Onde atua?
Instituições de saúde.
Onde atua?
57
4.3 Atividades do Psicólogo Hospitalar:
Atende a:
Pacientes;
Familiares e/ou responsáveis pelo paciente;
Membros da comunidade dentro de sua área de atuação
Membros da equipe multiprofissional e eventualmente administrativa,
visando o bem-estar físico e emocional do paciente;
Alunos e pesquisadores, quando estes estejam atuando em pesquisa e
assistência.
4.5 Promove:
58
hospitalização e repercussões emocionais que emergem neste processo.
Atendimento psicoterapêutico;
Grupos psicoterapêuticos;
Grupos de psicoprofilaxia;
Atendimentos em ambulatório e Unidade de Terapia Intensiva;
Pronto atendimento;
Enfermarias em geral;
Psicomotricidade no contexto hospitalar;
Avaliação diagnóstica;
Psicodiagnóstico;
Consultoria e interconsultoria.
59
transcendendo a noção de conceito de saúde, de que a ausência de
enfermidade significa ser saudável”. (Fossi & Guareschi 2004, p. 31).
60
4.9 Relatório Multiprofissional
61
Aqui vale um esclarecimento: a maioria dos cursos de Psicologia é do tipo
bacharelado, mas também existem as licenciaturas. Se você pretende se tornar um
psicólogo hospitalar, o mais indicado é fazer o bacharelado, já que a licenciatura é
focada em preparar o profissional para o âmbito escolar (orientador educacional ou
formação de professores, no caso da Psicologia).
E nem tudo é teoria. Na parte final do curso, você terá contato com a prática
da profissão, fazendo os estágios supervisionados obrigatórios.
Mas os estudos não param por aí. Para ser um psicólogo hospitalar, você
precisa se especializar. Não que isso seja condição imprescindível para começar a
trabalhar, mas hoje em dia uma especialização é a única maneira de conseguir
destaque em meio a tantos graduados saindo das faculdades anualmente. O Brasil
oferece um bom leque de opções de especializações nas diferentes áreas da
Psicologia Hospitalar, em cursos presenciais e a distância. A duração em geral é de
dois anos.
62
Há ainda outra possibilidade de especialização: obter o Título de Profissional
Especialista em Psicologia do Conselho Federal de Psicologia (CFP). O detalhe aqui
é que, para se candidatar a esse título, é preciso ter pelo menos dois anos de
experiência comprovada na profissão. Além disso, é necessário realizar provas
práticas e teóricas.
Olhando por essa última ótica, o trabalho feito com o setting constitui-se
de maneira relacional. Ele acaba por influenciar a conduta técnica e ética na
relação que ultrapassa o ambiente físico da terapia. Não apenas isso, mas
63
também dos princípios colocados em contrato que conduzem o encontro do
terapeuta com paciente.
64
5.2 Benefícios do setting terapêutico
65
sua postura e se mostra alguém mais sadio intelectualmente e socialmente,
compreendendo mais facilmente os outros.
68
Segundo Soares (2010), por volta do século XIX, historiadores da
medicina deram uma grande importância e vasta contribuição para o estudo da
Psicologia no Brasil, onde através de seus doutoramentos, assim chamado os
trabalhos de conclusão do curso de medicina, foi possível trazer para o homem
de cultura grandes conclusões interessantes e que contribuíram para esse
processo. Com tendência a Neuropsiquiatria, a Psicofisiologia e Neurologia, as
faculdades de medicina, não excluíam a Psicologia de seus estudos, pois havia
muita relação da mesma com os campos de estudos e suas pesquisas.
69
A atuação do psicólogo brasileiro se consolidou primeiramente no âmbito
privado com o objetivo da prática psicoterápica clínica, assim para Marcon, Luna
e Lisboa (2002) após a década de 60, a área da saúde pública abriu o espaço
para a absorção dos profissionais em diversos segmentos, fazendo com que sua
atuação nos hospitais se tornasse então uma nova área de atuação. Todavia,
sabe-se que somente em 1962 a profissão de psicólogo foi regulamentada no
Brasil e o primeiro curso de Psicologia foi implantado na universidade de São
Paulo, quando logo mais tarde em 1987 a 1ª Conferência de Saúde Mental
aprovou a redução progressiva de leitos em hospitais psiquiátricos e sua
substituição por serviços alternativos à internação psiquiátrica, em seguida no
ano de 1992 a 2ª Conferência de Saúde Mental aprovou a rede de atenção
integral à saúde mental, com o objetivo de substituir os hospitais psiquiátricos.
No âmbito de sua atuação, embora já se visualizasse a passagem para um
modelo de atenção integral, o psicólogo era visto ainda exercendo seu trabalho
clínico e não um trabalho ligado à saúde ou ao biopsicossocial e que em relação
a sua formação os psicólogos não a tiveram pautados na área da saúde
(MARCON; LUNA; LISBOA, 2002).
70
6.2 A política de humanização hospitalar e os papéis dos profissionais de
saúde
71
na fase da hospitalização, fase esta que gera muitas crises (MOTA, MARTINS e
VÉRAS, 2006).
72
6.3 Pacientes em crise e o papel da psicologia hospitalar
73
Chiattone (2011) ressalta ainda a importância do olhar do psicólogo em
relação aos pacientes hospitalizados, devendo levar em consideração alguns
aspectos importantes nos processos de resolução da crise, sendo eles: os traços
de personalidade dos pacientes, suas atitudes frente a vida, a maturidade interna
e o grau de integração psíquica, as crenças que o mesmo possui sobre sua
doença, suas reações a crises passadas e suas perdas significativas, os sinais
psicológicos ou físicos de depressão, a presença de reações ou sinais
paranoides e por fim a doença instalada, onde a psicoterapia emergencial surge
como um apoio caracterizando-se de um processo de superação dos problemas
ligados a situações de natureza traumática, onde dependendo do olhar que a
pessoa tem sobre a situação permite que a mesma possa expressar livremente
seus sentimentos em relação ao seu estado, sendo indicada a pacientes que
passam por sobrecarga emocional muito grande, auxilia o paciente a atravessar
o período crítico em que se encontra, determinado pelo processo da doença e
hospitalização, permitindo-lhe buscar a elaboração e integração subjetiva dos
acontecimentos.
74
Sendo assim, para Chiattone (2011), a tarefa do psicólogo se define pela
capacidade de apoio, compreensão e direcionamento humanizado das
diferentes situações pelas quais passam esses pacientes e seus familiares, e
culminar para que todo programa terapêutico eficaz e humano deva incluir apoio
psicológico para o enfrentamento de todo o processo de doença e possibilidade
de morte, pois o manejo de pacientes hospitalizados inclui a adaptação
fisiológica e medica e a adaptação psicológica e existencial frente a situação
traumática em si. Em relação aos pacientes e seus familiares, o psicólogo deve
estruturar um trabalho de psicoterapia pautado num modelo comunicativo,
reforçando o trabalho estrutural e de adaptação dos pacientes e seus familiares
no enfrentamento da problemática vivenciada por ambos, direcionado, então, em
um nível de apoio, atenção, compreensão, suporte ao tratamento, clarificação
dos sentimentos, esclarecimentos sobre a doença e o fortalecimento dos
vínculos pessoais e familiares.
75
realização de atividades para a diminuição do estresse visto que em profissionais
da área da saúde o nível de estresse é elevado (CHIATTONE, 2011).
76
no caso das enfermeiras, fisioterapeutas, nutricionistas e médicos intensivistas.
(SALMAN; PAULAUSKAS, 2013).
77
substituídos por procedimentos médicos necessários à sobrevivência, à
possibilidade de morte, entre tantos outros fatores. É neste cenário hospitalar
que muitas vezes o paciente encontra-se em situação de crise. Para Simon,
(1989, p. 60) a crise acontece quando “há um aumento ou redução significativa
do espaço no universo pessoal” entendendo-se “universo pessoal” o “ser em sua
unidade”, cujo significado emocional que ele dá ao fato experienciado é
individual, intransferível e original.
78
O adoecimento, então, é compreendido como um momento de crise dada
as possíveis rupturas significativas, mobilizações do ponto de vista emocional,
as implicações e desdobramentos na existência da pessoa. Uma experiência de
mal-estar que tem um poder desestabilizador e que pede cuidados.
Safra (2003) afirma que nas situações de crise, o sujeito pode estar
paralisado pelo problema, perdendo momentaneamente a capacidade de
encontrar soluções. A crise paralisa, cuja inércia não permite que ele consiga
falar sobre o problema e colocar sua questão em movimento, podendo encontrar
meios de melhor se relacionar com ela e aceitar suas dificuldades.
79
É nesta perspectiva que Simonetti (2004, p. 15) afirma: “toda doença
apresenta aspectos psicológicos, toda doença encontra-se repleta de
subjetividade, e por isso pode se beneficiar do trabalho da(o) psicóloga(o)
hospitalar”. O autor acrescenta ainda
80
Por esta compreensão, cabe ao profissional de saúde, sobretudo à(ao)
psicóloga(o) inserido no contexto hospitalar, uma atenção ao que está
acontecendo com o paciente e seus familiares na situação de perda da saúde,
identificando reações emocionais próprias do adoecimento, como
inconformismo, negação, passividade ou regressão, por exemplo.
81
desdobramentos relacionados ao tratamento, recuperação, sequelas, cuidados
paliativos e óbito.
82
morte da pessoa doente. As seguintes definições são aspectos importantes
nessa lógica biomédica:
83
Neste aspecto, a subjetividade aparece como fator mais relevante e aí
está a diferença de objetivos da Medicina, dos demais profissionais da equipe e
da Psicologia. A Medicina busca a resolução e a objetividade das ações,
colocando o centro das atenções na doença e no tratamento da patologia com
todos os recursos técnico/científicos, com uma ética voltada para valores sociais,
cura e respeito à vida. A Psicologia, por sua vez, enfatiza a ética do respeito à
singularidade e, utilizando o conhecimento técnico/científico, busca trabalhar o
luto e as demandas de sofrimento, com atenção as desadaptações e sintomas,
pela natureza da situação. É necessário dar voz ao paciente, as suas verdades,
as questões confusas, distorcidas e embaralhadas. Busca a compreensão da
condição trágica da existência, tendo que suportar o desamparo e a solidão. E
no hospital, o que é familiar, se desfaz!
84
A(O) psicóloga(o) como participante de uma equipe de saúde pode
contribuir na compreensão das possíveis repercussões emocionais que a
doença pode ocasionar em determinado paciente/famíliar e atuar junto a esta
equipe de saúde favorecendo novas compreensões sobre a subjetividade do ser
que adoece. Nesse sentido, o mundo da subjetividade é infinito e, assim, teremos
muito trabalho neste contexto de dor e sofrimento. É importante ainda
acrescentar que, para as(os) psicólogas(os), outros detalhes são de extrema
relevância para se compreender e intervir adequadamente no momento vivido
pelos pacientes. Destaca-se, por exemplo, a fase do desenvolvimento que a
mesma se encontra, sua idade, o seu lugar na família e a qualidade das relações
familiares entre outros.
85
mesmo e implica sempre em repercussões psicológicas, tanto nele quanto no
seu círculo familiar e social.
Podemos afirmar que qualquer que seja a natureza de uma doença, ela
sempre representa uma avaria ao nosso narcisismo, uma ferida no sentimento
de onipotência e imoralidade e uma vivência de agilidade e dependência em
relação aos outros. Além da injúria narcísica, a doença envolve também
sofrimento, frustrações e, dependendo da sua gravidade, limitações dos nossos
projetos de vida. A doença nos torna conscientes de nossa fragilidade e nos
surpreende com o sentimento ameaçador, raramente presente no nosso
cotidiano, de que somos mortais e que devemos morrer um dia.
86
vicissitudes desta um sentido particular, que só pode ser compreendido dentro
do conjunto de sua história (Eksterman,1994).
Vale lembrar que às vezes é a própria doença que pode ser compreendida
como uma resposta do organismo a uma situação vivida como traumática. Na
impossibilidade de encontrar uma outra saída para situações conflitivas
inconscientes, que não a via somática, o indivíduo adoece. Mas não é nossa
pretensão discutir aqui os possíveis mecanismos envolvidos na gênese do
fenômeno do adoecer, muito embora saibamos o quanto está sempre presente
na cabeça da pessoa que adoece, a pergunta: "Por que isto aconteceu? Por que
isto me aconteceu? Por que isto me aconteceu agora?" (Chiozza, 1986).
7.1 A regressão
87
Toda relação de um paciente com o médico implica, em alguma fase da
evolução da doença, um certo grau de afrouxamento de suas funções e atitudes
adultas, deixando aflorar seus aspectos mais infantis, necessitados ou
dependentes (Tizón, 1988). A regressão constitui um mecanismo de adaptação
à doença na medida em que permite ao paciente deixar-se cuidar pela equipe
médica, renunciar temporariamente às suas atividades habituais e aceitar a
necessidade de uma hospitalização. A impossibilidade de regredir pode deixar o
doente com uma exigência psíquica de "super adaptação" à doença, que a médio
e longo prazo pode trazer-lhe bastante prejuízo (Jeammet, Reynaud e Consoli,
1982). Ou, então, o paciente julga não estar doente e recusa-se a ser tratado ou
abandona o hospital.
88
O médico tem um papel muito importante, na medida em que, com sua
atitude, possibilita que aspectos mais sãos do paciente, aqueles com mais
capacidade de autonomia, recuperem a iniciativa diminuída pela enfermidade,
ao invés de cronificar-se em um comportamento regressivo.
7.2 A depressão
89
enfermidade e a frequência de depressão (sejam sintomas ou síndromes). Em
contrapartida, o psiquiatra não deve permitir que uma depressão seja rotulada a
priori como "apropriada", deixando de tratá-la como merece e, com isso, não
aliviando o paciente (Furlanetto, 1995; Cassem, 1995).
Por outro lado, sintomas de depressão tais como fadiga, apatia, anorexia,
perda de peso e insônia, podem ser confundidos com sintomas resultantes da
própria doença física, e é importante que se tenha outros elementos para se
firmar um diagnóstico de síndrome depressiva moderada ou grave, de modo que
não se prive o paciente do - benefício de uma intervenção adequada (Rodin e
Vohart, l 36).
90
Aquelas de instalação brusca e inesperada que ocupam os espaços nas
emergências dos hospitais. Implicam ameaças e risco iminente de vida e pede
tratamento e ações médicas imediatas. Apresentam o elemento surpresa com
rupturas importantes para o sujeito biopsicossocial. Emerge o trágico da
condição humana como visto nos acidentes, desastres, catástrofes, violências,
com um destaque especial para as tentativas de suicídios. Geram intenso
sofrimento pelo desamparo e mobiliza em demasia a família, também perplexa
pelo acontecimento inesperado. Neste espaço, as(os) psicólogas(os) trabalham
com diferentes respostas emocionais entre elas o Transtorno de Estresse Pós-
traumático (TEPT) e os Transtornos de Estresse Agudo (TEA) com suas
sintomatologias próprias (BORGES, 2009).
91
A doença crônica, especialmente a de maior gravidade, constitui uma
condição difícil e dolorosa, tanto para o paciente como para o médico.
92
Complementam estes autores que as características das diversas
doenças crônicas específicas possuem extensa bibliografia, no entanto, o que
querem ressaltar é que as doenças não tem as mesmas repercussões sobre as
famílias e sobre a pessoa assistida e precisam ser tratadas como únicas.
93
outras, aquelas estratégias adaptativas podem não ser mais a mesma. Sabe-se
que mesmo sendo patologias tão diferentes, os efeitos psicossociais poderão ser
semelhantes em alguns pacientes e familiares.
94
Em síntese, podemos dizer que a enfermidade física crônica
apresenta implicações diferentes em cada fase do
desenvolvimento e encerra com potencial de prevenir ou aumentar
suas consequências, dependendo da sua forma de emergir, bem
como está sendo administrada pelo indivíduo e seus familiares. A
doença crônica ou aguda torna-se mais suave quando é vista como
uma condição de “estar doente”, diferente da posição de “ser
doente”, que leva à dependência, incapacitação, regressão e
derrota emocional (COELHO, 2001, p. 83).
95
Assim, a(o) psicóloga(o) no âmbito hospitalar estará implicado não só com
o sofrimento, mas com a evolução do quadro clínico até a fase final, com o luto
e o óbito. Deste modo, é importante saber: quem é a pessoa assistida? Qual a
patologia? Aguda ou crônica? Com sequelas provisórias ou definitivas? Está
devidamente informado sobre seu tratamento? E a família? Participativa?
Fragilizada? Quais as repercussões psicossociais na vida da pessoa assistida e
da sua família? A doença já evoluiu para a fase terminal? Pode-se fazer
paliação?
96
7.5 Benefícios primários e secundários da doença
7.6 A adaptação
97
alternância e mistura de sentimento de tristeza, depressão, ódio e revolta, até
que de alguma maneira todo este trabalho mental progressivamente torne
possível (pelo menos na maior parte do tempo) a superação ou elaboração do
luto pelo que se era no passado e que foi .remediavelmente perdido.
7.7 A negação
98
Traía-se de uma defesa contra a tomada de consciência da enfermidade,
que consiste na recusa parcial ou total da percepção do fato de se estar doente.
Essa negação da realidade - tanto do diagnóstico, quanto de suas implicações -
é um mecanismo de urgência contra a angústia, sendo frequentemente
encontrada nas fases iniciais das doenças agudas (p. ex.: infarto do miocárdio)
ou de prognóstico grave (p. ex.: câncer). Com o passar do tempo, a negação
costuma ir diminuindo e o paciente deprime-se (House, Mayou e Mallison, 1995).
99
A reação persecutória, que geralmente é uma consequência da negação.
Numa tentativa de evitar a depressão ou angústia excessiva, o doente atribui ao
exterior a causa dos seus sofrimentos. Sente-se mal tratado e mal cuidado,
entrando eventualmente em litígio com o médico ou a equipe de saúde
(Jeammet, Reynaud e Consoli, 1982).
100
Se o profissional tem esse aporte de avaliação bem sedimentado em sua
prática, certamente as possibilidades de intervenção ficarão mais claras. A partir
disso, é possível criar protocolos de triagem, avaliação e intervenção. Com essa
sistematização do serviço pautado em métodos e técnicas psicológicas,
acredita-se que o serviço de Psicologia encontrará respaldo para sua atuação
em bases científicas, o que acarretará em credibilidade e longevidade ao
mesmo.
101
Vale ressaltar a diferença entre testagem psicológica e avaliação
psicológica, pois a testagem se resume a uma das etapas da avaliação
psicológica, com a utilização de testes psicológicos para tomada de decisões
acerca de uma pessoa, grupo ou programa. Ocorre dentro de um contexto de
avaliação que objetiva encontrar respostas sobre questões psicológicas, por
meio de um processo que contempla coleta de dados, avaliação e análises que
respondam a questões propostas, visando à solução de problemas (Cunha,
2000; Urbina, 2007).
102
do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos - SATEPSI do Conselho
Federal de Psicologia quanto sua fundamentação teórica, precisão, validade e
normatização, sendo qualificados enquanto instrumentos aptos ou inaptos para
uso enquanto categoria de testes psicológicos, domínio exclusivo de psicólogos
(Primi & Nunes, 2010).
103
Assim, a essência do trabalho do psicólogo numa unidade prestadora de
serviços de saúde volta-se para uma assistência que pretende aliviar aspectos
físicos e emocionais do paciente e de sua família, inserindo-se como colaborador
da comunicação e da expressão humana por meio da linguagem. O psicólogo
encara a prática profissional no contexto hospitalar atuando na qualidade de
facilitador do processo de elaboração das vivências dos pacientes, fornecendo
suporte psicológico de forma humanizada, com ações pautadas no uso de
técnicas e procedimentos sustentados por construtos e metodologias da área da
psicologia (Lazzaretti et al., 2007; Mosimann & Lustosa, 2011; Santos &
Sebastiani, 2013; Pinto, 2004).
104
características individuais e da significação do adoecer, relacionado ao momento
da vida em que a pessoa se encontra.
105
Unidade de Terapia Intensiva e pronto atendimento, consultoria e
interconsultoria, avaliação diagnóstica e psicodiagnóstico.
106
destinados tanto à avaliação, quanto a padronização dos registros de
atendimento, além de uma versão resumida de um roteiro.
108
empregados, o qual muitas vezes se limita a ser a única ferramenta utilizada em
intervenções, é a entrevista psicológica (Seger, 2006).
109
espera-se que o profissional psicólogo possa compreender dinamicamente este
sujeito (MacKinnon, et al., 2008).
Outro estudo realizado por Garcia, Souza & Holanda (2005) que vai ao
encontro dos achados anteriores, revela que as intervenções do psicólogo clínico
são insuficientes para o contexto hospitalar, pois se necessita de adaptações.
110
Segundo esses autores, é necessário também conhecer a dinâmica da
instituição, pois é esta que define, por meio de suas normas, os settings
terapêuticos em que ocorrem as atuações psicológicas, enfatizando assim a
flexibilidade deste profissional.
111
Muitas vezes uma única entrevista psicológica tem fins terapêuticos,
fundamentalmente quando se refere à área hospitalar. Fazendo esta referência,
Seger (2006) assinala que isto ocorre em função do pequeno período de tempo
que o psicólogo disponibiliza para intervir com o paciente, necessitando realizar
um trabalho relativamente curto e utilizando de técnicas direcionadas como a
psicoterapia breve focal e intervenções de apoio.
112
Bevilacqua, 2005). Ao mesmo tempo, a assistência à família traz benefícios à
medida que facilita a manutenção e o assentimento do tratamento, bem como,
colabora com as rotinas da enfermaria (Klein & Guedes, 2006).
Ainda com relação a este tema, este mesmo autor refere que para que
ocorra um bom trabalho cabe ao psicólogo respeitar o paciente não o invadindo
de modo agressivo por meio da entrevista, mas sim utilizando respeito, limites e
paciência, sendo está última considerada como fundamental em contexto de
saúde.
113
dados mais relevantes. Este aspecto é importante na medida em que
instrumentaliza os demais membros da equipe quanto ao estado do paciente. A
conclusão do processo se dá no momento em que os dados obtidos sejam
repassados ao médico responsável que solicitou a intervenção psicológica
(MacKinnon et al., 2008).
114
auxilia significativamente na diminuição das angústias dos familiares a partir da
possibilidade de expressão dos sentimentos e fantasias em relação a cirurgia.
115
acelerado. O retardo psicomotor é caracterizado por uma lentificação geral dos
movimentos, da fala e do curso do pensamento, usualmente acompanhado de
humor deprimido. Também ocorrem: respostas monossilábicas, aumento na
latência das respostas, manutenção da mesma posição por longo tempo, pouca
gesticulação, expressão facial triste ou inexpressiva. A atividade psicomotora
pode ser normal, retardada ou acelerada, assim como podem ocorrer sintomas
catatônicos ou de agitação. Consideram-se, ainda, outras formas de distúrbios
específicos (que ocorrem em estados psicóticos), como movimentos
estereotipados, maneirismos, negativismo (fazer o oposto do que está sendo
requisitado), ecopraxia (imitar os movimentos de outra pessoa) e flexibilidade
cérea (manter certa posição desagradável por horas apesar do aparente
desconforto).É interessante que se descreva o tipo de atividade que o paciente
apresentou durante a entrevista ao invés de apenas classificá-lo, por exemplo,
"o paciente permaneceu imóvel durante toda a sessão" informa melhor do que
apenas "o paciente apresenta grave retardo psicomotor".
116
reticentes, fechados e até desconfiados, por vergonha, falta de vontade ou medo
de contar suas experiências pessoais. Também podem ser hostis, numa
tentativa de envergonhar ou humilhar o examinador; bajuladores, para agradar
o entrevistador; ou sedutores. Ainda, podem ser ambivalentes, ou seja,
apresentarem simultaneamente emoções aparentemente incompatíveis,
positivas e negativas, em relação ao médico. Assim, a atitude frente ao
examinador pode ser amigável, cooperativa, irônica, hostil, defensiva, sedutora
ou ambivalente. Aqui também é interessante que, além de classificar a atitude
do paciente frente ao examinador, se realize uma descrição sumária da parte do
relato do paciente que fez o médico pensar em tal atitude (dar um exemplo).
117
dados podem ser um importante pista para a psicopatologia subjacente.
Destaca-se, ainda, que este item é intimamente relacionado com a aparência do
paciente.
118
que as várias correntes da psicologia oferecem para prestar uma assistência de
maior qualidade aos pacientes hospitalizados. O psicólogo hospitalar é o
profissional que detém esses saberes e técnicas para aplicá-los de forma
sistemática e coordenada, sempre com o intuito de melhorar a assistência
integral do sujeito hospitalizado. O trabalho do psicólogo hospitalar é
especificamente direcionado ao restabelecimento do estado de saúde do doente
ou, ao controle dos sintomas que comprometem bem-estar do paciente. Ainda
segundo esse mesmo autor existem seis tarefas básicas do psicólogo hospitalar:
119
considerado biopsicossocial. “Essas três esferas interdependem e inter-
relacionam-se à outra, mantendo o ser doente, intercâmbios contínuos com o
meio em que vive, num constante esforço de adaptação à sua nova condição de
doente […]." (CHIATTONE, 2003, p. 32).
120
A psicologia no contexto hospitalar atua para a melhor integração, e
compreensão das diferentes práticas teóricas, minimiza os espaços entre as
diversidades dos saberes, e lapida o cuidado à saúde e a prevenção de doenças.
Assim é possível estabelecer as condições adequadas de atendimento aos
pacientes, familiares e melhor desempenho das equipes de saúde no hospital.
121
o paciente em seu processo de doença e hospitalização. Não se pode perder de
vista a importância da força afetiva da família. Ela representa os vínculos que o
paciente mantém com a vida e, é, quase sempre, um importante força de
motivação para o paciente na situação de crise. (CHIATTONE, 2006, p. 32)
122
[…] a delimitação do papel profissional acompanha as expectativas dos outros
membros da equipe quanto ao papel que o profissional em questão deve exercer,
acrescidas das próprias expectativas do profissional sobre sua capacidade de
realização e de interpretação das expectativas dos outros. Em geral, no hospital
geral, é muito comum ocorrerem conflitos em equipes compostas por
profissionais com distintos graus de instrução e conhecimentos sobre as outras
especialidades, sendo que o potencial conflitivo torna-se aumentado se não
houver compreensão das capacidades dos membros, se o profissional visualizar
a tarefa como invasão de terreno dos outros profissionais, se assumir um
comportamento defensivo em prol das prerrogativas profissionais e se acreditar
na falha de utilização plena das qualificações dos outros membros.
(CHIATTONE, 2006, p. 33)
A postura diante ao trabalho, devem ser delineadas pela disposição de
compartilhar os diversos saberes, ter flexibilidade, vontade de aprender e
disposição decisões conjuntas. O respeito e a confiança também são essenciais,
assim como os atributos pessoais de cada membro da equipe (autoconfiança,
boa capacidade de comunicação, e profissionalismo).
123
O hospital desde sua criação foi considerado o símbolo máximo de
atendimento em saúde, ideia que, de certa forma, ainda persiste. Muito
provavelmente, esse é o motivo pelo qual, no Brasil, o trabalho da Psicologia no
campo da saúde é chamado Psicologia Hospitalar, e, não, Psicologia da Saúde,
o que enfatizaria mais a promoção de saúde.
124
algum distúrbio psicológico transitório é extremamente importante que os
membros da equipe de atendimento do hospital compreendam que este distúrbio
é temporário, específico, e provavelmente está relacionado com a hospitalização
do sujeito. Em decorrência de uma situação semelhante a essa, "[…] o papel do
psicólogo hospitalar é essencial para apoiá-lo, esclarecê-lo, informá-lo, levar a
equipe a se relacionar efetivamente com ele, dar-lhe todas as informações de
aspectos específicos de sua patologia e do prognóstico." (GORAYDE, 2001, p.
264). Com isso, o profissional da psicologia ganha um papel de destaque para
consolidar a harmonia da equipe e auxiliar no restabelecimento da saúde do
paciente.
125
seus familiares e a atuação das pessoas, familiarizando-se com o ambiente de
trabalho.
Diagnóstico
Prognóstico
Propedêutica
Grau de risco de vida
Tempo de internação (até o momento do início do atendimento e a
previsão do tempo total)
Cuidados especiais com determinado doente
Por exemplo: Um paciente renal crônico em hemodiálise apresentará
características muito distintas de um paciente neurológico.
Traçar as primeiras impressões do paciente visitado e da área de
atendimento, poderá ajudá-lo a fazer um diagnóstico situacional e a partir
de então dar-lhe a ideia das primeiras ferramentas de trabalho a serem
utilizadas.
126
Do início do atendimento até a alta hospitalar e/ou alta da
psicologia?
Determinado número de sessões para trabalhar os sintomas-foco?
Terapia individual?
Terapia em grupo?
Terapia família?
127
disposta a ajudar. A diferença se faz em conhecimentos, responsabilidade nas
intervenções e na resolução dos conflitos inconscientes.
128
Reconheça-se, contudo, que o interesse pelo trabalho em equipe
multidisciplinar vem se fortalecendo, tendo como base a crescente aceitação do
modelo biopsicossocial de saúde. Nesse modelo, saúde é definida como o bem-
estar físico, mental e social, em contraste com o modelo biomédico tradicional
para o qual saúde é a ausência de doença (Organização Panamericana da
Saúde, 1996).
129
aparecimento de novas especialidades, os médicos contam hoje com o auxílio
de diversos profissionais de campos emergentes. Um desses campos é a
Psicologia.
130
Crepaldi, 1999), podendo ser prejudicada por uma rígida discriminação
hierárquica (Romano, 1999). A discriminação hierárquica ocorre quando não se
diferencia status de função, substituindo-se as especificidades de cada membro
da equipe pelas relações de poder. A dinâmica de trabalho em equipe,
fundamentada na diferença de cada especialista, depende da autonomia e do
compartilhamento de responsabilidades. Em uma equipe bem-sucedida, o
diálogo é aberto e cooperativo, favorecendo o rodízio natural de lideranças
situacionais (Romano, 1999).
131
psicológicos, dificuldades interpessoais e dilemas institucionais envolvendo o
paciente, a família e a equipe de saúde.
134
A ausência de assistência psiquiátrica e psicológica pode prolongar o
tratamento, ou mesmo dificultar as ações da equipe no atendimento ao caso
clínico em questão, principalmente devido à repercussão negativa da patologia
sobre a vida do paciente e seus familiares e às limitações em desvendar a
complexa associação estabelecida entre distúrbios psicológicos e doenças
físicas.
136
De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de São
Paulo, em sua resolução nº 71, de 08 de novembro de 1995, a unidade de terapia
intensiva caracteriza-se como o local dentro do hospital destinado ao
atendimento em sistema de vigilância contínua a pacientes graves ou de risco,
potencialmente recuperáveis.
137
respiratória aguda; infarto agudo do miocárdio; angina instável; insuficiência
renal aguda; aneurisma cerebral; recuperação pós- -cirúrgica; infecção
localizada (chamada sepse); leucemia, parada cardiorrespiratória, entre outros.
Conclui-se que os pacientes internados em uma UTI podem apresentar
diferentes diagnósticos, mas todos necessitam de cuidados especiais
(PREGNOLATTO E AGOSTINHO, 2010).
Nesse sentido, a UTI torna-se um lugar imbuído por crenças que vão de
encontro ao seu objetivo que é o de prolongar a vida do paciente através dos
recursos tecnológicos e cuidados especializados.
138
também é afetado por sentimentos ambivalentes de onipotência e impotência,
onde a própria finitude que é denunciada a cada momento faz o mesmo se
refugiar em suas defesas. Tudo isso compõe o foco da atuação do psicólogo na
UTI, local onde merece atenção e respeito, pois é ao mesmo tempo agente e
paciente de tudo que se mencionou anteriormente.
139
10.1 Atuação do psicólogo junto à criança
140
objetivando assim um trabalho de equipe interdisciplinar que envolve a avaliação
de todos os aspectos que podem estar envolvidos no nascimento e
hospitalização de um bebê com algum comprometimento.
141
O psicólogo, muitas vezes pelo seu próprio estado, tem uma dificuldade
até para chegar nesse paciente que, por muitas vezes, pela sua própria idade,
tem dificuldade até de audição e cognição, o que complica a atuação do
profissional de saúde.
142
cada um. A negação aparece como um mecanismo de defesa, para proteger o
ego do indivíduo. Quando esse paciente não consegue manter- -se apenas
negando sua realidade, surgem os sentimentos de raiva, ressentimento, revolta
e inveja que podem caracterizar um segundo estágio de enfrentamento .
143
Considerando-se a definição da área de psicologia da saúde proposta
pela American Psychological Association (APA), como um campo de
contribuição científica e profissional, específica da psicologia enquanto
disciplina, que visa a promoção e a manutenção da saúde, a prevenção e o
tratamento de doenças (Matarazzo, 1980), podemos demarcar um campo de
interface entre a oncologia (área da Medicina que estuda o câncer) e a
psicologia, denominada psico-oncologia, como um dos elementos integrantes da
área da psicologia da saúde.
144
Estudos mais recentes apontam evidências de que a resposta psicológica do
paciente ao câncer constitui variável interveniente significativa sobre os
resultados do tratamento, podendo, inclusive, afetar a duração de sua
sobrevivência (Carey & Burish, 1988; Scott, 1994; Simonton, Matthews-
Simonton & Creighton, 1987).
145
Atualmente, podemos afirmar que acompanhamento psicológico do
paciente e de seus familiares, em todas as etapas do tratamento, constitui
elemento indispensável da assistência prestada (Bearison & Mulhern, 1994;
Carvalho, 1994; Dahlquist, Czyzewski & Jones, 1996; Gimenes, 1996). Deve-se
observar, entretanto, que por se tratar de uma área relativamente recente são
muitos os fatores psicossociais vinculados a um episódio de câncer ainda não
suficientemente compreendidos por pesquisadores e profissionais da área.
Temas relacionados à adaptação comportamental e ajuste emocional do
paciente ao tratamento, estratégias de enfrentamento em contextos
estressantes, indicadores de qualidade de vida, efeitos psicossociais do
tratamento do câncer a longo prazo e modalidades de intervenção psicológica
junto ao paciente e familiares ainda serão, por exemplo, alvo de estudos
científicos e assunto de discussão pelos próximos anos.
146
Os índices de sobrevida são ainda mais significativos quando considerado
o câncer infantil. A incidência média de cura de leucemia linfóide aguda, principal
modalidade de câncer em crianças, passou de 30%, na década de 60, para mais
de 70% na década de 90. Segundo Wood e Bunn (1996), a taxa de remissão
completa de leucemia linfóide aguda tem sido geralmente superior a 90% e a
taxa de cura em cinco anos tem sido no mínimo de 50%; considerando os
pacientes que completam entre dois e meio e três anos de terapia de
manutenção sem recidiva, a chance de cura é superior a 80%.
147
No caso da psico-oncologia, o atendimento profissional, independente da
abordagem teórico-filosófica do psicólogo, deve ultrapassar os limites do
consultório e da prática psicoterápica, inadequada e insuficiente para o
cumprimento dos objetivos da psico-oncologia, indo buscar e trabalhar com o
paciente onde quer que ele se encontre (na sala de espera do hospital, na
enfermaria, na sala de procedimentos invasivos, em casa, ou em qualquer outro
local) e incluindo a participação ativa de diferentes profissionais. A psico-
oncologia deve ser entendida como um instrumento que viabiliza atividades
interdisciplinares no campo da saúde, desde a pesquisa científica básica até os
programas de intervenção clínica.
148
A atuação do psicólogo dentro do ambiente hospitalar tem crescido
bastante em relação às décadas passadas, em função do avanço da Psicologia
Hospitalar em oferecer apoio sistemático, acompanhamento psicológico e
manejo humanizado nos hospitais. Tal profissional favorece, dentre outros
benefícios, a continuidade da adesão do paciente aos tratamentos e às
intervenções médicas, tendo resultado direto na qualidade e no avanço da
recuperação dos pacientes tratados nas diversas especialidades médicas, como
em uma unidade de queimados.
149
No Brasil, as pesquisas sobre queimaduras não estão unificadas a ponto
de oferecer a real estatística desses acidentes com lesões na pele provocadas
pelo calor intenso entre outros. No entanto, o poder público tem, gradativamente,
movidos e, conjuntamente com a sociedade civil, no sentido de melhorar a
assistência aos pacientes vítimas de queimaduras. Segundo o Relatório da
Reunião sobre Políticas Públicas para Prevenção a Queimaduras e para
Reabilitação de Queimados do Senado Federal, estima-se que, no Brasil, cerca
de 1 milhão de pessoas se acidentam, tornando-se vítimas de queimaduras, e
que, no âmbito do SUS, a atenção prestada é insuficiente em número e em
qualidade.
151
acompanhamento aos pacientes, o custo da hospitalização diminui, o número de
dias internados se reduz, a adesão ao tratamento e a aceitação a medicação são
melhores, assim também como o enfrentamento à dor.
153
avaliação e sendo identificada a necessidade de acompanhamento/
atendimento, o paciente recebe atenção sistemática com visitas regulares. De
acordo com o resultado e percepção da triagem, cada paciente deverá receber
a atenção psicológica necessária à continuidade do tratamento, de seu bem-
estar físico e existencial.
154
Síndrome da internação - também chamada de hospital ismo; são apatias
geralmente observadas em crianças e idosos sem suporte emocional.
Apresentando sentimento de abandono e desinteresse pela
sobrevivência;
Estados depressivos - humor rebaixado com dificuldades em lidar com a
dor/sofrimento e desejo de morte para evitá-los;
Crises histéricas - desencadeadas pela dor e caracterizadas por seguidos
processos de descontrole emocional, crise de choro e inconformismo.
Também entendido como dificuldade em aceitar o acidente;
Estados de Euforia - de confirmação da dor, tendência a alegria,
eloquência e ousadia, aumento da energia e aceleração da
psicomotricidade. Verbalização de progressos inexistentes em termos de
tratamento;
Corpo Fantasmático - imagem corporal destruída, fragilidade e
vulnerabilidade na imagem corporal (identidade), podendo provocar medo
da morte e, principalmente, dificultando o reconhecimento progressivo de
melhoras clínicas;
Comportamentos agressivos - reações infantis, fixação em fases da
evolução emocional que foram mal resolvidas, provocando
comportamentos passivos, de solicitações frequentes, ou seja, retorno ao
útero e desejo de proteção;
Negação do acidente - formação reativa provocando dificuldade de
aceitar as consequências do acidente e o eventual tratamento de saúde,
ainda se expressa como um desejo de morte como "saída" para a dor e
ainda como resignação por meio de sentimentos que desencadeiam
fanatismo religioso como recurso para elaboração do acidente.
Agressividade/Revolta - direcionados para a equipe de saúde,
familiares, sendo uma projeção de sentimentos mórbidos e de
culpabilização do outro pela "dor que sinto".
155
Em todos os distúrbios descritos, o acompanhamento psicológico é
fundamental como forma de diminuir o sofrimento e garantir a continuidade da
adesão ao tratamento.
156
Os avanços científicos nas últimas décadas foram significativos,
principalmente na área da saúde, caso em que o conhecimento é ampliado com
intuito de aumentar a expectativa e a qualidade de vida. Assim, os profissionais
da área da saúde se questionam sobre o que fazer com relação a pacientes fora
de terapêutica curativa, já que, por meio das medidas estabelecidas para salvar
vidas a todo custo, os procedimentos médicos muitas vezes deixam de lado as
práticas humanistas, as quais possibilitam suporte e maior assistência ao
indivíduo acometido pela doença e para sua família.
157
O perfil do paciente terminal pode ser considerado como aquele que
devido seu estado de saúde já tão debilitado, não se pode mais realizar nenhum
tipo de tratamento curativo. A finitude aparenta ser a linha central de sentido
nesse quadro. Esgotam-se as possíveis formas de resgatar as condições de
saúde do indivíduo e a probabilidade da morte breve parece irrevogável e
aguardada. O paciente torna-se “irremediável” e vai ao encontro da morte, sem
que seja possível reverter esta realidade (Gutierrez, 2001).
158
Concebe-se, assim, que o paciente em estágio terminal indica o registro
da perda do poder absoluto da equipe médica em efetivar a cura, uma vez que
os anseios advindos frente a seu papel e à morte estão intimamente ligados a
“exibição” de um trauma narcísico no autoritarismo médico (Batista & Schramm,
2004). Destaca-se também que o paciente fora de possibilidade terapêutica de
cura da sua condição patológica passa por um movimento de finitude chamado
“processo de morte e morrer”, o qual foi descrito por Kübler-Ross (1996) em
cinco estágios: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Tais estágios
não seguem ordem definida, podem se misturar ou serem concomitantes e o
sentimento de esperança perpassa todos eles.
159
progressiva e que ameaça a continuidade da vida, compete empregar os
cuidados paliativos para propiciar ao indivíduo o máximo de conforto possível e
dignidade até o momento de sua morte, abrangendo o ser em aspectos
biopsicossociais (Burlá & Py, 2014).
160
família trabalham com respeito diante da realidade da finitude da vida e às
necessidades do doente (Machado, Pessini & Hossne, 2007).
161
atenuar as dores emocionais, considerando seu tempo frente à anuência da
terminalidade de sua vida (Rezende, Gomes & Machado, 2014).
162
14.0 ÉTICA NO CONTEXTO HOSPITALAR
163
O psicólogo, particularmente aquele que está inserido na instituição
hospitalar, defronta-se constantemente com problemas que envolvem, solicitam
e exigem posicionamentos éticos, seja no trato com seus pacientes, em alguns
casos vivendo no limite suportável de sofrimento, seja com seus colegas e outros
profissionais com os quais divide, com maior ou menos poder e importância
social, o espaço hospitalar. (OLIVEIRA, 1995)
164
avaliação e manejo de problemas de saúde, além daqueles usualmente tidos
como da alçada do psicólogo, ou seja, o emocional e o psicopatológico”. Se
suposta a irreversibilidade de sua inserção no contexto hospitalar, admite a
autora que os referenciais (teóricos, acadêmicos, práticos e éticos) da Psicologia
necessitam ser revistos.
165
As atividades desenvolvidas pelos profissionais são, no essencial, de
natureza clínica: psicoterapia breve com pacientes, trabalhos de suporte com
familiares. Mas, ambas conteriam uma dimensão educacional. A isso, pode-se
agregar uma marca da atuação do psicólogo nos hospitais: “a busca (ainda) pela
definição do seu espaço e atividades no interior da instituição hospitalar parece
ser uma constante. De uma certa forma, as descrições sobre as ações do
psicólogo no âmbito hospitalar lembram aquelas iniciais sobre o psicólogo na
escola (malgrado o fato de que esta realidade ainda persista em muitos locais):
uma espécie de profissional polivalente, de prontidão para atuar quando e onde
se fizer necessário”. (Witter et al., 1992).
166
A Política Nacional de Humanização (PNH) é uma política transversal ao
SUS. É o reflexo de uma luta por um SUS mais humano, construído com a
participação de todos os cidadãos e que assegure serviços de qualidade para
promover a saúde integral. A PNH tem por princípios:
167
de sua rede social significativa; implantação do acolhimento aos usuários como
mecanismo de recepção; fomentar a escuta diferenciada e qualificada aos
usuários; estabelecimento de equipe multiprofissional de referência para
pacientes internados; implantação de Conselho de Gestão Participativa;
existência de mecanismos de desospitalização, visando alternativas às práticas
hospitalares como as de cuidados domiciliares; garantia de continuidade de
assistência, com ativação de redes de cuidados para viabilizar a atenção integral;
Ouvidoria funcionando; dentre outras orientações (BRASIL, 2008).
168
respostas mais adequadas, ainda que esta seja o encaminhamento para outros
pontos de atenção da rede. Uma postura acolhedora implica estar atento e
aberto às diversidades cultural, racial e étnica. Implica na construção de práticas
que denotam a responsabilização da equipe de trabalho pelo usuário, desde a
sua chegada até a sua saída. No processo de acolher, a(o) profissional ouve
suas queixas através da escuta qualificada, analisando a demanda e garantindo-
lhe uma atenção integral e resolutiva (BRASIL, 2006).
169
O relatório da pesquisa do CREPOP4 mostrou que as(os) psicólogas(os)
brasileiras(os), ao trabalharem com o tema da Humanização, buscam
referências nas diretrizes das políticas oficiais, porém, em sua maioria, não
incorporaram de forma apropriada a Política Nacional de Humanização, tal como
é descrita pelo Ministério da Saúde. Em seus relatos, não se constata mudanças
nas concepções de cuidado, nem tampouco nos processos de trabalho como um
todo. Referem algumas atividades preconizadas pelo PNH, mas esta política não
aparece de forma transversal no trabalho desenvolvidonos setores em que
atuam. Desenvolvem ações pontuais que sinalizam uma preocupação com o
tema, mas ainda sem maior base ou consistência. Ocorreram relatos da
participação de psicólogas(os) em comissões de gestão do PNH e menções aos
Programas oficiais como o Humaniza SUS, e o Programa do Parto Humanizado,
do Ministério da Saúde, respectivamente (CFP, 2012). Corrobora estes
resultados uma revisão bibliográfica recente (CID et al., 2019), que analisou 27
artigos sobre o tema e concluiu que, embora muitas sejam as iniciativas de
práticas profissionais das(os) psicólogas(os) que levem em conta a PNH,
observou-se uma necessidade de implantar processos formativos inovadores
que habilitem as(os) profissionais envolvidas(os) nas práticas de saúde para
humanização, incluindo as diretrizes da PNH para a gestão dos processos de
trabalho.
170
tecnológica. Inclui ações que requerem tecnologias mais duras, como a que é
necessária para a realização de transplantes, por exemplo. Frequentemente a
Psicologia Hospitalar se aplica também a serviços de atenção secundária, de
média densidade tecnológica, como os ambulatórios de acompanhamento
longitudinal, que atendem, por exemplo, gestantes de alto risco, follow-up5 de
bebês prematuros ou que estiveram em Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
neonatal, centros de atenção especializados a renais crônicos, portadores do
HIV, oncologia, ambulatórios hospitalares destinados a atender aos usuários no
processo de reabilitação pós-hospitalização, como nos casos de amputações e
demais cirurgias complexas, dentre outros.
172
173
REFERENCIA:
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hospitalar-e-psicologia-da-saude/
- https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/historico-da-
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- https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2016000400573
- https://www.infoescola.com/medicina/a-criacao-dos-hospitais/
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-
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- Conselho Federal de Psicologia (2005). Código de Ética Profissional dos Psicólogos.
Brasília, 2005.
- Conselho Federal de Psicologia (2007). Resolução CFP N.º 013/2007 -Consolidação
das resoluções relativas ao título profissional de especialista em psicologia. Brasília:
CFP.
- Conselho Federal de Psicologia (2019). Resolução CFP Nº 06/2019 - Institui regras
para a elaboração de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no
exercício profissional e revoga a Resolução CFP nº 15/1996, a Resolução CFP nº
07/2003 e a Resolução CFP nº 04/2019. Brasília: CFP
- https://www.sanarsaude.com/blog/guia-psicologia-hospitalar-o-que-
faz?gclid=CjwKCAjwr7X4BRA4EiwAUXjbt0kDmHDfXf3-
ZFH6y17vhqbXAj8bhf_s5tUOov0F2gCzOLI-jttEwhoCVOkQAvD_BwE
- https://www.guiadacarreira.com.br/carreira/psicologia-
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0e%20tratamento%2C%20conhecimento%20da
- https://www.redepsi.com.br/2011/11/10/a-atua-o-do-psic-logo-no-contexto-hospitalar/
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174
- http://rbqueimaduras.org.br/details/118/pt-BR/a-atuacao-do-psicologo-junto-a-
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- https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A1323.pdf
- https://ethienny.wordpress.com/resenhas/etica-no-contexto-hospitalar/
- https://crppr.org.br/wp-
content/uploads/2019/05/AF_CRP_Caderno_Hospitalar_pdf.pdf
- https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2019/11/ServHosp_web1.pdf
175
Curso de Capacitação e Aperfeiçoamento
em Psicologia da Saúde e Hospitalar
https://bit.ly/2Cj1OkX
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